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FUNDAMENTOS DO DIREITO ELEITORAL Paulo José Martins Lacerda João Pessoa/PB – 2018 HISTÓRIA DAS ELEIÇÕES NO BRASIL E NO MUNDO CONCEITO; OBJETO; RELAÇÕES COM AS DEMAIS DISCIPLINAS JURÍDICAS; CRITICAS À LEGISLAÇÃO ELEITORAL. INTRODUÇÃO AO DIREITO ELEITORAL 2 HISTÓRIA DAS ELEIÇÕES NO BRASIL E NO MUNDO Atribui-se às civilizações greco-romanas a criação do sistema representativo, porém alguns historiadores lecionam que a origem deste estaria nas civilizações celta e hindu com a participação dos druidas e sacerdotes na escolha de seus líderes políticos. Quando a prática surgiu na cidade-Estado de Atenas, no século V a.C., aproximadamente um quinto da população poderia participar das eleições. O voto era proferido publicamente, causando constrangimento aos eleitores que eram assediados pelos candidatos. Por volta do século II a.C., os romanos tiveram a ideia de criar uma urna onde os votos fossem depositados, surgindo o voto secreto. Até o século XIX, a compreensão do voto como um direito universal era afastado pela pregação de que prejudicaria a condução de importantes questões do Estado. No Brasil Colônia Votavam e se elegiam apenas os “homens bons”: brancos, donos de propriedades, de linhagem familiar reconhecida, de participação na burocracia civil ou militar, ou seja, majoritariamente a aristocracia rural. No Brasil Império A Constituição de 1824 estabelecia que o Poder Legislativo fosse exercido pela Assembleia Geral, formada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, as eleições seriam indiretas e em dois graus com voto censitário e verificação dos poderes. O voto era obrigatório excluídos da vida política os menores de idade, as mulheres, os assalariados em geral, os soldados, os índios e os escravos. No Brasil República A Constituição de 1891 previa que o Presidente e o Vice Presidente do Brasil seriam eleitos pelo voto direto. O voto era descoberto, direto e “universal” para cidadãos maiores de vinte e um anos. Ficavam excluídos do direito de voto os mendigos, os analfabetos, os religiosos de ordem nonásticas, os militares de baixa patente e as mulheres. HISTÓRIA DAS ELEIÇÕES NO BRASIL E NO MUNDO O primeiro Código Eleitoral do Brasil (1932) foi o responsável pela criação da Justiça Eleitoral, introduziu o voto secreto e o sistema de representação proporcional. Dentro dos vários princípios que o Código trazia está o da universalidade do sufrágio, considerando o voto como um direito e um dever cívico, derrubando de vez a base censitária e estendendo o direito ao voto às mulheres, mantendo o sufrágio restritivo capacitário. A Constituição de 1934 reafirmou os direitos conquistados pelo Código Eleitoral de 1932. O sufrágio restrito capacitário (analfabeto) vigorou até a Emenda Constitucional nº 25, de em 16 maio de 1985. O Brasil conta com quatro Códigos Eleitorais: 1º Código Eleitoral - Decreto nº 21.076 -24.02.1932 2º Código Eleitoral - Lei nº 48 -04.05.1935 3º Código Eleitoral - Lei nº 1.164 -24.07.1950 4º Código Eleitoral - Lei nº 4.737 -15.07.1965 https://fernandavertuan.jusbrasil.com.br/artigos/172396235/elementos-historicos-da-conquista-do-sufragio-universal.(acessado em 20/02/2018 às 17h56m) HISTÓRIA DAS ELEIÇÕES NO BRASIL E NO MUNDO 1932 – VOTO FEMININO 1985 – VOTO DO ANALFABETO; 1986 – CADASTRO NACIONAL DE ELEITORES; 1986 – ELEIÇÕES GERAIS (CONSTITUINTES); 1988 – PROMULGADA A CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1990 – ELEIÇÃO DIRETA PARA PRESIDENTE DA REPÚBLICA; 1990 – Lei das inelegibilidades (LC 64/1990); 1992 – TOTALIZAÇÃO POR PROCESSAMENTO ELETRÔNICO; 1995 – LEI DOS PARTIDOS POLÍTICOS (Lei 9.096/95); 1996 – SURGIMENTO DAS URNAS ELETRÔNICAS; 1997 – LEI DAS ELEIÇÕES (9.504/97); 1998 – LEI DA SOBERANIA POPULAR (Lei 9.709/1998); 1999 – LEI DA CNBB (9.840/99); HISTÓRIA DAS ELEIÇÕES NO BRASIL E NO MUNDO 2000 – UTILIZAÇÃO DAS URNAS ELETRÔNICAS EM TODAS AS SEÇÕES ELEITORAIS DO BRASIL; 2010 – LEI DA FICHA LIMPA (LC 135/2010). 2014 – INICIO DA REVISÃO DO ELEITORADO E MIGRAÇÃO PARA O CADASTRO BIOMÉTRICO. 2015 – DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DAS CLÁUSULAS DE BARREIRA . 2015 – DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE DOAÇÕES DE PESSOAS JURÍDICAS. 2017 – LEI 13.487 QUE INSTITUI O FUNDO DE FINANCIAMENTO DE CAMAPANHAS. 2017 – LEI 13.488 QUE ESTABELECE LIMITES DE GASTOS EM CAMPANHAS. HISTÓRIA DAS ELEIÇÕES NO BRASIL E NO MUNDO “O Direito Eleitoral, precisamente, dedica-se ao estudo das normas e procedimentos que organizam e disciplinam o funcionamento do poder de sufrágio popular, de modo a que se estabeleça a precisa adequação entre a vontade do povo e a atividade governamental”. FÁVILA RIBEIRO “Direito Eleitoral é o ramo do Direito Público que trata de institutos relacionados com os direitos políticos e das eleições, em todas as suas fases, como forma de escolha dos titulares dos mandatos eletivos e das instituições do Estado”. JOEL JOSÉ CÂNDIDO Direito Eleitoral é o ramo do Direito Público com procedimentos, normas e princípios disciplinadores do alistamento, filiação e domicílio eleitoral, das convenções partidárias, do registro de candidatos, da propaganda partidária e eleitoral, da votação, da apuração, da proclamação de resultados, das prestações de contas partidárias e de campanha da diplomação dos eleitos, bem como das ações civis e criminais eleitorais, bem como das demais medidas e garantias relacionadas ao livre exercício do sufrágio popular. CONCEITO ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL Tribunal Superior Eleitoral com sede na capital federal; Tribunais Regionais Eleitorais nas capitais dos Estados e no Distrito Federal; Juízes Eleitorais nas comarcas em que houver Zona Eleitoral; Juntas Eleitorais (colegiado, temporário, formado por três ou cinco membros, dentre cidadãos de conduta ilibada, sendo presidido por um Juiz Eleitoral). COMPOSIÇÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL Ministros e juízes federais, desembargadores e juízes estaduais e advogados investidos na função de juízes eleitorais. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL Jurisdição em matéria administrativa, cível e penal eleitoral. OBJETO O disciplinamento das diversas fases do processo eleitoral: cadastro eleitoral: qualificação, inscrição, transferência, cancelamento, exclusão e revisão; filiação partidária; registro de candidatos: Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (DRAP) – Requerimento de Registro de Candidatura (RRC) – Requerimento de Registro de Candidatura Individual (RRCI);(momento em que se verifica questões relativas a elegibilidade e inelegibilidade) propaganda eleitoral: guia eleitoral, comícios, carros de som, panfletagens, jornais, placas, faixas, adesivos, internet, etc. atos preparatórios da votação: distribuição das seções eleitorais e sua composição, preparação das urnas eletrônicas, material para votação, designação e atribuições das mesas receptoras, da zerézima, da fiscalização partidária etc.; votação: da forma do voto e do sufrágio, dos lugares de votação, da polícia dos trabalhos, horário de início e encerramento da votação; apuração , totalização e divulgação dos resultados; prestação de contas de campanha; diplomação dos eleitos. OBJETO A fixação de regras referentes a criação, fusão, incorporação e extinção dos partidos políticos, bem como acesso à propaganda e ao fundo partidários; A fixação de regras referentes filiação partidária e domicílio eleitoral; A fixação de regras para as Ações e Procedimentos Eleitorais; A fixação de regras contendo as punições administrativas, civis e criminais no âmbito eleitoral; A fixação de regra relativas aos requisitos de registrabilidade, condições de elegibilidades e as causas de inelegibilidades OBJETO Normas de Direito Civil; Normas de Direito Processual Civil; Normas de Direito Penal; Normas de Direito Processual Penal, que não contrariem o disposto nos artigos 355 a 364 do Código Eleitoral e as relativas instauração de inquérito policial de ofício, ressalvados aqueles oriundos de flagrante; Normas de Normas de DireitoAdministrativo; Normas de Direito Tributário, poder de polícia, questões relativas a recolhimento de multas, execuções da Fazenda Nacional; Leis Complementares da Magistratura, do Ministério Público, da Advocacia da União, Defensoria Pública da União etc. RELAÇÕES COM AS DEMAIS DISCIPLINAS JURÍDICAS O destinatário da norma é quem a faz, deixando margem à burla, bem como a modifica ao sabor da conveniência dos partidos que tem maioria no parlamento; A função regulamentar do TSE se transforma em ativismo judicial; As duas leis eleitorais que trouxeram mudanças significativas foram de iniciativa popular. A Lei 9.840/99 (Lei da CNBB) A Lei Complementar 135/2010 (Lei da Ficha Limpa) A competência para legislar sobre Direito Eleitoral é privativa da União; CF 88, Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral... Ativismo Judicial do Tribunal Superior Eleitoral e do Supremo Tribunal Federal (Mira Estrela, verticalização, fidelidade partidária). CRÍTICA À LEGISLAÇÃO ELEITORAL 13
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