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LEVIATÃ - THOMAS HOBBES

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4
FACULDADE ECOAR DO RIO GRANDE DO SUL 
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL 
DISCIPLINA: Ciências Política DATA: mês de novembro e dezembro de 2015 
PROFESSOR: Virgínia Máximo Scherer [she_jurista.maximo@hotmail.com]
	TEXTO COMPLEMENTAR: Leviatã de Thomas Hobbes 
Thomas Hobbes escreveu uma das mais incríveis obras sobre o poder, a soberania e a estrutura do contrato social: O Leviatã. O nome refere-se a uma criatura marinha e mitológica de proporções monstruosas, muito presente no imaginário popular medieval e bíblico [ livro de Jó, cap. 40 e 41]. Com base na mitologia, Hobbes criou uma "teoria política" cuja base é a de que os homens são egoístas e o mundo não satisfaz todas as suas necessidades, por isso mesmo, no estado natural, todos disputam riqueza, segurança e glória. Para que essa "guerra de todos contra todos" não exista, é necessário um contrato social. Esse contrato necessita de um grupo de pessoas [ ou uma única pessoa] cuja função é observar e punir quem quebrar as regras estabelecidas - e aquilo que chamamos de "Justiça" para a existir. A esse grupo [ ou a essa pessoa], Hobbes dá o nome de "Soberano", cujo principal objetivo é "manter a paz e punir os que a perturbam". O soberano é o Leviatã do titulo do livro de Thomas Hobbes.
Thomas Hobbes natural da Inglaterra publica o livro ‘’O Leviatã’’ em um contexto histórico-político particular: momento no qual seu país deixa de ser uma monarquia tornando-se uma república. Nesse livro, o autor avalia alguns aspectos na ênfase do homem pertencendo em seu estado de natureza até ocorrer um encontro com Estado (homem artificial).
O autor introduz o conceito de estado de natureza, no qual os homens vivem uma espécie de anarquia social, não havendo: leis, ideal coletivo, senso de cidadania. Dessa forma, a sociedade é regida com o senso crítico de cada individuo, valendo-se o extinto animal, onde não há um juízo coletivo estabelecido, portanto cada um cria sua visão particular do que é ou não ‘’direito’’ de cada um e vive a bel-prazer conformes suas próprias regras, vivendo de acordo com seus desejos, não existindo o que é justo ou não.
Nessa perspectiva, surge um dilema já que ocorre um confronto entre o que os indivíduos acham correto ou não, pois os direitos naturais de um não correspondem as obrigações dos demais, resultando no conflito entre os indivíduos. Assim, surge a ideia de direito, imposta na criação de um Estado (homem artificial), detentor de uma autoridade central, mas para isso é preciso existir um contrato social, no qual os indivíduos se organizam em sociedade, abdicam de seus direitos, para ter boa qualidade de vida e estabilidade para que através da submissão estatal, possa resultar na lei de convivência pacífica, pois o estado de natureza resulta em guerras constantes. Portanto, propõe uma superioridade do direito positivo[footnoteRef:1] em relação ao direito natural[footnoteRef:2], tudo em busca da estabilidade, para o homem artificial, atribuir um conceito universal de leis (utilizando artifícios centralizadores de domínio) para conter o direito natural existente em cada pessoa e a sociedade poder então ser regida por um conjunto universal de princípios. [1: Direito positivo = leis escrita, ou seja, as leis vão delimitar a forma de comportamento. Por exemplo: não se deve roubar as coisas alheias, se caso roubar virá o Estado [ através das leis] e impor sanção para coibir comportamentos punir e prevenir quem ousar infringir as leis estabelecidas pelo Estado. ] [2: Direito natural = normas costumeira, por exemplo, o direito a vida, a saúde, a liberdade, a alimentação. É um direito natural do homem, pois sem eles não vivi. ] 
	Abaixo vou colocar as principais ideias do livro Leviatã de Thomas Hobbes
Capítulo 13:
          Os homens são iguais nas faculdades do corpo e do espírito. O seu estado de natureza é um estado de guerra de todos contra todos. Se dois homens, portanto, desejam a mesma coisa e esta não pode ser gozada pelos dois ao mesmo tempo, eles se esforçam para subjugar um ao outro. Uma atitude sensata, então, é a antecipação, ou seja, um homem subjuga o outro antes de ser subjugado. Esse ato deve ser executado de tal maneira que não haja a possibilidade de reação da parte de quem foi prejudicado, pois, se este possuir chance para a reação, certamente agirá de maneira muito pior com quem tentou mutilá-lo; destarte, quem se contenta somente com a sua própria defesa não dura muito tempo.
          São três as fontes de discórdia entre os homens:
1. Competição: buscar controlar os outros, lucros, conquistas;
2. Desconfiança: gera o desejo de segurança, de defesa de posses;
3. Glória: reputação, sensação de superioridade que desqualifiquem outras pessoas. 
          No estado de natureza dos homens, não existem as noções do que é justo ou injusto assim como não há a noção de propriedade (diferença do que é “meu” e do que é “teu”). Esse estado é eminente quando não há um poder maior que limita as ações dos homens.
          O homem, contudo, tem medo da morte e esperança de paz; o que os leva a buscar escapar deste estado natural é o desejo de conservação e conforto. A própria razão sugere normas de paz.
Capítulo 14:
           Jusnaturale (Direito de Natureza): liberdade de o indivíduo fazer o que estiver em seu poder para preservar sua vida, ausência de impedimentos para usar o próprio poder.
           Lex Naturalis (Leis Naturais): preceito ou regra geral estabelecida pela razão, ditam a paz como meio de conservação: “a paz é uma coisa boa”, os seus meios o serão, por conseguinte. Consiste em obrigações, opondo-se à liberdade do direito de natureza, proíbem o homem de fazer qualquer coisa que possa destruir a vida.
           1ª Lei Natural: procurar a paz; Esforçar-se pela paz como artifício de segurança; caso não se obtenha a paz pelo esforço prévio, utilizar dos meios disponíveis de guerra (Direito de Natureza).
           2ª Lei Natural: renúncia ao direito sobre todas as coisas; o pacto. É necessário que os homens transfiram seus direitos a um soberano ou assembleia com o fim de alcançar a paz e a segurança. Quando os homens não têm um poder maior que lhes obriga a cumprir o contrato, o pacto é nulo, um juramento, simplesmente, não assegura a obrigação.
 Capítulo 15:
           3ª Lei Natural: justiça; garantia de cumprimento do pacto. Quem rompe com o pacto é culpado pela guerra, está assumindo contar apenas com as próprias forças, deverá ser punido. Uma vez que o homem descumpre um pacto, ele gera a injustiça e estimula outros a fazerem o mesmo com ele; logo, a justiça segue a razão, e é uma lei natural. É necessário haver um poder coercitivo para obrigar os homens que cumpram com suas palavras, um poder civil, o Estado. Onde este não existe, entende-se que não há a injustiça, e, logo, não há propriedade.
           4ª Lei Natural: Gratidão; quem recebeu benefício de outro por simples graça deve esforçar-se para que o doador não tenha motivos para arrepender-se, pois, quem doa voluntariamente algo, espera algo em troca; caso isso não ocorra, não haverá como sair do estado de guerra.
           5ª Lei Natural: esforçar-se para acomodar-se aos outros (diversidade de afecções); quem é resistente a essa lei, deve ser expulso da sociedade.
           6ª Lei Natural: perdão (garantia de paz)
           7ª Lei Natural: na vingança, na retribuição do mal com o mal, os homens não devem dar importância ao mal passado, somente ao bem futuro; trata-se de uma lei consequente à anterior.
           8ª Lei Natural: não demonstrar ódio ou desprezo por outrem; no caso de infração, a punição é a humilhação.
           9ª Lei Natural: reconhecer os outros como iguais por natureza,  pois todos os homens são iguais e tentar se mostrar superior não cabe às leis naturais; a infração desta lei é o orgulho.
           10ª Lei Natural: Ao se iniciar as condições de paz, ninguém pretenda reservar para si um direito que não aceite também ser admitido a outros, não impor que abram mão dos direitos que também não quer se privar.Quem aceita essa lei é modesto, quem não a acata é arrogante.
           11ª Lei Natural: um juiz eleito tem que tratar as partes equitativamente (equidade ou justiça distributiva), a infração dessa lei é a acepção de pessoas.
           12ª, 13ª e 14ª Leis Naturais: Tudo aquilo que não pode ser dividido deve ser gozado em comum. O que não pode nem ser divido e nem ser gozado em comum deve ser sorteado. O sorteio pode ser feito de maneira arbitrária de maneira a conceder em acordo a um dos indivíduos, como ocorre a concessão a um primogênito de uma herança.
           15ª Lei Natural:  Os mediadores da paz devem ter salvo-conduto porque esse é o meio para a intercessão.
          16ª e 17ª Leis Naturais: Mediante controvérsia deve se estabelecer um árbitro e a este devem se submeter os indivíduos. Quando uma causa não é mediada por um árbitro e causou guerra: trata-se de uma guerra contra a lei de natureza.
          18ª Lei Natural: Posto que cada um procura o seu próprio benefício, ninguém pode ser o seu próprio juiz.   
          19ª Lei Natural: No caso de uma controvérsia, um juiz deve ouvir o testemunho de uma terceira, quarta ou até mais pessoas, pois não pode ser parcial.
          As leis naturais é que propiciam a vida em sociedade. Em resumo, elas querem dizer: faça aos outros o que gostarias que fizessem a ti.
 Capítulo 16:
          Duas palavras são utilizadas em latim para indicar "pessoas", são elas prósopon e persona. Esta segunda se refere à pessoa como um ator, não como representante dela mesma.
          Uma pessoa que emite as palavras de outrem é o ator do autor das palavras que fala, trata-se, portanto, de uma pessoa artificial que responde a autoridade concedida pelo autor, uma representante.
          As coisas inanimadas podem, geralmente, ser representadas; um supervisor ou diretor, por exemplo, pode representar uma igreja ou um hospital. Um ídolo não pode ser representado, somente o Deus verdadeiro o pode, como o foi por Moisés e por Jesus Cristo.
          Uma multidão pode ser representada por alguém que fale em seu nome, neste caso, é como se a multidão fosse uma só pessoa, sendo assim, trata-se de vários autores que atribuem ao representante comum sua autoridade particular.
 Capítulo 17
         O fim último dos homens é a sua conservação e o cuidado com uma vida mais satisfeita, ou seja, o sair do estado de guerra. Isso é impossível quando não há um poder coercitivo que obrigue os cidadãos, por meio do medo e de castigos, a cumprir os pactos sociais.
          Caso haja somente os pactos e não a força, em nada poderá confiar o cidadão senão em sua própria força para proteger-se contra os outros.
          Se houvesse como os homens se associarem pacificamente sem um poder comum, não haveria a necessidade da existência de um poder superior, pois haveria a paz sem sujeição.
          Pergunta-se, portanto: por que o homem não é capaz de, como as formigas e abelhas, viver socialmente sem outra direção que não a deles mesmos? Respondo-o: Porque a humanidade está envolvida em competições pela honra; porque para aquelas criaturas não há distinção entre o bem comum e o individual, elas não dispõem do uso da razão; não conseguem usar as palavras para convencer umas as outras de o que é mau, na verdade, é bom e seu acordo vigente é natural enquanto o do homem é artificial (via pacto).
          A única forma de constituir um poder comum é conferir toda força e poder a um homem ou assembleia como representante dos próprios cidadãos, reconhecendo-se como autores dos atos que aquele que os representa praticar, submetendo-se às suas vontades e decisões. Feita esta transferência de direitos, o Estado eu se instaura é, então , o civil, chamado de Leviatã.
          A pessoa a quem foram confiados os direitos se torna a soberana e todas as demais lhe são súditos.
Capítulo 18
          Uma desvantagem desse Contrato Social é a impossibilidade de desfazê-lo uma vez que aquele que se opor ao soberano será punido por ele.
          Todos os que concordaram ou discordam deverão autorizar as decisões do soberano. Não podem obedecer a outrem sem licença (mesmo se for com a licença de Deus)
          O soberano não pode quebrar o pacto ainda que para ele não haja  juiz; não há pacto anterior que valha e ninguém pode acusá-lo de injustiça.
          Rebelar-se leva à discórdia, implica em condição de guerra.
          A propriedade é organizada mediante submissão às leis civis, não há, pois, como havê-la sem essa submissão.
           Nos quesitos de guerra e paz com outros Estados o soberano é o que comanda a política, é ele o general. O soberano escolhe as pessoas devidas para cada cargo político. As recompensas e punições são previamente estabelecidas por lei.
           Ao criar leis de honra o soberano deve atribuir valores para os súditos que bem servirem e estabelecer os sinais de respeitos diferenciados entre os súditos em cada espaço; o soberano tem a honra maior.
Capítulo 19
           Há apenas três tipos de governo: monarquia, aristocracia e democracia; as formas de tirania e oligarquia representam respectivamente os dois primeiros quando em um estado detestável, a anarquia é o nome que se dá quando se sente prejudicado pelo governo democrático.
           Na monarquia, o interesse pessoal é o mesmo que o interesse público, nesta forma de governo não há como o soberano ser rico ou glorioso senão com os súditos. A democracia e a aristocracia já propiciam uma forma de corrupção que restrinja as riquezas do governo.
          A monarquia é menos inconstante, mais sensata com relação à admissão de conselhos, privilegia menos alguns em relação aos demais, em suma, a melhor forma de governo.
 Capítulo 21
            Liberdade significa ausência de oposição; logo, a liberdade do homem indica que ele pode fazer o que tiver vontade, naquilo que é capaz de fazer. 
            O medo e a liberdade são compatíveis. Todos os atos praticados pelos homens no Estado por medo da lei são ações que seus autores têm liberdade de não praticar.
            A necessidade e a liberdade também são compatíveis. Utilizando-se de suas liberdades e de suas necessidades, os homens instituíram o Estado e as "cadeias" das leis civis.
            A liberdade dos súditos está somente vinculada àquilo que o soberano lhes permitiu ao regular suas ações; isso, contudo, não quer dizer uma limitação do poder do soberano, uma vez que os súditos são autores dos atos dele, tudo o que o rei fizer estará em seus direitos.
            A liberdade do Estado consiste em cada um fazer o que quiser. Trata-se de uma situação análoga ao que ocorre com os indivíduos no estado natural, assim, os Estados vivem em estado de guerra em iminência de batalhas.
           Há a liberdade do súdito de resistir ao soberano de maneira justa quando se trata de um direito que o primeiro não cede ao segundo na execução do pacto. Todo súdito tem direito de defender sua vida, tem liberdade de não testemunhar algo que possa prejudicá-lo e de fazer aquilo que a lei mantém silêncio.
          A obrigação dos súditos dura enquanto dura também o poder mediante o qual o soberano é capaz de protegê-los.
Capítulo 24
            A nutrição de um Estado se resume na quantidade e na distribuição de materiais necessários à vida. A abundância desses materiais depende de Deus e do trabalho.
            O trabalho de um homem é um bem que pode ser trocado por benefícios e a distribuição dessa nutrição estatal é que constitui a concepção de propriedade.
            A propriedade de um súdito indica que daquilo que a ele pertence nenhum outro súdito possui direito de usufruir senão ele e, quando julgar necessário, o soberano.
 Capítulo 29
            Algumas enfermidades do Estado são:
1. Contentar-se com menos poder do que é necessário para a manutenção da paz e da segurança do mesmo. Quando isso ocorre, os súditos, ao exigirem que o soberano cumpra suas promessas, podem ser apoiados por países estrangeiros. Isso pode levar que estes se fortifiquemem relação ao fragilizado Estado em questão
             
2. Crer que todo indivíduo é juiz de boas e más ações, e, assim, não instituir leis civis que as determinem. Os homens, neste caso, tenderão a discutir as ordens do Estado e, logo, as obedecerão ou desobedecerão conforme julgar conveniente.
 3. O soberano estar submetido às leis civis. Isso é fazer de um juiz o soberano do soberano, logo, deverá existir um juiz do segundo e assim infinitamente, gerando confusão.
4. Todo indivíduo ter propriedade particular a ponto de excluir o poder do soberano sobre ela
             
5. O poder soberano ser dividido

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