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Tema 5 Gestão Socioambiental e Desenvolvimento Sustentável

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Gestão Socioambiental e Desenvolvimento Sustentável 
 
 
 
Tema: Implantando um SGA – parte 2 
 
 
 
Prof. Me. Angelo Valles de Sá 
 
 
 
Gestão Socioambiental e Desenvolvimento Sustentável | Implantando um SGA – parte 2 2 
 
Olá! Seja muito bem-vindo a esta aula! 
Para começá-la bem, assista a este vídeo e fique por dentro dos temas 
que serão estudados. 
 
 
 
Introdução 
Hoje, comentaremos sobre as principais etapas de implantação e os 
requisitos abordados serão os correspondentes à fase de implantação, 
representada pelo “D”, do PDCA. Falaremos também sobre a disponibilização 
de recursos, a atribuição de funções, as responsabilidades e autoridades, a 
competência, o treinamento, a conscientização, a comunicação, a 
documentação, o controle operacional, a preparação e a resposta a 
emergências. 
Aproveite! 
 
Implantando um SGA (Passo a Passo) 
Vamos começar, então, falando do passo 12 ao 14, conforme a 
Tabela 1. 
Tabela 1: passo 12 ao 14 de uma implantação de um SGA 
 
 
 
Gestão Socioambiental e Desenvolvimento Sustentável | Implantando um SGA – parte 2 3 
 
Desenvolvendo o SGA 
Quanto aos recursos, às funções, às responsabilidades e 
às autoridades (item 4.4.1 da norma) 
A etapa de execução, ou como é denominada pela norma 4.4 
“implementação e operação” (ISO 14001:2004), apresenta várias fases, como 
você verá a seguir. 
Primeiramente, a empresa deve garantir quais os recursos a serem 
disponibilizados para possibilitar a concretização das ações e dos programas. 
 
Para permitir o acompanhamento e as devidas cobranças da efetivação 
do sistema, cabe à equipe do SGA estabelecer funções, assim como 
responsabilidades e autoridades que obrigatoriamente devam estar 
documentadas. Depois de comunicadas a todos para que seja firmado um 
compromisso, possibilitando às pessoas que tenham funções determinadas, 
desempenhá-las com o mínimo de conflito interno possível, assim como suas 
responsabilidades e autoridades dentro do SGA. 
Cabe ressaltar aqui a importância dessa etapa, pois quando se 
estabelecem funções são levantadas as habilidades e competências mínimas 
para exercê-las. 
Quanto às autoridades, deve ser considerado o nível hierárquico 
ocupado pelo funcionário para evitar conflitos, por exemplo, a cobrança de um 
 
 
Gestão Socioambiental e Desenvolvimento Sustentável | Implantando um SGA – parte 2 4 
 
funcionário de baixo escalão feita a seu superior sobre determinada situação 
relacionada ao SGA, pois, erroneamente, foi delegado a ele esse papel no 
sistema ambiental. Mesmo que a norma estabeleça que as funções e as 
autoridades sejam atribuídas independentemente das outras responsabilidades 
que o funcionário tenha na empresa, sugiro que considerem com a devida 
atenção o exemplo comentado. 
Todos os colaboradores que tiverem atribuições dentro do SGA devem 
se reportar aos dirigentes e, portanto, estar cientes de que serão cobrados por 
desempenhos insatisfatórios, independente dos resultados obtidos em suas 
atribuições normais fora do SGA. 
Quanto à competência, ao treinamento e à 
conscientização (item 4.4.2 da norma) 
Para todos os colaboradores que realizam tarefas associadas a 
possíveis impactos ambientais significativos, identificados pela organização, 
devem ser garantidas habilidades e competências mínimas, assim como uma 
formação apropriada, experiência e, sempre que necessário, a submissão a 
treinamentos. Essa condição deve ser evidenciada, por essa razão, é 
apropriado manter registros que comprovem tais ações, como ficha curricular, 
registro de treinamentos, entre outros. 
Quanto aos treinamentos, a organização deve levantar todas as 
necessidades de sua aplicação, sempre relacionados com seu sistema de 
gestão ambiental, e, assim, promovê-los dentro de critérios previamente 
estabelecidos, por exemplo, quando ocorrer a contratação de novos 
funcionários, mudanças de função, alterações de processos, identificação de 
novos aspectos ambientais significativos, alterações do sistemas, identificação 
de falhas ou não conformidades recorrentes, entre outras inúmeras situações 
possíveis. 
 
 
 
 
Gestão Socioambiental e Desenvolvimento Sustentável | Implantando um SGA – parte 2 5 
 
Os treinamentos devem ser propostos considerando critérios como: 
 A relevância de manter a conformidade com a política ambiental e com todos 
os outros itens do SGA; 
 As implicações associadas a todos os aspectos ambientais significativos e 
respectivos impactos reais ou potenciais; 
 A melhoria do desempenho ambiental; 
 As exigências das funções, das responsabilidades, das autoridades, do 
entendimento e da compreensão dos procedimentos estabelecidos pelo 
SGA. 
Assista ao vídeo a seguir e acompanhe as explicações sobre os itens 
4.4.1 e 4.4.2 da NBR ISO 14001. 
 
 
 
 
 
Quanto à comunicação (item 4.4.3 da norma) 
Para atender a este item, cabe à organização propor e implementar 
procedimentos que promovam a comunicação entre vários níveis e funções da 
empresa; e propiciar mecanismos de troca de informação com as partes 
interessadas, internas e externas à organização. Dentro desse mesmo 
Leia o resumo sobre os principais elementos do SGA para fazer uma 
revisão do que foi visto até aqui. 
Acesse: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_de_gest%C3%A3o_ambi 
ental> 
 
 
 
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requisito, é de responsabilidade da empresa decidir se realizará a comunicação 
externa sobre seus aspectos ambientais significativos. 
Como auxílio a esse requisito, a família ISO 14000 fornece uma 
norma de 2006, a ISO 14063, que segundo a ABNT: 
Fornece a uma organização as diretrizes sobre princípios gerais, política, 
estratégia e atividades relacionadas com a comunicação ambiental, tanto interna 
quanto externa. Esta norma usa abordagens comprovadas e reconhecidas para a 
comunicação, adaptadas às condições específicas existentes na comunicação 
ambiental. Ela se aplica a todas as organizações que, independentemente de seu 
porte, tipo, localização, estrutura, atividades, produtos e serviços, tenham ou não 
um sistema de gestão ambiental implementado. 
 
Quanto à documentação (item 4.4.4 da norma) 
São várias as situações em que a norma estabelece a obrigatoriedade 
na produção de documentos. Sabemos que para os procedimentos que não 
são submetidos a essa condição, cria-se apenas rotinas ou ações, porém, para 
todos os outros a documentação deve ser realizada em forma física ou digital, 
conforme a norma. 
A documentação garante a manutenção, a adequação e a padronização, 
permitindo, também, evidenciar procedimentos em momentos de auditoria. A 
documentação deve conter, no mínimo, segundo a NBR ISO 14001: 
a. Política, objetivos e metas ambientais; 
b. Descrição do escopo do sistema da gestão ambiental; 
c. Descrição dos principais elementos do sistema da gestão ambiental e sua 
interação e referência aos documentos associados; 
d. Documentos, incluindo registros, requeridos por esta norma; 
e. Documentos, incluindo registros, determinados pela organização como sendo 
necessários para assegurar o planejamento, a operação e o controle eficazes 
dos processos que estejam associados com seus aspectos ambientais 
significativos. 
 
 
 
 
 
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Exemplos de documentos de um SGA: 
 
 
No vídeo a seguir, você poderá acompanhar as explicações sobre os 
tipos de documentos de um SGA. 
 
Quanto ao controle operacional (item 4.4.6da norma) 
Para cumprir as determinações deste requisito, a empresa deve 
identificar todas as operações associadas aos aspectos ambientais 
considerados significativos e planejar ações que assegurem a manutenção dos 
sistemas, mesmo em condições específicas. Para tanto, devem ser 
implementados e mantidos procedimentos documentados, evitando, assim, que 
determinados desvios possam ocorrer e influenciar negativamente a obtenção 
dos objetivos do SGA. 
 
 
 
 
 
 
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Quanto à preparação e resposta a emergências 
(item 4.4.7 da norma) 
Em um SGA, os aspectos e impactos não são os únicos elementos a 
serem gerenciados, os riscos ambientais também são. 
 
 
 
 
 
 
 
Cabe à organização elaborar e implementar procedimentos que 
possibilitem a identificação e o gerenciamento dos riscos para controlar 
potenciais situações de emergência, assim como possíveis acidentes que 
possam impactar o meio ambiente, de tal modo que as ações estabelecidas 
tornem-se eficientes respostas a situações reais de acidentes e emergências, 
prevenindo e mitigando os possíveis impactos ambientais adversos gerados 
por tais circunstâncias. Também compete à organização, periodicamente, 
analisar e, quando necessário, revisar, principalmente após a ocorrência de 
acidentes ou situações de emergência, e aplicar em condições simuladas os 
procedimentos estabelecidos com o objetivo de aperfeiçoamento das respostas 
a emergências. 
Na avaliação de riscos, é importante considerar dois aspectos: primeiro, 
a probabilidade de ocorrência do evento danoso; segundo, a potencialidade 
Se você está interessado em saber mais sobre o controle operacional, 
leia o capítulo 18 do livro “Administração: teoria, processo e prática”, do 
professor Idalberto Chiavenato. 
Acesse: <http://pt.scribd.com/doc/54201323/Livro-Chiavenato1> 
 
Antes de iniciarmos a explicação desse último elemento, leia mais sobre 
o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. 
Acesse: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Programa_de_Preven%C3%A7% 
C3%A3o_de_Riscos_Ambientais> 
 
 
 
Gestão Socioambiental e Desenvolvimento Sustentável | Implantando um SGA – parte 2 9 
 
desse evento em causar danos. No entanto, em geral, o gerenciamento de 
riscos envolve algumas ações como: 
 A identificação das situações de risco, considerando a sua probabilidade e 
frequência; 
 A avaliação do risco, considerando a sua gravidade e potencialidade; 
 A aplicação de medidas de controle, gerenciando a probabilidade de 
ocorrência e a sua potencialidade de causar dano; 
 A comunicação do risco; 
 A adoção de medidas de prevenção, recuperação e mitigação. 
Para facilitar o seu entendimento sobre gerenciamento de riscos, veja na 
tabela a seguir alguns termos e suas definições. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gestão Socioambiental e Desenvolvimento Sustentável | Implantando um SGA – parte 2 10 
 
Agora, confira no fluxograma a seguir uma sequência de ações 
associadas às medidas de prevenção e intervenção de acidentes. 
 
Ainda tem dúvidas sobre gerenciamento de riscos? Então confira no 
vídeo a seguir mais detalhes desse assunto. 
 
Para facilitar seu entendimento sobre os principais elementos do risco – 
a probabilidade de ocorrência de um evento danoso e a potencialidade de 
causar danos –, vamos refletir sobre a seguinte situação: um posto de gasolina 
e o risco de incêndio e explosão dos tanques de combustíveis. 
De acordo com a situação exposta, podemos considerar duas etapas: 
1. A probabilidade de um incêndio ou explosão; 
2. Os danos gerados caso esses eventos ocorram. 
 
 
Gestão Socioambiental e Desenvolvimento Sustentável | Implantando um SGA – parte 2 11 
 
Que medidas você acha que poderiam ser tomadas para diminuir a 
probabilidade e os possíveis danos desse tipo de acidente? 
Quando tomamos decisões para essa situação, podemos estar 
promovendo melhorias para uma ou outra condição e, até mesmo, para ambas 
simultaneamente. Por exemplo, quando os tanques são colocados de baixo do 
nível do solo, a chance de ocorrer um incêndio diminui, e em caso de explosão 
o dano será menor por haver uma barreira de terra de proteção. 
 
 
 
 
 
Continuando nossa aula, você conseguiria explicar a diferença entre 
vulnerabilidade e susceptibilidade? 
Como o entendimento desses dois conceitos é muito importante, cabe 
aqui um comentário didático para facilitar sua compreensão. Para isso, peço 
que reflitam sobre as condições de dois profissionais: um policial e um 
professor em uma situação de risco de sofrer um ataque com arma de fogo. 
Qual dos profissionais estará susceptível e qual estará vulnerável? 
O policial estará susceptível a um ataque com arma de fogo porque seu 
trabalho o expõe a isso, ou seja, é uma condição natural do seu trabalho ser 
exposto a esse tipo de risco, enquanto o professor estará vulnerável à situação, 
pois essa é uma condição natural de fragilidade, ou seja, seu trabalho não 
exige a utilização de um colete à prova de bala nem treinamento para enfrentar 
essa condição, tornando-o mais vulnerável às possíveis perdas geradas por um 
ataque com arma de fogo. 
Agora proponho um desafio! 
Pense em possíveis situações de riscos e proponha medidas para o seu 
controle. 
O que você faria para diminuir a frequência de ocorrência de um acidente 
e/ou para controlar as possíveis perdas geradas? 
 
 
 
Gestão Socioambiental e Desenvolvimento Sustentável | Implantando um SGA – parte 2 12 
 
 
Agora, adaptando esse exemplo para situações de riscos ambientais, 
qual paisagem você diria que é mais vulnerável, a desértica ou a tropical? Que 
área é mais susceptível, a industrial ou a de proteção permanente? 
 
 
 
 
 
 
Síntese 
Assista ao último vídeo desta aula e revise os temas abordados. 
Até a próxima! 
 
Assista ao vídeo “Alguns desastres naturais no Brasil em apenas 4 anos 
(2007 a 2010)” e analise sobre a nossa susceptibilidade e vulnerabilidade aos 
desastres naturais. 
Acesse: <http://www.youtube.com/watch?v=FKTxUTxyIqA&feature=rela 
ted> 
 
 
 
Gestão Socioambiental e Desenvolvimento Sustentável | Implantando um SGA – parte 2 13 
 
1. Como responsável pelo programa de gerenciamento de risco em uma 
empresa fabricante de fogos de artifícios, você deve propor medidas para 
controlar a probabilidade de uma explosão e diminuir a potencialidade 
dos danos possíveis caso esse evento ocorra. Após uma análise do 
cenário, a sua equipe propõe um conjunto de alternativas. Com base no seu 
entendimento, selecione as ações que atendam às duas situações 
apresentadas. 
a. Redução da quantidade de pólvora armazenada; armazenagem em dois 
depósitos diferentes; construção de uma barreira de proteção; 
armazenagem distante da área de trabalho dos colaboradores; 
treinamento quanto ao manuseio; levantamento das possíveis fontes de 
ignição e controle; e monitoramento do acesso à área de depósito. 
b. Limitação da quantidade de pólvora armazenada; armazenagem em 
depósitos diferentes; construção de uma barreira de proteção com 
concreto; armazenagem distante da área de trabalho dos colaboradores; 
confinamento do depósito; e implantação de aspersores de água. 
c. Treinamento quanto ao manuseio da pólvora; levantamento das possíveis 
fontes de ignição; controle e monitoramento do acesso à área de 
depósito; e revisão do sistema elétrico e dos equipamentos utilizados na 
fabricação. 
d. Armazenagem distante da área de trabalho dos colaboradores;confinamento do depósito e implantação de aspersores de água; e 
redução dos estoques de produtos acabados. 
 
 
 
 
Gestão Socioambiental e Desenvolvimento Sustentável | Implantando um SGA – parte 2 14 
 
2. Um Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) envolve um conjunto 
mínimo de elementos. Com base nos conteúdos apresentados, identifique a 
condição mais completa para um PGR. 
a. Avaliação do risco, aplicação de medidas de controle, comunicação e 
adoção de medidas de prevenção e intervenção. 
b. Identificação das situações de risco, avaliação do risco, aplicação de 
medidas de controle e comunicação. 
c. Identificação das situações de risco, avaliação do risco, aplicação de 
medidas de controle, comunicação e adoção de medidas de prevenção e 
intervenção. 
d. Avaliação do risco, aplicação de medidas de controle, comunicação e 
adoção de medidas de prevenção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gestão Socioambiental e Desenvolvimento Sustentável | Implantando um SGA – parte 2 15 
 
Referências 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 
14001: Sistemas de Gestão Ambiental – requisitos e diretrizes para uso. Rio de 
Janeiro, 2004. 
Melhore a competitividade com o Sistema de Gestão Ambiental – SGA/ 
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – São Paulo: Fiesp, 2007. 
84 p. (Normas e Manuais Técnicos).

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