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13 - Ciclones tropicais - Poli-USP-Engenharia Ambiental

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Aula 13 – Ciclones tropicais 
ACA0220 – Climatologia e 
Hidrometeorologia 
1o semestre 2016 
Profa. Dra. Rachel Ifanger Albrecht 
Aula 13 – Ciclones tropicais 2 
CICLONES TROPICAIS 
(i.e., furacões, tufões) 
Aula 13* 
1. Introdução 
2. Anatomia dos ciclones tropicais 
3. Formação e dissipação 
4. Nomenclatura 
5. Classificação de intensidade 
6. Alguns exemplos 
* Capítulo 15 em “Meteorology Today – Ahrens” 
Aula 13 – Ciclones tropicais 3 
• Os ciclones tropicais são sistemas de baixa pressão em 
superfície com ventos persistentes acima de 118 km/h. 
 
• Os ciclones tropicais são denominados diferentemente em 
diferentes regiões do mundo: 
– Furacão, no Atlântico Norte e Pacífico Nordeste (América do Norte) 
– Tufão, no Pacífico Noroeste (Ásia) 
– Ciclone, na Índia 
– Ciclone tropical, na Austrália 
(essa nomenclatura diferente é usada para que os ciclones tropicais sejam 
facilmente distinguidos quando ocorrem simultaneamente no globo) 
 
• Se formam sobre a águas quentes dos oceanos tropicais e 
subtropicais (entre 30oN/S – mas se propagam além disso). 
 
1. Introdução 
Aula 13 – Ciclones tropicais 4 
1. Introdução 
• Diferentemente dos ciclones extratropicias (i.e., formados em 
latitudes médias), esses sistemas de baixa pressão são: 
 
 
– formados sem um gradiente horizontal de temperatura (i.e., não são 
formados pelo aquecimento diferencial da superfície da terra como nos 
ciclones extra-tropicais). 
 
– não possuem frentes 
 
– tem um centro quente 
 
– é bem organizado 
 
– i.e., a precipitação é mais simétrica 
 
Aula 13 – Ciclones tropicais 5 
1. Introdução 
Ciclone tropical Ciclone extratropical 
Aula 13 – Ciclones tropicais 6 
• Os ciclones tropicais são originados a partir de tempestades normais 
formadas ao logo dos trópicos. As perturbações no fluxo de vento de leste 
(ventos alísios) provocadas pela topografia geram ondas, conhecidas como 
ondas de leste ou ondas tropicais, que favorecem a convergência do vento 
e deslocamento das tempestades ligeiramente para latitudes mais altas, 
onde ganham rotação devido à força de Coriolis. 
– Como na região tropical do globo há 
pouca variação de temperatura 
horizontal, um mapa de isóbaras 
seria inútil (seriam linhas horizontais, 
paralelas ao equador), logo nessa 
região usamos mapas de linhas de 
corrente do vento. 
 
– As ondas de leste tem um 
comprimento de onda de 2500 km, e 
viajam de leste para oeste a uma 
velocidade de 20 a 40 km/h. 
 
– No Oceano Atlântico, são provocadas 
pela interação entre a topografia do 
norte da África e Jato Africano de 
leste, entre outras causas. 
1. Introdução 
Aula 13 – Ciclones tropicais 7 
• Topografia da África que gera ondas de leste: 
 
– Planatos Etíope, 
da Guinea e de Jos 
– Montanhas Darfur, 
Tibesti, Ahaggar, 
Atlas, Camarões 
 
1. Introdução 
Aula 13 – Ciclones tropicais 8 
CICLONES TROPICAIS 
(i.e., furacões, tufões) 
Aula 13* 
1. Introdução 
2. Anatomia dos ciclones tropicais 
3. Formação e dissipação 
4. Nomenclatura 
5. Classificação de intensidade 
6. Alguns exemplos 
* Capítulo 15 em “Meteorology Today – Ahrens” 
Aula 13 – Ciclones tropicais 9 
2. Anatomia dos ciclones tropicais 
• Os ciclones tropicais têm centenas de km de extensão 
(tipicamente >500 km), com: 
– um “olho” de algumas 
dezenas de km (40-50 km), 
ventos calmos e pressão 
atmosférica muito baixa (998-
890 mb); 
 
– bandas espirais de 
precipitação; (giro antihorário 
no HN e horário no HS) 
 
– tempestades mais intensas e 
profundas (~18 km de altura), 
e ventos mais fortes ao longo 
da parede do olho (~200 
km/h, com picos de 230 
km/h). 
 
Furacão Elena sobre o Golfo do México em Setembro de 
1985. A pressão no centro da tempestade é 955 mb com 
ventos constantes de 200 km/h próximo ao olho. 
Aula 13 – Ciclones tropicais 10 
• Exemplo: Animação furacão Katrina (Agosto 2005) – Imagens 
satélite no canal de vapor d’água 
2. Anatomia dos ciclones tropicais 
http://tropic.ssec.wisc.edu/storm_archive/2005/storms/katrina/katrina-wv.avi 
Aula 13 – Ciclones tropicais 11 
• Descrição das condições do tempo embaixo de um furacão (HN) se nos 
deslocarmos de oeste para leste (esquerda para direita), passando pelo 
olho: 
2. Anatomia dos ciclones tropicais 
W E 
Nuvens cirrostratus, 
ventos de N/NW, 
pequena 
diminuição na 
pressão 
Parede do olho: Nuvens 
cumulonimbus, muita chuva, 
ventos muito fortes e ondas 
enormes no mar (>10m), 
rápida diminuição na pressão 
Olho: Céu claro (algumas nuvens 
altas e médias), sem chuva, ventos 
calmos, e pressão atmosférica é 
mínima (~50 mb menor do que a 
pressão nas paredes) 
Conforme nos distanciamos da 
parede do olho, os ventos (S/SE) e a 
chuva dimuniuem, a pressão 
aumenta, e eventualmente o céu 
começa a se abrir. 
Aula 13 – Ciclones tropicais 12 
• Descrição da estrutura 3D no Hemisfério Norte (Hemisfério Sul): 
– Massa de tempestades organizadas; 
– Na superfície, ar quente e úmido flui para o olho com giro anti-horário (horário), e adjacente ao olho 
há desenvolvendo de nuvens cumulonimbus enormes que produzem muita chuva (>250 mm/h); 
– Próximo ao topo das nuvens, o ar relativamente mais seco é divergido (outflow) em giro horário 
(anti-horário). 
– Na periferia das bandas de nuvem, o ar divergindo em altos níveis é comprimido de volta para 
superfície, esquentando e inibindo a formação de nuvens. 
– Na parede do olho, a alta liberação de calor latente esquenta o ar nas paredes gerando um gradiente 
de temperatura entre as paredes e olho, o que aumenta a pressão um pouco no olho, o ar também é 
comprimido ocasionando o céu claro no olho. 
 
2. Anatomia dos ciclones tropicais 
Aula 13 – Ciclones tropicais 13 
• Descrição da estrutura 3D da precipitação : 
2. Anatomia dos ciclones tropicais 
Visão tridimensional da 
precipitação do furacão Katrina 
através do satélite TRMM. O 
furacão estava sobre o Golfo do 
México Central, em 28 de agosto 
de 2005. A seção vertical mostra 
bandas concêntricas de chuva forte 
(áreas vermelhas dentro das 
nuvens) que circundam o olho. 
Observe que a chuva mais pesada 
(maior área vermelha) ocorre na 
parede do olho. A torre de nuvem 
isolada (em vermelho) na parte 
norte da parede do olho indica uma 
nuvem com topo de 16 km de 
altura. Tais nuvens altas na parede 
do olho, muitas vezes indicam que 
a tempestade está se 
intensificando. 
Aula 13 – Ciclones tropicais 14 
• Animação da simulação da intensidade e direção do vento do furacão 
Sandy (Outubro 2012): 
2. Anatomia dos ciclones tropicais 
https://www.youtube.com/watch?v=rQWDYPQkSMM 
Aula 13 – Ciclones tropicais 15 
CICLONES TROPICAIS 
(i.e., furacões, tufões) 
Aula 13* 
1. Introdução 
2. Anatomia dos ciclones tropicais 
3. Formação e dissipação 
4. Nomenclatura 
5. Classificação de intensidade 
6. Alguns exemplos 
* Capítulo 15 em “Meteorology Today – Ahrens” 
Aula 13 – Ciclones tropicais 16 
3. Formação e dissipação 
• O ambiente ideal para a formação de ciclones tropicais são as águas de 
oceanos tropicais onde: 
– os ventos são fracos, 
– a umidade é alta em uma camada profunda se estendendo até a troposfera, e 
– a temperatura da água é quente, tipicamente > 27oC, em uma área grande. 
Aula 13 – Ciclones tropicais 17 
• Porém não bastam ter as condições mencionadas acima. É 
preciso ter uma sequência de eventos atmosféricos 
concomitantes para a sua formação. 
• Basicamente essa sequencia é: 
3. Formação e dissipação 
Tempestades 
Onda tropical 
(desloca tempestades ligeiramente para latitudes 
mais altas,ganhando rotação) 
Depressão tropical 
Tempestade tropical 
CICLONE TROPICAL!!! 
Aula 13 – Ciclones tropicais 18 
• A primeiras tempestades podem ser formadas: 
– pela convergência dos ventos alísios ao longo da Zona de Convergência 
Intertropical (ZCIT), formando zonas de baixa pressão. 
– convergência de ventos no lado leste das ondas de leste (mais comum). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Para haver rotação (força de Coriolis) a tempestade tem que se formar em 
latitudes maiores do que 5oS/N: 
– 2/3 do ciclones tropicais são formados entre 10o e 20o de latitude 
 
 
3. Formação e dissipação 
Aula 13 – Ciclones tropicais 19 
• A inversão dos ventos alísios deve ser fraca: 
 
– Próximo a 20o de latitude 
temos subsidência de ar 
devido aos cinturões das altas 
subtropicais. 
 
– O ar descendente é aquecido 
e cria uma inversão térmica, 
conhecida como inversão dos 
ventos alísios. 
 
– Quando a inversão é alta, 
pode inibir a formação de 
tempestades intensas e 
ciclones tropicais. 
 
– Logo a condição ideal são 
altas subtropicais fracas e/ou 
deslocadas para norte. 
3. Formação e dissipação 
Aula 13 – Ciclones tropicais 20 
• O cisalhamento (mudança de velocidade) do vento vertical deve ser fraco: 
– ventos fortes em altos níveis (fraco em baixos níveis) geram cisalhamento do 
vento, o que inibe a formação de convecção organizada e dispersa a 
distribuição de energia latente necessária para o crescimento da tempestade. 
3. Formação e dissipação 
Aula 13 – Ciclones tropicais 21 
Passo-a-passo do desenvolvimento dos ciclones 
tropicais 
 
• Ao longo da ZCIT ou de uma onda tropical, um cluster de tempestades 
intensas se formam devido ao ambiente úmido e instável sobre águas 
mais quentes. A condensação gera liberação de calor latente aquecendo a 
coluna atmosférica das nuvens. 
3. Formação e dissipação 
água mais quente 
300 mb 
B B B 
A A A 
A 
B 
A 
B 
Aula 13 – Ciclones tropicais 22 
• O a liberação de calor latente nas laterais das tempestades geram um 
gradiente de temperatura e pressão das tempestades laterais para o 
centro de baixa pressão, forçando o ar do centro a ser comprimido e 
aquecido, evaporando gradualmente a nuvem central. 
• A força de Coriolis gera um movimento ciclônico (horário no HS, 
antihorário no HN) em baixos níveis e anticiclônico em altos níveis 
(antihorário no HS, horário no HN). 
3. Formação e dissipação 
água mais quente 
300 mb 
B B B 
A 
A A 
A 
B 
A 
B 
Aula 13 – Ciclones tropicais 23 
• A grande convergência de ar em baixos níveis provoca um forte 
decaimento da pressão em baixos níveis e alimenta as tempestades da 
parede, e o ar descendente e comprimido no olho do furacão aquece a 
coluna atmosférica. 
 
3. Formação e dissipação 
água mais quente 
300 mb 
B B 
A A 
A 
B 
A 
B 
A 
B 
Aula 13 – Ciclones tropicais 24 
• A grande convergência de ar em baixos níveis provoca um forte 
decaimento da pressão em superfície e alimenta as tempestades da 
parede, enquanto que o ar descendente é comprimido no olho do furacão 
aquecendo a coluna atmosférica e inibindo a formação de nuvens. 
3. Formação e dissipação 
Aula 13 – Ciclones tropicais 25 
• Enquanto a tempestade estiver sobre águas quentes, ela continuará 
crescendo devido à alta liberação de calor latente. 
 
• A tempestade se dissipa rapidamente quando ela se move sobre águas 
frias e perde sua fonte de energia. 
 
• A tempestade também enfraquece e dissipa se a superfície do oceano tem 
somente uma camada fina de água quente. A tempestade promove 
turbulência (ondas) e mistura a água, trazendo ressurgência de água fria 
de camadas mais profundas. 
 
• A tempestade também enfraquece rapidamente quando atinge o 
continente devido à perde a fonte de calor da água quente do oceano e ao 
atrito do vento com a superfície. 
 
3. Formação e dissipação 
Aula 13 – Ciclones tropicais 26 
• Os estágios de desenvolvimento dos ciclones tropicais são: 
 
– Distúrbio tropical: massa de tempestades com fraca circulação do vento 
 
– Depressão tropical: quando os ventos aumentam para 40-60 km/h e um 
centro de baixa pressão fechado (várias isóbaras fechadas) é formado. 
 
– Tempestade tropical: quando o centro de pressão se intensifica e os ventos 
são de 60-120 km/h. Neste ponto a tempestade ganha um nome. 
 
– Ciclone tropical: ventos acima de 120 km/h, centro de baixa pressão intenso, 
rotação e bandas espirais de precipitação. 
 
 
 
 
 
 
• A maioria das depressões tropicais não se desenvolvem em tempestades 
tropicais, mas a maioria das tempestades tropicais evoluem para ciclones. 
3. Formação e dissipação 
Aula 13 – Ciclones tropicais 27 
Locais de formação e propagação 
 
• Os locais que satisfazem os critérios iniciais para formação de 
ciclones tropicais (águas quentes e profundas, convergência 
de ventos alísios e fraco cisalhamento) estão ilustrados 
abaixo. 
 
3. Formação e dissipação 
Aula 13 – Ciclones tropicais 28 
• Tempestades tropicais – Atlântico Norte: 
3. Formação e dissipação 
Média de 9 por ano 
Pico Agosto-Setembro 
Aula 13 – Ciclones tropicais 29 
• Tempestades tropicais – Pacífico Nordeste: 
3. Formação e dissipação 
Média de 17 por ano 
Pico Julho 
Aula 13 – Ciclones tropicais 30 
• Tempestades tropicais – Pacífico Noroeste: 
3. Formação e dissipação 
Média de 27 por ano (local mais ativo de todos) 
Pico em Agosto-Setembro 
Aula 13 – Ciclones tropicais 31 
• Tempestades tropicais – Pacífico Sudoeste: 
3. Formação e dissipação 
Média de 5 por ano 
Pico Janeiro-Março 
Aula 13 – Ciclones tropicais 32 
• Tempestades tropicais – Oceano Índico Norte: 
3. Formação e dissipação 
Média de 4,5 por ano 
Picos em Novembro e Maio 
Forte cisalhamento 
Aula 13 – Ciclones tropicais 33 
• Tempestades tropicais – Oceano Índico Sudoeste: 
3. Formação e dissipação 
Média de 13 por ano 
Pico em Janeiro 
Aula 13 – Ciclones tropicais 34 
• Tempestades tropicais – Oceano Índico Sudeste: 
3. Formação e dissipação 
Média de 10 por ano 
Pico Janeiro-Março 
Aula 13 – Ciclones tropicais 35 
• Mais detalhes sobre as tempestades tropicais do Atlântico 
Norte: 
 
 
– Em Junho-Julho (início 
da estação de 
furacões), a atividade 
de ciclones tropicais é 
relativamente baixa, e 
as tempestades que 
evoluem em ciclones 
tendem a se formar no 
Golfo do México ou na 
parte mais oeste do 
Oceano Atlântico 
 
3. Formação e dissipação 
Aula 13 – Ciclones tropicais 36 
• Mais detalhes sobre as tempestades tropicais do Atlântico 
Norte: 
 
 
– De Agosto a Setembro, 
a diminuição do 
cisalhamento do vento 
e o aumento da 
temperatura da 
superfície do mar 
permitem a formação 
de furacões em 
qualquer região do 
Atlântico Norte, Caribe 
e Golfo do México 
 
3. Formação e dissipação 
Aula 13 – Ciclones tropicais 37 
• Mais detalhes sobre as tempestades tropicais do Atlântico 
Norte: 
– Outubro é o pico da 
estação de furacões. 
São formados na região 
oeste do Caribe ou do 
Atlântico e tendem a 
ter trajetórias 
irregulares que se 
movem rapidamente 
para o nordeste. 
 
– Novembro é último 
mês da estação de 
furacões e a atividade 
fica fraca e restrita ao 
oeste do Atlântico. 
 
3. Formação e dissipação 
Aula 13 – Ciclones tropicais 38 
• Mais detalhes sobre as tempestades tropicais do Atlântico 
Norte: 
3. Formação e dissipação 
Aula 13 – Ciclones tropicais 39 
• E no Atlântico Sul? 
– Não há formação de ciclones 
tropicais porque:– é uma região com forte 
cisalhamento do vento entre a 
superfície e a alta troposfera; 
 
– A ITCZ é tipicamente fraca ou 
inexistente sobre o Atlântico 
Sul (i.e., não tem mecanismos 
de convergência em superfície 
e forte convecção); 
 
– A temperatura da superfície do 
mar não é tão elevada (<27oC). 
3. Formação e dissipação 
Aula 13 – Ciclones tropicais 40 
CICLONES TROPICAIS 
(i.e., furacões, tufões) 
Aula 13* 
1. Introdução 
2. Anatomia dos ciclones tropicais 
3. Formação e dissipação 
4. Nomenclatura 
5. Classificação de intensidade 
6. Alguns exemplos 
* Capítulo 15 em “Meteorology Today – Ahrens” 
Aula 13 – Ciclones tropicais 41 
4. Nomenclatura 
• As tempestades e ciclones tropicais recebem um nome para evitar 
confusão de identificação. 
 
• Antes da Segunda Guerra Mundial, eram identificados por letras do 
alfabeto. 
 
• Durante a Segunda Guerra Mundial, foram atribuídos nomes em ordem 
alfabética cronológica de acontecimento. 
 
• Em 1953, o Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA adotou o uso de 
nomes de mulheres de A a Z, excluindo Q. 
 
• Em 1978, as tempestades passaram a ter nomes femininos e masculinos 
alternadamente. Se as letras acabam, letras gregas (Alpha, Beta, etc.) 
passam a ser usadas. 
 
• Se uma tempestade chega à Categoria 3 ou superior, seu nome é retirado 
da lista por pelo menos 10 anos. Os ciclones mais intensos e com maior 
impacto tem seu nome retirado da lista para sempre. 
 
Aula 13 – Ciclones tropicais 42 
• Nomenclatura dos próximos anos para os furacões: 
4. Nomenclatura 
Aula 13 – Ciclones tropicais 43 
• Nomenclatura dos próximos anos para os furacões: 
4. Nomenclatura 
Aula 13 – Ciclones tropicais 44 
CICLONES TROPICAIS 
(i.e., furacões, tufões) 
Aula 13* 
1. Introdução 
2. Anatomia dos ciclones tropicais 
3. Formação e dissipação 
4. Nomenclatura 
5. Classificação de intensidade 
6. Alguns exemplos 
* Capítulo 15 em “Meteorology Today – Ahrens” 
Aula 13 – Ciclones tropicais 45 
5. Classificação de intensidade 
• Com o objetivo de estimar a potencialidade de destruição de um ciclone 
tropical, foi criada uma classificação de intensidade: 
– a escala Saffir-Simpson. 
 
• A escala (que vai de 1 a 5) é baseada nas condições da intensidade do 
vento e inundação pela água do mar (storm surge), a qual é atribuída ao 
longo do tempo de vida a tempestade. 
 
• Conforme os ciclones se intensificam ou enfraquecem, a categoria (ou 
número da escala) é re-atribuída de acordo com as condições atuais. 
 
• Ciclones de grande porte são de Categoria 3 ou acima (e tem seu nome 
retirado da lista por pelo menos 10 anos, ou para sempre). 
 
• No Pacífico Oeste, um ciclone de Categoria 4 ou maior é chamado de 
super fufão. 
Aula 13 – Ciclones tropicais 46 
• Em resumo: 
5. Classificação de intensidade 
Aula 13 – Ciclones tropicais 47 
5. Classificação de intensidade 
• Exemplos de danos por categoria: 
 
– Categoria 1: Danos mínimos 
• Galhos quebrados 
• Danos a trailers e casas móveis 
• Outdoors quebrados ou tortos 
• Barcos pequenos são arrastados dos 
ancoradouros 
 
 
 
 
– Categoria 2: Danos moderados 
• Grandes danos à árvores, algumas são 
derrubadas 
• Grandes danos a trailers e casas móveis 
• Alguns danos nos telhados, janelas e portas 
• Grandes danos em marinas e piers 
 
Aula 13 – Ciclones tropicais 48 
5. Classificação de intensidade 
• Exemplos de danos por categoria: 
 
– Categoria 3: Danos extensivos 
• Árvores grandes são derrubadas 
• Algumas casas móveis são destruídas 
• Danos telhados, janelas, portas e edificações 
pequenas 
• Edificações pequenas próximas à costa são 
destruídas (pelo storm surge) 
• Edificações grandes próximas à costa são 
danificadas pelas ondas (pelo storm surge) 
• Inundações próximo à costa. 
 
– Categoria 4: Danos extremos 
• Todos outdoors são derrubados 
• Danos severos a casas 
• Casas móveis são completamente destruídas 
• Grandes danos a edificações próximas à 
costa (pelo storm surge) 
• Inundações extensas 
• Grande erosão nas praias costeiras (pelo 
storm surge) 
Aula 13 – Ciclones tropicais 49 
5. Classificação de intensidade 
• Exemplos de danos por categoria: 
 
– Categoria 5: Danos catastróficos 
• Telhados completamente destruídos em várias edificações 
• Algumas edificação completamente destruídas 
• Edificações pequenas são tombadas ou derrubadas pelo vento 
• Danos muito severos a todas edificações próximas à costa (pelo storm surge) 
 
ANTES DEPOIS 
Furacão Camille, 1969 – 2o mais intenso dos EUA 
Richelieu Apartments, Pass Christian, Mississipi 
Aula 13 – Ciclones tropicais 50 
• Climatologia de ciclones por categoria: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. Classificação de intensidade 
Aula 13 – Ciclones tropicais 51 
• Climatologia de riscos associados a ciclones: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. Classificação de intensidade 
https://simpleclimate.wordpress.com/2012/02/18/population-and-climate-raise-tropical-cyclone-risks/ 
Aula 13 – Ciclones tropicais 52 
• A storm surge é o que causa 90% das mortes em ciclones tropicais: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
– A baixa pressão atmosférica no centro do ciclone acumula água no olho. O nível da água 
sobe 1 cm para cada 1 mb de decréscimo de pressão. 
– Como água é continuadamente empurrada e “sugada” pelo olho, porém a intensidade 
da baixa pressão atmosférica não é suficiente para puxar a água para dentro do olho do 
furacão. Logo, essa convergência de água em superfície gera um movimento de água 
para baixo que se propaga para os lados como ondas. 
– Em oceano aberto, os ciclones elevam o nível da água em ~1 m. 
 
 
 
 
5. Classificação de intensidade 
Williams, The Weather Book 
Aula 13 – Ciclones tropicais 53 
• A storm surge é o que causa 90% das mortes em ciclones tropicais: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
– Em águas rasas, próximas do continente, a água que é empurrada para o fundo do 
oceano não tem para onde ir, a não ser para a costa. 
– A água então é empilhada ao longo da costa e é arremetida para dentro do continente, 
gerando grandes estragos. 
– O efeito é pior onde o fundo do oceano possui um baixo e longo declino, como no Golfo 
do México e Índia. 
 
 
 
 
5. Classificação de intensidade 
Williams, The Weather Book 
Aula 13 – Ciclones tropicais 54 
• A storm surge é o que causa 90% das mortes em ciclones tropicais: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
– Em águas rasas, próximas do continente, a água que é empurrada para o fundo do 
oceano não tem para onde ir. 
– A água então é empilhada ao longo da costa é arremetida para dentro do continente, 
gerando grandes estragos. 
– O efeito é pior onde o fundo do oceano possui um baixo e longo declino, como no Golfo 
do México e Índia. 
 
 
 
 
5. Classificação de intensidade 
Williams, The Weather Book 
Aula 13 – Ciclones tropicais 55 
• A storm surge é o que causa 90% das mortes em ciclones tropicais: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
– Se o ciclone atinge a costa em condições de maré alta, os 60 cm da maré alta são 
adicionados a 3 metros da storm surge acima do nível domar. 
– A penetração do sistema para a costa agrava a situação de maré alta pelas ondas do mar 
agitado. 
– As ondas causam muito mais estrados do que o aumento do nível da água em si. 
 
 
 
 
5. Classificação de intensidade 
Williams,The Weather Book 
Aula 13 – Ciclones tropicais 56 
• Explicação de storm surge em vídeo com fundo do oceano fundo e rápido 
declive e com o fundo do oceano raso e suave declive: 
5. Classificação de intensidade 
https://www.youtube.com/watch?v=s83bnlD_P4c 
Aula 13 – Ciclones tropicais 57 
• A storm surge por categoria de ciclone: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. Classificação de intensidade 
Aula 13 – Ciclones tropicais 58 
CICLONES TROPICAIS 
(i.e., furacões, tufões) 
Aula 13* 
1. Introdução 
2. Anatomia dos ciclones tropicais 
3. Formação e dissipação 
4. Nomenclatura 
5. Classificação de intensidade 
6. Alguns exemplos 
* Capítulo 15 em “Meteorology Today – Ahrens” 
Aula 13 – Ciclones tropicais 59 
6. Alguns exemplos 
• Furacão Katrina: 
– Em Agosto de 2005, a tempestade tropical 
Katrina se formou sobre as Bahamas. 
– Ao se aproximar da Flórida, se tornou um 
furacão de Categoria 1. Perdeu um pouco de 
intensidade sobre o continente (voltou a ser 
tempestade tropical), mas se intensificou 
rapidamente de novo assim que atingiu o Golfo 
do México. 
– Passou então de Categoria 2 para 5 em apenas 
9 horas! 
– A velocidade do vento atingiu 280 km/h. 
– A storm surge empurrou muita água para a 
costa. 
– E apesar de ter se desintensificado para 
Categoria 3 quando atingiu a Louisiana e o 
Mississipi, os danos foram catastróficos devido à 
storm surge. 
 
Tempestade 
Tropical 
Furacão 
Categoria 1 
Furacão 
Categoria 2 
Furacão 
Categoria 5 
Furacão 
Categoria 3 
Aula 13 – Ciclones tropicais 60 
6. Alguns exemplos 
• Furacão Katrina: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
– A storm surge empurrou muita água para a costa. 
 
– Apesar de ter se desintensificado para Categoria 3 e maré ter subido somente 2,5 m (28 
pés), quando atingiu a Louisiana e o Mississipi esses 2,5 m foi mais alto do que as 
barragens da cidade de Nova Orleans. 
 
– 85% de Nova Orleans ficou inundada. 
 
Aula 13 – Ciclones tropicais 61 
6. Alguns exemplos 
• Furacão Katrina: 
– Animação das imagens de satélite do canal infravermelho: 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=z1ONNM_73-8 
Aula 13 – Ciclones tropicais 62 
6. Alguns exemplos 
• Furacão Ivan – Pensacola Beach, Flórida: 
– Setembro, 2004 
https://www.youtube.com/watch?v=o_uzqfhwc4k 
Aula 13 – Ciclones tropicais 63 
• Super-tufão HAIYAN (YOLANDA) nas Filipinas (o mais forte já 
registrado – em intensidade dos ventos e depressão), 2013: 
6. Alguns exemplos 
https://www.youtube.com/watch?v=sRHPHFpIVwQ 
Aula 13 – Ciclones tropicais 64 
• Super-tufão HAIYAN (YOLANDA) nas Filipinas (o mais forte já 
registrado – em intensidade dos ventos e depressão): 
6. Alguns exemplos 
https://www.youtube.com/watch?v=4wrgrJwYdy8 
Aula 13 – Ciclones tropicais 65 
• 10 recordes de ciclones tropicais da história: 
6. Alguns exemplos 
Aula 13 – Ciclones tropicais 66 
• 10 ciclones mais mortíferos: 
6. Alguns exemplos 
Aula 13 – Ciclones tropicais 67 
• 10 ciclones mais mortíferos e com mais prejuízos nos EUA: 
6. Alguns exemplos 
Aula 13 – Ciclones tropicais 68 
• Furacão Catarina (Março 2004): 
– Provavelmente é o primeiro furacão do Atlântico Sul. (Existe uma 
imagem de satélite de 1970 que indica um outro possível furacão) 
6. Alguns exemplos 
Aula 13 – Ciclones tropicais 69 
• Furacão Catarina (Março 2004): 
6. Alguns exemplos 
https://www.youtube.com/watch?v=pZ2Tn4qljws 
Aula 13 – Ciclones tropicais 70 
REFERÊNCIAS 
• Ahrens, C. D., 1999: Meteorology today: an introduction to weather, 
climate, and the environment. West Publishing Co.. 9a edição (ou edição 
mais recente). 
• Atkinson, G. D., 1971 : Forecaster’s guide to tropical meteorology. USAF Air 
Weather Service, Technical Report N°240, 364 p. 
• WMO Global guide to tropical cyclone forecasting: 
– https://www.wmo.int/cycloneguide/ 
• MetEd: 
– http://www.meted.ucar.edu/tropical/synoptic/Afr_E_Waves/print.htm 
– http://www.meted.ucar.edu/hurrican/chp/print_2.htm#page_7.0.0 
• Vídeos interessantes: 
– Flying through a Hurricane Eye wall 
– Journey Inside the Eye of a Massive Hurricane 
– Hurricane Katrina Satellite Timelapse 
– Super Hurricanes and Typhoons

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