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Avaliação comportamental PARADIGMA – Centro de Ciências do Comportamento Prof. Dr. Saulo Missiagia Velasco Estrutura do curso 1. Fundamentos teórico-conceituais da avaliação comportamental 2. Procedimentos de coleta de dados 3. O processo de avaliação funcional 2 TEÓRICO-CONCEITUAIS Fundamentos Análise do Comportamento AC Filosofia Aplicação Ciência AEC – Pesquisa Básica Behaviorismo Radical – Filosofia Princípios fundamentais Pesquisa Comportamento socialmente relevante Prática profissional ABA – Pesquisa Aplicada ABA – Prestação de Serviços PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ABA AEC BR Objetivo da ABA Produzir mudanças previsíveis e replicáveis em comportamentos socialmente relevante • Linguagem, habilidades sociais, motoras e acadêmicas • Comportamentos que produzam reforçadores e evitem punições Transtorno do Espectro do Autismo Transtorno do desenvolvimento neurológico caracterizado por prejuízos qualitativos na interação social, associados a comportamentos repetitivos e interesses restritos pronunciados (Brentani et al., 2013) TEA Deficiências sociais e de comunicação Interesses restritos, fixos e intensos Comportamentos repetitivos DSM-V Ambiente Indivíduo comportamento Respostas Estímulos Resposta Contatos com objetos e pessoas Vocalizações e verbalizações Expressões faciais Deslocamento no espaço Gestos e movimentos do corpo Posturas e posições do corpo Ambiente Físico Objetos Sons Cheiros Cores Ambiente Social Vocalizações e verbalizações Expressões faciais Olhar Postura Comportamento Relação, intercâmbio, troca, CONTROLE Ambiente antecedente Ambiente Consequente Resposta COLETA DE DADOS Procedimentos de Porque observar e registrar 1. Avaliação contínua de progressos 2. Feedback e reforçamento para o terapeuta 3. Mudanças rápida na estratégia de intervenção 4. Comunicação de resultados Objetivos da observação • Transformar eventos disponíveis em dados ordenados – Criar estímulos para o terapeuta – Guiar a análise e a intervenção – Permitir avaliação de resultados Métodos de avalição • Entrevistas / Anamneses • Checklists / Escalas Avaliação indireta • Checklists / Escalas • Teste de atenção, memória, linguagem, lógica... • Observação e registro diretos Avaliação direta Entrevista • Caracterizar o caso • Elencar potenciais comportamentos-alvo • Formular hipóteses iniciais Entrevista • Presume que a família saiba a resposta • Evoca explicações internalistas Não usar “Porque?” • Identificar eventos que ocorrem antes e depois do comportamento • Hipóteses funcionais / planejamento de estratégias Usar “O que? Quando? Como?” Entrevista • Mover do geral para específico – Termos gerais não especificam comportamento e implicam fatores causais intrínsecos • Determinar o nível de participação no processo de intervenção Entrevista 1. O que o Pedro normalmente está fazendo quando você fala que ele é birrento? 2. Em que momentos do dia Pedro é mais birrento? 3. Há situações ou lugares em que você o considera mais birrento? Quais? 4. De quantas formas diferentes o Pedro faz birra? 5. Qual é a birra mais frequente do Pedro? 6. Como você e os outros familiares agem quando Pedro faz isso? 7. O que o Pedro precisaria fazer diferente para você deixar de considerá-lo birrento? Checklist / Escalas • Escalas tipo Likert • Identificar potenciais comportamentos-alvo • Descrição de comportamentos ou habilidades específicos • Descrição de condições antecedentes e consequentes do comportamento • Ajudar a identificar comportamentos que merecem investigação direta Child Behavior Checklist VB-Mapp VB-Mapp • Medida direta • Avaliação baseada em currículo (complexidade crescente) • Identifica as habilidades que o cliente possui • Identifica as habilidades a serem desenvolvidas • Auxilia a escolha da intervenção e a definição de objetivos • Permite o monitoramento contínuo das habilidades 1ª 2ª 3ª 4ª 1. Faz contato visual com algum tipo de mando, 5 vezes Comportamento social e brincar social Nível 1 (0-18 meses) A criança atende aos outros e tenta se engajar em uma interação social com os outros? Avaliação 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 2. Indica que ele quer ser segurado ou brincar fisicamente, 2 vezes (TO:60) 1ª 2ª 3ª 4ª 3. Faz contato visual espontaneamente com outra criança, 5 vezes (TO:30) 1ª 2ª 3ª 4ª 5. Segue espontaneamente os colegas ou imita comportamentos motores 2 vezes (0, ½ ou 1) 1ª 2ª 3ª 4ª 4. Fica engajado de maneira espontânea em brincadeiras paralelas perto de uma outra criança por 2 min Testes padronizados • Tarefas, questões, procedimentos e critérios de pontuação padronizados • Limitações – Nem sempre especificam o comportamento-alvo – Nem sempre fornecem medidas diretas de comportamento Avaliação direta • Observação e registro direto do comportamento em ambiente natural • O procedimento de registro depende dos objetivos, características e dimensões do comportamento a ser alterado Dimensões do comportamento • Número de vezes que o comportamento ocorre Frequência • Frequência em razão do tempo Taxa • Por quanto tempo o comportamento ocorre Duração • Tempo entre solicitação e emissão do comportamento Latência • Forma do comportamento Topografia • Intensidade do comportamento Força • Onde o comportamento ocorre em relação ao ambiente ou o próprio corpo Localização Procedimentos de registro direto 1. Registro cursivo contínuo 2. Registro de produtos permanentes 3. Registro de evento categorizado – Frequência – Intervalo – Amostragem de tempo – Duração – Latência Registro contínuo cursivo Relato descritivo em ambiente natural Sequência de eventos em tempo real Apenas observação, sem interpretações Repetido por vários dias Identificação de alvos de intervenção Registro de produto permanente Produtos tangíveis do comportamento-alvo Dispensa a observação direta Requer critérios claros e objetivos Ex.: lesões no corpo, material escrito, desenhos, objetos quebrados etc. Estudante: Monica Comportamentos: M = Material organizado na mesa antes do atendimento A = Agenda organizada com datas de provas e exercícios T = Tarefas combinadas no atendimento anterior realizadas Data Comp. 19/8 21/8 22/8 25/8 26/8 27/8 28/8 29/8 1/9 2/9 3/9 M x x x x x x x A x x x x T x x x x Registro de produto permanente Registro de evento categorizado • Registro do número de vezes que o comportamento ocorre em um dado período Frequência • Registro da ocorrência ou não do comportamento dentro de um intervalo de tempo especificado Intervalo • Registro da ocorrência ou não do comportamento no fim de um intervalo de tempo especificado Amostragem • Registro do tempo de execução do comportamento Duração • Registro do tempo que o estudante leva para iniciar o comportamento após ser requisitado Latência Registro de frequência • Objetivo é aumentar ou diminuir a frequência do comportamento • Comportamentos discretos, de frequência baixa ou moderada Quando usar • Comportamentoscontínuos, de alta frequência ou longa duração Quando não usar Cliente: Ana Período de observação: 14h-15h 15/03 Situação X Tarefa X Morder a mão Bater na cabeça Bater nos outros Destruir objetos Gritar //// //// //// //// /// //// //// // //// // //// //// / //// //// //// //// /// //// //// // //// // //// //// / //// //// //// //// /// //// //// // //// // //// //// / Registro de frequência 29/6 31/6 2/7 5/7 7/7 9/7 12/7 14/7 16/7 19/7 % 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 100 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 90 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 80 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 70 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 60 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 50 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 40 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 30 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 20 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 10 Cliente: Pedro Comportamento: Imitar gestos Critério: 100% em 2 sessões consecutivas Frequência de acertos em tentativas discretas Registro de intervalo • Comportamentos contínuos, de longa duração ou alta frequência Quando usar • Comportamentos discretos, de curta duração e baixa frequência Quando não usar Estudante: Pedro Data: 23/08 Contexto: Treino ao toalete Comportamento: Bater na cabeça com a mão Início: 09:10 Fim: 09:15 10” 20” 30” 40” 50” 60” 1’ – X X – – – 2’ X X – – – X 3’ X – – X X X 4’ – X X X – – 5’ – – – – – – Número de intervalos de ocorrência: 12 Porcentagem de intervalos de ocorrência: 40% M IN U T O S INTERVALOS DE OBSERVAÇÃO Registro de intervalo Estudante: Tales Data: 23/08 Contexto: Treino de leitura Comportamentos: M = Morder a mão / B = Bater na cabeça com a mão / G = Gritar Início: 10:00 Fim: 10:15 10” 20” 30” 40” 50” 60” 1’ M – B B G B – 2’ – G G – – – 3’ – – – M M – 4’ M – – – – – 5’ – B – B G B G – Registro de intervalo: Múltiplas respostas M IN U T O S INTERVALOS DE OBSERVAÇÃO Estudante: Tales Data: 23/08 Contexto: Treino de leitura Comportamentos: M = Morder a mão / B = Bater na cabeça com a mão / G = Gritar Início: 10:00 Fim: 10:15 10” 20” 30” 40” 50” 60” 1’ M B G M B G M B G M B G M B G M B G 2’ M B G M B G M B G M B G M B G M B G 3’ M B G M B G M B G M B G M B G M B G 4’ M B G M B G M B G M B G M B G M B G 5’ M B G M B G M B G M B G M B G M B G Registro de Intervalo: Múltiplas respostas M IN U T O S INTERVALOS DE OBSERVAÇÃO Estudantes: P = Pedro/ F = Felipe/ A = Ana Data: 23/08 Contexto: Treino de leitura Comportamentos: Engajamento na tarefa Início: 10:00 Fim: 10:15 10” 20” 30” 40” 50” 60” 1’ P – FA A G A – 2’ – A A – – – 3’ – – – P P – 4’ P – – – – – 5’ – F – F A F P – Registro de Intervalo: Múltiplos indivíduos M IN U T O S INTERVALOS DE OBSERVAÇÃO Estudantes: M = Maria / B = Beatriz / G = Guilherme Data: 23/08 Contexto: Treino de leitura Comportamentos: Engajamento na tarefa Início: 10:00 Fim: 10:15 Registro de Intervalo: Múltiplos indivíduos 10” 20” 30” 40” 50” 60” 1’ P F A P F A P F A P F A P F A P F A 2’ P F A P F A P F A P F A P F A P F A 3’ P F A P F A P F A P F A P F A P F A 4’ P F A P F A P F A P F A P F A P F A 5’ P F A P F A P F A P F A P F A P F A M IN U T O S INTERVALOS DE OBSERVAÇÃO Amostragem momentânea • Períodos mais longos de observação (minutos e não segundos) • Comportamentos de frequência moderada e de longa duração Quando usar • Comportamentos discretos, de curta duração e baixa frequência Quando não usar Estudante: Clara Data: 23/08, 25/08, 27/08 Matéria: Matemática Comportamento: Morder a mão Início: 09:10 Fim: 10:10 10’ 20’ 30’ 40’ 50’ 60’ 23/08 X X – X X – 25/08 X – – – X X 27/08 X – – X X X AMOSTRA DE TEMPO DATA Amostragem momentânea Estudante: Pedro Data: 23/08 Comportamento: Engajamento na tarefa Início: 09:10 Fim: 09:15 10’ 20’ 30’ 40’ 50’ 60’ Engajamento – X X – X – Gritar X – – – – X Levantar X – – X – X SIB – – – X – – AMOSTRA DE TEMPO R E S P O S T A S Amostragem momentânea: Múltiplas respostas Registro de latência • Atraso para iniciar o comportamento é a dimensão relevante • O comportamento tem início bem definido (discreto) Quando usar Registro de duração • Quando o tempo despendido com o comportamento é a dimensão mais relevante • Quando o comportamento tem início e fim bem definidos Quando usar Estudante: Marcia Comportamento: Começar a tarefa Sd: Pedido do terapeuta Estudante: Carlos Comportamento: Permanecer deitado no chão Data Tempo Latência Data Tempo Duração Sd Início R Início R Fim R 29/6 09:15 09:25 10’ 29/6 10:24 10:49 25’ 31/6 09:02 09:07 5’ 31/6 10:31 10:45 14’ 2/7 09:12 09:15 3’ 2/7 10:14 10:20 6’ 5/7 09:30 09:32 2’ 5/7 10:45 10:46 1’ 7/7 09:27 09:27 0’ 7/7 10:42 10:44 2’ Registro de latência e duração AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL O processo de Avaliação comportamental • É mais do que descrever e classificar as habilidades e deficiências do cliente – DSM, psicometria e avaliação neuropsicológica • Avalia a função do comportamento-alvo – Reforço positivo por atenção social? – Reforço negativo por retirada de demanda? – O que aumenta, diminui, evoca e mantém o comportamento de interesse? Avaliação comportamental • Identificar os alvos de intervenção • Identificar variáveis que afetam a intervenção – Recursos e habilidades do cliente – Pessoas significativas – Potenciais reforçadores e/ou punidores – Contingências competitivas – Fatores de manutenção e generalização Quatro fases da avaliação Hawkins (1979) 1. Definição geral do problema e do critério de desempenho esperado 2. Seleção do comportamento-alvo 3. Monitoramento do progresso 4. Acompanhamento (follow up) Pré Durante Pós SIM: Avaliação e intervenção completas NÃO: Reformular a conceituação funcional do caso PASSO 1: Selecionar comportamento-alvo e caracterizar o repertório do cliente PASSO 3: Analisar o repertório em termos de princípios comportamentais PASSO 4: Planejar uma intervenção baseada na avaliação PASSO 5: Implementar a intervenção PASSO 2: Estabelecer objetivos e resultados a serem alcançados PASSO 6: Avaliar os resultados da intervenção PASSO 7: Verificar se os resultados estão de acordo com os objetivos propostos F o lle te , N a u g le e L in n e ro o th (2 0 0 0 ) Processo de avaliação funcional Follete, Naugle e Linnerooth (2000) Passo 1 Identificar comportamentos-alvo Estabelecer hierarquia de importância clínica Avaliarrepertório do cliente IDENTIFICAR COMPORTAMENTO-ALVO Passo 1 Comportamento-problema • Conflito de consequências – para o próprio indivíduo – para o indivíduo e para os outros • Déficit ou excesso comportamental Validade social • Como a mudança habilitará a pessoa? • Quanto ela se beneficiará? • Quão útil ou funcional a mudança será? Benefícios para o indivíduo • Normatizar, enquadrar, manter o status quo? Benefícios para os outros Identificando potenciais alvos 1. O ambiente natural reforçará o comportamento após a intervenção? – Manutenção dos ganhos terapêuticos – Priorizar ganhos atuais em detrimento de futuros Identificando potenciais alvos 2. É um pré-requisito necessário para outras habilidades mais complexas? – Pode não ser importante em si, mas permitirá o aprendizado de outros comportamentos úteis – Ex: discriminação de fonemas da língua quando o interesse é o ensino da fala ou da escrita 3. Ampliará o acesso a ambientes em que outros comportamentos podem ser aprendidos ou usados? – Acesso a novas contingências, novos reforçadores, novos comportamentos... – Behavioral cusp Identificando potenciais alvos Identificando potenciais alvos 4. Um vez aprendido, produzirá mudanças em outros comportamentos não treinados? – Geratividade, economia de treino, aprendizagem eficiente – Comportamento pivô 5. Mudar esse comportamento irá predispor os outros a interagir mais apropriadamente com o cliente? – Mudança importante socialmente – Permite que os outros se comportem de modo benéfico para o cliente – Quebra barreiras sociais, aumenta a aceitação social, alivia a aversividade da relação, predispões a ajudar Identificando potenciais alvos Identificando potenciais alvos 6. O comportamento é adequado à idade? – Atende às expectativas sociais – Amplia as possibilidades de interação com pares – Amplia acesso a contingências naturais de aprendizagem – Busca por alcançar o melhor nível possível de integração da pessoa na sociedade 7. Há comportamento adaptativo e funcional substitutivo? – Se o comportamento alvo precisa ser reduzido ou eliminado, o que será colocado no lugar? – Antes de eliminar o comportamento inapropriado, é preciso construir o repertório alternativo eficaz Identificando potenciais alvos 8. Representa o problema real ou está apenas indiretamente relacionado a ele? – A intervenção deve focar esse comportamento? – Esse comportamento é necessário para se alcançar o objetivo da intervenção ou é a descrição do resultado? Identificando potenciais alvos Identificando potenciais alvos 9. Se o objetivo não é um comportamento específico, esse comportamento ajudará a atingi-lo? – Resultados não especificam os comportamentos que precisam ocorrer • Perda de peso vs. exercícios e dieta • Notas boas vs. estudo • Mais amigos vs. habilidade social Critérios de consideração Avaliação Sim Não Talvez Comentários 1. O ambiente natural reforçará o comportamento após a intervenção? ( ) ( ) ( ) 2. É um pré-requisito necessário para outras habilidades mais complexas? ( ) ( ) ( ) 3. Ampliará o acesso a ambientes em que outros comportamentos podem ser aprendidos ou usados? ( ) ( ) ( ) 4. Um vez aprendido, produzirá mudanças em outros comportamentos não treinados? ( ) ( ) ( ) 5. Mudar esse comportamento irá predispor os outros a interagir mais apropriadamente com o cliente? ( ) ( ) ( ) 6. O comportamento é adequado à idade? ( ) ( ) ( ) 7. Há comportamento adaptativo e funcional substitutivo? ( ) ( ) ( ) 8. Representa o problema real ou está apenas indiretamente relacionado a ele? ( ) ( ) ( ) 9. Se o objetivo não é um comportamento específico, esse comportamento ajudará a atingi-lo? ( ) ( ) ( ) Observações_________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ESTABELECER HIERARQUIA DE IMPORTÂNCIA CLÍNICA Passo 1 Priorizando alvos • Muitos comportamentos precisam ser alterados? • Como estabelecer prioridades? • Qual comportamento deve ser alterado primeiro? 1. O comportamento ameaça a saúde e a segurança do cliente ou de outras pessoas? 2. Quantas oportunidades o cliente terá para usar a nova habilidade no ambiente natural? ou quão frequente é a ocorrência do comportamento problema? 3. Quão antigo é o problema ou o déficit comportamental? Priorizando alvos 4. Mudar esse comportamento aumentará a taxa de reforço para o cliente? 5. Qual é a importância relativa desse comportamento para o desenvolvimento futuro de habilidades e funcionamento autônomo? 6. Mudar esse comportamento reduzirá a atenção indesejada de outras pessoas? Priorizando alvos 7. Mudar esse comportamento produzirá reforço para os outros significativos? 8. Qual é a probabilidade de probabilidade de sucesso em mudar esse comportamento? 9. Quanto custará para mudar esse comportamento? Priorizando alvos Escala de prioridade • Classificação numérica de potenciais comportamentos-alvo • Aumenta a participação e adesão do cliente, pais e equipe – Resolve conflitos – Constrói consenso 1_______ 2_______ 3_______ O comportamento ameaça a saúde e a segurança do cliente ou de outras pessoas? 0 1 2 3 4 0 1 2 3 4 0 1 2 3 4 Quantas oportunidades o cliente terá para usar a nova habilidade no ambiente natural? ou Quão frequente é a ocorrência do comportamento problema? 0 1 2 3 4 0 1 2 3 4 0 1 2 3 4 Quão antigo é o problema ou o déficit comportamental? 0 1 2 3 4 0 1 2 3 4 0 1 2 3 4 Mudar esse comportamento aumentará a taxa de reforço para o cliente? 0 1 2 3 4 0 1 2 3 4 0 1 2 3 4 Qual é a importância relativa desse comportamento para o desenvolvimento futuro de habilidades e funcionamento autônomo? 0 1 2 3 4 0 1 2 3 4 0 1 2 3 4 Mudar esse comportamento reduzirá a atenção indesejada de outras pessoas? 0 1 2 3 4 0 1 2 3 4 0 1 2 3 4 Mudar esse comportamento produzirá reforço para os outros significativos 0 1 2 3 4 0 1 2 3 4 0 1 2 3 4 Qual é a probabilidade de probabilidade de sucesso em mudar esse comportamento? 0 1 2 3 4 0 1 2 3 4 0 1 2 3 4 Quanto custará para mudar esse comportamento? 0 1 2 3 4 0 1 2 3 4 0 1 2 3 4 TOTAL ________ ________ ________ Potenciais comportamentos-alvo Critérios de priorização Intervenção Comunicação Avaliação Pesquisa Replicação Importante para Definindo comportamento-alvo Característica da definição • Observável, mensurável e repetível Objetiva • Inteligível, sem ambiguidade e parafraseável Clara • Delimita as fronteiras da definição Completa Seleção de verbos • Morder, gritar, bater, repetir, copiar, imitar, preencher, desenhar, apontar, dizer, ler, olhar, levantar, sentar Observáveis • Combinar, arranjar, escolher, selecionar, usar, medir, demonstrar, reconhecer, checar, localizar, identificar, rejeitar, encontrar, esquivar, brincar, movimentar, mudar de postura, gesticular Ambíguos ou amplos • Distinguir, concluir, desenvolver, concentrar, reconhecer, inferir, sentir, determinar, resolver, deduzir, perceber, compreender, analisar Não observáveis Testando a definição 1.É possível observar e contar a ocorrência ou a duração do comportamento? 2. Outra pessoa saberá exatamente o que observar se receber a descrição do comportamento? 3. É possível quebrar o comportamento em componentes menores, mais específicos e mais observáveis? AVALIAR REPERTÓRIO Passo 1 Repertório comportamental Follete, Naugle e Linnerooth (2000) • Há excessos comportamentais? – Alta frequência, intensidade ou duração? – Comportamentos incompatíveis que impedem o funcionamento eficaz? – Comportamento encoberto incompatível? 5. A mudança aumentará a taxa de reforço da pessoa? 6. Qual a importância para aquisição de habilidades futuras e autonomia? 7. A mudança reduzirá a atenção indevida dos outros? 8. O comportamento produzirá reforço para os outros significativos? Priorizando alvos Repertório comportamental Follete, Naugle e Linnerooth (2000) • Há déficits comportamentais? – Baixa frequência, intensidade ou duração? – Déficits de autocontrole? – Déficits de auto-observação? – Pouca variabilidade comportamental? Repertório comportamental Follete, Naugle e Linnerooth (2000) • Há comportamentos adequados? – O que o cliente faz bem? – Quais seus comportamentos sociais adequados? – Quais são seus talentos? Passo 2 Estabelecer os objetivos comportamentais • Descrever os resultados esperados, não os procedimentos para alcançá-los • Especificar o nível de desempenho que se quer alcançar 87 Processo de avaliação funcional Follete, Naugle e Linnerooth (2000) Objetivos comportamentais Alberto e Troutman (2009) • Quanto o comportamento alvo precisa mudar para produzir uma diferença significativa? • Definir um nível aceitável de desempenho é tão importante quanto definir os alvos • Deve-se identificar um nível ótimo antes de começar a intervenção • Ajuda a saber quando encerrar a intervenção • Elimina discordâncias sobre a efetividade da intervenção Comportamento-alvo Objetivo comportamental Sentar à mesa Pedro permanecerá sentado durante todo o jantar, a menos que tenha permissão para se levantar, por 5 dias consecutivos. Reconhecer objetos Diante de três objetos presentes na mesa de jantar (copo, colher e garfo) e da solicitação verbal “pegue o ...”, Pedro pegará o objeto nomeado em 9 de 10 vezes, por 5 dias consecutivos. Vestir-se sozinho Ana vestirá a própria roupa sem auxílio de outra pessoa, em 5 dias consecutivos. Contato visual Quando a professora estiver contando histórias, Luiza manterá o olhar no rosto da professora por pelo menos 2 min, em 5 aulas consecutivas. Passo 3 Explicar o comportamento a partir de princípios comportamentais Processo de avaliação funcional Follete, Naugle e Linnerooth (2000) Explicar o comportamento Análise Funcional Avaliação Funcional Avaliação Comportamental Formulação Comportamental Análise de Contingências Explicar o comportamento Skinner (1931) Explicar causas Descrever relações funcionais = Análise funcional “As variáveis externas, das quais o comportamento é função, dão margem ao que pode ser chamado de análise causal ou funcional. Tentamos prever e controlar o comportamento de um individuo. Esta é a nossa "variável dependente" – o efeito para o qual procuramos a causa. Nossas "variáveis independentes" – as causas do comportamento – são as condições externas das quais o comportamento é função. Relações entre as duas – as "relações de causa e efeito" no comportamento – são as leis de uma ciência”. (Skinner, 1953, p. 35) Pressupostos Skinner (1974) O comportamento é o próprio problema e não um sinal de outro problema subjacente Qualquer comportamento deve ser compreendido no contexto de sua história Comportamentos são entendidos de acordo com sua função Topografia Identifica a forma da resposta Referência é o que a pessoa faz Função Identifica o efeito no ambiente Referência é mudança no ambiente Classes topográficas Chorar por uma perda, por atenção ou para esquivar do trabalho Autolesão mantida por atenção, remoção de demanda ou reforçamento automático Respostas semelhantes podem ter funções diferentes 96 Classes funcionais Contar que tirou notas altas Arrumar o quarto Quebrar objetos durante o jantar Recusar a escovar os dentes Respostas diferentes podem ter função semelhante Definição topográfica Quando usar: Não se tem acesso confiável às consequências Ainda não se sabe função do comportamento A topografia caracteriza o problema Variáveis de controle Matos (1999) • Mudanças nos eventos precisam geram mudanças no comportamento Identificar eventos antecedentes e consequentes não é suficiente • Variáveis históricas úteis apenas quando se manifestam no presente Priorizar variáveis passíveis de serem manipuladas Análise de variáveis antecedentes Análise dos antecedentes Follete, Naugle e Linnerooth (2000); Meyer (2003) • Há repertório, mas o contexto não sinaliza a possibilidade do comportamento Faltam antecedentes apropriados? • Há repertório, há antecedentes, mas falta discriminação do contexto Falta controle discriminativo adequado? • O contexto sinaliza que o comportamento inadequado será reforçado Há controle discriminativo impróprio? • Estímulos proprioceptivos controlam mais que o ambiente externo Há controle excessivo por eventos privados? Análise de variáveis consequentes Análise de consequências Follete, Naugle e Linnerooth (2000); Meyer (2003) Faltam consequências reforçadoras para o comportamento desejado? Há consequências punitivas para o comportamento desejado? Há consequências reforçadoras para o comportamento inadequado? Há controle por consequências inapropriadas socialmente? Há consequências concorrentes? Análise de consequências Matos (1999) A ação da consequência se dá por meio de sua apresentação, remoção ou evitação? A consequência é imediata ou atrasada, contínua ou intermitente, física ou social, natural ou artificial? • Produzir um estímulo reforçador (reforço positivo) • Eliminar um estímulo aversivo (reforço negativo) Duas funções de comportamentos- problema Análise de consequências Cooper, Heron & Heward (2007) Reforçadores Sociais Tangíveis Automáticos Análise de consequências Cooper, Heron & Heward (2007) • Virar a cabeça, olhar, expressões faciais de surpresa, reprimendas, tentativas de acalmar, aconselhar ou distrair Reforçador social (atenção) Análise de consequências Cooper, Heron & Heward (2007) Análise de consequências Cooper, Heron & Heward (2007) • Reforçador tangível – Comportamento-problema pode produzir acesso a reforçadores tangíveis – Comportamento de pais e cuidadores negativamente reforçado Análise de consequências Cooper, Heron & Heward (2007) • Reforçador automático – Considerado apenas após excluir a hipótese de reforço social – O sujeito fazer sozinho não é suficiente • Reforço intermitente mantém com força ainda maior Análise de consequências Cooper, Heron & Heward (2007) • Reforçador automático – Estímulos proprioceptivos possuem função reforçadora incondicionada? – É possível haver uma sensibilidade especial ao ambiente interno? • Dificuldade de estabelecimento de relação com o mundoexterno Análise de consequências Cooper, Heron & Heward (2007) • Reforçador social negativo – Encerrar interações sociais aversivas, atividades desagradáveis, demandas difíceis... – Reforço negativo é automático quando elimina estímulos dolorosos ou incômodos Métodos de avaliação funcional Análise funcional experimental • Análogos experimentais de contingências naturais • Manipulação sistemática de antecedentes e/ou consequentes • Efeito de cada variável avaliado isoladamente Avaliação funcional descritiva • Observação sistemática de correlações no ambiente natural sem manipulação de variáveis • Registro A-B-C Análise funcional experimental • Participantes: – Brooke: menina de 7 anos com paralisia cerebral e deficiência cognitiva – Maggie: menina de 10 anos com diagnóstico de autismo – Gary: menino de 7 anos com diagnóstico de retardo mental – Riley: menino de 5 anos com transtorno de aprendizagem – Christy: menina de 9 anos com síndrome de down – Rick: menino de 7 anos com diagnóstico de TDAH Comportamentos-alvo • Observados em alta frequência na escola – Morder pessoas e objetos – Bater nos outros – Atirar objetos – Recusar a fazer tarefas – Gritar fora de hora – Levantar da cadeira fora de hora – Chorar demais – Mandar os outros calar a boca Condições experimentais • Frequência dos comportamentos-problema comparada ao longo de 3 condições – Condição de fuga (parada de 10 s) – Condição de atenção negativa (bronca de 5 s) – Estímulo preferido não contingente • 8 a 10 tarefas escolares típicas selecionadas • 3 a 4 sessões de 5 min, 2 a 3 vezes por semana FUGA ATENÇÃO Análise funcional experimental Vantagens Demonstração clara de relações funcionais Economia de tempo e esforço Limites: Risco de fortalecer o comportamento-problema Perigo em evocar alguns comportamentos-problema Ambiente artificial (variáveis sutis estão ausentes) Requer tempo e treinamento Avaliação funcional descritiva Folha de registro ABC Cliente: _______________________________ Observador: ___________________________ Início:_____________ Fim:______________ Data:___/___/___ Antecedente Resposta Consequência [ ] Solicitação de tarefa [ ] Retirada de Atenção [ ] Interação social [ ] Atividade preferida [ ] Atividade preferida removida [ ] Sozinho sem tarefa/atenção [ ] Birra [ ] Agressão [ ] Autolesão [ ] Atenção social [ ] Bronca [ ] Demanda [ ] Retirada de demanda [ ] Retirada de atenção [ ] Acesso item preferido Avaliação funcional descritiva Tempo Antecedente Comportamento Consequência 15:30 Prof. pede tarefa levanta e começa a correr Prof. diz: “todo mundo tá trabalhando menos vc” Senta e começa a fazer barulhos com a boca Colega diz: “fica quieto!” Responde: “Quem? Eu? / Para de fazer barulho Colega volta a trabalhar 15:31 Folha de matemática Senta em seu lugar e trabalha quieto Ninguém presta atenção a ele Folha de matemática Bate na mesa com as mãos Prof. pede a ele para parar Avaliação funcional descritiva Vantagens: Ambiente e situação naturais Economia de tempo e esforço Limites: Nem sempre as relações observadas são funcionais Correlação é diferente de relação causal Passo 4 Definir e planejar estratégias de intervenção com base na análise realizada Processo de avaliação funcional Follete, Naugle e Linnerooth (2000) Possibilidades de intervenção B A C B A C B A C Alterar antecedentes Dispor ocasiões apropriadas o comportamento Estabelecer controle discriminativo por diferentes contextos Estabelecer o controle por regras funcionais A Modelar comportamento Comportamento social e verbal Comportamento motor Comportamento alternativo B Alterar consequências Reforço • Fornecer consequências Extinção • Suspender reforço social Bloqueio de esquiva • Manter demanda C Nota sobre punição • Contingências artificiais sobrepostas às contingências de reforço principais não funcionam por muito tempo – Contingências que mantém o comportamento precisam ser alteradas – Punição não elimina o comportamento problema – Timeout pode ser um reforçador negativo quando elimina a demanda Passo 5 Implementar as estratégias de intervenção Processo de avaliação funcional Follete, Naugle e Linnerooth (2000) Procedimentos de intervenção • Todos os procedimentos e estratégias disponíveis – Modelagem – Modelação – Treino discriminativo – Dicas – Instrução – Roleplaying – Arranjo de contingências – Tentativa discreta – Relação terapêutica Passo 6 Avaliar resultados continuamente Processo de avaliação funcional Follete, Naugle e Linnerooth (2000) Avaliação dos resultados • Quais foram as mudanças produzidas? • Quais os efeitos colaterais das estratégias de intervenção? • Quais os benefícios alcançados? • Deve-se finalizar o processo ou alterar a análise e intervenção? Passo 7 Verificar se os objetivos e metas foram alcançados Processo de avaliação funcional Follete, Naugle e Linnerooth (2000) Objetivos não alcançados? • Avaliação funcional equivocada? • Resultado baseado em relato ou observação direta? • Havia concordância entre objetivos dos pais e terapeuta? • Ocorreram eventos perturbadores ao longo do processo? • Estratégia de intervenção inadequada? • Intervenção implementada por tempo suficiente? SIM: Avaliação e intervenção completas NÃO: Reformular a conceituação funcional do caso PASSO 1: Selecionar comportamento-alvo e caracterizar o repertório do cliente PASSO 3: Analisar o repertório em termos de princípios comportamentais PASSO 4: Planejar uma intervenção baseada na avaliação PASSO 5: Implementar a intervenção PASSO 2: Estabelecer objetivos e resultados a serem alcançados PASSO 6: Avaliar os resultados da intervenção PASSO 7: Verificar se os resultados estão de acordo com os objetivos propostos F o lle te , N a u g le e L in n e ro o th (2 0 0 0 ) Conclusões • A avaliação funcional é a ferramenta básica de trabalho do terapeuta • A identificação dos determinantes do comportamento aponta a direção da intervenção • É um processo contínuo, dinâmico, interativo e autocorretivo • Uma análise adequada conduz a intervenções eficazes Referências • Alberto, P. A., & Troutman, A. C. (2009). Preparing behavioral objectives. In: Applied Behavior Analysis for Teachers (8th ed). (pp. 48-78). Upper Saddle River, NJ: Pearson. • Cooper, J. O., Heron, T. E., & Heward, W. L. (2007). Selecting and defining target behaviors. Applied Behavior Analysis (2nd ed.) (pp. 48-71). Upper Saddle River, NJ: Pearson. • Follete, W. C., Naugle, A. E., & Linnerooth, P. J. N. (2000). Functional alternatives to traditional assessment and diagnosis. In M. J. Dougher (Ed.), Clinical Behavior Analises (pp. 99-125). Nevada: Context Press. • Hawkins, R. P. (1979). The functions of assessment. Journal of Applied Behavior Analysis, 12, 501–516. Referências • Matos, M. A. (1999). Análise funcional do comportamento. Estudos de Psicologia, 16, 8-18. • Meyer, S. B. (2003). Análise funcional do comportamento. Em C. E.Costa, J.C.Luiza, H.H.N. Sant’Anna (orgs.). Primeirospassos em Análise do Comportamento e Cognição (pp.75-91). Santo André: ESETEC. • Skinner, B. F. (1931). The concept of reflex in the description of behavior. In: Cumulative Record. Ney York: Appleton-Century-Crofts Inc., 1972. • Skinner, B. F. (1953). Science and Human Behavior. New York: The Free Press. • Skinner, B. F. (1974). About Behaviorism. New York: Vintage Books.
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