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Redução da Maioridade Penal

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RESUMO
	Existe uma diferença entre responsabilidade penal e maioridade penal. Uma é a obrigação de o indivíduo suportar as consequências do ato, e a outra é a idade mínima em que um ser humano pode se responsabilizar como adulto perante aos atos ilícitos praticados, respectivamente. Cerca de 61% dos países fixaram a maioridade para 18 anos, assim como o Brasil previsto na Constituição Federal Brasileira de 1988, que foi estabelecida com o auxílio de uma doutrina chamada “Doutrina da proteção integral”, criada pelas Organizações Nações Unidas (ONU). A participação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) garante direitos em uma legislação especial para os jovens de 12 a 17 anos, sabendo-se que esta possui medidas socioeducativas como: advertência, reparação de danos, internação, entre outros. A proposta feita na Câmara dos Deputados, PEC 171/93 que visa a redução da maioridade penal para 16 anos quando praticados crimes hediondos, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte. Após a discussão feita na Câmara ter atingido o domínio público, e para melhor compreensão da população em geral, realizou-se uma análise de quesitos como, por exemplo, a incompreensão do jovem do que é certo e errado, a insuficiência das medidas do ECA, aliciamento de menores para o tráfico, a insuficiência de uma educação de qualidade, ressocialização no sistema prisional que é pressuposto pela Constituição Federal Brasileira de 1988. Sendo assim, pode se observar meios para a possível melhora do atual cenário que se encontram estes jovens como: geração de empregos para jovens, apoio familiar, melhor reinserção social dos menores, almejando evitar o aumento do índice da criminalidade infantil.
Palavras chave: ECA; redução; maioridade; medidas socioeducativas.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................6
2 ANÁLISE ............................................................................................................................7
2.1 Responsabilidade penal X Maioridade penal ......................................................................7
2.2 Responsabilidade penal........................................................................................................7
2.3 Responsabilidade penal em outros países............................................................................8
2.4 Maioridade penal..................................................................................................................8
2.5 O que é legalmente adotado no Brasil..................................................................................9
2.6. As medidas socioeducativas..............................................................................................10
2.6.1 Advertência .........................................................................................................10
2.6.2 Obrigação de reparar o dano................................................................................11
2.6.3 Prestação de serviços à sociedade........................................................................11
2.6.4 Liberdade assistida...............................................................................................11
2.6.5 Regime de semiliberdade.....................................................................................11
2.6.6 Internação.............................................................................................................11
2.7 O jovem na sociedade atual ...............................................................................................12
2.8 Proposta de redução da maioridade penal ..........................................................................12
2.9 Argumentos favoráveis a redução da maioridade penal ....................................................12
2.10 Argumentos contrários a redução da maioridade penal ...................................................13
2.11. Outras opiniões ...............................................................................................................14
3. ANÁLISE CONCLUSIVA................................................................................................16
REFERÊNCIAS....................................................................................................................... 17
GLOSSÁRIO........................................................................................................................... 19
INTRODUÇÃO
	O presente artigo foi escrito com o propósito de analisar a criminalidade juvenil, e abordar questões com intuito de sanar supostas dúvidas da sociedade a respeito da redução da maioridade penal, expondo propostas e argumentos para que o indivíduo possa refletir e ter uma opinião formada a partir de seus ideais da medida jurídica sobre a alteração da faixa etária penal no Brasil, utilizando de uma metodologia de pesquisa qualitativa, preocupando com a relação do aprofundamento e de como será compreendido. E uma discussão relevante pois o problema da redução da menoridade penal está diretamente ligado a segurança pública, em relação ao grande número de crianças e adolescentes que participam de crimes, a presunção de que um jovem de 12 a 17 anos de idade não tem a consciência e entendimento do que é lícito ou ilícito, certo ou errado. E esse assunto foi bastante discutido no âmbito jurídico pela PEC 171/1993, que se refere a redução da maioridade penal para 16 anos.
	No Brasil a maioridade penal é fixada aos 18 anos, definido pelo artigo 228 da Constituição Federal, a partir do qual o jovem passa a responder por completo pelos seus atos. Sendo assim os jovens de 12 a 17 anos são encaminhados à Vara da Criança e da Juventude, podendo receber punições diferentes, como advertências, reparação do dano, prestação de serviços, entre outros, que também são consideravelmente mais brandas, comparadas com aquelas direcionadas aos que já ultrapassaram os 18 anos de idade. E como hipótese podemos levar em conta o costume social, cultura cultivada que impede que haja alguma alteração na faixa etária.
2.	ANÁLISE
2.1 	Responsabilidade penal X Maioridade penal
 	No Brasil, os jovens de 16 até os 18 anos têm direito ao voto eleitoral garantido pela Constituição Federal, mas é facultativo; No quesito trabalho, os jovens de 14 a 16 anos só podem ser integrados como aprendizes; no âmbito sexual, os jovens tem sua incapacidade de consentir cessada aos 14 anos; e também a partir dos 16 anos os jovens podem ser emancipados para casamento, exercício de cargo público, colação de grau de curso superior, concessão dos pais e estabelecimento civil ou empresarial de acordo com o artigo 5° do Código Civil Brasileiro, da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Sendo assim, a maioridade penal, não coincide necessariamente com a maioridade civil, nem sempre mantendo relação com a faixa etária para casamento, voto, trabalho, carteira de habilitação, entre outros.
	É comum os indivíduos acharem que “maioridade penal” e “responsabilidade penal” é a mesma coisa, porém é um engano. A maioridade penal e responsabilidade penal, possuem significados distintos, mas pouco discutidos para uma melhor ampliação do conhecimento, causando assim um conflito de ideias. 
2.2. 	Responsabilidade penal
	 A responsabilidade penal é a obrigação de um indivíduo de suportar as consequências do ato ilícito praticado perante o âmbito jurídico. Esta indica quando se pode considerar que uma criança ou adolescente compreende o ato ilícito praticado, ou seja, a partir de qual idade ela tem juízo sobre a sua conduta, ou seja, jovens com idade inferior a maioridade penal. 
 	A Constituição Federal não diferencia a responsabilidade penal da maioridade penal, dificultando o entendimento sobre o assunto, porque a maioridade penal começa aos 18 anos e os menores são considerados inimputáveis, não sendo julgados penalmente pelosseus atos, sendo previsto no Código Penal. Porém, de fato, se o adolescente a partir dos 12 anos cometer algum ato, será responsabilizado penalmente pelo mesmo.
	Para que seja penalmente responsável devem existir três requisitos: 1) ter praticado um delito; 2) ter tido entendimento do caráter criminoso da ação ou omissão e; 3) ter sido livre para ter praticado. 
	E a responsabilidade penal poderá ser total, quando o agente tinha entendimento do caráter criminoso, parcial posto que o agente entendesse parcialmente o caráter do ato criminoso, e nula, o agente é incapaz de entender o ato. 
2.3.	 Responsabilidade penal em outros países
	A responsabilidade penal varia muito entre os diferentes países, conforme a cultura social e jurídica das pessoas, mas a diferença significativa comparando um país com outro não é devida à plena paz ou grande barbárie vivida em cada um deles, e sim à falta de consenso sobre as concepções e teorias jurídicas. As crianças e adolescentes são consideradas penalmente responsáveis criminalmente em outros países oscilam de 10 a 14 anos. A título de exemplos temos Austrália a responsabilidade penal precisa em 10 anos, o Canadá em 12 anos, Reino Unido em 6 anos, Equador em 12 anos. No México 11 anos, Uruguai, 13 anos e Paraguai, 14 anos. Podendo notar que o Brasil possui a média em relação aos outros países.
 2.4. 	Maioridade penal
	A maioridade penal é a idade mínima com a qual um ser humano pode se responsabilizar como adulto perante aos atos ilícitos por ele praticados, sendo julgado criminalmente por isso. Mais de 61% dos países fixaram a maioridade aos 18 anos, e o Brasil também adotou essa idade para a maioridade penal, conforme estabelecido na Constituição Federal de 1988, Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial” (grifo nosso)
	A idade estabelecida tem fundamentação em uma doutrina denominada “Doutrina da proteção integral” criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1989. Nela, a ONU decide que indivíduos menores que 18 anos são considerados crianças e adolescentes, porém não fixa e nem decide a maioridade penal. Sendo assim esses jovens têm uma legislação especial, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), garantindo direitos às crianças e adolescentes, como direito à saúde, educação, liberdade, entre outros e determinando normas a serem tomadas caso o jovem cometa alguma infração. Como o ECA tem um caráter protetivo e pedagógico, o privilégio da legislação especial é para os adolescentes de 12 a 17 anos, e existem ao todo seis medidas socioeducativas caso algum adolescente venha a praticar alguma infração: advertência, obrigação de reparar o dano causado, prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida, semiliberdade e internação, dependendo da gravidade do ato. No caso da internação, o infrator só pode ficar por no máximo 3 (três) anos no centro de recuperação.
2.5. 	O que e legalmente adotado no Brasil
	 A Constituição Federal Brasileira de 1988, e legislação infraconstitucional (CPB, art.27; ECA, art.104) determinam que menores de 18 sejam penalmente inimputáveis, ou seja, isentam-se de pena, mas aplicadas ao menor infrator medidas específicas de proteção ou medidas socioeducativas, previstas na legislação especial (ECA).
	O ato infracional é uma conduta descrita em lei como crime ou contravenção penal (Art.103 do Eca, Lei n 8.069, de 13 de julho de 1990). De acordo com o Código Penal, o crime consiste em violação de um bem jurídico penalmente protegido, como a vida, patrimônio, integridade física, sendo punido com detenção ou pena de reclusão, enquanto a contravenção penal é uma infração punida apenas com multa ou prisão simples.
	Tanto crimes quanto contravenções penais são consideradas infrações, diferenciando-se na sanção aplicada. A infração, por sua vez, é todo comportamento de ação ou omissão penalizada por lei. 
	O ECA prevê no artigo 101, medidas protetivas a crianças e adolescentes infratores, que devem ser aplicadas sempre que os direitos destes menores forem ameaçados ou violados pela omissão ou ação da sociedade e do Estado ou abuso ou omissão dos pais ou responsáveis, ou mesmo pela própria conduta do menor.
	Sendo o Estado responsabilizado judicialmente quando não cumprir que sejam efetivados os direitos previstos a crianças e adolescentes. Aos pais que ofenderem a esses direitos, é possível aplicação de medidas protetivas pelas autoridades judiciárias (artigos 129 e 130 do ECA, Lei n 8.069/90).
	Crianças que cometem um injusto penal (conduta típica e ilícita) efetivamente, não podem ser tratadas como infratores, pois o estatuto as protege. Sendo considerada criança a partir de doze anos de idade incompletos e adolescentes aqueles que se encontra entre doze anos e dezoito anos de idade (artigo 2 do ECA, Lei n 8.069/90).
	As medidas específicas de proteção não são penas, mas tentativas de promover o desenvolvimento completo e harmonioso da criança infratora, satisfazendo, assim, as necessidades do menor e, ao mesmo tempo, protegendo seus direitos básicos.
	O Conselho Tutelar do Estado e o Juizado da Infância e da Juventude são autoridades competentes para aplicação dessas medidas. O Conselho Tutelar é um órgão autônomo e permanente, e tem a atribuição de zelar pelos direitos das crianças e dos adolescentes tendo a competência referida ao juiz, aplica as medidas previstas nos incisos I a VII do artigo 101 do ECA. Em se tratando de jovens maiores de doze anos e menores de dezoito que praticam atos infracionais, cabe ao Ministério Público promover a representação à Justiça da Infância e da Juventude, para que haja o conhecimento desta infração, e para que se aplique a medida socioeducativa adequada a cada caso, atendendo as circunstâncias e consequências do fato. 
	As medidas socioeducativas são aplicadas de acordo com as características do ato infracional, ou seja, de acordo com a gravidade do delito cometido. O artigo 112 do ECA, faz referência às medidas aplicáveis, que vão desde uma advertência, reparação de dano e prestação de serviços comunitários até internação, até outras medidas previstas nos incisos I a VI.
	A internação acontece apenas em casos excepcionais, não sendo cumprida em cárcere ou prisão, mas em estabelecimentos educacionais exclusivos para adolescentes, não decorrendo um prazo determinado para esta internação. Ressaltando que estes estabelecimentos são obrigados a liberar o infrator quando este completar 21 anos de idade. 
	A medida socioeducativa tem o objetivo primário de educar, visando incluir novamente na sociedade o infrator. Porém é pouquíssimo provável que um adolescente se sinta intimidado em praticar determinado crime por temer que lhe seja aplicada uma medida “socioeducativa”, sobretudo se o crime lhe trouxer ganhos financeiros, tais como furto, roubo, extorsão mediante sequestro, tráfico, etc. 
2.6.	 As medidas socioeducativas
2.6.1. 	Advertência 
	Esta medida deve ser aplicada sem prejuízos de outras medidas, desde que haja materialidade e indícios suficientes de autoria do injusto penal, e aplicada isoladamente, quando a falta cometida não for grave o bastante para que outra medida seja aplicada.
	Deverá seguir um procedimento que envolve as partes responsáveis, de logo após será reduzida a termo e assinada pelas mesmas. Podendo ser imposta tanto aos pais ou responsáveis dos menores, assim como às entidades governamentais ou aos particulares que descumprem seus deveres.
 2.6.2.	Obrigação de reparar o dano 
	Esta medida se refere aos danos causados pelo infrator, que devem ser restituídos ou compensados, de certa forma para reparar a vítima pelo dano sofrido. Normalmente é aplicada esta medida às infrações cometidas contra patrimônio.
	A obrigação de reparar o dano caracteriza-se como uma medida coercitiva e educativa, que leva o adolescente a reconhecer o “erro” cometido e repará-lo de pronto. Sendo intrasferível e personalíssima a responsabilidade atribuída ao infrator.
2.6.3	Prestação de serviços à sociedadeTem caráter educativo e de apelo comunitário, tanto para o adolescente infrator quanto para a sociedade, uma vez que esta poderá contribuir para a ressocialização e o crescimento em sociedade do adolescente.
	Durante a execução da prestação de serviços à comunidade faz-se necessário o adequado acompanhamento do adolescente por parte do órgão executor, além de ser essencial o apoio da entidade que recebe o menor, a fim de que a medida não se torne inócua.
2.6.4.	Liberdade assistida
 	É o acompanhamento e a orientação ao adolescente por meio de programa social. Seu prazo mínimo é de seis meses, podendo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida. O serviço deve promover socialmente o adolescente e sua família, supervisionar o aproveitamento escolar e encaminhá-lo ao mercado de trabalho. Cumprida em Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), no qual os adolescentes recebem orientação de psicólogo, assistente social e educador.
2.6.5 	Regime de semiliberdade
 	Os adolescentes se recolherem à Casa de Semiliberdade durante a noite e têm a possibilidade de realizar atividades externas durante o dia. É obrigatório que o jovem permaneça recebendo escolarização e profissionalização.
2.6.6	Internação
	A internação é a medida socioeducativa mais severa prevista no ECA. Se o menor estiver internado e completar 18 anos, sem que tenha sido declarada a cessação da medida, a internação prosseguirá até que ele complete 21 anos, quando sua soltura é compulsória.
2.7. 	O jovem na sociedade atual
 	 Não podemos comparar um jovem de 16 anos da atualidade com um jovem de 16 anos do ano de 1940, data em que se promulgou o Código Penal hoje vigente, que, recentemente vem sendo moldado em ritmo acelerado pelo acesso aos meios de comunicação e pelo processo de globalização, o que favorece diariamente o seu amadurecimento.
 	É inconcebível atualmente achar que um menor de 16 anos seja considerado, por presunção absoluta, incapaz de entender a gravidade da prática de um estupro, de um homicídio, latrocínio ou de uma extorsão mediante sequestro, por exemplo.
2.8. 	Proposta de redução da maioridade penal 
	Após analisarmos todos os pontos que envolvem os menores de idade, como são vistos penalmente e o que se é adotado quanto a eles. Chegamos a uma pergunta final: reduzir ou não a maioridade penal? 
	Para responder a essa pergunta, além de tudo que foi apresentado, faz-se necessário também ressaltar sete argumentos contra e a favor, logo, chegara uma conclusão final. A solução vem de foro íntimo, o que a moral de cada indivíduo diz o que é certo. 
	A proposta feita na Câmara dos Deputados foi da PEC 171/93, que visa a redução da maioridade penal para 16 anos em relação a crimes hediondos, homicídio e lesão corporal seguida de morte. Essa temática causa dúvidas, para esclarecê-las é necessário observar estes argumentos prós e contras.
2.9. 	Argumentos favoráveis a redução da maioridade penal
	Quem se posiciona a favor, geralmente aborda questões sobre a insuficiência do ECA e o grande índice de crianças e adolescentes na criminalidade. E usa os seguintes argumentos: 
Um adolescente de 16, 17 anos já tem o discernimento necessário para entender o que seria certo ou errado, portanto já tendo condições de responder pelos seus atos. Este argumento pode aparecer de formas diferentes, como o seguinte questionamento: “se um jovem de 16 anos já pode votar, então porque não poderia responder criminalmente como qualquer adulto? ”
Por que a maioria da população é a favor? “Datafolha, que é um instituto de pesquisa, divulgou recentemente que 87% dos entrevistados são favoráveis à redução da maioridade penal.”
Muito discutido pelos que são a favor, pelo fato de haver grandes índices de criminalidade no Brasil, não seria melhor se reduzir a maioridade penal, afinal os jovens se sentem com uma maior liberdade de praticar fatos ilícitos, pois tem a consciência de que não serão presos. 
Muitos países desenvolvidos adotam uma maioridade penal menor do que a estabelecida pelo Brasil. Um exemplo seria os Estados Unidos onde jovens se submetem a serem processados criminalmente como adultos a partir de 12 anos de idade. Outros exemplos seriam a Nova Zelândia, onde a maioridade começa aos 17 anos, a Suíça, aos 15 e a Escócia, aos 16. 
As medidas do ECA são insuficientes. Sua punição máxima é de três anos de internação para os menores infratores, mesmo para aqueles que cometeram crimes hediondos. A falta de uma punição mais severa causa a revolta da população.
Menores infratores chegam aos 18 anos sem ser considerados reincidentes. Isso significa que, como não podem ser condenados como os adultos, os menores infratores ficam com a ficha criminal limpa quando atingem a maioridade, o que seria uma falha no sistema.
A redução diminuiria o aliciamento de menores para o tráfico, pois, atualmente, como são inimputáveis, os menores acabam atraídos para o mundo do tráfico para fazer serviços e cometer delitos a partir do comando de criminosos.
2.10. Argumentos contrários a redução da maioridade penal
	Se posicionando contra a redução e possível notar, questões sobre a baixa qualidade na educação, que se houvessem investimentos o problema da criminalidade resolveria, críticas a ressocialização, entre outros aspectos políticos e sociais. 	
Seria mais eficiente educar do que punir, pois a educação de qualidade é uma ferramenta mais eficiente para resolver o problema da criminalidade entre os jovens do que investimentos em mais prisões. O problema aparente dos menores só será resolvido quando houver um ensino de qualidade melhor para estes menores.
O sistema prisional brasileiro não contribui para a ressocialização dos jovens na sociedade. O índice de reincidência nas prisões brasileiras é alto. Não há estrutura, então, para recuperar os presidiários. Levando isto em conta os jovens sairiam de lá mais perigosos do que quando entraram. 
Prender menores agravaria a crise do sistema prisional, que já se encontra com uma superlotação com a entrada dos menores este número subiria consideravelmente.
Crianças e adolescentes estão em um patamar de desenvolvimento diferente dos adultos. Por entender que a adolescência é uma fase de transição e maturação do indivíduo e que, por isso, nessa fase da vida devem ser protegidos por meio de políticas de promoção de saúde, educação e lazer.
A redução da maioridade penal afetaria, principalmente, jovens em condições sociais vulneráveis. A tendência é que jovens negros, pobres e moradores das periferias das grandes cidades brasileiras sejam afetados pela redução.
A tendência mundial é de que a maioridade penal seja fixada aos 18 anos. Apesar de muitos países adotarem idades mais baixas para que os jovens respondam criminalmente, eles são minoria. Um estudo da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados revela que, de um total 57 países analisados, 61% adota a maioridade penal aos 18 anos.
A constituição preferiu proteger os menores de 18 anos da prisão – e isso não poderia ser mudado. O artigo 228 da Constituição diz que os menores de 18 anos são penalmente inimputáveis, ou seja, não podem ser condenados à prisão como os adultos. 
2.11. 	Outras opiniões
	A socióloga Camila Nunes Dias, pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP), avalia que o aumento do número de apreensões também pode ser atribuído à maior aplicação, pelo poder público, de medidas socioeducativas de internação de crianças e adolescentes. Ela avalia que o sistema socioeducativo, assim como o carcerário, já está em seu limite, e aponta como reflexo desse cenário a falta de uma legislação mais clara em relação às drogas. Para a socióloga Camila Nunes, a redução da maioridade penal poderia ter efeito contrário ao pretendido: em vez de inibir a prática de delitos, introduziria de vez crianças e adolescentes no mundo do crime.
“É o maior equívoco a associação da redução da maioridade penal com a entrada de menores no mundo do crime. Não existe espaçomais criminógeno que uma prisão. A entrada precoce da criança e do adolescente na prisão iria favorecer e aprofundar o menor no universo criminal” (Oliveira T.M, 2017). 
	Marcelo Luiz Baroni, promotor de Justiça Criminal da capital do Ministério Público de São Paulo (2015). O promotor quer dizer que os menores estão muito violentos, e não têm medo de tirar a vida de ninguém, porque eles sabem que não terão penas severas. “Nós perdemos este menor. Ele não tem medo de ninguém, não tem medo da cadeia”. E afirma que a idade ideal é aos 16 anos, que antes disso o menor não possuiria força suficiente para cometer algum ato violento, mas que, a partir dessa faixa etária, já possuem um corpo adulto e são violentos. E com essa falta de pena severa o menor acaba não tendo medo de cadeia, de ser preso, não tem medo de ninguém, este também não possui estrutura familiar.
3.	ANÁLISE CONCLUSIVA
	Depois de devidamente analisado todo o presente conteúdo pode-se notar uma divisão em dois lados. Ambos possuem argumentos plausíveis para sustentar opiniões. Sendo assim tendo argumentos a favor que são tão validos quantos os contra, ficando a critério de cada indivíduo fazer seu juízo de valor e analisar as propostas presentes para cada um.
 	Com aumento significativo da violência e reincidência de crimes cometidos por menores, vale-se voltar a este assunto tão polêmico. É necessária uma análise mais profunda sobre o tema, não apenas levando em conta o conhecimento vulgar, mas se baseando em fatos. Afinal, este é um assunto de extrema importância e pode mudar de alguma forma a situação atual de violência. Avaliando o que pode ser modificado para reverter esse quadro ou simplesmente ser mais rígido e mudar a lei positiva até em tão em vigor. 
 	Fundamentado em parâmetros jurídicos e sociais apresentados de forma simples, para um maior entendimento sobre o assunto apresentando, afastando o senso comum e realizando um analise mais crítica sobre o mesmo. 
REFERÊNCIAS
ADMIN, Jb - RESPONSABILIDADE PENAL. Disponível em: https://jb.jusbrasil.com.br/definicoes/100007575/responsabilidade-penal. Acesso em: 31 mai. 2017.
CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO – Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm. Acesso em: 31 mai. 2017
COLUNISTA PORTAL – EDUCAÇÃO- METODOLOGIA CIENTÍFICA: TIPOS DE PESQUISA. Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/pedagogia/metodologia-cientifica-tipos-de-pesquisa/50264. Acesso em: 30 jun. 2017
DOMINGOS, Benedito - PP/DF - PEC 171/1993. PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO. Disponível em: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=14493. Acesso em: 30 mai. 2017
DUBEUX, Rafael – MAIORIDADE PENAL. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Maioridade_penal#cite_note-29. Acesso em: 31 mai. 2017
G1 - ENTENDA A PROPOSTA QUE REDUZ A MAIORIDADE PENAL PARA 16 ANOS. Disponível em: http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/03/entenda-proposta-que-reduz-maioridade-penal-para-16-anos.html. Acesso em: 30 mai. 2017
GRECO, ROGÉRIO - Curso De Direito Penal: Parte Geral. 17 ed. Rio de Janeiro: ISBN, 2017.
OLIVEIRA, Heloisa Helena de – PROTEÇÃO INTEGRAL DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE É RESPONSABILIDADE DE TODOS. Disponível em: http://congressoemfoco.uol.com.br/opiniao/colunistas/protecao-integral-da-crianca-e-do-adolescente-e-responsabilidade-de-todos/. Acesso em: 1 jun. 2017
OLIVEIRA JÚNIOR, José de Anchieta - A INCONSTITUCIONALIDADE DA REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL À LUZ DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/58106/a-inconstitucionalidade-da-reducao-da-maioridade-penal-a-luz-da-dignidade-da-pessoa-humana. Acesso em: 30 mai. 2017
Oliveira, T.M. – Diminuição da maioridade penal: um equívoco de grandes dimensões. Disponível em: https://fpabramo.org.br/2013/07/26/diminuicao-da-maioridade-penal-um-equivoco-de-grandes-proporcoes/. Acesso em 27 jun. 2017.
PISSINATI, Higor - INTRODUÇÃO - UMA VISÃO DA IMPUNIDADE - QUAL SUA OPINIÃO? Disponível em: http://maioridadepenalucsal.blogspot.com.br/2013/04/no-brasil-maioridade-penal-e-fixada-em.html. Acesso em: 30 mai 2017
PLANALTO – LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm. Acesso em: 6 jun. 2017
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA - CONSTITUIÇÃO DA REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 1988. Disponível em: https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/91972/constituicao-da-republica-federativa-do-brasil-1988#art-228. Acesso em: 1 jun. 2017
SCHOSSLER, Alexandre – SEIS PROPOSTAS CONTRA A CRIMINALIDADE JUVENIL. Disponível em: http://www.dw.com/pt-br/seis-propostas-contra-a-criminalidade-juvenil/a-18556874. Acesso em: 14 jun. 2017
SOUZA, Beatriz – REDUZIR A MAIORIDADE PENAL É A SOLUÇÃO PARA A CRIMINALIDADE? Disponível em: http://exame.abril.com.br/brasil/reduzir-a-maioridade-penal-e-a-solucao-para-a-criminalidade/. Acesso em: 23 jun. 2017
GLOSSÁRIO
Menor: É aquele que, em razão da idade, não alcançou a capacidade jurídica plena para o exercício de seus direitos. O menor impúbere é absolutamente incapaz de exercer pessoalmente os atos da vida civil. São assim considerados os menores de dezesseis anos. Entre dezesseis e dezoito anos de idade o menor será considerado púbere e, após completar dezoito anos, cessará a menoridade (art. 5º do Código Civil).
Imputabilidade: “A inimputabilidade é a incapacidade para apreciar o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com essa apreciação” A inimputabilidade, por sua natureza, é uma das causas de exclusão da culpabilidade, definição de Fernando Diaz Pallos, em citação feita por Fernando da Costa Tourinho Filho (2003, p. 426)
Ato infracional: É a conduta praticada pelo adolescente que corresponde, no Código Penal, a Crime ou Contravenção. Logo, não receberá o adolescente uma pena, e sim uma medida socioeducativa.
Responsabilidade Penal: Pressupõe no agente, contemporaneamente à ação ou omissão, a capacidade de entender o caráter criminoso do fato e a capacidade de determinar-se de acordo com este entendimento.
Culpabilidade: O juízo de censura que recai sobre a conduta típica e ilícita é individual, pois o homem é um ser que possui sua própria identidade, razão pela qual não existe um ser igual ao outro. Temos nossas peculiaridades, que nos distinguem dos demais. Por isso, em tema de culpabilidade, todos os fatos, internos e externos, devem ser considerados a fim de se apurar se o agente, nas condições em que se encontrava, podia agir de outro modo. (GRECO, 2003, p. 422).
ECA: Estatuto da Criança e do Adolescente- A fim de disciplinar a situação dos menores, foi instituído pela lei 8069/90. Prevê que, são crianças as pessoas com idade de até 12 anos incompletos e, adolescentes, as pessoas de 12 anos até 18 anos incompletos.

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