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104 PARTE 11:FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO Capu!epididymis (cabeça) Corpus epididymis (corpo) Vasoeferente Vasodeferente Retetestis Túbuios seminíferos FIGURA 7-7. Alças dos túbulosseminíferos,Tetetestise sistemade ductosexcurrentesnocarneiro.A viapelaqualosesperrnatozóidessão transportadosparao exteriorestáindicadaporflechas.(Modificadode SetchellBP.In: Cole HH., CuppsPT, eds.Reproductionin Domestic Animais.NewYork:AcademicPress,1977.) BARREIRA SANGÜÍNEO- TESTICULAR JunçõesCelulares Os túbulosseminíferosnão são penetradospor vasos sangüíneosou linfáticos.Além disso,ascélulasgerminativas emdesenvolvimentodentrodos túbulossãoprotegidasdas modificaçõesquímicasno sanguepor umabarreiraespecia- lizadadepermeabilidade.Essabarreirasangüíneo-testicular temdoiscomponentesprincipais:(a) a barreiraincompleta ouparcialdascélulasmióidesquecircundamo túbuloe (b) asjunçõesúnicasentreascélulasdeSertoliadjacentes. CAMADAMIÓIDE.A membranabasalou túnicaprópria quecircundaos túbulosseminíferoscontémumacamadade célulasmióidescontráteis(Fig.7-9).Em algumasespécies,a maioriadasjunçõescelularesdessacamadaestáseladaporuma aposiçãocompactadasmembranascelularesadjacentes.Essa barreira,contudo,nãoé bemdesenvolvidano touro,no car- neiroenocachaçoepodeserdeumaperrneabilidaderelativa- mentesemimportâncianostestículosdeanimaisdomésticos. JUNÇÕESDASCÉLULASDESERTOLI.Considera-sequea principalbarreiradepermeabilidadeentreo sangueeos tes- tículossejamos complexosnasjunçõesentreascélulasde Sertoli adjacentes.Essasjunções Sertoli-Sertoli, situadas próximasà basecelular,contêmmúltiplaszonasde adesão (junçõescompactas)ondeasmembranasopostassefundem. As junçõesoclusivasdividemostúbulosseminíferosemdois t LOCAL DA INVERSÃO ONDA ESPERMATOGÊNICA RETE TESTlS FIGURA 7-8. Um túbulo seminíferono qual a onda do epitélio seminífero está representadaesquematicamenteao longo do comprimentodo túbulo.A sucessãodosestágiosI a XII, o localda inversãono meiodo túbuloe a relaçãodaondacoma Tetetestissão mostrados.Os estágiosmais avançadosde cada onda estão localizadosmaispróximosà Tetetestis.Um túbuloseminíferopode conter quinze ou mais ondas espermatogênicascompletas. (Adaptadode PereyB, Clermont Y, Leblond CP. The waveof the seminiferous epithelium in the ratoAm J Anat 1961;108:47-77.) compartimentosdistintos: (1) um compartimentobasal contendoespermatogôniaseespermatócitospreleptotenose (2) um compartimentoadluminal, contendo os estágios mais avançadosde espermatócitose espermátidas,que se comunicamlivrementecomo lúmendo túbulo. O compartimentobasalé livrementeacessívelaoscompo- nentesquepenetrarampreviamentena camadamióide.A segundabarreira,compostadasjunçõesoclusivasentreascélu- lasdeSertoli,possuiumagrandevariaçãodepermeabilidade, desdeumaexclusãocompletade algumassubstânciasatéa transferênciadeoutrasaproximadamentelivres.Essaperrnea- bilidadediferencialpareceserimportanteparaa manutenção deumambienteadequadoàfunçãoesperrnatogênicadostúbu- los. A barreirasangüíneo-testicularnão apenasimpedea entradade certassubstâncias,mastambémparecefuncionar na retençãodeníveisespecíficosdeoutrassubstâncias,como andrógenoligadoa proteína(ABP), inibinae inibidoresenzi- máticos,dentrodocompartimentoluminaldostúbulos. SecreçõesFluidas As esperrnátidasproduzidasnafasefinaldaespermiogênese sãoliberadasdurantea esperrniaçãoparadentrodo lúmendos túbulosseminíferoscomoesperrnatozóidesimaturos.Essascélu- las esperrnáticas,imóveis,sãoimpulsionadasdos túbulospor secreçõesfluidasoriginadasdascélulasdeSertoli.O trânsitoden- trodoepidídimoé auxiliadoporsecreçõesdaretetestis,porele- mentoscontráteisdostestículos(p.ex.célulasmióidesecápsu- latesticular)epeloscíliosquesealinhamnosduetosdeferentes. o fluidotesticularéumasecreçãocompostadecélulasde Sertoliedecélulasepiteliaisdelimitandoaretetestis(Fig.7-9). As célulasdeSertoli,porém,sãotidascomoafontepredomi- nantedefluidoquedeixaostestículos.Julga-sequeasecreção fluidadascélulasdeSertoliocorraporqueprocessosdetrans- porteativoempurramsolutosdentrodocompartimentoadlu- minal,formandoassimum gradienteosmótico.Essefluido contémváriasproteínasespeciais,incluindoABp, queésecre- tadodentrodo lúmendo túbuloseminíferopelascélulasde Sertoli.O ABP formaumcomplexocomosandrógenospro- duzidospelascélulasdeLeydig.O complexoresultanteajudao trânsitodeandrógenosdentrodacabeçadoepidídimo. CAPÍTULO 7: ESPERMATOZÓlDESE PLASMA SEMINAL 105 ControleEndócrinoda Espermatogênese A funçãotesticularnormal requerestímulohormonal dasgonadotrofinashipofisárias,que,por suavez,sãocontro- ladaspelasecreçãopulsátildo hormônioliberadordegona- dotrofinas(GnRH) do hipotálamo(Fig. 7-10).A restaura- ção da espermatogênesepode ser implementadaem ratos hipofisectomizadospelo tratamentocomFSH e LH ou com FSH e testosterona,indicandoque o suportehipofisárioé essencialporque a hipofisectomia,remoçãocirúrgicada hipófise, resulta na cessaçãoda espermatogênese.Altas dosesde testosterona,todavia,mantêma espermatogênese Secçãotransversal aumentadade túbulo seminífero Fluidoda retetestis Túbulos seminíferos Caudadoepidídimo Célulasde Sertoli em ratoshipofisectomizados,desdequeo tratamentoseja iniciadoimediatamenteapósa remoçãodahipófise.Outras espécies,porém,requeremFSH emadiçãoaoesteróidepara amanutençãodaespermatogênese.Outroshormônioshipo- fisários(p. ex. prolactina,hormôniodo crescimentoe hor- môniosestimulantesdatireóide)podemterpapéissecundá- riosno suportedafunçãotesticular. Os testículosnãoapenasproduzemo principalandrógeno, atestosterona,comotambémumasériedehormôniosesterói- desrelacionados.A principalaçãodosandrógenosé sobreas célulasdeSertolienãotantodiretamentesobreascélulasger- minativas.As célulasmióidestambémparecemserandróge- nosdependentes.Essadependênciaesteróideésentidanapro- duçãopulsátilde andrógenospelascélulasintersticiaisde Leydig,queestãoadjacentesaostúbulosseminíferos(Fig.7- 10).As célulasdeLeydigsãoestimuladasa secretarandróge- nosatravésdepulsosdeLH hipofisário.Os andrógenosprodu- zidospelascélulasdeLeydignãosomentesedifundemdentro Célulasmióides FIGURA 7-9. Fonte dos fluidos testiculare da retetestis.Essesfluidos misturam-se na rete testis e são excretadosdentrodo sistemadeduetos excurrentes do macho. O fluido testicularé secretadopelascélulasde Sertoliparadentrodo lúmendo túbulo. Um túbulo seminíferofoi puxado do testículo,aumentadoe expandidoem corte transversal para mostrar a microanatomiado epitélioseminífero. dascélulasdeSertoliadjacentes,comotambémsãosecretados parao sangue,onderetroalimentarãoo hipotálamoeahipófi- separabloqueara liberaçãode LH adicional(Fig. 7-10).A outragonadotrofinaprincipal,FSH, estimulaa produçãode ABP einibinapelascélulasdeSertoli.O ABP formaumcom- plexocomandrógenose é transportadocomosespermatozói- desparao epidídimo.As célulasepiteliaisdoepidídimoreque- remníveisrelativamentealtosdeandrógenosparasuafunção normal.A inibinatemo efeitode retroalimentaçãonegativa sobrea secreçãodeFSH, masnãosobreo LH. Emboragrande partedatestosteronasecretadaparadentrodostúbulossemi- níferosseja convertidaem diidrotestosterona(DHT) pela enzima5a-esteróideredutase,umacertaquantidadeéconver- tidaemestrógenopelaenzimaaromarase.Um nível relativa- mentealtodetestosteronaé necessárioparaa maturaçãodas espermátidas. As célulasgerminativase asdeSertoli regulamrecipro- camenteassuassecreçõescíclicasdeproteínasao longoda 106 PARTE II: FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO FIGURA7-10. Controleendócrinodafunçãotesticularemmamíferos. O hipotálamosecretagonadotrofina,um hormônio liberadorde hormônio(GnRH), queestimulaa secreçãodeLH e FSH dahipófise anterior.O LH estimulaascélulasintersticiaisde Leydiga produzir andrógenos,principalmentetestosterona.Os andrógenossãosecretados paradentrodacorrentesangüínea,ondeprovocamo desenvolvimento dascaracterísticassexuaissecundáriasdomachoe o desenvolvimentoe a manutençãodo tratoreprodutivomasculino.Os andrógenos suprimema secreçãode GnRH, LH e F5H por retroalimentação negativasobrea hipófisee o hipotálamo.A testosteronatambémé secretadadentrodo túbulo seminífero,onde é necessáriapara a manutençãodaespermatogênese.O FSH interagecomosreceptoresdas célulasdeSertoliparaaproduçãodaproteínacarreadoradeandrógenos (ABP), para a conversãode testosteronaem diidrotestosterinae estrogênio,para a estimulaçãoda espermatocitogênese,para complementoda liberaçãode espermatozóides(espermiação)e secreçãodeinibina.A inibinasecretadadentrodacorrentesangüínea temefeitoderetroalimentaçãonegativasobrea secreçãodeFSH, mas não sobreo LH. (De KaltenbackCC, Dunn TG. Endocrinologyof reproduction.In: HafezESE.Reproductionin FarmAnimais.4th ed. Philadelphia:Lea& Febiger,1980.) extensãodostúbulosseminíferos.Esseprocessoé amplifica- dopelascélulasmióidespormeiodatransformaçãodosfato- resdecrescimento,dosmoduladoreshumoraise damodifi- caçãodamatrizextracelular.A ativinaea inibina,secretadas pelascélulasde Sertoli, possuemcaracterísticasnotáveis paragerarumasériediversadesinais.As ativinas,potentes dímerosde liberaçãode FSH (dímerosda subunidade-Bda inibina), possuemmecanismosparácrinos(inibindo o hor- môniodo crescimentoe a secreçãoadrenocorticotrófica)e autócrinos(estimulandoa secreçãodeFSH). A ativinae a inibinaatuamtambémdentrodasgônadascomomodulado- res autócrinose parácrinosda produçãode esteróides,de outroshormôniose de fatoresdo crescimento.O fator de crescimentotransformador(TGF), um peptídeomultifun- cional induzidoemrespostaaesteróides,podeestarenvolvi- do com a regulaçãoda função testicular.Dois gruposde compostosestãoenvolvidoscoma regulaçãodo eixo hipo- tálamo-hipófise-gonadal.Essesgruposincluem: (a) neuro- transmissores,dopamina,serotoninae norepinefrinae (b) opióidescerebraise outrospeptídeos.Outros moduladores fisiológicos de proliferação celular, como os calônios, influenciamo ciclo celulardo epitélioseminífero. TRÂNSITO EPIDIDIMÁRIO, MATURAÇÃO E ESTOCAGEM ESPERMÁTICA Os espermatozóidestesticularessão transportadosdos testículospor um dueto altamenteconvoluto conhecido comoepidídimo(Fig.7-7).O epidídimonãosomentetrans- portaosespermatozóidesdistalmentedostestículosparaos vasosdeferentes,como tambémdurante este trânsitoos espermatozóidespassampor um processode maturaçãono qualganhama capacidadepotencialdefertilizaros óvulos. Essa maturaçãoenvolve várias modificaçõesfuncionais, incluindo desenvolvimentodo potencial para sustentara motilidade,perdade águaprogressiva,migraçãodistal e eventualperdadagotacitoplasmática.A capacidadefuncio- nal dasváriascélulasepiteliaisque revestemo epidídimo, daísuainfluênciasobreo processodematuraçãoespermáti- ca,é mantidapelosandrógenostesticulares. Mecanismosde Transporte A passagemdosespermatozóidesatravésdosepidídimos dependede contraçõeslocalizadasna parededo duetocom umafreqüênciadecercadetrêsporminuto.Os espermatozói- dessãotransportadosatravésdosepidídimosemcercade7dias no touro,12diasno cachaçoe 16diasno carneiro.O tempo detrânsitopodeserreduzidode10a20%peloaumentodafre- qüênciadeejaculação.Os elementoscontráteisdaparededos epidídimosmostramdiferençasregionais,como o conteúdo dascélulasdosmúsculoslisos,queaumentaprogressivamente dacaudadoepidídimoparao vasodeferente. Maturação e EstocagemdosEspermatozóides As modificaçõesfuncionais que ocorrem durante o trânsito dos espermatozóidesno epidídimo envolvem a maturaçãodasorganelascelulares.Por exemplo,o desen- volvimentodacapacidadedemotilidadeespermáticarefle- te modificaçõesqualitativase quantitativasnos padrões metabólicosdo aparelhoflagelar.Emboraos espermatozói- desmadurosdo epidídimoestejamrelativamentequiescen- tesdentrodesteórgão,elesdemonstramrapidamentemoti- lidadeapósaremoçãoeexame.O processodematuraçãoem queosespermatozóidesepididimáriosalcançama capacida- dedemotilidadeprogressivaenvolvemodificaçõesnaflexi- bilidadee nospadrõesdemovimentodeseusflagelos.Uma rápidaprogressãoretilínea apareceprimeiro no centrodo corpodoepidídimoempoucosespermatozóidese toma-seo padrãopredominantedemotilidadedosespermatozóidesda caudae do vasodeferente. Os componentesdas secreçõesdas células epiteliais revestindoo epidídimo,comoa "imobilina"emalgunsani- maisde laboratórioe o "fatorquiescente"no touro,prova- velmenteprolongama sobrevivênciaespermáticaevitando metabolismodesnecessário.A proteínademotilidaderetilí- neapareceserimportanteparaalcançarmotilidadeprogres- sivaemespermatozóidesdo epidídimodetouros. O trânsitoatravésdo epidídimoestáassociadocomsig- nificativasmodificaçõesna cromatinadonúcleoespermáti- co. EssecomplexoDNA-proteína, quejá foi julgadorelati- vamenteinerte apóssua condensaçãoduranteas últimas fasesda espermiogênese,sofreumacompactaçãoadicional duranteo trânsitoepididimário. Duranteo trânsitoepididimário,a gotamigradaregião docoloparaumaposiçãopróximaaoannulus.A presençade gotaemumnúmerosignificativodeespermatozóidesejacu- ladosé um sinal de imaturidade.Modificaçõesassociadas coma maturaçãodo acrossomotambémforamnotadasna maioriadasespéciesdurantea passagempelo epidídimo. Emboramodificaçõesmarcantesocorramemalgumasespé- cies,nosanimaisdomésticoselassãomaislimitadasa uma sutilreduçãonasdimensõesdo acrossomo. DesenvolvimentodeFertilizaçãoPotencial noEpidídimo Osespermatozóidesdesenvolvemsuahabilidadeinicialde fertilizarosóvulosduranteseutransporteaolongodoepidídi- mo.Suacapacidadefertilizanteé consideradapotencialdesde queelespassemporcapacitaçãoantesquepossampenetrarno óvulo.Os espermatozóidestesticularessão inférteismesmo quandoinseminadosem númerorelativamentegrande.A faltadefertilidadedosespermaxozóidesdacabeçadoepidídi- mo podeestarrelacionadaà motilidade,pois elespossuem movimentosativosnadandocircularmente,porém,aindasão incapazesdo movimentounidirecionalvigorosodosesper- matozóidesque possuema habilidadede executarrotação longitudinal.As modificaçõesqueocorremduranteo trânsi- to epididimário,taiscomomovimentoe perdada gota,e o aumentodagravidadeespecíficasãodedifícil interpretaçãode umpontodevistafuncional.O desenvolvimentodahabilida- de fertilizanteestáassociadocom modificaçõesem vários aspectosda integridadefuncionaldos espermatozóides:(a) desenvolvimentodepotencialparasustentarmotilidadepro- gressiva,(b) alteraçãodospadrõesmetabólicose dasituação estruturaldeorganelasdacaudaespecíficas,(c) modificações nacromatinanuclear,(d) modificaçõesnanaturezadasuper- fíciedamembranaplasmática,(e)movimentoeperdadagota citoplasmáticae (f) modificações,pelo menosem algumas espécies,daformadoacrossomo. EstocagemdeEspermatozóides O principal lugar de estocagemdos espermatozóides dentro do trato genital masculinoé a porção caudalou caudado epidídimo,quecontém70% do númerototal de espermatozóidesnos ductosexcurrentes,enquantoque os vasosdeferentescontêm apenas2%. Os espermatozóides presentesno ductoepididimário,desdeacabeçaatéacauda, CAPÍTULO 7: ESPERMATOZÓlDESE PLASMA SEMINAL 107 sãochamadosde reservaextragonadal,mesmoqueapenas aquelesna secçãodistal da caudapossamser ejaculados. Emborao ambientesejafavorávelà suasobrevivência,os espermatozóidesnão sãopreservadosindefinidamente. DisponibilidadedeEspermatozóidesNãoEjaculados A maiorpartedosespermatozóidesnãoejaculadoséeli- minadagradualmenteporexcreçãona urina.Os espermato- zóidesque não são eliminadosna urina passampor uma senescênciagradual.Primeiramente,elesperdemahabilida- defertilizante,depoisamotilidadee,finalmente,sedesinte- gram.As ejaculaçõesobtidasapósumprolongadodescanso sexualgeralmentecontêmumaaltaporcentagemde esper- matozóidesemdegeneraçãoou "velhos". PLASMA SEMINAL O significadofuncionaldoplasmaseminaléquestionável pois, em algumasespécies,é possívelinduzirgestaçãocom inseminação feita com espermatozóidesdo epidídimo. Todavia,o plasmapareceserum componenteessencialna coberturanatural,porqueservecomotransportadoreprotetor dosespermatozóides.Aimportânciadessepapelvariaporque osespermatozóidessãoejaculadosdiretamentedentrodoútero emalgumasespécies(p.ex.,porcae égua).O plasmaseminal parecesermaisimportantenacoberturanaturaldaovelhaeda vaca,emqueo ejaculadoédepositadonavagina. GLÂNDULAS ACESSÓRIAS A fontedosconstituintesdoplasmaseminalvariacomas espéciescomovariatambémo númeroe o tamanhodosórgãos acessórios.O plasmaseminalé umasecreçãocompostaprove- nientedeumasériedefontes,incluindoostestículos,osepidí- dimose asglândulasacessóriasdomacho(Fig.7-11).A única glândulaacessóriacomuma todososmamíferoséapróstata.O epidídimoouseuanálogofuncionaleosvasosdeferentessãoos únicosórgãosacessóriospresentesempássaroserépteismachos. ConstituintesBioquímicosdoPlasma Seminal O plasmaseminalraramentecontémaltosníveisdeácido cítrico, ergotioneína,frutose,glicerilfosforilcolinae sorbitol (Tab.7-1).Quantidadesapreciáveisde ácidoascórbico,ami- noácidos,peptídeos,proteínas,lipídeos,ácidosgraxosenume- rosasenzimastambémestãopresentes.Constituintesantimi- crobianos,incluindo imunoglobulinasda classeIgA, fazem partedoplasmaseminal.Além disso,umavariedadedesubs- tânciashormonaisincluindoandrógenos,estrógenos,prosta- glandinas,FSH, LH, materialsemelhanteà gonadotrofina coriônica,hormôniodo crescimento,insulina,glucagon,pro- lactina,relaxina,hormônioliberadordatireóideeencefalinas temsidodetectadano plasmaseminal. METABOLISMO ESPERMÁTICO O carátermóveldosespermatozóidespermiteummeio facilmentedistinguíveldedeterminarseuestadofisiológico. 108 PARTE 11:FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO Glândulas vesiculares Glândulas vesiculares Glândulas bulbouretrais Glândulas bulbouretrais SÊMEN FIGURA 7-11. Além de uma pequena'quantidadede fluido testicular,o sêmenejaculadoda maioriadosanimaisdomésticosé compostodecontribuiçõesdeváriosórgãosacessóriosincluindoo epidídimo(CABEÇA, CORPO e CAUDA), glândulasampolares (AMP), glândulasvesiculares,glândula prostáticae glândulas bulbouretrais.A contribuição relativa das glândulasvaria não apenasentre espécies,mas tambémentre indivíduosdentro de umaespéciee entreejaculadosdo mesmoanimal. Porém,a motilidade,por si própria,nãoprevêacuradamen- te a capacidadefertilizantepotencial.A energianecessária paraa motilidadeé derivada,aparentemente,dasreservas intracelularesdeATP (trifosfatodeadenosina).A utilização deATP pareceserreguladapelonível endógenodecAMP. O cAMP nãosóregulaa degradaçãodoATP, comotambém temefeitodiretosobrea motilidadeespermática. Emborafaltemmuitasdasorgahelasassociadascomproces- sosmetabólicos,osespermatozóidessãometabolicamenteativos porquepossuemasenzimasnecessáriasparaexecutarasreações bioquímicasdaglicólise(ciclode Embden-Meyerhof),o ciclo ácidotricarboxílico,a oxidaçãodeácidosgraxos,o transporte eletrônicoe,possivelmente,aderivaçãomonofosfatohexose. Glicólise Sobcondiçõesanaeróbicas,istoé,naausênciadeoxigê- nio, osespermatozóidesdegradamglicose,frutosee manose em ácidolático. Essaatividadeglicolíticaou, maiscorreta- mente,atividadefrutolíticaporquea frutoseé o principal açúcarseminal,permitea sobrevivênciadosespermatozói- dessobcondiçõesanaeróbicas.Essacaracterísticaé impor- tantedurantea estocagemdosespermatozóidesparautiliza- çãoeminseminaçãoartificial. ResPiração Os espermatozóidesusamuma variedadede substratos na presençadeoxigênio.Suaatividaderespiratóriafornece osmeiosparautilizaro lactatoou o piruvatoresultantesda degradaçãoda frutose paraproduzirdióxido de carbonoe água.Essavia oxidativa,localizadanasmitocôndrias,écon- sideravelmentemais eficientena produçãode energiado quea frutólise.Usandoessesprocessoscatabólicos,osesper- matozóidesconvertem a maioria da energia em ATP. Emboragrandepartedo ATP sejautilizadoparao processo demotilidadeconsumidoradeenergia,algumaparteé usada paramantera integridadedosprocessosativosdetransporte das membranasespermáticas.Esses processosativos de transporteimpedema perdadecomponentesiônicosvitais da célulaespermática.Na ausênciade substratosexógenos, osespermatozóidesusamsuasreservasintracelularesdeplas- malogênioparafornecerenergianumabasea curtoprazo. ASPECTOS IMUNOLÓGICOS DOS ESPERMATOZÓIDES Antigenicidadede Espermatozóides Uma importantefunçãodabarreirasangüíneo-testicularé o isolamentoimunológicodosgametasem desenvolvimento. Suaimportânciavemdofatodeespermatócitos,espermátidase espermatozóidesseremrapidamentereconhecidoscomocélulas estranhaspelo sistemaimuno do macho adulto.Assim, o seqüestrode célulasgerminativasem desenvolvimentopor detrásdeumabarreiraimunológicaimpedeummachoadultode desenvolveranticorposcontraseusprópriosespermatozóides. Auto-imunidade A imunizaçãodeummachocontraespermatozóidesou antígenosespermáticosisoladosresultaem váriosgrausde orquiteauto-imune(inflamaçãodostestículos)e,emalguns casos,a cessaçãoda espermatogênese.Em conseqüênciada auto-imunidade,aconcentraçãodeanticorposantiesperma- tozóidespode ser alta no plasmaseminal.Tais anticorpos espermatozóides-específicospodeminterferirno funciona- mentoespermático,reduzindoa fertilidadedo macho.Em casosmaisseveros,o danoparaabarreirasangüíneo-testicu- lar oua porçãoepididimáriadosistemadeductoexcurrente provocadopor lesãotraumáticaou infecçãocomfreqüência resultaemorquiteauto-imuneafetandoambosostestículos. A vasectomia,ou a transecçãoe ligaçãodo vasodeferente, tambémresultaemvariáveisgrausde inflamaçãotesticular. A severidadeda orquitedependeda espéciee do período pós-operatório.Julga-se que a resposta auto-imune de machosvasectomizadossejadevidoà distensãointermiten- te e à rupturado ducto ligado,resultandona liberaçãode espermatozóidesdentrodacavidadeperitoneal. CAPÍTULO 7: ESPERMATOZÓIDESE PLASMA SEMINAL 109 AVALIAÇÃO DO SÊMEN IN VITRO dutivodereprodutoresgeneticamentesuperiores.A fertilização invitro(FIV) podeserutilizadaseo númerodeespermatozóides é insuficienteparaqueocorraafertilizaçãodentrodotratofemi- nino.Umaoutratécnicaéinserirfisicamenteumúnicoesperma- tozóidedentrodeum oócitoapropriadamentemadurousando micromanipulação.Esseprocedimento,denominadoinjeção intracitoplasmáticadeespermatozóides(lCSI), podevenceruma variedadedeproblemasde infertilidademasculina.A aplicação dessemétodoaindaé controversa,poiso espermatozóidefertili- zanteéselecionadopordesviosdesistemasdevarreduraineren- tesaotratoreprodutivofeminino,queimpedeespermatozóides defeituososdefertilizarosoócitos.Umaconsiderávelhabilidade laboratorialénecessáriaparaamanipulaçãodosgametasinvitro. A qualidadeseminaldosmachosdeveseravaliadaantesde suautilizaçãocomoreprodutores(Tab.7-2).Umavezcolhidoo sêmen,muitosmeiospodemserusadosparaavaliara qualidade daamostra.As técnicasclássicasdeavaliaçãodosêmen,assim comoasnovastecnologiasautomatizadas,fornecemapenasesti- mativasdapotencialcapacidadefertilizantedosespermatozóides. TECNOLOGIAS REPRODUTIVAS ASSISTIDAS Váriastécnicasdemicromanipulaçãodosespermatozóides (Tab.7-3)podemserutilizadasparaaumentaropotencialrepro- Adaptadode Foote,In: HafezESE, ed.Reproductionin FarmAnimais. 4th ed.Philadelphia:Lea & Febiger,1980.Garner,Hafez.In: HafezESE, ed.Reproductionin FarmAnimais. 6th ed.Philadelphia:Lea & Febiger,1986. TÉCNICA PROCEDIMENTO BASE RACIONAL Lavagemdesêmen Percoll@,SpermISolate@,meiodeHam's F-lO modificado,soluçãosalinade Tyrode,ou outrosmeiosisotônicos,pré- aquecidose filtradosantesdo uso Ejaculaçãoretrógrada Sêmencriopreservado Oligozoospermia,motilidadeespermáticabaixa Elimina anticorposantiespermatozóides Preparode inseminaçãointra-uterina Motilidade diminuída,eliminapatógenos potenciais,eliminaleucócitos Sêmenswimup Seleçãodeespermatozóides Aumento daqualidadeespermática Aumento da qualidadeespermática Swimupe Swimdown Capacitaçãoin vitro Microfertilização Swimdown ManipulaçãodesêmenparaFIVa Oligospermia Elimina constituintesdemeios de criopreservação Transferênciaespermáticausando perfuraçãodazonaparafavorecero acessodo espermatozóideaooócitoMicromanipulaçãousadaparaintroduzirum espermatozóidedentrodeumoócitomaduro Separaçãode espermatozóidesX e Y Manipulaçãode sêmene oócitospara melhorara fertilização Micromanipulaçãode espermatozóides Inserçãodeespermatozóides intracitoplasmática(lCSI) Fluxo citométricodeescolhaSexagemdesêmen aFIV =fertilizaçãoin vitra INÍCIO DA VIDA REPRODUTlVA CONCENTRAÇÃO VOLUME DO ESPERMÁTlCA ESPÉCIE Meses Peso corporal (kg) EJACULADO (ML) (108 POR ML) Cachaço 5-8 250 100-150 0,1-0,2 Touro 12-14 500 3-5 0,8-1,2 Carneiro 6-8 varia 0,3-1,0 1,2-2,0 Garanhão 20-24 500 50-100 0,1-1,5 Galo 4-6 varia 0,10-0,3 50-90 Gato 9 3,5 0,01-0,3 1,5-28 Cão 10-12 varia 2-25 0,6-5,4 Cobaia 3-5 0,450 0,4-0,8 0,05-0,2 Coelho 4-12 varia 0,4-0,6 0,5-3,5 110 PARTE 11:FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO SUGESTÕESPARALEITURA What is semen?How doessemenanalysisassistin understanding the reproductivestatusof themale?In: RobaireB, Pryor JL, TraslerJM. eds.HandbookofAndrology.Am SocAndrology. AmmanRP, HammerstedtRH. 171vitroevaluationofspermquality: An opinion. J AndroI1993jI4:397-406. Dadoune]P, DemoulinA. Structureandfunctionsof thetestis.ln: ThibaultC, LevasseurMC, HunterRHF, eds.Reproductionin MammalsandMan. Paris:Ellipses,1993. Garner DL. Ancillary testsof bull spermsemenquality. 1n:Van Camp SD, ed. VeterinaryClinics of Norrh America: Food Animal Practice.1997j13:313-330. GarnerDL. Artif1ciaI1nsemination.In: CuppsPT, ed.Reproduc- tion in DomesticAnimaIs.4th ed.San [Hego,CA: Academic Press,1991. JohnsonL. Spermatogenesis.1n:Cupps PT, ed. Reproductionin Domestic AnimaIs. 4th ed. San Diego, CA: Academic Press,1991. LammingGE. Marshall'sPhysiologyof Reproduction:V01.2, Re- production in the Male. New York: Churchill Livingstone, 1990. Mann T, Lutwak-MannC. Male ReproductiveFunction anelSe- men.New York: Springer-Verlag,1981. Ou RS. Breedingsoundnessofbulls.1n:CurrentTherapyin Theri- ogenology:Diagnosis,Treatmentand Preventionof Repro- ductiveDiseasesin Small and LargeAnimais. Philadelphia: WB Saunders,1986:125-136. SengerPL. Pathwaysto PregnancyandParturition.Pullman,W A: Current CODceptions,1997. CAPÍTULO 8 Fertilização e Clivagem E. s. E. HAFEZEB. HAFEZ Duranteo cursodaevoluçãodosmamíferostêmocorri- do dramáticasmodificações,levandoà reproduçãobiosse- xual e à fertilizaçãointernae clivagemdosgametas.Esses mecanismosde adaptaçãoà evoluçãoestãoassociadoscom vários parâmetrospara evitar o acúmulo irreversívelde mutaçõesprejudiciaisemfacedeum ambientecompetitivo e constantementemutável.Os espermatozóidese os óvulos sãoiguaisdo pontodevistadeseusgenomas,masahistória desuasvidase o comportamentodeambosantese durante a fertilizaçãosão bastantediferentes.Os espermatozóides possuempadrõesnotáveisde motilidade,quesemodificam constantementea fim de sefundir com o óvulo e ativá-Io. Quando ativado pelo espermatozóidefertilizante,o ovo, comumduplocomplementodosgenomasfemininoe mas- culino, elimina todos ou quasetodos os elementosnão nuclearesdosespermatozóides. Extensaspesquisastêm sido conduzidasem mamíferos domésticose de laboratóriosobreos váriosparâmetrosda fertilizaçãoeseusfenômenosrelacionados:estruturae ultra- estruturadosespermatozóidesO, 2), maturaçãodosesper- matozóidesdo epidídimo(3-7), capacitação(8-13), reação do acrossomo04, 15), gametastransportadores06-21) e interaçãodegametas(22-29). A seqüênciade eventos da capacitaçãoespermáti- ca/penetraçãodazonapelúcida,bloqueiodapolispermia/rea- çãogranulocorticale desenvolvimentodospronúcleosmas- culino e feminino/fusão/clivagemencontram-seresumidos nasTabelas8-1a 8-6e ilustradosnasFiguras8-1 a 8-7. FERTILIZAÇÃO MaturaçãodoÓvulo O óvuloprosseguenameiosedesdeaprófaseI daprimei- ra divisãomeióticaà medidaqueelecomeçaa amadurecer durantea foliculogênese.O óvulo,por ocasiãoda ovulação, estáemmetáfaseII dasegundadivisãomeiótica.No entanto, óvulosdaégua,dacadelaedaraposaencontram-seapenasem suaprimeiradivisãomeióticapor ocasiãoda ovulação.A maturaçãodo óvuloe a meiosenãoestãoplenasatécomple- tar-seafertilização,quandoo óvulotorna-seumzigoto. Maturação dosEspermatozóides Os espermatozóidesrequeremmodificaçõesdematuração queocorramduranteo transportede 10a 15diasatravésdo epidídimo,apósoqualépossívelafertilização.As modificações na maturaçãodosespermatozóidesdependemdassecreçõesdo epidídimoedotempodetransporte,essenciaisparao esperma- tozóidefertilizaro óvulo.Paraatingirsuacapacidadedefertili- zaçãoe a fusãodosgametas,os espermatozóidespassampor váriasmodificaçõesseqüenciais,conhecidase desconhecidas, queincluema "capacitação"e asreaçõesdoacrossomo. CAPACITAÇÃO.ChangeAustin verificaramqueosesper- matozóidesdevempermanecerno tratoreprodutivofeminino antesdesetornaremcapazesdeuniãoepenetraçãono óvulo. Esseprocessofoi denominadocapacitaçãoespermática,que pareceocorrernoútero,especificamentenaregiãodoistmodo oviduto.Os componentesda superfíciedosespermatozóides sãomodificadosou removidospelassecreçõesdo tratogenital, desestabilizandoa bicamadafosfolipídicae permitindoa ati- vaçãodoacrossomo.As modificaçõespodemincluirdepleção docolesterolna superfícieespermática,alteraçãonosglicosa- minoglicanose mudançasnosíonsàmedidaqueosesperma- tozóidesatravessamo trato genital.A capacitaçãoleva às modificaçõesdo acrossomo,necessáriaspara a penetração espermáticanosrevestimentosdoóvulo.Por isso,acapacita- çãofuncionaparaimpediraativaçãoprematuradoacrossomo atéo espermatozóideatingiro localdafertilizaçãoeentrarem contatocom o óvulo. A verdadeirareaçãodo acrossomo envolvea fusãoda membranaplasmáticado espermatozóide comamembranaexternadoacrossomo(Fig.8-1),seguidapor umaextensavesiculaçãosobreosegmentoanteriordoacrosso- mo. Issodifereda "falsa"reaçãodo acrossomo,que ocorre duranteasenescênciaoudegeneraçãodosespermatozóides.A fusãoe a vesiculaçãodo acrossomoliberamenzimashidrolíti- cas,porexemplo,hialuronidaseeacrosina,queestãoimplica- dasnapenetraçãodo óvulo. Interaçãodo Espermatozóidee Óvulo A vidaútil fértildosespermatozóideseóvulos(Tab.8- 2) comandaasincronizaçãodainseminaçãoedaovulação 111 112 PARTE II: FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO Local deAquisiçãodaCapacidadeFertilizante do Espermatozóide DesenvolvimentodaMotilidadeEspermática PlasmaEspermáticodeMaturação Membrana EstruturasEspermáticasdeMaturação MATURAÇÃO EPIDIDIMÁRIA DE ESPERMATOZÓIDES a. Habilidadedosespermatozóidestesticularesdesemoverem é devidaà imaturidadedamembranaplasmática b. Transferênciade substâncias:glicerol-3-fosforilcolina,uma proteínadamotilidade,paraa frentedo fluido epididimário c. Espermatozóidesincapazesdemovimentosprogressivosou de interagircomóvulose fertilizá-Ios d. Espermatozóidesalcançammotilidadena cabeçado epidídi- moou no corpodo epidídimodeacordocomasespécies e. Espermatozóidesnãoalcançamcapacidadefertilizantesimul- taneamentena mesmaregião f. A maioriadosespermatozóidesalcançaplenafertilidadena cauda,o principal localde estocagem g. A capacidadefertilizantedosespermatozóidesé avaliada:i) habilidadeespermáticadefertilizaroócitoszona-freede hamster,ii) padrõesdemotilidade;iii) característicassuper- ficiais;iv) estabilidadeestruturalda cabeça/cauda h. Epidídimos/canaisdeferentessecretamcomponentesespecí- ficos,necessáriosparaumamaturaçãofuncional Depósito,Estocageme Ascensãono Trato Feminino PARÃMETRO LongevidadedosGametas(horas) Espermatozóides Óvulos DesenvolvimentoEmbrionário(dias)a Duascélulas Quatrocélulas Oito células Blastocisto Eclosão Transportede BlastocistoaoÚtero Horas EstágioCelular AlongamentodosBlastocistos(dias) PlacentaçãoInicial (dias) Nascimento(dias) Bovinos 46-48 4 11-15 13 112-115 Suínos 30-48 20-24 34-72 8-10 1 1,5 3 7-8 9-11 0,6-0,8 1 2,5 5-6 6 72-84 8-16 13-21 22 278-290 aDiasapósa ovulação. bOvosnão fertilizadospermanecemno oviduto. cNão ocorrealongamentoparaformarblastocistosfilamentosos.ESPÉCIES Eqüinos Ovinos 72-120 30-48 6-8 16-24 1 1 1,5 1,3 3 1,5 6 6-7 8 7-8 140-144b 66-72 Blastocisto 8-16 NA' 11-16 37 15 335-345 145-155 CAPÍTULO 8: FERTIUZAÇÃO E CUVAGEM 113 a. Espermatozóidesadquiremcapacidadedefertilizaçãodepoisdepermanecerno tratofemininopor algumtempo. b. A capacitaçãoenvolvea remoçãoou alteraçãode umacoberturaestabilizadoraou protetoradamembranaplasmáticadosesper- matozóides;issoestásobcontroleautônomonervosoe hormonal. c. Espermatozóidessãoencontradosemcontatoíntimo comcélulasepiteliaisdo istmoe dajunção uterotubária. d. A maiorpartedacapacitaçãoocorreno segmentoinferiordo istmoondeosespermatozóidesfertilizantessãoarmazenados;a capacitaçãodentrodo istmoprogridemaisrapidamentequandoasfêmeassãocobertasapósa ovulaçãodo quequandoo são antesdaovulação. e. A capacitaçãoé apressadapor "fricção"dasuperfícieespermáticapormateriaisadsorvidos(incluindo proteínasdo plasmasemi- nal) contrao mucocervical. f. Especificidade/especialidadedo tratofeminino:espermatozóidestotalmentecapacitadossemsubiraooviduto.Mulheresficam grávidasapóstransferênciadosgametasintra-oviduto(GIFT) ou inseminaçãodiretaintraperitoneal(DIPI); a capacitaçãoé pos- sívelna cavidadeperitoneale/ouna ampola.A capacitaçãonão é estritamenteórgão-específica.Espermatozóidesqueaderemao epitéliodo istmopassamporumacapacitaçãovagarosa. g. A capacitaçãoespermáticain vitra(CIV) e a fertilizaçãoin vitra(FIV) sãoaplicadasrotineiramenteusandováriosmeiosdecul- turade tecidosdisponíveiscomercialmenteou emsoluçõesmodificadasTryode/Krebs-Ringersuplementadascomfontesenergéti- cas(p. ex.glicose,lactatoe piruvato)e albumina(p. ex.Ham FIO) suplementadacomsorosangüíneo.Sorostambémsãocomu- menteusados,particularmenteparaFIV humana. h. Espermatozóidesmantêmgradientesiônicosatravésda membranaplasmática;a concentraçãode K+ dentrodacélulaé maisalta do quedo ladodefora;o inversoé verdadeiroparao Na+. i. A CIV deespermatozóidesbovinosé facilitadapelaheparina,queatuana remoçãodecomponentesdo plasmaseminaldasuper- fície espermática.Devidoaofatodea membranaplasmáticaestardiretamenteexpostaaoambientede capacitação,modificações significantesocorremnessamembranadurantea capacitação.A remoçãoou a alteraçãodo materialda coberturadasuperfície espermáticaconstituiumaimportanteparteda capacitação.Os materiaisdecoberturaremovidosou alteradosdurantea capaci- taçãoincluemfatoresdedescapacitação. paraatingirumalto índicedeconcepção.As fêmeasovulam emváriosmomentosapóso início do estro.A longevidade dosespermatozóidesno trato reprodutivofemininoparece estarrelacionadaàduraçãodo estro.Por exemplo,esperma- tozóidesdesuínose eqüinospossuemlongevidademaiordo queosdeovinose bovinos.A maiorlongevidadedosesper- matozóidessuínos e eqüinosaumentaa probabilidadede espermatozóidesviáveis estarempresentesna ovulação quandoa inseminaçãoé feita pouco antesda ovulação. Independentementedo momentoda ovulação,obtêm-se altosíndicesdeconcepçãoseosespermatozóidesestiverem no ovidutopoucoantesdaovulação.A inseminaçãomuito precocereduzosíndicesdeconcepção,emconseqüênciada perdadaviabilidadeespermáticae do númerode esperma- tozóidesno local dafertilização,enquantoaperdadaviabi- lidadedo óvulo pode serdevidaà inseminaçãodepoisda ovulação,mesmoqueocorraa fertilização. Aindaqueo machoejaculebilhõesdeespermatozóidesno tratoreprodutivofeminino,aproximadamente1.000a 10.000 estarãopresentesno istmoe provavelmenteapenas10a 100 espermatozóidesestarãonaampoladepoisde4 a 12horas.Um númerobaixodeespermatozóidesno ovidutonãoéresultante dotransporteespermáticolento,massimdomovimentocon- troladopelajunçãouterotubáriadentroda ampolae istmo inferior(naporca),assimcomodesuamovimentaçãodavagi- nae cérvixparadentrodoútero(emruminantes).Essarela- çãoregulao númerodeespermatozóidesno localda fertiliza- ção(impedindoa polispermia),aomesmotempoemquedis- põeum reservatórioespermáticoparagarantira presençade espermatozóidescapacitadosnahoradaovulação. A habilidadedosespermatozóidesparaaderire selibe- rar do revestimentoepitelialda ampolapodecolaborarna manutençãodeumnúmeroadequadodelesno localdafer- tilização(30). Quandopresentesna ampola,os espermato- zóidestornam-sehiperativados,aumentandoa probabilida- dedeentrarememcontatocomo óvulo.Apesardofatode a participaçãointegraldo ovidutoe de seuconteúdopara garantira fertilizaçãonãotersidosuficientementeesclareci- do, o processoé eficienteporqueos índicesde fertilização emtodasasespéciesdomésticasexcedem90%. ENCONTROESPERMATOZÓIDE-OÓCITO.A fertilizaçãono, mamíferosrequertrêseventoscríticos:(a)migraçãoespermá- ticaentreascélulasdo cumulus(casoestejampresentes);(b) fixaçãoespermáticaatravésda zonapelúcidae (c) fusãodo espermatozóidee damembranaplasmáticadoóvulo. Uma substânciaproduzidapelo cumulusoophorusde óvulosde coelhapodeestimulara motilidadeespermática. Esse fator pode desempenharum papel secundáriono encontroespermatozóide/óvulo,já quecontraçõesperistál- ticasda ampolaaumentama chancede contatoentre os gametasmasculinoe feminino (28). 114 PARTE II: FISIOLOGlA DA REPRODUÇÃO a. O acrossomoconsisteemcapuchãoacrossomáticolocalizadoanteriormentee do segmentoequatoriallocalizadoposteriormente,de tamanhorelativo,a relaçãotopográficaentredois segmentosde acrossomoemsetecapuchões acrossomáticosé localizadacom enzimashidrolizantes,o segmentoequatorial enzimaticamente"vazio".Hialuronidase/acrosinasãoenzimasacrossomáticas extensivamenteestudadas/caracterizadas. b. O acrossomocontémváriasenzimashidrolizantespoderosas.Proteínasestrutu- raismantêma forma/posiçãodo acrossomode diferentescomponentesfuncio- naisdentroda matrizacrossomática,a organizaçãodo acrossomoé necessária paraassegurara liberaçãodoscomponentesacrossomáticosemumaordempre- cisaparaosespermatozóidesatravessaremosenvoltóriosdo óvulo. c. Parafertilizaros óvulos,osespermatozóidesdevemserbastantemóveis,assim comoseremcapazesdesofrera reaçãodo acrossomo(RA) penetrandoatravés dosenvoltórios/fundindo-secomo óvulo. d. Reaçãodo acrossomo(RA) comoindicadorda capacitaçãocompletada.Os espermatozóidesnão sofremRA espontaneamenteou mediadospor ligandos (p. ex., zonapelúcida)a menosqueelessetomemcapacitados. e. Um influxo maciçodeCa2+'ocorredurantea RA. A concentraçãodeCa2+ intracelularnosespermatozóidesé baixa,tantona regiãodacabeçaquantoda cauda,por causadapresençado antiportadorCa2+mediadopor ATPase e um sistemadetrocaCa2+/H +na membranaplasmática. EnzimasdoAcrossomo SignificadoFuncional Morfologia,Detecçãoe Cinética de Reaçãodo AcrossomoIn Vivo ReaçãodoAcrossomoMediadapelaZona versusReaçãoEspontâneadoAcrossomo MecanismodeReação f. Carboidratoé umcomponentedistintodamatrizacrossomática.Uma camada deglicoproteínasquecobrea superfícieinternada membranaacrossomática externasustentajuntasasmembranasacrossomáticasvesiculadas(fenestradas) plasmáticas/externasdurantea reaçãodo acrossomo. g. A formado acrossomonão mudadurantea capacitação,a proacrosinaenzi- maticamenteinativa no acrossomoespermáticoé convertidaemacrosina enzimaticamenteativapelo glicosaminoglicanono fluido uterino. h. FunçãodaRA: osóvulosestãocircundadospor coberturasglicoprotéicasatra- vésdasquaisos espermatozóidesdevempassarantesdeatingira membrana plasmáticado óvulo.Espermatozóidesquesofrerama reaçãodo acrossomodis- solvema coberturalocalmente,produzindoum "buraco"atravésdo qualos espermatozóidesnadam.A membranaacrossomáticaexternarecobrea mem- branaplasmáticadestruída(parcialou totalmente)ou desprende-sedo corpo principaldosespermatozóides. FixaçãoEspermática A fixaçãodacabeçado espermatozóideà zonapelúcida é reguladaporlocaisreceptoresna superfíciedazona.O tra- tamentodeóvuloscomanticorposantizonaou coma enzi- ma proteolíticatripsinabloqueiaa fixaçãoespermática.A fixaçãona zonapelúcidatambémpodeserinibidapelopré- tratamentodosespermatozóidescom anticorposantiesper- matozóidesou glicoproteínasextraídasda zona pelúcida (Fig.8-2). Os anticorposaos espermatozóidesou à zona pelúcidabloqueiamou mascaramoslocaisreceptoresesper- máticosenasuperfíciedazona.A presençadeglicosiltrans- ferase,proteinasese glicosidasessobrea membranaplasmá- ticaquecobreacabeçado espermatozóidepoderesultarem fixaçãoa ZP3 por um mecanismofechadura/chavecomo aqueleporumaenzimae seusubstrato(16). PenetraçãoEspermática A penetraçãodazonapelúcidapeloespermatozóideocor- re dentrode 5 a 15 minutosapósa fixação.A reaçãodo acrossomopodeocorrerantesoudepoisdafixaçãodacabeça espermáticaaosreceptoresglicoprotéicossobrea zona,porém umacrossomo/espermatozóideintactoé essencialparaafixa- ção.O carreamentoda cabeçaespermáticaao ZP3 permite interaçõescomoutroscomponentesdazonaqueestimulama reaçãodoacrossomo. Por muito tempo,a acrosinafoi consideradacomolisi- na essencialda zonaparapenetraçãoespermática,porémo númerode enzimaspresentesou fixadasàsmembranasdo acrossomosugereque uma combinaçãode enzimasatue sinergicamenteduranteapenetração.Issoécoerentecomas estruturasglicoprotéicasheterogêneasda zona pelúcida. CAPÍTULO 8: FERTILIZAÇÃO E CLIVAGEM 115 ConexãodosEspermatozóidesà Zona a. Um receptorespermáticoespecíficona zonapelúcidaé umadastrêsmaioresgli- coproteínasqueformama matrizextracelularda zonapelúcida. b. Trêsglicoproteínas,ZPl, ZP2 e ZP3 sãosintetizadaspelosoócitosemmaturação. Elasestãopresentesemtodososmamíferos,mascomvariaçõesnasproteínas. c. A ZP3 funcionacomoreceptoradeespermatozóidesà qualsomenteaquelescom acrossomointactopodemsefixar. d. A fixaçãodosespermatozóidesaosreceptoresocorreatravésdeumainteraçãode oligossacarídeosO-ligadossobrea ZP3. ConexãodosEspermatozóidesaoCumulus a. O papeldascélulasdo cumulusnascélulasdefixaçãodosespermatozóidesé debatidoemanimaisdomésticos(especialmentena vaca),poisusualmenteelas estãoausentes3 a 4 horasapósa ovulação. b. A hialuronidasepresenteno acrossomodo touropermitea penetraçãodo cumu- lusoophorus. c. A arilsulfatasedoacrossomodocachaçoprovocadispersãodascélulasdocumu- lusoophorus.As enzimasnecessáriasparaapenetraçãooudispersãodocumulus estãopresentesnessaespécie. InteraçãoEspermatozóides /CumulusOophorus Propriedadesdo Cumulus Oophorus EntradadosEspermatozóides no Cumulus Inibição daPenetração Espermáticano Cumulus Papeldo Cumulus Hialuronidasedo Acrossomo InteraçãoEspermatozóides /ZonaPelúcida FunçãodaZona PropriedadesdaZona União Espermática/Penetra- çãoatravésda Zona Enzimasexpostasdurantea reaçãodo acrossomosãoneces- sáriasparaa passagemdosespermatozóidesatravésdazona, ~endotambémnecessáriaa motilidadeespermática(28). Assimqueosespermatozóidescomreaçãodo acrossomoini- ciam a penetraçãona zonapelúcida,a glicoproteínaZP2 podeservircomoum receptorespermáticosecundáriopara mantera fixação do espermatozóidedurantea passagem atravésdazona. FusÃo DOSGAMETAS.A membranavitelina pode ser menosespecíficadoqueazonapelúcidanafixaçãodoesper- matozóideestranho;porém,algumgraude seletividadeé aparente,já quea membranaplasmáticado óvulo irá com- petirna fixaçãodemaisespermatozóideshomólogos. A reaçãodo acrossomoé umpré-requisitoparaa fusão doóvuloe asmembranasplasmáticasdo espermatozóide.Os oócitoszona-freenãopodemsofrerumafusãocomesperma- a: A reaçãodo acrossomopermitea liberaçãode zonalisina, pelaqualosespermatozóidesdigeremumcaminhoatravés dazonapelúcidaparaa membranavitelina. b. O acrossomocontémváriasenzimas:hialuronidase,acro- sina,proacrosina(formainativada acrosina),esterase, fosfolipaseAz, fosfatasesácidas,aril sulfatase,j3-N-acetil glucosaminidase,aril amidasee proteinasesácidasnão- específicascomdiferençasquantitativas/qualitativas entreespécies. a. O acrossomoé ativadoporocasiãodauniãoespermáticae penetraçãodazona.Uma vezqueo espermatozóidetenha atravessadoa zonapelúcida,a cabeçasemoveparadentro do espaçovitelino/contactaa membranavitelina. b. A caudaespermáticaimpulsionao espermatozóidepara dentrodo espaçovitelino, provocandoummovimentode rotaçãona membranavitelina dentrodazonapelúcida. tozóidesativadossemacrossomos,mesmoqueocorrafixação à superfíciedamembrana(Fig.8-3). A membranavitelinaé cobertapordensasmicrovilosida- des,excetoemumaáreaadjacenteà superfície,ondeo segun- do corpúsculopolarseráexpulsoapósafertilização.A fixação espermáticararamenteé observadanessaáreada superfície vitelina.A fixaçãodo espermatozóideinicialmenteocorreno segmentoequatorialdacabeça,comáreasde intervilosidades ou microvilosidadesdamembranavitelina.A fusãodo esper- matozóideeóvulonãoenvolveamembranaplasmáticasobreo segmentoequatoriale regiãopós-acrossômicada cabeçado espermatozóide.Subseqüentemente,a superfícieda região equatorialdoespermatozóideéincorporadadentrodamembra- na plasmáticado ovo.A regiãoequatorialdamembranaplas- máticadoespermatozóidetoma-seentremeadacomamembra- naplasmáticadoóvuloepodeseridentificadanasmembranas doovoo maistardarno estágiodeoitocélulas. 116 PARTE II: FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO FusÃo ESPERMATOZÓIDE/ÓVULO REAÇÃO CORTICAL BLOQUEIO À POLISPERMIA DESCONDENSAÇÃO DO NÚCLEO ESPERMÁTICO EM OOPLASMA FINALIZAÇÃO DA MEIOSE, DESENVOLVIMENTO DE PRONÚCLEOS Os espermatozóidestomam-secapa- zesdesefundircomosóvulos Fusãodeespermatozóides subnormais/anormais/oolema Competênciadefusãodo oolema Detecçãodafusão espermatozóide/óvulo Controle dafusão espermatozóide/óvulo Grânuloscorticais/ reaçãocortical Bloqueioà polispermia Núcleo espermático Núcleo espermático Descondensação Finalizaçãodo desenvolvimento depronúcleossingamia a. A fusãoespermatozóide/óvulonão envolvea membrana acrossomáticainternadaregiãoanterior,envolvea mem- branaplasmáticasobreo segmentoequatorial/regiãopós- acrossômicadacabeçado espermatozóide. b. A superfíciedaregiãoequatorialdo espermatozóideé incorporadadentrodamembranaplasmáticado óvulo. c. A regiãoequatorialdamembranaplasmáticado espermato- zóideé intermisturadacoma membranaplasmáticado óvulo/éidentificadana membranado ovo no estágiodeoito células. a. O bloqueioà polispermiaocorrenazonapelúcidanamaioria dosmamíferos(p.ex.ovinos,suínos),comumbloqueiofisioló- gicosecundárionamembranavitelinaemcoelhos. b. O início do bloqueioocorrena penetraçãodo espermato- zóideno óvulo, quandogrânuloscorticaissãoliberados dentro,do espaçoperivitelino. c. A liberaçãodoconteúdodessesgrânulosprovocaumareorga- nizaçãoextensadazonapelúcidae/ou"reaçãocortical"da superfícievitelina.A reaçãocorticalresultaemliberaçãode enzimasqueprovocamendurecimentodazonapelúcida/inati- vaçãodosreceptoresespermáticos(ZP3). d. A digestãoenzimáticadeoligossacarídeosO-ligadosno ZP3 poderemovercarboidratosespecíficosenvolvidosnazonade uniãodosespermatozóides. e. A proteólisedeZP2 tambémpodealterarascaracterísticas físicasdazonaparaimpedirnovapenetraçãode espermato- zóidesacessóriosindesejáveis. a. Depoisdafusãocoma membranaplasmáticado óvulo,o envelopenucleardo espermatozóidesedesintegra,o mate- rial decromatinaliberadosofreumadescondensação. b. O envelopenucleardo espermatozóideé rapidamentesubs- tituídopor umnovo envelopedentrodo citoplasmado óvulo, formandoo pronúcleomasculino.A descondensação do envelopenucleardo espermatozóiderequercomponentes específicosno citoplasmado óvulo. c. Oócitosimaturosdevacasãoincapazesdedescondensaros núcleosespermáticosquandoamadurecidosin vitro.O fator necessárioparaa descondensaçãoé denominadofatorde crescimentodopronúcleomasculino. a. Uma vezqueospronúcleosmasculino/femininoestejamem íntimaproximidade,osenvelopesnuclearessedispersam, propiciandoumaintermisturadoscromossomos. b. Associadoa esseseventos,ocorreo início dasíntesede DNA a partirdosprecursorescitoplasmáticos. c. Os cromossomosseagregamna prófasedaprimeiradivisão declivagem,resultandona formaçãodeumzigoto/restaura- çãodo estadodiplóide. d. O processodefertilizaçãopermitea combinaçãodosele- mentoshereditáriospaternoe materno. e.Durantea fusãoespermatozóide/óvulo,osconstituintes espermáticosdasmembranascelulares/cabeçaespermática sãoliberadosparadentrodo ooplasma. FIGURA8-1. Seqüênciade eventosdurantea hiperativaçãoesper- mática, capacitação,reação do acrossomoe fertilização. (A) Subconjuntosde espermatozóides(capacitadosativos,capacitação latente,não-capacitadose disfuncionais)penetramnascélulasdo cumu/U5.(B) Fixaçãoinicialdeespermatozóidecoma zonaglicopro- téicaZP2. (C) Reaçãodo acrossomoapóso reconhecimentoesper- matozóide/óvulo.(D) O capuchãoacrossomáticoédescartadoassim queo espermatozóidepenetrana zonapelúcida.(E) Exposiçãode acrosinanamembranaacrossomáticainterna;podemediarafixação secundáriaao ZP3. (F) Fusãoentreasmembranasplasmáticasdo espermqtozóide;membranasdo oócito/espermatozóidese fundem. (G) Matrizdocumulus. Bloqueioà Polispermia Imediatamenteapósa fertilização,a superfíciedo ovo sofremodificaçõesparaimpedira penetraçãodeespermato- zóidesadicionais.Quandoessemecanismofalha,podeocor- rerumafertilizaçãopolispérmicacomformaçãodeembriões poliplóides,quepodemtermorteembrionáriaou desenvol- vimentoanormal. Embora uma polispermiafisiológicaseja comumem pássarose répteis,a incidênciade polispermiana maioria dasespéciesdemamíferosé deapenas1 a 2% (31). Os suí- nos parecemser maissuscetíveisà polispermia,principal- menteem conseqüênciade coberturaou inseminaçãotar- dia quandomaisde 15%dosovossãopenetradospor mais de um espermatozóide.Em ovinos, Killeen e Moore (32) descobriramquea inseminaçãotardia,istoé 36 a 48 horas apóso início do estro,estavaassociadacom ovosfertiliza- dos anormais,em que 39% erampolispérmicosou conti- nhamblastômerosmultinucleados. CAPÍTULO 8: FERTILIZAÇÃO E CLIVAGEM 117 DesenvolvimentodePronúcleose Singamia Na penetraçãodamembranavitelinapeloespermatozói- de,o ovoativadocompletaa meiosee expeleo primeiroe/ou segundocorpúsculopolardentrodoespaçovitelino(Fig.8-4). Os cromossomoshaplóidesmaternosremanescentessão, então,envolvidosporumpronúcleo.Os pronúcleosmasculi- noefemininomigramparao centrodoovo,pararearranjosno estromacitoesqueléticodoovoapósa ativação. Emborateoricamentesejapossível,astentativasparapro- duzircamundongosdiplóideshomozigotos(dois pronúcleos masculinosou femininos)(33) falharam.Contribuiçõesde ambosospronúcleos,masculinoefeminino,parecemnecessá- riosparao desenvolvimentoembrionárionormal. FERTILIZAÇÃOINTERESPECÍFICA.A fertilizaçãointerespe- cíficafoi demonstradaapenasentrea lebre-das-neveseo coe- lho, a doninhae o furão,ovinoe caprinoe eqüinoeasinino. Além desses,Bos tauruse Bos indicus,bovinosdomésticos europeuse asiáticos,logo produzemhíbridos férteiscom maiorresistênciaadoençasetolerânciaaocalordoqueo Bos taU1';us.Bovinosdomésticose o bisãoamericano(Bisonbison) tambémsãocruzadoscom sucesso,produzindoum híbrido comresistênciasuperioraofrio e capacidadedeutilizaçãode forragem.Falhasno processode hibridaçãopodemocorrer duranteafertilizaçãoe/ouclivagem,demodoquea fertiliza- ção interespecíficacom sucessoé rara.O desenvolvimento dosmétodosdecolheitadeoócitosedesêmenseguidodetéc- nicasde fertilizaçãoin vitrocom sucessopermitemqueesse problemasejaidentificado.Resultadosobtidoscomessastéc- nicasindicamquea partirdo início dasdivisõesdeclivagem atéaformaçãodoblastócito,o ovodemamíferoé tolerantea umambienteestranho.Depoisdessetempo,oshíbridosmor- rem,o que indicaa suadependênciaa condiçõesaltamente específicasduranteo períodopós-blastocisto. Quando uma hibridaçãocom sucessoé demonstrada, existemdiferençasmarcantesno sucessodecruzamentosrecí- procos,demodoqueumelevadonível defertilizaçãoépossí-. velemumadireçãomasnãoemoutra;istoé,comummacho delebre-das-neveseumacoelhaépossívelobterhíbridos,mas comumafêmeadelebre-das-neveseumcoelhoapossibilida- deé muitomenor.A falhadefertilizaçãoentreespéciesdife- rentesnão é, em princípio,um resultadode diferençasna constituiçãogenéticado espermatozóideou do ovo, masé atribuídaadiferençasgeneticamentedeterminadasnaconsti- tuiçãofisiológicadessesgametasno tratogenital. A importânciado trofoblastona manutençãodagesta- ção foi demonstradaemestudoscomgestaçõesinterespecí- ficaseumenvolvimentoimunológicofoi implicadonafalha deumaporçãodessasgestações.Tal problemafoi contorna- do usando técnicas de micromanipulaçãoembrionária. Blastômerosjovens(quatroa oito células)deembriõesovi- nose caprinosforamusadosparaconstruirembriõesquimé- ricos.Os blastômerosforamposicionadosde modoque as células externaspertencessemàs espéciesnas quais os embriõesseriamtransferidos.Componentesdo trofoblasto, originadosda camadade célulasexternas,foramcapazesde protegerascélulasdaespécieestranhaposicionadanacama- 118 PARTE 11:FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO ESPERMATOZÓIDE OÓCITO A ~ -+-+Ejaculação Espermatozóidesalcançamo mucocervical Transporterápidodo espermatozóideparaa ampola Estabelecem-seos reservatóriosde espermatozóides ~ Númerofuncionalde espermatozóidesnaampola Espermatozóidesliberadosdos reservatórios Capac~acão Vidafértildosespermatozóides B r.<i.\!i~,r",:<-::ü. ''''7. Vida móvel dos espermatozóides i& Ovulação . 'vulo~ Vida fértil do o o 10 Horas 30 4020 Maturação à segunda divisão meiótica Ovulação Penetração do cumuluse zona pelúcida Fusão espermatozóidex oócito c ~ Trocas iônicas ~ Liberaçãode grã- f(1f2m~ nuloscorticais ~ ~BIOqUeiO à polispermia l- , ~ o Reassunçãomeiótica Extrusãodo segundo corpúsculopolar Formação~ pronuclear.~\I J ~ Síntesede DNA ~ Trocametabólica E ~ Conjuntoshaplóidesde cromossomossobreo fusomitótico F @ Clivagem FIGURA 8-2. Ilustraçãodiagramáticadaseqüência de eventos dainteraçãoespermatozóidejoócito.(A) ejaculação;(B) migraçãoesper- mática; (C) liberação espermática dos reservatórios; (D) penetração da zona pelúcida; (E) fertilização; (F) clivagem. dainternadascélulas,a qualdáorigemaotecidoembrioná- rio próprio.Então,a rejeiçãoimunomaternade célulasda espécie"estranha"pôdeserevitadae a gestação,mantida. CUVAGEM Após o estágiodezigoto,osembriõessofremváriasdivi- sõesmitóticas.O zigoto,ou estágiodeumacélula,ébastan- te grande,comumabaixaproporçãocitoplásmica-nuclear. Paraatingirumaproporçãosimilaràscélulassomáticas,as divisõescelularesocorremsemaumentoda massacelular. Esseprocessoé conhecidopor clivagem.O crescimento duranteesseperíodopodeserconsideradonegativo,poisa massacelulardiminui de 20% na vacaa 40% na ovelha, porém,os núcleosaumentamde tamanhoe a quantidade apropriadade ácidonucléico é mantidanos cromossomos (31).Umavezqueosembriõesdemamíferospossuempouco vitelo (comexceçãodossuínoseeqüinos),elescontamcom a mãeparaseusuportemetabólicono início da gestação. Essesuporteé garantidopelassecreçõesuterinase dosovi- dutos (histotrofo). Durante a clivageminicial, há pouco aumentonataxametabólica,masocorreumaumentoagudo entreosestágiosdemórulae blastocisto. Curso de TempoNormal A clivagemdo zigotoocorrepordivisãoverticalatravés do eixoprincipaldo ovo do pólo animal (local daextrusão do corpúsculopolar)parao vegetal(áreadereservadevite- 10).O sulcodaclivagem,comfreqüência,vaiatravésdaárea onde os pronúcleossesituavamno início da singamia.As célulasfilhasresultantessãochamadasblastômeros.O plano dasegundadivisãotambéméverticalepassaatravésdoeixo vertical,masem ânguloretoao plano inicial de clivagem, produzindoquatroblastômeros.A terceiradivisãode cliva- Membra ~ a '0 Zonapelúcida ~ o vltehna. . Cumulusoophorus . . . . . Espaçoperivitelino Q . ~ ~ Primeirocorpús- ~ culopolar . . . . Segundadivisão nuclear ~ ,Q Corpúsculopolar (jÇJ xpelidO "'" Descondensaçãoda E cabeçaespermática Segundocor- ~ ÚSCUIOpolar Pronúcleo feminino Pronúcleo .;, masculino F ~~ ~ FIGURA 8-3. Fasesdurante a fertilização.(A) Espermatozóide encontrae penetrao cumulusoophorus.Primeirocorpúsculopolar estápresenteno espaçoperivitelinocom ofuso de metáfasedo oócitosecundáriopresenteno citoplasma.(B) Um espermatozóide quesofreuativaçãoacrossômica.(C) A membranaacrossomática interna de um espermatozóidecontacta a zona pelúcida. (D) Enzimasexpostassobre a superfícieda membranapermitema penetraçãodentrodo espaçoperivitelino.(E) A regiãoequatorial dacabeçado espermatozóideatingee funde-secom a membrana vitelina, estimulandoa finalizaçãoda segundadivisão meiótica. (F) O grandepronúcleomasculinoe o pronúcleofemininomenor formam-seapósa extrusãodo segundocorpúsculopolar. (G) Os pronúcleosmigrampara o centro do oócito, onde os envelopes nuclearessedispersam.(H) Começaa prófaseda primeiradivisão de mitose.(De McLaren A. In: Hafez ESE, ed. Reproductionin FarmAnimais, 4 ed.Philadelphia:Lea & Febiger,1980;229). gemocorreaproximadamenteem ânguloreto ao segundo, produzindooito blastômeros.Essaseqüênciaduplaé execu- tadaatravésdo restantedaclivageminicial. As divisõesda clivageminicial normalmenteocorremaomesmotempoem todosos blastômeros,masestasincronizaçãoé inevitavel- menteperdidaeosblastômerospassamadividir-seindepen- dentementeumdo outro. As divisõesdaclivagemsãosempremitóticas,comcada célula-filha(blastômero)recebendototalsortimentodecro- mossomos.Blastômerosdosestágiosde duasa oito células emcoelhossãototipotentes,istoé, sãototalmentecapazes deoriginarum embriãointacto.A totipotênciadosblastô- merosovinosé mantidaatéo estágiode oito células(34). CAPÍTULO 8: FERTIUZAÇÃO E CUVAGEM 119 Emembriõesdequatrocélulas,nãomaisdoquetrêsouqua- tro blastômerossãototipotenteseemembriõesdeoito célu- lasnão maisdo queum de oito blastômerosé totipotente. Após essetempo,porém,os blastômerosparecemdiferen- ciar-sedeacordocomsuaposiçãona mórula. Enquantoosblastômerosestãoencaixadosdentrodazona pelúcida,elesdevemacomodar-sea si mesmosdentrodessa árealimitada.Umavezqueo embriãotenhaformadodenove adezesseisblastômeros,emalgunscasosatémais,eleéconhe- cidocomomórula,devidoàsuasemelhançacomumaamora. A segregaçãodascélulasinternase externasdo embriãode camundongodedezesseiscélulas(oumórula)podeserinicia- dapormodificaçõesmorfogênicasqueocorremno estágiode oitocélulas.Nestaocasião,osblastômerosachatam-seunsnos outrosformandoum embriãoarredondadoe componentes celularesinternose asmicrovilosidadesdasuperfícieposicio- nam-seassimetricamenteemumprocessodenominadopolari- zação.Os processoscombinadosde achatamentodosblastô- merose de polarizaçãosãoconhecidospor "compactação". Antesdoestágiodedezesseiscélulas,ocorreumavariabilidade naproporçãodecompactaçãoentreembriões,assimcomona oca!iiãodesuainiciação(35). A hipótesedapolarizaçãoestabelecequeaassimetriaentre osaspectosapicaise basaisdosblastômerosno estágiodeoito célulasforneceabaseparaasdiferençasentreascélulasinter- naseexternasdamórula.O caminhopeloqualoplanodedivi- sãoocorreduranteaquartadivisãodeclivagem,istoé,estágio deoito a dezesseiscélulas,podesegregarasregiõesestrutural- mentediferentesdosblastômerosdeoitocélulasempopulações heterogêneas.Nessasituação,osplanosdedivisãoqueocorre- ramparalelamenteà superfícieouatravésdoeixodepolarida- derompemo blastômeroemduascélulas-filhascomdiferentes característicasmorfológicase comportamentais.Sutherlandet a!.(35)demonstraramqueduranteaquartaclivagememratos houvetrêsorientaçõesplanasdemaiordivisão:anticlinal(per- pendicularà superfícieexternado blastômero)jperioclinal (paralelaàsuperfícieexternadoblastômero)eoblíqua(emum ânguloentreasoutrasduas)(Fig.8.4). O númerorelativodecélulasinternaseexternasnamóru- Ia de dezesseiscélulasdeveria,entretanto,dependerdapro- porçãodos tiposde divisãoocorridosdurantea quartacli- vagem.Ao traçaras linhagensdosblastômerosde quatroe oitocélulas,Sutherlandeta!.(35)descobriramqueaordemde divisãodosblastômerosduranteaterceiraouquartaclivagem estavaassociadacoma ordemdedivisãodosblastômeros-pais durantea clivagemprévia.Algunsembriõespré-implantação de suínosapresentamcélulasinternasno estágiode dozea dezesseiscélulas(34). A proporçãode célulasinternasera baixaemmórulas,masaumentoudurantea diferenciaçãodo ICM edotrofectodermanosblastocistosiniciais.Então,apro- porçãodecélulasICM diminuiuà medidaqueosblastocistos seexpandirame eclodiram. Junçõescompactasseformamdentrodacamadadetrofo- blastosdeembriõesdecamundongosdeoitoadezesseiscélulas (36)quandoosblastômerosestãoemíntimaaposiçãoduranteo processode compactação(Fig.8-5). A formaçãode junções compactasresultaemum selodepermeabilidadepermitindo queo fluido defora passeparadentro do blastocisto,sem 120 PARTE lI: FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO A Cornouterino Ferlili<;açãoin vitro Acrossomo Cristaapical (iJ Membranaplasmáticaií;1 Membranaacros- somáticaexterna Membranaacros- somáticainterna Segmento equatorial Regiãopós- acrossómica a b c c FIGURA8-4. (A) Representaçãodosuprimentosangüíneoarterialparao ovárioe istmodoovidutodaporca.(Da literatura.)(B) Seqüência deeventosdurantea reaçãodo acrossomoemespermatozóidesdemamíferos.(a) Plasmaintactoe membranaacrossomáticade umesper- matozóidenãoreagente.(b) Início dareaçãoacrossômicamostrandomúltiplospontosdefusãoentrea membranaplasmáticae a membra- naacrossomáticaexterna.A fusãodeixaumaaparênciadenumerosasvesículassobreasuperfíciecelular.Note aausênciadefusãonasregiões equatoriale pós-acrossomática.Enzimasacrossômicasenvolvidascom a penetraçãodo óvulo sãoliberadase expostassobrea membrana acrossomáticainterna.(c) O acrossomoinchae é eventualmenteperdidodurantea penetraçãodazonapelúcida,deixandoapenasa mem- branaacrossomáticainternaexpostana porçãosuperiordacabeçaespermática(AdaptadodeR.G. Saackee ].M. White [1972]Proc. 4th Tech.Conf. A.I. andReprod.,Trinta, ItaIy pp. 22-27).(C) A proteínaZP3 na zonapelúcidaé a receptoraespermática.A exposiçãode espermatozóidesa óvulosnãofertilizadosresultaemcarreamentode espermatozóidesà ZP3 (acima).No ensaiodecompetição(abaixo),os espermatozóidessãoprimeiroincubadoscomZP3 e,então,expostosaosóvulos;todavia,osespermatozóidessãoincapazesdesefixaràspro- teínasZP3nazonapelúcidaporquesuasproteínasZP3 carreadorasjá estãoocupadas(bloqueadas)pelasZP3 livresàsquaisosespermatazói- desforamintroduzidosantesda introduçãodosóvulos.(ReproduzidodePaulM. Wassarman,[1988].ScientificAmerican December,p. 83.) um escoamentosubstanciale formando a blastocele.A formaçãode aberturase junçõescompactasentre aspre- sumíveiscélulas trofoblásticastambémdesempenhaum papel importanteseparandoascélulasdo contato com o ambientematerno,permitindo,assim,aoblastocistodife- renciar-sequanto à posiçãoem duaspopulaçõesde célu- las. Uma populaçãoforma a massacelular interna e dá origemao próprio embriãoe a outradá origemao trofec- todermaou trofoblasto,que formao córion. TaxasdeClivageme Variação A regiãoinferiordaampolaé o local da fertilizaçãona maioria das espéciesde mamíferos.Quando o embrião atingeo estágiodeoito a dezesseiscélulas(estágiodequa- tro célulasno suíno), ele é transportadoparadentro do útero,onde continuaa proliferar.O tempoqueo embrião permaneceno ovidutopermitequeo úterosepreparepara a funçãodenutriçãoa partirdesuainstalação(Tab. 8-2). Espermatozóides capacitados atingem a zona pelúcida Espermatozóidepenetra a zonapelúcidaem10 minutos Espermatozóide penetra no vitelo, segundo corpúsculo polar prestes a ser liberado CAPÍTULO 8: FERTILIZAÇÃO E CLIVAGEM Cabeça do espermatozóide forma o pronúcleo masculino, o vitelo se contrai, permanece uma fenda na zona, extrusão do segundo corpúsculo polar 121 Os pronúcleosmas- culinoe femininose aproximam Os pronúcleos mas- culino e feminino se fundem, começa a transcrição dos genes materno e paterno Clivagematéo embriãode duas células Mórula FIGURA 8.5. Seqüênciadeeventosdefertilização/clivagememblastômerodeduascélulas,mórulae blastocistojovem. A proporçãoque o embriãoem desenvolvimentose moveatravésdo ovidutoe paradentrodo úteroé julgada comoumafunçãototalmentematerna,controladaporfato- resqueafetamafunçãomusculardo istmo,tal comoo siste- maadrenérgicolocal,quepodesermodificadoporestrogê- nio/progesterona.As prostaglandinasda série F, agindo localmente,parecemimpediro transportedo embriãoden- tro do útero, enquantoque as prostaglandinasda sérieE parecemacelerarsuaentradano órgão. Os ovossãotransportadosdoovidutoparao útero,este. jam ounão fertilizados,comexceçãodoseqüinos.Na égua, os óvulosnão fertilizadospermanecemdentro do istmoe vãodegenerandolentamenteduranteváriosmeses,enquan- to embriõesemdesenvolvimentopassampor elese entram no útero(37). A proporçãoemqueasdivisõesdedivagem progridemé afetadapor influênciasambientaise genéticas. Warner et aI. (38) descreveramum geneem embriõesde camundongopré-implantação,associadoao complexode histocompatibilidademurina,queinflui naproporçãodedi- vagemdeembriõesdessaespécie. ExpressãodoGenoma Na ovulação,osóvuloscontêmrRNA, mRNA, tRNA e ribossomas,estandototalmenteequipadosparasintetizarpro- teínas.Uma seqüênciaordenadade mudançasna síntesee modificaçõesdasproteínasocorremdurantea maturaçãodo oócito,fertilizaçãoe desenvolvimentoatéo estágiode duas 122 PARTE 11:FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO Parâmetros do Sêmen ~.Concentração.Motilidade .Morfologia . Separaçãoda fraçãomóvel I Testesde Função I .Bioquimicos .Reaçãodo acrossomo.Motilidadehipe- rativada Bioensaios FIV . "Padrão" . Teste de reação cruzada (gametas dos doadores). Fertilização assistida (SUZI, ICSI) . Terapia com FSH Ensaiode penetraçãode espermatozói- des (EPE) Zonade ligaçãoe penetração Distúrbios da Fertilização Ensaiode hemizona(HZA) Defeito Zonade penetração ~ ~ ~ ~ Reação do acrossomo, fusão e descondensação Descondensação e formação dos pronúcleos Bioensaio Testede penetração Ensaiode penetraçãoespermática (hamster)(EPE): Zonade perfuraçãogiratória;injeção no espaçoperivitelino;ICSI Microinjeçãodentrodo ooplasma (ICSI);zonade perfuraçãogiratória; injeçãonoespaçoperivitelino FIGURA8-6. DiagnósticoprogressivoemcasosdeFIV malsucedidarecorrente.(Abaixo)Análise seqüencialdedefeitosespermáticosespe- cíficosemcasosdefertilizaçõesfalhasrecorrentes. células.Os embriõesprosseguemseudesenvolvimentodapri- meiradivisãodeclivagematéo estágiodeblastocisto,quando ocorreumatranscriçãoativae acúmulodenovo mRNA do genomado zigoto(39). O embriãotoma-sedependenteda transcriçãologoapósaprimeiradivisãodeclivagemocorren- doumaumentoconcomitantedeproteínasintetizadano está- giodeduascélulas(40).Emovinos,asíntesedeproteínatotal é altaduranteasduasprimeirasdivisõesdeclivagem,diminui cercade95%durantea terceiradivisãoepermanecebaixana quartadivisão(oitoa dezesseiscélulas),aumentandodenovo na quintadivisão(dezesseisa 32 células)(41). A ativação completadetranscriçãoemembriõesovinosocorrenaquarta divisãode clivagem.Resultadossimilaresforamencontrados em embriõesbovinos(42). Imediatamenteapóso início da embriogênese,inicia-sea síntesedetodasasclassesdeRNA comumenteidentificadas. Produtosdegenesembrionários,comoenzimasespecífi- casou antígenos,podemserproduzidosde váriasmaneiras. Por exemplo,essasproteínaspodemserproduzidasnamaio- ria ou em todos os estágiosdas células embrionárias. Proteínasdessacategoriaincluem enzimasessenciaispara umaatividademetabólicanormal,assimcomoproteínasde estruturaubíquacomo actina, tubulina e espectrina.Em contraste,duranteo desenvolvimentooutrasproteínassão referidascomoprodutosdegenestemporais.Por exemplo,a proteaseserinaativadoradeplasminogênioestápresenteno trofoblastoe nascélulasendodérmicasprimitivas.Essapro- teaseé umprodutotemporaldeembriõessuínos,bovinose ovinos(43)duranteo desenvolvimentodaperiimplantação. São poucosos estudosreferentesaos mecanismosde controleda expressãodo desenvolvimentode produtosde genesnas espéciesdomésticas.Simmen e Simmen (44) sugeremqueosfatoresdecrescimentopeptídicoe suaspro- teínasassociadaspodemterumpapelimportantenosaspec- toscríticosdasinteraçõesentreo crescimentodo concepto e uteroconceptoduranteo períododeperiimplantação. Partenogênese Partenogênese,o desenvolvimentode um ovo sem a intervençãodo espermatozóide,ocorreem muitasespécies de invertebradose emalgumasespéciesdevertebrados.Os estágiosiniciais da partenogênesepodemser induzidosou ocorrerespontaneamente;todavia,os ovosativadosgeral- mentenãoeclodemmaisdoqueduasvezesantesdemorrer. Oócitose ovosdemamíferosocasionalmenteiniciamo desenvolvimentoembrionáriona ausênciadequalquerestí- mulodetectável.Nessescasos,ascélulasgerminativasfemi- ninaspodempossuirumatendênciainerenteparadividir e diferenciar-se,o queérealçadopelafertilizaçãooupor indu- toresdarespostapartenogenética. A geraçãodeembriõesdeumacélulausandotransferên- cia nuclearcom dois pronúcleosmasculinospara formar "androgenones"ou comdoispronúcleosfemininosparafor- mar"ginogenones"podesercompletadaexperimentalmente, masambasnãosedesenvolvematermo(33).As contribuições paternae maternaparao genomadiplóidedecélulasembrio- náriassãonecessáriasporquerepresentampapéiscomplemen- taresno processode desenvolvimento.Surani et aI. (33) demonstraramquea origemdospaisdoscromossomosdeter- minasuainfluênciasobrea embriogênesee,poressemotivo, ascontribuiçõesdosgenomasdospaisnãosãofuncionalmen- te equivalentesduranteo desenvolvimentodo concepto. Células partenogenéticase células embrionáriasnormais podemcombinar-separaformar"quimeras",quepodemsobre- viveratermo.RenardetaI.(45)usaramtécnicasdereconstru- çãoembrionáriacomembriõesdecamundongoparaproduzir embriõeshaplóidesginogenéticose androgenéticosdosquais foram obtidosblastômerosno estágiode quatro células. Blastômerosúnicos dos androgenonese dos ginogenones foram,então,fusionadosformandoparesdiplóides.Dois ou trêsdessesparesforamentãotransferidosparauma fêmea receptorae algunsdesenvolveram-sea termo. GêmeoseManiPulaçãoEmbrionária O nascimentodegêmeosemespéciesmonotocasémais freqüentementedotipodizigótico,emquemaisdeumóvulo é produzido.Os óvulossãofertilizadospordiferentesesper- matozóides,resultandoemprodutosnão maisidênticosdo quedois irmãos.A taxadegêmeosnosanimaisdomésticos é afetadapelaraça,idadee ambiente. Entreosbovinos,asraçasleiteirasapresentamumataxa degêmeosde3,5%,enquantoquenasraçasdecortea média é menorque1%. Gestaçõesgemelarescomumconceptoem cadacomouterinonãoprejudicamaviabilidadedobezerro; porisso,embovinos,oprincipalfatorquelimitaoaumentode nascimentosmúltiplospareceserataxaovulatória.Nasgesta- çõesgemelaresembovinos,a fusãodacorioalantóidedospro- dutosadjacentesresultaemumacirculaçãosangüíneacomum. CAPÍTULO 8: FERTILIZAÇÃO E CLIVAGEM 123 Daí,91%dasnovilhasnascidasgêmeasdeummachosão"free- martin"estéreis.Emborasejararo,condiçõessimilarestambém têmsidocomunicadasemovinos,caprinose suínos. OvelhasmuitoprolíficascomoasFinnsheepeBooroola Merino produzemdoisou maiscordeirosporpartocomfre- qüência.Essasovelhasapresentamumataxaaltade ovula- çãoque,na BooroolaMerino, é ligadaa umgeneprincipal F (fecundidade)(46). Essegenepodeserresponsávelpelos elevadosníveisdeFSH tantoemcordeirascomoemovelhas adultas,observaçãoesta tambémcomunicadaem outras raçasprolíficasdeovinos. A incidênciadegêmeosdizigóticoséde 1a 2%eméguas puro sangueinglêse pertode 3% em éguasdo tipo tração. Ovulaçõesduplassãoregularmentecomunseméguas,porém, umou ambosembriõesusualmentemorremlogono iníciodo desenvolvimento,enquantoaquelesquecontinuama desen- volver-sesãopropensosao abortamentoou mumificaçãoe, casonasçamvivos, à mortalidadeneonatal.A mortefetal entregêmeosno úterogeralmenteé atribuídaà insuficiência placentáriaou inadequadacapacidadeuterina,porquea área superficialtotal da placentade gêmeosé apenaslevemente maiordoqueaqueladeumfetoúnico.A gestaçãogemelarque ocorrenaturalmenterefletediferençasna taxade ovulação, assimcomoahabilidadedafêmeademantê-Ia. O principalfatorqueregulao númerodegestaçõesgeme- laresé o númerodeovosovulados.A taxadeovulaçãopodeser aumentadapor gonadotrofinasexógenas(usualmente gonadotrofinacoriônica eqüina, ECG), administradasem bovinose ovinos;todavia,arespostaovarianaévariável,sem influênciaparagêmeos.Quandoocorremduasovulaçõesuni- lateralmente,a taxade gestaçãogemelaré baixa,enquanto quequandoumaovulaçãosimplesocorreemcadaovário,a incidênciadegêmeosé maior.Essadiferençatemsidoatribuí- daàcompetiçãoentreosembriões,poisatransferênciadedois embriõesparao mesmocomo uterino leva a um reduzido númerode ligaçõescotiledonáriascomparadoaosresultados quandoum embriãoé transferidoparacadacomo uterino. Uma taxade gêmeosde cercade 60% podeser alcançada usandotransferênciaembrionáriabilateral. A imunizaçãocontra esteróidesovarianos,particular- menteandrostenedionae estrona,levaa um aumentodra- máticodataxadeovulaçãoemovelhaseumgraumenorem vacas.Em ovelhas,a taxamédiadeovulaçãoaumentouem 0,6ovulaçõesporovelha,resultandoemaumentodecordei- roscriados.Esseprocesso,contudo,resultaemmaiormorta- lidadeembrionáriaemovelhas.A imunizaçãocontrasubu- nidade -(X recombinanteda inibina bovina resulta em aumentodetrêsa quatrovezesdataxadaovulaçãoemovi- nose a umaumentode35%emsuínos(47). Os gêmeostambémpodemser monozigóticos,quando um único ovo fertilizadodá origema doisprodutosidênti- cos. A incidência de gêmeosmonozigóticosé rara, com ocorrênciasbemdocumentadasapenasnasespécieshumana e bovina. Em bovinos,os gêmeosmonozigóticosrepresen- tam 10% ou menosdos gêmeosnascidos.Usualmente,os gêmeosmonozigóticosse originam após a implantação, quandoa massacelularinternadiferencia-seemdoiscanais primitivos,originandodoisprodutosidênticos. 124 PARTE II: FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO o transplantenuclear envolve a transferênciade núcleosindividuaisde embriõesno períododepré-implan- taçãoparaoócitosmadurosnão fertilizados.O transplante nucleartemsidoempregadocomsucessona "clonagem"de embriõesde ovelhas,vacase coelhas,resultandono nasci- mentode produtosviáveis.Os produtosde transferência nuclearpodemnão serclonesverdadeiros,porquea maior partedo genomamitocondrialorigina-sedo citoplasmado oócitorecipiente.O princípiopordetrásdesseprocedimen- to é queosnúcleosde embriõescontêmtodasas informa- çõesgenéticasnecessáriasparaoriginarum indivíduocom- pletocomo mesmosuprimentogenético.À medidaqueo desenvolvimentoembrionárioprossegue,o potencialgené- tico dosnúcleostorna-secadavezmaisrestritoemvistada diferenciaçãoe deixa de ser "totipotente",dando origem apenasa tecidosespecíficosdentrodo embrião.Os núcleos podemsertransplantadosparao citoplasmade um oócito maduro.Fatoresdentro do citoplasmado oócito maduro "reprogramam"o núcleotransplantado,permitindo-lheque dê origema um novo embrião.O citoplasmade embriões pronuclearesou de duascélulasnão é capazde "reprogra- mar"osnúcleostransplantados.Resultadosiniciais de clo- nagemem coelhose vacasindicaramquemenosde 4% e 1%, respectivamente,dos embriõesdesenvolveram-sea termo.Willadsen et aI. (48), trabalhandocom bovinos,e Collas e Robl (49), trabalhandocomcoelhos,aumentaram essasporcentagenspara33%e 21%, respectivamente. A produçãodegêmeosmonozigóticostambémpodeser conseguidapor separaçãomicrocirúrgicadosblastômerosde embriõesdeduascélulas.Osdetalhestécnicossãodiscutidos emumcapítuloposterior. DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO PRECOCE FormaçãodoBlastocisto O desenvolvimentode junçõesintercelularescompactas da móruladurantea compactaçãoé seguidapor acúmulode fluidodentroda cavidadecentral,formandoa blastocele.A diferenciaçãode duaspopulaçõesdistintasde célulasocorre apósaformaçãodoblastocisto.A maioriadascélulasformaa camadaexternaperiféricacuboidal,chamadatrofoblastooutro- fectoderma,queécobertapordensamicrovilosidadeefunciona na captaçãoseletivadenutrientes.No desenvolvimentomais tardio,o trofoblastoformao córion.Um segundogrupode célulaslocalizadoemum póloabaixodo trofoblastoformao embrioblasto(massacelularinterna),quesedesenvolveemtrês camadasgerminativasprimáriasdoembrião(ectoderma,meso- dermaeendoderma)duranteo processodegastrulação. ZonadeEclosão A liberação(eclosão)do blastocistoda zonapelúcida (Fig. 8-6) ocorreno útero4 a 8 diasapósa ovulação(Tab. 8-2). Modificaçõesda integridadedazonadevidasaosfato- resenzimáticosproduzidospeloúterooupeloembriãoestão implicadasnaeclosãodeblastocistossuínos.A exposiçãoao ambienteuterino estrogênio-estimuladopode causarum amaciamentodazonapelúcidae permitirqueo blastocisto seexpandae rompaacamadadazona.A expansãoe acon- traçãodo blastocistobovino pareceminterpretaro maior papelna eclosãoà medidaquea zonaserompepor disten- são do blastocisto,emboraas enzimasenvolvidascom o enfraquecimentoda zonatambémtomemparte.A zonase rompeno plano equatorial,permitindoao blastocistocom- primir-seentreasduasbordasdaabertura. As prostaglandinas(especialmenteda série E) estão envolvidascomo processodeeclosão,poisosantagonistasdas prostaglandinasimpedemtanto a expansãodo blastocisto comoa eclosão.Assim,a expansãodo blastocistopareceser umprocessovitalparaaeclosãodazonacomproduçãodefato- resenzimáticosdo blastocistoou uterinosagindocomoum papeldesuporte.No dia11apóso estroemovinosesuínos,e nodia13embovinos,oblastocistopassaporumafasedealon- gamentologarítmico.O blastocistobovino transforma-sede umaformaesféricade3 mmno dia 13aproximadamente,em umaformafilamentosade25cmno dia 17.No dia 18dages- tação,o blastocistoestende-separadentrodocornocontrala- teral.Esserápidoalongamentolateraldo conceptonaovelha enavacaocorreporumahiperplasiacontínuadotrofectoder- maeendodermaextraembrionário. O rápidocrescimentodosblastocistosdavacae daove- lha sedáduranteváriosdias,masa taxadealongamentodo blastocistoda porcanão é excedida.Os blastocistossuínos desenvolvem-sede esferasde 2 mm aproximadamenteno dia 10dagestaçãoparablastocistostubularesde 10mmnos dias 11a 12.Os blastocistostubularestransformam-se(em umaproporçãode30a40mm/hora)emumaformafilamen- tosafinaquemedeaproximadamente20cmdecomprimen- to. Isso ocorremaispor reorganizaçãocelulardo que por hiperplasiacelular.Depoisdessafasede alongamentoini- cial, o blastocistosuíno continua a aumentarem compri- mentoe diâmetroem conseqüênciade hiperplasiacelular, atingindo800a 1000mmdecomprimentopelodia 16. O rápidoalongamentodo blastocistoem suínosé único paracadablastocistodentrodaleitegada.Aquelesqueatingem o estágiotubularmaiscedopodemtravarumacompetiçãode sobrevivênciacomblastocistosemdesenvolvimentomaislento, ganhando,assim,uma áreasuficienteda superfícieuterina, necessáriaparagarantiracontinuidadedodesenvolvimento. Blastocistoseqüinosnão se modificamde uma forma esféricapara uma morfologia filamentosano início do desenvolvimento.O diâmetro da vesícula embrionária aumentade2 a 3 mmpordiae mantémaformaesféricaaté osdias17a 19,quandoseadaptaà formada luzuterina. Migração Intra-uterina e Espaçamento A migraçãointra-uterinae o espaçamentoeqüidistante entre os embriões são essenciaispara a sobrevivência embrionáriaem espéciespolitocas.Os embriõessuínossão encontradospróximosàextremidadedo cornouterino5 a 6 diasapóso início do estroe, então,migramem direçãoao corpouterino,misturando-seaosembriõesdo cornooposto aoredordodia9.A migraçãoeo espaçamentodosembriões terminamaproximadamenteno dia 12,quandoocorreum rápidoalongamentodo blastocisto. A migraçãotransuterinaéraraemovelhasmonovulató- riase emvacas.Todavia,podeocorrermigraçãotransuteri- naemovelhas,masnãoemvacas,quandohouverovulações múltiplasno mesmoovário.Esseé o maiorproblemaquan- doasuperovulaçãoéusadaparaaumentara taxadegêmeos embovinos. Com o usodo ultra-somparamonitoraro movimento embrionárioem éguas,a migraçãotransuterinaocorreu aproximadamentetrezevezespordiaentreosdias10a 16de gestação(50). A fixaçãodo embriãodentroda luz uterina ocorreno dia 16,emborasejapossívelamigraçãoatéosdias 25a 30 dagestação. REFERÊNCIAS 1. EJdy EM. The spermatozoa.ln: KnobilE, Neil J, eJs. The physiologyof repIOJuction.New York: Raven
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