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fases processo licitação

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INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho tem como objetivo fazer uma breve análise comparativa das fases do processo licitatório regido pela Lei 8.666/93 (licitações),Lei 10.520/2002 (pregão) e Lei 12.462-2011 (Regime Diferenciado de Contratações Públicas), onde será evidenciado algumas de suas características sendo comum ou não as diversas etapas do processo abordado, e suas principais diferenças. 
 
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ANÁLISE COMPARATIVA DAS ETAPAS DO PROCEDIMENTO LICITÁTORIO 
 
LEI 8.666/93 
É de conhecimento que nem todas as modalidades de licitação apresentam todas as fases doutrinárias dispostas na Lei 8.666/93, uma vez que algumas dessas modalidades são de certa forma, incompletas. Não existe uma ordem didática das fases do processo licitatório, todavia existem o detalhamento de todas as fases, daí a importância do estreito conhecimento das etapas no que se diz tocante a jurisprudência. 
As fases expostas a seguir são pertinentes a lei 8.666/93 (licitações). As fases da licitação não estão em ordem didática na referida lei, mas podemos verificar cada uma individualmente. As fases dispostas na doutrina são: edital, habilitação, classificação, homologação e adjudicação. 
A primeira fase da licitação é a interna, onde é aberto um processo administrativo contendo a autorização respectiva, a indicação direta do objeto e o recurso utilizado para as despesas, jogo após e iniciada a fase externa da licitação. 
EDITAL: A primeira etapa da fase externa, onde a licitação se torna publica, fixa os requisitos de participação, define o objeto e as condições básicas do contrato e convida todos os interessados para que apresentem suas propostas.. Esta fase é utilizada em todas as modalidades de licitação, menos no convite (usa-se a carta convite). O edital deve ser devidamente cumprido, sob pena de nulidade, conforme o art., 41 da lei, a Administração não pode descumprir as normas e condições do edital (principio da vinculação). Para dar publicidade ao edital a Administração deve publicar o aviso contendo seu resumo com antecedência mínima nos prazos contidos no art. 21. 
HABILITAÇÃO: Esta é a segunda fase do procedimento licitatório, compreende desde o recebimento e a analise dos envelopes que carregam os documentos e os requisitos pessoais dos licitantes dentre elas: a habilitação jurídica, qualificação técnica, qualificação econômico-financeira, regularidade fiscal e outras regras que estão no art. 7º, XXXIII da CF.Assim são habilitados somente os licitantes que cumprirem ás exigências do edital.Se somente um for habilitado já o suficiente para prosseguir a próxima fase. 
CLASSIFICAÇÃO: Estamos assim na terceira fase do processo de licitação, esta fase esta compreendida entre duas etapas: 
a)abertura dos envelopes com proposta dos concorrentes, onde é lavrada uma ata circunstanciada, assinada por todos licitantes e pela comissão(art. 43 da lei 8.666/93) 
b) julgamento das propostas, que deve ser objetivo, realizado de acordo com os tipos de licitação, os critérios estabelecidos no ato convocatório e de acordo com fatores exclusivamente nele referidos (menor preço, melhor técnica, técnica e preço e maior lance ou oferta). 
HOMOLOGAÇAO: Ocorre após o julgamento dos recursos porventura interpostos da habilitação e da classificação, possui efeito suspensivo. Para que haja a homologação não pode haver vícios jurídicos no procedimento. Também é possível a homologação após o saneamento de vícios convalidáveis. 
ADJUDICAÇÃO: É o ato pelo qual a Administração atribui ao vencedor o objeto da licitação, trata-se do ultimo ato do procedimento licitatorio. Após isto a administração pode convocar o adjudicatario para assinar o contrato. 
 
LEI 10.520/2002 
 as fases do pregão: O pregão é constituído basicamente por duas fases: a interna, compreendida pelo conjunto de atos e atividades de caráter preparatório; e a externa, que demanda a participação da Administração e terceiros, em que será consumado o processo de escolha da melhor proposta e do futuro contratado. 
Fase interna:a fase interna do procedimento licitatório tem a missão de condicionar todo o seu desenvolvimento, na medida em que nele se decide a fixação de requisitos de participação, de qualificação técnica, de critérios de julgamento, entre diversos outros, razão pela qual não pode dar-se de forma arbitrária, aleatória, injustificada. Nesta fase encontra-se o edital, mais importante documento elaborado pelo órgão licitante por conter, além da descrição detalhada do objeto a ser licitado, todas as regras para a escolha e contratação do fornecedor interessado. 
A segunda fase é denominada externa, ou fase pública do pregão, tendo por marco inicial a convocação dos interessados através de aviso no Diário Oficial da União – D.O.U. A partir da ciência da existência de um procedimento licitatório, os candidatos terão tempo hábil para analisar as exigências do edital e formularem suas propostas. Em seguida, é marcado o dia da sessão pública, oportunidade em que a Administração irá receber e examinar todas as propostas e iniciar a seleção pretendida. 
Na sessão, os interessados se apresentam com dois envelopes: o primeiro, contendo a identificação da numeração do pregão, do objeto e do preço oferecido; e o segundo, com a documentação de habilitação do interessado. Logo, após abertos os envelopes contendo as propostas, cabe ao pregoeiro verificar a conformidade de cada uma com os requisitos previstos no edital. Diante disto, tem início a etapa em que o autor da oferta de valor mais baixo e os das propostas com preços até dez por cento superiores àquelas poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até que haja um vencedor final. 
JULGAMENTO E CLASSIFICAÇÃO: são feitos pelo critério de menor preço, devendo ser observados também os prazos máximos para fornecimento, as especificações técnicas e os parâmetros mínimos de desempenho e qualidade definidos no edital. 
Desse modo, uma vez examinada a proposta classificada em primeiro lugar, quanto ao objeto e valor, caberá ao pregoeiro decidir motivadamente a respeito de sua aceitabilidade. Ato seguinte, posto que encerrada a etapa competitiva e ordenada as ofertas, também é dever seu proceder à abertura do invólucro contendo os documentos de habilitação do licitante melhor classificado, com intuito de verificar o atendimento das condições do edital. 
Neste ponto é que se percebe a grande modificação do pregão, vez que somente após a classificação é que o pregoeiro vai proceder à análise dos documentos referentes à habilitação. Nota-se, assim, uma inversão de fases, posto que no procedimento geral do Estatuto, esta é anterior à fase do julgamento das propostas. 
A habilitação jurídica e a qualificação técnica e econômico-financeira obedecerão aos critérios estabelecidos no edital. Desse modo, será verificado se o licitante está em situação regular perante a Fazenda Nacional, a Seguridade Social e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, e as Fazendas Estaduais e Municipais. Faz-se a ressalva para os casos dos licitantes serem cadastrados no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores – SICAF, que tem o condão de suprir os documentos de habilitação. 
Nessa ordem de idéias, temos que só haverá a necessidade de examinar os documentos de habilitação relativos ao licitante vencedor. Por certo, em se constatando a sua inabilitação, o pregoeiro analisará os documentos do segundo colocado na ordem de classificação, e assim por diante até que se encontre um licitante que atenda integralmente às condições de habilitação fixadas no edital, que será declarado vencedor definitivo do certame. 
A par do exposto, convém sintetizar as seguintes etapas a serem ultrapassadas para que venha a ser declarado o vencedor do certame: 1) ter apresentado proposta compatível com o edital; 2) ter oferecido o menor preço; 3) ter sido considerado pelo pregoeiro como autor de preço aceitável; 4) ter sido devidamente habilitado. 
Uma vez declarado o vencedor, qualquer licitante pode manifestar imediata e motivadamente
o interesse em recorrer, quando lhe será concedido o prazo de três dias para a apresentação das razões do recurso, ficando os demais participantes do procedimento licitatório desde logo intimados para apresentar contra-razões em igual número de dias, a correr do término do prazo do recorrente, sendo assegurado, para tanto, vista dos autos do pregão. 
Em caso de não interposto recurso, ou se já decididos os existentes, a autoridade competente fará a adjudicação do objeto da licitação ao licitante vencedor. Ato seguinte, homologada a licitação, o adjudicatário será convocado para assinar o contrato no prazo definido no edital, sob pena de perda do contrato. 
 
 
 
LEI 12.462/2011 
O RDC instituído é um sistema de licitações e contratações diferente daquele tradicional disciplinado pela Lei nº 8.666/93, a lei geral das licitações e dos contratos administrativos. Sua motivação imediata foi a copa do mundo – com propositadas minúsculas – a ocorrer no Brasil em 2014. O RDC corre mais ou menos em paralelo com o regime da Lei nº 8.666/93, de vez em quando e para certos efeitos infelizmente dependendo dessa lei geral das licitações, e no mais inovando institucional e procedimentalmente. O Regime Diferenciado de Contratações é uma nova modalidade licitatória, tendo regramentos próprios para seus procedimentos licitatórios e contratuais. 
Constata-se que o RDC tem como objetivos precípuos dar maior eficiência e competitividade às contratações feitas pela máquina pública, além de promover o tratamento isonômico aos licitantes e a escolha da proposta mais vantajosa para o Poder Público, não se esquecendo de prestigiar a inovação tecnológica. Vale ressaltar que os princípios da isonomia e da proposta mais vantajosa encontram-se elencados em todos os procedimentos licitatórios nacionais. Outro objetivo a ser alcançado foi tornar mais céleres e simplificadas as contratações, principalmente no que tange aos eventos esportivos, visto que a edição do RDC ocorreu em um contexto em que era assaz necessária a agilização dos mecanismos licitatórios e contratuais para a realização de prementes obras, como estádios, projetos de mobilidade urbana, reforma e privatização de aeroportos em tempo exíguo 
 
A primeira diretriz diz respeito à padronização do objeto da contração no que concerne às especificações técnicas e de desempenho e, quando for o caso, às condições de manutenção, assistência técnica e de garantia oferecidas. Assim, a padronização é uma forma de tornar a competição mais transparente, uma vez que os licitantes já conhecerão o objeto fruto do contrato. 
Há também a padronização dos instrumentos convocatórios e das minutas dos contratos, previamente aprovados pelo órgão jurídico competente. Observa-se que a padronização em questão é só no que se refere às disposições gerais das licitações. 
Outra diretriz trazida pelo Legislador foi a busca da maior vantagem para a Administração Pública, levando-se em conta custos e benefícios, diretos e indiretos, de natureza econômica, social ou ambiental, inclusive os relativos à manutenção, ao desfazimento de bens e resíduos, ao índice de depreciação econômica e a outros fatores de igual relevância. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
Levando-se em conta o que foi observado, é possível concluir que há diversas particularidades nas etapas do processo licitatório, dentre as quais algumas são extremamente importantes para a lisura do mesmo. Seja a modalidade de licitação disposta por todas as fases ou não, sua singularidade deve ser observada atentamente do início ao fim de todo o processo. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 27. ed. São Paulo: Malheiros, 2002. 
PIETRO, Maria Sylvia Zanella di, Direito Administrativo, 24º. ed., São Paulo: Atlas, 2011. 
PAULO, Marcelo Alexandrino Vicente, Direito Administrativo Descomplicado, 19° Ed., São Paulo: Método, 2011.

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