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INFILTRAÇÃO Henrique Bernini, Agosto - 2012 MODIFICADO DE CARNEIRO, UFCG Ciclo Hidrológico BALANÇO HÍDRICO � Superficial: •P + Rg – R - E – T – I = Variação de volume/tempo; � Subterraneo: •I + G1 – G2 – Eg – Tg – Rg = Variação do volume do aquifero/tempo BALANÇO HÍDRICO NO SOLO ∆V = P − Q − G − ET onde ∆V é a variação de volume de água armazenada no solo; P é a precipitação; Q é o escoamento superficial; G é a percolação e ET é a evapotranspiração. INFILTRAÇÃO � Infiltração é a passagem de água da superfície para o interior do solo. Pode-se definir também como sendo o fenômeno de penetração da água nas camadas de solo próximas à superfície do terreno, movendo-se para baixo, através de vazios, sob a ação da gravidade, até atingir uma camada suporte que a retém, formando então a água do solo. � O processo de infiltração define a entrada de água no solo. � Já o movimento da água dentro do perfil é comumente referido como percolação Hidrologia 1 - Infiltracao COMPOSIÇÃO DO SOLO É um fenômeno que depende: � Da água disponível para infiltrar � Da natureza do solo � Do estado da superfície � Das quantidades de água e ar, inicialmente presentes no solo � Enquanto há aporte de água, o perfil de umidade tende à saturação em toda a profundidade, sendo a superfície, naturalmente, o primeiro nível a saturar. � Quando o aporte de água à superfície cessa (precipitação para), isto é, deixa de haver infiltração, a umidade no interior do solo se redistribui, evoluindo para um perfil de umidade inverso, com menores teores de umidade próximo à superfície e maiores nas camadas mais profundas. Figura - Perfil de umidade em um solo Solo saturado Lençol freático Solo não saturado Precipitação fase final depois da chuva ter terminado Fase inicial quando a chuva alimenta o solo Capacidade de Infiltração � Capacidade de infiltração é a capacidade que tem o solo para penetração de água no solo. A infiltração que pode ocorrer se houver precipitação maior ou igual a esta taxa; � Quando P (precipitação) > Ic (capacidade de infiltração, a Ir (infiltração real) = Ic � Quando P < Ic, Ir = P Períodos em que P > Ic � A infiltração da água no solo pode ser considerada como sendo a sequência das três seguintes fases: �A entrada da água pela superfície; �A percolação da água através do perfil do solo; �A relação da capacidade de armazenamento da água no solo. FATORES QUE INTERVÊM NA INFILTRAÇÃO 1-Permeabilidade do solo: Por exemplo a presença de argila no solo diminui sua porosidade, não permitindo uma grande infiltração. 2-Cobertura vegetal: Um solo coberto por vegetação é mais permeável do que um solo desmatado. 3-Inclinação do terreno: em declividades acentuadas a água corre mais rapidamente, diminuindo o tempo de infiltração. 4- Tipo de chuva: Chuvas intensas saturam rapidamente o solo, ao passo que chuvas finas e demoradas têm mais tempo para se infiltrarem. 5- Umidade do Solo: Por exemplo em um solo mais úmido a infiltração é menor do que um solo mais seco. 6- Temperatura Escoamento no solo é laminar (tranqüilo) em função da viscosidade da água. Quanto maior a temperatura maior a infiltração de água no solo CAPACIDADE DE INFILTRAÇÃO (ou TAXA DE INFILTRAÇÃO) � Capacidade de infiltração é a quantidade máxima de água que um solo em determinadas condições pode absorver. Ela varia no decorrer da chuva. � Se uma precipitação atinge o solo com a uma intensidade menor que a capacidade de infiltração toda a água penetra no solo, provocando uma progressiva diminuição da própria capacidade de infiltração, já que o solo está se umedecendo. onde fo = é a capacidade de infiltração inicial (t = 0) fc = é a capacidade de infiltração final (para um tempo tendendo ao infinito) k = é uma constante empírica para cada curva f = é a capacidade de infiltração depois do tempo t. t - tempo transcorrido desde o início da chuva. e - base dos log. neperianos MÉTODO DE HORTON f=f c+( f 0� f c )⋅e �k⋅t f(mm/h) t(h) K1 (arenoso) K2(argiloso) k A medida que a precipitação continua a capacidade de infiltração do solo passa a decrescer a ponto da parcela que não é mais infiltrada escoa superficialmente. Escoamento � É a velocidade média do escoamento da água através de um solo saturado, determinada pela relação entre a quantidade de água que atravessa a unidade de área do material do solo e o tempo . � Depende da Permeabilidade e do gradiente hidraulico e é determinada pela Lei de Darcy. VELOCIDADE DE FILTRAÇÃO � A Lei de Darcy rege o escoamento da água nos solos saturados, e é representada pela seguinte equação: Onde: V é a velocidade de infiltração; K é a condutividade hidráulica (medida através de permeâmetros); h é a Carga Piezométrica ou Altura Piezométrica (altura da água de um aqüífero confinado medida num piezômetro). V=K⋅ dh dx PRECIPITAÇÃO GERAÇÃO DO ESCOAMENTO INFILTRAÇÃO Escoa Superficialmente sobre as encostas Atinge a Rede de Drenagem Evaporação, Captada nas depressões Armazenamento no solo Escoamento Sub-Superficial Escoamento Subterâneo Evaporação, Transpiração ESCOA NOS RIOS, ATÉ O EXUTÓRIO Atinge a Rede de Drenagem Métodos de Medição da Capacidade de Infiltração � MÉTODO DO INFILTRÔMETRO DE DUPLO-ANEL � Consiste de dois anéis concêntricos MÉTODO DO INFILTRÔMETRO DE DUPLO-ANEL � Os anéis devem ser instalados no solo com o auxilio de uma marreta. � Coloca-se água, ao mesmo tempo nos dois anéis. � E com uma régua graduada acompanha-se a infiltração vertical no cilindro interno para vários intervalos de tempo. � A capacidade de infiltração é calculada por: Onde: V é o volume infiltrado; a é area do cilindro interno (cm); h é altura de água infiltrada (cm); f é a capacidade de Infiltração instantânea (mm/h); V=h .a h= V a f= 60 h t Transforma mm/h � O gráfico da capacidade de infiltração é do tipo t x I (Capacidade de Infiltração em função do tempo). Onde: It é a capacidade de Infiltração (mm/h) ; t é o tempo (h); 40,00 50,00 60,00 Capacidade de Infiltração Método da Vala – NBR 7229 Originalmente normatizado para dimensionamento de sumidouros, o método permite o cálculo da Capacidade de infiltraçao Ci, pela fórmula: Ci= 490 t+2,5 Onde: Ci é a Capacidade de infiltraçao do solo em L/m2.dia; t é o tempo dispendido para infiltraçao de uma lamina de 1 cm de agua na vala. Método da Vala – NBR 7229 Método da Curva Número (CN) Este método foi proposto pelo Soil Conservation Service (SCS) e permite determinar a capacidade de armazenamento do solo (S) em função do grupo de solo (A, B, C ou D), da umidade antecedente e do uso do solo pela equação: S= 25400 CN �254 Onde: S é a retenção potencial do solo (mm) e despende do tipo de solo; CN é o valor da curva número e é função do grupo de solo, umidade antecedente e uso do solo. Método da Curva Número (CN) O CN depende de 3 fatores: � Tipo de solo (A, B, C ou D); � Uso do solo (agrícola, urbano, etc); � Umidade antecedente do solo � Condição I (seca: P5dias < 13 mm) � Condição II (normal: 13 < P5dias < 53 mm) � Condição III (úmida: P5dias > 53 mm) GRUPOS HIDROLÓGICOS DE SOLOS Grupo A – Solos arenosos profundos; tem alta capacidade de infiltração e geram pequenos escoamentos; Grupo B – Solos franco arenosos pouco profundos; tem menor capacidade de infiltração e geram maiores escoamentos do que o solo A; Grupo C – Solos franco argilosos; tem menor capacidade de infiltração e geram maiores escoamentodo que A e B. Grupo D – Solos argilosos expansivos; tem baixa capacidade de infiltração e geram grandes escoamentos. Método da Curva Número (CN) Valores CN (condição II – 13 <P5dias < 53mm): Uso do solo Superfície A B C D Solo lavrado Com sulcos retilíneos 77 86 91 94 Em fileiras retas 70 80 87 90 Plantações regulares Em curva de nível 67 77 83 87 Terraceado em nível 64 76 84 88 Em fileiras retas 64 76 84 88 Plantações de cereais Em curva de nível 62 74 82 85 Terraceado em nível 60 71 79 82 Em fileiras retas 62 75 83 87 Plantações de legumes ou cultivados Em curva de nível 60 72 81 84 Terraceado em nível 57 70 78 89 Pobres 68 79 86 89 Normais 49 69 79 94 Boas 39 61 74 80 Método da Curva Número (CN) Uso do solo Superfície A B C D Pastagens Pobres, em curva de nível 47 67 81 88 Normais, em curva de nível 25 59 75 83 Boas, em curva de nível 6 35 70 79 Esparsas, de baixa transpiração 45 66 77 83 Normais 36 60 73 79 Densas, de alta transpiração 25 55 70 77 Chácaras Estradas de Terra Normais 56 75 86 91 Más 72 82 87 89 De superfície dura 74 84 90 92 Florestas Muito esparsas, baixa transpiração 56 75 86 91 Esparsas 46 68 78 84 Densas, alta transpiração 26 52 62 69 Normais 36 60 70 76 Valores CN (condição II – 13 <P5dias < 53mm): Método da Curva Número (CN) Valores CN para as condições I e III de umidade antecedente = f(CN da condição II): CONDIÇÃO I – solos secos – as chuvas nos últimos 5 dias não ultrapassam 13 mm. CONDIÇÃO II – situação média na época das cheias – as chuvas nos últimos 5 dias totalizaram entre 13 e 53 mm. CONDIÇÃO III – solo úmido (próximo da saturação) – as chuvas nos últimos 5 dias foram superiores a 53 mm e as condições meteorológicas forma desfavoráveis a altas taxas de evaporação. Método da Curva Número (CN) CN da Condição I: CN da Condição III: CN ( I )= 4,2⋅CN ( II ) 10�0,058⋅CN ( II ) CN ( III )= 23⋅CN ( II ) 10+0,13⋅CN ( II ) Conclusões � Infiltração é um processo que ocorre na camada superior do solo � Tem analisado e equacionado dentro de um visão pontual; � Para uma bacia hidrográfica ou uma área maior tem importante variabilidade espacial � O uso de uma equação de infiltração numa superfície como uma bacia apresenta grandes incertezas � Outra fonte importante de incertezas está relacionado com a determinação dos parâmetros que variam no tempo e no espaço.
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