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RELATÓRIO DO ESTÁGIO

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO MARAJÓ – BREVES
FACULDADE DE CIÊNCIAS NATURAIS
ELOÍSA MARIA DE MIRANDA PEREIRA
RELATÓRIO
ESTÁGIO SUPERVISIONADO I – OBSERVAÇÃO
BREVES – PA
2016
ELOÍSA MARIA DE MIRANDA PEREIRA
RELATÓRIO
ESTÁGIO SUPERVISIONADO I – OBSERVAÇÃO
Relatório do Estágio Supervisionado I – Observação, apresentado à Faculdade de Ciências Naturais, do Campus Universitário do Marajó – Breves, da Universidade Federal do Pará, como requisito parcial para a obtenção de conceito na disciplina Estágio Supervisionado I.
Orientadora: Prof.ª Josiane Barros
BREVES – PA
2016
INTRODUÇÃO
O Estágio Supervisionado é algo essencial nos cursos de licenciatura, é um processo de aprendizagem necessário e os estudantes devem manter esse contato com centros de educação durante um curso para se ter noção do que se trata a docência, ou seja, o estágio nada mais é do que a relação que poderemos fazer da teoria com a prática. Diante disso o presente estágio de docência no Ensino Fundamental teve como objetivos conhecer aspectos relacionados à gestão escolar, conhecer os atores envolvidos no processo de gestão escolar e desenvolver minha autonomia intelectual para desenvolver a aproximação entre a Formação Acadêmica e a Formação Profissional.
O Estágio Supervisionado I foi realizado na escola Bom Jesus, em Breves-Pa, a qual localiza-se na Rua Just Chermont, Bairro Centro. Trata-se de uma escola de Ensino Fundamental que atende especificamente alunos do 6º ao 8º ano e 8ª série, funcionando nos turnos da manhã, das 7:30 às 12:15 e a tarde das 13:30 às 18:15 hrs. A escola possui 33 professore, incluindo diretor, vice-diretor, dois coordenadores, professores itinerantes e de AEE, um total de 12 salas, 1 sala de leitura, porém não possui laboratório de informática, 804 alunos divididos em 24 turmas.
Creio que o principal objetivo do estágio é proporcionar a nós, alunos, essa vivência da realidade dessa profissão que optamos por desempenhar, pois é a partir do estágio que se inicia a compreensão de tudo o que já vimos na teoria dentro da sala de aula para que possamos relacionar isto com a realidade do nosso local de estágio.
Esta etapa se caracterizou como uma das mais importantes no curso, pois a partir deste primeiro estágio me aproximei ainda mais da docência, que considero a principal arma para acabar com os problemas de qualquer sociedade, ciente de que a educação é responsável por transformações e desenvolvimento social. Por isso foi de suma importância esse estágio, para que eu pudesse ter consciência de estar abraçando algo que exigirá de mim entrega de corpo e alma.
Conforme Cury (2003, p.55) “educar é acreditar na vida, mesmo que derramemos lágrimas. Educar é ter esperança no futuro, mesmo que os jovens nos decepcionem no presente. Educar é semear com sabedoria e colher com paciência. Educar é ser um garimpeiro que procura os tesouros do coração”. Para isso é imprescindível o desenvolvimento do estágio com consciência porque só assim o futuro professor terá a clareza do que ele enfrentará a cada dia, sendo o melhor e fazendo o melhor, é disso que necessitamos, é disso que a sociedade precisa, é isso que os pais anseiam para seus filhos, é isso que o futuro espera de nós educadores.
Apesar da escola ficar longos períodos sem aula, a carga horária prevista de 64 horas aulas foi alcançada, não faltando nenhuma carga horária, porém a Prof. Marlene não assinou minhas fichas por entrar de licença antes de cumprir minha carga horária.
2 ENTRADA NO CAMPO DE ESTÁGIO
O primeiro contato que tive com a escola em si foi no dia 14/06/2016 para procurar o diretor para lhe comunicar e oficializar o estágio em tal instituição e posteriormente as duas professoras que se chamam Marlene, que não me recebeu bem por estar de saída para outra escola, e a Lete, as mesmas estiveram me supervisionando. A única dificuldade que encontrei nesse primeiro contato com a escola foi de encontrar a direção, fora isso, fui recebida muito gentilmente.
GESTÃO ESCOLAR
Gestão significa tomada de decisões, organização, disposição, coordenação, direção. Relaciona-se com a atividade de estimular uma organização a atingir seus objetivos, suas metas, e a cumprir suas responsabilidades. G estão da educação significa ser responsável por garantir a qualidade de uma “mediação no seio da prática social global” que se constitui no único mecanismo de formação humana de cidadãos. 
Conforme o PPP da escola (2008, p.48) “gestão significa tomar decisões, organizar e dirigir as políticas educacionais que se desenvolvem na escola, para que elas sejam comprometidas com a formação da cidadania, aprendendo com cada “mundo” diferenciado que se apresenta, para que desta forma seus costumes e valores sejam respeitados.”
Os profissionais responsáveis pela gestão da escola são a diretora, o vice – diretor e dois coordenadores, sendo um coordenador no turno da manhã e outro no período da tarde. Sabemos que as funções desses profissionais são coordenar e administrar a escola para que a tenha êxito no processo de ensino aprendizagem.
Ao entrevistar a coordenação da escola e pedir a mesma para eu ler o regimento da escola, fui informada que esse regimento está em processo de reformulação. Foi construído na coordenação anterior e o conselho municipal de educação requereu a coordenação atual para que se inclua direitos e deveres de todo o corpo escolar, já que o antigo está direcionado apenas aos alunos, como citado anteriormente quem construiu esse regimento foi coordenação anterior, por esse motivo não ponderam me responder quem exatamente organizou.
Ao conversar com a professora supervisora do estágio, esta me informou que sabe da existência desse regimento da escola, porem nunca solicitou acesso, também entrevistei 6 alunos e nenhum deles souberam me informar do que se trata.
O Projeto Político Pedagógico (PPP), assim como o regimento foi construído na coordenação anterior e também está passando por um processo de reformulação a pedido do conselho Municipal de Educação, por isso não souberam como se deu a elaboração deste, mas o atual, que está sendo organizado, já rendeu reuniões, porem a comunidade escolar não comparece. Ele fica guardado na sala de coordenação /secretaria, porem se a comunidade escolar solicitar, terá livre acesso.
As avaliações na escola se dão de maneira bastante tradicional, ou seja, a cada bimestre são realizados 3 instrumentos diferentes de avaliação. Após a realização das avaliações, as notas que variam de 0 à 10 são registradas na secretaria da escola.
A recuperação, por sua vez, se dá duas vezes ao ano, uma ao final do primeiro semestre e a outra no final do ano letivo, os alunos são convocados pelos docentes e tem uma espécie de revisão antes das provas. O aluno, que ao final do ano letivo obtiver nota mínima igual ou superior a 5,0 estará automaticamente aprovado. Segundo o PPP (2008, p. 56) o cálculo da média anual se dará da seguinte forma:
MA = (1ª AV x 2 + 2ª AV x 3 + 3ª AV x 2 + 4ª AV x 3) = 50 = 5,0
								 10
A aprovação do aluno também dependerá de sua frequência, o aluno que finalizar os dois semestre com frequência inferior à 75% estará reprovado.
RELATOS E REFLEXÕES: VIVENCIANDO A DINÂMICA DA SALA DE AULA
O estágio foi realizado com duas supervisoras, ou seja, duas diferentes formas de ensinar, foi-se observado que ambas fazem perguntas repentinamente durante a exposição de suas aulas, porem enquanto uma instiga o aluno a pensar, outra fica apenas naquelas perguntas com complementaridade.
 O Período de observação realizado na Escola Bom Jesus, teve início dia 16 de junho de 2016 no 6º ano (antiga 5ª serie). Essa etapa foi de extrema importância para que eu pudesse me familiarizar com o local, alunose professores, nessa primeira aula, ministrada pela professora Marlene foi perceptível que a mesma domina bem o assunto. Sua metodologia e bastante tradicional, ela expõe sua explicação no quadro branco e segue fielmente o livro didático, muitas vezes sua didática é prejudicada, tanto pelo desinteresse dos alunos quanto pela falta de diferenciar as aulas pela parte da professora, por repassar o conteúdo apenas de maneira conceitual.
A professora Marlene é bastante comprometida, não costuma faltar, participa das atividades da escola seus alunos a respeitam, mas para isso, durante as aulas, ela fica repentinamente reclamando e chamando atenção dos alunos, sem querer manter uma disponibilidade para o diálogo.
Suas aulas se limitam a serem expostas verbalmente e os únicos recursos utilizados pela mesma é o livro, o quadro e o pincel. O conhecimento é fixado através de exercícios de fixação que servem de base para as avaliações. A professora pouco contextualiza o cotidiano dos alunos com os assuntos trabalhados, suas aulas são bastantes repetitivas e os exercícios são bastantes fechados, não motivando os alunos ao raciocínio.
Já de maneira completamente oposta, a Prof.ª Lete sempre atiça a curiosidade dos aluno. Foi perceptível que em suas aulas, os alunos não tem medo de realizar perguntas e interagir com a professora. Ela sempre contextualiza o conteúdo trabalhado ao dia-a-dia dos alunos, mantendo os alunos interessados, consequentemente, não precisa ficar chamando a atenção dos alunos. A escola não possui recursos como data show ou sala multimídia, mesmo assim, a professora costuma levar para suas aulas uma quantidade de pinceis coloridos para desenhar no quadro, a partir do desenho uma excelente explicação.
Enquanto a prof.ª Marlene utiliza a avaliação como moeda de troca para a turma ficar quieta, até mesmo com tom de ameaça, nas aulas da prof.ª Lete os alunos não têm, muita preocupação com as avaliações, mas são bastantes atentos as aulas.
4.1 RELAÇÃO ALUNO-ALUNO
Os alunos da escola Bom Jesus são crianças e adolescentes, sendo assim, se relacionam de forma muito amigável. No entanto, foi possível observar que há também bastante rivalidade na escola, e coordenação faz muito pouco para reverter essa situação, por exemplo, no início do estágio observei uma adolescente isolada, enquanto um grupinho de colegas a xingavam, chegaram a lhe agredir. A professora interviu e chamou a coordenação, esta só foi na sala falar pra pararem e foi embora, ou seja, aquelas agressões continuavam. Portanto, assim como a maioria dessas escolas públicas, percebemos uma relação bastante afetiva por parte da maioria dos alunos, mas como nem tudo são flores, também há bastante rivalidade. 
4.2 RELAÇÃO PROFESSOR- ESTAGIÁRIO
O meu primeiro contato com a prof.ª Marlene não foi muito bom, assim que a procurei na sala dos professores, ela saiu e não me esperou sequer para lhe comunicar que iria iniciar o estágio, mas no decorrer de nossa convivência, me adaptei a sua metodologia.
A prof.ª Lete sempre estabeleceu uma relação bastante amigável, nunca transpareceu se incomodar com a minha presença na sala de aula.
Enfim, concluo que a minha relação com as professoras supervisoras foi bastante proveitosa, tanto que consegui concluir meus trabalhos.
4.3 DIFICULDADES ENCONTRADAS PARA REALIZAR O ESTAGIO
O estágio em si, ocorreu exatamente bem, mas encontrei dificuldades por ter que estudar de manhã e estagiar a tarde, pois quando tinha uma disciplina muito carregada ficava difícil conciliar os dois. Também, o período de estagio coincidiu com as férias escolares, dificultando a completude da carga horaria, pois, a escola fica muitos períodos sem aula.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como já citado nesse relatório, o estágio é imprescindivelmente importante para a formação de alunos de licenciatura, pois é a partir desse contato que poderemos observar qual de fato, será nossa profissão futuramente. Apesar de particularmente, já ter morado em uma escola e vivenciar o dia-a-dia dos meus pais como professores, ter frequentado salas de aula, é a primeira vez que tenho essa aproximação maior com a docência. É a primeira vez que os alunos me olham de forma diferenciada, não mais como uma deles, mas como alguém capaz de também passar conhecimento aos mesmos. É a primeira vez que tenho consciência de um mundo totalmente novo pra mim, enquanto futura educadora.
Ali, dentro da escola pude perceber mais do que nunca a relação que se estabelece entre professores e alunos, o que vai além de uma simples relação de sala de aula, percebi durante o período de estágio que ambas as professoras, sempre que estranhavam algum comportamento dos alunos o chamavam e procuravam saber o que estava acontecendo. Reforcei ainda mais dentro de mim o que diz Freire (2013, p.58):
“Não sendo superior nem inferior a outra prática profissional, a minha, que é a prática docente, exige de mim um alto nível de responsabilidade ética de que a minha própria capacitação científica faz parte. É que lido com gente. Lido, por isso mesmo, independente do discurso ideológico negador dos sonhos e das utopias, com os sonhos, as utopias e os desejos, as frustrações, as intenções, as esperanças tímidas, às vezes, mas às vezes, fortes dos educandos.”
Nesse sentido, observei essa relação de bem querer por traz das aulas que as professoras manifestavam para com os alunos, me inspirando a ser assim quando exercer a profissão.
Apesar do Estágio ter sido executado em uma escola central, a maioria de seus alunos são de áreas periféricas da cidade, de bairros com alto índice de violência, são muito frequentes a presença de crianças extremamente carentes, adolescentes grávidas, outros já com passagem pela polícia. Sendo assim, senti bastante falta de políticas públicas dentro da escola voltadas para essas crianças que vivem à mercê da marginalidade. A escola possui pouquíssimos recursos, dificultando a atividade de um melhor desenvolvimento das aulas, além de não ser climatizada, no horário da tarde, por exemplo, o calor fica insuportável. Outro aspecto bastante relevante que observei foi a sobrecarga de horário das professoras, que tem “que se virar nos 30” para conciliar as aulas de uma escola e outra.
Portanto, ao final desse proveitoso Estágio, obtive muitos aprendizados, entre estes estão a descoberta de novas metodologias e principalmente a forma como as professoras lidavam com poucos recursos, mesmo assim, conseguiam ministrar suas aulas e levar seus conhecimentos até os educandos.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CURY, Augusto. Pais brilhantes, professores fascinantes: A educação inteligente; formando jovens educadores e felizes. Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2003.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.
PPP (2008). Escola Municipal de Ensino Fundamental Bom Jesus. Organização do Texto: Desconhecida. 1ª edição. Breves; 2008
CARVALHO, Anna Maria Pessoa de. Os estágios nos cursos de licenciatura. São Paulo: Cengage Learning, 2012. (p-1-62)

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