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Fichamento Do Contrato Social Rousseau parte II

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Universidade Federal de Santa Catarina
Centro de Ciências Jurídicas
Departamento de Direito
Disciplina: Ciência Política
Professor: Rogério Silva Portanova
Fichamento apresentado à disciplina de Ciência Política da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, para obtenção de nota parcial.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. 1762 – Do Contrato Social ou Princípios do direito político. Trad. de Pietro Nassetti. 3ª ed. São Paulo, Editora Martin Claret, 2010. Título Original: Du Contrat Social. p. 36 a 58.
Do Contrato Social ou Princípios do direito político
Livro II
Capítulo I – A soberania é inalienável
“[...] só a vontade geral pode dirigir as forças do Estado segundo o fim de sua instituição, o bem comum, pois, se a discordância dos interesses particulares tornou necessária a fundação das sociedades, a harmonia desses interesses a possibilitou. [...]” (p. 36, § 1, l. 2).
“[...] não sendo a soberania mais que o exercício da vontade geral, não pode nunca alienar-se; e o soberano, que é unicamente um ser coletivo, só por si mesmo se pode representar. [...]” (p. 36, § 2, l. 1).
“Logo, se o povo promete simplesmente obedecer, dissolve-se por esse ato e perde a qualidade de povo; no momento em que há um senhor, não há mais soberano, e o corpo político está destruído.” (p. 36, § 4, l. 1).
Capítulo II – A soberania é indivisível
“A soberania é indivisível pela mesma razão de ser inalienável. Porque ou a vontade é geral, ou não; ou é a do corpo do povo, ou só de uma parte dele. [...]” (p. 37, § 2, l. 1).
“Mas nossos políticos, não podendo dividir o princípio da soberania, dividem-lhe o objeto; dividem-no em força e em vontade, em poder legislativo e em poder executivo, em direitos de imposição, de justiça, e de guerra, em administração interior e em poder de tratar com os estrangeiros; [...]” (p. 37, § 3, l. 1).
“Seguindo assim as outras divisões, achareis que há engano logo que se julga separada a soberania; que os direitos que se tomam por partes dela lhe são todos subordinados, e supõem sempre vontades supremas, às quais esses direitos dão a execução.” (p. 38, § 1, l. 1).
Capítulo III – Se a vontade geral pode errar
“[...] nunca se corrompe o povo, mas iludem-no muitas vezes, e eis então quando ele quer o mal.” (p. 38, § 3, l. 4).
“Há comumente grande diferença entre a vontade de todos e a vontade geral; esta só fita o interesse comum; aquela só vê o interesse privado, e não é mais que uma soma de vontades particulares; [...]” (p. 38, § 4, l. 1).
“[...] quando uma dessas associações é tão grande que vence todas as outras, o resultado não é mais uma soma de pequenas diferenças, senão uma e única diferença; porque então já não existe a vontade geral, e a opinião que triunfa é só uma opinião particular.” (p. 39, § 2, l. 1).
Capítulo IV – Dos limites do poder soberano
“[...] o pacto social dá ao corpo político um poder absoluto sobre todos os seus; e é este mesmo poder que, encaminhado pela vontade geral, tem o nome de soberania, como já disse.” (p. 39-40, § 4, l. 6).
“[...] Trata-se pois de bem distinguir os direitos respectivos do cidadão e do soberano, e os deveres que têm de desempenhar os primeiros na qualidade de súditos do direito natural que devem possuir como homens.” (p. 40, § 1, l. 3).
“Todos os serviços que um cidadão pode prestar ao Estado, ele os deve apenas se o soberano pedir; mas da sua parte o soberano não pode carregar os vassalos de alguma pena inútil à comunidade; [...]” (p. 40, § 3, l. 1).
“[...] o supremo poder, tão absoluto, sagrado, e inviolável como é, não transpõe nem pode transpor os limites das convenções gerais, e que todo homem pode plenamente dispor da liberdade e bens que lhe deixaram as convenções; [...]” (p. 42, § 1, l. 1).
Capítulo V – Do direito de vida e morte
“[...] Todo homem tem o direito de arriscar a própria vida para a manter. [...]” (p. 42, § 3, l. 4).
“[...] O fim do tratado social é a conservação dos contratantes: quem quer o fim quer também os meios, que são inseparáveis de alguns riscos e até de algumas perdas. Quem quer conservar a vida à custa dos outros deve também dá-la quando for preciso; [...]” (p. 42-43, § 3, l. 8).
“[...] todo malfeitor, quando insulta o direito social, torna-se por seus crimes rebelde e traidor da Pátria, de que cessa de ser membro por violar suas leis e à qual até faz guerra; a conservação do Estado não é compatível então com a sua, deve um dos dois morrer [...]” (p. 43, § 1, l. 6).
“Quanto ao direito de perdoar, ou eximir o criminoso da pena que a lei lhe impôs e o juiz pronunciou, ele só pertence a quem é superior ao juiz e à lei, isto é, ao soberano, e mesmo nisto não é bem claro o seu direito, e são bem raras as ocasiões de usá-lo. [...]” (p. 43, § 4, l. 1).
Capítulo VI – Da lei
“[...] Toda a justiça vem de Deus, única origem dela, e se nós a soubéssemos receber de tão alto não precisaríamos de leis nem de governo. [...]” (p. 44, § 2, l. 2).
“[...] são necessárias as convenções e leis, para unir os direitos aos deveres e levar a justiça ao seu objeto. No estado de natureza, em que tudo é comum, não devo nada a quem nada prometi, só reconheço como alheio o que me é inútil; não acontece o mesmo no estado civil, onde a lei determinou todos os direitos.” (p. 44, § 2, l. 9).
“[...] sem nenhuma divisão do todo; a matéria então em que se estatui é geral, como a vontade que estatui; eis o ato que eu chamo de lei.” (p. 45, § 1, l. 4).
“[...] Assim, a lei pode bem estatuir que há de haver privilégios, mas não dá-los a este ou àquele pessoalmente; [...]” (p. 45, § 2, l. 3).
“Chamo pois república todo Estado regido por leis, qualquer que seja a forma de sua administração, porque então só o interesse público governa, e a coisa pública passa a representar algo. Todo governo legítimo é republicano: logo explicarei o que é governo.” (p. 45, § 4, l. 1).
Capítulo VII – Do legislador
“[...] Seriam necessários deuses para dar leis aos homens.” (p. 46, § 1, l. 7).
“Aquele que ousa empreender instituir um povo deve sentir-se com capacidade para mudar a natureza humana; para transformar cada indivíduo, que é por si mesmo um todo perfeito e solitário, em parte de um todo maior, do qual esse indivíduo recebe de alguma sorte a sua vida e ser; [...]” (p. 47, § 2, l. 1).
“[...] se aquele que governa os homens não deve governar as leis, o que governa as leis também não deve governar os homens; [...]” (p. 47, § 3, l. 6).
“Logo, o que ordena as leis não tem nem deve ter direito legislativo e o próprio povo não pode, dado que ele o quisesse, despir-se desse direito intransferível; [...]” (p. 48, § 2, l. 1).
“[...] Mas não cabe a todo homem fazer falar os deuses, ou ser acreditado, quando se diz intérprete deles. A grande alma do legislador é o grande milagre que deve provar a sua missão; [...]” (p. 49, § 2, l. 4).
Capítulo VIII – Do povo
“[...] o sábio instituidor não começa a formar boas leis em si mesmas antes de ter observado se o povo a quem ele as destina é capaz de as suportar. [...]” (p. 50, § 1, l. 3).
Capítulo IX – Continuação
“Da mesma forma que a natureza pôs limites à estatura do homem bem proporcionado, além dos quais só cria gigantes ou anões, assim, atendida a melhor constituição do Estado, deve a latitude dele ser limitada, a fim de não ser demasiadamente grande, o que tolhe ser bem governado, nem demasiadamente pequeno, para se manter por si mesmo. [...]” (p. 51, § 2, l. 1).
Capítulo X – Continuação
“De duas maneiras se pode medir o corpo político; a saber, pela extensão do território e pelo número do povo, e entre ambas há uma relação conveniente, para dar ao Estado a sua verdadeira grandeza: os homens compõem o Estado, e o terreno é que nutre os homens; essa relação é pois a de que a terra basta para manter seus habitantes, os quais sejam tantos quantos ela pode nutrir. [...]” (p. 53, § 2, l. 1).
“[...] Os usurpadores trazem e escolhem sempre as épocas de distúrbio para, escudados do espanto público, introduziremas leis destruidoras que a sangue frio nunca o povo adotara. O momento em que se fixa a instituição é um dos sinais que distingue a obra do legislador da obra do tirano. [...]” (p. 54, § 2, l. 2).
Capítulo XI – Dos diversos sistemas de legislação
“Se indagais em que consiste justamente o maior bem de todos, e qual deve ser o fim de todo sistema de legislação, achá-lo-eis resumido nestes dois objetos principais, a liberdade e a igualdade; [...]” (p. 55, § 3, l. 1).
“Essa igualdade, dizem, é uma quimera de especulação, que não pode existir na prática. Se o abuso é porém inevitável, segue-se não ser necessário ao menos regulá-lo? É precisamente porque a força das coisas tende sempre a destruir a igualdade, que a força da legislação deve sempre tender a conservá-la. [...]” (p. 56, § 1, l. 1).
Capítulo XII – Divisão das leis
“[...] a relação do todo com o todo, ou do soberano com o Estado [...] As leis que regulam essa relação têm o nome de leis políticas, e se chamam também fundamentais [...]” (p. 57, § § 2 e 3, l. 3).
“[...] de jeito que cada cidadão esteja em perfeita independência de todos os mais, e em extrema dependência da sociedade; o que sempre se executa por meios iguais, porque só a força do Estado é que faz a liberdade de seus membros, e desta segunda relação nascem as leis civis. [...]” (p. 57, § 4, l. 3).
“Pode-se considerar a terceira sorte de relação entre o homem e a lei, isto é, o desobedecer à pena, donde derivam as leis criminais, que são mais a sanção de todas as outras leis que uma espécie particular delas.” (p. 58, § 1, l. 1).
“[...] Falo dos costumes, usos e mormente da opinião, parte desconhecida de nossos políticos, e da qual depende o acerto de todas as outras; [...]” (p. 58, § 2, l. 7).
Conclusão
Rousseau em seu livro II continua a descrever sua ideia de Estado perfeito. Nesse Estado, o soberano, que é o povo, é inalienável, ou seja nada está acima da vontade geral do povo, não existe nenhuma pessoa, objeto ou lei acima da soberania popular. A soberania também é indivisível, pelo mesmo motivo, pois não existe como a vontade geral ser dividida para cada indivíduo, individualmente.
A divisão a qual Rousseau afirma poder existir não é a divisão da soberania, mas sim da administração do Estado, na qual aparece uma divisão parecida com a de Montesquieu, que consiste em poderes Executivo e Legislativo.
Rousseau também afirma que essa vontade geral a qual o Estado está submetido não está livre do erro, mas esse erro só acontece quando o povo é ludibriado por um sentido de representação que na realidade está se aproveitando dessa ideia de vontade geral para adquirir proveitos particulares de associações que se dizem representantes daquela vontade.
Como o Estado de Rousseau é regido pela soberania da vontade geral, a limitação que se impõe à essa soberania é justamente aquela que não pode ultrapassar as vontades convencionadas pelo povo no contrato social. O soberano não pode exigir mais de seu povo do que ele pode dar, ou se convencionou a dar.
Há também a definição do direito de vida e morte, onde para Rousseau as relações entre as pessoas são para proteger suas próprias vidas, fazendo o que for preciso para isso. A única forma de um homem ser morto por outro homem que o Estado de Rousseau reconhece é a pena de morte, onde o sujeito que cometeu um crime perdeu seu direito de proteger sua vida quando do ato, e portanto o sujeito deve morrer.
As leis para Rousseau são representações da vontade do povo, e são necessárias para unir os direitos e deveres das pessoas e levá-las à justiça. Mesmo que a lei privilegie algum setor, não cabe ao Estado nomear o privilegiado. E nesse sentido, Rousseau afirma existir apenas um tipo de governo legítimo: a república, não importando o número de governantes. Qualquer forma de governo é aceita desde que emane do povo.
O legislador perfeito para Rousseau provém da divindade, ou seja, seriam os deuses. Entretanto, como a figura de alguém representando um deus poderia ser falsa, para iludir o povo, o legislador do Estado deve ser alguém que não esteja incumbido de governar o povo, mas somente de redigir suas vontades, sem levar em conta seus desejos pessoais.
As leis, ainda, para Rousseau são divididas em quatro relações: as relações de todos com todos (leis fundamentais), as relações do indivíduo com o todo (leis civis), as relações do indivíduo com a lei (leis criminais) e as relações que regem todas as anteriores, nas quais aquelas leis devem se basear (os costumes).
Por fim, Rousseau ainda afirma que o Estado deve proteger basicamente dois princípios: a liberdade e a igualdade. Igualdade essa que se aplica também ao tamanho territorial do Estado e o seu número de habitantes, pois as terras devem ser suficientes para abastecer o povo, nem mais, nem menos.

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