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UNIVERSIDADE DE UBERABA POLO BELO HORIZONTE TRABALHO DA DISCIPLINA - TECNOLOGIA E SISTEMA ESTRUTURAIS II BELO HORIZONTE - MG ABRIL-2015 UNIVERSIDADE DE UBERABA POLO BELO HORIZONTE DEFORMAÇÃO EM ESTRUTURA METÁLICA ENVOLVENDO TEMPERATURA ARTHUR FREITAS DE AZEVEDO DANIELA FERREIRA RIBEIRO EDSON GOMIDES FERREIRA HEGLE ARAÚJO SILVA WANDERSON TAVARES DE LIMA BELO HORIZONTE - -MG ABRIL-2015 INTRODUÇÃO A produção de aço é um forte indicador do estágio de desenvolvimento econômico de um país. Seu consumo cresce proporcionalmente à construção de edifícios, execução de obras públicas, instalação de meios de comunicação e produção de equipamentos. Esses materiais já se tornaram corriqueiros no cotidiano, mas fabricá-los exige técnica que deve ser renovada de forma cíclica, por isso o investimento constante das siderúrgicas em pesquisa. O início e o processo de aperfeiçoamento do uso do ferro representaram grandes desafios e conquistas para a humanidade. Dentro do processo de desenvolvimento iremos aprofundar a Lei de Hooke. A Lei de Hooke é a aplicação da força comprimida ou distendida em qualquer material, que ao receber o esforço sofrerá com uma deformação que pode ser perceptiva ou não a olho humano. O exemplo mais claro da Lei Hooke é a mola, que recebendo a aplicação de força podemos perceber sua flexibilidade e partindo desse movimento podemos calcular o valor aplicado nessa mola, através da seguinte expressão. F=k Δ l No SI, em newtons, em e em metros. Como a mola é o exemplo mais usado para demostrar à aplicação da Lei de Hooke pode expressar essa aplicação assim: A intensidade da Força elástica ( ) é diretamente proporcional à deformação ( ). Matematicamente, temos: ; ou vetorialmente: , onde é uma constante positiva denominada Constante Elástica da mola, com unidade no S.I. de. A Constante Elástica da mola traduz a rigidez da mola, ou seja, representa uma medida de sua dureza. Quanto maior for a Constante Elástica da mola, maior será sua dureza. É importante ressaltar que o sinal negativo observado na expressão vetorial da Lei de Hooke, significa que o vetor Força Elástica ( ), possui sentido oposto ao vetor deformação (vetor força aplicada), isto é, possui sentido oposto à deformação, sendo a força elástica considerada uma força restauradora. Sendo a Força aplicada, tem-se: ⇒ ⇒ OBJETIVOS Conhecer o processo siderúrgico de ferro em suas diversas matérias primas para assim entender o processo de resistência dos vários tipos de estruturas metálicas e sua utilização na construção civil. Definir as grandezas e determinar as deformações causadas por carregamento axial (esforço normal), variação de temperatura e esforço cortante (cisalhamento); relacionar a segunda lei de Newton com a Lei de Hooke; conhecer caminhos específicos para analise de deformações de estruturas; compreender o comportamento dos materiais diante das solicitações, de acordo com suas propriedades mecânicas. PROCESSOS SIDERURGICOS A Indústria siderúrgica é o ramo da metalurgia que se dedica à fabricação e tratamento de aços e ferros fundidos. Antes de qualquer coisa, porém, é de suma importância definir o que é a metalurgia. A metalurgia é o conjunto de técnicas que o homem desenvolveu com o decorrer do tempo que lhe permitiu extrair e manipular metais e gerar ligas metálicas. Os primeiros metais a serem descobertos foram os metais nobres, que por não reagirem com outros elementos podiam ser encontrados na sua forma bruta na natureza. Esses metais passaram a ser trabalhados quando se descobriu que o calor poderia amolecê-los e trabalhá-los. Acredita-se que, por volta de 2500 a.C., surgiram as primeiras ligas metálicas, com a adição de estanho ao cobre, gerando o bronze - uma liga metálica que tinha propriedades superiores às do cobre. O ferro demorou um pouco mais para começar a ser trabalhado, pois não se acha ferro bruto na natureza. O aço é uma variante do ferro que tem em sua composição uma concentração levemente menor de carbono. A concentração de carbono gera uma liga de ferro com uma maleabilidade e dureza maiores do que o ferro puro. O aço pode ser definido, de maneira sucinta, como uma liga metálica composta de ferro com pequenas quantidades de carbono, o que lhe confere propriedades específicas, sobretudo de resistência e ductilidade, adequadas ao uso na construção civil. A fronteira entre o ferro e o aço foi definida na Revolução Industrial, com a invenção de fornos que permitiam não só corrigir as impurezas do ferro, como adicionar-lhes propriedades como resistência ao desgaste, ao impacto, à corrosão, etc. Por causa dessas propriedades e do seu baixo custo o aço passou a representar cerca de 90% de todos os metais consumidos pela civilização industrial. Basicamente, o aço é uma liga de ferro e carbono. O ferro é encontrado em toda crosta terrestre, fortemente associado ao oxigênio e à sílica. O minério de ferro é um óxido de ferro, misturado com areia fina. O carbono é também relativamente abundante na natureza e pode ser encontrado sob diversas formas. Na siderurgia, usa-se carvão mineral, e em alguns casos, o carvão vegetal. O carvão exerce duplo papel na fabricação do aço. Como combustível, permite alcançar altas temperaturas (cerca de 1.500º Celsius) necessárias à fusão do minério. Como redutor, associa-se ao oxigênio que se desprende do minério com a alta temperatura, deixando livre o ferro. O processo de remoção do oxigênio do ferro para ligar-se ao carbono chama-se redução e ocorre dentro de um equipamento chamado alto forno. Antes de serem levados ao alto forno, o minério e o carvão são previamente preparados para melhoria do rendimento e economia do processo. O minério é transformado em pelotas e o carvão é destilado, para obtenção do coque, dele se obtendo ainda subprodutos carboquímicos. No processo de redução, o ferro se liquefaz e é chamado de ferro gusa ou ferro de primeira fusão. Impurezas como calcário, sílica etc. formam a escória, que é matéria-prima para a fabricação de cimento. A etapa seguinte do processo é o refino. O ferro gusa é levado para a aciaria, ainda em estado líquido, para ser transformado em aço, mediante queima de impurezas e adições. O refino do aço se faz em fornos a oxigênio ou elétricos. Finalmente, a terceira fase clássica do processo de fabricação do aço é a laminação. O aço, em processo de solidificação, é deformado mecanicamente e transformado em produtos siderúrgicos utilizados pela indústria de transformação, como chapas grossas e finas, bobinas, vergalhões, arames, perfilados, barras etc. Com a evolução da tecnologia, as fases de redução, refino e laminação estão sendo reduzidas no tempo. O aço é produzido, basicamente, a partir de minério de ferro, carvão e cal. A fabricação do aço pode ser dividida em quatro etapas: preparação da carga, redução, refino e laminação. Fig. 1 (Fluxo do processo de produção de ferro e aço) PREPARAÇÃO DA CARGA Grande parte do minério de ferro (finos) é aglomerada utilizando-se cal e finos de coque. O produto resultante é chamado de sínter. O carvão é processado na coqueria e transforma-se em coque. REFINO Aciarias a oxigênio ouelétricas são utilizadas para transformar o gusa líquido ou sólido e a sucata de ferro e aço em aço líquidas. Nessa etapa parte do carbono contido no gusa é removido juntamente com impurezas. A maior parte do aço líquido é solidificada em equipamentos de lingotamento contínuo para produzir semiacabados, lingotes e blocos. LAMINAÇÃO Os semiacabados, lingotes e blocos são processados por equipamentos chamados laminadores e transformados em uma grande variedade de produtos siderúrgicos, cuja nomenclatura depende de sua forma e/ou composição química. AÇOS ESTRUTURAIS O aço é a mais versátil e a mais importante das ligas metálicas. O aço é produzido em uma grande variedade de tipos e formas, cada qual atendendo eficientemente a uma ou mais aplicações. Esta variedade decorre da necessidade de contínua adequação do produto às exigências de aplicações específicas que vão surgindo no mercado, seja pelo controle da composição química, seja pela garantia de propriedades específicas ou, ainda, na forma final (chapas, perfis, tubos, barras, etc.). Existem mais de 3500 tipos diferentes de aços e cerca de 75% deles foram desenvolvidos nos últimos 20 anos. Isso mostra a grande evolução que o setor tem experimentado. Os aços-carbono possuem em sua composição apenas quantidades limitadas dos elementos químicos carbono, silício, manganês, enxofre e fósforo. Outros elementos químicos existem apenas em quantidades residuais. A quantidade de carbono presente no aço define sua classificação. Os aços de baixo carbono possuem um máximo de 0,3% deste elemento e apresentam grande ductilidade. São bons para o trabalho mecânico e soldagem, não sendo temperáveis, utilizados na construção de edifícios, pontes, navios, automóveis, dentre outros usos. Os aços de médio carbono possuem de 0,3% a 0,6% de carbono e são utilizados em engrenagens, bielas e outros componentes mecânicos. São aços que, temperados e revendidos, atingem boa tenacidade e resistência. Aços de alto carbono possuem mais do que 0,6% de carbono e apresentam elevada dureza e resistência após têmpera. São comumente utilizados em trilhos, molas, engrenagens, componentes agrícolas sujeitos ao desgaste, pequenas ferramentas etc. Na construção civil, o interesse maior recai sobre os chamados aços estruturais de média e alta resistência mecânica, termo designativo de todos os aços que, devido à sua resistência, ductilidade e outras propriedades, são adequados para a utilização em elementos da construção sujeitos a carregamento. Os principais requisitos para os aços destinados à aplicação estrutural são: elevada tensão de escoamento, elevada tenacidade, boa soldabilidade, homogeneidade microestrutural, susceptibilidade de corte por chama sem endurecimento e boa trabalhabilidade em operações tais como corte, furação e dobramento, sem que se originem fissuras ou outros defeitos. TIPOS DE AÇOS ESTRUTURAIS O tipo de aço com a composição química adequada fica definido na aciaria. Os aços podem ser classificados em: aços-carbono, aços de baixa liga sem tratamento térmico e aços de baixa liga com tratamento térmico. Os tipos de aço estruturais são especificados em normas brasileiras e internacionais ou em normas elaboradas pelas próprias siderúrgicas. AÇOS-CARBONO Os aços-carbono são aqueles que não contêm elementos de liga, podendo ainda, ser divididos em baixo, médio e alto carbono, sendo os de baixo carbono (C 0,30%), os mais adequados à construção civil. Destacam-se: - ASTM-A36 – o aço mais utilizado na fabricação de perfis soldados (chapas com t 4,57 mm), especificado pela American Society for Testing and Materials; - NBR 6648/CG-26 - aço, especificado pela ABNT, utilizado na fabricação de perfis soldados e que mais se assemelha ao anterior; - ASTM A572/Gr50 - aço utilizado na fabricação de perfis laminados - NBR 7007/MR-250 - aço para fabricação de perfis laminados, que mais se assemelha ao ASTM A-36; - ASTM-A570- o aço mais utilizado na fabricação de perfis formados a frio (chapas com t 5,84 mm); - NBR 6650/CF-26 - aço, especificado pela ABNT, utilizado na fabricação de perfis estruturais formados a frio que mais se assemelha ao anterior. AÇOS DE BAIXA LIGA SEM TRATAMENTO TÉRMICO Os aços de baixa liga sem tratamento térmico são aqueles que recebem elementos de liga, com teor inferior a 2%, suficientes para adquirirem ou maior resistência mecânica (300 MPa) ou maior resistência à corrosão, ou ambos. São adequados à utilização na construção civil, fazendo-se necessária uma análise econômica comparativa com os aço-carbono, pois estes têm menor resistência, mas menor custo por unidade de peso. A seguir serão destacados os principais deles. COS-AR-COR – aços de alta resistência a corrosão atmosférica, especificado pela COSIPA; USI-SAC - aços de alta resistência à corrosão atmosférica, especificado pela USIMINAS; CSN-COR - aços de alta resistência mecânica e de alta resistência à corrosão atmosférica, especificados pela CSN. AÇOS DE ALTA RESISTÊNCIA E BAIXA LIGA COM TRATAMENTO TÉRMICO Os aços de alta resistência e baixa liga com tratamento térmico são aqueles, que além de possuírem em sua constituição os elementos de liga com teor inferior a 2%, recebem um tratamento térmico especial, posterior à laminação, necessário a adquirirem alta resistência mecânica (300 Mpa). Sua aplicação está restrita a tanques, vasos de pressão, dutos forçados, ou onde os elevados esforços justifiquem economicamente sua utilização. AÇOS SEM QUALIFICAÇÃO ESTRUTURAL Apesar de não serem considerados “aços estruturais”, os tipos de aço especificados pela SAE (Society of Automotive Engineers) são frequentemente empregados na construção civil como componentes de telhas, caixilhos, chapas xadrez e até, indevidamente, em estruturas. Esses tipos de aço são designados por um número de quatro algarismos (por exemplo, SAE 1020), sendo que o primeiro representa o elemento de liga (para o aço-carbono o algarismo é 1), o segundo indica a porcentagem aproximada da liga (zero significa a ausência de liga) e os demais dígitos representam o teor médio de carbono (20 significa 0,20% médio de carbono). A norma brasileira equivalente à SAE é a ABNT NBR 6006:1980 “Classificação por composição química de aço para a construção mecânica”, cuja designação é similar à SAE. Por exemplo, ABNT 1020/NBR 6006 = SAE 1020. Segundo a Norma Brasileira ABNT NBR 14762:2010 “Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio”, a utilização de aços sem qualificação estrutural para perfis é tolerada se o aço possuir propriedades mecânicas adequadas a receber o trabalho a frio. Não devem ser adotados no projeto valores superiores a 180 Mpa e 300 MPa para a resistência ao escoamento fy e a resistência à ruptura fu, respectivamente. CHAPAS E PERFIS CHAPAS É um laminado de aço plano com largura superior a 500mm. Chapas grossas são as de espessura superior a 5 mm, já as finas têm espessura igual ou menor que 5mm. As siderúrgicas produzem chapas grossas com espessuras de 5,00 mm a 150,00 mm, largura de 1,00 m a 3,80 m e comprimento de 6,00 m a 12,00 m. As mais utilizadas são de 2,44 m de largura, 12,00 m de comprimento e espessuras. Já as chapas finas produzidas pelas siderúrgicas têm espessuras de 0,60 mm a 5,00 mm, largura de 1,00 m a 1,50m e comprimento de 2,00 m a 6,00 m. As mais utilizadas na forma plana são de 1,20 m X 2,00 m e 1,20 X 3,00 m. Mas as chapas finas também são oferecidas em forma de bobinas que por sua vez tem menor custo, as espessuras fornecidas seguemna tabela 3.2. Chapas grossas são mais utilizadas na fabricação de perfis soldados, devida à necessidade de equipamento adequado para dobramento em perfis formados a frio. Siderúrgicas Brasileiras que produzem chapas: COSIPA – Companhia Siderúrgica Paulista, USIMINAS, CSN – Companhia Siderúrgica Nacional Arcelor Mittal Tubarão. PERFIS Os perfis são para um projeto, fabricação e montagem os mais importantes dentre vários componentes. Eles são por laminação, por conformação a frio ou por soldagem, e são respectivamente denominados de perfis: laminados, formados a frio e soldados. PERFIS SOLDADOS Perfis soldados são chapas de aço estrutural unida por soldagem a arco elétrico. São muito utilizados na construção de estruturas de aço, devida à possibilidade de se combinar várias espessuras, alturas e larguras reduzindo consideravelmente o peso final da estrutura. Fabricantes de estruturas metálicas produzem os perfis soldados aplicando corte e soldagem nas chapas fabricadas pelas siderúrgicas. Mas o material da solda deve ser compatível com o tipo de aço que será soldado, sendo similar na resistência mecânica à corrosão e demais. A NBR 5884 - "Perfil I estrutural de aço soldado por arco elétrico" apresenta as características geométricas de uma série de perfis I e H soldados e tolerâncias na fabricação. Classificadas como série simétrica e monossimétrica. Série simétrica é a composta por perfis que apresentam simetria na sua seção transversal em relação aos eixos X-X e Y-Y, conforme ilustrado na figura 3.1. Dividida em: - Série CS, formada por perfis soldados tipo pilar, com relação d/bf = 1. - Série CVS, formada por perfis soldados tipo viga- - - Série PS, formada por perfis soldados simétrico. Série monossimétrica é a composta por perfis soldados sem simetria na sua seção transversal em relação ao eixo X-X mas apresentam simetria em relação ao eixo Y-Y, conforme ilustrado na figura 3.1. É dividida em: Série VSM, formada por perfis soldados monossimétricos tipo viga, com diferentes. Série PSM, formada por perfis soldados monossimétricos, inclusive os perfis com larguras de mesas diferentes entre si. Todas as séries têm dimensões indicadas na ABNT NBR 5884, com exceção da PS e da PSM que seguem as demais especificações da Norma Brasileira. PERFIS LAMINADOS Perfis laminados (figura 3.2) são os fabricados a quente nas usinas siderúrgicas e são mais econômicos para edificações de estruturas metálicas, pois dispensam a fabricação “artesanal” dos perfis soldados ou formados a frio. Os perfis laminados fabricados no Brasil dividem-se em duas séries: W e HP. A designação dos perfis é: a série seguida da altura e da massa por unidade de comprimento. Por exemplo: W 310 x 44,5 ou HP 250 x 62. O aço mais comum na fabricação desses perfis é o ASTMA 572 Gr 50, com: fy= 345 MPa e fu =450 MPa. PERFIS ESTRUTURAIS FORMADOS A FRIO Os perfis laminados com medidas que atendam a projetos nem sempre são encontrados por serem pouco procurados, sendo necessária a utilização dos perfis de chapas dobradas, por ter como ser projetado especificamente para cada aplicação. Os perfis formados a frio, por serem compostos por chapas finas, são leves, de fácil fabricação, manuseio e transporte, além de terem resistência e ductilidade adequadas para estruturas civis. Nas estruturas de maior porte, os perfis formados a frio duplos, em seção unicelular (tubular-retangular) também conhecido como seção-caixão, são muito utilizados por resultar em estruturas mais econômicas. Os fatores são, boa rigidez, torção (eliminando travamentos), menor área exposta, (reduzindo a área de pintura), menor área de estagnação de líquidos ou detritos (reduzindo a probabilidade de corrosão). Perfis formados a frio são os feitos do dobramento a frio de chapas. Esse por sua vez pode ser feito de forma contínua ou descontínua. O processo contínuo é realizado a partir do deslocamento longitudinal de uma chapa de aço, sobre os roletes de uma linha de perfilação. Os roletes vão conferindo à chapa, a forma definitiva do perfil. Quando o perfil deixa a linha de perfilação, ele é cortado no comprimento desejado. O processo descontínuo é realizado por uma prensa dobradeira. A matriz da dobradeira é prensada contra a chapa de aço, obrigando-a a formar uma dobra. Esse procedimento é realizado várias vezes sob a mesma chapa, fornecendo à seção do perfil a geometria exigida no projeto. O comprimento do perfil depende da largura da prensa. O dobramento de uma chapa, tanto por perfilação como por dobradeira, provoca um aumento da resistência ao escoamento (fy) e da resistência à ruptura (fu). Isso ocorre devido fenômeno envelhecimento (carregamento até a zona plástica, descarregamento, e posterior, porém não imediato, carregamento), com redução de ductilidade, isto é, o diagrama tensão-deformação sofre uma elevação na direção das resistências limites, mas com um estreitamento no escoamento. A menor ductilidade quer dizer menor capacidade de se deformar; por isso é ideal a chapa ser conformada com raio de dobramento adequado ao material e espessura, para evitar o aparecimento de fissuras. O aumento das resistências ao escoamento e à ruptura se concentra nas curvas quando o processo é descontínuo, pois somente ela está sob carregamento. Já no processo contínuo esse acréscimo atinge outras regiões do perfil, pois na linha de perfilação toda a parte do perfil entre roletes está sob tensão. PROTEÇÃO CONTRA A CORROSÃO Há uma tendência natural do ferro constituinte do aço retornar ao seu estado primitivo de minério, ou seja, combinar com os elementos presentes no meio ambiente (O2 , H2O) formando óxido de ferro. Esse processo começa na superfície do metal e acaba levando à sua total deterioração caso não sejam tomadas medidas preventivas. O mecanismo é o mesmo que ocorre numa bateria, isto é, dois metais imersos em uma solução condutora (eletrólito) provocam a passagem de corrente elétrica e o desgaste de um dos metais. No caso da corrosão atmosférica, o eletrólito é a umidade do ar, com sua condutividade aumentada pela presença da poluição industrial ou marítima. A passagem de corrente ocorre entre regiões diferentes (ânodo e cátodo) do mesmo metal, tais como: áreas cobertas por detritos ou água, pequenas alterações na composição do metal ou variações de temperatura. Na fase de projeto podem-se tomar cuidados para minimizar os problemas da corrosão. Algumas recomendações são citadas a seguir. -evitar a formação de regiões de estagnação de detritos ou líquidos ou, se inevitável, prever furos de drenagem na estrutura. -prever acessos e espaços para permitir a manutenção -preencher com mastiques ou solda de vedação as frestas que ocorrem nas ligações -evitar intermitência nas ligações soldadas -evitar sobreposição de materiais diferentes -evitar que elementos metálicos fiquem semienterrados ou semi-submersos Além dos cuidados em projeto, as principais soluções empregadas para eliminar ou reduzir a velocidade de corrosão a valores compatíveis com a vida útil ou com os intervalos de manutenção dos componentes de aço são: - utilização de aços resistentes à corrosão atmosférica - aplicação de revestimento metálico (zincagem) - aplicação de revestimento não metálico (pintura) AÇOS RESISTENTES À CORROSÃO ATMOSFÉRICA Entre os aços resistentes à corrosão atmosférica destacam-se os aços inoxidáveis, obtidos pela adição de níquel e cromo, porém de uso restrito em edificações devido ao seu custoelevado, e os chamados aços patináveis ou aclimáveis. Os aços patináveis foram introduzidos no início da década de trinta, nos Estados Unidos, para a fabricação de vagões de carga. Dadas às características e qualidades desses aços, rapidamente encontraram aceitação na construção civil. Comercialmente, tais aços receberam o nome de “Corten” e hoje são mundialmente utilizados na construção civil. A maior resistência à corrosão desses aços advém principalmente da adição de cobre e cromo. Cada siderúrgica adota uma combinação própria desse elemento em seus aços comerciais, além de combiná-los com outros elementos, como níquel, vanádio e nióbio. Os aços patináveis, quando expostos à atmosfera, desenvolvem em sua superfície uma camada de óxido compacta e aderente denominada “pátina”, que funciona como barreira de proteção contra a corrosão, possibilitando, assim, sua utilização sem qualquer tipo de revestimento. A formação de pátina protetora ocorre desde que o aço seja submetido a ciclos alternados de umidade (chuva, nevoeiro, umidade) e secagem (sol, vento). Tais efeitos também estão presentes em ambientes internos à edificação, desde que adequadamente ventilados. Em atmosferas industriais pouco agressivas, os aços patináveis apresentam bom desempenho; em atmosferas industriais altamente corrosivas a sua resistência à corrosão é menor do que verificada no caso anterior, porém, sempre superior à do aço-carbono. Nas atmosferas marinhas, até cerca de 600 m da orla marítima, a proximidade do mar influencia na velocidade de corrosão dos aços patináveis, acelerando-a. Nesse tipo de atmosfera, o desempenho desses aços é superior à do aço-carbono, porém as perdas por corrosão são maiores do que em atmosferas industriais. Por isso é recomendada a utilização de revestimento quando o material encontra-se em atmosfera marinha severa ou moderada. A maior aplicação dos aços patináveis tem sido em atmosfera urbanas, onde podem ser utilizados sem revestimento. No entanto, os aços patináveis revestidos têm suas características de resistência à corrosão sinergicamente ampliadas, aumentando o período para manutenção. Por esse aspecto, eles são muito empregados também com revestimento. GALVANIZAÇÃO O fenômeno da corrosão é sempre precedido pela remoção de elétrons do ferro, formando os cátions Fe++. A facilidade de ocorrer essa remoção é variável de metal para metal recebe o nome de potencial de oxidação de eletrodo. O zinco tem maior potencial do que o ferro. Assim, se os dois forem combinados, o zinco atuará como ânodo e o ferro como cátodo. Essa característica é utilizada como artifício para se prevenir a corrosão do aço e nela baseia-se o método de proteção pelo uso do zinco. O aço revestido com zinco, na verdade, está protegido de duas maneiras distintas: Se a camada de zinco se mantiver contínua, ou seja, sem qualquer perfuração, a mesma atua como uma barreira evitando que o oxigênio e a água entrem em contato com o aço, inibindo assim a oxidação. Caso ela tenha qualquer descontinuidade e na presença do ar atmosférico, que possui umidade, o zinco passa a atuar como ânodo, corroendo-se em lugar do ferro. Essa propriedade confere à peça maior durabilidade uma vez que a corrosão do zinco é de 10 a 50 vezes menos intensa do que a do aço na maioria das áreas industriais e rurais e de 50 a 350 vezes em área marinhas. PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO Há muito se sabe que o aço sofre redução de resistência com o aumento de temperatura. No século XIX, quando edifícios de múltiplos andares de aço começaram a ser construídos, o concreto era utilizado como material de revestimento do aço, sem função estrutural, mas, com grandes espessuras, em vista de o concreto não ser um isolante ideal. Anos após, o concreto, além de revestimento, foi também aproveitado como elemento estrutural, trabalhando em conjunto com o aço para resistir aos esforços. Surgiram então as estruturas mistas de aço e concreto. Mais tarde, iniciou-se a construção de edifícios de múltiplos andares de concreto armado. De início, não se supunha que o concreto armado também poderia ter problemas com temperaturas elevadas. Em 1948, Mörch escreve interessante artigo alertando para a necessidade de verificação de estruturas de concreto armado em incêndio, associando-a apenas à armadura no seu interior. Hoje, se reconhece que a capacidade resistente do aço, do concreto, da madeira, da alvenaria estrutural e do alumínio em situação de incêndio é reduzida em vista da degeneração das propriedades mecânicas dos materiais ou da redução da área resistente. O aço e o alumínio têm resistência e módulo de elasticidade reduzidos quando submetidos a altas temperaturas. O concreto, além da redução da resistência, perde área resistente devido ao “spalling”. O “spalling” é um lascamento da superfície do elemento de concreto, devido à pressão interna da água ao evaporar-se e ao comportamento diferencial dos materiais componentes do concreto. Em concretos de alta resistência pode ocorrer o “spalling” explosivo, pela maior dificuldade de percolação da água. O “spalling” reduz a área resistente do concreto e expõem a armadura ao fogo. Os elementos de madeira sofrem carbonização na superfície exposta ao fogo, reduzindo a área resistente e realimentando o incêndio. A região central recebe proteção proporcionada pela camada carbonizada, atingindo baixas temperaturas. Apesar de a redução das propriedades mecânicas do concreto e da madeira ser mais acentuada, em função da temperatura, do que a do aço, deve-se lembrar que a temperatura média atingida por um elemento isolado de aço em incêndio é, geralmente, maior do que a dos outros dois materiais. A ABNT NBR 14432:2000 “Exigências de resistência ao fogo dos elementos construtivos das edificações” fornece a mínima resistência ao fogo requerida para as estruturas. No Estado de São Paulo, bem como em outros estados brasileiros, há exigência legal para a verificação das estruturas em situação de incêndio. A ABNT NBR 14323:2012 “Dimensionamento das estruturas de aço em situação de incêndio” e a ABNT NBR 15200:2012 “Projeto de estruturas de concreto em situação de incêndio” fornecem os procedimentos para o dimensionamento das estruturas formadas por ambos os matérias. Valores dos fatores de redução para o limite de escoamento e o módulo de elasticidade do aço com a temperatura, como previstos pela NBR 14323. A NBR 14323 ainda prevê que caso algum aço estrutural possua variação do limite de escoamento ou do módulo de elasticidade com a temperatura diferente da apresentada na figura acima, os valores próprios deste aço poderão ser utilizados. Para se aumentar o tempo necessário para que a temperatura crítica seja alcançada, ou seja, para se aumentar o tempo de resistência ao fogo recorre-se, muitas vezes, à aplicação de materiais isolantes térmicos por sobre a superfície dos componentes estruturais. Alguns materiais utilizados como isolantes térmicos são, por exemplo, lã de rocha, revestimentos intumescentes, argamassas, placas, fibras minerais, etc.. A título de exemplo, assumindo um tempo de resistência ao fogo de 3 horas para um edifício de grande porte em aço estrutural comum, seria necessária uma camada de cerca de 50 mm de isolamento térmico na superfície dos elementos estruturais para que a temperatura nos mesmos não supere os 550º C. Por outro lado, a utilização de materiais isolantes implica em alguns efeitos indesejáveis. A utilização da camada de isolamento térmico pode onerar em cerca de 10 a 30% ocusto total da estrutura metálica utilizada, reduzindo a competitividade da construção metálica. PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS AÇOS ESTRUTURAIS DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO Uma barra metálica submetida a um esforço crescente de tração sofre uma deformação progressiva de extensão. A relação entre a tensão aplicada e a deformação linear específica de alguns aços estruturais pode ser vista no diagrama de tensão-deformação abaixo: Até certo nível de tensão aplicada, o material trabalha no regime elástico- linear, isto é, segue a lei de Hooke e a deformação linear específica é proporcional ao esforço aplicado. A proporcionalidade pode ser observada no trecho retilíneo do diagrama tensão deformação, a seguir, e a constante de proporcionalidade é denominada módulo de deformação longitudinal ou módulo de elasticidade. Ultrapassado o limite de proporcionalidade (fp)1, tem lugar a fase plástica, na qual ocorrem deformações crescentes sem variação de tensão (patamar de escoamento). O valor constante dessa tensão é a mais importante característica dos aços estruturais e é denominada resistência ao escoamento. Até certo nível de tensão aplicada, o material trabalha no regime elástico- linear, isto é, segue a lei de Hooke e a deformação linear específica é proporcional ao esforço aplicado. Após o escoamento, a estrutura interna do aço se rearranja e o material vai ao encruamento, em que se verifica novamente a variação de tensão com a deformação específica, porém de forma não linear. O valor máximo da tensão antes da ruptura é denominado resistência à ruptura do material. A resistência à ruptura do material é calculada dividindo-se a carga máxima que ele suporta, antes da ruptura, pela área da seção transversal inicial do corpo de prova. Observa-se que fu é calculado em relação à área inicial, apesar de o material sofrer uma redução de área quando solicitada à tração. Embora a tensão verdadeira deva ser calculada considerando-se a área real, a tensão tal como foi definida anteriormente é mais importante para o engenheiro, pois os projetos são feitos com base nas dimensões iniciais. Em um ensaio de compressão, sem a ocorrência de instabilidades, obtém-se um diagrama tensão-deformação similar ao do ensaio de tração. ELASTICIDADE Uma peça de aço sob efeito de tensões de tração ou de compressão sofre deformações, que podem ser elásticas ou plásticas. Tal comportamento se deve à natureza cristalina dos metais, pela presença de planos de escorregamento de menor resistência mecânica no interior do reticulado. Elasticidade de um material é a sua capacidade de voltar à forma original em ciclo de carregamento e descarregamento. A deformação elástica é reversível, ou seja, desaparece quando a tensão é removida. A deformação elástica é consequência da movimentação dos átomos constituintes da rede cristalina do material, desde que a posição relativa desses átomos seja mantida. A relação entre os valores da tensão e da deformação linear específica, na fase elástica, é o módulo de elasticidade, cujo valor é proporcional às forças de atração entre os átomos. Nos aços, o módulo de elasticidade vale aproximadamente, 20 000 kN/cm². PLASTICIDADE Deformação plástica é a deformação permanente provocada por tensão igual ou superior à fp - resistência associada ao limite de proporcionalidade. É o resultado de um deslocamento permanente dos átomos que constituem o material, diferindo, portanto, da deformação elástica, em que os átomos mantêm as suas posições relativas. A deformação plástica altera a estrutura interna do metal, tornando mais difícil o escorregamento ulterior e aumentando a dureza do metal. Esse aumento na dureza por deformação plástica, quando a deformação supera ἑ s , é denominado endurecimento por deformação a frio ou encruamento e é acompanhado de elevação do valor da resistência e redução da ductilidade do metal. DUCTILIDADE Ductilidade é a capacidade dos materiais de se deformar sem se romper. Pode ser medido por meio do alongamento ( ἑ) ou da estricção, ou seja, a redução na área da seção transversal do corpo de prova. Quanto mais dúctil o aço, maior será a redução de área ou o alongamento antes da ruptura. A ductilidade tem grande importância nas estruturas metálicas, pois permite a redistribuição de tensões locais elevadas. As barras de aço sofrem grandes deformações antes de se romper, o que na prática constitui um aviso da presença de tensões elevadas. TENSÕES RESIDUAIS As diferentes velocidades de resfriamento, após a laminação, conforme o grau de exposição, da chapa ou perfil laminado, leva ao aparecimento de tensões que permanecem nas peças, recebendo o nome de tensões residuais ( σr). Em chapas, por exemplo, as extremidades resfriam-se mais rapidamente que a região central, contraindo-se; quando a região central da chapa resfria-se, as extremidades, já solidificadas, impedem essa região de contrair-se livremente. Assim, as tensões residuais são de tração na região central e de compressão nas bordas. Essas tensões são sempre normais à seção transversal das chapas e, evidentemente, tem resultante nula na seção. As operações executadas posteriormente nas fábricas de estruturas metálicas envolvendo aquecimento e resfriamento (soldagem, corte com maçarico, etc.) também provocam o surgimento de tensões residuais. Esse é o caso dos perfis soldados onde, nas regiões adjacentes aos cordões de solda, permanecem tensões longitudinais de tração após o resfriamento. Por simplicidade, a norma NBR 8800 indica um valor único a ser adotado para a tensão residual em vigas, σr = 0,3 fy, para tração ou para compressão. Portanto o diagrama tensão- deformação didaticamente adotado para projeto é o apresentado na abaixo. DEFORMAÇÃO EM ESTRUTURA METALICA ENVOLMENTO TEMPERATURA COMPORTAMENTO A estrutura metálica apresentam duas variáveis envolvidas em cálculos de resistência dos materiais, as propriedades inerentes ao tipo de material, e pelas suas propriedades geométricas, que dependem do seu tamanho. Os derivados de aço utilizados nas construções são caracterizados por um parâmetro que exprime sua resistência como Resiliência e pela sua composição química, a quantidade de carbono que pode variar entre 0,05 e 0,4. O aço mantém sua característica básica ao ser submetido a altas temperaturas, desde que esta temperatura esteja dentro de sua tolerância, ao contrario de materiais como a alvenaria e concreto. Porem, sob elevadas temperaturas, de forma semelhante ao que ocorre com outros materiais usado em construções, o aço sofre perda de resistência e rigidez, além de se expandir; suas propriedades mecânicas e térmicas irão variar com a elevação térmica. Vários estudos têm sido conduzidos para a determinação das curvas tensão- deformação, para o aço a altas temperaturas (como em BROCKENBROUGH, 1970, RUBERT & SCHAUMANN, 1985A, KIRBY & PRESTON, 1988, OUTINEN et al1997, MÄKELÄINEN et al., 1998). Existem dois métodos de se determinar experimentalmente as curvas tensão- deformação a temperaturas elevadas: Isotérmico, em que a amostra é submetida a uma temperatura constante, com uma deformação aplicada a uma taxa constante. Esse tipo de ensaio tem sido usado tradicionalmente para aplicações em engenharia mecânica. Anisotérmico, em que a amostra é submetida a uma carga constante e a taxa de aquecimento é induzida em quantidades pré-determinadas. As deformações resultantes são medidas, descontando-se os efeitos das deformações térmicas,obtidos com a amostra sem carga, e sujeita às mesmas condições de temperatura. As curvas tensão-deformação, para determinadas temperaturas, são obtidas por interpolação, a partir de uma família de curvas com diferentes tensões. A taxa de aquecimento usada geralmente é de 10°C/min (LAWSON & NEWMAN, 1996). O deslocamento dos gases, durante um incêndio, contribui para uniformizar a temperatura em volumes em áreas, admitindo-se que a altura do compartimento é pouco variável com a ocupação. AÇO: PROPRIEDADES TÉRMICAS CALOR ESPECÍFICO Representa a quantidade de calor necessária para elevar 1 grau Celsius temperatura de um quilograma de material. É medido em J/kg·K. (na figura abaixo, o Ca se encontra em vermelho para modelos de cálculo mais complexo e preto para modelos simples). Relação entre calor específico e temperatura. Fonte: PONTICELLI. A densidade do aço, independentemente das variações de temperatura, vale: 7850 kg/m³. RELAÇÕES TENSÃO - DEFORMAÇÃO O comportamento mecânico estrutural dos aços são caracterizados por uma constitutiva tração simétrica e de compressão, no qual é possível identificar três fases: 1) Fase linear elástica, na qual a deformação é reversível e o material alcança tensão de escoamento. 2) Fase plástica em que a deformação é permanente e a carga cresce quase constantemente (até alcançar, ou seja, mantendo-se E); 3) Fase de tremulação no diagrama: o ensaio muda de estado; as distâncias intermoleculares aumentam; 4) Fase de endurecimento em que a carga começa a subir até atingir a carga máxima (tensão de ruptura). Atingido esse limite de resistência, devido ao fenômeno da estricção, a tensão começa a diminuir até alcançar o máximo de deformação. Em seguida, ocorre a crise devido à deformação do material em excesso. É importante destacar que a tendência de queda da curva é apenas uma consequência da contração lateral que ocorre com o fenômeno da estricção. Relação entre carga e deformação. Fonte: SETTI. No caso das estruturas que recebem um aumento de temperatura, as relações constitutivas que caracterizam seu comportamento mecânico não apresentam um valor definido de tensão de escoamento ou uma fase plástica com o aumento da deformação e tensão constante; as relações tensão - deformação do aço a altas temperaturas são mostradas na figura abaixo: Relação entre tensão e deformação. Fonte: http://www.amonnfire.it As variáveis dos gráficos acima são definidas em função das propriedades equivalentes do aço frio por um coeficiente redutor k. COEFICIENTES DE REDUÇÃO (K) DO AÇO: Variação da característica mecânica de aços expostos ao fogo. Fonte: adaptado de http://www.amonnfire.it. Note-se que o limite de elasticidade do aço atinge a metade do seu valor quando a temperatura chega a 600 °C (gráfico acima). A condição de colapso ocorre quando a resistência do material, devido ao aumento da temperatura causada pela exposição ao fogo, cai abaixo da tensão induzida por forças externas: a tensão dentro do elemento não varia com o tempo, pois a carga aplicada e a geometria da seção permanecem constantes. Curiosamente, como acontece com outros materiais estruturais, como a madeira, o comportamento ao fogo é exatamente oposta ao caso do aço: na verdade, a tensão interna na madeira aumenta inexoravelmente (sob carga constante) por causa de redução da seção transversal devido à carbonização, enquanto que a resistência do material mantem-se praticamente inalterada com o aumento da temperatura. BIBLIOGRAFIA http://grupo2metalica.no.comunidades.net/index.php?pagina=1601237184_05 ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMASTÉCNICAS. NBR 5628: Componentes Construtivos Estruturais – Determinação da Resistência ao Fogo – Método de Ensaio. Rio de Janeiro, Nov. 1980. 12 páginas. 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