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RESUMO DE CIÊNCIAS POLÍTICAS (ASSUNTOS PARA V1) Profª Mariana Barros (OBS.: Esse resumo é de autoria da aluna Maria Aparecida S S Silva para fins meramente didáticos, podendo conter erros, e não isenta o aluno de estudar os materiais recomendados pelo professor, sendo proibida expressamente sua comercialização). 1ª Aula (16/02/2017) Apresentação do Plano de Ensino Ementa: São os tópicos principais. Com essa Ementa programada é que vem o conteúdo programático. Conteúdo programado em tópicos. A Ciência Política: conceito e relação com as doutrinas políticas e teorias. Justificativas do: Absolutismo (Maquiavel e Hobbes) Liberalismo (John Locke) Democracia (A.Rousseau) Separação dos poderes (Montesquie) Federalismo (os federalistas) Bibliografia obrigatória: Os clássicos da política (Francisco Wefford) O instrumento de trabalho do profissional do direito é a PALAVRA. A natureza humana é RUIM, segundo Maquiavel. Pra Hobbes, o homem é um ser bestial, é um bicho. Pra Rousseau, o homem é bom, quem lhe corrompe é a sociedade. O que significa a nomenclatura Ciência Política? Política (vem de pólis - Sociedade) cidades cidades - Estados Estado Organismos Internacionais Cientista é aquele que prova sua teoria. Regime de Governo � Democracia Forma de Governo � República A Ciência Política vai fundamentar o que diz no Caput do Art.1º da CRFB, que fala de República e democracia. Maquiavel é o pai da ciência política. Escreveu o livro “O Príncipe”. Hobbes vai explicar como é que funciona o Estado de Natureza. John Locke vai trazer a ideia de Estado Liberal. Rousseau (contrato social) e Montesquie (divisão dos três poderes) (A CF de 88 constituição cidadã traz valores considerados essenciais para os seres humanos.) 2ª Aula (23/02/2017) 1) Ciência Política conceito e relação com as demais disciplinas. 1.1) Objeto de estudo da ciência política: tempo/matéria a) Definição de ciência b) Conceito de política Fonte de estudo Texto 1 – nivelamento + capítulo 1 Maquiavel livro Clássicos da Política Ciência Pensar Provar Ideal Real Teórica Fática (Prática) Fundamentação Comprovação teórica empírica O cientista vai criar uma teoria, pensar sobre ela, criar a teoria no plano da ideia e na prática provar, trazer pra realidade. O real é uma verdade, e pra gente elas aparecem quando eu uso os sentidos. O cientista precisa da física pra provar sua teoria. O cientista vai sair da teoria pra provar, sempre com uma fundamentação teórica (qual o teórico que você vai utilizar) para uma comprovação empírica (empirismo é o uso da experiência, fazer na prática e sentir que isso existe). O cientista é a realidade, a verdade. O problema dos cientistas é que ficam tão envaidecidos com sua descoberta que valorizam muito sua parte empírica, mas não valorizam sua fundamentação teórica, no resultado e no reconhecimento. Para o cientista não existe hierarquia entre a teoria e a prática. A teoria e a prática se combinam. O verdadeiro cientista busca com a fundamentação teórica explicar a prática. Etimologia � é a ciência que estuda a origem das palavras. O primeiro sentido que se dá a palavra política, que foi o que Aristóteles quis dar, é viver em sociedade, ou seja, o homem é um animal político não porque ele está inclinado ao poder, mas porque ele vive em sociedade. O sentido posterior da palavra política é poder. A ciência política estuda a POLIS, que é a sociedade organizada. O que é pólis? "O homem é um animal político" Aristóteles pólis = sociedade cidade � cidade - Estado � sociedade organizada Estado � (território, povo, soberania) Organização Internacional (coletividade, unidade de comuns, comunidade internacional) Vamos buscando modelos de organizar a sociedade. Depois organizamos a sociedade a partir de outro conceito, que é a Organização Internacional, que é a união de Estados. Estamos sempre buscando novos modelos de sociedade que deem certo, que funcionem. Vivemos num mundo de RETHINKING (repensando), repensando a sociedade, pois nenhum modelo atual está funcionando. O objeto de estudo da Ciência Política tem começo e não tem fim, pois está sempre buscando um modelo de organização, dentro da realidade, que garanta bem comum, justiça, paz social. Para entendermos a Ciência Política, temos que estudar desde as primeiras noções de sociedades. Vamos esclarecer a tese de Aristóteles: Hermenêutica (entender + construir) "O homem é um animal político" - Aristóteles ser humano ser instintivo pólis de sociedade O homem é um animal político, na visão Aristotélica, entendemos que ele é um ser social, porque ele tem um impulso tanto instintivo (instinto) quanto racional (a razão), os dois vão atuar nas pessoas, desde o nascimento, para viverem em coletividade. é � ser, sem o qual não existo (SE NE QUA NON). O homem em sua essência tem que viver em sociedade. Homem primitivo Lei do mais forte busca por um Estado Ideal Estado Real abelhas/peixe irracional O peixe é um animal político porque vive numa sociedade chamada cardume. A abelha é um animal político porque vive numa sociedade chamada enxame. A força que nos torna seres sociais, tanto racionais quanto irracionais, é o instinto. Nosso instinto diz que sobreviveremos se tivermos juntos dos nossos. A primeira força que nos torna animais políticos é o instinto. O ser humano não é somente instinto, daí o que o diferencia dos seres irracionais para os racionais. No período Neolitico, o homem deixa de ser nômade e passa a ser sedentário. Nesse período já tinha descoberto o fogo, já tinha alimentação diferenciada dos animais, o seu cérebro já era diferente. Ele passa a se fixar nos lugares, e deixa de ser nômade, e dá margem para que se desenvolva o processo cognitivo, que é o processo do conhecimento. Todos nós vivemos um conflito dentro da gente, que nada mais é que o instinto e a razão. Duas forças atuam para nos tornar animais políticos, o instinto e a razão. O homem antes era instinto, primitivo, selvagem, que se comportava de forma irracional, seguindo apenas seus instintos, depois que ele deixa de ser nômade e passa a se fixar, passa a desenvolver esse processo cognitivo, ele começa a perceber que se ele morar nas regiões ribeirinhas irá desenvolver alguma coisa no solo, que será chamada de agricultura e que serve para ele se alimentar, se ele estiver juntos dos seus semelhantes ele começa a viver mais e melhor, então ele percebe que viver em sociedade é algo bom e prazeroso. Nessa fase em que ele está na construção do processo cognitivo, saindo do neolítico, ele começa a se incomodar com a utilização da lei da força. Ele começou a criar mecanismos que freiem a lei da força. Surge nessa época as primeiras noções de direito de família, direito de sociedade, pois aquilo que é meu ninguém pode tirar. Na época das cavernas o homem tinha medo apenas de quem era mais forte fisicamente que ele. A sociedade foi evoluindo, e não tenho medo apenas do mais forte, e sim, do mais rico, do mais sabido, do mais armado, enfim, foram surgindo novas forças que desarmonizaram a sociedade, e que precisavam ser freadas. A eterna busca da sociedade é para impedir que a Lei da Força prevaleça, seja ela física, econômica, bélica, política, da inteligência. A principal força que organiza a sociedade é a FORÇA DA LEI. Estamos pensando no mecanismo de dar eficácia à LEI. Nesse momento, surge o que chamamos de “NORMAS DE CONDUTA SOCIAL”, que nada mais é do que modelos, diretrizes, regras de comportamento dentro de um grupo de pessoas (sociedade). Regem nosso comportamento em sociedade. A lei é um das normas de conduta, mas existem outras como: normas costumeiras(põe a gente frente à própria sociedade), normas religiosas (põe a gente frente à nossa crença), normas jurídicas (leis). Período Neolítico Começa a criar normas de conduta social a) normas costumeiras - colocar-se de frente a sociedade, mas não terá força para frear o mais forte. Ex.: furar fila. b) Normas religiosas - crença. Ex.: aborto c) Normas morais – consciência d) Normas jurídicas – coercibilidade (força para se fazer valer”. Sanção, pena, punição). A norma jurídica é diferente das outras normas pois ela tem COERCIBILIDADE, que é a força para se fazer valer. As outras normas não tem coercibilidade, pois não há punição, já a norma jurídica tem sanção (pena, punição). “UBI HOMMINIS, IB SOLIETAS, UBI SOLIETAS, IB JUS” “Onde está o homem, está sociedade, onde está sociedade está o DIREITO.” (Ciência Política) (Ciência Jurídica) Senão, a lei da força vai prevalecer. ISSO É O OBJETO DE ESTUDO DA CIÊNCIA POLÍTICA. Duorte Temportal mecanismo de controle da sociedade Neolítico Antiguidade Grego-Romana Nicolau Thomas Maquiavel Hobbes deixa de ser nômade Direito "O príncipe" Natureza sedentário Lei Pai ciência política Leviatã instintivo Coercitiva legitimada método da verdade efetiva das coisas processo cognitivo 1º) observação 2º) percepção ATENÇÃO: Qual a relação do objeto de estudo da Ciência Política com a Ciência Jurídica? (QUESTÃO DE PROVA) A Ciência Política é a base do direito. Não tem como estudar o Direito sem entender o que se passa na sociedade (entender o que se passa na sociedade é o objeto de estudo da Ciência Política). Segundo Aristóteles, o homem era um animal político porque vivia em sociedade, mas a sociedade irracional também é guiada por esse instinto de coletividade. A diferença entre a sociedade irracional da sociedade racional é que o homem é um animal político porque sente, porque sabe, pelo instinto e pela razão, e a razão faz com ele construa as normas de conduta social, cuja primeira não foi a norma jurídica, foram normas costumeiras, as normas religiosas, as normas morais. Chegando na norma jurídica ele percebe que precisa da lei pra organizar a sociedade, logo onde estiver o homem está a sociedade e onde estiver a sociedade está o Direito (“UBI HOMMINIS, IB SOLIETAS, UBI SOLIETAS, IB JUS”) 3ª Aula (02/03/2017) Toda organização da história da humanidade gira como a tentativa de fazer com que o mais forte não prevaleça. O mais forte na caverna era o mais forte fisicamente, e com a evolução da sociedade foram surgindo outras forças que a lei precisa controlar, como a força do dinheiro, a força da inteligência, a força do poder. A lei é o instrumento mais eficaz para frear essa lei da força, pois ela é coercitiva. O costume não tem coercibilidade, ou seja, as normas surgem para organizar a sociedade. Não incorporamos os valores da lei em nosso dia-a-dia, por isso as normas criadas não são costumeiras, e muitas vezes não são cumpridas. 1) Ciência Política e a relação com as demais disciplinas. 1.1. Hipóteses de não se viver em sociedade; 1.2. Conceito doutrinário do Direito; 1.3. Conceito tridimensional do Direito (Miguel Reale); 1.4. Relação da Ciência Jurídica com a Ciência Política a partir de Direito Público. Fonte de Estudo: Texto 1 Conceito Doutrinário de Direito (Positivista) “Direito é (1) um sistema(2) de normas coercitivas(3) que rege o agir do homem em sociedade(4) e objetiva a justiça e o bem comum(5). 1) Usou o verbo ser é porque é essencial; 2) Direito é um sistema, ou seja, é algo organizado e interligado. Para organizar esse sistema de normas (sistema jurídico) adotamos a Teoria da Hierarquia das Leis (Hans Kelsen), onde no topo da pirâmide está a Constituição (que vai criar todo o sistema e o Estado – lei suprema, lei máxima do Estado), depois vem as Leis Complementares, em seguida as Leis Ordinárias, etc, por último as Portarias. 3) Normas coercitivas � obrigatórias, imperativas (sanção/punição); 4) Reger o agir do homem em sociedade � 1ª finalidade do Direito; 5) Justiça e bem comum � Fim último do Direito (propósito final da lei). Conceito de Justiça: dar a cada um o que é seu por direito. Bem comum � bem de todos (maioria + minoria), maioria sem desprezar a minoria. É � SER � POSITIVISTA � POSTO � Virou letra/texto de lei SISTEMA DE NORMAS COERCITIVAS � organizado e interligado (Teoria da Hierarquia das leis – Hans Kelsen) Pirâmide Obrigatória Constituição Lei Complementar Lei Ordinária ....... Portarias Direito é: Sistema � Hans Kelsen (Hierarquia) Normas coercitivas � obrigatórias / imperativas Rege o agir � 1ª finalidade Justiça e bem comum � fim último do direito Conceito Tridimensional do Direito (Miguel Reale) O Direito é o somatório de Fato, Valor e Normas. O que alimenta o Direito são os fatos sociais, tudo que está acontecendo na sociedade (aconteceu na sociedade já recebe o nome de fato social), pois acontecendo o fato, vai ser classificado em bom ou ruim, então surgirá a norma permitindo ou proibindo. Fato Social � Fato Valor � que valor a sociedade atribui ao fato (isso é bom ou ruim) Normas � Leis O profissional do Direito deve ser 3D (Três Dimensões do Direito � Fato + Valor + Norma), pois aquele que só vê a Norma, vai ficar pra trás com a modernidade, pois temos sempre que avaliar o contexto todo (fatos e valor) e não apenas as normas. Entender a norma com o fato social, pois a sociedade muda e a norma tem que seguir junto com as mudanças sociais. O profissional do Direito deve ser claro, objetivo, preciso, certo, transparente. Não adianta falar complicado que ninguém entende. Direito = Fato (fato social) + Valor (Positivo e Negativo) + Norma (permitindo e proibindo) (Contra fatos não tem argumentos) ----------------------------------------------------------� evolução social O direito enquanto ciência é único e indivisível. Direito ou Ciência jurídica é una e indivisível. Ramificação meramente didática 1ª Divisão do Direito: Direito Natural Direito Positivo hoje é direitos humanos (o que não está na lei não está no mundo) 2ª Divisão do Direito: Direito Privado Direito Público Ex.: Dir.Civil Ex: Dir.Tributário “Jus Imperium” (vontade de ambas as partes) Subordinação Coordenada � horizontal Essa ramificação do Direito é para fins didáticos, organização mental, facilitando o entendimento de tantas normas jurídicas existentes e a sua aplicação prática. Árvore do direito Evolução social Direito = Fato + Valor + Norma Direito Privado ------------------- - Relação de livre e espontânea vontade (Volitivas); - Coordenação (as partes estão em pé de igualdade); - Horizontal; Ex.: Direito Civil (casamento, compra e venda, aluguel). Direito Público ------------------- - Relação onde o Estado está sempre presente (no polo Ativo) - O Estado vai participar a partir do que chamamos “Jus Imperium” (Imperatividade da Lei); - Obrigatórias; - Subordinação; - Verticais (cumpra, pois a Lei está mandando). Ex.: Direito Tributário Nessa árvore, teremos direitos que vão ficar no meio da árvore, ex;: Direito Penal, Direito Internacional, pois eles vão ser tanto de Direito Privado quanto de Direito Público, a depender da situação. Ex.: Direito Penal, vai ter ações que vão depender da minha vontade impetrar ou não (direito privado, ex.: violência doméstica), já vão existir outras que o Estado vai impor sua imperatividade, obrigatoriedade, não deixando essa opção (direito público, ex.: assassinato).OBS.: Não é a presença do Estado que vai caracterizar que o Direito é Público, mas a forma como o Estado participa dessa relação. O que vai definir é a relação de vontade (obrigatória-direito público ou voluntária-direito privado). Não tem como estudar o Direito sem entender o Estado, e quem estuda o Estado é a Ciência Política. Árvore do Direito Direito Público Direito Privado ESTADO “Jus Imperium” Obrigatórias Subordinação Vertical Volitivas Coordenação Horizontal Direito Internacional Direito Penal No Direito Internacional não tem direito posto para todos os Estados para todas as relações, então se houver um conflito e não tiver um tratado entre aqueles dois Estados conflitantes, mesmo se eles forem signatários da ONU, eles vão resolver o conflito a partir dos Direitos Humanos. Essa 1ª Divisão do Direito (da árvore didática) ainda é utilizada no Direito Internacional. Relação da ciência jurídica com a ciência política, a partir do direito público Pra eu entender Direito eu tenho que entende-lo em três dimensões (Fato, Valor e Norma). Entendendo as três dimensões eu percebo que o direito é muito grande, vai além das normas, pois ele é fato, ele é valor, então pra que eu possa entender o Direito eu entendi que a Ciência Jurídica vai ser ramificar em dois ramos: Direito Público e Direito Privado, logo para eu entender Direito eu preciso entender o Direito Público e o Direito Privado. Para eu entender o Direito Público eu tenho que entender o conceito de Estado. E quem estuda o Estado cientificamente é a Ciência Política. Logo, a partir do conceito de Direito, não tem como estudar Direito sem saber o conceito de Estado, pois em todas as relações públicas a figura do Estado estará presente, e para saber cientificamente o que é Estado você precisa da Ciência Política. Para entender o Direito eu tenho que entender o Direito Público. Para entender o Direito Público eu tenho que entender o Estado. Para entender o Estado eu tenho que entender a Ciência Política, daí a relação da Ciência Jurídica com a Ciência Política. Relação da ciência jurídica com a ciência política, a partir do direito público A ciência jurídica é uma e indivisível, mas ramifica-se didaticamente em direito público e direito privado. Sendo o direito público o ramo que o Estado sempre participa como “jus imperium” para compreendê-lo o Direito utiliza o conceito de Estado estudado pela ciência política. Conceito doutrinário de Estado (Dalmo de Abreu Dalari): Estado é uma sociedade política juridicamente organizada que objetiva justiça e bem comum. 4ª Aula (09/03/2017) 1) Ciência Política e a relação com as demais disciplinas (Continuação). 1.1 Hipóteses de não se viver em sociedade; 1.2 Ramos do Direito: Direito Privado x Direito Público e o conceito de Estado; 1.3 Elementos constitutivos do Estado. Fonte: Texto 1 – Sociedade e Direito Filmes indicados para fazer resenha: O Náufrago; O Conde de Monte Cristo; Papilon (trazer no dia da V1) "O homem é um animal político" – Aristóteles – Máxima Política (TESE) (Ordinário – comum) ser humano ser instintivo pólis de sociedade O homem é um animal político, na visão Aristotélica, entendemos que ele é um ser social, porque ele tem um impulso tanto instintivo (instinto) quanto racional (a razão), os dois vão atuar nas pessoas, desde o nascimento, para viverem em coletividade. As anti-teses tentando provar que se pode viver fora da sociedade não derrubaram a máxima política de Aristóteles, pelo contrário, só confirmaram. Apenas nessas três hipóteses abaixo, que são extraordinárias, é possível viver fora da sociedade. Duas pessoas convivendo juntas já é sociedade. Hipóteses de não se viver em sociedade (Extraordinárias): - Infortúnio (má sorte ou algo de força maior atua na nossa vida que nos retira dessa convivência social). Ex.: Coma, loucura, autismo absoluto, filme “O Náufrago”, onde Tom Hanks sofre um acidente aéreo e cai numa ilha e fica totalmente isolado da sociedade. Convivência social � é quando existe uma troca e existe uma evolução. Juntou dois semelhantes (ser humano com ser humano já é sociedade), exista a troca e a evolução. Fortuna, não quer dizer apenas dinheiro, mas significa também sorte. - Purgação (é quando a própria sociedade retira o indivíduo da sociedade, mas não é retirar pra colocar no presídio, pois mesmo os marginais estão numa sociedade própria deles, nos presídios. Não sendo exemplo de purgação o preso). Ex.: solitária (onde o indivíduo não tem contato com pessoa alguma, quem serve comida é surdo e mudo, pra não haver interessa alguma. Inclusive são hipóteses remotas que nos dias atuais se espera que não aconteça, pois os direitos humanos entende que esse tipo de privação causa o enlouquecimento da pessoa. - Elevação Espiritual (é quando a pessoa se sente tão preparada pra essa vida sozinha, pois tem uma solidez espiritual, então se isolam numa total clausula, apenas ela e o criador. A pessoa escolhe - volitiva – viver fora da sociedade). Ex.: As freiras na clausula, os monges no isolamento, eremitas. As três hipóteses são tão remotas, que no restante, não tem como vivermos fora da sociedade. Na vida em sociedade precisaremos das normas de conduta social, que são as normas costumeiras, morais, religiosas e jurídicas, e quando surge a norma jurídica surge o conceito de direito, e o direito para de fato garantir o seu objetivo que é a justiça ele precisava ser organizar, que hoje didaticamente é dividido em dois pólos: privado e público. Para estudarmos direito público precisamos do conceito de Estado, que esse conceito técnico, científico é dado na visão da Ciência Política. Conceito doutrinário de Estado: É(1) uma sociedade(2) política(3) juridicamente organizada(4) que objetiva justiça e bem comum(5). 1) Verbo ser = essencial (Sine Qua Non = sem o qual não) 2) Sociedade � formada por Pessoas que pensam / fruto da razão 3) Política � também significa Poder, além de Pólis ser sociedade. 4) Juridicamente organizada � através da Lei (seja democrático ou ditatorial, republicano ou monárquico, pois precisamos da lei pra saber que é proibido e o que é permitido fazer dentro da sociedade). 5) Justiça e bem comum � no Estado democrático, a justiça e o bem comum vai garantir que o bem comum é o bem de todos, já num Estado totalitário, o bem comum é a vontade do ditador, logo, quem vai determinar o “Modus Operandi” do que é “justiça e bem comum” é a vontade política. Estado = Elemento Pessoal + Elemento Espacial + Elemento de Poder Elemento Pessoal = Povo nacionais=brasileiros natos e naturalizados Povo # População # Nação Povo é o conjunto de indivíduos, ligados a um determinado território por um vínculo chamado nacionalidade. No conceito de povo estão incluídos os brasileiros natos e naturalizados. Distingue-se do conceito de população, pois neste incluem-se, além dos natos e naturalizados, os estrangeiros e os apátridas. Povo � Nascidos no território brasileiro, onde não inclui os estrangeiros. População � conceito numérico, do número de habitantes de um dado território. Engloba o povo mais os estrangeiros residentes no país. Nação � na teoria o Brasil é sim uma nação, pois possuímos território, falamos o mesmo idioma, somos um país laico (sem religião definida), e respeitamos as diferentes formas de crença, possuímos costumes e tradições, porém nós Brasileiros ainda não temos o espírito nacionalista de fato, pois ser uma nação não engloba apenas esses elementos citados. Podemos dizer que o Brasil pode ser considerado uma Nação em contínua formação, talvez ainda fragilizada por sua desigualdade social, sua extensão territorial econseqüente regionalismo. Porém, temos consciência de uma alma coletiva que permeia o povo brasileiro, que o faz aceitar e incluir os imigrantes que vieram dos mais distantes pontos do planeta para ajudar a compor a nossa identidade e que nos adotaram como solo para trabalhar e ganhar a vida, para crescer economicamente e como céu para projetar seus sonhos e plantar sua descendência, que o faz comemorar nas vitórias da nossa seleção brasileira, que nos faz ir as ruas gritar por justiça, por igualdade. Ainda temos muito que progredir como nação, mas com certeza estamos avançando. Elemento Espacial = território/solo (subsolo, mar territorial, espaço aéreo). O território é o que vai definir até onde vai o poder máximo do Estado, ou seja, sua soberania, logo os limites físicos de sua soberania vai depender de seus limites territoriais. No seu território o Estado é soberano. Elemento de Poder = soberania, poder, ordenamento jurídico Os conceitos de Estado podem ser apresentados, por vários autores da seguinte forma: Estado = Povo + Território + Poder / Soberania / Governo / Ordenamento Jurídico Todos estão certos, pois um desses elementos subentende os outros dois. Por exemplo, quando você fala Governo: Governo é o espaço institucional do exercício do poder soberano legitimado. Quando você fala em Ordenamento Jurídico, que é o sistema de lei, o sistema de lei vai criar uma definição de poder soberano e dizer como vai ser sua estrutura dentro do governo. Quando você fala Soberania, soberania é um poder exercido pelo Estado dentro de um governo exercido de uma forma legítima, mesmo que seja um governo ditatorial. ESTADO = POVO + TERRITÓRIO + SOBERANIA (PODER, ORDENAMENTO JURÍDICO, GOVERNO – COMBO, LEVANDO UM LEVA TODOS) Ciência Política não estuda apenas o Estado, pois pra chegarmos ao conceito de Estado, temos que conhecer as sociedades desde o seu início. O objeto de estudo é “Mutatis Mutandis”, ele muda com a mudança, vou aperfeiçoando o passado e vou acompanhando. A Ciência Política é a ciência que aborda teoricamente e empiricamente, ou seja, na teoria e na prática, tudo que estiver relacionado a sociedade e poder. 5ª Aula (16/03/2017) 1. Características Políticas do Estado Brasileiro e a Ciência Política; a. Forma de Governo b. Forma de Estado c. Regime de Governo Art. 1º (CF): A República (1) Federativa (2) do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados, Municípios e do Distrito Federal e constitui-se em Estado Democrático de Direito. 1) Formas de Governo a. República (Res=coisa / Publicus-pública (de todos) / responsabilidade social (pois todos devem zelar e cuidar da coisa pública, já que pertence a todos). No Brasil, a forma republicana significa dizer que a coisa é de todos, e vai gerar a responsabilidade social, pois se é público é de todos e todos têm responsabilidade em preservar. b. Monarquia (Rei) � na monarquia tudo é do rei (monarquia absolutista). Se for um rei bom (como na Inglaterra), ele tem poder legitimado e garante os direitos fundamentais do cidadão, que é a monarquia constitucionalista. “A República brasileira é uma viúva” (essa expressão era usada antigamente para simbolizar que a república brasileira era uma viúva, pois era coisa de ninguém, pois naquela época uma mulher quando ficava viúva ficava perdida, sem rumo, sem dono). Ou seja, era o trato da coisa pública sem ética. Locke � trouxe a ideia de Estado Liberal (pai do Estado Liberal) Art. 4º Livre iniciativa. Você é livre para tomar qualquer iniciativa, pra prosperar. Montesquieu � o Estado tem que estar em sintonia com a sociedade (espírito das leis, com a idéia da tripartição do poder – Poder Executivo, Legislativo e Judiciário). Rousseal � contrato social 2) Formas de Estado a. Federalista � desconcentração/descentralização de poder autônomo (se descentraliza apenas o poder autônomo. O poder soberano não se descentraliza). Num país muito extenso essa descentralização fará com que o poder se aproxime mais do povo e tenha mais rapidez e eficácia. Ex.: um buraco na sua rua você aciona a prefeitura, e vai atender as necessidades públicas mais rapidamente. (Brasil, Argentina e Estados Unidos são federalistas). b. Confederado � concentração de poder Soberania � é uma característica somente de quem tem povo, território e poder, ou seja, o Estado. No Estado existem dois poderes: soberano e autônomos, mas só o poder autônomo é que pode ser descentralizado. Pizza da Federação Brasileira Retalhos – Estados Calabresa – Municípios A massa – União Federal Retalho que não tem calabresa – DF Cidades satélites � não têm autonomia, por isso não são municípios. Autonomia - Política: 3 poderes - Administrativa � estruturar a sua máquina pública (cargos, órgãos, funções) - Financeira QUADRO DAS AUTONOMIAS: Poder Executivo Poder Legislativo Poder Judiciário União Presidência, vice, ministros Congresso Nacional Deputados Federais Juízes Federais Estados Governador, vice, secretários Assembleia Legislativa Deputados Estaduais Juízes Estaduais DF Governador, vice, secretários Câmara Distrital Deputados Distritais Não há Municípios Prefeitos, vice, secretários Câmara Municipal Vereadores Não há Executar a lei Criar a lei Julgar quando a lei não for cumprida. Autonomia Política – Montesquieu – Teoria da Tripartição do Poder. Harmonia, independência e equipotência. Ministros � É de Maquiavel (é o paredão que o Executivo vai se cercar para exercer e permanecer no poder. São pessoas da confiança do Chefe do Executivo. Deveria ser pela qualificação técnica, mas não é, e sim pela relação de confiança). Autonomia Administrativa � estruturar a sua máquina pública (criar cargos, órgãos, funções). Para criar cargos, órgãos e funções deve ser seguido o princípio da essencialidade da função. Autonomia Financeira � condição de se auto-sustentar (arrecadar, planejar, gastar) 6ª Aula (23/03/2017) 1. Características Políticas do Estado Brasileiro e a Ciência Política; a. Federalismo – Pacto Federativo b. Regime de Gover Termina o Texto 1 – Sociedade e Direito Art.1º: Esse artigo vai ser o pilar de toda a Constituição e é onde tudo começa. Princípio Fundamental, ou seja, entre as idéias constitucionais, tudo tem que seguir o artigo primeiro, pois ele é o farol que vai iluminar toda a Constituição e toda a pirâmide de Hans Kelsen, pois todas as leis tem que ser Republicanas, Federalistas e Democráticas. Desobedecendo a esses princípios ela está viciada, inconstitucionalidade, ferindo o artigo 1º da CF. - República � Forma de Governo (Rousseau e Montesquieu) (Coisa do povo) - Federativa � Forma de Estado (JJ.Madson e Montesquieu) - União Indissolúvel E, M, DF (União Fraternal) - Estado Democrático de Direito (Rousseau, Montesquieu e Locke) � Demos = Povo / Kratos = Poder Liberdade Igualdade Fraternidade (não está na nossa CF expressamente, veio da Francesa) Soberania Popular (soberania limitada e legitimada � limitada, pois o limite é imposto na própria lei e legitimada pois está prevista na lei) (O povo está no poder) Voto (“Voto não tem preço, voto tem conseqüência” – campanha do TRE), o principal instrumento do exercício máximo da soberania popular é o voto. Cidadania (os fundamentos do Estado Democrático de Direito é soberania e cidadania, onde cidadão é porque além de pagar impostos, você tem direitos políticos (voto), participação, controle, prestação de contas a sua condição quanto cidadão). Federação � vai girar em dois pólos: soberania e autonomia. Autonomia: Política Administrativa Financeira �é a autonomia que cada unidade da federação para possuir para se auto-sustentara partir do ciclo da atividade financeira (fiscal). De acordo com o autor Paulo de Barros Carvalho (de acordo com os Federalistas) não existe hierarquia entre as autonomias, porém a autonomia financeira é quem vai dar vida a federação, pois não adianta nada você ter uma autorização para ter autonomia política, ter condições para criar cargos, órgãos e funções se você não tem dinheiro para pagar conta de luz, salário de funcionários, etc., logo a gente precisa ter condições de se auto-sustentar. O Federalismo é pra ele criar Municípios e Estados que tenham condições de se auto-sustentar. CICLO DA ATIVIDADE FINANCEIRA (CICLO FISCAL) 1)Arrecadar � Receita Pública (Tributos) 2)Planejar: Orçamento Público - PPA (Plano Plurianual 4 anos o que se deseja fazer) - LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias, diretriz do que vai fazer) - LOA (Lei Orçamentária Anual, o que efetivamente será feito) 3)Gastar / Despender � Despesa Pública LRF 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) � veio para dar eficácia à LOA, deixando de ser apenas ficção, pois haverá punição para quem não fechar as contas da LOA (Fazer com que o ciclo financeiro se feche). Pacto Federativo (Pacto Fiscal) � pacto constitucional. É um acordo federativo, pois é feito entre os entes (unidades) da federação (Estados, Municípios e Distrito Federal). Esse acordo vai ter um espírito = união (espírito fraternal) ≠ predatório. O Pacto Federativo está definido na Constituição da República Federativa do Brasil (artigos 145 a 162) nos quais, entre outros temas, são definidas as competências tributárias dos entes da Federação, e os encargos ou serviços públicos pelos quais são responsáveis. Tem relação com os mecanismos de partilha da receita dos tributos arrecadados entre os entes da Federação, sendo exemplos desses mecanismos os Fundos de Participação dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios e os Fundos Constitucionais de incentivo ao desenvolvimento regional (Fundos Constitucionais do Norte, Nordeste e Centro- Oeste). Nicolau Maquiavel Início do Livro Clássicos da Política – Vol.1 1. Nicolau Maquiavel: Um cidadão sem fortuna e um intelectual de virtú. a. Acepções do termo: maquiavélico e maquiavelismo b. Apelidos c. Mito x obra d. Defensores de Maquiavel e. Desventuras de um Florentino Maquiavel: Um cidadão(1) sem fortuna(2) e um intelectual de virtú(3). 1)Cidadão � pessoas que vivem numa sociedade organizada (nessa época, a sociedade estava tão caótica que viviam se alternando entre Monarquia e República). E seja Monarquia ou República, ele viveu como cidadão, porém sem fortuna, ou seja, sem sorte. Essa má sorte esteve presente enquanto a península Italiana era Monarquia ou República, ele foi incompreendido pelos dois. 2)sem fortuna � sem sorte (infortúnio) 3)intelectual de virtú � virtú é o “eureka” (virtuoso), descoberta extraordinária. Intelectual é quem usa o cérebro (usa a inteligência), e todos nós somos. É quem faz o ordinário, mas intelectual de virtú faz o extraordinário, ou seja, cria algo fora do comum, faz coisas comuns de modo próprio dele, inventado por ele. Maquiavel é considerado o pai da ciência política, intelectual de virtú, porque dentro do seu livro “o príncipe” ele criou um método próprio, o “Método da verdade efetiva das coisas”, utilizando seu conhecimento científico. Ele nem sabia que estava criando ciência, mas estava. Até Maquiavel as pessoas estavam preocupadas em estudar a sociedade e o Estado ideal. Maquiavel disse que a realidade é assim, a Península Italiana é um caos, não tem como conseguir organizar a democracia, a República, só organiza se puxar as rédeas com força, e o Estado dizer que quem manda aqui sou eu, e vou organizar isso dessa forma, ou seja, ele foi dando esses lições chamadas de lições de maldade não porque espelhava sua ideologia, mas ele viu um contexto tão bagunçado que se não puxasse as rédeas dessa maneira nunca iria se organizar. A partir de Maquiavel, começamos a estudar o que se chama de “verdade efetiva das coisas”. Na época de Maquiavel, quem escrevia as obras, era como se estivesse sustentando o discurso, ou seja, achavam que ele defendia todas as idéias por ele escritas, por isso ele foi tão mal interpretado. LER: O CONTRATO SOCIAL DE ROUSSEU E O ESPÍRITO DAS LEIS. ENTENDER O TÍTULO DO LIVRO JÁ É QUESTÃO DE PROVA. 7ª Aula (30/03/2017) Continuação de Nicolau Maquiavel: 1. Nicolau Maquiavel: Um cidadão sem fortuna (sem sorte) e um intelectual de virtú (pois descobriu um método da verdade efetiva das coisas). a. Acepções do termo: maquiavélico e maquiavelismo b. Apelidos c. Mito x obra d. Defensores de Maquiavel e. Desventuras de um Florentino f. O tripé Maquiavélico: o indivíduo, o político e o autor. Maquiavel não era rico, não era da nobreza, não foi rei, apesar de ter escrito “O Príncipe”, o que o autor quis dizer no título que ele era “cidadão sem fortuna”, é que ele era sem sorte. A sociedade organizada (ser cidadão é viver em uma sociedade organizada), na época de Maquiavel, era tão rotativa, pois ora era República, ora era Monarquia, Monarquia mais severa, Monarquia mais branda e em nenhuma dessas fases, tanto na Monarquia quanto na República ele foi compreendido, em nenhuma dessas fases ele teve sorte. Nessas mudanças de poder o grande problema de Maquiavel foi que ele não se posicionou. Então os Republicanos diziam que ele era Monarca, e os Monarcas diziam que ele era Republicano. A Filosofia ficava preocupada com a sociedade ideal, só no plano das idéias, para Maquiavel não era assim, pra ele a realidade é essa, a realidade é dura, bagunçada, conflituosa, e pra resolver e organizar essa bagunça só seguindo essa cartilha (sua obra “O Príncipe” é quase uma cartilha para o príncipe se manter do poder). Ele nem sabia que estava fazendo ciência, mas ele conseguiu criar essa obra com conhecimento científico. Na obra “O Príncipe” ainda tem muitas lições que podem ser aplicadas nos dias atuais. a) Acepções do termo: Maquiavélico (adjetivo do senso comum) X Maquiavelismo (substantivo): Maquiavélico tem significados: esse adjetivo está presente em todos os idiomas, e está associado a: astucioso, interesseiro, ávido pelo dinheiro a qualquer custo, audácia ardilosa, manipulador, estrategista daquele sentido de que vale tudo pra se manter no poder. Maquiavelismo (substantivo) é uma corrente teórica, é uma linha teórica, onde a preocupação científica é “vamos estudar a verdade”, significa que está aplicando o método efetivo da verdade das coisas. Se disserem: sua tese está 100% maquiavélica, logo, você conseguiu juntar a verdade efetiva. Ele disse que pra se manter no poder tem que ter uma ética própria. Daí ficou associado a ele a frase “O fim justifica os meios”, mas ele nunca disse essa frase. No livro ele diz que o príncipe vai conduzir a sociedade e não vai proibir a religião, mas ela deverá ser subordinada ao príncipe. Com isso, a igreja Católica, que na época estava tentando assumir o poder, estava no processo de expansão, disse que tudo que estava associado a esse homem era do diabo e não de Deus. Ela levava os livros proibidos e dizia não leiam Maquiavel, não é de Deus. Daí, a Igreja Católica foi uma das responsáveis por disseminar essa fama de mal. Outra pessoa que foi responsável por espalhar essa má fama de Maquiavel foi Sheakspeare, na sua literatura clássica, pegou os personagens mais terríveis das suas peças e dizia que era Maquiavel, até chamava-o de “The Murderous” (assassino) e Maquiavel nunca matou ninguém. b) Apelidos Na reforma dos protestantes a Igreja Católica chamavam os protestantes de “discípulos de Maquiavel”. Tudo que era contra a igreja ela chamava “discípulosde Maquiavel”, associados ao diabo; Sheakspeare chamava-o “The Murderous” (assassino); A própria igreja católica também, por ele dizer que a religião estava subordinada ao príncipe, ela o chamava de “diabólico, nefasto, não de Deus”. c) Mito x obra Geralmente lembramos a obra do autor e não lembramos o nome do próprio autor. No caso de Maquiavel ocorreu o contrário, seu nome ficou mais conhecido que sua própria obra. Sua pessoa ficou mais famosa que sua própria obra. Por que dizem que o mito supera a obra? Porque o mito da pessoa diabólica, nefasta, interesseira, manipuladora, ardilosa caiu na “boca do povo”, ficou popular. Já a sua obra alguns até sabem, mas poucos leram, ou seja, a pessoa se sobressaiu a sua própria colaboração acadêmica, científica trazida na sua obra, no seu livro. d) Defensores de Maquiavel Ele chega num momento em que todo mundo estava escrevendo sobre a sociedade na seguinte perspectiva: “eu sonho em que a sociedade ideal é assim”. Ele diz: “a realidade é essa, só vai ter uma saída se o príncipe fizer isso..”. Três defensores de Maquiavel: Rousseau, Hegel, Spinoza. Pessoas que conviveram com Maquiavel, que observaram quem ele era, e o defenderam, pois sustentaram um discurso pelo que conheciam dele. Maquiavel não tem nada disso que vocês estão adjetivando. Ele apenas escreveu uma obra num momento em que não tinha liberdade de expressão. Na cabeça desses três defensores eles achavam que Maquiavel fingiu que deu lições ao príncipe, mas na verdade ele estava dando lições ao povo. Maquiavel sabia que todo príncipe é muito vaidoso, então se ele faz uma obra enaltecendo a soberania ilimitada do príncipe e dizendo como ele deve fazer para permanecer no poder, e dá ao príncipe e diz “aplica” e ainda mais com uma dedicatória bajuladora. O príncipe agradece a Maquiavel e coloca o livro na biblioteca da universidade. Os grandes intelectuais leram sua obra, eles disseram “essa obra não tem compromisso nenhum com os direitos humanos, o povo tem que ter medo do príncipe, relação de súdito, de medo”. Rousseau tem uma visão mais otimista de ver as coisas, e ele vai dizer que Maquiavel não tinha liberdade de expressão e por isso fingiu que deu lições para o povo estrategicamente pra cair nas mãos dos intelectuais e eles começarem a refletir e dizer que não aceitam esse tipo de príncipe que trata o povo como súdito, que tem que ter medo do príncipe (“vamos nos unir e derrubar o príncipe”). Hegel também estuda essa parte da sociologia, da construção social, do poder do povo, do empoderamento social, ele diz que não tem nada de diabólico em Maquiavel. O pai da ciência política morreu pobre, triste e sem saber a grande colaboração que ele fez pra humanidade, que foi ser o pai da Ciência Política nessas condições científicas. e) Desventuras de um Florentino Entendendo a Península Italiana da época: 1469 Características Mapa Político ___ Norte: Milão (Ducado – quase Reino) Veneza (República) ___ Centro: Estados Papais (Igreja Católica) Florença (Epicentro Político) Monarquia / República ___ Sul: Nápoles (Reino) Maquiavel nasceu em Florença, que era o epicentro (núcleo onde sai toda a força) político da península italiana. Existiam muitos conflitos, onde o tempo todo a França e Espanha querendo invadir a Itália. Nápoles e Milão eternamente em conflito. É nesse universo conflituoso que Maquiavel nasce. Cada Estado tinha características diferentes, pois uns eram Monarquia, outros eram República. O espírito social de cada sociedade era muito diferente. No Brasil temos as mesmas características políticas, somos todos soberanos (soberania popular), somos todos republicanos (o que for público é de todos em todo o país), somos uma democracia, e mesmo assim ainda não somos unidos. Sentimos na pele preconceitos dentro de nosso próprio país. Imagine um país com cinco Estados, onde cada Estado ou é Reino (monarquia) ou República ou Estados Papais, e que permite que cada Estado tenha características políticas diferentes, ou seja, a cultura, o desenvolvimento econômico, as estruturas institucionais em uma Monarquia é completamente diferente numa República, pois na Monarquia tudo é do Rei, na República tudo é de todos. Numa monarquia as pessoas tem uma postura social (ânimos social, espírito social) diferente, pois ou você ama o rei ou quer derrubá-lo do poder, já na República é algo mais participativo, quero entrar no poder, participar. A península italiana na época era: • Características políticas diferentes; • Conseqüentemente desenvolvimento econômico diferente; • Conseqüentemente valores sociais, culturas diferentes (a sociedade monárquica é engessada de uma forma, concentra, cada um no seu papel, a república é expandida, tudo é de todos). Nesse cenário vai nascer o menininho Maquiavel. f) Tripé Maquiavélico: o indivíduo, o político e o autor. Indivíduo � - pai advogado (educou Maquiavel) (o pai conhecia o que era certo, o que era moral e o que era legal, por ser advogado) - Movimento Humanista Com 12 anos ele tinha todos esses conhecimentos: - oratória (arte de falar bem); - retórica (arte de falar bem para convencer); - Latim, Grego; - 1º contato com todos os clássicos da Filosofia (TEORIA); - História (seu hobby) Autor Político Indivíduo � a construção de Maquiavel começa com a educação que ele teve na família. Ele foi criado pelo pai, que era advogado e o pai ainda participava de movimentos humanistas (se reuniam para discutir sobre a humanidade, proteger esses indivíduos). Por ser advogado, ele além de saber o que era certo, moral, assim como qualquer pessoa saberia, mas ele também sabia o que era legal, que estava na lei. Com essa educação, ele ensinou tudo a Maquiavel seguindo essa linha do certo, moral e legal. A educação foi tão boa que aos 12 anos Maquiavel apresenta um currículo diferenciado, sabendo tudo o que está descrito acima. Nessa fase dos 12 anos Maquiavel tem uma certeza na sua vida: (ELE ERA PRÉ-DESTINADO A FAZER PARTE E ESTUDAR O ESTADO). Ele ficou observando todos os conflitos na Península Italiana e estudando com a ajuda do seu pai até os 29 anos. Político � Aos 29 anos, ele recebe a primeira oportunidade de ser político, foi convidado a exercer o cargo de 2º Chanceler que equivale hoje ao cargo de Ministro das Relações Exteriores (Relações Internacionais – RI). Ele nasceu no reino de uma família sanguinária chamada Médices (os médices estavam fechados pra qualquer diálogo com os republicanos). Os Savanarola foram destituídos (tirados do poder) pelos Médices, que depois foram destituídos pelos Soderine (também era Monarquia, mas era uma Monarquia inteligente, pois eles queriam conhecer e entender os novos republicanos que estavam se espalhando pelo Europa, diferente dos Médices, que não queriam diálogo com os republicanos). Então os Soderine contratam Maquiavel para trabalhar pra eles exercendo o cargo de 2º Chanceler, para que ele pudesse representá-lo, viajar e conhecer esses novos republicanos para informar se isso era uma ameaça ou não. Um Chanceler tem que ter certas características, pois ele lidará com relações conflituosas, logo, ele tem que ser: • Pacificador; • Negociador; • Conhecimento geral profundo. Tudo isso Maquiavel tinha e por isso foi chamado para exercer tal função. Nessas viagens internacionais ele fez um grande amigo, um Papa Espanhol, chamado Vettori. Nessa época Maquiavel estava feliz trabalhando com relações internacionais. - Savanarola - Reino dos Médices - Soderine - Médices - Novos Republicanos Quando os Soderine foram distituídos pelos Médices, Maquiavel foi preso, processadopor subversão, multado, pois fazia parte do governo Soderine (trabalhava como 2º Chanceler). Quando ele estava preso ele começou a escrever cartas para várias pessoas que ele conhecia, inclusive para seu amigo Vettori (que era amigo dos Médices). Essas cartas viraram mais uma obra sua (Cartas à Vettori). Por influência de Vettori ele é conseguiu sua liberdade, porém ele ficou proibido de entrar em prédios públicos. Para ele isso era pior que a morte, pois ele estava pré-destinado a fazer parte e estudar o Estado. Autor � Depois que ele foi solto, mas não podendo mais entrar em prédios públicos, ele se auto-exilou (ele não foi exilado pelos Médices. Os Médices disseram que ele podia ficar onde quisesse, só não entrava mais em prédios públicos) numa cidade chamada São Caciano. Ele ficava apenas estudando, bebendo vinho e conversando. Ele fica observando a rotina da cidade, rotina campestre, então eram homens cortando lenhas, conversando nas praças, rotinas bem simples. Com esse ócio produtivo ele resolveu reler todos os clássicos da Filosofia. Foi nessa época que ele teve seu 2º Contato com todos os Clássicos da Filosofia (TEORIA) + combinou com a experiência pública de 2º Chanceler (PRÁTICA). Só que agora ele já tinha experiência de vida, já tinha estudado bastante, tinha sido Chanceler, trabalhado no Estado, tinha sido preso, processado, ou seja, foi outra visão que ele teve nesse segundo contato com os Clássicos da Filosofia, e sem querer aconteceu a “eureka” dele. Ele combinou essa leitura com sua experiência como 2º Chanceler (experiência pública), ou seja, somou sua teoria com sua prática, e sabia o que precisava escrever para que o príncipe continuasse no poder. Ele cria, dentro do seu livro “O Príncipe”, o “Método da Verdade Efetiva das Coisas”, que é um método que precisa de fundamentação teórica e variáveis práticas, na prática o que estou analisando. Ele, escrevendo esse livro, vai trazer uma verdade. Qual é a verdade? Primeiro ele observa que a sociedade tem características mutantes, ou seja, cada um com um característica política, cada um com seu desenvolvimento econômico, sua cultura, e essa era a realidade de Maquiavel. A crise na Itália era tão grande e muitas vezes a alternância entre os governos era de 4 meses. Então ele disse na obra “O príncipe” que iria dar condições de como você se manter no poder na península italiana naquela época. Diante daquele Estado caótico ele disse vamos começar a entender as pessoas que ali vivem e ele chegou a seguinte conclusão: todo ser humano tem uma natureza, e, segundo Maquiavel, a natureza humana é egoísta, interesseira, ávido pelo lucro. E disse que nem o mais alto clero se salva, todo mundo tem essa mesma natureza. Na seqüência ele diz o seguinte, esse ser humano vai entrar na política, e a pessoa que entra na política, que vive em sociedade, tem um conceito de moral e imoral, do que é ético (expectativa de conduta baseada nos valores da sociedade) e não é ético. Ele dizia que entrou na política, não adianta essa expectativa, pois a Política tem uma ética própria, que não é a ética da sociedade. Com essa frase, que até hoje é utilizada na nossa realidade, se a política tem uma ética própria e eu quero me manter no poder, é a política do vale tudo. Segundo Maquiavel, a relação que o príncipe tem que ter com o povo que ele chamava de súditos é: “É melhor ser temido que amado para não ser traído”. O medo impede a pessoa de trair. Ele não chama na sua obra, cidadão, povo, ele chama “súditos”, com esse tipo de relação de medo, ele não se posiciona a favor dos direitos humanos. Religião está autorizada, mas está subordinada ao príncipe. Maquiavel disse que nunca poderia ser permitida a propriedade privada, pois naquela época o poder estava no espaço territorial (contra a propriedade privada). Exército próprio, pois ele disse que precisava ser exército próprio e não contratar mercenários, pois eles poderiam traí-los. Tinha que chamar pessoas de confiança. Ministros confiáveis. Outras obras de Maquiavel: A história de Florença. Ninguém gostaria de morar num país assim, onde não há proteção de direitos humanos, a relação do príncipe com a sociedade é de medo, que a política tem uma ética própria. Ele escreve essa obra “O príncipe” por conta própria e faz uma dedicatória para o príncipe bastante bajuladora. Argumentações para defender que é deu lições para o príncipe: Essa dedicatória é um documento onde ele expressou sua vontade de dedicar seu livro para o príncipe, logo para muitas pessoas que lêem o livro e lêem a dedicatória vai afirmar que ele deu lições sim para o príncipe. As lições eram totalitaristas para o príncipe e com essa dedicatória funcionou, o príncipe se envaideceu e disse para Maquiavel ir trabalhar pra ele na Universidade de Florença, como pesquisador. Pediu pra ele escrever pra ele um livro sobre a história de Florença, principalmente pra contar sobre a vida da família do príncipe “os Médices”. Então Maquiavel sai do seu auto-exílio e vai trabalhar na Universidade, não estava totalmente feliz, pois o que ele queria era estar no Estado, mas já estava numa Universidade. Então, mais uma vez, os Médices são afastados pelos Novos Republicanos. Os Novos Republicanos não prendem ninguém. Maquiavel disse: eu trabalhei com Soderine (que era um soberano meio flexível), fui preso, pois acharam que eu tinha aspirações republicanas, tive que me exilar, então vou dizer aos republicanos que finalmente eles chegaram, deixa eu trabalhar com vocês. Eles disseram que Maquiavel não era nada republicano, que ele era monárquico, totalitário, estava trabalhando para os Médices na Universidade, escreveu um livro pros Médices com dedicatória. Maquiavel disse: os Médices pensam que eu sou republicano, os republicanos pensam que eu sou monárquico, totalitário. Então ele voltou pra vida antiga dele, seu auto-exílio e morreu incompreendido. Por que ele foi um cidadão sem fortuna? Ele é um cidadão sem fortuna, sem sorte, porque os Médices entenderam que ele era simpatizante da República e os Novos Republicanos que ele estava trabalhando pros Médices. Até hoje a gente não sabe se ele deu lições de vida para o povo ou para o príncipe por conta disso, pois a história da vida dele não aponta o caminho totalitário, e de repente ele escreveu uma obra, e foi aí que entrou a Ciência Política, e a Ciência Política disse que essa obra não está enviesando a postura dele, ele fez um estudo de casos, porém a dedicatória foi que confundiu todo mundo. Por que ele foi considerado o pai da ciência política? Maquiavel é considerado o pai da ciência política, intelectual de virtú, porque dentro do seu livro “O Príncipe” ele criou um método próprio, o “Método da verdade efetiva das coisas”, utilizando seu conhecimento científico. Ele nem sabia que estava criando ciência, mas estava. A Ciência Política entendeu que ele na verdade, independente da dedicatória contida no seu livro “O Príncipe”, ele fez um primeiro estudo de caso, foi o primeiro cientista político nessa forma científica de estudar. Maquiavel deu lições para o príncipe ou para o povo? 1º Posicionamento: Ele deu lições para o príncipe. Por conta da dedicatória, por conta da obra chamada “O Príncipe”, das lições e do emprego que lhe foi dado. 2º Posicionamento: Ele deu lições para o povo. Pela sua história de vida, ele era republicano, como não tinha liberdade de imprensa, então ele fingiu que dava lições para o príncipe, mas na verdade ele estava dando lições ao povo, para que eles não aceitassem um príncipe totalitário, onde o povo era súdito. 3º Posicionamento: Ele não deu lições nem para o povo nem para o príncipe. Pois na verdade foi um estudo de caso feito na época, que hoje a gente entendecomo o estudo da Ciência Política, que ele é considerado o pai, devido a esse seu estudo de caso. 4º Posicionamento: Ele não deu lições nem para o povo nem para o príncipe. Pois ele era tão pré-destinado a estar no Estado e estudar o Estado que o que ele queria era estar no Poder, não importa quem estivesse lá, seja republicano ou monarca. Então na verdade ele era o grande interesseiro da história. Questionário de fixação e revisão para a V1. (OBS.: Esse resumo é de autoria da aluna Maria Aparecida S S Silva para fins meramente didáticos, podendo conter erros, sendo proibida expressamente sua comercialização.) 1) O que é ciência afinal? Ciência é partir de teoria no plano da ideia e provar na prática, no mundo real. O cientista vai criar uma teoria, pensar sobre ela, criar a teoria no plano da ideia e na prática provar, trazer pra realidade. O real é uma verdade, e pra gente elas aparecem quando eu uso os sentidos. O cientista precisa da física pra provar sua teoria. O cientista vai sair da teoria pra provar, sempre com uma fundamentação teórica (qual o teórico que você vai utilizar) para uma comprovação empírica (empirismo é o uso da experiência, fazer na prática e sentir que isso existe). O cientista é a realidade, a verdade. O problema dos cientistas é que ficam tão envaidecidos com sua descoberta que valorizam muito sua parte empírica, mas não valorizam sua fundamentação teórica, no resultado e no reconhecimento. Para o cientista não existe hierarquia entre a teoria e a prática. A teoria e a prática se combinam. O verdadeiro cientista busca com a fundamentação teórica explicar a prática. 2) Qual o objetivo de estudo da Ciência Política? A Ciência Política é a ciência que aborda teoricamente e empiricamente, ou seja, na teoria e na prática, tudo que estiver relacionado a sociedade e poder. O objeto de estudo da Ciência Política é “Mutatis Mutantis”, ele muda com a mudança, está sempre aperfeiçoando o passado e acompanhando as mudanças atuais ocorridas na sociedade. Ele tem começo e não tem fim, pois está sempre buscando um modelo de organização, dentro da realidade, que garanta bem comum, justiça, paz social. Para entendermos a Ciência Política, temos que estudar desde as primeiras noções de sociedades. 3) Qual a semelhança política entre a sociedade racional e a irracional? A semelhança política entre as duas sociedades racional e irracional é que ambas possuem a força que os tornam seres sociais, que é o instinto. O instinto de ambas dizem que para sobreviverem devem estar juntos dos seus semelhantes. 4) Como se explica a evolução da Lei da Força? O homem antes era instinto, primitivo, selvagem, que se comportava de forma irracional, seguindo apenas seus instintos e utilizando sempre a Lei da Força, ou seja, que vença o mais forte fisicamente. Depois que ele deixa de ser nômade e passa a se fixar ele passa a desenvolver o processo cognitivo, ele começa a perceber que se ele morar nas regiões ribeirinhas irá desenvolver alguma coisa no solo, que será chamada de agricultura e que serve para ele se alimentar, se ele estiver juntos dos seus semelhantes ele começa a viver mais e melhor, então ele percebe que viver em sociedade é algo bom e prazeroso. Nessa fase em que ele está na construção do processo cognitivo, saindo do neolítico, ele começa a se incomodar com a utilização da Lei da Força. Ele começou a criar mecanismos que freiem a lei da força. Surge nessa época as primeiras noções de direito de família, direito de sociedade, pois aquilo que é meu ninguém pode tirar. Na época das cavernas o homem tinha medo apenas de quem era mais forte fisicamente que ele. A sociedade foi evoluindo, e não tenho medo apenas do mais forte, e sim, do mais rico, do mais sabido, do mais armado, enfim, foram surgindo novas forças que desarmonizaram a sociedade, e que precisavam ser freadas. A eterna busca da sociedade é para impedir que a Lei da Força prevaleça, seja ela física, econômica, bélica, política, da inteligência. A principal força que organiza a sociedade é a FORÇA DA LEI. Estamos pensando no mecanismo de dar eficácia à LEI. 5) Explique as seguintes normas de conduta social, normas costumeiras, normas morais, normas religiosas e normas jurídicas. a) Normas costumeiras - colocar-se de frente a sociedade, mas não terá força para frear o mais forte. Ex.: furar fila. b) Normas religiosas - crença. Ex.: aborto c) Normas morais – consciência d) Normas jurídicas – coercibilidade (força para se fazer valer”. Sanção, pena, punição). 6) Em que e por que as normas jurídicas se destacam frente as demais? A norma jurídica é diferente das outras normas pois ela tem COERCIBILIDADE, que é a força para se fazer valer. As outras normas não tem coercibilidade, pois não há punição, já a norma jurídica tem sanção (pena, punição). 7) Explique a relação da Ciência Jurídica com a Ciência Política a partir do pensamento “UBI HOMMINIS, IB SOCIETAS, UBI SOCIETAS, IBI JUS”. “UBI HOMMINIS, IB SOCIETAS, UBI SOCIETAS, IBI JUS”. “Onde está o homem, está sociedade, onde está sociedade está o DIREITO.” (Ciência Política) (Ciência Jurídica) A Ciência Política é a base do direito. Não tem como estudar o Direito sem entender o que se passa na sociedade (entender o que se passa na sociedade é o objeto de estudo da Ciência Política). Segundo Aristóteles, o homem era um animal político porque vivia em sociedade, mas a sociedade irracional também é guiada por esse instinto de coletividade. A diferença entre a sociedade irracional da sociedade racional é que o homem é um animal político porque sente, porque sabe, pelo instinto e pela razão, e a razão faz com ele construa as normas de conduta social, cuja primeira não foi a norma jurídica, foram normas costumeiras, as normas religiosas, as normas morais. Chegando na norma jurídica ele percebe que precisa da lei pra organizar a sociedade, logo onde estiver o homem está a sociedade e onde estiver a sociedade está o Direito (“UBI HOMMINIS, IB SOLIETAS, UBI SOLIETAS, IB JUS”) A frase traduzida diz que onde há o homem há sociedade e onde há sociedade há justiça. Reflete que o homem é um ser social e não vive sozinho, exceto por infortúnio, expurgação ou retiro espiritual. A sociedade criou o Estado para organizar seus interesses e a Ciência Política tem como objeto de estudo o Estado. Enquanto a Ciência Jurídica visa criar normas coercitivas e legitimadas para atingir o bem comum e a justiça para a sociedade. O ser humano para evoluir precisou viver em grupo, além da sua característica instintiva de ser social. Em bando ele produzia mais ao dividir as tarefas e tinha segurança contra seus predadores, mesmo que isto indicasse a perda de privilégios, liberdade e redução de seu patrimônio. Pela sua percepção e observação surgiu a razão acima do instinto. O resultado foi conduta, regras, estabelecidas para o bem do grupo. O fazer o que queria, a qualquer hora, gerava conflitos que eram punidos com alguma sanção. Disserte, cientificamente, sobre uma sociedade anárquica, sem lei. Uma sociedade anárquica é utopia porque para tudo precisamos de regras de conduta, com o objetivo de viver e desfrutar de uma vida em sociedade. A lei é o termo que normatiza a boa convivência para a evolução social. 8) Conceitue Direito e explique: sistema, normas coercitivas e finalidades. “Direito é um sistema de normas coercitivas que rege o agir do homem em sociedade e objetiva a justiça e o bem comum”. Direito é um sistema, ou seja, é algo organizado e interligado. Para organizar esse sistema de normas (sistema jurídico) adotamos a Teoria da Hierarquia das Leis (Hans Kelsen), onde no topo da pirâmide está a Constituição (que vai criar todoo sistema e o Estado – lei suprema, lei máxima do Estado), depois vem as Leis Complementares, em seguida as Leis Ordinárias, etc, por último as Portarias. Normas coercitivas � coercitivas, pois são normas obrigatórias, imperativas, que são não cumpridas geram uma sanção/punição. A 1ª finalidade do Direito é reger o agir do homem em sociedade. Fim último do Direito (propósito final da lei) é a justiça e bem comum. 9) Qual a diferença entre o Direito Público e o Direito Privado? No Direito Público o Estado está sempre presente no polo ativo, participando com o que chamamos “Jus Imperium”, que é a imperatividade da Lei, ou seja, há uma relação de subordinação, onde o Estado dita as regras e o outro polo da relação (passivo) cumpre. A relação é de obrigatoriedade, subordinação e vertical. A Lei manda cumprir e você não tem opção. Ex.: Direito Tributário. Já no Direito Privado, a relação é de livre e espontânea vontade (volitiva), de coordenação, horizontal, ou seja, as partes estão em pé de igualdade. Ex.: Direito Civil (eu tenho um imóvel pra alugar, mesmo que seja o Estado quem queira me alugar, eu alugo se quiser). 10) Explique a relação da Ciência Política com a Ciência Jurídica a partir do Direito Público. A ciência jurídica é uma e indivisível, mas ramifica-se didaticamente em direito público e direito privado. Sendo o direito público o ramo que o Estado sempre participa como “jus imperium” para compreendê- lo o Direito utiliza o conceito de Estado estudado pela ciência política. 11) Defina Estado e explique seus elementos constitutivos. Estado é uma sociedade política juridicamente organizada que objetiva justiça e bem comum. Para George Jellinek, em Teoria Geral do Estado: “O Estado é a corporação de um povo assentado em um dado território e dotado de um poder originário de mando”. Os elementos constitutivos do Estado são: elemento pessoal (povo), elemento espacial (território) e elemento de poder (soberania). Povo � Deve-se compreender como povo o conjunto dos indivíduos que, através de um momento jurídico, se unem para constituir o Estado, estabelecendo com este um vínculo jurídico de caráter permanente, participando da formação da vontade do Estado e do exercício do poder soberano. Território � O território estabelece a delimitação da ação soberana do Estado. Soberania � una, indivisível, inalienável e imprescritível. Ela é una porque não se admite num mesmo Estado a convivência de duas soberanias. É indivisível porque, além das razões que impõem sua unidade, ela se aplica à universalidade dos fatos ocorridos no Estado, sendo inadmissível, por isso mesmo, a existência de várias partes separadas da mesma soberania. A divisão de poder nada mais é que uma distribuição de funções e não uma divisão da soberania. Ela é imprescritível porque jamais seria verdadeiramente superior se tivesse prazo certo de duração. Estado = elemento pessoal (povo) + elemento espacial (território) + elemento de poder (soberania) 12) Defina justiça e bem comum. Justiça é dar a cada um o que é seu por direito. Bem comum é bem de todos, ou seja, maioria sem desprezar a minoria (maioria + minoria). 13) Explique as características políticas do Estado Brasileiro Art.1º CF República, democracia e Federação. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos... Democracia é o regime político em que a soberania é exercida pelo povo. O Brasil é um país democrático, pois elegemos nossos representantes por meio do voto. O Estado Brasileiro tem como forma de Estado a Federação, ou seja, ele é um Estado Federativo, formado pela união indissolúvel dos seus membros, que são a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. O conceito de forma de governo está relacionado com a maneira como se dá a instituição do poder na sociedade e como se dá a relação entre governantes e governados. Se a forma de governo for caracterizada pela eletividade e pela temporariedade dos mandatos do Chefe do Executivo, teremos a República; caso estejamos diante de um governo caracterizado por sua hereditariedade e vitaliciedade, teremos a Monarquia.” O Brasil adota a forma republicana. A forma com que se dá a relação entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo no exercício das funções governamentais consubstancia outro importante aspecto da organização estatal. A depender do modo como se estabelece esse relacionamento, se há uma maior independência ou maior colaboração entre eles, teremos dois sistemas (ou regimes) de governo: o sistema presidencialista e o sistema parlamentarista.” O Brasil adota o regime presidencialista. Disserte sobre a democracia no Brasil: Apesar de todos os problemas enfrentados no nosso país vivemos uma democracia, pois podemos falar e pensar livremente, assumindo nossos atos. Temos liberdade de crença e religião garantidas em nossa Constituição. Liberdade de ir e vir, em todo território brasileiro. Elegemos nossos representantes pelo voto. Nossa Constituição Federal foi promulgada, dentre tantas outras conquistas asseguradas em nossa Constituição, garantindo que somos um país democrático. Fonte de estudo básica: texto 1 Texto Sociedade e Direito
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