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Aula 13 – Ciclones tropicais ACA0220 – Climatologia e Hidrometeorologia 1o semestre 2016 Profa. Dra. Rachel Ifanger Albrecht Aula 13 – Ciclones tropicais 2 CICLONES TROPICAIS (i.e., furacões, tufões) Aula 13* 1. Introdução 2. Anatomia dos ciclones tropicais 3. Formação e dissipação 4. Nomenclatura 5. Classificação de intensidade 6. Alguns exemplos * Capítulo 15 em “Meteorology Today – Ahrens” Aula 13 – Ciclones tropicais 3 • Os ciclones tropicais são sistemas de baixa pressão em superfície com ventos persistentes acima de 118 km/h. • Os ciclones tropicais são denominados diferentemente em diferentes regiões do mundo: – Furacão, no Atlântico Norte e Pacífico Nordeste (América do Norte) – Tufão, no Pacífico Noroeste (Ásia) – Ciclone, na Índia – Ciclone tropical, na Austrália (essa nomenclatura diferente é usada para que os ciclones tropicais sejam facilmente distinguidos quando ocorrem simultaneamente no globo) • Se formam sobre a águas quentes dos oceanos tropicais e subtropicais (entre 30oN/S – mas se propagam além disso). 1. Introdução Aula 13 – Ciclones tropicais 4 1. Introdução • Diferentemente dos ciclones extratropicias (i.e., formados em latitudes médias), esses sistemas de baixa pressão são: – formados sem um gradiente horizontal de temperatura (i.e., não são formados pelo aquecimento diferencial da superfície da terra como nos ciclones extra-tropicais). – não possuem frentes – tem um centro quente – é bem organizado – i.e., a precipitação é mais simétrica Aula 13 – Ciclones tropicais 5 1. Introdução Ciclone tropical Ciclone extratropical Aula 13 – Ciclones tropicais 6 • Os ciclones tropicais são originados a partir de tempestades normais formadas ao logo dos trópicos. As perturbações no fluxo de vento de leste (ventos alísios) provocadas pela topografia geram ondas, conhecidas como ondas de leste ou ondas tropicais, que favorecem a convergência do vento e deslocamento das tempestades ligeiramente para latitudes mais altas, onde ganham rotação devido à força de Coriolis. – Como na região tropical do globo há pouca variação de temperatura horizontal, um mapa de isóbaras seria inútil (seriam linhas horizontais, paralelas ao equador), logo nessa região usamos mapas de linhas de corrente do vento. – As ondas de leste tem um comprimento de onda de 2500 km, e viajam de leste para oeste a uma velocidade de 20 a 40 km/h. – No Oceano Atlântico, são provocadas pela interação entre a topografia do norte da África e Jato Africano de leste, entre outras causas. 1. Introdução Aula 13 – Ciclones tropicais 7 • Topografia da África que gera ondas de leste: – Planatos Etíope, da Guinea e de Jos – Montanhas Darfur, Tibesti, Ahaggar, Atlas, Camarões 1. Introdução Aula 13 – Ciclones tropicais 8 CICLONES TROPICAIS (i.e., furacões, tufões) Aula 13* 1. Introdução 2. Anatomia dos ciclones tropicais 3. Formação e dissipação 4. Nomenclatura 5. Classificação de intensidade 6. Alguns exemplos * Capítulo 15 em “Meteorology Today – Ahrens” Aula 13 – Ciclones tropicais 9 2. Anatomia dos ciclones tropicais • Os ciclones tropicais têm centenas de km de extensão (tipicamente >500 km), com: – um “olho” de algumas dezenas de km (40-50 km), ventos calmos e pressão atmosférica muito baixa (998- 890 mb); – bandas espirais de precipitação; (giro antihorário no HN e horário no HS) – tempestades mais intensas e profundas (~18 km de altura), e ventos mais fortes ao longo da parede do olho (~200 km/h, com picos de 230 km/h). Furacão Elena sobre o Golfo do México em Setembro de 1985. A pressão no centro da tempestade é 955 mb com ventos constantes de 200 km/h próximo ao olho. Aula 13 – Ciclones tropicais 10 • Exemplo: Animação furacão Katrina (Agosto 2005) – Imagens satélite no canal de vapor d’água 2. Anatomia dos ciclones tropicais http://tropic.ssec.wisc.edu/storm_archive/2005/storms/katrina/katrina-wv.avi Aula 13 – Ciclones tropicais 11 • Descrição das condições do tempo embaixo de um furacão (HN) se nos deslocarmos de oeste para leste (esquerda para direita), passando pelo olho: 2. Anatomia dos ciclones tropicais W E Nuvens cirrostratus, ventos de N/NW, pequena diminuição na pressão Parede do olho: Nuvens cumulonimbus, muita chuva, ventos muito fortes e ondas enormes no mar (>10m), rápida diminuição na pressão Olho: Céu claro (algumas nuvens altas e médias), sem chuva, ventos calmos, e pressão atmosférica é mínima (~50 mb menor do que a pressão nas paredes) Conforme nos distanciamos da parede do olho, os ventos (S/SE) e a chuva dimuniuem, a pressão aumenta, e eventualmente o céu começa a se abrir. Aula 13 – Ciclones tropicais 12 • Descrição da estrutura 3D no Hemisfério Norte (Hemisfério Sul): – Massa de tempestades organizadas; – Na superfície, ar quente e úmido flui para o olho com giro anti-horário (horário), e adjacente ao olho há desenvolvendo de nuvens cumulonimbus enormes que produzem muita chuva (>250 mm/h); – Próximo ao topo das nuvens, o ar relativamente mais seco é divergido (outflow) em giro horário (anti-horário). – Na periferia das bandas de nuvem, o ar divergindo em altos níveis é comprimido de volta para superfície, esquentando e inibindo a formação de nuvens. – Na parede do olho, a alta liberação de calor latente esquenta o ar nas paredes gerando um gradiente de temperatura entre as paredes e olho, o que aumenta a pressão um pouco no olho, o ar também é comprimido ocasionando o céu claro no olho. 2. Anatomia dos ciclones tropicais Aula 13 – Ciclones tropicais 13 • Descrição da estrutura 3D da precipitação : 2. Anatomia dos ciclones tropicais Visão tridimensional da precipitação do furacão Katrina através do satélite TRMM. O furacão estava sobre o Golfo do México Central, em 28 de agosto de 2005. A seção vertical mostra bandas concêntricas de chuva forte (áreas vermelhas dentro das nuvens) que circundam o olho. Observe que a chuva mais pesada (maior área vermelha) ocorre na parede do olho. A torre de nuvem isolada (em vermelho) na parte norte da parede do olho indica uma nuvem com topo de 16 km de altura. Tais nuvens altas na parede do olho, muitas vezes indicam que a tempestade está se intensificando. Aula 13 – Ciclones tropicais 14 • Animação da simulação da intensidade e direção do vento do furacão Sandy (Outubro 2012): 2. Anatomia dos ciclones tropicais https://www.youtube.com/watch?v=rQWDYPQkSMM Aula 13 – Ciclones tropicais 15 CICLONES TROPICAIS (i.e., furacões, tufões) Aula 13* 1. Introdução 2. Anatomia dos ciclones tropicais 3. Formação e dissipação 4. Nomenclatura 5. Classificação de intensidade 6. Alguns exemplos * Capítulo 15 em “Meteorology Today – Ahrens” Aula 13 – Ciclones tropicais 16 3. Formação e dissipação • O ambiente ideal para a formação de ciclones tropicais são as águas de oceanos tropicais onde: – os ventos são fracos, – a umidade é alta em uma camada profunda se estendendo até a troposfera, e – a temperatura da água é quente, tipicamente > 27oC, em uma área grande. Aula 13 – Ciclones tropicais 17 • Porém não bastam ter as condições mencionadas acima. É preciso ter uma sequência de eventos atmosféricos concomitantes para a sua formação. • Basicamente essa sequencia é: 3. Formação e dissipação Tempestades Onda tropical (desloca tempestades ligeiramente para latitudes mais altas,ganhando rotação) Depressão tropical Tempestade tropical CICLONE TROPICAL!!! Aula 13 – Ciclones tropicais 18 • A primeiras tempestades podem ser formadas: – pela convergência dos ventos alísios ao longo da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), formando zonas de baixa pressão. – convergência de ventos no lado leste das ondas de leste (mais comum). • Para haver rotação (força de Coriolis) a tempestade tem que se formar em latitudes maiores do que 5oS/N: – 2/3 do ciclones tropicais são formados entre 10o e 20o de latitude 3. Formação e dissipação Aula 13 – Ciclones tropicais 19 • A inversão dos ventos alísios deve ser fraca: – Próximo a 20o de latitude temos subsidência de ar devido aos cinturões das altas subtropicais. – O ar descendente é aquecido e cria uma inversão térmica, conhecida como inversão dos ventos alísios. – Quando a inversão é alta, pode inibir a formação de tempestades intensas e ciclones tropicais. – Logo a condição ideal são altas subtropicais fracas e/ou deslocadas para norte. 3. Formação e dissipação Aula 13 – Ciclones tropicais 20 • O cisalhamento (mudança de velocidade) do vento vertical deve ser fraco: – ventos fortes em altos níveis (fraco em baixos níveis) geram cisalhamento do vento, o que inibe a formação de convecção organizada e dispersa a distribuição de energia latente necessária para o crescimento da tempestade. 3. Formação e dissipação Aula 13 – Ciclones tropicais 21 Passo-a-passo do desenvolvimento dos ciclones tropicais • Ao longo da ZCIT ou de uma onda tropical, um cluster de tempestades intensas se formam devido ao ambiente úmido e instável sobre águas mais quentes. A condensação gera liberação de calor latente aquecendo a coluna atmosférica das nuvens. 3. Formação e dissipação água mais quente 300 mb B B B A A A A B A B Aula 13 – Ciclones tropicais 22 • O a liberação de calor latente nas laterais das tempestades geram um gradiente de temperatura e pressão das tempestades laterais para o centro de baixa pressão, forçando o ar do centro a ser comprimido e aquecido, evaporando gradualmente a nuvem central. • A força de Coriolis gera um movimento ciclônico (horário no HS, antihorário no HN) em baixos níveis e anticiclônico em altos níveis (antihorário no HS, horário no HN). 3. Formação e dissipação água mais quente 300 mb B B B A A A A B A B Aula 13 – Ciclones tropicais 23 • A grande convergência de ar em baixos níveis provoca um forte decaimento da pressão em baixos níveis e alimenta as tempestades da parede, e o ar descendente e comprimido no olho do furacão aquece a coluna atmosférica. 3. Formação e dissipação água mais quente 300 mb B B A A A B A B A B Aula 13 – Ciclones tropicais 24 • A grande convergência de ar em baixos níveis provoca um forte decaimento da pressão em superfície e alimenta as tempestades da parede, enquanto que o ar descendente é comprimido no olho do furacão aquecendo a coluna atmosférica e inibindo a formação de nuvens. 3. Formação e dissipação Aula 13 – Ciclones tropicais 25 • Enquanto a tempestade estiver sobre águas quentes, ela continuará crescendo devido à alta liberação de calor latente. • A tempestade se dissipa rapidamente quando ela se move sobre águas frias e perde sua fonte de energia. • A tempestade também enfraquece e dissipa se a superfície do oceano tem somente uma camada fina de água quente. A tempestade promove turbulência (ondas) e mistura a água, trazendo ressurgência de água fria de camadas mais profundas. • A tempestade também enfraquece rapidamente quando atinge o continente devido à perde a fonte de calor da água quente do oceano e ao atrito do vento com a superfície. 3. Formação e dissipação Aula 13 – Ciclones tropicais 26 • Os estágios de desenvolvimento dos ciclones tropicais são: – Distúrbio tropical: massa de tempestades com fraca circulação do vento – Depressão tropical: quando os ventos aumentam para 40-60 km/h e um centro de baixa pressão fechado (várias isóbaras fechadas) é formado. – Tempestade tropical: quando o centro de pressão se intensifica e os ventos são de 60-120 km/h. Neste ponto a tempestade ganha um nome. – Ciclone tropical: ventos acima de 120 km/h, centro de baixa pressão intenso, rotação e bandas espirais de precipitação. • A maioria das depressões tropicais não se desenvolvem em tempestades tropicais, mas a maioria das tempestades tropicais evoluem para ciclones. 3. Formação e dissipação Aula 13 – Ciclones tropicais 27 Locais de formação e propagação • Os locais que satisfazem os critérios iniciais para formação de ciclones tropicais (águas quentes e profundas, convergência de ventos alísios e fraco cisalhamento) estão ilustrados abaixo. 3. Formação e dissipação Aula 13 – Ciclones tropicais 28 • Tempestades tropicais – Atlântico Norte: 3. Formação e dissipação Média de 9 por ano Pico Agosto-Setembro Aula 13 – Ciclones tropicais 29 • Tempestades tropicais – Pacífico Nordeste: 3. Formação e dissipação Média de 17 por ano Pico Julho Aula 13 – Ciclones tropicais 30 • Tempestades tropicais – Pacífico Noroeste: 3. Formação e dissipação Média de 27 por ano (local mais ativo de todos) Pico em Agosto-Setembro Aula 13 – Ciclones tropicais 31 • Tempestades tropicais – Pacífico Sudoeste: 3. Formação e dissipação Média de 5 por ano Pico Janeiro-Março Aula 13 – Ciclones tropicais 32 • Tempestades tropicais – Oceano Índico Norte: 3. Formação e dissipação Média de 4,5 por ano Picos em Novembro e Maio Forte cisalhamento Aula 13 – Ciclones tropicais 33 • Tempestades tropicais – Oceano Índico Sudoeste: 3. Formação e dissipação Média de 13 por ano Pico em Janeiro Aula 13 – Ciclones tropicais 34 • Tempestades tropicais – Oceano Índico Sudeste: 3. Formação e dissipação Média de 10 por ano Pico Janeiro-Março Aula 13 – Ciclones tropicais 35 • Mais detalhes sobre as tempestades tropicais do Atlântico Norte: – Em Junho-Julho (início da estação de furacões), a atividade de ciclones tropicais é relativamente baixa, e as tempestades que evoluem em ciclones tendem a se formar no Golfo do México ou na parte mais oeste do Oceano Atlântico 3. Formação e dissipação Aula 13 – Ciclones tropicais 36 • Mais detalhes sobre as tempestades tropicais do Atlântico Norte: – De Agosto a Setembro, a diminuição do cisalhamento do vento e o aumento da temperatura da superfície do mar permitem a formação de furacões em qualquer região do Atlântico Norte, Caribe e Golfo do México 3. Formação e dissipação Aula 13 – Ciclones tropicais 37 • Mais detalhes sobre as tempestades tropicais do Atlântico Norte: – Outubro é o pico da estação de furacões. São formados na região oeste do Caribe ou do Atlântico e tendem a ter trajetórias irregulares que se movem rapidamente para o nordeste. – Novembro é último mês da estação de furacões e a atividade fica fraca e restrita ao oeste do Atlântico. 3. Formação e dissipação Aula 13 – Ciclones tropicais 38 • Mais detalhes sobre as tempestades tropicais do Atlântico Norte: 3. Formação e dissipação Aula 13 – Ciclones tropicais 39 • E no Atlântico Sul? – Não há formação de ciclones tropicais porque:– é uma região com forte cisalhamento do vento entre a superfície e a alta troposfera; – A ITCZ é tipicamente fraca ou inexistente sobre o Atlântico Sul (i.e., não tem mecanismos de convergência em superfície e forte convecção); – A temperatura da superfície do mar não é tão elevada (<27oC). 3. Formação e dissipação Aula 13 – Ciclones tropicais 40 CICLONES TROPICAIS (i.e., furacões, tufões) Aula 13* 1. Introdução 2. Anatomia dos ciclones tropicais 3. Formação e dissipação 4. Nomenclatura 5. Classificação de intensidade 6. Alguns exemplos * Capítulo 15 em “Meteorology Today – Ahrens” Aula 13 – Ciclones tropicais 41 4. Nomenclatura • As tempestades e ciclones tropicais recebem um nome para evitar confusão de identificação. • Antes da Segunda Guerra Mundial, eram identificados por letras do alfabeto. • Durante a Segunda Guerra Mundial, foram atribuídos nomes em ordem alfabética cronológica de acontecimento. • Em 1953, o Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA adotou o uso de nomes de mulheres de A a Z, excluindo Q. • Em 1978, as tempestades passaram a ter nomes femininos e masculinos alternadamente. Se as letras acabam, letras gregas (Alpha, Beta, etc.) passam a ser usadas. • Se uma tempestade chega à Categoria 3 ou superior, seu nome é retirado da lista por pelo menos 10 anos. Os ciclones mais intensos e com maior impacto tem seu nome retirado da lista para sempre. Aula 13 – Ciclones tropicais 42 • Nomenclatura dos próximos anos para os furacões: 4. Nomenclatura Aula 13 – Ciclones tropicais 43 • Nomenclatura dos próximos anos para os furacões: 4. Nomenclatura Aula 13 – Ciclones tropicais 44 CICLONES TROPICAIS (i.e., furacões, tufões) Aula 13* 1. Introdução 2. Anatomia dos ciclones tropicais 3. Formação e dissipação 4. Nomenclatura 5. Classificação de intensidade 6. Alguns exemplos * Capítulo 15 em “Meteorology Today – Ahrens” Aula 13 – Ciclones tropicais 45 5. Classificação de intensidade • Com o objetivo de estimar a potencialidade de destruição de um ciclone tropical, foi criada uma classificação de intensidade: – a escala Saffir-Simpson. • A escala (que vai de 1 a 5) é baseada nas condições da intensidade do vento e inundação pela água do mar (storm surge), a qual é atribuída ao longo do tempo de vida a tempestade. • Conforme os ciclones se intensificam ou enfraquecem, a categoria (ou número da escala) é re-atribuída de acordo com as condições atuais. • Ciclones de grande porte são de Categoria 3 ou acima (e tem seu nome retirado da lista por pelo menos 10 anos, ou para sempre). • No Pacífico Oeste, um ciclone de Categoria 4 ou maior é chamado de super fufão. Aula 13 – Ciclones tropicais 46 • Em resumo: 5. Classificação de intensidade Aula 13 – Ciclones tropicais 47 5. Classificação de intensidade • Exemplos de danos por categoria: – Categoria 1: Danos mínimos • Galhos quebrados • Danos a trailers e casas móveis • Outdoors quebrados ou tortos • Barcos pequenos são arrastados dos ancoradouros – Categoria 2: Danos moderados • Grandes danos à árvores, algumas são derrubadas • Grandes danos a trailers e casas móveis • Alguns danos nos telhados, janelas e portas • Grandes danos em marinas e piers Aula 13 – Ciclones tropicais 48 5. Classificação de intensidade • Exemplos de danos por categoria: – Categoria 3: Danos extensivos • Árvores grandes são derrubadas • Algumas casas móveis são destruídas • Danos telhados, janelas, portas e edificações pequenas • Edificações pequenas próximas à costa são destruídas (pelo storm surge) • Edificações grandes próximas à costa são danificadas pelas ondas (pelo storm surge) • Inundações próximo à costa. – Categoria 4: Danos extremos • Todos outdoors são derrubados • Danos severos a casas • Casas móveis são completamente destruídas • Grandes danos a edificações próximas à costa (pelo storm surge) • Inundações extensas • Grande erosão nas praias costeiras (pelo storm surge) Aula 13 – Ciclones tropicais 49 5. Classificação de intensidade • Exemplos de danos por categoria: – Categoria 5: Danos catastróficos • Telhados completamente destruídos em várias edificações • Algumas edificação completamente destruídas • Edificações pequenas são tombadas ou derrubadas pelo vento • Danos muito severos a todas edificações próximas à costa (pelo storm surge) ANTES DEPOIS Furacão Camille, 1969 – 2o mais intenso dos EUA Richelieu Apartments, Pass Christian, Mississipi Aula 13 – Ciclones tropicais 50 • Climatologia de ciclones por categoria: 5. Classificação de intensidade Aula 13 – Ciclones tropicais 51 • Climatologia de riscos associados a ciclones: 5. Classificação de intensidade https://simpleclimate.wordpress.com/2012/02/18/population-and-climate-raise-tropical-cyclone-risks/ Aula 13 – Ciclones tropicais 52 • A storm surge é o que causa 90% das mortes em ciclones tropicais: – A baixa pressão atmosférica no centro do ciclone acumula água no olho. O nível da água sobe 1 cm para cada 1 mb de decréscimo de pressão. – Como água é continuadamente empurrada e “sugada” pelo olho, porém a intensidade da baixa pressão atmosférica não é suficiente para puxar a água para dentro do olho do furacão. Logo, essa convergência de água em superfície gera um movimento de água para baixo que se propaga para os lados como ondas. – Em oceano aberto, os ciclones elevam o nível da água em ~1 m. 5. Classificação de intensidade Williams, The Weather Book Aula 13 – Ciclones tropicais 53 • A storm surge é o que causa 90% das mortes em ciclones tropicais: – Em águas rasas, próximas do continente, a água que é empurrada para o fundo do oceano não tem para onde ir, a não ser para a costa. – A água então é empilhada ao longo da costa e é arremetida para dentro do continente, gerando grandes estragos. – O efeito é pior onde o fundo do oceano possui um baixo e longo declino, como no Golfo do México e Índia. 5. Classificação de intensidade Williams, The Weather Book Aula 13 – Ciclones tropicais 54 • A storm surge é o que causa 90% das mortes em ciclones tropicais: – Em águas rasas, próximas do continente, a água que é empurrada para o fundo do oceano não tem para onde ir. – A água então é empilhada ao longo da costa é arremetida para dentro do continente, gerando grandes estragos. – O efeito é pior onde o fundo do oceano possui um baixo e longo declino, como no Golfo do México e Índia. 5. Classificação de intensidade Williams, The Weather Book Aula 13 – Ciclones tropicais 55 • A storm surge é o que causa 90% das mortes em ciclones tropicais: – Se o ciclone atinge a costa em condições de maré alta, os 60 cm da maré alta são adicionados a 3 metros da storm surge acima do nível domar. – A penetração do sistema para a costa agrava a situação de maré alta pelas ondas do mar agitado. – As ondas causam muito mais estrados do que o aumento do nível da água em si. 5. Classificação de intensidade Williams,The Weather Book Aula 13 – Ciclones tropicais 56 • Explicação de storm surge em vídeo com fundo do oceano fundo e rápido declive e com o fundo do oceano raso e suave declive: 5. Classificação de intensidade https://www.youtube.com/watch?v=s83bnlD_P4c Aula 13 – Ciclones tropicais 57 • A storm surge por categoria de ciclone: 5. Classificação de intensidade Aula 13 – Ciclones tropicais 58 CICLONES TROPICAIS (i.e., furacões, tufões) Aula 13* 1. Introdução 2. Anatomia dos ciclones tropicais 3. Formação e dissipação 4. Nomenclatura 5. Classificação de intensidade 6. Alguns exemplos * Capítulo 15 em “Meteorology Today – Ahrens” Aula 13 – Ciclones tropicais 59 6. Alguns exemplos • Furacão Katrina: – Em Agosto de 2005, a tempestade tropical Katrina se formou sobre as Bahamas. – Ao se aproximar da Flórida, se tornou um furacão de Categoria 1. Perdeu um pouco de intensidade sobre o continente (voltou a ser tempestade tropical), mas se intensificou rapidamente de novo assim que atingiu o Golfo do México. – Passou então de Categoria 2 para 5 em apenas 9 horas! – A velocidade do vento atingiu 280 km/h. – A storm surge empurrou muita água para a costa. – E apesar de ter se desintensificado para Categoria 3 quando atingiu a Louisiana e o Mississipi, os danos foram catastróficos devido à storm surge. Tempestade Tropical Furacão Categoria 1 Furacão Categoria 2 Furacão Categoria 5 Furacão Categoria 3 Aula 13 – Ciclones tropicais 60 6. Alguns exemplos • Furacão Katrina: – A storm surge empurrou muita água para a costa. – Apesar de ter se desintensificado para Categoria 3 e maré ter subido somente 2,5 m (28 pés), quando atingiu a Louisiana e o Mississipi esses 2,5 m foi mais alto do que as barragens da cidade de Nova Orleans. – 85% de Nova Orleans ficou inundada. Aula 13 – Ciclones tropicais 61 6. Alguns exemplos • Furacão Katrina: – Animação das imagens de satélite do canal infravermelho: https://www.youtube.com/watch?v=z1ONNM_73-8 Aula 13 – Ciclones tropicais 62 6. Alguns exemplos • Furacão Ivan – Pensacola Beach, Flórida: – Setembro, 2004 https://www.youtube.com/watch?v=o_uzqfhwc4k Aula 13 – Ciclones tropicais 63 • Super-tufão HAIYAN (YOLANDA) nas Filipinas (o mais forte já registrado – em intensidade dos ventos e depressão), 2013: 6. Alguns exemplos https://www.youtube.com/watch?v=sRHPHFpIVwQ Aula 13 – Ciclones tropicais 64 • Super-tufão HAIYAN (YOLANDA) nas Filipinas (o mais forte já registrado – em intensidade dos ventos e depressão): 6. Alguns exemplos https://www.youtube.com/watch?v=4wrgrJwYdy8 Aula 13 – Ciclones tropicais 65 • 10 recordes de ciclones tropicais da história: 6. Alguns exemplos Aula 13 – Ciclones tropicais 66 • 10 ciclones mais mortíferos: 6. Alguns exemplos Aula 13 – Ciclones tropicais 67 • 10 ciclones mais mortíferos e com mais prejuízos nos EUA: 6. Alguns exemplos Aula 13 – Ciclones tropicais 68 • Furacão Catarina (Março 2004): – Provavelmente é o primeiro furacão do Atlântico Sul. (Existe uma imagem de satélite de 1970 que indica um outro possível furacão) 6. Alguns exemplos Aula 13 – Ciclones tropicais 69 • Furacão Catarina (Março 2004): 6. Alguns exemplos https://www.youtube.com/watch?v=pZ2Tn4qljws Aula 13 – Ciclones tropicais 70 REFERÊNCIAS • Ahrens, C. D., 1999: Meteorology today: an introduction to weather, climate, and the environment. West Publishing Co.. 9a edição (ou edição mais recente). • Atkinson, G. D., 1971 : Forecaster’s guide to tropical meteorology. USAF Air Weather Service, Technical Report N°240, 364 p. • WMO Global guide to tropical cyclone forecasting: – https://www.wmo.int/cycloneguide/ • MetEd: – http://www.meted.ucar.edu/tropical/synoptic/Afr_E_Waves/print.htm – http://www.meted.ucar.edu/hurrican/chp/print_2.htm#page_7.0.0 • Vídeos interessantes: – Flying through a Hurricane Eye wall – Journey Inside the Eye of a Massive Hurricane – Hurricane Katrina Satellite Timelapse – Super Hurricanes and Typhoons