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OLIVEIRA, A.F.M. et al. O processo de domesticação no comportamento dos animaisde produção. PUBMET, Londrina, V. %, N. 31, Ed. 178, Art. 1204, 2011 FICHAMENTO O artigo é uma revisão que discute o efeito da domesticação nos comportamentos reprodutivo, materno, alimentar e social dos animais de produção, com três objetivos: Comparar as algumas definições de domesticação; Descrever os fatores que a influenciaram; Descrever o comportamento reprodutivo, materno, alimentar e social desses animais. As reações emocionais dos animais em relação ao homem, como: a tendência de fuga ou da agressão, historicamente, influenciaram na escolha das espécies para ser domesticadas. Assim, ovelhas e cabras, suínos, bovinos (consequência de procura de alimento protéico por parte do homem), suínos, burro, cavalo, búfalos, camelo, ihama, alpaca e vincunha, foram domesticados nessa ordem. A domesticação resultou em perda de comportamento do repertório das espécies e adicionou novas características a estes animais de produção: Aumento da variabilidade da cor; Pedomorfose; Redução do cérebro; Docilidade; Maturação precoce. Mas os efeitos do processo de domesticação nas diversas espécies não são idênticos. Definições de domesticação: A domesticação é mais do que amansar os animais, podendo ocorrer sem consenso e esforço por parte do homem. Domesticação é um processo de adaptação de uma população selvagem às condições de cativeiro, combinado com um processo de mudanças genéticas ao longo das gerações. Por exemplo, ela pode aumentar a fecundidade e levar a modificações como atrofia de certos órgãos. Refere-se ao convívio de um animal em casa sob o domínio do homem ou criado e reproduzido em cativeiro e de mansidão natural para uma utilidade ou serviço. É o resultado de um mutualismo, uma dependência recíproca entre os humanos e espécies domesticadas. É adaptar o comportamento do animal para ajustá-lo às necessidades do homem. Animais domésticos: Os animais domésticos são os que estão sob o domínio do homem, não individualmente, através das gerações. Devem apresentar e passar aos seus descendentes os seguintes atributos: Sociabilidade: viver em grupos Mansidão: ausência do instinto selvagem hereditariedade Fecundidade em Cativeiro: perpetuação da espécie em cativeiro Função Especializada: como carne, leite ou lã Facilidade de adaptação Ambiental: mudanças de ambientes, que são comuns durante a domesticação. Critérios para selecionar animais para ser domesticados: Animais que vivem em grupos sociais Animais que apresentam hierarquia social Animais que apresentam liderança Machos ficam frequentemente separados do grupo das fêmeas Apresentam pequena distância de fuga Fácil adaptação ao ambiente Apresentar dieta diversificada Possuir baixa agilidade Fatores que influenciaram no comportamento e nos mecanismos inatos do processo de domesticação: Troca de ambiente natural por ambiente artificial; Seleção genética Mecanismos seletivos atuantes na domesticação: Seleção artificial intencional ou não; Diminuição da pressão seletiva; Endocruzamentos e a restrição de trocas gênicas, diminuindo a variabilidade gênica. Os efeitos da domesticação: Morfológicos, devidos ao relaxamento da seleção natural e dos predadores: a cabeça e o tamanho do cérebro diminuíram os órgãos do sentido ficaram menos aguçados do que nos animais selvagens. Em bovinos: redução contínua no tamanho do corpo, embora sem mudança na forma do corpo. Comportamentais: Mudanças associadas à cópula, nascimento, cuidado materno, amamentação e que são fruto do manejo zootécnico, que inclui: confinamento em piquetes, currais ou baias; a segregação sexual; as coberturas controladas; os partos por cesariana; a desmama forçada; a proximidade imposta com outros indivíduos; e a inevitável presença de humanos, cães e maquinaria ou equipamentos. Cópula: Bovinos: fato deles serem poligâmicos foi um dos fatores que determinou a domesticação; os selvagens apresentavam atividade reprodutiva sazonal. Bubalinos: o comportamento sexual das búfalas selvagens e as domesticadas não difere. Ovinos: as domésticas são menos sazonais que as selvagens, mas a maioria das raças domésticas ainda retém um padrão sazonal significativo. Perderam os rituais do comportamento sexual dos animais selvagens (escolha de companheiros e de corte) e ficaram mais juvenis. Cuidado materno de animais domesticados: Não ocorre o isolamento das fêmeas durante a parição e pós-parto; Aumenta a vocalização dos filhotes; Os filhotes demoram mais em ficar de pé e dar a primeira mamada; A habilidade materna não foi alterada. Fisiológicos: mudanças nas respostas endócrinas e no ciclo estral dos animais de produção como bovinos, ovinos e suínos. Comportamento alimentar Estratégia de alimentação dos animais domésticos: Alimentação de fácil acesso e uniforme; Água oferecida de forma suficiente; Pouco gasto de energia Comportamento social dos animais domésticos Estrutura do grupo: • Grupos sociais grandes, estrutura hierárquica estável • Não territorial Interação entre pais e jovens: • Precocial • Definido o período imprinting • Femeas aceitando filhotes de outra fêmeas Resposta aos humanos: • Distância de fuga pequena • Tolerante a mudanças ambientais Outras: • Adaptação • Dietas não especificas • Agilidade limitada
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