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OLERICULTURA TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA

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e-Tec BrasilAula 1 | Bonitas, saborosas e saudáveis – Introdução à olericultura 5
Aula 1 | Bonitas, saborosas e 
saudáveis – Introdução 
à olericultura
Meta da aula
Apresentar conceituações, características e peculiaridades da •	
atividade de exploração de hortaliças.
Objetivos da aula
Após o estudo desta aula, você deverá ser capaz de: 
1. relacionar as definições dos termos “hortifrutigranjeiro”, “frutas, 
legumes e verduras” aos seus usos científico e popular;
2. avaliar, em uma situação hipotética, se uma atividade olerícola 
é um bom negócio ou não.
 
Olericultura, horticultura, fitotecnia, olerá-
ceas: que termos estranhos!
Agropecuáriae-Tec Brasil 6
Herbáceas
Designação das plantas 
cujos caules não possuem 
(ou possuem pouca) 
consistência rígida, de 
madeira.
Glossário
Como vimos na história em quadrinhos, em nosso dia a dia empregamos um 
linguajar popular. Todavia esse linguajar poderá ter significados diferentes 
para cada pessoa e local, daí a necessidade de se ter um linguajar único que 
expresse o mesmo significado para quem diz e para quem ouve. Assim é que 
surgiu o linguajar científico. Nesta aula, veremos o uso de linguajar popular 
e linguajar científico relacionado às hortaliças.
Origem e significado dos termos
Olericultura é um termo derivado da junção de duas palavras do latim: oleris, 
(substantivo), que significa “herbáceo”, e colere (verbo), que quer dizer “culti-
vo”. Olericultura, portanto, é um termo técnico-científico que trata do ensino, 
da pesquisa e do cultivo de espécies vegetais, essencialmente herbáceas, que 
são destinadas à alimentação.
e-Tec BrasilAula 1 | Bonitas, saborosas e saudáveis – Introdução à olericultura 7
Essas espécies vegetais são denominadas oleráceas, olerícolas ou simplesmen-
te hortaliças, e quem as cultiva (ou produz) são os olericultores. Assim, todos 
esses termos estão corretos e são apropriados para uso no meio científico.
Fonte: http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download& 
id=1154421 Imagem está sob licença: http://www.sxc.
hu/help/7_2
Figura 1.1: Vegetais como a cebola, o rabanete, a salsa, a cebolinha e a alface são 
chamados de oleráceas ou hortaliças.
Popularmente, as hortaliças têm sido denominadas “verduras” e “legumes”, 
substantivos pouco esclarecedores cientificamente, embora o primeiro nos 
remeta à vaga ideia de órgãos vegetais moles e de coloração verde (as fo-
lhas) e o segundo aos demais órgãos (fruto, tubérculo, rizoma, raiz tuberosa 
etc.). Desse modo, comparando os termos hortaliças, legumes e verduras, o 
primeiro é o mais apropriado para utilização tanto no meio popular, devido à 
sua alta aceitação pela população, quanto no meio acadêmico e científico.
E horticultura, hortifrutigranjeiro?
Todas as ciências possuem uma série de áreas, divisões e subdivisões de es-
tudo, dependendo do objeto investigado. A grande área responsável por 
estudar os cultivos, os usos e as aplicações dos vegetais na indústria e na 
economia doméstica é chamada “fitotecnia”.
A horticultura, por sua vez, é uma divisão da fitotecnia, e esse termo deriva 
do hortus medieval, significando o cultivo de plantas em ambientes cercados 
(hortas, pomares ou jardins), como era realizado na Idade Média.
Tubérculo
Tipo de caule modificado 
que possui substâncias 
de reserva, geralmente 
subterrâneo, suculento e 
volumoso. Exemplo: batata.
Rizoma
Apesar de possuir, às vezes, 
aspecto de raiz, é um 
tipo de caule modificado, 
geralmente subterrâneo, 
horizontal e rico em 
substâncias de reservas. 
A distinção básica entre 
tubérculo e rizoma é a 
presença, neste último, de 
resíduos de bainhas foliares 
(parte da base da folha que 
envolve o caule, dando a 
impressão de segmentos 
(nós e entrenós). Exemplo: 
taro, gengibre.
Raiz tuberosa
É uma raiz modificada 
que, da mesma forma 
que tubérculos e rizomas, 
acumula substâncias de 
reserva. Todavia, como 
raiz, caracteriza-se por não 
apresentar gemas e, portanto, 
não pode ser empregada 
na propagação das 
espécies. Exemplo: cenoura, 
mandioquinha-salsa.
Glossário
Agropecuáriae-Tec Brasil 8
Assim, a horticultura estuda a produção econômica dos vegetais cultivados em 
áreas não extensivas. Esses produtos vegetais, dentre outros nomes já citados 
(hortaliças, por exemplo), são chamados popularmente de “hortifrutis”; outro 
termo parecido, também muito usado, é “hortifrutigranjeiros”, que se refere, 
além dos produtos das hortas e dos pomares, aos das granjas. É como uma 
subdivisão da horticultura que surgiu a nossa disciplina, a olericultura.
A Figura 1.2 ilustra as divisões e subdivisões (ou ramos) da fitotecnia, de-
monstrando que o termo “horticultura” engloba várias outras atividades 
hortícolas, dentre elas a olericultura.
Grandes culturas = Grãos, fibras e estimulantes
Olericultura → Hortaliças
Fruticultura → Fruteiras
Floricultura → Flores
Fitotecnia Horticultura Jardinocultura → Plantas ornamentais
Viveiricultura → Mudas em geral
Condimentares → Condimentos
Medicinais → Medicinais
Cogumelos 
comestíveis
→ Cogumelos 
comestíveis
Silvicultura = Espécies florestais
Forragicultura = Pastagens e forrageiras
Fonte: Filgueira, 2008.
Figura 1.2: Divisões e subdivisões (ou ramos) da fitotecnia.
e-Tec BrasilAula 1 | Bonitas, saborosas e saudáveis – Introdução à olericultura 9
Atividade 1
Atende ao Objetivo 1
Fonte:http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Whole_Foods_Market,_
Interior.jpg
Licença: Creative Commons Attribution ShareAlike 3.0 Licence
http://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0/
Você lembra que, em nossa história, lá no começo da aula, o Seu Manoel 
tem um mercadinho onde vende hortifrutigranjeiros? Lembra, também, que 
Maria prefere fazer compras na seção dos FLV do hipermercado?
Agora, com base no que você leu na aula sobre as terminologias agrícolas, 
responda:
O que será que poderemos encontrar no mercadinho do Seu Manoel e a) 
na seção dos FLV do hipermercado?
Esses termos estão corretos?b) 
Agropecuáriae-Tec Brasil 10
Espécie
Os biólogos possuem pelo 
menos três formas de 
definir espécies, sendo a 
mais usada a classificação 
de um grupo de indivíduos 
que têm características 
genéticas semelhantes e 
podem reproduzir-se entre si, 
gerando descendentes férteis.
Cultivar (cv.)
Termo derivado do inglês 
cultivated variety (= variedade 
cultivada). Recentemente, 
tem sido utilizado para indicar 
variedade com maior interesse 
na exploração comercial.
Glossário
Explorando hortaliças
A atividade olerícola apresenta peculiaridades que a distingue das outras 
atividades fitotécnicas apresentadas na Figura 1.2, principalmente daquelas 
não pertencentes à horticultura. Dentre essas, temos:
uso intensivo dos fatores solo, mão de obra, insumos e água;•	
elevada produtividade;•	
pequena área física ocupada;•	
elevada renda por área cultivada;•	
muito tempo despendido com colheitas, preparação e comercialização;•	
atividade de alto risco.•	
Uso intensivo dos fatores solo, mão de obra, insu-
mos e água
Soloa) 
No cultivo de hortaliças, há o uso intensivo do solo. Existem duas razões para 
que isso ocorra:
As hortaliças apresentam, em sua maioria, um ciclo cultural relativamen-1. 
te curto (com duração de 3 a 4 meses; hortaliças como o rabanete, por 
exemplo, tem ciclo de apenas 25 dias).
Há um grande número de espécies de hortaliças, e, dentro de uma mes-2. 
ma espécie de hortaliça, muitos cultivares adaptados às variações climá-
ticas ao longo das estações do ano.
e-Tec BrasilAula 1 | Bonitas, saborosas e saudáveis – Introdução à olericultura 11
A Lei de Proteção de Cultivares ao alcance de um clique
Os cultivares de interesse econômico são registrados no MAPA (Mi-
nistério da Agricultura,Pecuária e Abastecimento), conforme a Lei 
nº 9.456, de 25 de abril de 1997, que instituiu a Lei de Proteção 
de Cultivares.
Quer saber mais sobre o Serviço de Proteção de Cultivares? Acesse 
o endereço eletrônico http://www.agricultura.gov.br/. Após, siga 
estes passos: entre em “Serviços”, “Proteção de Cultivares” e fi-
nalmente “Legislação”.
 
Dessa forma, em uma mesma área de solo, poderá haver cultivo com horta-
liças diversas durante todo o ano. Portanto, na exploração de hortaliças não 
há um ano agrícola (a produção ou safra agrícola obtida em um ano, o qual 
normalmente se inicia na primavera e termina no outono/inverno), mas há a 
maximização do uso da terra.
A maximização do uso da terra tem sido possível, em especial, devido ao au-
mento da mecanização nos trabalhos agrícolas. Embora interessante em ter-
mos de produção de alimentos, o uso intensivo de máquinas e de equipamen-
tos não bem dimensionados pode resultar em sérios problemas ambientais.
Dentre esses problemas, podemos citar a perda de solo por erosão laminar 
em locais de maior declive. Essa erosão ocorre devido à formação do pé 
de grade, ou seja, de uma camada de solo impermeável à água formada 
pela compactação do solo. Essa camada impermeável se encontra abaixo 
da camada de solo revolvida pela passagem de arado, grade ou de enxada 
rotativa sempre à mesma profundidade.
Erosão laminar
Definida como a remoção de 
solo da superfície do terreno 
pela ação da água de chuva 
e/ou de irrigação.
Glossário
Agropecuáriae-Tec Brasil 12
Jo
sé
 M
ar
ia
 B
re
da
 J
ún
io
r
Figura 1.3: Dois exemplos de erosão laminar promovida pelo uso excessivo de má-
quinas agrícolas em solo de topografia acidentada. Esse solo é cultivado com horta-
liças, em São José do Rio Pardo, SP. Note o pé de grade (solo compactado abaixo da 
camada arada).
Mão de obrab) 
No cultivo de hortaliças são utilizados muitos tratos culturais (práticas de 
cultivo, como a poda, exigidas pelas culturas agrícolas) artesanais impossí-
veis de serem mecanizáveis. Portanto, por serem realizados manualmente, 
implicam elevado gasto com mão de obra. Estima-se que, no cultivo do 
tomateiro, por exemplo, destinado ao consumo in natura (tomate de mesa), 
há um gasto médio de 800 DH/ha.
Embora esse gasto com mão de obra contribua para o aumento do custo de 
produção, o cultivo de hortaliças se torna importante atividade no aspecto 
social. Isso porque, além de gerar alimentos saudáveis, também promove 
postos de trabalho, evitando o fluxo das pessoas para as cidades.
M
ar
co
 A
nt
ôn
io
 L
uc
in
i
Figura 1.4: Implantação da cultura de alho no Cerrado brasileiro. Note a grande quan-
tidade de mão de obra envolvida no plantio, sendo este todo manual.
DH/ha
Dias Homem por hectare; 
1 DH corresponde à jornada 
de trabalho de um dia de 
um trabalhador rural; 
ha = hectare; 1 ha 
corresponde à área 
de 10.000 m2.
Glossário
e-Tec BrasilAula 1 | Bonitas, saborosas e saudáveis – Introdução à olericultura 13
Insumosc) 
O cultivo de hortaliças envolve o uso de tecnologias avançadas com a utilização 
de produtos (insumos) de elevado valor. Dentre esses insumos podemos mencio-
nar: uso de sementes híbridas; uso de material vegetativo propagativo de elevada 
sanidade; uso de defensivos agrícolas e de fertilizantes minerais e orgânicos.
Em razão da resposta das oleráceas à utilização desses insumos, normalmen-
te há um elevado investimento por unidade de área cultivada, resultando em 
alto custo de produção (observe o exemplo da Tabela 1.1).
Águad) 
As hortaliças, pela própria definição, são essencialmente herbáceas, apre-
sentando elevado conteúdo de água em seus tecidos. Em seu cultivo, é em-
pregado alto número de plantas por unidade de área que, associado à ele-
vada taxa de crescimento dessas espécies, proporciona alto índice de área 
foliar (IAF). Este alto IAF resulta em grande perda de água por transpiração. 
Portanto, a água é um insumo fundamental no cultivo de hortaliças; sem 
água para irrigação é praticamente impossível cultivá-las.
A água tem se constituído em um dos fatores que mais têm limitado o cultivo 
de hortaliças em determinadas áreas. Além da disponibilidade em grande quan-
tidade, a água deve ter qualidade aceitável para uso agrícola, principalmente no 
cultivo de hortaliças folhosas que, normalmente, são consumidas cruas.
Fonte: http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=573597
Imagem está sob licença: http://www.sxc.hu/help/7_2
Figura 1.5: A irrigação é fundamental no cultivo de oleráceas.
Híbridas
Sementes obtidas de 
cruzamento entre duas 
variedades ou cultivares, 
originando uma terceira 
variedade que apresenta 
características de interesse 
agronômico das duas 
variedades ou cultivares 
entrecruzadas.
Material vegetativo 
propagativo de elevada 
sanidade
Para a propagação 
(reprodução, multiplicação) 
de algumas hortaliças, 
como a batata e o alho, 
são utilizadas as partes 
vegetativas (tubérculo e 
bulbilho, respectivamente) 
do corpo do vegetal e não 
as partes reprodutivas (como 
a semente). Essas estruturas 
vegetativas podem carregar 
consigo micro-organismos 
fitopatogênicos, ou seja, 
que provocam doenças em 
plantas, e podem prejudicar 
a futura lavoura. Portanto, 
devem estar livres desses 
micro-organismos, o que 
significa apresentarem 
elevado grau de sanidade.
IAF (índice de área foliar)
Razão entre a área total das 
folhas da planta/área de solo 
disponível à planta.
Glossário
Agropecuáriae-Tec Brasil 14
Elevada produtividade
As hortaliças apresentam elevada produtividade e são muito exigentes quan-
to aos insumos já mencionados, porém respondem muito bem a eles.
No Brasil, a produtividade média das mais de 50 espécies de hortaliças cul-
tivadas com maior expressão é de 22,8 t ha1. O tomateiro tutorado (tomate 
destinado ao consumo in natura ou de mesa), por exemplo, é uma das hor-
taliças mais produtivas; cultivado a campo, no Brasil, produz até 150 t ha1 
(correspondendo a 10 kg/planta). Comparativamente, na Holanda, em casa 
de vegetação climatizada, pode alcançar até 466 t ha1 (equivalente a 25,7 
kg/planta).
Pequena área física ocupada
Em razão das características já mencionadas nos itens “Uso intensivo dos fato-
res solo, mão de obra, insumos e águas” e “Elevada produtividade”, o cultivo 
de hortaliças normalmente é realizado em áreas menores que 20 ha. A grande 
perecibilidade pós-colheita da maioria das hortaliças dificulta o armazenamen-
to e gera a necessidade de venda imediata do produto colhido. Portanto, a de-
manda do mercado consumidor, as características de cultivo e de conservação 
pós-colheita da espécie é que irão definir o tamanho da área a ser cultivada.
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/1/1b/
Horta_150706_REFON_.jpg/800px-Horta_150706_REFON_.jpg José 
Reynaldo da Fonseca 
Imagem está sob licença GNU Free Documentation License
http://commons.wikimedia.org/wiki/Commons:GNU_Free_Documen-
tation_License
Figura 1.6: Horta em pequena propriedade rural.
Produtividade
Corresponde à razão da 
produção (normalmente 
em massa)/área cultivada. 
Exemplo: kg m-2 (quilograma 
por metro quadrado); t ha-1 
(tonelada por hectare) etc.
Cultivo a campo
Também chamado de cultivo 
a céu aberto, refere-se ao 
cultivo sem uso de proteção 
das plantas.
Casa de vegetação 
climatizada
Casa de vegetação, 
coberta acima e fechada 
nas laterais, com vidro ou 
plástico transparente. Faz 
uso de luz artificial e de 
aquecedores (no inverno) 
ou resfriadores (no verão), 
mantendo a temperatura 
e a luminosidade na faixa 
adequada para a espécie 
que está sendo cultivada.
Perecibilidade
Capacidade de alterar-se, 
de apodrecer.
Glossárioe-Tec BrasilAula 1 | Bonitas, saborosas e saudáveis – Introdução à olericultura 15
Cultivos em hidroponia, em ambiente protegido, em sistemas de hortas 
(agricultura urbana) etc. contribuem para redução do tamanho médio da 
área cultivada com hortaliças.
Elevada renda por área cultivada
Embora apresente elevada produtividade, o retorno ou renda líquida por 
área cultivada é muito instável, pois depende da sazonalidade da oferta e da 
demanda do mercado consumidor. Como já dito, as hortaliças são, via de 
regra, muito perecíveis, e o armazenamento em condições controladas nem 
sempre é possível e viável economicamente, o que faz com que o produto 
colhido seja comercializado imediatamente. Portanto, o preço das hortaliças 
segue a lei de mercado (oferta x demanda), ou seja, às vezes é altamente 
rentável e, em outras, resulta em prejuízo (veja Tabela 1.1).
Muito tempo despendido com colheitas, prepara-
ção e comercialização
Como já mencionado, não há ano agrícola no cultivo de hortaliças. Para 
muitas delas, ao contrário, há várias colheitas ao longo do ciclo de cultivo e 
não apenas uma colheita final, como ocorre com os cereais. Desse modo, as 
colheitas são parceladas (podendo ser realizadas diariamente, a cada dois ou 
três dias, semanalmente etc.) e podem durar semanas ou meses. 
A cada colheita seguem a limpeza, a classificação ou padronização, a embala-
gem e a comercialização dos produtos colhidos. O tempo gasto, principalmen-
te na comercialização fora da propriedade produtora, traz como transtorno a 
ausência do agricultor de sua atividade na propriedade rural. Às vezes, para 
evitar os prejuízos decorrentes dessa ausência, o produtor vende as hortaliças 
na propriedade para outro indivíduo que irá proceder à comercialização nos 
centros consumidores. Isso fez surgir a figura de um intermediário denomina-
do “atravessador”. Diz-se que o atravessador é um mal necessário, que pode 
ser útil à sociedade se atuar de forma não exploratória.
Hidroponia
Refere-se ao cultivo sem solo, 
ou seja, com uso de soluções 
aquosas contendo os 
nutrientes necessários para o 
crescimento das plantas.
Sazonalidade
Variações que ocorrem ao 
longo das estações, épocas 
ou mesmo regiões.
Glossário
Agropecuáriae-Tec Brasil 16
Figura 1.7: Comercialização de oleráceas em área livre ou MLP (Mercado Livre do Pro-
dutor) da Ceasa-MG, em Contagem. Essa área é destinada à comercialização direta 
entre produtores rurais e varejistas.
Atividade de alto risco
As espécies olerícolas são muito sensíveis a fatores abióticos (fatores climá-
ticos) e bióticos (biológicos e fisiológicos) durante seu cultivo. Por terem 
elevado teor de umidade e alta taxa respiratória, são, como já dito, muito 
perecíveis e estão sujeitas à lei da oferta e da procura.
O que torna essa prática arriscada financeiramente é que o custo de pro-
dução é elevado e as hortaliças não são contempladas pelo preço mínimo 
nos programas de governo. Assim, vale a máxima: “Colheu, vendeu; não 
vendeu, perdeu!”
Na Tabela 1.1 são apresentados dados de produtividade, custo e receita 
referentes à produção de alguns cereais e hortaliças no Brasil, no ano de 
2008. Se observarmos detalhadamente os dados apresentados nessa tabela, 
poderemos visualizar muitas das características que foram mencionadas nes-
ses seis itens anteriores.
Um exemplo típico daquele ano foi o da batata, cuja rentabilidade dependeu 
da época de cultivo e da oferta. Assim, propiciou um lucro de R$ 1.713,00/
ha, no cultivo de inverno, até um prejuízo da ordem de R$ 134,00/ha, quan-
do cultivada durante a época de seca. Chamam-nos a atenção também a 
produtividade e o custo de produção das hortaliças, que são muito mais 
elevados que os dos cereais.
M
ár
io
 P
ui
at
ti
e-Tec BrasilAula 1 | Bonitas, saborosas e saudáveis – Introdução à olericultura 17
Cultura Produtividade t/ha Custo total
Receita 
R$/ha Resultado*
Cereais
Arroz irrigado RS 6,2 3.603 3.504 -99
Milho GO 6,0 2.287 1.780 -507
Soja MS 2,6 1.319 1.575 +255
Trigo RS 2,4 1.329 941 -388
Trigo MG 
(irrigado) 5,1 2.892 2.550 -343
Hortaliças
Alface 19,6 10.407 12.909 +2.501
Alho SC 10,0 32.794 37.900 +5.106
Batata SP 
inverno** 36 15.703 17.417 +1.713
Batata SP 
Águas 30 15.224 15.368 +143
Batata SP 
Seca 24 13.794 13.660 -134
Cebola SP 
convencional 40 16.101 26.000 +9.899
Cebola SP plantio 
direto 60 16.989 39.000 +22.011
Itajaí SC 35 11.863 17.500 +5.637
Cenoura MG 
variedade 42 25.349 36.960 +11.611
Cenoura MG 
hibridro 65 32.446 57.200 +24.754
Melancia 
(S. Francisco) 35 8.349 11.550 +3.201
Melão 
(Mossoró-RN) 25 13.151 15.500 +2.349
Morango 
(Sul MG) 30 62.992 120.000 +57.008
Pepino (SP) 44 11.542 15.576 +4.034
Agropecuáriae-Tec Brasil 18
Cultura Produtividade t/ha Custo total
Receita 
R$/ha Resultado*
Pimentão (SP) 25 19.268 19.000 -268
Tomate Indústria 
(GO) 85 12.976 13.175 +199
Tomate de mesa 
(SP) 165 45.185 64.050 +18.865
*Quando sinal “+” significa lucro; quando “–“ prejuízo.
**Corresponde aos cultivos de maio a julho, de setembro a novembro e de fevereiro a abril, respectivamente.
Fonte: Adaptado Agrianual (2009).
Tabela 1.1: Produtividade, custo, receita e resultado (receita líquida) referente a algu-
mas culturas de cereais e de hortaliças no ano de 2008 em alguns estados brasileiros 
com maior expressão de cultivo
Atividade 2
Atende ao Objetivo 2
O Seu José, ao se deparar com a Tabela 1.1, pensou: “O morangueiro é al-
tamente lucrativo; vou deixar o meu emprego estável na repartição pública e 
vou cultivar morango.” Será que o Seu José fará uma boa opção? Por quê?
Conclusão
Vimos nesta aula que a olericultura é um ramo da fitotecnia dedicado ao 
cultivo de hortaliças. Essa atividade apresenta particularidades que a distin-
guem das demais atividades fitotécnicas, tais como uso intensivo dos fatores 
solo, mão de obra, água e insumos, ocupação de pequena área cultivada e 
elevada produtividade. Há também dificuldades na produção devido à sus-
cetibilidade a fatores bióticos e abióticos e dificuldades na comercialização, 
o que torna a atividade de alto risco financeiro.
e-Tec BrasilAula 1 | Bonitas, saborosas e saudáveis – Introdução à olericultura 19
Resumo
Olericultura significa cultivo de hortaliças. É um termo utilizado na ciên-•	
cia que trata do ensino, da pesquisa e do cultivo de espécies herbáceas, 
que são as oleráceas, olerícolas ou simplesmente hortaliças.
Oleráceas, olerícolas ou hortaliças são espécies vegetais essencialmente •	
herbáceas destinadas à alimentação. O profissional que as cultiva ou pro-
duz é chamado olericultor.
Verduras, legumes, hortifrutigranjeiros, hortigranjeiros e hortifrutis são •	
vocábulos populares relacionados às hortaliças que, juntamente com a 
sigla FLV (frutas, legumes e verduras), são imprecisos e pouco esclarece-
dores.
A atividade de exploração de hortaliças é de alto risco financeiro, devi-•	
do à suscetibilidade das oleráceas a fatores abióticos e bióticos durante 
seu cultivo, alta perecibilidade pós-colheita, custo de produção elevado 
e ausência de preço mínimo, sendo os preços determinados pela lei de 
mercado (oferta e procura).
Informações sobre a próxima aula
Na próxima aula, falaremos sobre as formas ou tipos de exploração de horta-
liças, enfocando a área e espécies cultivadas, o nível de tecnificação, volume 
e destino da produção.
Respostas das atividades
Atividade 1
Espera-se encontrar no mercadinho do Seu Manoel hortaliças, frutas e a) 
produtos da granja (ovos e animais). Na seção dos FLV do hipermercado, 
espera-se encontrar frutas, legumes e verduras.
O prefixo horti se refere a hortícola, da horticultura. Como visto na b) 
Figura 1.2, a horticulturaé atividade ampla que engloba outras ativi-
dades além daquelas que se referem à ciência do cultivo das hortaliças 
Agropecuáriae-Tec Brasil 20
(olericultura) e das fruteiras (fruticultura). Portanto, o mais apropriado 
seria hortaliças e frutas ou simplesmente produtos hortícolas.
“FLV” se refere a frutas, legumes e verduras. É uma sigla muito utilizada 
nos hipermercados, desde a década de 1990. Todavia, não é apropriada, 
pois legumes e verduras são termos pouco esclarecedores. A sigla FH 
(frutas e hortaliças) seria mais apropriada.
Atividade 2
Como vimos no item “Atividade de alto risco”, a atividade empresarial ole-
rícola é de alto risco financeiro. Isso se deve à suscetibilidade das oleráceas 
a fatores abióticos e bióticos durante o cultivo, à alta perecibilidade pós-
colheita e ao custo de produção elevado. Somam-se a esses a ausência de 
preço mínimo determinado pelo governo e o fato de os preços seguirem a lei 
da oferta e da procura. Portanto, o Seu José deverá proceder a uma análise 
profunda do mercado e se cercar de técnicos qualificados para tomar uma 
decisão consciente.
Referências bibliográficas
AGRIANUAL 2009: anuário estatístico da agricultura brasileira. São Paulo: FNP, 2009. 
497p.
BRASIL. Lei nº 9.456, de 25 de abril de 1997. Institui a Lei de Proteção de Cultivares e dá 
outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, 
Brasília, DF, 8 abr. 1997. 
FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e 
comercialização de hortaliças. Viçosa, MG: Editora UFV. 2008. 421 p.
FONTES, P. C. R. (Ed.). Olericultura: teoria e prática. Visconde do Rio Branco: Suprema, 
2009. 486 p.
Sites recomendados
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE HORTICULTURA. Disponível em: <http://www.abhorticultura.
com.br/>. Acesso em: 2 nov. 2009.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuário e Abastecimento. Agricultura. Disponível em: 
<http://www.agricultura.gov.br/>. Acesso em: 2 nov. 2009.
______. Embrapa hortaliças. Disponível em: <http://www.cnph.embrapa.br/>. Acesso 
em: 2 nov. 2009.

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