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Especialização Avançada Pós-Universitária em Neuropsicologia Clínica Módulo I – Introdução à Neuropsicologia Neuropsicologia – definição, objetivos, principais patologias neurológicas e perspetiva histórica Helena Joana Pereira da Silva Outubro de 2018 Neuropsicologia – definição, objetivos, principais patologias neurológicas e perspetiva histórica 2 Módulo I – Introdução à Neuropsicologia Neuropsicologia Definição e Objetivos A neuropsicologia é uma ciência aplicada que estuda a organização cerebral dos processos cognitivos e comportamentais e as suas alterações em caso de dano ou disfunção cerebral, ou seja, estuda os componentes das funções psicológicas complexas ou superiores (memória, linguagem, atenção e perceção) e as operações cerebrais responsáveis por essas funções, assim como a expressão comportamental da disfunção cerebral (alterações cognitivas e emocionais, alterações da personalidade e do comportamento motor) (Espirito-Santo, 2013; Ardila & Rosselli, 2007). Segundo Pinheiro (2005), desenvolveu-se inicialmente a partir da convergência entre a psicologia e a neurologia, com o objetivo comum de estudar as modificações comportamentais resultantes de lesões cerebrais. No fundo, ocupa um lugar intermédio, por um lado entre a neurologia e as neurociências e, por outro lado, entre a psicologia e as ciências comportamentais (Ardila & Rosselli, 2007). Segundo Romero & Vásquez (2002) citando Heilman & Valesntein (1985), esta relação entre o comportamento e a disfunção cerebral é apoiado pelos conhecimentos da ciência, de que todas as condutas, desde as mais simples às mais complexas, são mediadas por um processo fisiológico de características bioquímicas e bioelétricas que ocorrem no sistema nervoso central (SNC). Segundo Haase et al. (2012), é considerada uma disciplina científica que se ocupa das relações cérebro/funções cognitivas, ou seja, das funções cognitivas e das suas bases biológicas. Ainda segundo os mesmos autores, tem caráter interdisciplinar na sua origem, uma vez que busca estabelecer uma relação entre os processos mentais e o funcionamento cerebral, valendo- se do conhecimento das neurociências (que elucidam a estrutura e o funcionamento cerebral) e da psicologia (que expõe a organização das operações mentais e do comportamento). Sendo assim, e ainda segundo os mesmos autores, a neuropsicologia integra conhecimentos, instrumentos, métodos e modelos teóricos de várias áreas, como a Psicologia, a Neurologia, a Psiquiatria (e outras áreas da Medicina), assim como, a Linguística, a Psicolingüística, a Neurolinguística, a Inteligência Artificial, a Fonoaudiologia, a Farmacologia, a Fisioterapia, a Terapia Ocupacional, a Educação, a Biologia, entre outras. É uma ciência dedicada a estudar a expressão comportamental, emocional e social das disfunções cerebrais, os défices em funções superiores produzidos por alterações cerebrais, as Neuropsicologia – definição, objetivos, principais patologias neurológicas e perspetiva histórica 3 Módulo I – Introdução à Neuropsicologia inter-relações entre cérebro e comportamento, cérebro e funções cognitivas e, de forma mais ampla, as relações entre cérebro e comportamento humano (Haase et al. 2012 citando Lezak et al., 2004; Barbizet & Duizabo, 1985; Luria, 1966 e Benton, 1971). Segundo Haase et al. (2012) a neuropsicologia tem como objetivos: • Compreender o funcionamento do cérebro normal e das suas disfunções, através de modelos ou arquiteturas funcionais de tratamento da informação; • Extrair conclusões sobre os processos cognitivos normais a partir dos padrões de processos alterados ou intactos e das estratégias utilizadas, observados em pacientes com lesões/disfunções cerebrais; • Validação de conclusões obtidas com o estudo de neuroimagem e outros dados neuropsicológicos, tendo uma forte contribuição da psicologia experimental. No fundo, para Ardilla & Rosselli (2007), a neuropsicologia tem como objetivo estudar a organização da atividade psicológica, em condições normais e patológicas, a partir do sistema nervoso, recorrendo a procedimentos, tanto clínicos como experimentais. A fonte principal de dados da neuropsicologia clínica consiste na observação sistemática de pacientes com lesão, focal ou global, no sistema nervoso. Sendo assim, e ainda segundo os mesmos autores, a neuropsicologia tem importancia múltipla: • como área fundamental do conhecimento do sistema nervoso, através da análise e investigação da organização dos fenómenos cognitivos e comportamentais; • como área clínica de trabalho, através do estudo e do diagnóstico de indivíduos com lesões no sistema nervoso, e que por consequência apresentam alterações congnitivas e comportamentais; • como área de trabalho aplicada no desenho e na implementação de procedimentos de reabilitação em caso de patologia do sistema nervoso. Principais patologias neurológicas Segundo Ardila & Rosselli (2007) existem condições neurológicas que alteram o funcionamento normal do cérebro, e segundo Portellano (2005), os fatores que podem causar dano no sistema nervoso são muito variados. Ainda segundo o mesmo autor, conhecer a etiologia das lesões do sistema nervoso é de crucial importancia no contexto da neuropsicologia, Neuropsicologia – definição, objetivos, principais patologias neurológicas e perspetiva histórica 4 Módulo I – Introdução à Neuropsicologia uma vez que junto com as possíveis alterações sensoriais ou motoras, são também frequentes os transtornos nas funções cognitivas e emocionais, que também é necessário reabilitar. Acidentes vasculares cerebrais Segundo Ardila & Rosselli (2007) citando Adams & Victor (1985), a doença cerebrovascular é definida como sendo qualquer alteração no funcionamento cerebral originada por alguma condição patológica dos vasos sanguíneos, sendo que a presença de uma patologia vascular se pode observar nas paredes dos vasos, através da acumulação de material, por alteração na permeabilidade ou por rutura das suas paredes. Para além disso, o fluxo sanguíneo pode ser obstruído por um trombo ou êmbolo, ou por um incremento na viscosidade do sangue. São a causa mais frequente de comprometimento neurológico no adulto, sendo o acidente vascular cerebral (AVC) a terceira causa de morte por doença, apenas superado pelas cardiopatias e pelo cancro (Py & Manfrim, 2005). A interrupção aguda do fluxo sanguíneo de qualquer parte do cérebro determina a isquémia cerebral, sendo que esta condição poderá levar a uma lesão no cérebro e se durar um período de tempo suficiente, causará um acidente vascular cerebral (Maestri & Rossi, 2007 citando Brandão, 2002). O acidente vascular cerebral (AVC), segundo Cancela (2008) citando Mausner (1999), refere-se a um complexo de sintomas de deficiência neurológica que duram, pelo menos, 24 horas, e resultam de lesões cerebrais provocadas por alterações da irrigação sanguínea. E segundo Maestri & Rossi (2007), ocorrem geralmente abruptamente, sendo o défice neurológico máximo no seu início, podendo progredir ao longo do tempo. Por sua vez, Borges (2005) define-o como uma síndrome clínica de instalação súbita e focal, com duração superior a 24 horas, que resulta em lesão cerebral e poderá levar à morte. Py & Manfrim (2005) também definem o acidente vascular cerebral como uma síndrome que se manifesta por deficiência neurológica focal, súbita e não-convulsivante, sendo que a maneira repentina com que esta deficiência ocorre, sugere a origem vascular do evento, cuja duração poderá variar de minutos a alguns poucos dias. O quadro neurológico orienta quantoao tamanho e à localização da lesão, permitindo especificar o ramo arterial afetado e se o mesmo é determinado por isquémia ou hemorragia (Py & Manfrim, 2005), ou seja, as lesões cerebrais são provocadas por um enfarte, que poderá Neuropsicologia – definição, objetivos, principais patologias neurológicas e perspetiva histórica 5 Módulo I – Introdução à Neuropsicologia ser de origem isquémica ou hemorrágica, resultando assim no comprometimento da função cerebral (Cancela, 2008). Ainda segundo Cancela (2008), a oclusão de diferentes artérias cerebrais origina síndromas vasculares específicas, com os seus sinais clínicos e características de cada artéria cerebral envolvida (in: quadro 1). Qudro 1 – Sintomas resultantes da oclusão das artérias cerebrais (Cancela, 2008 citando IPAF, 2007) Neuropsicologia – definição, objetivos, principais patologias neurológicas e perspetiva histórica 6 Módulo I – Introdução à Neuropsicologia Traumatismos cranioencefálicos Segundo Andrade et al. (2009), o traumatismo cranioencefálico (TCE) é a principal causa de morte e sequela em crianças e adultos jovens nos países industrializados ocidentais. A lesão encefálica definitiva que se estabelece após o TCE é o resultado de mecanismos fisiopatológicos que se iniciam com o acidente e estendem-se por dias ou semanas. As lesões encefálicas no TCE podem ser classificadas em difusas e focais. Esses dois mecanismos costumam associar-se no mesmo paciente, embora, geralmente exista o predomínio de um tipo. Segundo Espirito-Santo (2013), a compreensão dos mecanismos de lesão cerebral é importante em neuropsicologia e ajuda a explicar por que é que alguns pacientes têm défices psicológicos depois de traumatismos cranianos que sugerem lesões em áreas distantes do local de impacto. São exemplo disto as situações frequentes de sinais do lobo frontal, em que os pacientes que sofreram de traumatismos cranianos revelam comportamento desinibido e falta de planeamento. Ainda segundo a mesma autora, há dois mecanismos principais pelos quais o crânio e as estruturas intracranianas podem ser lesadas pelas forças presentes no momento do impacto: mecanismos por ação direta (podendo a força exercida no crânio ser de natureza estática ou dinâmica) e mecanismos de ação indireta. Realtivamente aos mecanismos por ação direta estáticos, aplicam-se forças sobre o crânio imóvel, que o vão comprimindo de forma gradual e lenta, e este absorve inicialmente toda a energia de que é capaz e, só depois, começa a ceder, resultando não só fraturas múltiplas, mas também distorção e compressão do tecido cerebral. Nos mecanismos por ação direta dinâmicos, sobre o crânio há um conjunto de forças que se aplicam de forma rápida, resultando dois tipos de fenómenos (lesões locais e ondas de choque) que variam com a superfície de colisão e com a intensidade da força. Muitas vezes adicionam- se consequências habituais nas lesões indiretas, pois a energia do traumatismo é gasta a produzir movimento da cabeça. Nos mecanismos por ação indireta, não há qualquer traumatismo direto sobre a cabeça, que no entanto é violentamente posta em movimento (ou travada se já se encontrava em deslocação), ou seja, como o crânio e o cérebro têm coeficientes de aceleração diferentes (devido às diferentes densidades), o que acontece em seguida é que os hemisférios cerebrais, assim postos em movimento, vão, por um lado chocar contra as numerosas estruturas ósseas irregulares que constituem a face interna dos ossos do crânio e, por outro podem sofrer no seu interior um processo de deslizamento de fibras umas sobre as outras com consequente destruição difusa de axónios, vasos e glia, originando assim lesões, Neuropsicologia – definição, objetivos, principais patologias neurológicas e perspetiva histórica 7 Módulo I – Introdução à Neuropsicologia que Andrade et al. (2009) classifica como podendo ser difusas ou focais, sendo que estes mecanismos costumam estar presentes num mesmo paciente, embora o predomínio seja apenas de um tipo. As lesões difusas acometem o cérebro como um todo, e através de forças cinéticas, levam à rotação do encéfalo dentro da caixa craniana, podendo ser encontradas, em regiões distintas do encéfalo, disfunções por estiramento ou rutura, tanto de axónios como de estruturas vasculares. As lesões focais são compostas por hematomas (intra ou extracerebrais) ou por áreas isquémicas delimitadas que apenas acometem uma parte do cérebro. Consequências estruturais dos traumatismos cranioencefálicos Lesões difusas Lesões focais Concussão cerebral Disfunção neurológica transitória, provocada por traumatismo craniano, a qual se traduz por perda temporária da consciência. Hematoma extradural consiste na acumulação de sangue situada ente a tábua interna e a dura-máter, sendo resultante da rutura de um vaso lesado por traumatismo. Tumefação ou edema cerebral Aumento da pressão intracraniana por aumento do conteúdo de água, ou seja, combinação de edema celular e vasogénico, fruto de um distúrbio extremo na permeabilidade da membrana celular, provavelmente associado a canais de água (aquaporinas) Hematoma subdural agudo são provocados pelo mecanismo de aceleração- desaceleração, estando associados a lesão cerebral significativa. o fenómeno consequente é a contusão dos hemisférios cerebrais, da qual resultam numerosas hemorragias venosas e consequentemente o hematoma. Contusão cerebral lesões macroscópicas do tecido encefálico, traduzidas em zonas mistas, com pequenas hemorragias múltiplas, edema e necrose. podem ser consequência dos dois mecanismos, mas é mais frequente o aparecimento de contusões à distância da zona de impacto, por mecanismo de contragolpe. Lesão axonal difusa No momento do impacto, as forças provocadas pelo movimento da cabeça originam lesões nos pequenos vasos e nos axónios, perdendo estes a sua integridade. Posto isto, ocorre interrupção mais ou menos extensa das comunicações intra e inter- hemisféricas Quadro 2 – Consequências estruturais dos traumatismos cranioencefálicos (Espirito-Santo, 2013; Andrade et al. 2009) Tumores cranianos Citando Espirito-Santo (2013), os tumores cranianos (incorretamente designados de tumores cerebrais) são massas de células, similares a células normais, com uma organização aleatória, que crescem às custas do organismo e independentemente do organismo, sem um Neuropsicologia – definição, objetivos, principais patologias neurológicas e perspetiva histórica 8 Módulo I – Introdução à Neuropsicologia objetivo útil. Tendo em conta a sua origem, podem ser classificados como primários ou secundários. Os tumores primários têm origem intracraniana, ou seja, começam no cérebro. Já os tumores secundários ou metastáticos têm a sua origem fora do neuro-eixo, e são formados por células cancerosas que surgem noutra parte do corpo e se espalham para o cérebro, sendo exemplos destes tumores, as metástases e os linfomas. Para além disto, e segundo Ardila & Rosselli (2007), os tumores podem também ser classificados de benignos ou malignos. Os tumores benignos podem crescer fora do cérebro, designando-se tumores extracerebrais, como é o caso dos meningiomas, que derivam das meninges. Para além disso, permanecem bem definidos e não se infiltram no parenquima cerebral. Por outro lado, os tumores malignos surgem frequentemente de células gliais, que se infiltram e se confundem com o tecido cerebral. Os gliomas são considerados os tumores malignos mais frequentes. Esclerose múltipla Segundo Oliveira & Souza (1998)e Espirito-Santo (2013), a esclerose múltipla, também conhecida como esclerose em placas, é uma doença que afeta o sistema nervoso, causando destruição da mielina (desmielinização) que é a proteína fundamental na transmissão do impulso nervoso. É, por isso, considerada uma perturbação inflamatória idiopática, de etiologia indeterminada, que envolve a substância branca dos hemisférios cerebrais, tronco cerebral, nervos óticos, cerebelo e medula espinal. É provavelmente auto-imune. A suscetibilidade genética e a influência ambiental talvez sejam responsáveis pelo aparecimento dos primeiros surtos. No entanto, há ainda muitas perguntas sem respostas, especialmente quanto aos mecanismos básicos da doença. Citando Oliveira & Souza (1998) existem características gerais bem definidas em relação ao comprometimento observado na esclerose múltipla, sabendo-se que afeta o sistema nervoso central, predominantemente o nervo óptico, a medula cervical, o tronco cerebral e a substância branca periventricular, podendo haver relação com a distribuição vascular, o que permitiria maior concentração de citoquinas e células inflamatórias nessas regiões. As lesões são multifocais com evolução temporal diferente e variáveis em tamanho. Ainda citando os mesmos autores, a evolução clínica da doença foi subdividida em surto-remissiva, progressiva primária, progressiva secundária e surto-progressiva. A forma surto-remissiva caracteriza-se por apresentar episódios agudos de comprometimento neurológico, com duração de 24 horas ou mais e com intervalo de, no mínimo, trinta dias entre cada surto. A forma progressiva apresenta piora contínua e gradual de sinais neurológicos, Neuropsicologia – definição, objetivos, principais patologias neurológicas e perspetiva histórica 9 Módulo I – Introdução à Neuropsicologia presentes por seis meses ou mais. Ocasionalmente, pode ocorrer estabilização do quadro. Quando a fase progressiva ocorre após um início em surtos, diz-se progressiva secundária. A forma surto-progressiva apresenta uma combinação de exacerbações e progressão, mas é a forma mais difícil de ser definida. Epilepsia Segundo Fernandes (2013) citando Fisher et al. (2005), a epilepsia é um distúrbio cerebral causado pela predisposição permanente do cérebro em gerar crises epilépticas espontâneas, recorrentes, acompanhadas de consequências neurobiológicas, cognitivas e sociais (Fisher et al, 2005). As crises epilépticas são as manifestações clínicas do que neurofisiologicamente corresponde a uma atividade anómalados neurónios do córtex cerebral, que é excessiva e/ou hipersíncrona e usualmente autolimitada (Espirito-Santo, 2013). As crises epilépticas são definidas como manifestações clínicas que refletem disfunção temporária de um conjunto de neurônios, e dependendo da sua localização, podem ser focais ou generalizadas. As focais têm início numa região restrita do encéfalo, podendo ser simples, quando há preservação da consciência durante o ictus (crise epiléptica), ou complexas, quando há perda de consciência. As crises generalizadas ocorrem quando as descargas se originam concomitantemente nos dois hemisférios (Fernandes, 2013). As síndromes epilépticas idiopáticas são aquelas sem substrato lesional detetável por exames de imagem, porém com provável predisposição genética. As crises geralmente são bem controladas por tratamentos. As síndromes epilépticas sintomáticas são aquelas cujas crises são decorrentes de lesão estrutural em áreas do sistema nervoso central, e as síndromes provavelmente sintomáticas são aquelas em que a lesão presumida não pode ser demonstrada com exames disponíveis (Fernandes, 2013 citando Yacubian, 2002). Perspetiva histórica A neuropsicologia é uma disciplina ciêntifica recente, mas o desenvolvimento dos seus pilares ocorreu ao longo de vários séculos, partindo da busca pela compreensão sobre a relação entre o organismo e os processos mentais (Cosenza, Fuentes & Malloy-Diniz, 2008 citando Kolb & Wishaw, 1995). Neuropsicologia – definição, objetivos, principais patologias neurológicas e perspetiva histórica 10 Módulo I – Introdução à Neuropsicologia Segundo Kristensen, Almeida & Gomes (2001), por volta do séc. IV a.C, Alcmeão (médico pertencente à escola de Pitágoras) identificou as veias e as artérias, descobriu os nervos ou canais de passagem que unem os diferentes orgãos ao cérebro e chamou à atenção para a relação entre o pensamento, as emoções e o cérebro, sendo que, até à data, as emoções e o pensamento estariam associados ao coração. Por estes motivos, os historiadores consideram- no o fundador da psicologia fisiológica. Na Grécia antiga, alguns eruditos começaram a perceber a relação entre estrutura e função, levando à hipótese de que o encéfalo seria o orgão das sensações (Rodrigues & Ciasca, 2010). Hipócrates (460-355 a.C), nessa mesma época, considerava o cérebro a parte mais importante do corpo, para além do meio pelo qual o ar comunicava a sua natureza. Lançou assim a teoria de que o encéfalo estaria relacionado com as sensações do indivíduo e seria a sede da inteligência. Este teoria não foi facilmente aceite e um dos seus opositores foi Aristóteles (Rodrigues & Ciasca, 2010; Cosenza, Fuentes & Malloy-Diniz, 2008). Segundo Cosenza, Fuentes & Malloy-Diniz (2008); Toni, Romanelli & Salvo (2005), Aristóteles (384-322 a.C) defendia que o coração, quente e ativo, seria a sede da razão e centro da mente, enquanto o cérebro, frio e inerte, teria apenas a função de resfriar a temperatura sanguínea. Para além disso, e segundo Kristensen, Almeida & Gomes (2001), Aristóteles desconhecia o sistema vascular e considerava o cérebro como um orgão inferior no corpo e que o mesmo sobrecarregaria o trabalho do coração. Por outro lado, Platão (427-347 a.C) descreveu a medula como sendo a parte mais importante do corpo, sendo que uma porção da mesma era o cérebro e a outra a medula espinal, e ambas constituíam a força vital sobre a qual atuava a alma. Sobre o cérebro atuaria a parte racional da alma e sobre a medula espinal atuaria a parte irracional (Kristensen, Almeida & Gomes, 2001). Platão defendia assim a teoria da alma tripartida, no qual o cérebro seria então responsável pela razão, por se encontrar mais perto do céu, e por outro lado, o coração seria responsável pelas emoções e vontades e o baixo ventre pelo instinto e desejo (Toni, Romanelli & Salvo, 2005 citando Kolb & Whishaw, 1986). Galeno (129-200 a.C) opunha-se a Aristóteles e, para ele, os nervos originavam-se no cérebro e na medula, e não no coração, conforme acreditava Aristóteles. Os nervos seriam assim os condutores dos fluidos secretados pelo cérebro e pela medula espinal, para a periferia do corpo. Galeno considerava ainda que o cérebro seria a sede da sensação, do movimento e do intelecto, e explicava ainda que a sensação era a mudança qualitativa de um orgão sensitivo e que, por outro lado, a perceção, enquanto ação do cérebro, seria a consciência dessa mudança. (Kristensen, Almeida & Gomes, 2001) Neuropsicologia – definição, objetivos, principais patologias neurológicas e perspetiva histórica 11 Módulo I – Introdução à Neuropsicologia Segundo Cosenza, Fuentes & Malloy-Diniz (2008), além do dilema cérebro versus coração, havia outras fontes de confusão, ou seja, era evidente que o cérebro era composto por tecido e por cavidades (ventrículos cerebrais), mas estes ventrículos chamaram à atenção dos anatomistas uma vez que, o cérebro, não estando fixado, aparecia apenas como uma geleia amorfa. Então, acreditavam que circulavam nos ventrículos, fluidos cerebrais ou espíritos, e que estes seriam importantes na regulação do comportamento.Galeno acreditava ainda que estes fluidos ou espíritos derivavam do processamento dos alimentos no fígado e na corrente sanguínea e eram armazenados nos ventrículos cerebrais, viajando dos mesmos através de nervos, provocando movimentos e mediando sensações. Esta conceção, denominada hipótese ventricular, foi aprovada pela Igreja Católica e foi aceite nos séculos seguintes. Esta foi a última contribuição no período da Idade Antiga e veio de Galeno, cujas teorias sobre o corpo humano, com seus acertos e erros, dominaram a medicina por catorze séculos (Kristensen, Almeida & Gomes, 2001). Na Idade Média, e relativamente à relação mente-cérebro ou alma-corpo, Descartes (1596-1650) definiu a alma como substância consciente ou pensamento, sendo diferente do corpo por possuir uma natureza indivisível, ao passo que o corpo era sempre divisível, ou seja, a mente seria adimensional e imaterial, mas deveria interagir com o corpo, através da glândula pineal, que por sua vez controlaria os comportamentos, por meio de uma ação de regulação sobre a circulação dos espíritos (Kristensen, Almeida & Gomes, 2001; Cosenza, Fuentes & Malloy-Diniz, 2008; Rodrigues & Ciasca, 2010). Segundo Toni, Romanelli & Salvo (2005), a escolha da glândula pineal para conectar corpo e alma era de acordo com a conceção da época, por se encontrar próximo aos ventrículos cerebrais, e o telencéfalo, teria a função de proteção para a pineal. Descartes desprezou assim a noção de Aristóteles, restabelecendo a ontologia dualista de que alma e corpo eram constituídos por diferentes substâncias, tornando-se assim esta teoria comumente aceite por pensadores europeus (Kristensen, Almeida & Gomes, 2001; Cosenza, Fuentes & Malloy-Diniz, 2008; Rodrigues & Ciasca, 2010). Entre os séculos XVII e XVIII, passaram a dar mais importância à substância cerebral e observaram que o tecido era dividido em substância branca e cinzenta, que a substância branca tinha continuidade com os nervos do corpo e, por meio de fibras, levavam e traziam informações para a substância cinzenta (Rodrigues & Ciasca, 2010). No final do século XVIII, e ainda segundo Rodrigues & Ciasca (2010), o sistema nervoso já teria sido completamente dissecado, constatando-se que toda a superfície cerebral do indivíduo continha o mesmo padrão de saliência (giros) e sulcos, para além de que o Neuropsicologia – definição, objetivos, principais patologias neurológicas e perspetiva histórica 12 Módulo I – Introdução à Neuropsicologia encéfalo era dividido em lobos, sendo este facto responsável pelo início da discussão da localização das funções cerebrais. Ainda segundo Rodrigues & Ciasca (2010), Benjamin Franklin, em 1751, com o relato sobre os fenómenos elétricos, impulsionou as pesquisas relativas ao cérebro, mas segundo Toni, Romanelli & Salvo (2005), só no início do século XIX, se pode afirmar que houve um desenvolvimento maior no estudo do cérebro e comportamento, a partir de Gall, com a criação da cranioscopia, que posteriormente foi denominada de frenologia por Spurzheim. Gall lançou o mapa frenológico do cérebro, no qual o mesmo era costituído por 35 regiões, nas quais estariam as faculdades intelectuais e os comportamentos emocionais (Rodrigues & Ciasca, 2010). A sua conceção era a existência de uma correspondência direta entre pretoberâncias e depressões do crânio e do cérebro (Toni, Romanelli & Salvo, 2005), ou seja, cada região do cérebro constituía-se de um órgão responsável pela sua função mental ou comportamento mental específico; cada região do cérebro desenvolvia-se de forma a moldar a superfície craniana; e se uma região era bem desenvolvida, crescia em volume e esse crescimento refletia-se no desenvolvimento do crânio (Cosenza, Fuentes & Malloy-Diniz, 2008). Segundo vários autores (Cosenza, Fuentes & Malloy, 2008; Romero & Vasquez, 2002; Cagnin, 2010) esta teoria de Gall mostrou-se um método pouco rigoroso e duvidoso para o estudo da relação cérebro-mente, caiundo assim em desuso, por apresentar falhas em praticamente todas as suas hipóteses constituintes. Segundo Kristensen, Almeida & Gomes (2001) o principal oponente de Gall foi Flourens (1794-1867) que encontrou evidências apenas para a localização das funções motoras no cerebelo e das funções vitais na medula, não havendo evidências para as localizações descritas pela frenologia. E segundo Cosenza, Fuentes & Malloy-Diniz (2008) Flourens concluiu, a partir de lesões provocadas em sujeitos animais, que a área da lesão não era importante, mas sim a quantidade de material cerebral lesionado. Para além disto, e segundo Toni, Romanelli & Salvo (2005) citando Kolb & Wishaw (1986) e Bear et al. (2002), relacionou o cerebelo com a motricidade, o bulbo com a respiração e o cérebro com a inteligência e a perceção. No fundo, segundo Espirito-Santo (2013), Flourens percebeu que o cérebro funciona como um todo e que a recuperação é possível porque o córtex restante pode fazer as mesmas coisas que a parte cerebral perdida, e estas conclusões, segundo Kristensen, Almeida & Gomes (2001), deram início ao debate entre localistas e anti-localistas. Na linha localizacionista (a partir da segunda metado do séulo XIX), segundo Rodrigues & Ciasca (2010), destacam-se os trabalhos desenvolvidos pelo cirurgião Broca (1824-1880) e pelo psicólogo e neurologista Wernicke (1848-1904). Segundo Romero & Neuropsicologia – definição, objetivos, principais patologias neurológicas e perspetiva histórica 13 Módulo I – Introdução à Neuropsicologia Vasquez (2002) Broca descobre mediante as suas investigações que o dano na zona frontal do hemisfério esquerdo produz alteração da linguagem na sua forma expressiva, apesar de poder manter intacta a sua capacidade compreensiva, e esta síndrome, segundo Cosenza, Fuentes & Malloy-Diniz (2008) denominou-se afasia de Broca, sendo a área da lesão denominada de área de Broca, passando assim a ser conhecida como o centro funcional da linguagem. Ainda segundo Rodrigues & Ciasca (2010), Wernicke observou o défice de linguagem compreensivo de alguns dos seus pacientes, denominado-o de afasia sensorial, e este défice correspondia a um dano cerebral numa área específica, denominada de região temporal superior do hemisfério esquerdo. Segundo Cosenza, Fuentes & Malloy-Diniz (2008) os pacientes de Wernicke também apresentavam comprometimento das suas habilidades linguísticas, ou seja, dificuldade na compreensão da linguagem, e este quadro passou a denominar-se de afasia de Wernicke. Ainda segundo os mesmos autores, esta descrição de uma nova área relacionada com a linguagem, impulsionou ainda mais a noção de que o cérebro seria composto por diversos centros funcionais, cada um responsável por uma função mental específica. Além disso, Wernicke chamou a atenção para o facto de que as funções cerebrais poderiam também ser comprometidas pelas lesões nas conexões entre regiões cerebrais diferentes, postulando assim a existência de outro distúrbio da linguagem, denominado de afasia de condução, que seria originado então pelor lesões no fascículo arqueado, que é responsável pela conexão entre a área de Broca e a de Wernicke. A descoberta do facto de que formas complexas de atividade mental podiam ser localizadas em regiões circunscritas do córtex cerebral da mesma forma que funções elementares (movimento e sensação), suscitou a realização de um grande número de estudos, por mais de meio século, visando demonstrar que todos os processos mentais complexos eram o resultado do funcionamento de áreas locais individuais, denominado-se esta abordagem de reducionista (Pinheiro, 2005). Segundo Kristensen, Almeida & Gomes (2001), durante a primeira metade do séculoXX, a pesquisa sobre afasia foi influenciada pelos trabalhos de Jackson (1835-1911) e Freud (1856-1939), mas sobretudo pelas contribuições de Marie (1853-1940), que reconhecia que a afasia era concebida como uma desordem de natureza intelectual, bem como uma desordem unitária (e não como um distúrbio primário da linguagem), reconhecendo por isso a existência de diferentes áreas cerebrais relacionadas tanto com a linguagem, como com outras funções cognitivas, abandonando assim a noção de centros. Entre os grandes opositores ao localizacionismo, destaca-se então Jackson que baseando-se nas suas detalhadas observações clínicas enfatizou que o sistema nervoso era Neuropsicologia – definição, objetivos, principais patologias neurológicas e perspetiva histórica 14 Módulo I – Introdução à Neuropsicologia subdividido por hierarquia funcional, sendo que cada parte do mesmo correspondia a determinado nível de funcionamento, ou seja, formulou a teoria de organização neurológica da função mental, que admite que essa não era resultante do funcionamento de um grupo circunscrito de células que se organizam em centros, mas resultava de uma complexa organização vertical ditada pela evolução cerebral. Sendo assim, a partir da medula, passando pelos gânglios basais até ao córtex cerebral, cada uma destas camadas corresponderia a um nível evolutivamente superior de atividade cognitiva, ou seja, a função seria representada primeiro num nível inferior na medula e tronco encefálico, sendo posteriormente representada num nível intermediário nas porções motora e sensorial do córtex cerebral, e por fim representada num nível superior nas porções frontais do córtex cerebral. (Toni, Romanelli & Salvo, 2005; Pinheiro, 2005) Lashley (1890-1958), após estudos com animais, concluiu que quando uma parte do cérebro animal era lesada, outra parte compensava a perda da função destruida e essa compensação estava relacionada com o tamanho da lesão e não com a localização da mesma, tornando-se estes dados desanimadores sobre a possibilidade de localização de funções, como a memória, em regiões cerebrais circunscritas (Rodrigues & Ciasca, 2010; Cosenza, Fuentes & Malloy-Diniz, 2008). Segundo Rodrigues & Ciasca (2010), este conflito entre a localização ou não das funções mentais, apenas começou a tomar um rumo diferente com as investigações de Luria (1902-1977), possuindo uma conotação singular para a neuropsicologia (Kristensen, Almeida & Gomes, 2001). Luria demonstrou que as funções superiores se organizam em sistemas funcionais complexos, ou seja, não há participação de apenas uma área específica do cérebro, mas sim da ação de várias áreas (Rodrigues & Ciasca, 2010). Segundo Cosenza, Fuentes & Malloy-Diniz (2008); Rodrigues & Ciasca (2010), Luria distinguiu no cérebro três grandes sistemas funcionais: 1º tinha como função regular o estado da atividade cortical e o nível de vigilância, essencial para toda e qualquer função cortical superior; 2º era responsável pela receção, análise e pelo armazenamento das informações que chegavam do mundo externo e interno e estaria situado em áreas do córtex cerebral, localizadas posteriormente ao sulco central. Organizava-se em áreas corticais primárias, secundárias e terciárias; 3º era responsável por regular e verificar as estratégias comportamentais e a própria atividade mental, ou seja, programava, regulava e verificava a atividade consciente do Neuropsicologia – definição, objetivos, principais patologias neurológicas e perspetiva histórica 15 Módulo I – Introdução à Neuropsicologia indivíduo, e estaria localizada nas regiões anteriores dos hemisférios, anterior ao giro pré- central, ou seja, seria constituído pelo córtex cerebral situado nas regiões anteriores do cérebro e organizava-se também hierarquicamente em áreas corticais (primária, secundária e terciária). No fundo, segundo Rodrigues & Ciasca (2010), a teoria de Luria propunha que a primeira unidade funcional regularia o tono, a vigília e os estados mentais; a segunda unidade obtinha, processava e armazenava as informações que chegavam do mundo exterior; e a terceira unidade encarregar-se-ia de programar, regular e verificar a atividade mental. Uma das características comuns das unidades funcionais seria que possuiam estrutura hierarquizada, contendo cada uma delas áreas primárias (motoras de projeção), áreas secundárias (motoras superiores) e áreas terciárias (áreas de associação). Estas três unidades atuavam em conjunto e possibilitavam a realização de funções corticais complexas. Segundo Cagnin (2010), a vasta contribuição teórica e clínica de Luria, assim como os estudos com os pacientes pré-frontais e a postulação de que as regiões frontais estariam envolvidas com a programação, verificação e regulação das funções cognitivas, mereceram destaque, e foram de fundamental importância para o desenvolvimento da área. Ainda segundo o mesmo autor, na década de 50 e 60, podem destacar-se ainda alguns trabalhos que dão ênfase na lateralização cerebral de funções, uma vez que troxeram contribuições teóricas e metodológicas importantes para o entendimento da específicidade dos hemisférios cerebrais no desempenho de determinadas funções cognitivas. E segundo Pinheiro (2005), os estudos realizados por Sperry (1913-1994) merecem destaque, uma vez que o mesmo demonstrou que as especialidades dos hemisférios poderiam ser diferentes, e que raramente a especialização hemisférica significava exclusividade funcional. Em jeito de conclusão, citando Rodrigues & Ciasca (2010), depreende-se que o interesse pelo funcionamento cerebral surgiu desde os primórdios do desenvolvimento do homem, e desde então, muitas hipóteses foram lançadas, discutidas e refutadas. Mais recentemente, com o surgimento das neurociências e com o aparato tecnológico, muito se avançou em termos de conhecimento sobre o cérebro e as suas funções. No que diz respeito à neuropsicologia, que estuda a relação entre o cérebro e o comportamento, as ideias de Luria vêm sendo a base para o entendimento das funções cerebrais e, principalmente, para a compreensão das disfunções corticais. Para além disto, e citando Romero & Vasquez (2002), atualmente a neuropsicologia continua a servir-se da contribuição teórica e clínica das diferentes disciplinas, assim como do desenvolvimento de métodos estatísticos que são um elemento indispensável na avaliação dos dados obtidos. Os avanços científicos em neurologia Neuropsicologia – definição, objetivos, principais patologias neurológicas e perspetiva histórica 16 Módulo I – Introdução à Neuropsicologia e os diferentes métodos de diagnóstico por imagem, ajudam na compreensão do funcionamento cerebral nas distintas patologias mentais. Neuropsicologia – definição, objetivos, principais patologias neurológicas e perspetiva histórica 17 Módulo I – Introdução à Neuropsicologia Referências • Ardila, A. & Rosselli, M. (2007). Neuropsicología Clínica, Editorial El Manual Moderno, México, 2007. • Haase, V.; Salles, J.; Miranda, M.; Malloy-Diniz, L.; Abreu, N; Argollo, N; Mansur, L.; Parente, M.; Fonseca, R.; Matos, P.; Landeira-Fernandez, J.; Caixeta, L.; Nitrini, R.; Caramelli, P.; Junior, A.; Grassi-Oliveira, R.; Christensen, C.; Brandão, L.; Filho, H.; Silva, A.; Bueno, O. (2012). Neuropsicologia como ciência interdisciplinar: consenso da cominidade brasileira de pesquisadores/clínicos em Neuropsicologia. 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