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* FALHA OU RUPTURA NOS METAIS Fratura Fluência Fadiga * Falhas falha é a quebra do componente em serviço; problemas acarretados pelas falhas: riscos para as pessoas; perda do equipamento ou máquina; perda devido às paradas; causas mais comuns: seleção imprópria dos materiais; processamento incorreto do componente; projeto inadequado do componente; uso incorreto do componente; conhecer os mecanismos de falha ajuda a evita-la a temperatura e o modo como é aplicado o carregamento têm influência no modo de falha. * Fratura dos Materiais fratura é separação de um corpo em duas ou mais partes em resposta a uma solicitação mecânica; as solicitações podem ser: tração, compressão, torção, flexão, carregamento transversal e a combinação de alguns; a temperatura é baixa quando comparada ao ponto de fusão do material do componente; o carregamento é considerado estático – não varia com o tempo ou varia lentamente; pode ser classificada como; fratura dúctil; fratura frágil * Dúctil: a deformação plástica continua até uma redução na área para posterior ruptura (É OBSERVADA EM MATERIAIS CFC) Frágil: não ocorre deformação plástica, requerendo menos energia que a fratura dúctil que consome energia para o movimento de discordâncias e imperfeições no material (É OBSERVADA EM MATERIAIS CCC E HC) O tipo de fratura que ocorre em um dado material depende da temperatura Fratura dos Materiais * FRATURA Fraturas dúcteis Fratura frágil O tipo de fratura que ocorre em um dado material depende da temperatura * cada estrutura cristalina apresenta determinados sistemas de escorregamento característicos; Deformação Plástica * Fratura Dúctil ocorre deformação plástica antes da fratura; materiais dúcteis apresentam fratura dúctil a temperatura ambiente; a estricção é característica deste modo de fratura; os estágios de formação são: aparecimento de microcavidades; crescimento e coalescimento das microcavidades formando trinca elíptica perpendicular a direção da carga; propagação rápida da trinca próximo da superfície do material em ângulo de 45º com a carga; * a- formação do pescoço b- formação de cavidades (nucleação) c- coalescimento das cavidades para promover uma trinca ou fissura d- formação e propagação da trinca em um ângulo de 45 graus em relação à tensão aplicada e- rompimento do material por propagação da trinca Fratura Dúctil: MECANISMO * Fratura Dúctil - continuação ocorre por escorregamento de planos cristalográficos preferenciais – nucleação e propagação da trinca estão ligados a vazios, inclusões e barreiras; aparência fosca e fibrosa; condição mecânica – tensão de cisalhamento * Fratura Dúctil - continuação * Fratura Dúctil - continuação aparência fosca e fibrosa * Fratura Dúctil - continuação * dimples esféricos – fratura resultante de carregamento uniaxial dimples parabólicos – fratura resultante de cisalhamento Fratura Dúctil - ASPECTO MICROSCÓPICO * Fatores de Influência - Fratura Dúctil estado de tensão; percurso e velocidade de deformação; pureza do material; encruamento prévio; temperatura. * Fratura Frágil não ocorre deformação plástica considerável antes da fratura e a propagação de trincas é rápida; não ocorre estricção; pode ocorrer por clivagem – separação das ligações atômicas em planos específicos – transgranular; ou por separação de contornos de grão – intergranular; a separação ocorre a 90º em relação a carga; aspecto brilhante e granular; condição mecânica – tensão trativa. * FRATURA FRÁGIL: ASPECTO MACROSCÓPICO A fratura frágil (por clivagem) ocorre com a formação e propagação de uma trinca que ocorre a uma direção perpendicular à aplicação da tensão * FRATURA FRAGIL TRANSGRANULAR E INTERGRANULAR TRANSGRANULAR INTERGRANULAR A fratura passa através do grão A fratura se dá no contorno de grão * FRATURA FRÁGIL ASPECTO MACROSCÓPICO Início da fratura por formação de trinca * Temperatura de Transição muitos metais apresentam uma transição dúctil-frágil em um intervalo de temperatura característico; é característica de metais CCC e HC; os elementos de liga presentes e o tamanho de grão influenciam na temperatura de transição; deve-se ter cuidado quando se escolhe um material que apresente esta transição para fabricação de peças que serão utilizadas a baixas temperaturas. * Temperatura de Transição deve-se ter cuidado quando se escolhe um material que apresente esta transição para fabricação de peças que serão utilizadas a baixas temperaturas * Fluência * Fluência um componente mecânico pode sofrer deformação plástica ao longo do tempo sob cargas constantes - fluência; deve-se escolher ligas adequadas para utilizações em altas temperaturas; a curva de fluência representa a resposta do material a tensões constantes em altas temperaturas; a curva de fluência apresenta 3 estágios distintos: fluência primária; fluência secundária; fluência terciária. * Fluência – Curva de Fluência encruamento recuperação estricção * FLUÊNCIA (CREEP) Quando um metal é solicitado por uma carga, imediatamente sofre uma deformação elástica. Com a aplicação de uma carga constante, a deformação plástica progride lentamente com o tempo (fluência) até haver um estrangulamento e ruptura do material Velocidade de fluência (relação entre deformação plástica e tempo) aumenta com a temperatura Esta propriedade é de grande importância especialmente na escolha de materiais para operar a altas temperaturas * Então, fluência é definida como a deformação permanente, dependente do tempo e da temperatura, quando o material é submetido à uma carga constante Este fator muitas vezes limita o tempo de vida de um determinado componente ou estrutura FLUÊNCIA (CREEP) * * FATORES QUE AFETAM A FLUÊNCIA Temperatura Módulo de elasticidade Tamanho de grão Em geral: Quanto maior o ponto de fusão, maior o módulo de elasticidade e maior é a resist. à fluência. Quanto maior o o tamanho de grão maior é a resist. à fluência. FLUÊNCIA (CREEP) * ENSAIO DE FLUÊNCIA É executado pela aplicação de uma carga uniaxial constante a um corpo de prova de mesma geometria dos utilizados no ensaio de tração, a uma temperatura elevada e constante O tempo de aplicação de carga é estabelecido em função da vida útil esperada do componente Mede-se as deformações ocorridas em função do tempo ( x t) * Estágio primário: ocorre um decréscimo contínuo na taxa de fluência ( = d/dt), ou seja, a inclinação da curva diminui com o tempo devido ao aumento da resistência por encruamento. ENSAIO DE FLUÊNCIA: Curva x t * Estágio secundário: a taxa de fluência ( = d/dt) é constante (comportamento linear). A inclinação da curva constante com o tempo é devido à 2 fenômenos competitivos: encruamento e recuperação. O valor médio da taxa de fluência nesse estágio é chamado de taxa mínima de fluência (m), que é um dos parâmetros mais importantes a se considerar em projeto de componentes que deseja-se vida longa. ENSAIO DE FLUÊNCIA: Curva x t * Estágio terciário: ocorre uma aceleração na taxa de fluência ( = d/dt) que culmina com a ruptura do corpo de prova. A ruptura ocorre com a separação dos contornos de grão, formação e coalescimento de trincas, conduzindo a uma redução de área localizada e consequente aumento da taxa de deformação ENSAIO DE FLUÊNCIA: Curva x t * Fadiga * Fadiga este tipo de falha ocorre em componentes sujeitos a carregamentos cíclicos; a falha irá ocorrer mesmo se o carregamento não alcançar a tensão admissível do material em carregamento estático; a falha por fadiga está relacionada com a propagação de trincas superficiais e externas no material do componente a vida do componente é baseada no número de ciclos até ruptura para um determinado carregamento cíclico; a falha ocorre de maneira rápida e catastrófica; seu aspecto é o mesmo que o da fratura frágil; * Carcaça de mancal contador Acoplamento flexível Fadiga: ensaio * fadiga de baixo ciclo – altas tensões gerando fadiga com menores números de ciclos; fadiga de alto ciclo – baixas tensões gerando fadiga após muitos ciclos; Fadiga: ensaio * A tensão cíclica mais comum é caracterizada por uma função senoidal, onde os valores de tensão são representados no eixo das ordenadas e o número de ciclos no eixo das abscissas. As tensões de tração são representadas como positivas e as tensões de compressão como negativas. A figura a seguir apresenta três tipos de ciclos de tensão. O gráfico a mostra um gráfico de tensão reversa, assim chamado porque as tensões de tração têm valor igual às tensões de compressão. No gráfico b todas as tensões são positivas, ou seja, o corpo de prova está sempre submetido a uma tensão de tração, que oscila entre um valor máximo e um mínimo. O gráfico c representa tensões positivas e negativas, como no primeiro caso, só que as tensões de compressão têm valores diferentes das tensões de tração. * As formas mais utilizadas de corpo de prova; para fadiga são apresentadas a seguir. * Os resultados do ensaio de fadiga geralmente são apresentados numa curva tensão-número de ciclos, ou simplesmente curva S-N. O S vem da palavra inglesa stress, que quer dizer tensão, e N representa o número de ciclos. Fadiga: curva S-N Supondo que, para uma certa solicitação de flexão S1 o corpo de prova se rompa em um certo número de ciclos N1, e para uma solicitação S2 se rompa em N2 ciclos, e assim por diante, pode-se construir o diagrama S-N, com a tensão no eixo das ordenadas e o número de ciclos no eixo das abscissas. * Observando a curva obtida, à medida que se diminui a tensão aplicada, o corpo de prova resiste a um maior número de ciclos. Nota-se, também, que diminuindo a tensão a partir de um certo nível a curva se torna horizontal; o número de ciclos para o rompimento do corpo de prova torna-se praticamente infinito. Esta tensão, que praticamente não provoca mais a fratura por fadiga, chama-se limite de fadiga ou resistência à fadiga do metal considerado * Para a maioria dos materiais, especialmente os metais não ferrosos como o alumínio, a curva obtida no diagrama S-N é decrescente. Portanto, é necessário definir um número de ciclos para obter a correspondente tensão, que será chamada de resistência à fadiga. Para o alumínio, cobre, magnésio e suas ligas, deve-se levar o ensaio a até 50 milhões de ciclos e, em alguns casos, a até 500 milhões de ciclos, para neste número definir a resistência à fadiga. * É a forma de falha ou ruptura que ocorre nas estruturas sujeitas à forças dinâmicas e cíclicas Nessas situações o material rompe com tensões muito inferiores à correspondente à resistência à tração (determinada para cargas estáticas) É comum ocorrer em estruturas como pontes, aviões, componentes de máquinas A falha por fadiga é geralmente de natureza frágil mesmo em materiais dúcteis. Fadiga * Os esforços alternados que podem levar à fadiga podem ser: Tração Tração e compressão Flexão Torção,... Fadiga * RESULTADOS DO ENSAIO DE FADIGA CURVA -N OU CURVA WOHLER A CURVA -N REPRESENTA A TENSÃO VERSUS NÚMERO DE CICLOS PARA QUE OCORRA A FRATURA. Normalmente para N utiliza-se escala logarítmica * Limite de resistência à fadiga (Rf): em certos materiais (aços, titânio,...) abaixo de um determinado limite de tensão abaixo do qual o material nunca sofrerá ruptura por fadiga. Para os aços o limite de resistência à fadiga (Rf) está entre 35-65% do limite de resistência à tração. Fadiga: ensaio * Resistência à fadiga (f): em alguns materiais a tensão na qual ocorrerá a falha decresce continuamente com o número de ciclos (ligas não ferrosas: Al, Mg, Cu,...). Nesse caso a fadiga é caracterizada por resistência à fadiga Fadiga: ensaio * Vida em fadiga (Nf): corresponde ao número de ciclos necessários para ocorrer a falha em um nível de tensão específico. Fadiga: ensaio * A fratura ou rompimento do material por fadiga geralmente ocorre com a formação e propagação de uma trinca. A trinca inicia-se em pontos onde há imperfeição estrutural ou de composição e/ou de alta concentração de tensões (que ocorre geralmente na superfície) A superfície da fratura é geralmente perpendicular à direção da tensão à qual o material foi submetido Fadiga * Fadiga – nucleação e propagação existem duas etapas: nucleação e propagação de trincas; a nucleação ocorre nas proximidades de concentradores de tensão e/ou precipitados próximos a superfície do componente – surgem sulcos (rego de arado) designados intrusões e extrusões devido à deformação plástica; a propagação se dá em vários estágios: a trinca se propaga por vários grãos cristalinos devido às fendas formadas na nucleação; a trinca se propaga perpendicularmente à direção da carga com velocidades altas – surgimento de estrias de fadiga; a trinca percorre uma área grande o suficiente para que o material não resista e rompa de maneira dúctil. * Fadiga – fractografias fractografia mostrando estrias (MET) Textura opaca e fibrosa Região onde a trinca se formou, propagação lenta Região de fratura rápida * Fadiga – Fatores de Influência concentradores de tensão – entalhes, furos, rasgos mudanças bruscas de seção; rugosidade superficial – superfícies rugosas originam concentradores de tensão; estado da superfície – tratamentos superficiais podem aumentar a resistências a fadiga; ambiente – a corrosão e oxidação combinadas com as tensões cíclicas aumentam a velocidade de propagação das trincas. * Tensão Média: o aumento do nível médio de tensão leva a uma diminuição da vida útil Efeitos de Superfície: variáveis de projeto (cantos agúdo e demais descontinuidades podem levar a concentração de tensões e então a formação de trincas) e tratamentos superficiais (polimento, jateamento, endurecimento superficial melhoram significativamente a vida em fadiga) Efeitos do ambiente: fadiga térmica (flutuações na temperatura) e fadiga por corrosão (ex. pites de corrosão podem atuar como concentradores de corrosão) Fadiga – Fatores de Influência * Coalescimento: Tratamento térmico de recozimento com a finalidade de se obterem os carbonetos na forma esferoidal, também conhecido como esferoidização. Utiliza-se em produtos que necessitem reduzir sua dureza, para poderem ser deformados plasticamente. Recozimento: Tratamento térmico em que o metal sofre aquecimento controlado até atingir determinada temperatura, permanece nessa temperatura por um certo tempo e sofre resfriamento lento no próprio forno. Os objetivos principais do recozimento são: remover tensões (devidas, muitas vezes, ao processo de fundição ou ao de conformação mecânica, a quente ou a frio), diminuir a dureza, melhorar a ductilidade, ajustar o tamanho dos grãos, regularizar a estrutura bruta de fusão, obter estruturas favoráveis para submeter o metal a outros processos, eliminar os efeitos de quaisquer tratamentos mecânicos e térmicos anteriores (restituir características que foram alteradas), atenuar heterogeneidades ou, ainda, eliminar ou reduzir tensões internas. Dicionário * Encruamento: Elevação da tensão de escoamento na fase de deformação plástica, ou seja, é o fenômeno que ocorre no metal com aumento da dureza devido à deformação plástica (só ocorre a frio). O encruamento causa modificações nas propriedades mecânicas do material. Fluência: Fenômeno pelo qual metais e ligas tendem a sofrer deformações plásticas quando submetidos por longos períodos a tensões constantes, porém inferiores ao limite de resistência normal do material. Pode ser ativada pela temperatura (sua ocorrência é comum a temperaturas elevadas), e se manifesta com o passar do tempo. Esta deformação produz fissuras no material e pode levar à ruptura. À temperatura ambiente, a deformação das estruturas metálicas é muito pequena, a não ser que a carga adquira uma tal intensidade que se aproxime da tensão de ruptura. Entre os equipamentos que estão sujeitos a falhar por fluência estão as turbinas a jato e os geradores a vapor. Dicionário
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