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Profa. Débora Spenassato E-mail: dspenassato@furg.br TESTES DE HIPÓTESES - Inferência a partir de uma amostra Teste de hipótese para a Média com σ conhecido http://conceito.de/hipotese Quando o valor do desvio padrão populacional é conhecido, a população original for normal ou n grande, com base no teorema central do limite podemos afirmar que a distribuição amostral da média segue uma distribuição normal e a estatística de teste é dada pela seguinte expressão: n X Zcal Exemplo 1 Um fabricante utiliza uma máquina para encher as embalagens de café. A máquina está funcionando adequadamente se colocar 700 g de café em pó em cada embalagem. A fim de verificar a calibragem da máquina, a empresa coletou uma amostra aleatória de 40 embalagens. Esta amostra apresentou uma média de 698 g. Sabe-se que o desvio padrão da população é de 10 g. Teste a hipótese de que o peso médio das embalagens na população é de 700 g, a um nível de significância de 5 %. A afirmação é igualdade! Solução: 1. Retire os dados do problema: 2. Formule as hipóteses Ho e H1 (lembre-se que a hipótese nula é aquela que contém o sinal de igual): Ho: = 700 (afirmação) H1: ≠ 700 3. Determine o valor crítico: o teste é bilateral; áreas nas extremidades da curva de 0,025 cada uma. Com o auxílio da tabela normal padronizada obtemos o valor crítico 4. Calcule a estatística de teste: 26,1 4010 700698 n X Zcal 5. Tome a decisão (rejeitar Ho ou não): Podemos verificar que o Zcal = -1,26 está dentro da área de não rejeição de H0, pois encontra- se entre -1,96 e +1,96. 6. Interpretação: Não há evidências suficientes para garantir a rejeição da afirmativa de que o peso médio em cada embalagem é de 700 g. Logo, não há necessidade de parar a linha de produção para calibrar a máquina. Não rejeitar a hipótese nula, ao nível de significância de 5%. Decisão com base no valor crítico Exemplo 1 – decisão baseada no P-valor Calcule a estatística de teste: 26,1 4010 700698 n X Zcal P = 0,1038 x 2 (bilateral) = 0,2076 que corresponde a área da curva normal P > = não rejeitar H0 0,2076 > 0,05 698 g 702 g • A probab. de ter ocorrido ao acaso valores menores de 698g e maiores de 702g é alta. Por isso, não rejeitar Ho (µ=700g). Logo, esses valores da amostra podem ter ocorrido ao acaso e não tem muita “força” para demonstrar que houve mudança a ponto de rejeitar Ho em favor de H1. • Se a probab. de ter ocorrido ao acaso valores menores de 698g e maiores de 702g fosse muito baixa (menor que α), rejeitaria Ho (µ=700g). Ou seja, é um resultado que raramente ocorreria se Ho fosse verdadeira, sendo esta uma boa evidência de que a afirmativa não seja verdadeira. “Se aconteceu, não foi ao acaso, é porque há indícios de que houve mudança”. Valor de P ≤ α → rejeitar H0 Valor de P > α → não rejeitar H0 O gerente de um Resort Hotel afirma que os hóspedes gastam, em média, mais de R$ 500,00 durante um final de semana. Para testar a afirmação do gerente foi selecionada, aleatoriamente, uma amostra de 30 hóspedes, obtendo-se uma média de R$ 530,00. Sabe-se que o desvio padrão populacional dos gastos dos hóspedes é de R$ 45,00. Use α = 5%. 1. Formule as hipóteses Ho e H1 H0 : μ = 500 H1 : μ > 500 (O gerente afirma que os hóspedes gastam mais de R$ 500,00) Exemplo 2 A afirmação é de desigualdade! •Interpretação: Há evidências suficientes para apoiar a afirmativa do gerente de que os hóspedes gastam mais de R$ 500,00. 2. Determine o valor crítico para α = 5% corresponde a 1,64 na tabela 3. Calcule a estatística de teste 4. Tome a decisão Rejeita-se Ho ao nível de significância de 5% 65,3 3045 500530 n X Zcal Você acredita que o consumo médio anual de energia elétrica (em Kwh) nas residências de Rio Grande é menor do que 350. Sabe-se que o desvio padrão de consumo é 50 kwh na cidade. Para testar isso, fez-se um levantamento de 30 residências, ao acaso, que mostrou consumo médio de 330 kwh e desvio padrão de 42. Sendo α = 0,1, você pode confirmar sua alegação? Exemplo 3 Rejeitar H0. 19,2calZ Sim, há evidências para confirmar a afirmativa... Teste de hipótese para a Média com σ desconhecido Para amostras cujo desvio padrão da população é desconhecido, a distribuição a ser usada no cálculo de testes de hipóteses é a distribuição t de Student, desde que possamos considerar que a população tem distribuição normal ou aproximadamente normal. Neste caso, a estatística do teste será dada por: nS X tcal / Exemplo 1 Há 12 anos o número médio de horas gasto assistindo TV, por família da população, foi relatado como sendo de, no máximo, 6,8 horas por dia. Uma emissora de televisão alega que o tempo médio gasto assistindo TV aumentou nos últimos anos. Uma amostra aleatória de 22 famílias forneceu um tempo médio gasto diante da televisão de 7,5 horas por dia com desvio padrão amostral de 1,8 horas por dia. Teste a alegação da emissora de televisão. Use um nível de significância de 1%. A afirmação é de desigualdade! Determine o valor crítico: O teste é unilateral à direita (>). Na tabela da distribuição t de Student vamos procurar o valor de g.l. = 21 e área 0,01. t = 2,518 (positivo, pois está a direita de zero) Calcule a Estatística de Teste Decisão: Não rejeitar Ho. Não há evidência suficiente para apoiar a afirmativa da emissora de TV de que o tempo médio gasto assistindo TV aumentou nos últimos anos. Formule as hipóteses Ho e H1 Ho: µ ≤ 6,8 h H1: µ > 6,8 h Solução: 82,1 22/8,1 8,65,7 / nS X tcal Em um anúncio, uma pizzaria alega que o tempo médio de entrega é inferior a 30 minutos. Uma amostra aleatória de 36 tempos de entregas tem uma média amostral de 28,5 minutos e um desvio padrão de 3,5 minutos. Há evidências suficientes para confirmar a alegação com α = 0,05? Exemplo 2 6896,1 57,2 c cal t t Rejeitar H0 Testes de Hipóteses para Proporções p cal pp Z ˆ ˆ n pq n x p p ˆeˆonde A proporção da população, simbolizada por p é um parâmetro populacional. Para a proporção podemos ter três formas para um teste de hipótese, são eles: H0: p = p0 H1: p ≠ p0 ou H1: p < p0 ou H1: p > p0 O p0 é um valor hipotético para a proporção da população. Estatística de teste para a proporção: O fabricante de uma droga medicinal afirma que ela é 90% eficaz na cura de uma alergia, em um período de 8 horas. Em uma amostra de 200 pessoas que tinham alergia, a droga curou 160 pessoas. Determine se a afirmação do fabricante é verdadeira. Usar α = 5 %. Exemplo 1 Dados: p = 0,9 q = 0,1 n = 200 8,0 200 160 ˆ p Ho: p = 0,9 H1: p < 0,9 Solução: A afirmação é de igualdade! Solução: Exemplo 2 Num clube de futebol da cidade, apenas 20% do pessoal que assiste aos jogos são mulheres. Em um esforço para aumentar essa proporção, o clube utilizou uma promoção especial. Após certo período foiselecionada uma amostra aleatória de 500 pessoas, dos quais 150 eram mulheres. Teste a hipótese de que a proporção de mulheres que assistem aos jogos no clube de futebol aumentou com a nova promoção. Use nível de significância de 10%. Rejeita-se Ho ao nível de significância de 10%. Zcalc=5,59 Testes de Hipóteses para a variância ou desvio padrão populacional Para testar hipóteses sobre a variância (σ2) ou desvio padrão populacional (σ), usamos a distribuição qui-quadrado (teste ). 2 Afirmativas sobre o desvio padrão populacional: • Os escore QI de estudantes de faculdade têm um desvio padrão menor do que 15, que é o desvio padrão da população em geral. • Os professores de colégios têm rendas anuais com um desvio padrão que é maior do que R$ 10.000,00. • O desvio padrão da vida útil de uma lâmpada comum é de 2.000 horas. A distribuição 2 Propriedades da Distribuição: 1. Todos os valores de χ2 são não negativos e a distribuição não é simétrica; ou seja, a relação entre área na cauda e valor da abscissa precisa ser feita em cada lado da distribuição; 2. Há uma distribuição χ2 diferente para cada número de graus de liberdade. Triola (2017) Valores críticos para testes unilaterais e bilaterais Os valores críticos são encontrados na Tabela χ2, usando graus de liberdade, g.l.=n–1. 1) Unilateral à direita: use valor crítico correspondente aos g.l. e 1-α; 2) Unilateral à esquerda: use valor crítico correspondente aos g.l. e α; 3) Bilateral: use os valores correspondente aos g.l. e α/2 e 1- α/2. Notação n = tamanho amostral s = desvio padrão amostral s2 = variância amostral σ = valor suposto do desvio padrão populacional σ2 = valor suposto da variância populacional Requisitos para o teste 1. A amostra é uma amostra aleatória simples. 2. A população tem distribuição normal. Estatística de Teste é dada por: Para encontrar os valores críticos, usamos a tabela. 2 2 2 )1( sn cal Teste para Variância Muitas vezes há interesse em verificar possíveis alterações na variabilidade. Nesses casos, o teste pode ser feito com as hipóteses: No caso de teste unilateral, a hipótese alternativa seria: • Unilateral à direita: • Unilateral à esquerda: 22 1 22 0 0 0 : : H H 22 1 22 1 0 0 : : H H O tempo para transmitir 10 MB em determinada rede de computadores varia segundo um modelo com distribuição normal, com média de 7,4 segundos e variância de 1,3. Depois de algumas mudanças na rede, acredita-se numa redução no tempo de transmissão de dados, além de uma possível alteração na variabilidade. Foram realizados 10 ensaios independentes com um arquivo de 10 MB e foram anotados os tempos de transmissão (em segundos). 6,8 7,1 4,9 7,5 6,3 6,9 7,2 7,6 6,6 6,3 Existe evidência suficiente de que as mudanças na rede de computadores alteraram a variabilidade no tempo de transmissão de dados? Use nível de significância de 5%. Exemplo 1 Barbetta et al., 2010. As hipóteses são: Como uma amostra de 10 observações produziu variância s2 = 0,608, temos a seguinte estatística de teste: 21,4 3,1 )608,0).(9().1( 2 2 2 sn X cal3,1: 3,1: 2 1 2 0 H H Determinação do valor crítico Para construir a regra de decisão precisamos obter os pontos críticos , os quais separam áreas iguais α/2 em cada cauda da distribuição. Usando a tabela, obtemos: ),( 22 2 1 cc 700,221 c 023,19 2 2 c Área à esquerda da curva O resultado da estatística de teste ( ) cai na região de não rejeição de H0. Ou seja, não há evidências de que as mudanças realizadas na rede de computadores alteraram a variabilidade no tempo de transmissão dos dados. Na tabela 4,21 21,42 calX Solução para abordagem usando o valor de P Podemos observar na tabela que o valor x2 = 4,21 separa cerca de 10% de área na cauda inferior. Considerando que o teste é bilateral, temos . Como P > α = 5%, o teste não rejeita H0. %20P Exemplo 2 178 180 176 174 175 178 180 178 178 177 As alturas (cm) de uma amostra aleatória simples de modelos – Lima, Bundchen, Ambrosio, Ebanks, Iman, Rubik, Kurkova, Kerr, Kroes e Swanepoel. Considere a afirmativa de que as modelos têm alturas com menor variação do que as alturas de mulheres na população geral. Usaremos o nível de significância de 0,01 para testar a afirmativa de que as modelos têm alturas com desvio padrão que é menor que 6 cm, que é o desvio padrão para a população geral de mulheres. s= 1,955 cm 956,02 calX Rejeitar Ho 09,22 cX Resumo sobre os testes de hipóteses para uma amostra Referências: TRIOLA, Mario F. Introdução a estatística. Rio de Janeiro: LTC, 2017. BARBETTA, Pedro Alberto; REIS, Marcelo Menezes; BORNIA, Antonio Cezar. Estatística Para Cursos de Engenharia e Informática. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2010. BRUNI, Adriano L. Estatística Aplicada à Gestão Empresarial. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2010. PINTO, S.S.; SILVA, C. S. Estatística vol. 2. Porto Alegre: a autora, 2013. MOORE, D., NOTZ, I., FLINGER, A. A Estatística Básica e sua Prática, 7ª edição. LTC, 2017. LARSON, R.; FARBER, B. Estatística aplicada. 2. ed. São Paulo: Pearson, 2009.
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