Buscar

Apostila Fazenda Pública Prazos para Fazenda

Prévia do material em texto

Dos Prazos para Fazenda
1º Prazos diferenciados e intimação pessoal
Dentre as prerrogativas da Fazenda, destaca-se o prazo
diferenciado para se manifestar nos autos e a intimação pessoal.
Trata-se de prerrogativas comuns à Fazenda, ao Ministério Público
e a Defensoria.
Para a Fazenda, o benefício encontra-se previsto no seguinte
dispositivo:
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os
Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de
direito público gozarão de prazo em dobro para todas as suas
manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir
da intimação pessoal.
§ 1o A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio
eletrônico.
Veja que o NCPC uniformizou o tratamento da matéria, pois no
CPC passado, haviam 03 prazos distintos: a) em quádruplo para
contestar; b) em dobro para recorrer e; c) simples para os demais.
a) Alcance
O artigo 183 se aplica à advocacia pública, a quem incumbe a
defesa do Poder Público, assim compreendido como a
Administração direta, bem suas autarquias e fundações públicas.
Sua aplicação é ampla, abrangendo a atuação do Poder Público
tanto como parte, quanto como assistente, como se extrai da
https://www.instagram.com/direitodiretoblog/
expressão “todas suas manifestações processuais”. Trata-se de
mais um avanço em relação ao Código de 73, que somente
assegurava de forma literalmente prazo diferenciado quando o
Poder Público atuava como “parte”.
2º Classificação dos Prazos
a) Prazos próprios e impróprios
Próprios são os prazos fixados para as partes e para o Ministério
Público. Sua desobediência acarreta consequências de cunho
processual, tal como a preclusão.
Por sua vez, os impróprios são os prazos fixados em lei como
mero parâmetro para a prática do ato. Sua desobediência não
configura preclusão. Em regra, são prazos destinados aos
servidores da justiça e ao próprio magistrado.
Os prazos fixados para a Fazenda Pública são próprios, já que ela
se apresenta em juízo na condição de parte. Assim, sua
desobediência gera preclusão temporal.
b) Prazos legais
Em regra, os atos processuais devem ser realizados no prazo
previsto me lei:
Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos prazos
prescritos em lei. 
Embora o prazo, em regra, esteja previsto expressamente previsto
em lei, nada impede que a parte pratique o ato antes do seu
término:
https://www.instagram.com/direitodiretoblog/
Art. 225. A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido
exclusivamente em seu favor, desde que o faça de maneira
expressa. 
Os prazos podem ainda ser dilatados pelo magistrado. Ademais,
as partes podem ainda aumentar o prazo por meio de convenção,
celebrada antes ou durante o prazo (Art. 190, NCPC). Por fim, o
juiz, desde que possua anuência de ambas as partes, pode reduzir
os prazos peremptórios:
Art. 222. (…)
§ 1o Ao juiz é vedado reduzir prazos peremptórios sem
anuência das partes. 
c) Prazos judiciais
Quando a lei for omissa em relação ao prazo, caberá ao
magistrado a sua fixação, observando a complexidade do ato:
Art. 218. (…)
§ 1o Quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos
em consideração à complexidade do ato. 
Há casos em que a lei não fixa um prazo para o ato, mas
estabelece um limite a ser seguido pelo magistrado. É o caso da
citação por edital, no qual o juiz estabelece um prazo entre 20 e 60
dias (Art. 257, III, NCPC) e o prazo de resposta na ação rescisória,
que deverá ser fixado entre 15 e 30 dias pelo relator (Art. 970,
NCPC).
https://www.instagram.com/direitodiretoblog/
A fixação dos prazos judiciais pelo juízo é uma decisão
interlocutória, recorrível por apelação, já que não se encontra
prevista entre as causas que permitem a interposição de agravo de
instrumento.
Por fim, sendo a lei omissa e não havendo prazo fixado pelo
magistrado, o ato deve ser praticado em até 05 dias:
Art. 218. (…)
§ 3o Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo
juiz, será de 5 (cinco) dias o prazo para a prática de ato
processual a cargo da parte. 
Da mesma forma, na omissão da lei e do juízo, as intimações
somente obrigarão a comparecimento após decorridas 48
(quarenta e oito) horas. 
§ 2o Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as
intimações somente obrigarão a comparecimento após
decorridas 48 (quarenta e oito) horas. 
d) Prazos Convencionais
São prazos fixados de comum acordo entre as partes. É o caso da
suspensão do procedimento, que poderá ocorrer por iniciativa das
partes, desde que não ultrapasse 06 meses (Art. 313, §4º, NCPC).
3º O Art. 183 do NCPC e sua aplicabilidade
Como vimos, o NCPC estabeleceu que a Fazenda possui prazo em
dobro para todas as manifestações nos autos. Segundo a doutrina
(Leonardo Carneiro da Cunha) entende que essa regra aplica-se a
qualquer procedimento, seja comum, seja especial, igualmente à
https://www.instagram.com/direitodiretoblog/
fase de cumprimento de sentença (com a ressalva da impugnação)
e ao de execução (com a ressalva dos embargos).
No ponto, é preciso ficar atento, contudo, que a Fazenda Pública
tem prazo em dobro somente em relação aos prazos legais, não se
aplicando em relação aos prazos judiciais. Nesses últimos, o
juiz, ao fixar o prazo, já deve levar em conta que seu destinatário é
a Fazenda.
Por fim, com relação aos prazos legais, é preciso ficar claro que a
Fazenda goza da prerrogativa de prazo em dobro não apenas
quando atua como parte, mas também quando comparece nos
autos na condição de assistente de uma das partes ou mesmo
interveniente.
4º Contagem do prazo
a) Cômputo só dos dias úteis
Os prazos, para a Fazenda Pública, têm sua contagem feita em
dobro. Na contagem do prazo em dias, computam-se apenas os
dias úteis, seja o prazo legal, seja ele judicial:
Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por
lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente
aos prazos processuais
b) Suspensão dos prazos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro
https://www.instagram.com/direitodiretoblog/
O art. 220 do CPC dispõe que se suspende o curso do prazo
processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de
janeiro.
Art. 220. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias
compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro,
inclusive.
§ 2o Durante a suspensão do prazo, não se realizarão
audiências nem sessões de julgamento.
Isso não significa que o Poder Judiciário não exerça suas
atividades nesse período. O que se suspende aqui é apenas o
prazo, mas os juízes, membros do Ministério Público, da
Defensoria Pública e da Advocacia Pública, bem como os
auxiliares da Justiça, exercem normalmente suas atribuições,
praticando atos processuais.
O próprio CPC deixou claro isso, afirmando que os juízes,
membros do Ministério Público, da Defensoria Pública e da
Advocacia Pública e os auxiliares da Justiça exercerão
normalmente suas atividades nesse período
§ 1o Ressalvadas as férias individuais e os feriados
instituídos por lei, os juízes, os membros do Ministério
Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública e os
auxiliares da Justiça exercerão suas atribuições durante o
período previsto no caput.
https://www.instagram.com/direitodiretoblog/
Dessa forma, parte da doutrina (Leonardo Carneiro da Cunha)
defende que, se durante esse período houver alguma ato a ser
praticado pela Fazenda, ela deverá ser intimada, correndo
normalmente o prazo, uma vez que os membros da AdvocaciaPública devem exercer normalmente suas atribuições durante o
período de 20 de dezembro a 20 de janeiro.
Assim, a suspensão prevista no art. 220 do CPC não alcança os
prazos da Fazenda Pública, que correm normalmente no
período ali mencionado, ressalvados o recesso da Justiça Federal
e os feriados existentes dentro do período.
Cumpre ressaltar, contudo, que o assunto possui divergência
doutrinária. Isso porque para Daniel Amorim, as partes até podem
ser intimadas durante o recesso, mas a contagem do prazo de
intimação se inicia no primeiro dia útil após o recesso, em 20 de
janeiro.
c) Casos em que não se aplica o prazo em dobro para se
manifestar nos autos
Nos termos do próprio CPC (Art. 183, §1º), não se aplica o
benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de
forma expressa, prazo próprio para o ente público. 
Significa que não se aplica o art. 183 do CPC quando há regra
específica fixando prazo próprio, a exemplo das hipóteses a seguir
destacadas:
1º Contestação na ação popular
https://www.instagram.com/direitodiretoblog/
Nos termos da Lei da Ação Popular (Art. 7º, IV), o prazo de
contestação é de 20 dias, prorrogáveis por mais 20, se
particularmente difícil a produção de prova documental, e será
comum a todos os interessados:
Art. 7º. (…)
IV - O prazo de contestação é de 20 (vinte) dias, prorrogáveis por
mais 20 (vinte), a requerimento do interessado, se particularmente
difícil a produção de prova documental, e será comum a todos os
interessados, correndo da entrega em cartório do mandado cumprido,
ou, quando for o caso, do decurso do prazo assinado em edital. 
Em sendo comum a todos os interessados, não se aplica o prazo
em dobro para a Fazenda.
2º Prazo nos Juizados Federais e da Fazenda Pública
Não se aplica o prazo em dobro para Fazenda nos Juizados
Federais e da Fazenda Pública. Nesse sentido, o artigo 9º da Lei
10.259/01 e o artigo 7º da Lei 12.153/09:
Art. 9o Não haverá prazo diferenciado para a prática de
qualquer ato processual pelas pessoas jurídicas de
direito público, inclusive a interposição de recursos,
devendo a citação para audiência de conciliação ser
efetuada com antecedência mínima de trinta dias. 
Art. 7o Não haverá prazo diferenciado para a prática de
qualquer ato processual pelas pessoas jurídicas de
direito público, inclusive a interposição de recursos,
devendo a citação para a audiência de conciliação ser
efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias. 
https://www.instagram.com/direitodiretoblog/
3º Depósito do rol de testemunhas
Para que uma testemunha seja intimada ela deverá ser arrolada em
momento oportuno. Nesse sentido, o rol de testemunhas deve ser
depositado em juízo no prazo comum não superior a 15 (quinze)
dias:
Art. 357. (…)
§ 4o Caso tenha sido determinada a produção de prova
testemunhal, o juiz fixará prazo comum não superior a
15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de
testemunhas. 
Novamente por se tratar de prazo comum, não haverá prazo em
dobro para Fazenda. Aqui, por se tratar de prazo judicial, o
magistrado, ao fixar o prazo, já deve levar em conta as
peculiaridades da Fazenda.
4º O prazo para impugnação ao cumprimento da sentença e
para embargos à execução pela Fazenda Pública
As execuções contra a Fazenda podem ocorrer tanto pela
sistemática do cumprimento de sentença, em se tratando de título
judicial, quanto pela execução, no caso de título extrajudicial.
Nos casos de cumprimento de sentença, a defesa a ser oferecida é
chamada de impugnação. Para os litigantes comuns, o prazo para
oferecer impugnação é de 15 dias, nos termos do artigo 525 do
NCPC. Contudo, quando a Fazenda estiver no polo passivo, o
prazo para que ela ofereça impugnação é de 30 dias:
https://www.instagram.com/direitodiretoblog/
Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu
representante judicial, por carga, remessa ou meio
eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e
nos próprios autos, impugnar a execução, podendo arguir: 
Assim, considerando que o próprio CPC já prevê um prazo
próprio para a Fazenda, este não deverá ser computado em dobro
(Art. 183, §1º).
A mesma coisa em relação aos embargos à execução, nas
execuções de títulos extrajudiciais, no qual a Fazenda também
dispõe de prazo próprio de 30 dias:
Art. 910. Na execução fundada em título extrajudicial, a
Fazenda Pública será citada para opor embargos em 30
(trinta) dias. 
5º Prazos em ação direta de inconstitucionalidade e ação
declaratória de constitucionalidade
Por se tratar de processo de controle concentrado de
constitucionalidade, não se aplica o artigo 183 do NCPC,
conforme entendimento do STF (ADI 2.130-AgR/SC). 
Cumpre ressaltar, contudo, que no ano de 2014, o STF proferiu
duas decisões aparentemente contraditórias, demonstrando haver
divergência entre suas turmas. De início, no julgamento ARE
661.288/SP, o STF entendeu que se aplica o prazo em dobro "aos
recursos extraordinários interpostos em ações diretas de
inconstitucionalidade no âmbito dos Tribunais de Justiça”.
https://www.instagram.com/direitodiretoblog/
Contudo, no mesmo dia, a 2ª turma entendeu inaplicável o prazo
diferenciado em ação de controle concentrado de
inconstitucionalidade (ARE 753.432 ED).
Leonardo Carneiro da Cunha tem defendido que não se aplica o
prazo em dobro na ação de controle concentrado, mas se aplica
para a interposição do recurso extraordinário,
independentemente de qual seja a ação ou o processo.
Como o NCPC não trouxe regra sobre o tema, a polêmica
continua.
6º Prazos para o Estado Estrangeiro
O argumento utilizado para defender a possibilidade de o estado
estrangeiro fazer jus ao benefício do prazo em dobro para se
manifestar nos autos foi o princípio da igualdade entre os estados,
previsto no art. 4º, V, da Constituição. Ademais, alegou-se que o
estado estrangeiro possui as mesmas dificuldades típicas da
burocracia administrativa.
O STJ, contudo, no âmbito do CPC de 73, não acatou essa tese.
Na ocasião, ele asseverou que o princípio da igualdade entre os
estados é acolhido na Carta Magna. Contudo, a sua aplicabilidade
restringe-se à vida internacional das soberanias estatais.
O citado art. 4º refere-se a princípio de relações internacionais que
afetam os estados enquanto convivem no meio que lhes é comum.
É cabível, assim, o preceito apenas nas relações internacionais,
https://www.instagram.com/direitodiretoblog/
uma vez que elas são regidas por um conjunto de normas jurídicas
comuns a todos os estados. De modo diverso, se uma legislação
nacional concede privilégios de ordem processual interna a
entidades públicas domésticas, não se pode falar da extensão dos
benefícios a entes externos.
Finalmente, em relação ao argumento de dificuldades típicas da
burocracia administrativa, o STJ o afastou, especialmente porque
o estado estrangeiro precisa contratar um escritório de
advocacia particular para sua defesa (AG 297.723/SP).
Embora essa decisão tenha sido tomada no âmbito do CPC
passado, os fundamentos dela não se alteraram, de forma que ela
continua válida.
7º Suspensão de segurança
No âmbito da suspensão de segurança, o prazo de 05 dias para
interpor agravo interno contra a decisão do presidente do Tribunal
deve ser contando de forma simples para a Fazenda. É dizer, não
se aplica o prazo em dobro para sua interposição (AgRg no
REsp 1.408.864/PR).
8º Resposta na ação Rescisória
No âmbito da ação rescisória, compete ao relator determina a
citação do réu, estabelecendo um prazo mínimo de 15 dias e o
máximode 30 dias, para a resposta.
A doutrina (Leonardo Carneiro da Cunha) entende que, por se
tratar de prazo judicial, não haveria prazo em dobro para a
https://www.instagram.com/direitodiretoblog/
Fazenda. Ademais, o artigo 970 do CPC previu um limite máximo
de 30 dias para a resposta, de forma que o prazo nunca deveria
superior a 30 dias. Por fim, o autor argumenta ainda que o prazo
previsto no artigo 970 é especial, de forma não se aplicaria o prazo
em dobro.
Contudo, ainda no âmbito do CPC de 73, tanto o STF (RE
94.960/RJ), quanto o STJ (REsp 363.780/RS) entenderam que
se aplica o prazo em dobro para a Fazenda nas ações
rescisórias. Como o NCPC não trouxe modificação nesse ponto, é
provável que o entendimento se mantenha.
Assim, para evitar prejuízos a defesa, é necessário que o relator da
ação rescisória, ao fixar o prazo da resposta, esclareça se entende
que se aplica o prazo em dobro para a resposta.
9º Impossibilidade de cumulação do art. 183 com o artigo 229,
ambos NCPC
O artigo 229 do NCPC prevê que os litisconsortes que tiverem
diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos,
terão prazos contados em dobro para todas as suas
manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente
de requerimento. 
Nesse sentido, a doutrina tem defendido a impossibilidade de
cumulação do benefício do prazo em dobro previsto no art. 183
com o do art. 229.
https://www.instagram.com/direitodiretoblog/
E isso porque haveria uma extensão desarrazoada de prazo para a
Fazenda Pública, cujo interesse já se encontra resguardado com a
aplicação isolada do art. 183 do CPC, outorgando-lhe prazo em
dobro para todas as suas manifestações no processo. 
Caso fosse possível cumular as 2 (duas) regras, a Fazenda Pública
teria prazo em quádruplo para suas manifestações. desbordando da
finalidade a que se visa alcançar com a regra contida no aludido
art. 183 do CPC.
10º Mandado de segurança
Nos processos de mandado de segurança, a autoridade coatora é
notificada para prestar informações no prazo de 10 dias. Trata-se
de prazo específico, razão pela qual não se conta em dobro.
É preciso levar em conta, contudo, os recursos interpostos pela
pessoa jurídica de direito público sujeitam-se a regra do art. 183,
contando-se o prazo em dobro.
Cumpre ressaltar, também, que tanto a pessoa jurídica de direito
público quanto a autoridade coatora podem interpor recurso da
decisão. Assim, no caso de recurso interposto pela autoridade
coatora, não há que se falar em prazo em dobro. Em outras
palavras, a autoridade coatora não dispõe de prazo em dobro
para recorrer, sendo essa uma prerrogativa apenas da pessoa
jurídica de direito público (REsp 264.632/SP).
Por fim, nos casos em que o mandado de segurança é interposto
no âmbito de processo penal, não se aplica o disposto no art. 183.
https://www.instagram.com/direitodiretoblog/
Segundo o STJ, não se aplica o disposto no art. 183 do CPC na
esfera criminal, mesmo que se trate de mandado de
segurança(EDcl no AgRg no RMS 36.050/PI).
11º Prazo para propor ação rescisória
A ação rescisória possui prazo decadencial de 02 anos para sua
propositura, nos termos do art. 975. A Fazenda não dispõe de
prazo em dobro para sua propositura, devendo respeitar o prazo de
02 anos.
5º Intimação pessoal
A intimação da União, Estados, DF, Municípios, suas autarquias e
fundações, deve ser feita perante o órgão da advocacia pública
responsável pela sua intimação:
Art. 269. (…)
§ 3o A intimação da União, dos Estados, do Distrito Federal,
dos Municípios e de suas respectivas autarquias e
fundações de direito público será realizada perante o órgão
de Advocacia Pública responsável por sua representação
judicial. 
Ademais, a intimação deve ser feita de forma pessoal, por carga,
remessa ou meio eletrônico. Dentre as três formas, a lei
estabeleceu o meio eletrônico como preferencial:
Art. 246. (…)
§ 1o Com exceção das microempresas e das empresas de
pequeno porte, as empresas públicas e privadas são
obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em
autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e
https://www.instagram.com/direitodiretoblog/
intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por
esse meio.
§ 2o O disposto no § 1o aplica-se à União, aos Estados, ao
Distrito Federal, aos Municípios e às entidades da
administração indireta.
A retirada dos autos ou da secretaria pela Advocacia Pública
implica intimação de qualquer decisão contida no processo, ainda
que pendente de publicação:
Art. 272. (…)
§ 6o A retirada dos autos do cartório ou da secretaria em
carga pelo advogado, por pessoa credenciada a pedido do
advogado ou da sociedade de advogados, pela Advocacia
Pública, pela Defensoria Pública ou pelo Ministério
Público implicará intimação de qualquer decisão contida
no processo retirado, ainda que pendente de publicação. 
A publicação da decisão em órgão oficial é inaplicável à
Advocacia Pública. Os advogados públicos são intimados
pessoalmente, por carga, remessa ou meio eletrônico. Apesar
disso, não se dispensa a publicação da decisão em diário
oficial, em atenção ao princípio da publicidade.
Na contagem dos prazos, quando a intimação for feita por carga ,
considera-se dia do começo do prazo o dia da carga (CPC, art.
231, VII). Por sua vez, quando a intimação ocorre por meio da
remessa dos autos, ela é considerada realizada a partir do
momento em que ela é recebida no órgão da advocacia pública.
https://www.instagram.com/direitodiretoblog/
Quando a intimação realizar-se por meio eletrônico, considera-se
dia do começo do prazo o dia útil seguinte à consulta ao teor da
intimação ou ao término do prazo para que a consulta se dê (CPC,
art. 231, V).
6º Intimação pelo advogado da parte contrária
O NCPC trouxe uma grande novidade, facultando ao advogado
promover a intimação do advogado da outra parte por meio do
correio, juntando aos autos, em seguida, cópia do ofício de
intimação e do aviso de recebimento. O ofício de intimação deve
ser instruído com cópia da decisão:
Art. 269. (…)
§ 1o É facultado aos advogados promover a intimação do
advogado da outra parte por meio do correio, juntando aos
autos, a seguir, cópia do ofício de intimação e do aviso de
recebimento.
§ 2o O ofício de intimação deverá ser instruído com cópia do
despacho, da decisão ou da sentença.
Segundo a doutrina (Daniel Amorim), trata-se de faculdade
aplicável a qualquer tipo de decisão, proferida em qualquer grau
de jurisdição.
Cumpre ressaltar, contudo, que essa faculdade não se aplica
quando a parte contrária for um advogado público. É que a
Fazenda Pública possui a prerrogativa de intimação pessoal, por
carga, remessa ou autos eletrônicos.
https://www.instagram.com/direitodiretoblog/
Assim, se a intimação da Fazenda deve ser pessoal e essa somente
é considerada pessoal se for realizada por meio de carga, remessa
ou autos eletrônicos, não é possível realizar intimação da
Fazenda Pública por ofício expedido pelo advogado da parte
contrária. Não se aplica, enfim, o disposto no §10, do art. 269 do
CPC para intimação da Fazenda Pública.
Bibliografia consultada para elaboração da apostila e indicada
para aprofundamento do tema:
– A Fazenda Pública em Juízo – Leonardo Carneiro da
Cunha;
- Poder Público em Juízo – Guilherme Freire de Melo
Barros;
– Dizer o Direito (http://www.dizerodireito.com.br)
https://www.instagram.com/direitodiretoblog/

Continue navegando