Buscar

TCC PARTICIPAÇÃO DA FAMILI NO CONTEXTO ESCOLAR

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 62 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 62 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 62 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB 
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS I 
PEDAGOGIA /ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL 
 
 
 
LILIANI PEREIRA COSTA DOS REIS 
 
 
 
 
 
 
 
A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NO CONTEXTO ESCOLAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Salvador 
2010 
 
2 
 
LILIANI PEREIRA COSTA DOS REIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NO CONTEXTO ESCOLAR 
 
 
 
 
 
 
Orientadora: Doutora Tânia Regina Dantas. 
 
 
 
 
Salvador 
2010 
Monografia apresentada como requisito 
parcial para obtenção da Graduação em 
Pedagogia no Departamento de 
Educação da Universidade do Estado 
da Bahia. 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FICHA CATALOGRÁFICA – Biblioteca Central da UNEB 
 Bibliotecária – Jacira Almeida Mendes, CRB:5/592 
 
 
 Reis, Liliani Pereira Costa dos 
 A participação da família no contexto escolar / Liliani Pereira Costa dos Reis . –
Salvador, 2010. 
 61f. 
 
 Orientadora: Tânia Regina Dantas. 
 Trabalho de Conclusão de Curso(Graduação) – Universidade do Estado da Bahia. 
Departamento de Educação. Colegiado de Pedagogia. Campus I. 2010. 
 
 Inclui referências, apêndices e anexos. 
 
 1. Educação. 2. Educação de crianças - Participação dos pais. 3. Família. 4. Lar 
e escola. I. Dantas, Tânia Regina. II. Universidade do Estado da Bahia, 
Departamento de Educação. 
 
 CDD: 370 
 
4 
 
TERMO DE APROVAÇÃO 
 
LILIANI PEREIRA COSTA DOS REIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NO CONTEXTO 
ESCOLAR 
 
 
Monografia aprovada como requisito parcial para conclusão de curso de 
Graduação em Pedagogia com habilitação em Anos Iniciais, pela 
Universidade do Estado da Bahia, pela seguinte Banca Examinadora: 
 
 
 
__________________________________________ 
Profª. Drª. Tânia Regina Dantas (Orientadora) – UNEB 
 
 
 
__________________________________________ 
Profª. Ms. Maria do Socorro da Costa e Almeida – UNEB 
 
 
 
_______________________________________________________ 
Profª. Ms. Maria Helena B. Amorim 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicatória 
 
 
Dedico este trabalho a minha família pelo incentivo e amizade. E ao meu 
marido e minha filha pela compreensão e amor. Vocês são a razão de minha vida. 
 Amo Vocês! 
 
 
 
 
 
6 
 
Agradecimentos 
 
 
 
Inicialmente, agradeço a Deus por me manter lúcida para concluir essa pesquisa e me dando 
força para enfrentar os obstáculos que surgiram no processo. 
A minha família, que mesmo não estando ao meu lado, estão sempre presente em sintonia, 
com pensamentos positivos e que são meu porto seguro. Tudo o que sou hoje, agradeço a 
vocês!A meu marido, que sempre esteve ao meu lado, me dando força e que sempre acreditou 
no meu potencial. A minha filha, por se disponibilizar para ajudar, quando tinha muitos 
trabalhos para digitar e por suportar meu enjôo. Amo você filha! 
Não poderia deixar de agradecer a minha companheira de estágio e amigona Sara Pinheiro, 
quem eu tive a oportunidade de conhecer de perto e perceber que podemos ter amizades 
sinceras mesmo a meio de tantas correrias e que me ajudou a ver o mundo diferente. A Minha 
amiga Elizângela, amiga para todas as horas. Amiga para ri, chorar, fazer resenha, tomar todas 
e principalmente para ficar acordada até altas horas para concluir monografia. Obrigada 
amiga! Agradeço ao amigo Almeida por empresta sua digníssima esposa Tommy, que 
também é minha amiga e com sua tranqüilidade tentou me passar confiança. Não poderia 
deixar de agradecer a Ramona, pelos conselhos nas decisões importantes relacionada a 
Faculdade, pela paciência em suportar todas as horas na Secretaria Acadêmica. 
A professora Heloísa Lopes, que foi a pessoa que iniciou comigo esse projeto e me deu 
inspiração para transformá-lo em monografia. A professora de Estágio Virginia Vaz, que 
mesmo com os transtornos causados pela turma eu não deixei de admirar. A professora Tânia 
Regina Dantas, pelos livros, conselhos e por sua paciência em me ver chorar. 
 
 
Desejo a todos vocês que já concluíram parabéns! E aos que ainda vão começar força. 
 
 
A todos vocês meu muito obrigado! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um oceano” 
Isaac Newton 
 
 
8 
 
RESUMO 
 
 
Esta presente monografia realizou um estudo de campo na instituição de ensino de 1º 
Grau Getúlio Vargas, no bairro Barbalho, Salvador (BA). O objetivo foi analisar a 
importância da participação da família no contexto escolar. Para a avaliação deste trabalho, 
foram realizadas uma observação de campo e coleta de dados em forma de entrevista. A 
pesquisa investigou a possível existência da participação escolar dos pais, qual a participação 
que a escola espera da família, a relação da família com a escola, de que forma a família 
participa da educação escolar dos seus filhos e as opiniões dos pais em relação à importância 
da família. Os resultados mostram que pais e professores se aproximam do entendimento do 
que seja participação, e que falta pouco para essa parceria acontecer. 
 
 
Palavras-chave: Educação, Família, Escola e Participação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
ABSTRACT 
 
 
This is a qualitative research with pedagogical characteristics which was conducted as 
a field study at the Fundamental Education Institution Getulio Vargas, in the suburb of 
Barbalho, Salvador (Bahia, Brazil). The purpose of this study is to analyze the importance of 
the family involvement in the school context, based on classroom notes gathered during the 
observation step of this work and data collection through interviews with parents and 
teachers. The research has investigated the possible existence of parents' school participation, 
what sort of participation that the school expects from the family, how the family can 
participate in the education of their children and also, what are the parents' beliefs and 
opinions about the importance of the family. The results show that parents and teachers are 
getting close of the real meaning of what constitutes participation and it´s not going to take 
long for this partnership happen. 
 
 
Keywords: education, family, school e participation 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................10 
2. OS CONCEITOS E SEU QUADRO TEÓRICO .................................................... 12 
2.1. Ninguém escapa da educação....... ..................................................................... .......12 
2.2. Família: base da sociedade........................................................................................152.3. Escola: raiz da vida social ou diversidade humana.......................................,,..........18 
2.4. Família e Escola: um ponto em comum..........................................................,.........20 
2.5. Participação: uma mudança na relação entre pessoas...............................................22 
3. CONTEXTO DO BAIRRO........................................................................................26 
3.1. Barbalho: um bairro que é pura história....................................................................26 
3.2. Contexto escolar.........................................................................................................27 
3.3. Trabalho de campo.....................................................................................................28 
4. TRAJETÓRIA PERCORRIDA NA PESQUISA......................................................31 
4.1. O que os sujeitos da pesquisa acreditam.....................................................................31 
4.1.1. O entendimento sobre o conceito de participação e a importância da família no 
 contexto escolar...............................................................................................................32 
4.1.2 Opinião dos pais e do educador sobre a participação na escola..............................34 
4.1.3. Deveres dos pais e do professor referente à educação escolar...............................36 
4.1.4 Relação dos pais e do educador com a escola.........................................................38 
5. CONCLUSÃO..............................................................................................................39 
6. REFERÊNCIAS...........................................................................................................42 
7. APÊNDICES................................................................................................................44 
8. ANEXO........................................................................................................................59 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
Tradicionalmente, a família tem sido apontada como parte fundamental do sucesso ou 
fracasso escolar. A busca de uma harmonia entre família e escola deve fazer parte de qualquer 
trabalho educativo que tem como foco a formação de um indivíduo autônomo. 
Essa harmonia entre escola e família baseia-se na divisão do trabalho de educação de 
crianças, jovens e adultos, envolvendo expectativas recíprocas. Levando em consideração que 
o ser humano aprende o tempo todo, nos mais diversos interesses que a vida lhe apresenta, o 
papel da família é essencial, pois é ela que determina, desde cedo, o que seus filhos precisam 
aprender, quais são instituições que devem freqüentar, o que é necessário saberem para 
tomarem as decisões que os beneficiem no futuro. 
Com o passar do tempo, parecem não ter o mesmo objetivo em relação à educação da 
criança. O objetivo deste presente trabalho compreender se é possível à escola caminhar sem a 
participação da família e analisar quais são fatores que contribuem e influenciam nessa 
participação e que, de certa forma, influenciam na educação da criança. 
É possível observar sem muitos estudos, em famílias de classe média, as mães que 
acompanham assiduamente o aprendizado e o rendimento escolar do filho, que organizam 
seus horários de estudo, verificam o dever de casa diariamente, conhecem a professora e 
freqüentam as reuniões escolares. No estágio realizado, foi possível também observar o 
discurso freqüente no âmbito da escola pública que atende às famílias de baixa renda, as 
reclamações das professoras insatisfeitas com as dificuldades de aprendizagem de seus alunos 
e que reclamam da falta de participação dos pais. 
Durante essas observações de campo realizadas no Colégio Adroaldo Ribeiro Costa, 
localizado no bairro do Resgate, no município de Salvador, percebeu-se que professores e 
coordenadores sentem falta do acompanhamento dos pais nas atividades escolares de seus 
filhos/dependentes. Por isso, nasceu o interesse de entender qual é a participação que a escola 
espera da família e o que a família espera da escola. Que participação é essa tão almejada por 
ambas? 
Esse tema estudado é relevante devido à necessidade que a sociedade contemporânea 
está passando, percebe-se os apelos que uma boa parte da sociedade faz para as autoridades e 
12 
 
comunidades, numa tentativa de resgatar a família e seus valores. Participação familiar é uma 
necessidade contemporânea e almejada por todos que fazem parte do contexto escolar. Daí a 
importância voltada para identificar essa possível falta de participação da família no contexto 
escolar. Porque educar é uma função de todo nós e quando a família participa da educação da 
criança, elas podem sair-se muito melhor na escola e na vida. 
Este trabalho monográfico está dividido em quatro capítulos. O primeiro capítulo 
apresenta conceitos relevantes sobre as concepções de educação, família, escola e 
participação, tendo como base os teóricos: Brandão (2004), Moraes (1997), Libâneo (2002), 
Morin (2006), Tiba (1996), Heidrich (2009), Perrenoud (2000), Demo (2001), Teixeira 
(2000), Bordenave (1983). 
O segundo capítulo, trata sobre as informações coletadas durante o trabalho de campo. 
Retrata um breve histórico do bairro Barbalho, onde está localizado o colégio e os sujeitos da 
pesquisa. Também discorre sobre os recursos metodológicos usados durante o estudo. A 
pesquisa se caracterizou como estudo de caso, o campo de atuação explorado foi o Colégio de 
1º Grau Getúlio Vargas, e os sujeitos da pesquisa, foram os pais dos alunos da 3ª série do 
ensino fundamental, uma turma composta por 21(vinte e um) alunos, do turno matutino. 
 O terceiro capítulo retrata a análise de dados coletados durante a pesquisa, utilizando 
o método indutivo e de caráter qualitativo. A abordagem metodológica tomou como base, um 
estudo de caso, preconizado por Ludke e André (1986), que está ligado à pesquisa 
etnográfica, o estudo de caso serve para estudar o funcionamento de uma instituição, 
determinar focos de mudanças ou de intervenção. Precisa-se que o objeto de estudo seja 
escolhido e bem delimitado, é nesse sentido que o estudo de caso veio a ser utilizado neste 
estudo. 
E nas considerações finais, apresenta a conclusão dos dados obtidos, com comentários 
críticos acerca da pesquisa desenvolvida. 
 
 
 
 
 
 
13 
 
2. OS CONCEITOS E SEU QUADRO TEÓRICO 
 
Este capítulo apresenta conceitos relevantes sobre as concepções de educação, família, 
escola e participação. A escola também exerce uma função educativa junto aos pais, 
discutindo, informando, aconselhando, encaminhando os mais diversos assuntos, numa 
tentativa conjunta de promover a educação. Não podemos escapar dela, somente pela 
educação podemos sofrer transformações contínuas. É uma ação intencional, pessoal e 
comunitária, é um elemento essencial e permanente na vida do ser humano. 
 
2.1 NINGUÉM ESCAPA DA EDUCAÇÃO 
 
Segundo a LDB de 1996, a educação passou a ser um direito da criança assegurado 
legalmente. Até os seis anos de idade, a freqüência às creches e pré-escolas é uma opção dos 
pais, cabendo ao Estado o dever de oferecer vagas nestes espaços. 
No ensino fundamental, por volta dos sete anos de idade, a educação torna-se 
obrigatória. O Estado não pode deixar de atender à demanda por vagas de toda a população 
infantil que nele ingressa e nem os pais devem deixar os filhos sem freqüentar a escola, 
estando ambos sujeitos à penalidade legal. 
Heidrich (2009, p.14) reconhece: ―todos tem o direito de aprender. Ela deve visar o 
pleno desenvolvimento dapersonalidade humana e capacitar todos a participar efetivamente 
de uma sociedade livre”. Fica claro então que crianças, jovens devem ter seus direitos 
assegurados não só pela família como também pela sociedade e pelo Estado. 
Conceituar educação não é nada fácil, já que ela envolve uma série de conceitos e se 
amplia a diversas áreas como antropologia, sociologia, economia, psicologia, biologia, 
história e pedagogia. Libâneo (2002, p.70), especifica essa amplitude quando diz que ―para 
uns importa mais a educação como instituição social; para outros, a educação como 
processo de escolarização”. Portanto, é possível dizer que cada um conceitua educação de 
acordo com sua área de atuação. Libâneo (2002) enfatiza ainda que: 
 
Talvez seja útil partirmos do sentido etimológico. Alguns autores que se 
ocupam em esclarecer o conceito apontam a origem latina de dois termos: 
educare (alimentar, educar, criar, referindo tanto às plantas, aos animais, 
14 
 
como às crianças); educere (tirar para fora de, conduzir para, modificar um 
estado). (LIBÂNEO, 2002, p.72) 
 
De acordo com Brandão (1978, p.8-9), ―educação são todos os processos sociais da 
aprendizagem, não há uma forma nem único modelo de educação, a escola não é um o único 
lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor (...)”. Para ele, a educação existe onde 
não há escola, pois a educação é um fragmento do modo de vida dos grupos sociais que criam 
e recriam entre tantas outras invenções de sua cultura em sociedade, a educação é dinâmica. A 
educação participa do processo de criação e idéias, de qualificações e especialidades que 
envolvem as trocas de símbolos, bens e poderes que em conjunto constroem tipos de 
sociedades. Brandão (1982) refere-se também ao pensamento que o educador tem sobre a 
educação, afirmando que o educador acredita que entre homens, a educação é o que dá a 
forma e o polimento para que, a partir daí, a pessoa possa se construir. A saber: 
 
―Na medida em que se transforma, pelo desafio que aceita e que lhe 
vem do meio para o qual volta sua ação, o homem se educa. E, na 
medida em que comunica os resultados de sua experiência, ele ajuda 
os outros homens a se educarem, tornando-se solidário‖ 
(ROMANELLI 2007,p. 23). 
 
No entanto, a educação tem a possibilidade de nos dar um norte para chegar onde 
queremos, pois já nascemos inclinados a aprender, com uma potencialidade enorme, só 
precisamos de motivação, estímulos. Estímulos estes que podem vir de professores, pais e 
amigos. Educação é um processo que se inicia com o nascimento e nos acompanha em todos 
os momentos da nossa vida. É vivência. É aprender a ser, no convívio com o outro, nas 
relações entre seus conhecimentos e na vida cotidiana. 
A educação pode existir livre e pode também ser imposta por um sistema centralizado 
de poder, reforçando ainda mais a desigualdade social. Alguns autores acreditam que 
educação e política não deveriam andar juntas, pois uma interfere na outra. Apesar disso, 
muitas opiniões variam a esse respeito. Quando se fala em educação, há uma tendência em 
relacioná-la à escola, predominando a idéia de que a escola é a única responsável pela 
educação do indivíduo. 
 A educação está em constante crescimento, embora possua permanentes atributos 
(transmissão de saberes), encontrando-se em constante variação, para se adaptar às 
15 
 
necessidades que vão surgindo no meio social. Acontece de modos diferentes, nos mais 
diferentes lugares e ainda assim, todos participam dela, como afirma Moraes (1997): 
 
Para tanto, a educação deverá oferecer instrumentos e condições que ajudem 
o aluno a aprender a aprender, a aprender a pensar, a conviver e a amar. Uma 
educação que ajuda a formular hipóteses, construir caminhos, tomar 
decisões, tanto no plano individual quanto no plano coletivo. (MORAES, 
1997, p. 211) 
 
A educação associa-se, pois, a processos de comunicação e interação pelos quais os 
membros de uma sociedade assimilam saberes, habilidades, técnicas, atitudes, valores 
existentes no meio culturalmente preparado e, com isso, ganham o patamar necessário para 
produzir outros saberes, técnicas e valores. 
Devemos aprender, sobretudo, a lidar com uma requilibração permanente das 
sensibilidades, das emoções, da racionalidade, dos conhecimentos. Por que nunca somos a 
mesma pessoa depois de ter aprendido alguma coisa significativa, por menor que seja. 
Segundo Gadotti (1997, p. 162): 
 
― A mudança de qualidade nas relações que mantêm a sociedade ativa 
é fruto de uma lenta e por vezes violenta maturação quantitativa, no 
interior dessas mesmas relações. É uma guerra surda, cotidiana, e, até 
certo ponto, inglória. É o trabalho muitas vezes anônimo, do 
professor, por exemplo. A educação só pode ser transformadora nessa 
luta surda, no cotidiano, na lenta tarefa de transformação da ideologia, 
na guerrilha ideológica travada na escola.‖ 
 
É notório que o mundo na contemporaneidade pensa em educação e isso é importante 
para que haja uma mudança real e profunda. E para que esta mudança ocorra é necessário que 
cada um, Estado, sociedade, escola e família assumam suas responsabilidades. 
 
 
 
 
 
16 
 
2.2 - FAMÍLIA: BASE DA SOCIEDADE 
 
 
―Família: conjunto de parentes por consangüinidade ou por afinidade; descendência, 
linhagem, estirpe; conjunto de pessoas da mesma seita, fé, sistema, profissão, etc‖. Esse é o 
significado de família o qual o dicionário Aurélio nos mostra. É notório que no ambiente 
familiar, as pessoas também se unem, por amor, situação financeira e pela sobrevivência. A 
família sempre nos foi apresentada como instância formadora e socializadora da criança. 
Battaglia apud NOBRE (1987) conceitua a família dizendo que a família pode também ser 
considerada como: 
 
(...) um sistema aberto em permanente interação com seu meio ambiente 
interno e/ou externo, organizado de maneira estável, não rígida, em função 
de suas necessidades básicas e de um modus perculiar e compartilhado de ler 
e ordenar a realidade, construindo uma história e tecendo um conjunto de 
códigos (normas de convivências, regras ou acordos relacionais, crenças ou 
mitos familiares) que lhe dão singularidade. (NOBRE, 1987, p.118-119). 
 
Dessa forma, escolher a escola adequada às esperanças da família e que, ao mesmo 
tempo, seja do agrado da criança, é um empreendimento cujo sucesso depende, em grande 
parte da habilidade dos pais ao avaliarem diferentes propostas. Estar atento ao projeto 
educativo e ao perfil disciplinar da instituição que auxilia a optar por aquela cujos valores e 
embasamento mais se assemelhem aos da família em termos de exigências, posturas, visão de 
mundo. Conhecer as dependências e possibilidades da escola, seus diferenciais, bem como os 
profissionais que estarão encarregados da educação de seu filho, é importante para os pais 
avaliarem a escola. 
Segundo Falcão (2007, p.07), ―(...) a Família foi perdendo seus principais atributos, 
de tal forma e com tanta rapidez que se chegou a proclamar o seu fim. Atualmente, observa-
se que não existe um modelo tradicional de família, mas apenas uma estruturação familiar e 
que dentre essa nova realidade, pode-se incluir pais que trabalham por uma necessidade de 
sustentar família e os que deixaram de estudar antes mesmo de serem alfabetizados, o que 
dificulta a participação desejada no desenvolvimento escolar do filho. 
A participação da família é uma necessidade contemporânea, almejada por todos que 
fazem parte do contexto escolar, independente de ser ensino fundamental ou educação 
17 
 
infantil. Lidar com famílias hoje, é lidar com a diversidade. Famílias intactas, famílias em 
processosde separação e muitas outras. Pode-se observar, que existe, sem dúvida, uma 
alteração radical no modelo tradicional de família, em que o homem era o único provedor, 
ficando evidente a mudança do papel da mulher na família. Conforme Battaglia, pode-se 
dizer: 
 
Como construções sociais relativamente recentes, estas complexas 
reformulações familiares encontram-se sem modelo preestabelecido. Sendo 
assim, cada família necessita lidar com seus padrões e conceitos 
preestabelecidos para deles fazer emergir uma maneira original de constituir 
um grupo familiar com funções, direitos e deveres que atendam aos que dele 
participam. Nesta reformulação, as questões de gênero são inevitavelmente 
questionadas e pressionadas a transformarem-se. (BATTAGLIA, 2002, p, 
7) 
 
A família tem um papel imprescindível na vida de seus filhos; é onde acontece o 
desenvolvimento das primeiras habilidades, os primeiros ensinamentos através da educação 
doméstica na qual o filho aprende a respeitar os outros, a conviver com regras que foram 
criadas e reformuladas no decorrer da formação da sociedade. E a escola, ela vem para 
reforçar esses valores primeiros, acrescentando, mas não assumindo para si o papel inicial da 
família. Dessa forma, podemos dizer que: 
 
Teoricamente, a família teria a responsabilidade pela formação do indivíduo, 
e a escola, por sua informação. A escola nunca deveria tomar o lugar dos 
pais na educação, pois os filhos são para sempre filhos e os alunos ficam 
apenas algum tempo vinculados às instituições de ensino que freqüentam. 
(TIBA, 1996, p. 111). 
 
 Família e escola são pontos de apoio e sustentação ao ser humano, são marcos de 
referência existencial. Quanto melhor for a parceria entre ambas, mais positivos e 
significativos serão os resultados na formação do sujeito. 
A participação dos pais na educação formal dos filhos deve ser constante e consciente. 
Vida familiar e vida escolar são simultâneas e complementares e é importante que pais, 
professores, filhos/alunos compartilhem experiências, entendam e trabalhem as questões 
envolvidas no seu cotidiano sem cair no julgamento ―culpado x inocente‖, porém buscando 
compreender as nuances de cada situação. 
 A educação é responsável pela herança cultural, compreendendo assim, um processo 
de socialização, uma vez que: 
18 
 
 
A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que 
não se encontrem ainda preparadas para a vida social; tem por objeto 
suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físicos, 
intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, no seu conjunto, e 
pelo meio especial que a criança particularmente se destine. (DURKHEIM, 
1978, p, 41) 
 
 
Percebe-se que alguns pais usam desculpas, dizem que tem pouco tempo para os filhos 
e não tem tempo para educá-los, usando essa desculpa como argumento. E para recompensar 
o tempo que não estão disponíveis, os pais usam da lei da compensação, quando estão juntos, 
no pouco tempo que tem, deixam os filhos fazerem tudo o que querem, sem nenhuma 
cobrança. Tiba (2007) ressalta que o tempo deveria ser usado para reforçar a educação dos 
filhos e não deseducá-los. Enquanto que Oliveira (1999) vem alertar que se deve utilizar a 
compensação de forma positiva e educativa quando diz que: 
 
Quando um indivíduo adota, por exemplo, os mesmos valores 
organizacionais e comunga o conhecimento transmitido pela organização, 
ele é recompensado de diversas maneiras: o elogio afetuoso, a recompensa 
valiosa ou o alívio de ter escapado ao castigo. (OLIVEIRA, 1999, p.77). 
 
 Muitos deles não sabem que o processo educativo começa ali mesmo, no seio da 
família, a partir do momento em que a criança nasce. Afinal de contas, a família é o primeiro 
ambiente de formação de valores, idéias e comportamento. Os pais convivem com as crianças 
e muitas vezes não se dão conta de que suas atitudes poderão influenciar positivamente ou 
negativamente na formação de seu filho. 
Conforme Brandão (1982, p.12), “a educação existe sob tantas formas e é praticada 
em situações tão diferentes, que algumas vezes parece ser invisível”. Fazendo-nos, 
compreender que a vida é essencialmente educativa. 
 Tanto a convivência quanto o relacionamento familiar são fatores fundamentais para o 
desenvolvimento individual. Entender o indivíduo como parte de um sistema de um todo 
organizado, com elementos que interagem entre si, influenciando cada parte e sendo por ela 
influenciado, traz uma luz à compreensão acerca do desenvolvimento humano, contribuindo 
para a reflexão sobre os contextos familiar e escolar, que tanto podem ser elementos de 
moderação, inclusão e segurança. 
19 
 
Uma criança que vive num ambiente familiar harmonioso, com pais compreensivos, 
certamente desenvolverá atitudes positivas em relação a ela e aos outros que estão ao seu 
redor. Mas se isso não ocorre, existe uma grande probabilidade dela se tornar uma criança 
sem personalidade e insegura, o que poderá afetar a sua vida social. 
Com um olhar atento, pode-se perceber quando uma criança está sendo pressionada ou 
passando por algum problema familiar. Durante a fase de observação, constatou-se que 
algumas crianças ficam inseguras durante as atividades avaliativas, outras mostram 
comportamento e rejeição nas atividades e deixam como se quisessem, de alguma forma 
chamar a atenção de alguém, confirmando a importância de um bom relacionamento familiar 
no processo educativo. 
 
 
2.3 – ESCOLA: RAIZ DA VIDA SOCIAL OU DIVERSIDADE HUMANA 
 
 
Nem sempre houve escola e nem sempre ela foi do jeito que a conhecemos. Em vários 
momentos da história, tipos diversos de sociedades criaram diferentes caminhos para 
percorrer a estranha aventura de lidar com o saber e os poderes que ele carrega consigo. 
 A escola atual vem sendo objeto de estudo, críticas e projetos que muitas vezes não 
levam em consideração os que fazem parte dela. 
A Lei de Diretrizes e Bases - LDB (1996) determina que a escola deve vincular-se ao 
mundo do trabalho e às práticas sociais. Desta forma, espera-se que a educação escolar 
prepare o estudante para a vida e que o inspire nos princípios de liberdade e em ideais de 
solidariedade humana. Tais princípios e valores são universais e devem orientar toda a ação 
educativa da escola, das organizações sociais, das famílias e de outros segmentos que queiram 
colaborar com a educação escolar. 
É notório que a presença dos pais na escola muitas vezes causa um certo desconforto. 
Quando participam ou solicitam explicações, era entendido como queixa e até como invasão. 
Hoje, a presença dos pais e da comunidade está sendo considerada como uma ampliação das 
possibilidades de uma boa relação, tanto da escola quanto das famílias. 
O papel da escola, assim como o da família é ajudar no desenvolvimento e formação 
da criança. A escola em todos os lugares representa o saber, a cultura e às vezes se confunde 
com a própria educação. No conceito de muitas pessoas, a escola é o lugar onde nasce a 
20 
 
educação. Para Heidrich (2009, p.25), ―a escola foi criada para servir à sociedade. Por isso, 
ela tem a obrigação de prestar conta de seu trabalho, explicar o que faz e como conduz a 
aprendizagem das crianças e criar mecanismos para que a família acompanhe a vida escolar 
dos filhos”,mas não é apenas a escola que educa. A sociedade também tem uma parcela de 
contribuição nesse processo, com as mais variadas manifestações culturais que exercem, de 
algum modo, influência sobre o ser humano e segundo Tiba (1996, p. 121) ―Cada aluno traz 
dentro de si sua própria dinâmica familiar, isto é, seus próprios valores (em relação a 
comportamento,disciplina, limites, autoridades, etc.) cada um têm suas características psicológicas 
pessoais. 
A formação do caráter e personalidade do indivíduo ocorre ainda na infância e as 
principais instituições responsáveis por este desenvolvimento são, sem dúvida, a escola e a 
família. A escola, como segunda instância, oferece um maior grau de socialização que a 
família. É lá que a criança passa a conviver com outras crianças, experimenta um ambiente 
novo, com novas regras e novos conceitos educativos. É um lugar para formar pessoas 
inteligentes. 
Segundo Morin (2006, p.24), ―a escola, em sua singularidade, contém em si a 
presença da sociedade como um todo”. É um local que possibilita novas experiências, uma 
vivência social diferente daquele grupo familiar, no sentido de proporciona um contato com o 
conhecimento sistematizado e com um universo de interações com pessoas e ambientes 
diferentes, capazes de provocar transformações no processo de desenvolvimento e formação. 
Tiba (2007, p. 189), ainda complementa dizendo que “a escola oferece também atividades 
especificas conforme a idade das crianças, o que geralmente não acontece em casa”. 
A escola é, como qualquer outra instituição social, uma disseminadora de saberes e 
ideologias e o professor que não é mais visto como um transmissor de conhecimento e sim 
como um gestor de conhecimento, alguém que dá a direção na aprendizagem e na relação da 
escola com esse aluno. Libâneo (2002), coloca que as práticas educativas é que, 
verdadeiramente, podem determinar as ações da escola e seu comprometimento social com a 
transformação. E o professor é fonte de informação, dentre outras tantas que estão discutidas 
atualmente, é também transmissor de ideologia e o seu papel na sociedade é fundamental. 
O papel do professor na sociedade seria o de um profissional que pode colaborar para 
que os alunos tenham uma visão crítica do mundo, levando-os a ter uma postura autônoma. E 
para um bom funcionamento desse papel, é conveniente que haja uma ligação direta dessa 
instância com o educando. 
21 
 
Ter consciência da importância da educação é estabelecer um canal de comunicação 
com as famílias, para criar confiança entre pais e escola. Segundo Moraes (1997, p. 209), ―a 
paz e a solidariedade, harmonia é alguma coisa que se aprende sim na escola, e a escola é 
profundamente responsável por isso, não através dos conteúdos que ela cria para pessoas e 
principalmente para as crianças”. A escola é importante para o convívio em sociedade, mas é 
necessário também estar preparado para aceitar a atualidade e os novos paradigmas. E 
Gadotti(1997, 160) vem ressaltar que: 
 
―A educação hoje está se repensando a partir de outra concepção que 
os educadores estão tendo dela: longe de ser um lugar imutável, ela 
está sendo descoberta como um lugar provisório, inacabado, precário, 
prolongamento de uma sociedade. E descobrindo sua precariedade 
abre-se para o profissional do ensino uma situação extremamente 
desconfortante, conflitante‖. 
 
A precariedade está por toda parte. Ajudando ao aluno adquirir a entender e participar 
socialmente e politicamente dos problemas de sua comunidade. 
 
2.4 – FAMÍLIA E ESCOLA: UM PONTO EM COMUM 
 
 
É um ponto em comum entre a escola e a família a necessidade de se buscar formas de 
articulação entre a família e a escola. Fácil falar sobre ela, difícil construí-la. Além do mais, 
hoje se vê a educação como algo permanente, por toda vida, um processo continuado e não 
mais como uma etapa a ser realizada. 
Talvez o atual desejo da escola como instituição seja a família mais próxima dela, para 
enfrentar as atuais dificuldades, as intencionalidades e obrigações decorrentes para efetivar a 
parceria desejada. Essa relação não diz respeito apenas aos filhos/alunos, mas a todos, 
familiares, professores e comunidade em geral. 
Para que uma casa, uma comunidade, uma família ou uma escola, funcione é 
necessário que cada uma execute bem a sua respectiva função da melhor forma possível, para 
que os objetivos sejam atingidos. Alguns atuam sozinhos e outros em equipe, mas todos 
atuam em alguma parte da instituição de ensino, seja vigilante, bibliotecário, merendeira e 
outros que também fazem parte do contexto escolar. São todos educadores, apesar de, muitas 
vezes, não saberem disso. 
22 
 
A escola, com certeza, não quer que a família seja responsável pelos conteúdos dados, 
mas que estimule ao filho em suas atividades. É uma parceria entre instituições distintas. O 
papel da família seria o de estimular no filho o comportamento de estudante e cidadão e o da 
escola seria orientar aos pais nos objetivos que a escola espera que o aluno atinja e de criar 
momentos para que essa integração aconteça. Embora Perrenoud (2000, p.104) afirme que 
não seria possível essa cooperação dos que fazem parte do contexto escolar se não houvesse 
uma facilitação do diretor. Para Içami Tiba (2007, p.63), ―as crianças precisam ser protegidas 
e cobradas de acordo com suas necessidades e capacidades, protegidas nas situações das 
quais não seguem se defender, e cobradas naquilo que estão aptas a fazer”. Por essa razão, 
escola e família possuem funções que se assemelham e se aproximam, funções estas que 
poderiam se resumir, sinteticamente, em como proteger e educar, dar autonomia à criança, 
pode permanecer no espaço da troca e de suplementariedade, sem cair na armadilha da 
disputa, buscando acertos e corrigindo erros. E entender que a relação que o aluno mantém 
com a escola está relacionada não só com o tipo de família, como, também com as relações 
que seus membros mantêm entre si. Porque é no momento que o filho é colocado na escola 
que o sistema familiar fica exposto. 
Por esses motivos, a parceria entre essas duas instituições é fundamental para que o 
processo de aprendizagem tenha sucesso. 
Se as desejamos eficazes temos de reconhecer as características de cada uma e 
descobrir as pontes possíveis existentes para essa parceria. Ambas estão em ―crise‖, sendo 
criticadas pelo que ―não‖ fazem e deveriam fazer numa realidade de grandes transformações, 
embora em meio de tantas críticas, ambas ainda sejam instituições valorizadas. 
Podem ser compreendidas a escola e a família ou consideradas como sistemas 
humanos em constantes interações que possuem como elemento de união o filho-aluno. O 
aluno chega à escola com seus modelos, seus medos, dificuldades e desejos, tendo que 
aprender os valores da instituição e conviver com a diversidade. É um momento rico e 
delicado para ele, sua família e para a escola. 
A busca de uma boa relação entre família e escola deve fazer parte de qualquer 
trabalho educativo que tem como foco a criança. Além disso, a escola também exerce uma 
função educativa junto aos pais, discutindo, informando, aconselhando, encaminhando os 
mais diversos assuntos, para que família e escola, em colaboração mútua, possam promover 
uma educação integral da criança. Uma relação baseada na divisão do trabalho de educação de 
crianças e jovens, envolvendo expectativas recíprocas. 
23 
 
Quando se fala em parceria desejável e convoca-se os pais na participação na 
educação, principalmente pelo ―dever de casa‖ que é uma estratégia de promoção de sucesso 
escolar, não se leva em consideração as mudanças históricas e as diversidades culturais nos 
modos de educação e reprodução social. 
Os professores da rede pública que trabalham com crianças das classes populares têm 
reclamado muito do acúmulo de funções que estão tendo que exercer. As questões sociais 
atingem diretamente a escola: crianças com fome, guardando a merenda para levar para casa, 
crianças doentes ou com piolho, que sofrem maus tratos, que revezam cadernose materiais 
escolares com os irmãos, junto com crianças arrumadas, penteadas, falantes, bem alimentadas. 
Com o art.18 do Estatuto da Criança e do adolescente (E.C.A) rege que,―é dever de 
todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer 
tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor‖(2004, p.13). 
Dessa forma, quando a escola básica é, concebida como um campo em que estão em 
jogo as conjunturas políticas, sociais e econômicas sobrepostas na produção e disseminação 
dos códigos culturais e hegemônicos. Significa envolver com o dado ampliador em que estão 
implicados o poder e suas múltiplas dependências com o saber. 
Não se pode deixar de citar algumas informações dadas por Heidrich (2009, p. 26-30), 
conselhos que certamente podem auxiliar nessa participação tão almejada por todos. São eles: 
acolhimento; apresentar a escola e os funcionários à família; fazer uma entrevista com os pais 
e os alunos; assegurar a participação no projeto político pedagógico. Essa clareza e exposição 
da situação deixam todos mais tranqüilos e conscientes dos problemas e das possíveis 
soluções e imprevistos que poderiam aparecer no caminho nos quais todos estariam ali, para 
dar sugestões e escolher juntos possíveis soluções. 
 
 
2.5 - PARTICIPAÇÃO: UMA MUDANÇA NA RELAÇÃO ENTRE PESSOAS 
 
 
A participação tão desejada possui características de ser um processo, de ter um meio 
e um fim. É um caminho para alcançar seus objetivos. Segundo Demo (2001), ―dizemos que 
participação é conquista para significar que é um processo, no sentido legítimo do termo: 
infindável, em constante vir-a-ser, sempre se fazendo‖. (DEMO, 2001, p.18) 
24 
 
No entanto, é possível acabar com esse jogo de culpado e inocente se a família e a 
escola buscarem ações coordenadas, o que poderia garantir a ela que os problemas seriam 
resolvidos ou, pelo menos, teriam um parceria, mas para que isso aconteça é necessário que os 
professores sejam conscientizados em relação às novas formações familiares e qual é o papel 
da família. E em contrapartida, a família deveria conhecer melhor a escola na qual o seu filho 
será inserido e procurar a melhor forma para ajudá-lo no seu desenvolvimento. 
De acordo com Palato (2009, p. 102-104), seria positivo se a família em conversas 
com professores e coordenadores explicasse sua situação e qual seria a melhor forma de 
participação para a educação de seu filho, com certeza tudo poderia ser bem melhor. Ela relata 
que alguns mitos deveriam ser revistos ou deixarem de existir. Neste trabalho, serão citados 
apenas três dos mitos considerados mais importantes. 
O primeiro seria conceber a família desestruturada como problema, quando não é 
formada por pai, mãe e filhos; a dinâmica familiar mudou muito, hoje existe uma diversidade 
familiar muito grande. É homossexual, mono parental, união livre, mas isso não que dizer que 
o filho não esteja bem e que a família independente de qualquer formação, não seja capaz de 
dar um suporte para a escola, acredito que essa postura é uma questão de escolha. 
O segundo mito seria a responsabilidade da família no aprendizado escolar dos filhos. 
É do conhecimento que a família é responsável por boa parte da educação e a escola ficaria 
com a menor parte. A família e a escola compartilham da educação só que ambas com focos 
diferentes. A escola se responsabiliza pela formação e a família compartilha da educação 
informal. 
O terceiro mito seria dizer que os pais nunca estão presentes em atividades escolares, 
mas como contar com pais se os horários não são adequados para o seu comparecimento e não 
são promovidos trabalhos pedagógicos. Demo (2001) aponta a problemática entre 
participação e envolvimento: 
 
Muitas desculpas são justificativas do comodismo, já que participação supõe 
compromisso, envolvimento, presença em ações por vezes arriscadas e até 
temerárias. Por ser um processo, não pode também ser totalmente 
controlada, pois já não seria participativa a participação tutelada, cujo espaço 
de movimento fosse previamente delimitado. (DEMO, 2001. p.19-20). 
 
Quando Demo (2001) fala em participação, ele mostra uma realidade que a maioria 
das escolas públicas, os pais, professores e coordenadores não enxergam, ou acham melhor 
não perceber para não ter que tomar uma posição que muitas vezes é trabalhosa. Se os pais 
25 
 
percebessem que a escola pública também tem sua colaboração, que também é contribuição 
recolhida com seus impostos, ficaria mais fácil perceber que a escola pública não é ―de 
graça‖, sendo que se os impostos fossem somados, sairiam bem mais caros que uma escola 
particular. E o mais impressionante, é que pais e responsáveis muitas vezes não acreditam que 
podem cobrar da escola pública, o mesmo comportamento não acontece com os pais das 
escolas particulares, pois consideram um alto investimento o pagamento das mensalidades 
escolares. 
Conforme Bordenave (1983), desde o começo da humanidade, os homens têm 
participação no meio social, no meio familiar, nas tarefas de subsistência e nos cultos 
religiosos. E essas participações são por ele definidas como: participação de fato, a 
espontânea, a imposta, a voluntária, a provocada e a concedida, uma vez que: 
 
A participação social é transferida deste modo da dimensão superficial do 
mero ativismo imediatista, em geral sem conseqüência sobre o todo, para o 
âmago das estruturas sociais, políticas e econômicas. Em harmonia com o 
conceito, se uma população apenas produz e não usufrui dessa produção, ou 
se ela produz e usufrui, mas não toma parte da gestão, não se pode afirmar 
que ela participe verdadeiramente. (BORDENAVE, 1983, p.25). 
 
Se todos que fazem parte da escola pública começassem a cobrar do Governo e dos 
integrantes da escola o que lhe é de direito, a escola pública seria muito mais valorizada. 
Como justifica Bordenave (1983), quando se refere à educação e à qualidade da participação: 
 
―A qualidade da participação se eleva quando as pessoas aprendem a 
conhecer sua realidade; a refletir; a superar contradições reais ou aparentes; a 
identificar premissas subjacente; a antecipar conseqüência; a entender novos 
significados das palavras; a distinguir efeitos de causas, observações de 
inferência e fatos de julgamentos‖. (BORDENAVE, 1983, p.72-73). 
 
É essa participação que se faz necessária, uma participação coerente e consistente. É o 
poder que se tem nas mãos. Os pais das escolas públicas têm que resistir ao processo histórico 
que nos impõe tais condições, como se pode ver: 
 
Quem acredita em participação, estabelece uma disputa com o poder. Trata-
se de reduzir a repressão e não de montar a quimera de um mundo 
naturalmente participativo. Assim, para realizar participação, é preciso 
encarar o poder de frente, partir dele, e, então, abrir os espaços de 
participação, numa construção arduamente levantada, centímetro por 
centímetro, para que não se recue nenhum centímetro. (DEMO, 2001, p. 20) 
 
26 
 
A escola deveria trabalhar a participação como proposta que oriente os caminhos que 
possam ser construídos e percorridos pela comunidade escolar, juntamente com a família e 
com outros grupos que podem apoiar o trabalho realizado por todos os envolvidos no 
desenvolvimento cognitivo, psicológico, afetivo do filho/aluno. Não é tarefa fácil mudar uma 
cultura, leva tempo, mas deve-se tentar, afinal. Como foi dito anteriormente, ―participação é 
um processo‖, como afirma Teixeira (2000): 
 
Não obstante, é necessário delimitar o conceito de participação. Para isso, é 
fundamental na sua caracterização o elemento poder político, que não se 
confunde com autoridade nemcom Estado, mas supõe uma relação em que 
atores, usando recursos disponíveis nos espaços públicos, fazendo valer seus 
interesses, aspirações e valores, construindo suas identidades, afirmando-se 
como sujeitos de direitos e obrigações. (TEIXEIRA, 2000, p.37). 
 
Essa participação deve ser vista como uma ampliação das possibilidades de acertos na 
educação do filho/aluno sendo uma esperança de fazer ficar visível à criança com seus 
problemas e potencialidades. Afinal, a escola é um lugar que possibilita novas experiências, 
uma vivência social diferente daquela do grupo familiar, no sentido, em que proporciona um 
universo de interações pessoais e ambientes diferentes, capazes de provocar transformações 
no processo de desenvolvimento e na formação do indivíduo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
3. CONTEXTO DO BAIRRO 
 
Neste capítulo abordo a história do bairro e um apresento um breve histórico acerca da 
Escola de 1º Grau Getulio Vargas, na qual foi realizada está pesquisa. 
 
3.1 – BARBALHO: UM BAIRRO QUE É PURA HISTÓRIA 
 
 O Bairro Barbalho é um bairro tradicional do Centro de Salvador. Segundo o site da 
Emtursa (órgão de turismo da capital baiana), o nome do bairro vem das terras que 
antigamente pertenciam a Luiz Barbalho Bezerra. 
Em seu entorno, podemos também apreciar o Forte de Nossa Senhora do Monte do 
Carmo, também conhecido Forte do Barbalho, localizado à Rua Aristides Àtico, e foi erguido 
por receio de um segundo ataque dos holandeses às trincheiras de Santo Antônio, o Capitão 
pernambucano Luis Barbalho Bezerra. 
Durante a guerra da Independência do Brasil (1822 - 1823) com a retirada das tropas 
portuguesas sob o comando de Inácio Madeira de Melo, a 2 de julho de 1823, esta foi a 
primeira fortificação a arvorar a Bandeira do Brasil em Salvador. 
Segundo o site do Jornal ATARDE, a 18 de maio de 1638, foi destroçada 
definitivamente a tropa de Maurício de Nassau, na qual foi colocada uma placa no Forte, essa 
placa existe no Forte até hoje, todos esses acontecimentos deram o início deste histórico 
bairro e enfatizando sua participação como um dos principais apoios na expulsão dos 
holandeses da Bahia, no século XVII. Com tudo isso, fica fácil perceber que o bairro traz uma 
grande história. O Forte foi transformado em um depósito de lixo, seus equipamentos foram 
sucateados e para aumentar a degradação, o Forte sofreu uma intervenção arquitetônica. 
Atualmente, já não percebemos a presença de imóveis históricos, foram demolidos 
para dar lugar a prédios e casas. A maior riqueza do bairro é ter um aglomerado de escolas, 
uma área educacional com cerca de 10 mil alunos da rede pública e pouca área de assistência 
médica. Atualmente, o bairro, junto com outros do centro, possui escolas de alto nível, tanto 
públicas como particulares, como o Instituto Central de Educação Isaias Alves - ICEIA, com 
3 mil alunos e o Centro Federação de Educação Tecnológica - CEFET, Colégio Prática 
28 
 
Cultural (particular), Escola de 1º grau Getúlio Vargas com 2,8 mil alunos e pelo Colégio 
Estadual Professora Suzana Imbassahy com 551 alunos. 
Devido à essa grande movimentação e evolução, apareceu o lado negativo para o 
bairro, pois que ladrões começaram a surgir e a agir. 
O bairro comporta uma população de classe média e classe baixa, oferece uma 
estrutura de lazer e de saúde precária. Muitos dos filhos fazem parte das escolas próximas a 
sua residência e grande parte dos pais é analfabeta ou tem pouco estudo. Pais que possuem 
mesmo pouca ou nenhuma escolarização, incentivam seus filhos a ter uma boa educação, para 
que no futuro próximo possam ter um futuro melhor. 
 
3.2 Contexto escolar 
 
A escola utilizada na pesquisa tem como missão assegurar uma educação de qualidade 
para formação dos cidadãos críticos, solidários, conscientes e preparados para os desafios do 
mundo moderno. 
O Getúlio Vargas é uma escola que comporta alunos com toda sua diversidade, são 
crianças com transtornos, com Síndrome de Donw, deficiente auditivo e visual. Ouso dizer 
que é uma escola da diversidade humana. 
Seus objetivos estratégicos seria melhorar o desempenho acadêmico dos alunos, 
assegurar um desempenho de excelência na gestão, fortalecer a integração escola, pais e 
comunidade. Trazendo excelência, igualdade, criatividade e inovação como valores. 
A visão do futuro do Getúlio Vargas é continuar sendo uma escola de referência na 
cidade de Salvador e no Estado, pela qualidade de ensino que ministram, pela maneira como 
atendem os alunos e pela competência profissional da sua equipe. Pretende ser uma escola 
voltada para a qualidade no atendimento a todos que necessitem de seus serviços, de maneira 
eficaz, segura e responsável. 
 Fazem parte de sua equipe escolar, gestores, coordenação pedagógica, corpo docente 
do ensino fundamental 1º e 2º segmento. 
29 
 
Nesta pesquisa utilizei a escola mencionada devido o estágio realizado, na qual 
ocorreu inicialmente uma observação na sala de aula, numa tentativa de verificar a teoria com 
a prática e foi possível observar que a teoria e a prática apresentavam certo distanciamento. 
No capítulo seguinte pretendo discorrer sobre como foi feita a análise de dados, o 
método escolhido e as estratégias da pesquisa. 
 
3.3. Trabalho de campo 
 
O método escolhido foi o indutivo, ou seja, a cadeia do raciocínio que estabelece 
conexão ascendente do particular para o geral. 
Por ter escolhido como campo de observação a escola de 1º Grau Getúlio Vargas, 
localizado no bairro Barbalho, na 3ª série do ensino fundamental. Este trabalho se 
caracterizou como estudo de caso. 
Segundo Ludke e André (1986, p.17) o estudo de caso ―é sempre bem delimitado, 
devendo ter seus entorno claramente definidos no desenrolar. O caso Pode ser similar a 
outros, mas é ao mesmo tempo distinto, pois tem um interesse próprio, singular”. E que, de 
acordo com Ludke e André (1986), possuem características fundamentais, são elas: visa a 
descoberta; enfatiza a interpretação do contexto; busca retratar a realidade de forma completa 
e profunda; usa uma variedade de fontes de informações; revela experiência vicária e permite 
generalização naturalista; procura representar os diferentes e às vezes conflitantes pontos de 
vista numa situação social e utiliza uma linguagem acessível. 
 As estratégias utilizadas foram as observações realizadas durante o período do estágio 
na escola selecionada para a pesquisa e as entrevistas aplicadas aos professores e pais de 
alunos. A observação é uma estratégia que abrange não só a observação direta, mas todo um 
conjunto de técnicas metodológicas implicando uma grande inclusão do pesquisador na 
situação estudada. 
A estratégia de aplicação de entrevista foi escolhida pela necessidade de ouvir os pais, 
suas opiniões e reações ao serem questionados, pois segundo Lakatos & Marconi (2002): 
 
 A entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas 
obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma 
30 
 
conversação de natureza profissional, é um procedimento utilizado na 
investigação social, para a coleta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou 
no tratamento de um problema social‖. (LAKATOS & MARCONI, 2002, 
p.92) 
 
Sendo assim, a entrevista é uma estratégia que exige disponibilidade de tempo do 
entrevistador e do entrevistado, pois de acordo com Thompson (1992), afirma o seguinte: 
O argumento em favor de uma entrevista completamente livre em seu fluir 
fica mais forte quando seu principal objetivo não é a busca de informações 
ou evidências que valham por si mesmas, mas sim fazer um registro 
―subjetivo‖ de comoum homem, ou uma mulher, olha para trás e enxerga a 
própria vida, em sua totalidade, ou em uma de suas partes. (THOMPSON, 
1992, p.258). 
 
Foi realizada uma pesquisa de campo por meio de entrevista com oito pais, cujos 
filhos fazem parte da Escola Municipal do 1º Grau Getúlio Vargas, situada no bairro 
Barbalho. Essa escola foi escolhida como objeto do estudo qualitativo, durante o período de 
julho de 2009 a novembro 2009, referente à participação no estágio de regência 
proporcionado pela Faculdade para conclusão de curso de Graduação em Pedagogia. 
Os sujeitos desta pesquisa foram: uma professora que leciona na terceira série do 
ensino fundamental e oito pais de alunos da escola selecionada. De início, minha intenção era 
selecionar pais que participam do contexto escolar dos filhos e, em contrapartida, os pais que 
não tinham essa mesma participação. Contudo, devido às férias de fim de ano e o atraso no 
retorno às aulas, poucos pais foram entrevistados, o critério de seleção ficou sendo aleatório. 
Para a realização da entrevista, utilizei um gravador, por saber que a memória é falha e 
não gostaria de perder nenhum dado importante que surgisse no percurso. Thompson (1992, 
p.264) diz que: “algumas pessoas podem rejeitar tal tecnologia e pode deixar a pessoa 
entrevistada limitada” e tal afirmação foi comprovada no momento em que realizava a 
entrevista, pois ao desligar o gravador os entrevistados sentiam-se mais a vontade e revelavam 
dados importantes. 
Essa entrevista se caracterizou em sete questões relacionadas aos pais e ao educador. 
Concernentes às questões relacionadas aos pais, temos: O que é participação? O que você 
acha que a escola espera de você? O que você espera da escola? Como é sua relação com a 
escola de seu filho? Quais são os seus deveres como responsável por seu filho? De que forma 
31 
 
você participa da educação escolar de seu filho? Qual é a importância da família na educação 
escolar de seu filho? 
Referente às questões relacionadas ao educador, temos: O que é participação? O que 
você acha que a escola espera de você? Quais são os seus deveres como professor na escola? 
De que forma você incentiva a participação dos pais na escola? Qual é a participação que 
você espera da família? Na sua época de escola, como era a participação da família na escola? 
As questões aplicadas na entrevista foram escolhidas de modo a perceber o que 
realmente estava por trás da pergunta chave: participação no contexto escolar. Segundo 
Lakatos & Marconi (2002, p. 88) afirma que: ―não consiste apenas em ver ou ouvir, mas 
também em examinar fatos ou fenômenos que se deseja estudar”. 
E o objetivo dessa entrevista foi chegar o mais perto possível da resposta e da 
confirmação de algumas questões levantadas na observação de campo realizada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
4. TRAJETÓRIAS PERCORRIDAS NA PESQUISA 
 
 
 Este capítulo trata das trajetórias percorridas durante o estudo, realizada na Escola 
de 1º Grau Getúlio Vargas, onde se analisa as respostas dos entrevistados a partir de várias 
categorias de análise. As categorias de análise foram divididas em quatro: o entendimento 
sobre o conceito de participação e a importância da família no contexto escolar; opiniões dos 
pais e dos educadores sobre a participação na escola; deveres dos pais e do professor 
referentes à educação do filho/aluno; relação dos pais e educadores com a escola. 
 A análise de dados está presente em vários estágios da investigação, tornando-se 
mais sistêmica e mais formal após o encerramento da coleta de dados. 
 Para a análise de dados, foi escolhido um critério de seleção dos nomes a serem 
usados para proteger a identidade dos participantes. Foram usadas as iniciais dos nomes dos 
filhos com as iniciais dos pais entrevistados. 
 Como afirma Ludke e André (1986, p.48): 
 
―O primeiro passo nessa análise é a construção de um conjunto de 
categoria descritiva. O referencial teórico do estudo fornece 
geralmente a base inicial de conceitos a partir dos quais é feita a 
primeira classificação dos dados. (Ludke e André 1986). 
 
 Com isso, as categorias de análise foram dividas em quatro: o entendimento sobre o 
conceito de participação e a importância da família no contexto escolar; opiniões dos pais e 
dos educadores sobre a participação na escola dos pais e do professor referente à educação do 
filho/aluno; a relação dos pais e educadores com a escola. 
 
4.1 O que os sujeitos da pesquisa acreditam 
 
Neste tópico será apresentado o que os sujeitos da pesquisa acreditam, suas indagações, 
experiências e esperanças. 
 
33 
 
4.1.1 O entendimento sobre o conceito de participação e a importância da família no 
contexto escolar 
 
Ao tratarmos ser questionado sobre o conceito de participação, o pai LH disse que ―é 
você tá presente nos momentos de dificuldade dele (...) é participar do lazer, das coisas que 
ele venha fazer e desenvolver na escola, em casa ou na rua‖, para MG é ― é tá presente‖ e LY 
diz que ―é está presente no dia-a-dia não só da criança, (...) na sociedade também. (...) é está 
presente em tudo, em reuniões de escola, nos afazeres do colégio ou qualquer tipo de afazeres 
que a crianças venham ter‖. Enquanto que a mãe MM não sabe definir. Para o mãe LI é 
―acompanhar cada desenvolvimento, cada tarefa, cada matéria. É está sempre ali, atento a 
casa situação, a cada trabalho que eles têm que fazer‖ e DD dizem que é acompanhar os filhos 
nas atividades escolares. Para a mãe AC, ―(...) para que os pais venham saber como foi e 
como não foi! Porque que foi que aconteceu e porque foi que aconteceu‖ (Apêndice A). 
Em relação ao professor, participação é ―estar em comum acordo nas normas e nas 
regras, aqui dentro da escola. É ajudar na compreensão e fazer aquilo que deve ser feito para 
ajudar não só o professor, mas também à escola‖ (Apêndice H). 
Ao tratarmos da importância da família no contexto escolar, o pai LH diz que ―é 
importante para dar apoio à escola nas dificuldades do filho‖, a mãe MG ―para saber se ela 
está estudando, se está freqüentando a escola‖, LI comenta ―que achava importante que os 
pais viessem a escola pelo menos o primeiro dia, e acredito que muitas violências que 
ocorrem nas escolas é porque os pais não acompanham o filho e que as famílias deixam os 
filhos ―soltos‖. AC relata que ―a família tem que corrigir os erros da criança, sabe! Ou em 
casa ou na escola. (...) O pior erro é a mãe dá cobertura as certas coisas que o filho faz e 
outras não gostam quando falam alguma coisa e fazem logo um barraco! (...) Ai tem que 
chamar a atenção‖. A mãe MM diz: ―eu acho que é muito importante no desenvolvimento da 
criança na escola‖. Para LY ―Oh! E como é importante! Você fica sabendo o que a professora 
passa o ano todo com o aluno e sabe Deus o comportamento da criança! É tanto que eles 
sabem se a criança é desenvolvida, porque na realidade eles prestam bastante atenção nos 
alunos. Então é importante!‖A mãe DD fala que ―a presença da família é fundamental, porque 
a educação começa em casa, a base que ele leva da família é o que ele vai se dedicar lá fora, a 
escola só é um vínculo e também um meio para que ele possa se instruir e procurar se instruir, 
adquirir aprendizado para competir com o mundo aqui fora. Agora a base de tudo é a família 
―(Apêndice G). 
34 
 
Observando os depoimentos desses pais, pode-se perceber que eles têm um 
entendimento do que seja participação, embora de forma restrita. O pensamento deles se 
aproxima do conceito dado por Demo (2001) quando confirma o que esses pais vêm dizendo 
durante toda essa pesquisa, que participaçãoé um processo e como processo precisa de 
acompanhamento diário e inacabado, mas não podemos achar que a participação é algo 
corriqueiro, que acontece sem obstáculos. Observa-se que o professor não comunga da 
mesma opinião dada pelos pais dos alunos. Ele percebe a participação como um cumprimento 
de regras e normas e como ajuda. Não vê a participação como um processo diário e 
voluntário. 
Os pais AC, MM, DD e LY falam que a participação da família na escola é importante 
para dar um bom desenvolvimento escolar das crianças. O pai LH acha que é importante para 
dar apoio nas dificuldades e LI acredita que diminui a violência na escola. Para a mãe MG é 
importante para saber se o filho está estudando e freqüentando a escola. Com esses 
depoimentos, pode-se observar que os pais acreditam que é importante a participação da 
família no contexto escolar e da sua importância para o desenvolvimento de seu filho. O que 
precisa ficar claro para esses pais é que a escola e a família educam de forma diferente, não há 
como uma substituir a outra. A escola visa a formação intelectual e profissional do aluno e a 
família a formação do caráter. 
É no lar que a criança aprende a controlar seus impulsos e emoções, respeitando pai, 
mãe, irmãos e as regras familiares para em seguida transferir para as autoridades. 
Estudos nos mostram a importância da presença da família na escola, as crianças que 
pais participam têm um desenvolvimento melhor do que aqueles no qual os pais pouco 
freqüentam. A troca de experiência entre família e escola favorece ainda mais o 
desenvolvimento da criança. Como foi dito anteriormente por Tiba (2007), é na família que a 
criança adquirir seus primeiros ensinamentos e é fundamental, pois é ela quem vai ensinar as 
regras de convivência em sociedade e seus valores. Compartilhando do mesmo pensamento a 
mãe DD no depoimento diz que: ―(...) a educação começa em casa, e a base que ele leva da 
família é o que ele vai se dedicar lá fora (...)‖. 
Quando os pais relatam sobre a importância da família no contexto escolar, pode-se 
observar que eles sentem uma necessidade de participação maior, tanto dos pais como dos 
professores. 
 
 
35 
 
4.1.2- Opiniões dos pais e dos educadores sobre a participação na escola 
 
Ao perguntar aos pais como eles participam da educação escolar do seu filho, o pai LH 
participa (...) ―ajudando na lição, é dando o lazer, porque para que ele sinta que como eu não 
só trabalho, ele também não pode só estudar. É tirando da rua, porque se a rua fosse boa e 
tivesse boas coisas a violência não existia e assim a gente vai ajudando a mãe com educação, 
educando e dando bons exemplos, chamando atenção(...)Para você cobrar, você tem que dar o 
exemplo. E lá em casa a gente trabalha assim. A gente cobra quando a professora dele fala 
assim, cobra, pega no pé mesmo.(...) Ele faz a parte dele e a gente faz a nossa. A dele é 
estudar e a nossa é fazer com que os momentos de lazer dele valham a pena todo o estudo. 
(...)Ele tem o que merece, se estudar ele tem direito a tudo, mas se não estudar, não tem 
direito a nada! Para MG, ―eu incentivo a ela estudar para ter uma boa educação para amanhã 
ele ter um futuro na vida dela‖. LI diz que:―eu tento participar da melhor maneira possível, 
aquilo que eu vou fazendo e aquilo que eu posso fazer, eu faço! De está ali tentando, ali 
orientando, olhe é por aqui, não é por aqui! Você tem que obedecer, não pode ficar 
conversando na sala de aula, prestar a atenção a cada palavra que está sendo dita, tem que 
obedecer a seus professores‖. A mãe AC ao ser questionada responde de forma incoerente 
para essa pergunta, dizendo: ―tem professoras que é muito nervosa, que belisca e diz que não 
belisca. E elas estão ali para ensinar para que eles sejam mais educados. E a mãe também, 
quando ela vier reclamar, falar também que eles sejam educados!‖A mãe MM relata que: 
―participo indo para às reuniões, levando ela todos os dias para a escola, acompanhando os 
deveres dela e eu acho que é isso!‖ 
Segundo a mãe LY, ela participa ―olhando as atividades escolares, conversando com 
ela para que ela tenha disciplina, para que ela seja uma menina educada (...)‖. DD diz que: 
―ajudando ele nas atividades de casa, os trabalhos que a professora passa para casa (...). 
Procuro ajudar pontualmente nas atividades dele, que são acompanhadas por mim, porque eu 
não o coloquei em banca nenhuma! Eu que o acompanho durante o ano todo em todas as 
atividades que ele realiza.‖ (Apêndice D) 
Analisando os dados, o pai LH diz que participa ajudando nas atividades escolares, 
dando lazer, tirando da rua, educando e dando bons exemplos. AC, MM, DD, LY,e LI 
entendem que participa ajudando nas atividades escolares. E MM acrescenta que participa 
indo às reuniões e levando a filha todos os dias à escola. 
36 
 
Perguntei aos pais o que eles acham que a escola espera deles, o pai LH disse que a 
escola espera ―(...) sempre acompanhando ele, sempre vindo às reuniões, quando eu não posso 
a mãe vem, às vezes vem os dois, e procurar ajudar na escola no que for necessário para que 
ele, quero dizer eles, não só ele, como também os colegas deles(...), a mãe MG diz que a 
escola ―espera participação, dedicação e que acompanhe a criança‖. Segundo a mãe LI, a 
escola espera:― (...) que eu tenha mais participação. É participar do desenvolvimento do aluno, 
não só pegue e eles colocam na escola e deixam que a escola faça tudo (...). A mãe AC diz 
que a escola espera ―uma boa educação para os filhos, uma boa educação para ela‖. A mãe 
MM responde simplesmente que a escola espera ―que eu seja uma boa mãe!‖ LY responde 
que a escola ―espera que eu me dedique, que eu saiba tudo sobre seu filho, vê o que ele anda 
fazendo nas atividades diárias da criança‖. DD diz que a escola espera que ―eu participe da 
vida dele ativamente, que compareça às reuniões e de todas as reuniões do ano letivo e que eu 
participe da vida escolar dele efetivamente e pelo menos saber como é que estão as notas dele, 
o andamento da aprendizagem dele. Tudo o que acontecer com ele, em relação a ele o 
professor, conhecer o professor, ter um bom relacionamento com os professores (...)‖ 
(Apêndice B). 
Pode-se observar que os pais LH, MG, DD, LY e LI compartilham do mesmo 
pensamento, dizendo que a escola espera que eles acompanhem e participem das reuniões. 
Enquanto que a Mãe AC acredita que a escola espera uma boa educação para sua filha. A mãe 
MM diz que a escola espera que ela seja uma boa mãe. 
Ao questionar o pai sobre o que você espera da escola de seu filho, LH respondeu: ―eu 
espero que cumpram com o projeto pedagógico que eles tanto falam e que tanto pedem. (...). 
É só isso que eu espero da escola, uma boa educação‖, MG espera ― que ela seja uma boa 
escola e que tenha bons professores para eles e que ensinem a ela melhor‖, LI diz: ― espero 
que eles ensinem bem, um bom ensino, um bom desenvolvimento e que cada criança e cada 
aluno que estiver aqui venha a aprender, venham somar e não diminuir.‖ A mãe AC espera 
―que dê bons estudos, boa educação e reparar como é que as crianças estão se comportando e 
o que ela acha das crianças. Espero boa educação! Que eles eduquem as crianças‖. A mãe 
MM espera ―que seja uma boa escola!‖ A mãe LY pensa um pouco, mas responde: ―espero 
que tenha um bom ensino, que eles tenham um excelente trabalho com a criança. (...) um bom 
ensino é fundamental (...)‖ e DD espera da escola― que ela dê ele uma boa formação, uma 
boa base no ensino fundamental, para que ele tenha uma boa condição para competir aqui e 
fora com qualquer outro aluno, seja de escola particular ou pública, de qualquer outra 
escola‖(Apêndice C). 
37 
 
Foi observado que todosos pais desejam que a escola tenha um bom ensino, no 
entanto o pai LH deseja também que a escola cumpra com o que promete e a Mãe DD deseja 
de que a escola dê ao seu filho uma boa base de ensino para competir no mercado. Segundo 
Tiba (2007), ao falar da parceria entre escola e família, ele retrata que quando ambas falam a 
mesma linguagem todos lucram. A família e a escola devem demonstrar coerência e 
segurança, o que favorece o desenvolvimento do aluno/filho. Com isso, a educação é uma 
ação ou soma de atos educativos encadeados em função do desenvolvimento do ser humano, 
em vista de um fim. 
 
 
4.1.3-Deveres dos pais e do professor referente à educação escolar. 
 
Perguntei aos pais quais são os seus deveres como responsável pelo seu filho, cada pai 
mostrou sua particularidade. LH disse que ―meus deveres é dar boa alimentação, dar uma boa 
educação doméstica, para que quando ela chegar aqui na escola ele não peque, porque os 
filhos são o espelho dos pais. É dar carinho, amor, afeto que ele tem e a senhora já teve a 
oportunidade de ver. E o meu dever com ele é trabalhar para dar uma boa educação‖. MG diz 
que ―é perguntar ao Colégio como ela está saindo no Colégio, como é o relacionamento dela 
com os colegas, se está recebendo uma boa educação, acho que é isso. É um direito meu 
chegar ao Colégio e perguntar!‖ A mãe LI respondeu que ―é incentivar a estudar, incentivar 
na educação. Porque não adianta a gente pegar e colocar na escola e esperar que a escola faça 
o seu papel! Eu tenho que fazer a minha parte!‖ 
Para a mãe AC ―é tomar conta, saber como ela está andando na escola, como é a 
convivência dela mais a pró, com a diretora, com quem for!(...), MM disse com risos: ―acho 
que é acompanhar ela e ajudando sempre ela a fazer as tarefas de casa e eu acho que só!‖Para 
a mãe LY: ―As perguntas se configuram todas como uma só! Meu dever como mãe é mandar 
para a escola, olhar as atividades, e mandar que ela respeitar aos coleguinhas, respeitar os 
professores (...), para DD é ―acompanhar nas atividades escolares‖ (Apêndice E). 
Os pais apresentam diferentes pensamentos. O pai LH fala que seus deveres estão 
relacionados a dar uma boa alimentação, educação doméstica, carinho, amor e afeto. As mães 
AC e MG compartilham o mesmo pensamento, dizendo que seus deveres são cuidar e saber 
da sua convivência com professores e colegas. A mãe MM, DD e LI dizem que seus deveres 
estão ligados ao acompanhamento nas atividades escolares. MG comenta que seus deveres 
38 
 
como responsável do aluno é saber como o aluno está no colégio e seu relacionamento com 
colegas e professores. LY ao ser questionado ele diz que seus deveres são orientar em relação 
ao respeito ao próximo, manter a freqüência na escola e olhar as suas atividades. De acordo 
como o artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 2004): 
 
é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder 
público assegurar, com absoluta prioridade a efetivação dos direitos 
referente à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao 
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à 
liberdade, e à convivência familiar e comunitária (ECA, 2004, p.11). 
 
Observa-se que o discurso dos pais condiz com o Estatuto quando se refere aos 
deveres em relação ao aluno/filho. Porque segundo o Estatuto, a sociedade, a família, a 
comunidade e o poder público têm o dever de acompanhar o desenvolvimento da criança para 
que os pais tenham uma visão melhor do filho em relação à escola, é necessário que ele esteja 
bem informado e escutar à professora com toda sua experiência em sala de aula, com alunos 
que têm a mesma idade de seus filhos pode ser útil para a família, pois ambas podem trabalhar 
juntas as dificuldades e o melhoramento do filho/aluno. E Tiba (2007, p.189, 190) afirma ao 
falar da escola, que deveria ser um trabalho em conjunto, no qual poderia ser ouvida a voz do 
coração e a voz da razão dos personagens da educação: a mãe, o pai e a escola. 
O professor ao ser entrevistado, respondeu que seus deveres seriam ―atender todas as 
mães, transmitir para eles pra os alunos aprenderem ajudar no que for possível dentro do 
Regulamento, dentro do que eles vêm para obter e que eu estou aqui para transmitir 
conhecimentos; e fazer o possível para transmitir o máximo para eles‖. 
Observa-se que o professor entrevistado tem uma visão restrita do seu papel como 
educador, acreditando que ele é apenas um mero transmissor de conhecimentos e 
informações, sabe-se que o papel do professor é também refletir sobre o seu compromisso 
social e ético. Conforme Libâneo (2002), a característica mais importante da atividade 
profissional do professor é o intermédio entre o aluno e a sociedade, entre as condições de 
origem do aluno e sua destinação social na sociedade, papel que cumpre provendo às 
condições e os meios que respaldem o encontro do aluno com as matérias estudadas. Esses 
objetivos educacionais estão ligados uns aos outros, pois “o processo de ensino é ao mesmo 
tempo um processo de educação.” (LIBÂNEO, 1991, p. 71) 
 Ainda de acordo com Libâneo (1991), a didática e as tarefas do professor buscam os 
seguintes objetivos primordiais: assegurar ao aluno domínio do conhecimento científico mais 
39 
 
seguro e duradouro; criar meios para desenvolver habilidades e capacidades intelectuais, para 
dominarem os métodos de estudo e de trabalho intelectual para uma futura autonomia; e 
orientar as tarefas de ensino com o objetivo educativo da formação da personalidade. 
 
 
4.1.4- Relação dos pais e do educador com a escola 
 
Para finalizar a entrevista com os pais, perguntei sobre a sua relação com a escola de 
seu filho, o pai LH diz que tem uma ―boa, muito boa! Primeiro porque eu sou funcionário da 
escola, e depois porque eu gosto daqui, eu gosto da escola‖ (...). MG: ―tenho uma boa 
relação‖. LI disse: ―bem, estou sempre acompanhando! Cada reunião quando posso eu estou 
presente e quando eu não posso, eu venho procurar saber depois! (...). A mãe AC ―eu acho 
ótima, eu acho bom! Além da educação da escola, eu acho a escola ótima ―(...). A mãe MM 
diz que tem ―uma boa relação‖, LY ―a minha relação com a escola é normal, (...). Para a mãe 
DD a sua relação com a escola ―é a mais amigável possível. Procuro logo conhecer a 
professora dele, para ter um bom relacionamento e saber como é que ela trabalha com ele (...) 
(Apêndice F). 
Pode-se observar que LH, AC, MM, MG e DD comentam que têm uma boa relação 
com a escola. Enquanto que LY diz que sua relação é só quando é chamada a escola ou em 
reunião escolares, relata que o pai tem mais participação. A mãe LI diz que participa das 
reuniões e solicita informação na escola sobre seu filho. 
Segundo Tiba (2007,p.187), ―a educação escolar é diferente da educação familiar. Não 
há como uma substituir a outra, pois ambas são complementares. Não se pode delegar à 
escola parte da educação familiar, pois está é única e exclusiva, voltada à formação do 
caráter e aos padrões de comportamentos familiares”. A escola é um ambiente importante de 
convívio no qual recebem estímulos, espaço para a socialização e tem o objetivo de preparar o 
aluno profissionalmente. 
 
 
 
 
 
 
40 
 
5 CONCLUSÃO 
 
 
O procedimento da pesquisa proporcionou observar além das possibilidades teóricas 
ou estereotipadas do ensino público e da participação dos pais no contexto escolar. Como foi 
apresentado nos capítulos anteriores que a educação precisa ser vista a partir de novas 
concepções que precisam ser transformadas, para assumir seu papel nesse contexto atual 
como agente de mudanças, uma educação geradora de mudanças, de conhecimentos,

Continue navegando