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7069_Capitulo Responsabilidade Extracontratual do Estado

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DIREITO ADMINISTRATIVO 
Capítulo do Livro On Line®: RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL DO 
ESTADO 
 
 
1. Generalidades: 
- Responsabilidade é o dever de responder, dá uma resposta; 
- O dever do Estado de dá uma resposta de um prejuízo causado a alguém; 
- NÃO confundir com a responsabilidade CONTRATUAL do estado; 
- Responsabilidade extracontratual, é quando o Estado irá responder com temas que não 
tem nada haver com contratos administrativos; 
- A Responsabilidade Extracontratual é também conhecida como: Responsabilidade Civil 
ou Responsabilidade Patrimonial do Estado ou Responsabilidade Aquiliana; 
- NÃO há vinculo contratual; 
- O Estado hoje responde SIM por danos causados a terceiros; 
- Conhecido Caso Blanco = onde o Estado passou da teoria da irresponsabilidade para a 
teoria da responsabilidade do Estado; momento historicamente onde o Estado passou a 
ser responsabilizado pelos danos causados a terceiros; 
 
2. Responsabilidade do direito privado: 
2.1. Responsabilidade subjetiva: 
- fato + elemento subjetivo + nexo de causalidade (dano) = dever de reparar / dever de 
indenizar;; 
- Ocorrência de um fato ou acontecimento; 
- É necessário o acrescimento do elemento subjetivo (= culpa em sentido amplo); 
- Culpa em sentido amplo = engloba o dolo e a culpa em sentido estrito; 
- Culpa em sentido estrito = negligência, imprudência ou imperícia; 
- É necessário que haja também o nexo de causalidade com dano; 
- O Brasil adotou a tese do nexo de causalidade direta (só haverá dever de reparação se 
for demonstrado o nexo causal); 
- Art. 186 e 927 do CC/02; 
- Em direito privado (direito civil) a regra é que, seja responsabilidade subjetiva; 
 
 
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- Omissão do Estado (tem que provar o elemento subjetivo); 
 
2.2. Responsabilidade objetiva: 
- fato + nexo de causalidade (dano) = dever de indenizar; 
- Basta tão somente a ocorrência de um fato; 
- O nexo de causalidade com o dano (prejuízo); 
- Dever de indenizar / dever de ressarcir; 
- NÃO se avalia a presença do elemento subjetivo (não importa a culpa em sentido amplo); 
- Essa Teoria da Responsabilidade Objetiva, ganha a denominação de Teoria do Risco 
Administrativo; e incide quando o dano é causado por uma ação; 
 
OBS1: O direito positivo brasileiro adota a Tese da Responsabilidade Objetiva do Estado, 
no Art. 37, §6º da CF; 
 
OBS2: O Estado responde quando a atuação se der na qualidade de agente; o Estado 
responde quando o agente agir na qualidade de agente; Recurso Extraordinário 363.423; 
 
OBS3: Art. 43 do CC/02 repete a norma do Art. 37, §6º da CF; estabelecendo a norma da 
responsabilidade objetiva do Estado; 
 
OBS4: Quando o dano é causado em razão de omissão estatal, incide a regra da 
responsabilidade subjetiva do Estado; Recurso Extraordinário 179.147; esse 
reconhecimento é feito pela doutrina e jurisprudência; 
 
3. Responsabilidade no direito administrativo: 
3.1. Teoria da culpa administrativa: 
3.2. Teoria do risco administrativo: 
- Nos casos de responsabilidade subjetiva, em decorrência de omissão, aplica-se a Teoria 
da Culpa Administrativa; 
- Trata-se de culpa anônima, ou seja, não individualizada, que caracteriza a falta do 
serviço; 
 
 
 
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OBS1: A falta do serviço corresponde à situação em que, não houve serviço ou este se 
deu com deficiência ou de forma retardada; “Faute Du Service”; 
 
OBS2: Daí por que: 
a) Ação / Responsabilidade Objetiva; CF e CC (direito positivo); Teoria do Risco 
Administrativo; 
b) Omissão / Responsabilidade Subjetiva; previsão em doutrina e jurisprudência; Teoria da 
Culpa Administrativa; culpa anônima (culpa não individualizada); 
 
4. Situações excepcionais: 
- Excepcionais porque, mesmo havendo uma omissão, será, nessas situações, OBJETIVA 
a responsabilidade do Estado; 
 
4.1. Aquela que decorre de dano ambiental; Art. 225 da CF; 
4.2. Situação que configura dano nuclear; Art. 21, XXIII, “d” da CF; 
4.3. Situação que envolve trânsito; Art. 1º, §3º da Lei 9.503/97; 
4.4. Situação que envolve custódia; ex: presos (o próprio detento está sobre a custódia do 
Estado / Art. 5º, XLX da CF / Súmula vinculante 11 / entendimento do STF RE 272839 e 
no REsp 944884; detento em fuga / crime é praticado LOGO APÓS a fuga / RE 445414; 
visitantes em presídios – se algo acontece com eles dentro do presídio, é responsabilidade 
do Estado; visita íntima é também uma situação de custódia; presos em regime semiaberto 
/ RE 466441); hospitais públicos, escolas públicas; erro médico em hospitais públicos 
(Agravo de instrumento STF 718.981 / Agravo de instrumento STF 825.414; 
4.5. Situação envolvendo tabelionato; RE 551156; Art. 236 da CF; 
 
OBS: Não haverá extensão de custodia quando passados vários meses da fuga; logo após 
a fuga = responsabilidade objetiva do Estado; meses após a fuga = Não existe mais 
correlação entre a fuga e a responsabilidade do Estado; O STF e o STJ não dizem quanto 
meses são, e nem dizem também o que é logo após; 
 
5. Excludentes de responsabilidade: 
- Existem duas teorias para se tratar da responsabilidade do Estado: Teoria da 
Responsabilidade Objetiva e a Teoria da Responsabilidade Subjetiva; 
 
 
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- Subjetiva = fato + elemento subjetivo + nexo causalidade (dano) = dever de indenizar; 
- Objetiva = fato + dano = dever de indenizar; 
- Nas duas Teorias são possíveis as chamadas Excludentes de responsabilidade; 
- Elas EXCLUEM do dever de reparação; exclui o dever de indenizar; desconstituí o nexo 
de causalidade; retira o nexo de causalidade; 
- Excludentes: 
a) caso fortuito (= conduta humana / ex: assalto); 
b) força maior (= evento da natureza / ex: terremoto); 
c) culpa exclusiva da vítima; quando a vítima der causa ou dano que sofreu, ela mesmo irá 
responder; RE 318725; 
 
- Agravo de instrumento 455846 STF; ratificou que a força maior e o caso fortuito são 
excludentes de responsabilidade; 
 
OBS1: O caso fortuito e a força maior são excludentes de responsabilidade quando se 
configurarem eventos únicos. Situação diversa ocorre na concausa, em que ao lado do 
caso fortuito ou da força maior, existe um comportamento estatal; na concausa não há 
excludente de responsabilidade; nessas hipóteses deve ser proporcionalizada a 
responsabilidade; equiparação do dever de responde; concausa = mais de uma causa que 
leva a situação do evento; 
 
OBS2: Culpa concorrente  também não exclui o dever de reparação, mas apenas 
proporcionaliza; ex: batida de automóveis – quando ambos saem da sua pista; 
 
OBS3: REsp 503046 segundo o STJ/RJ, uso de passagem clandestina em vias férreas, 
configura culpa concorrente, e portanto dá direito a indenização; REsp 1014520 STJ/DF, 
determinando o dever de vigilância do Estado quanto aos servidores públicos; 
 
6. A teoria do risco integral: 
- Tem tudo haver com excludente de responsabilidade; 
- Essa teoria configura modalidade de responsabilidade OBJETIVA, porém NÃO admite a 
oposição das excludentes de responsabilidade; 
 
 
 
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OBS: No direito brasileiro admite-se responsabilidade pelorisco integral tratando de dano 
nuclear e dano ambiental; 
 
7. Ação de reparação e Ação regressiva: 
- Ação de reparação = rito ordinário; também conhecida como Ação Ordinária de 
Reparação; 
 
OBS1: A ação de reparação é aquela movida (proposta) pela vítima contra o Estado, 
buscando a reparação do prejuízo sofrido; 
 
OBS2: A ação de reparação, segundo orientação do STF, apenas pode ser movida contra 
o Estado; RE 327904; RE 344133; 
 
OBS3: O STJ admite a ação movida contra ambos (litisconsórcio passivo / Estado e 
Agente); REsp 731746; lógico que prevalece para a prova a posição do STF; 
 
OBS4: Não se admite a denuncia à lide do agente pelo Estado; 
 
OBS5: Ação de reparação prescreve no prazo de 05 (cinco) anos; Art. 1º do Decreto 
20.910/32; Art. 1-C da Lei 9494/97; REsp 1311070; 
 
OBS6: Não esquecer que, a prescrição NÃO corre contra incapaz; Art. 198, I do CC/02; 
REsp 1242189; Súmula 85 STJ prevê a prescrição de relação de trato sucessivo; 
 
Amigos! O Art. 169, I (mencionado) refere-se ao Código Civil de 1916! 
 
- Nas ações de reparações ex-delicto (com força de um delito) a prescrição conta do 
trânsito em julgado da ação penal; REsp 842174; 
 
- As ações de reparação em decorrência de danos envolvendo regime militar, são 
imprescritíveis; não prescreve; REsp 1042632; 
 
 
 
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- Ação regressiva = também conhecida como ação de regresso; é a ação que o Estado 
move contra o agente, buscando um ressarcimento do prejuízo que lhe foi causado; 
 
OBS1: A ação regressiva se baseia na responsabilidade subjetiva do agente; o agente 
responde de forma subjetiva; ação baseada em direito privado; Art. 37, §6º da CF; Art. 43 
CC/02; 
 
OBS2: A ação regressiva como qualquer outra ação, que visa o ressarcimento ao erário, é 
imprescritível; Art. 37, §5º da CF; REsp 1185461; Agravo STJ 1214232; 
 
Reparação = visa a reparação de indenização causado por danos; esses danos 
contemplam o dano moral + dano material; Súmula 387 STJ; dano estético não se 
confunde com dano moral; 
 
- Dano moral pode ser puro; aquele que não depende de comprovação da dor; ex: morte 
de um parente; 
 
- Dano material engloba tanto o dano emergente (perdeu) + lucro cessante (deixou de 
ganhar); Art. 186 e 927 CC/02; 
 
OBS: Dano material  indenização em razão de morte  a pensão é paga (em razão da 
morte) até que o filho complete 24 anos, e o sobrevivente recebe até quando o falecido 
completaria 70 anos de idade; REsp 1244979; 
 
OBS: OS juros são computados desde a data do evento danoso; Súmula 54 STJ; 
 
8. A responsabilidade por atos legislativos e jurisdicionais: 
- O direito brasileiro adota a tese da Irresponsabilidade do Estado por atos legislativos e 
por atos jurisdicionais; 
- Tese da Irresponsabilidade = o Estado NÃO responde; 
 
OBS: Essa irresponsabilidade refere-se às atividades tipicamente legislativa e jurisdicional; 
 
 
 
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- Duas exceções quanto aos atos de natureza legislativa (vai dá direito a indenização / 
direito de reparação); 
a) Edição de leis declaradas inconstitucionais; RE 153464 e REsp 571645; Estado 
responde quando a lei for declarada inconstitucional; essa declaração de 
inconstitucionalidade deve ser feita mediante controle concentrado de constitucionalidade 
perante o STF; 
 
b) Leis de efeitos concretos; é a lei em sentido formal; a sua forma é de lei, mas a sua 
essência é de um ato administrativo; a sua matéria é de ato; daí porque as leis de efeitos 
concretos que causem danos dão direito a indenização por se parecerem com atos 
administrativos; CABE Mandado de Segurança contra lei de efeito concreto; 
 
- Atos jurisdicionais também prevalecem a regra da irresponsabilidade; APENAS uma 
exceção: corresponde ao chamado Erro Judicial ou Erro Judiciário; 
 
OBS: O Estado-juiz é irresponsável; os atos típicos do juiz são irresponsáveis; RE 228977; 
a exceção está quanto ao chamado erro judiciário; RE 540640; RE 505393; REsp STJ 
1030890; 
 
OBS: O erro judiciário refere-se a decisões de natureza estritamente penal; o juiz não 
penal, o Estado não responde pela decisão dele; 
 
OBS: prisão ilegal em decorrência de homônimo dá direito a indenização 
semelhantemente o que ocorre com o erro judiciário; REsp 1040; 
 
OBS: prisão preventiva não dá direito a indenização; RE 429518; 
 
- Dá direito à indenização: 
a) liberação de valor depositado em juízo; REsp 896702; 
b) demora na posse de servidor público (nomeação tardia do servidor); REsp 1103682; 
c) queda de árvore (omissão / não conservação /responsabilidade objetiva); STJ Agravo 
1330275; 
 
 
 
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- NÃO da direito à indenização: 
a) anulação de concurso público; REsp 356; 
 
9. O verdadeiro alcance do art. 37, parágrafo 6º, da CF: 
- O alcance do Art.37 da CF não é apenas para o Estado, é para qualquer pessoa jurídica 
de direito público ou de direito privado que presta serviço público; 
- A pessoa jurídica responde de acordo com o Art.37, §6º da CF, responsabilidade objetiva; 
- Art. 43 CC; as pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis 
pelos danos; 
- PJ = de direito público sofrem a incidem do Art.37, §6º da CF; Administração Pública 
DIRETA ou Centralizada: União, Estados, DF e Municípios; Art. 41 do CC; Administração 
Pública INDIRETA ou Descentralizada: Autarquias e Fundações Públicas; 
- PJ = de direito privado que prestem serviço público; incidem também o Art. 37, §6º da 
CF; Administração Pública INDIRETA ou Descentralizada: Empresas Públicas e 
Sociedades de Economia Mista; ex: Correios, Infraero; 
- As EP e as SEM, as estatais, pode ter duas finalidade, podem prestar serviço público ou 
atuar no domínio econômico; as estatais que atuam no domínio econômico NÃO 
respondem objetivamente; 
- Órgão público NÃO responde! 
- Delegatárias de serviços públicos = são as Concessionárias e também as 
Permissionárias de serviços púbicos; são pessoas jurídicas de direito PRIVADO, mas 
prestadoras de serviço público, por isso que, com base no Art. 37, §6º da CF elas 
respondem de forma objetiva; prestam serviços públicos; 
OBS: Segundo orientação jurisprudencial do STF as delegatárias de serviços públicos 
respondem objetivamente, também com relação a terceiros não usuários dos serviços 
públicos; RE 591874; RE500097; 
 
OBS: Essa responsabilidade objetiva das delegatárias está no Art. 2º e 25 da Lei 8987/95; 
 
OBS: As pessoas jurídicas da Administração Pública INDIRETA e as Delegatárias de 
serviços públicos respondem de forma primária pelos danos causados a particulares 
(perante todos); de modo que, o Estado (em sentido amplo) responde apenas de forma 
subsidiária; REsp 558755; 
 
 
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OBS: Quanto ao fornecimento de medicamentos a responsabilidade é solidária entre os 
entes federados; Agravo de Instrumento 797349; 
 
10. Correlação entre normas e dispositivos legais pertinentes ao tema: 
ASSUNTO NORMAS 
CONSTITUCIONAIS 
LEIS 
Responsabilidade 
Extracontratual do Estado 
Art. 5º, XLIX 
Art. 5º, LXXV 
Art. 21, XXIII, “d” 
Art. 37, §5º e 6º 
Art. 236 
Lei 9.494/97, Art. 1-C 
Lei 8.112/90,Art. 122, §2º 
Código Civil Arts. 41 e 43 
Código Civil Arts. 186 e 927 
Dec 20.910/32 (art. 1º), 
Lei 9.503/97 (art. 1º, §3º) 
Lei 8.935/94 (art. 22) 
Lei 8.987/95, Arts. 2º e 25 
 
 
 
11. Aspectos jurisprudenciais: 
- Súmula vinculante nº 11 do STF; 
 
- Súmula nº 387 do STJ; 
 
 
 
 
12. Questões sobre o tema (EXTRAÍDAS DO NOSSO LIVRO DE DIREITO 
MATERIAL E QUESTÕES) : 
 
UnB / CESPE – OAB – Exame de Ordem 2007.1 
Questão 4 
 
 
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Leandro fugiu da cadeia pública de um estado da Federação. Cinco meses depois da fuga, 
em concurso com mais dois agentes, praticou o sequestro relâmpago de duas pessoas, as 
quais restaram brutalmente assassinadas. 
– Nessa hipótese, haverá responsabilidade objetiva do Estado pelos danos decorrentes da 
morte causada por fugitivo? Fundamente sua resposta. 
 
Resposta 
A doutrina especializada ensina que a responsabilidade objetiva do Estado aplica-se, 
como regra, aos danos causados por ação (comportamento ativo de seus agentes), 
situações em que não irá se perquirir acerca do elemento subjetivo (dolo ou culpa) 
por parte do preposto do Estado, bastando, para a materialização do dever de 
indenizar, a configuração do nexo de causalidade entre o comportamento de um de 
seus agentes (nessa qualidade) e o dano sofrido pelo administrado. 
É o que se vê do art. 37, § 6º da CF (repetida pelo art. 43 do Código Civil), “in verbis”: 
 
“Art. 37... 
§ 6º A pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de 
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, 
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos 
casos de dolo ou culpa” 
 
No caso em análise, contudo, o dano sofrido pelas vítimas é resultado de uma 
omissão Estatal, na medida em que deixou de prestar segurança pública aos seus 
administrados, dando ensejo, portanto, à incidência de responsabilidade subjetiva, 
havendo a necessidade de demonstração da culpa administrativa quanto à 
consecução do evento danoso, culpa esta anônima (não individualizada), 
caracterizadora da denominada “falta do serviço”, ou seja, a “faute du service” dos 
franceses. 
Cumpre registrar, por derradeiro, que consoante entendimento jurisprudencial, se o 
ato tivesse sido praticado pelos detentos logo após a fuga estaria caracterizada a 
hipótese de responsabilidade objetiva do Estado, ante a situação de extensão de 
custódia (nesse sentido, dentre outros, RE 445414/MG; RE 573595/RS e REsp 
 
 
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980844/RS), não se aplicando esse posicionamento ao presente caso, contudo, uma 
vez que o crime foi praticado cinco meses após a fuga. 
 
OAB/CESPE – DIVERSAS REGIOES/ 2007.2 – 
Questão 4 
Antônio se encontrava dormindo no chão de uma parada de ônibus, quando dois 
adolescentes atearam fogo em seu corpo, o qual foi atingido em cerca de 40%. 
Socorrido, foi encaminhado ao hospital mais próximo e submetido a uma cirurgia de 
aproximadamente 5 horas, vindo logo depois a falecer. Não foi apurada culpa ou dolo da 
equipe médica. A família pretende processar o Estado. 
– Considerando a situação hipotética descrita acima, responda, de forma fundamentada, a 
seguinte pergunta: há, nesse caso, responsabilidade objetiva do Estado? 
 
FUNDAMENTOS PARA A RESPOSTA: 
- Não incidiria, no caso em lume, a responsabilidade objetiva do Estado, prevista no 
art. 37, § 6°, CF, mas sim a responsabilidade subjetiva, fundada na Teoria da Culpa 
Administrativa, posto que o que ocorreu foi uma conduta omissiva do Estado, 
consistente na falta de serviço de segurança pública. 
 
 
OAB/CESPE – DIVERSAS REGIOES/ 2008.1 
Questão 4 
Um indivíduo ingressou com ação de responsabilidade civil contra uma empresa pública 
que se dedica à exploração de atividade econômica, visando o ressarcimento de danos 
que lhe foram causados em virtude da má atuação da empresa. O autor alega que essa 
empresa, apesar de se constituir em pessoa jurídica de direito privado, é entidade 
integrante da administração pública, razão pela qual sua responsabilidade é objetiva, 
devendo a reparação ocorrer independentemente de ela ter agido com culpa ou dolo. 
Na situação apresentada, é procedente a pretensão do Autor da ação? Justifique a sua 
resposta. 
FUNDAMENTOS PARA A RESPOSTA: 
– Reconhecimento de que somente as empresas públicas prestadoras de serviços 
públicos estão sujeitas à responsabilidade objetiva (CF, art. 37, §6º) 
 
 
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– As empresas públicas e as sociedades de economia mista que se dedicam à 
exploração de atividade econômica são regidas pelas normas aplicáveis às 
empresas privadas (CF, art. 173, §1º, II), estando, em consequência, sujeitas à 
responsabilidade subjetiva comum do direito civil. 
 
OAB 2009.3 (Prova anulada pelo CESPE) 
Questão 5 
Angélica trafegava com seu veículo em via pública municipal quando, em um cruzamento 
sem sinalização, colidiu seu automóvel com outro veiculo. 
Inconformada com a omissão do município no tocante a sinalização da via bem como com 
os prejuízos sofridos, Angélica procurou auxilio de profissional de advocacia. 
– Nessa situação hipotética, que medida judicial o advogado(a) de Angélica poderá utilizar 
em favor da sua cliente? Com base em que argumentos? Fundamente sua resposta. 
 
FUNDAMENTOS PARA A RESPOSTA: 
Nesse caso, cabível a propositura de uma ação ordinária de reparação contra o 
município, a ser proposta perante a Justiça Estadual. 
O fundamento jurídico é a responsabilidade objetiva do município, conforme 
instituído no art. 1º, § 3º do Código de Trânsito Brasileiro, Lei nº 9.503/97, que 
estabelece: 
“§ 3º Os órgãos e entidades componentes doSistema Nacional de Trânsito 
respondem, no âmbito das respectivas competências, objetivamente, por danos 
causados aos cidadãos em virtude de ação, omissão ou erro na execução e 
manutenção de programas, projetos e serviços que garantam o exercício do direito 
do trânsito seguro.”. 
 
OAB/CESPE 2010.1 
Questão 1 
Em 30/8/2009, Jairo trafegava de bicicleta por uma rua de Goiânia – GO, no sentido da via, 
na pista da direita, quando foi atropelado por um ônibus de uma concessionária do serviço 
público de transporte urbano de passageiros, em razão de uma manobra brusca feita pelo 
motorista do coletivo. 
 
 
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Jairo morreu na hora. A mãe do ciclista procurou escritório de advocacia, pretendendo 
responsabilizar o Estado pelo acidente que resultou na morte de seu filho. 
– Em face dessa situação hipotética, discorra sobre a pretensão da mãe de Jairo, 
estabelecendo, com a devida fundamentação, as diferenças e(ou) semelhanças entre a 
responsabilidade civil do Estado nos casos de dano causado a usuários e a não usuários 
do serviço público. 
 
FUNDAMENTOS PARA A RESPOSTA: 
O ordenamento jurídico pátrio estabelece a responsabilidade objetiva das pessoas 
jurídicas de direito público e das de direito privado civil do Estado por danos 
causados a terceiros. 
É o que se vê do art. 37, § 6º da CF (repetida pelo art. 43 do Código Civil), “in verbis”: 
 
“Art. 37... 
§ 6º A pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de 
serviçospúblicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, 
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos 
casos de dolo ou culpa” 
 
Quanto à responsabilidade com relação ao terceiro não usuário do serviço, como é o 
caso do ciclista, não se pode interpretar restritivamente o alcance do art. 37, § 6º, da 
CRFB, acima transcrito, sobretudo porque a Constituição, interpretada à luz do 
princípio da isonomia, não permite que se faça qualquer distinção entre os 
chamados “terceiros”, ou seja, entre usuários e não usuários do serviço público, 
haja vista que todos eles, de igual modo, podem sofrer dano em razão da ação 
administrativa do Estado, seja ela realizada diretamente, seja por meio de pessoa 
jurídica de direito privado. Os serviços públicos devem ser prestados de forma 
adequada e em caráter geral, estendendo-se, indistintamente, a todos os cidadãos, 
beneficiários diretos ou indiretos da ação estatal. 
Outro não é o posicionamento jurisprudencial. 
Nesse sentido: 
“EMENTA: CONSTITUCIONAL. RESPONSABILIDADE DO ESTADO. Art. 37, § 6º, DA 
CONSTITUIÇÃO. PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO PRESTADORAS DE 
 
 
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SERVIÇO PÚBLICO. CONCESSIONÁRIO OU PERMISSIONÁRIO DO SERVIÇO DE 
TRANSPORTE COLETIVO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA EM RELAÇÃO A 
TERCEIROS NÃO USUÁRIOS DO SERVIÇO. RECURSO DESPROVIDO. I – A 
responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de 
serviço público é objetiva relativamente a terceiros usuários e não-usuários do 
serviço, segundo decorre do art. 37, § 6º, da Constituição Federal. II – A inequívoca 
presença do nexo de causalidade entre o ato administrativo e o dano causado ao 
terceiro não-usuário do serviço público é condição suficiente para estabelecer a 
responsabilidade objetiva da pessoa jurídica de direito privado. III – Recurso 
extraordinário desprovido. (RE 591874, Relator(a): Min. Ricardo Lewandowski, 
Tribunal Pleno, julgado em 26/08/2009, DJe-237 DIVULG 17-12-2009 PUBLIC 18-12-
2009 EMENT VOL-02387-10 PP-01820) – Processo com repercussão geral 
reconhecida. 
Patente, assim, a pretensão da mãe de Jairo, de ser ressarcida em razão do dano 
sofrido, mesmo porque evidente, no caso, o nexo de causalidade. 
 
OAB/UNIFICADO 2010.2 – PROVA Fundação Getúlio Vargas 
Questão 1 
É realizado, junto a determinado Ofício de Notas, procuração falsa para a venda de certo 
imóvel. Participa do ato fraudulento o “escrevente” do referido Ofício de Notas, que era e é 
amigo de um dos fraudadores. Realizada a venda com a utilização da procuração falsa, e 
após dois anos, desta, o verdadeiro titular do imóvel regressa ao país, e descobre a venda 
fraudulenta. 
Assim, tenso com a situação, toma várias medidas, sendo uma delas o ajuizamento de 
ação indenizatória. 
Diante do enunciado, responda: contra quem será proposta essa ação e qual a natureza 
da responsabilidade? 
 
Resposta 
O ordenamento jurídico pátrio estabelece a responsabilidade extracontratual 
objetiva do Estado e dos demais prestadores de serviços públicos pelos danos 
causados a terceiros. 
É o que se vê do art. 37, § 6º da CF (repetida pelo art. 43 do Código Civil), “in verbis”: 
 
 
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“Art. 37... 
§ 6º A pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de 
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, 
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos 
casos de dolo ou culpa” 
 
Consoante se extrai do art. 236, § 1º, da Constituição, o exercício de atividade 
notarial é delegada e, portanto, deve se dar por conta e risco do delegatário, nos 
moldes do regime das concessões e permissões de serviço público. 
Regulamentando o artigo acima referido, a Lei nº 8.935/1994 estabelece, no seu 
artigo 22, a responsabilidade direta e objetiva do notário, “in verbis”: 
 
“Art. 22. Os notários e oficiais de registro responderão pelos danos que eles e seus 
prepostos causarem a terceiros, na prática de atos próprios da serventia, 
assegurado aos primeiros direito de regresso no caso de dolo ou culpa dos 
prepostos.” 
 
Assim, o verdadeiro titular do imóvel deverá propor uma ação indenizatória, pelo rito 
ordinário, contra o notário em razão do ato fraudulento e lesivo, respondendo o 
Estado apenas de forma subsidiária. 
Nesse sentido: Recurso Especial nº 1.163.652 – PE (2009/0207706-5, Relator Ministro 
Herman Benjamin, julgado em 01/07/2010). 
 
IV EXAME DE ORDEM UNIFICADO – 2011.1 – FGV 
Questão 2 
José, enquanto caminhava pela rua, sofre graves sequelas físicas ao ser atingido por um 
choque elétrico oriundo de uma rede de transmissão de uma empresa privada que presta 
serviço de distribuição de energia elétrica. Na ação judicial movida por José, não ficou 
constatada nenhuma falha no sistema que teria causado o choque, tampouco se verificou 
a culpa por parte do funcionário responsável pela manutenção dessa rede elétrica local. No 
entanto, restou comprovado que o choque, realmente, foi produzido pela rede elétrica da 
empresa de distribuição de energia, conforme relatado no processo. 
 
 
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Diante do caso em questão, discorra sobre a possível responsabilização da empresa 
privada que presta serviço de distribuição de energia elétrica, bem como um possível 
direito de regresso contra o funcionário responsável pela manutenção da rede elétrica. 
 
 
RESPOSTA: 
No caso em análise incide a responsabilidade direta e objetiva da concessionária 
sobre os danos causados aos usuários dos serviços públicos, na condição de 
pessoa jurídica de direito privado, delegatária e, portanto, prestadora de serviços 
públicos, na forma do art. 37, § 6º da CRFB“in verbis”: 
 
“Art. 37... 
§ 6º A pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de 
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, 
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos 
casos de dolo ou culpa.” 
 
Resta patente, ainda, o nexo de causalidade entre foi o serviço prestado pela 
empresa de distribuição de energia e o dano sofrido pelo administrado, conforme 
relatado no processo, a ensejar o dever de reparação. 
Vale ressaltar a responsabilidade subsidiária do Estado (poder concedente), já que 
os delegatários de serviços públicos prestam o serviço em seu próprio nome, por 
sua conta e risco, conforme disposições insertas nos art. 2º e 25 da Lei nº 8.987/95, 
que regula o art. 175 da CF, “literis”: 
 
“Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se: 
II – concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder 
concedente (...) que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e 
risco e pro prazo determinado;” 
 
“Art. 25. Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-lhe 
responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a 
 
 
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terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue 
essa responsabilidade.” 
 
O direito de regresso, por sua vez, embora juridicamente possível com base no 
mesmo dispositivo acimacolacionado, não se incidente na hipótese porque o 
próprio enunciado da questão afirmou que não ficou comprovada a culpa por parte 
do funcionário, sendo que a ação regressiva, baseada na responsabilidade subjetiva 
do agente, depende da averiguação de culpa (“culpa” em sentido amplo, abrangendo 
a culpa em sentido estrito e o dolo), conforme estabelecido no dispositivo 
constitucional acima transcrito. 
 
V EXAME DE ORDEM UNIFICADO – 2011.2 – FGV 
Questão 1 
Liviana, moradora do Município de Trás dos Montes, andava com sua bicicleta em uma via 
que não possui acostamento, próximo ao centro da cidade, quando, de forma repentina, foi 
atingida por um ônibus de uma empresa concessionária de serviços públicos de 
transportes municipais. Após o acidente, Liviana teve as duas pernas quebradas e ficou 
em casa, sem trabalhar e em gozo de auxílio doença por cerca de dois meses. Então, 
resolveu procurar um advogado para ajuizar ação de responsabilidade civil em fase da 
empresa concessionária de serviços públicos. 
Qual é o fundamento jurídico e o embasamento legal da responsabilidade civil da empresa 
concessionária, considerando o fato de que Liviana se enquadrava na qualidade de 
terceiro em relação ao contrato de transporte municipal, no momento do acidente? 
 
COMENTÁRIOS 
No caso em análise incide a responsabilidade direta e objetiva da concessionária 
sobre os danos causados aos usuários dos serviços públicos, na condição de 
pessoa jurídica de direito privado, delegatária e, portanto, prestadora de serviços 
públicos, na forma do art. 37, § 6º da CRFB, “in verbis”: 
“Art. 37... 
§ 6º A pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de 
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, 
 
 
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causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos 
casos de dolo ou culpa.” 
 
Vale ressaltar que os delegatários de serviços públicos prestam o serviço em seu 
próprio nome, por sua conta e risco, conforme disposições insertas nos art. 2º e 25 
da Lei nº 8.987/95, que regula o art. 175 da CF, “literis”: 
 
“Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se: 
II – concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder 
concedente (...) que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e 
risco e pro prazo determinado;” 
“Art. 25. Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-lhe 
responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a 
terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue 
essa responsabilidade.” 
 Assim, havendo nexo de causalidade, a responsabilidade civil das 
concessionárias de serviços públicos é objetiva também com relação a terceiros, 
conforme decido pelo Colendo Supremo Tribunal Federal (quando do julgamento do 
RE 591.874), modificando o entendimento clássico no sentido de que seria subjetiva 
a responsabilidade destas entidades com relação a terceiros, não usuários dos 
serviços públicos de transportes municipais. 
 
QUESTÃO DE PRÁTICA PROFISSIONAL 
Parecer constante do nosso Livro de Prática Profissional de Direito Administrativo 
OAB – MG – MARÇO DE 2004. 
Joana Clementina e Paulo Ramos dirigem-se ao seu escritório profissional e narram-lhe o 
seguinte fato: No dia 20/03/2004, por volta das 10:00 horas, Joana encontrava-se no 
ônibus n.º 2048, de propriedade da concessionária Viação Mineira Ltda., no itinerário 
Bairro Padre Eustáquio – Mangabeiras. Na Av. Afonso Pena, encontrando-se o veículo em 
alta velocidade teve, o condutor do mesmo, para evitar colisão com outro veículo de 
passageiro, que acionar os freios, bruscamente, levando Joana, que estava de pé, a cair 
no corredor do veículo, e, em consequência, sofrer diversas fraturas. 
 
 
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Paulo, a seu turno, no dia 22/03/2004, às 16:00 horas, se aproximava de um dos pontos do 
mesmo ônibus, localizado na Av. Afonso Pena, quando verificou que o veículo estava 
chegando, e, com o receio de perdê-lo, correu em direção ao ponto, momento em que 
perdeu o equilíbrio, caindo na frente do ônibus em movimento, tendo este passado sobre 
as suas pernas, fraturando-as. 
Os dois desejam saber se têm direito a indenização por danos materiais e morais. Em caso 
positivo, a ação deve ser intentada contra a empresa concessionária, contra a BHTRANS, 
entidade da Administração Indireta do Município, contra o Município de Belo Horizonte ou 
contra os três em litisconsórcio? Desejam saber também se a responsabilidade, no caso, 
será subjetiva ou objetiva? 
Você deve emitir PARECER, respondendo os questionamentos acima, examinando 
cuidadosamente a situação de cada um e considerando os fatos, a doutrina e a 
jurisprudência pertinente. 
 
13. Outras Questões Para Treino 
 
. Detenta de alcunha “Mulher Maravilha” fugiu da cadeia pública de um estado da 
Federação. Cinco meses depois da fuga, em concurso com mais dois agentes, praticou o 
sequestro relâmpago de duas pessoas, as quais restaram brutalmente assassinadas. 
Nessa hipótese, haverá responsabilidade objetiva do Estado pelos danos decorrentes da 
morte causada por fugitivo? 
 
. O ordenamento jurídico nacional abriga a responsabilidade civil do Estado-administrador, 
do Estado-legislador e do Estado-juiz. Mas esta responsabilização alcança as hipóteses de 
danos decorrentes da intempestividade do provimento jurisdicional e de danos decorrentes 
de ato legislativo constitucional? Para a responsabilização do Estado por ato legislativo 
inconstitucional, é necessário que o Supremo Tribunal Federal tenha declarado a 
inconstitucionalidade da lei em ação direta? Justificar. 
 
. A responsabilidade dos concessionários e permissionários dos serviços públicos é 
objetiva com relação a terceiros, não usuários dos serviços públicos? 
 
. Qual o prazo prescricional de ações de reparação contra o Estado?

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