Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental PHA3412 - Saneamento Renato Carlos Zambon Ronan Cleber Contrera Theo Syrto Octavio de Souza Estações Elevatórias de Esgoto São instalações destinadas a transferir os esgotos de um ponto (de cota normalmente mais baixa) a outro (de cota normalmente mais elevada), em diversas partes do SES: na fase de coleta na fase de transporte no processo de tratamento de esgoto na disposição final Utilizadas sempre que não for possível ou viável, por razões técnicas e econômicas, o escoamento dos esgotos por gravidade 2 Necessidade de EEE As elevatórias justificam-se, em princípio, nos seguintes casos: terrenos planos e extensos, evitando-se que as canalizações atinjam profundidades excessivas; áreas novas situadas em cotas inferiores às existentes; reversão de esgotos de uma bacia para outra; descarga de interceptores ou emissários em ETE ou corpos receptores, quando não for possível fazer por gravidade. É indispensável o prévio estudo comparativo entre os custos decorrentes da instalação de uma elevatória e o custo devido ao esgotamento por gravidade (se possível!). Evitar sempre que possível, mas utilizar sem receio! 3 Vazões de Projeto Devem ser consideradas para o projeto das elevatórias: Vazão média no início do plano Dimensões máximas do poço de sucção Tempo de detenção do esgoto Vazão máxima no fim do plano Seleção dos equipamentos de bombeamento e linha de recalque Dimensões mínimas do poço de sucção Período de projeto normalmente adotado: 20-25 anos para equipamentos (considerar etapas de implantação), 50 anos para tubulações e edificações 4 5 6 ! SeaWorld, San Diego (Shipwreck Rapids) Estações Elevatórias de Esgoto Adução por: Ejetor Pneumático - Bombas de deslocamento positivo Bombeamento - Bombas centrífuga 7 Ejetor Pneumático ar comprimido ciclos (1 min) tanques (45-680 L) vazões pequenas (2-38 L/s) 8 Ejetor Pneumático 9 "The Shone Hydro- Pneumatic System of Sewerage," Transactions of the American Society of Civil Engineers, Volume XXVII (December 1892), pp. 659-674. 10 Bombas de Deslocamento Positivo Utilizadas em EEE: Bombas Parafuso rotações entre 30-50 rpm elevação limitada a cerca de 9 m instaladas em ângulos de 22-40 graus 11 12 Bombas de Deslocamento Positivo Utilizadas em EEE: Bombas Parafuso Bombas Utilizadas em EEE: Bombas Parafuso 13 Bombas utilizadas em EEE: Bombas Parafuso 14 Bombas Centrífugas Utilizadas em EEE Devido aos sólidos em suspensão e vazões variáveis rotores abertos bombas afogadas/submersas ou auto escorvantes (sem válvula de pé!) eixo horizontal: afogadas ou auto escorvantes eixo vertical: afogadas (poço seco) ou submersas automatização (partidas e paradas frequentes) 15 Elevatórias Convencionais de Poço Seco 16 eixo horizontal eixo vertical prolongado eixo vertical eixo horizontal, auto escorvante Exemplo com poço seco e eixo vertical 17 Exemplo com bomba auto escorvante 18 19 Elevatórias Convencionais de Poço Úmido 20 eixo vertical prolongado, bomba submersa conjunto motor-bomba submerso Poços de sucção com bombas submersíveis 21 22 Conjunto motor-bomba submersível 23 Seleção dos Conjuntos Motor-Bomba 24 Q, H, D, $$$... Tubulações de Sucção e Recalque Limites de velocidades normalmente considerados: sucção: 0,60 a 1,50 m/s (um diâmetro comercial imediatamente superior ao diâmetro de recalque) barrilete: 0,60 a 3,00 m/s (usar peças metálicas) recalque: 0,60 a 3,00 m/s ( mínimo = 100 mm) Como nas adutoras, o dimensionamento é feito em conjunto com o bombeamento, o diâmetro de recalque é hidraulicamente indeterminado, deve-se considerar a condição de mínimo custo (aquisição e assentamento dos tubos e peças, motor-bomba, operação, manutenção e consumo de energia, amortização e juros) Proteção contra transientes! Respiros (pontos altos) e descargas de fundo (pontos baixos). 25 Dispositivo para Remoção de Ar (pontos altos) 26 (ventosas x esgoto): evitar pontos altos no traçado, remover ar hidraulicamente ou... Descargas de fundo (pontos baixos) 27 As descargas de fundo devem garantir o total esgotamento da linha de recalque. Devem ser executadas em caixa de material totalmente estanque (normalmente concreto) com rebaixo para posicionamento de tubulação de sucção. O esgoto retirado pela descarga de fundo deve ser totalmente recolhido por um caminhão do tipo limpa-fossa para posterior lançamento na ETE. Materiais nas tubulações de recalque 28 Material da tubulação Diâmetros usuais (mm) Tipo de junta Observações FD - Ferro fundido dúctil 100-1200 Junta elástica Revestimento interno com cimento e externo com esmalte betuminoso. PE - Polietileno 110-1600 Solda termoplástica Leve, flexível, altamente resistente a produtos químicos e a abrasão PVC 100-300 Junta elástica Resistente a produtos químicos. PRFV - Poliester reforçado com fibra de vidro 100-2500 Junta elástica Altamente resistente a temperatura elevadas e produtos químicos sendo função da resina utilizada. Concreto protendido 400-2500 Junta elástica Pode ser sensível à deterioração em solos agressivos úmidos. Aço Acima de 600 Soldada Deve ser revestido com material betuminoso ou argamassa de cimento e protegido externamente contra corrosão. Localização das Elevatórias Aspectos a serem considerados: terreno (dimensões, custo, desapropriação, vizinhança) topografia, tipo de solo, nível do lençol freático, rochas, etc. estabilidade do terreno (taludes naturais e construídos, etc.) disponibilidade de energia elétrica facilidade de acesso desnível geométrico influências das condições ambientais (alagamento, erosão, etc.) padronizações (consultar companhias de saneamento) etc. 29 Exemplo de uma EEE Padrão Sabesp 30 Dimensionamento do poço de sucção evitar vórtices (manter submergencia mínima na sucção) espaço com folga para posicionamento de bombas, tubulações, etc. o volume deve ser o menor possível para não resultar tempo elevado de detenção do esgoto (TDH ≤ 30 min. vazão média no início de plano ou etapa), função do volume efetivo (entre o fundo do poço e o nível médio de operação) mas quanto menor o volume, mais frequentes são as partidas e paradas das bombas (vazão máxima no final de plano ou etapa), deve ser respeitado um tempo de ciclo mínimo (evitar superaquecimento dos motores!), função do volume útil Deve-se dimensionar o volume útil (entre NAmin e NAmax para operação normal das bombas) 31 Dimensionamento do poço de sucção Bombas: Rotação Constante Rotação Variável (com inversor de frequência) Poço de sucção: Volume útil (Vu) - Entre Nmin. e Nmáx. Volume Efetivo (Ve) - Entre NFundo e Nméd. 32 Com duas bombas de rotação constante 33 Q Volume Útil Qa B B Q Potência Tempo de ciclo (T) até 20 Hp 10 min 20 a 100 Hp 15 min 100 a 250 Hp 20 a 25 min > 250 Hp Consulta aos fabricantes Q = capacidade da bomba [m³/s] Qa = vazão afluente ao poço [m³/s] Qa=Q, bomba permanece ligada Qa=0, bomba permanece desligada Qa=Q/2 resulta intervalo mínimo entre partidas... T = tempo de ciclo [s] (Intervalo de tempo entre duas partidas sucessivas de uma bomba depende da potência do motor da bomba) consultar sempre...Com duas bombas de rotação constante 34 Q Volume Útil Qa B B Q tp = tempo necessário para encher o poço do nível 0 ao nível 1 [s]: tp = Vu/Qa top = tempo necessário para esvaziar o poço desde o nível 1 até o nível 0 [s]: top = Vu/(Q-Qa) Admitindo Q > Qa (poço esvaziando) o tempo de ciclo será: T = tp + top = (Vu/Qa) + (Vu/(Q-Qa)) = Vu.[(1/Qa) + (1/(Q-Qa))] Vazão afluente para T mínimo decorre de dT/dQa = 0: dT/dQa = Vu.[(-1/Qa 2) + (1/(Q-Qa) 2)] = 0 Resolvendo a equação obtém-se Qa = Q/2 (denominada vazão crítica): - Assim para T mínimo entre duas partidas sucessivas: T = 4.Vu/Q - Portanto: Vu = Q.T/4 Operação com três bombas de rotação constante 35 Q3 Q2 Q1 B3 B2 B1 V V Nível 2 - Liga B2 Nível 1 - Liga B1 = Desliga B2 Nível 0 - Desliga B1 a) Sequência I b) Sequência II Q3 Q2 Q1 V V Nível 3 - Liga B2 Nível 1 - Liga B1 Nível 2 - Desliga B2 Nível 0 - Desliga B1 c) Sequência III Q3 Q2 Q1 V Nível 2 - Liga B2 Nível 1 - Liga B1 Nível 0 - Desliga B1 e B2 B3 = Bomba Reserva! OBS: A Bomba reserva se alterna a cada ciclo. Sulfetos em Poço de Sucção das EEE 36 tempo de detenção máximo de 30 min para vazão média de início de plano ou etapa Controle de Sulfetos: Oxigênio Nitrato de amônio dosagem média de nitrato: 12,5 mg/l (elevatórias de Santos) atualmente ($): H2O2 Cone anti-vórtice para EEE 37 Retenção de Sólidos Afluentes à EEE Objetivo: proteção dos conjuntos motor-bomba e tratamento preliminar dos esgotos Dispositivos ou equipamentos para remoção dos sólidos: grade de barras, limpeza manual ou mecânica cesto triturador peneira Soluções de emergência na EEE: gerador de emergência tanque pulmão (consultar órgãos ambientais para tempos de detenção Normalmente TDH ≥ 2 h) extravasor por gravidade (consultar órgãos ambientais) 38 Cesto para Elevatória de Esgoto 39 GRADE AÇO INOX REMOVIVEL CANTONEIRAS 1¾" x 1/4" CANTONEIRAS 1¾" x 1/4" CANTONEIRAS 3,5 x 3,5 EM AÇO INOX CANTONEIRAS 3,5 x 3,5 EM AÇO INOX CHAPA 5/32`` GUIA FIXA VER DET. CANTONEIRA S 1¾" x 1/4" TODO O CESTO DEVERA SER EXECUTADO EM ACO INOX L / 4 (AÇO INOX) LATERAIS E FUNDO DE CHAPA 5/32" (AÇO INOX) 05/16" E COMPRIMENTO DE 0.65m 0 1/4" para a remoção do cesto em aço inox/ Cesto para Elevatória de Esgoto 40 Cesto em Poço Circular com Bomba Submersível 41 cesto externo cesto interno Poço com Cesto e Bomba Submersível 42 EEE Samello 5 - poço de sucção e cesto Grade Mecanizada 43 Exemplo de Grade Mecanizada 44 Variedade de Tipos A grade mecânica de barras Esmil compreende uma grade fixa e um mecanismo de arraste. Grades deste tipo, que permitem remoção de sólidos da superfície da água, são disponíveis para larguras de canal de 0,8 a 5 m e profundidades de 0,6 a 15 m. O mecanismo de arraste é determinado pelas dimensões do canal e natureza dos sólidos a remover. Aços de Alta Liga A grade mecânica de barras Esmil é fabricada com aços de alta liga que asseguram longa vida útil. A grade é fabricada opcionalmente em aço inoxidável galvanizado por subersão a quente. As partes móveis podem também ser fornecidas em aço inoxidável. A grade mecânica de barras pode ser utilizada em: Entradas de água de resfriamento Estações de bombeamento Instalações de tratamento de esgotos Calha Parshall e Caixa de Areia 45 EEE Pinhais Grade Mecanizada 46 590 7400 590 53672470 3150 4250 1250 950 1263 750 4213 13 00 250 95 0 10 26 14 00 12 00 3425 35 0 700 890 148540 00 45 0 95 0 80° 1343 610 914 80° 17 50 1000 1000 470 590 3150 4250 60 0 85 0 2470 590 7400 590 1000 1343 610 914 1500 1500 1650 2550 1700 22 75 12 00 22 75 10 00 12 50 12 50 12 50 10 00 4213 1250 950 1263 750 95 0 371 629 67 00 50 0 10 00 25 0 12 00 12 00Ø 600m m 764,65 766,50 766,50 764,55 764,45 Ø 7 00 m m VA I PAR A O R IO C O M PO R TA PAR A M AN U TEN Ç ÃO G R AD E M ED ID O R PAR SH ALL BO M BA SU BM ER SÍVEL VAI PAR A O D ESAR EN AD O R Ø 500m m C O M PO R TA M AN U AL 2 24 4 3 3 47 Exemplo de dimensionamento de uma E.E.: p.419-446 48 Lição de casa: ler páginas 267 à 450
Compartilhar