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Atos processuais
	O nosso Código atual divide os atos processuais em: a) atos da parte (arts. 200 a 202); b) pronunciamentos ou atos do juiz (arts. 203 a 205); c) atos do escrivão ou chefe de secretaria (arts. 206 a 211). Embora não conste da classificação formulada no CPC, não se pode esquecer que também os auxiliares da justiça praticam atos processuais. O perito judicial, o contador e o oficial de justiça, além de outros, todos praticam atos que vão compor a teia do processo. 
Atos das partes: são os praticados pelo autor, pelo réu, pelos terceiros intervenientes e pelo Ministério Público. Pode sem classificados em:
· Atos postulatórios, porque, por meio deles, as partes fazem alguma postulação, isto é, formulam algum pedido ao juiz – isso num sentido estrito, porquanto praticamente em todas as manifestações dirigidas ao juiz a parte requer alguma coisa –, como é o caso da petição inicial, da contestação, da réplica e dos recursos;
· Atos probatórios, aqueles que se destinam à instrução do processo, à prova dos fatos constitutivos do direito sustentado pelo autor ou fato extintivo, modificativo ou impeditivo desse direito, como é o caso da especificação de provas, da juntada de documentos e do requerimento de prova pericial, entre outros – como se pode constatar, também aqui há requerimento, há pedido, mas, para efeito de classificação, o que se leva em conta é o fim último almejado no processo, ou seja, a produção de prova no processo; e
· Atos de disposição, que são aqueles por meio dos quais a parte dispõe de alguma posição ou situação jurídica; exemplificativamente: o autor pode renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, dispondo do direito ou poder de ostentar a condição de titular do direito substancial invocado; o réu pode reconhecer a procedência do pedido, abdicando da faculdade processual de apresentar defesa; as partes podem transacionar, abdicando, cada uma, da posição anteriormente ocupada no processo.
Pronunciamentos (ou atos) do juiz: Os pronunciamentos judiciais consistem em sentenças, decisões interlocutórias e despachos (art. 203). A relação é exemplificativa, pois contém apenas os atos, subscritos pelo juiz, que encerram conteúdo decisório ou ordinatório. 
· Sentença: A redação do § 1º do art. 203 define sentença como sendo o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487 põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.
· Acórdão: o julgamento proferido pelos órgãos colegiados (turma, câmara, seção, órgão especial, plenário, entre outros previstos em regimento interno) dos tribunais (art. 204).
· Decisão monocrática de relator: Nos julgamentos proferidos nos tribunais, o relator, além de despachos ordinatórios, profere decisões monocráticas, com potencialidade de pôr fim ao processo ou simplesmente decidir uma questão incidental. 
· Decisão interlocutória: é todo o pronunciamento judicial que não se enquadra no conceito de sentença (art. 203, § 2º). O conceito de decisão interlocutória é obtido por exclusão. Todo pronunciamento judicial, com conteúdo decisório, que não se enquadrar no conceito de sentença (nem de acórdão) e não puser fim ao processo, será reputado decisão interlocutória.
· Despachos: “São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte” (art. 203, § 3º). A rigor, é todo provimento, emitido pelo juiz, que tem por fim dar andamento ao processo; que não decide qualquer questão, seja de cunho processual ou material.
Atos do escrivão: Atos do escrivão Os atos do escrivão ou do chefe de secretaria estão elencados nos arts. 206 a 211, bem como nas leis de organização judiciária. 
FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS: 
	O ato processual, como espécie do ato jurídico, segue a mesma regra. Diz a doutrina que o ato processual não requer forma determinada, a não ser quando a lei expressamente o exigir (art. 188). Não é bem assim. Entre o gênero ato jurídico e a sua espécie “ato processual” há uma grande diferença. Pelo princípio da instrumentalidade das formas (art. 276), admite-se, atendidos certos requisitos, que o ato seja praticado de outra forma, desde que alcance a finalidade.
Convenção acerca da prática dos atos processuais: A alteração procedimental só pode ser realizada quando a causa versar sobre direitos que admitam autocomposição e as partes forem plenamente capazes. A modificação deve ser realizada mediante consenso e pode incluir o ajuste quanto aos prazos processuais. 
O professor e magistrado Fernando da Fonseca Gajardoni, enumera algumas situações que podem admitir a convenção sobre o procedimento. A ampliação e a redução dos prazos de resposta e de recursos; Estabelecimento de novas formas de comunicação, inclusive por meio de aplicativos de mensagens; Opção por memoriais escritos em vez de debate oral; e Comparecimento das testemunhas sem necessidade de expedição de carta precatória ou rogatória.
· Pacto de impenhorabilidade, acordo de ampliação de prazos das partes de qualquer natureza, acordo de rateio de despesas processuais, dispensa consensual de assistente técnico, acordo para retirar o efeito suspensivo da apelação, acordo para não promover execução provisória (Enunciado 19); 
· Acordo para realização de sustentação oral, acordo para ampliação do tempo de sustentação oral, julgamento antecipado da lide convencional, convenção sobre prova, redução de prazos processuais (Enunciado 21).
É possível, ainda, de acordo com o art. 191, que seja formalizado um calendário, com a anuência do juiz, para a prática dos atos processuais. Caso o juiz aceite a fixação de um calendário, os seus prazos, geralmente impróprios, passarão a ser próprios. Isso porque o CPC/2015 dispõe, expressamente, que o calendário não somente vinculará as partes, mas também o juiz.
Atos processuais por meio eletrônico: Em busca de adequação entre a realidade atual e a ritualística processual civil, o CPC/2015 privilegiou a utilização dos meios eletrônicos para a prática dos atos processuais. Assim, ainda que os autos sejam apenas parcialmente virtuais, todos os atos processuais poderão ser produzidos, comunicados, armazenados e validados por meio eletrônico (art. 193). Para que se confira autenticidade e validade aos registros realizados na forma eletrônica, é imprescindível a existência de uma assinatura eletrônica, que pode ser baseada em certificado digital emitido por Autoridade Certificadora credenciada, na forma da Medida Provisória nº 2.200-2/2001, ou mediante cadastro de usuário no Poder Judiciário, conforme disciplinado pelos tribunais (arts. 1º, § 2º, III, da Lei nº 11.419/2006). Ainda que detentor de certificado digital, nos termos da mencionada lei, obrigatório é o credenciamento prévio no Poder Judiciário (art. 2º). A assinatura manuscrita, em razão dos traços pessoais que a compõem, permite identificar, com precisão, o punho do qual emanou. Por isso, tal como a impressão digital, diz-se que constitui uma verdadeira “marca” identificadora. A assinatura digital pode ser baseada em certificado digital emitido por Autoridade Certificadora credenciada na forma do art. 6º da Medida Provisória nº 2.200-2/2001, ou mediante cadastro de usuário, conforme disciplinado pelo próprio Judiciário, que, nesse caso, para o fim específico a que se destina, expedirá certificado digital, de forma a possibilitar a verificação da autenticidade do documento.
	O CPC/2015, ao dispor sobre a prática eletrônica dos atos processuais, assim dispõe: 
Art. 194. Os sistemas de automação processual respeitarão a publicidade dos atos, o acesso e a participação das partes e de seus procuradores, inclusive nas audiências e sessões de julgamento, observadas as garantias da disponibilidade, independência da plataforma computacional, acessibilidade e interoperabilidade dos sistemas, serviços, dados e informações que o Poder Judiciário administre no exercício de suas funções. 
Art. 195. O registro de ato processual eletrônico deverá ser feito em padrões abertos, que atenderão aos requisitosde autenticidade, integridade, temporalidade, não repúdio, conservação e, nos casos que tramitem em segredo de justiça, confidencialidade, observada a infraestrutura de chaves públicas unificada nacionalmente, nos termos da lei.
	A publicidade dos atos processuais deve observar as mesmas regras do art. 189. Não há qualquer diferença entre os autos virtuais e físicos com relação às questões que envolvam segredo de justiça. Nos casos em que houver necessidade de mitigação da publicidade, os processos virtuais tramitarão com a restrição de confidencialidade.
	A acessibilidade tem relação com a garantia de utilização do sistema e se complementa com a norma prevista no art. 198, que determina que as unidades do Poder Judiciário mantenham gratuitamente, à disposição dos interessados, os equipamentos necessários à prática de atos processuais e à consulta e ao acesso ao sistema e aos documentos dele constantes. Vale ressaltar que caso não haja a disponibilização, estar-se-á afastando a garantia de acessibilidade. Em contrapartida, em tais casos, será admitida a prática de atos por meio não eletrônico. Outra regra de acessibilidade está prevista no art. 199, que confere aos deficientes o acesso aos sítios do Poder Judiciário, ao meio eletrônico de prática de atos judiciais, à comunicação eletrônica dos atos processuais e à assinatura eletrônica.
Linguagem: 
	O art. 192 preceitua que em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso da língua portuguesa. 
Publicidade dos atos processuais: 
	Em geral são públicos os atos processuais (art. 189), assim, qualquer pessoa pode obter traslados e certidões a respeito dos atos e termos contidos no processo. Há, porém, casos em que, por interesse público ou social, bem como pelo respeito que merecem as questões de foro íntimo, o Código reduz a publicidade dos atos, verificando-se o procedimento chamado “segredo de justiça”. 
Art. 189: 
I – em que o exija o interesse público ou social; 
II – que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes; 
III – em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
IV – que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.
O TEMPO E O LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS
	Em regra, os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das 6 às 20 horas (art. 212). Podem ser praticados na sede do juízo, externamente ou por meio eletrônico. As audiências, de regra, são realizadas no fórum, mas nada obsta que se realizem por videoconferência (art. 385, § 3º). Os protocolos das petições, até pouco tempo, eram feitos exclusivamente no fórum, agora, a regra, é que sejam feitos eletronicamente. Quanto aos atos externos, afora eventuais inspeções judiciais, de um modo geral, são praticados por oficiais de justiça e peritos.
	Para atos a serem praticados no fórum (tomada de depoimentos, por exemplo), deve-se observar o expediente forense. Para atos externos (citação e intimação, entre outros) deve obedecer ao horário das 6h às 20h, independentemente de o expediente começar antes e terminar depois desses horários. Que o oficial de justiça não apareça à casa do citando às 4 da madrugada. Podem ser concluídos depois das 20 horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano (art. 212, § 1º). Em casos excepcionais, as citações, as intimações e as penhoras poderão realizar-se no período de férias forenses, onde as houver, bem como nos feriados ou dias úteis fora do horário estabelecido no caput do art. 212.
	No processo eletrônico, consideram-se realizados os atos processuais no dia e hora do seu envio ao sistema do Poder Judiciário. Assim, transmitida a petição eletrônica, o que será comprovado por meio de protocolo eletrônico (recibo expedido pelo sistema), interrompida estará a prescrição ou afastada a decadência ou preclusão, caso ainda não consumadas. Na ocorrência de indisponibilidade do sistema por motivo técnico, o art. 10, § 2º, da Lei nº 11.419/2006 estabelece que o prazo fica automaticamente prorrogado para o primeiro dia útil seguinte à solução do problema. 
Férias e feriado forenses: 	
	Os magistrados (juízes, desembargadores e ministros) têm direito a férias anuais por 60 dias. As férias podem ser individuais ou coletivas. As férias individuais, ao contrário das coletivas, não suspendem os prazos processuais. As férias dos magistrados de primeiro e segundo graus são gozadas individualmente, daí porque não tem aptidão para ensejar suspensão. Na ausência do juiz condutor do feito, o seu substituto pode praticar o ato processual. Nos tribunais superiores, porque as férias são coletivas, tudo (ou quase tudo) para, funcionando somente em regime de plantão. Nesses tribunais, há férias coletivas e elas suspendem os prazos ou obstaculizam o início da contagem deles. 
	De acordo com o texto do mencionado dispositivo constitucional, a regra é que a atividade jurisdicional seja ininterrupta, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente. A exceção ficou por conta dos tribunais superiores (STF, STJ, TST e TSE), onde ainda há férias coletivas. Ministros gozam de férias coletivas; desembargadores e juízes, não. 
	De acordo com o CPC atual, a regra geral é de que os atos processuais serão realizados apenas nos dias úteis. Férias e feriados não são reputados dias úteis; logo, nessas épocas não se praticam atos processuais. Férias, contudo, somente nos tribunais superiores. Durante as férias individuais de juízes e desembargadores, pelo menos em tese, os atos são normalmente praticados. Não pelo titular, mas sim pelos substitutos. Entretanto, o que importa mesmo é que durante as férias coletivas nos tribunais superiores não se conta prazo. Não inicia; se iniciou, suspende; se vencer é prorrogado. Nos juízos de primeiro e segundo graus, os prazos fluem normalmente.
· Independentemente de autorização judicial, no período de férias forenses e nos feriados permite-se a realização de citações, intimações, penhoras e a apreciação de pedidos de tutelas de urgência (art. 214). O dispositivo refere-se à prática do ato na sua materialidade. Nos órgãos do Judiciário onde há previsão de férias forenses (férias coletivas do Judiciário), praticado o ato, não se conta prazo. Igualmente, durante o período de férias dos advogados, embora se pratique ato, não se conta prazo para a prática do ato processual subsequente.
Processam-se durante as férias forenses, onde as houver, e não se suspendem pela superveniência delas (art. 215): 
I – os procedimentos de jurisdição voluntária e os necessários à conservação de direitos, quando puderem ser prejudicados pelo adiamento; 
II – a ação de alimentos e os processos de nomeação ou remoção de tutor e curador; 
III – os processos que a lei determinar.
	Há de se atentar também que os prazos processuais nos procedimentos sujeitos ao rito especial dos Juizados Especiais não se suspendem e nem se interrompem pelo advento do recesso e das férias forenses (Enunciado nº 86 FONAJE). Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive (art. 220).
	Trata o dispositivo das férias dos advogados. No período de 20 de dezembro a 20 de janeiro todos os prazos processuais serão suspensos, inclusive os que estiverem em curso nos processos mencionados nos incs. I a III do art. 215. 
· Os atos mencionados no art. 214 podem ser praticados em qualquer dia (férias ou feriados), em qualquer juízo ou tribunal. O prazo só começará a correr no primeiro dia útil seguinte ao feriado, ao recesso ou às férias, onde houver.
· Durante as férias forenses (janeiro e julho) – a regra tem como destinatários os tribunais superiores –, os processos elencados no art. 215 terão seu curso normal. Contudo, no período de 20 de dezembro a 20 de janeiro, os prazos serão suspensos e em qualquer grau de jurisdiçãonão se realizarão atos que dependam da presença de advogados, como, por exemplo, audiências e sessões de julgamentos, entre outros.
· o Código atual equiparou a feriado o sábado e os dias em que não há expediente forense (art. 216). Só se contam os dias úteis, isto é, de segunda a sexta-feira. Algum feriado no decorrer da semana, um dia em que, por qualquer razão, o fórum tenha sido fechado ou o expediente forense tenha se encerrado mais cedo, além dos dias que compreendem as férias dos advogados, nada disso é contado. Além de todos esses dias, nos tribunais superiores, há férias coletivas, também com influência sobre a contagem dos prazos em curso naqueles tribunais.
OS PRAZOS PROCESSUAIS: 
Conceito: prazo é o lapso de tempo em que o ato processual pode ser validamente praticado. É delimitado por dois termos: termo inicial (dies a quo) e termo final (dies ad quem). Passado o prazo, a regra é que não mais se pode praticar o ato processual. Ocorre o fenômeno denominado preclusão (temporal).
· Dispõe o art. 226 que o juiz proferirá os despachos no prazo de cinco dias; as decisões interlocutórias no prazo de 10 dias e as sentenças no prazo de 30 dias.
· Os atos do juiz são sempre aproveitados, não há intempestividade.
· Quanto às partes, os prazos são peremptórios. De um modo geral, têm cinco ou 15 dias para a prática dos principais atos do processo. Não praticou, não se pratica mais, exceto se ocorrer devolução do prazo.
Classificação dos atos:
Quanto à origem, os prazos podem ser legais, judiciais ou convencionais.
· Legais são os prazos que estão definidos em lei, não podendo, em princípio, as partes nem o juiz alterá-los. Pode-se até não cumprir os prazos fixados em lei, mas alterá-los não, salvo nas hipóteses previstas na própria lei. Para as partes, os prazos são sempre próprios, de modo que ou são cumpridos ou perde-se o prazo.
· Judiciais, por outro lado, são aqueles fixados pelo próprio juiz nas hipóteses em que a lei for omissa. Na fixação do prazo judicial, deve-se levar em conta a complexidade do ato processual a ser realizado (art. 218, § 1º). Em não sendo o prazo estabelecido por preceito legal ou prazo pelo juiz (prazo judicial), o Código sana a omissão, estabelecendo o prazo genérico de cinco dias para a prática do ato processual (art. 218, § 3º).
· Convencionais são os prazos fixados em convenção. Em tese, qualquer prazo pode ser objeto de convenção. Os prazos legais e peremptórios (como o prazo para contestar e recorrer) podem ser objeto de convenção.
Com relação às consequências processuais (possibilidade de descumprimento), os prazos se subdividem em próprios e impróprios.
· Próprios são os prazos destinados à prática dos atos processuais pelas partes. Esses, uma vez não observados, ensejam a perda da faculdade de praticar o ato, incidindo o ônus respectivo (preclusão temporal).
· Impróprios, a seu turno, são os prazos atinentes aos atos praticados pelo juiz e auxiliares da justiça. Diferentemente dos prazos próprios, entende-se que os impróprios, uma vez desrespeitados, não geram qualquer consequência no processo.
Quanto à possibilidade de dilação e redução (alterabilidade), os prazos podem ser dilatórios/redutórios ou peremptórios 
· Dilatórios/redutórios são os prazos fixados em normas dispositivas, que podem ser ampliados ou reduzidos de acordo com a convenção das partes. A legislação permite ao juiz reduzir os prazos peremptórios, desde que com prévia anuência das partes. Anuência das partes, num sentido lato, significa convenção ou acordo procedimental. Qualquer que seja a natureza do prazo, pode o juiz prorrogá-lo por até dois meses nas comarcas, seção ou subseção judiciária onde for difícil o transporte (art. 222). Em caso de calamidade pública, a prorrogação não tem limite (art. 222, § 2º). O art. 225 traz a possibilidade de renúncia expressa ao prazo estabelecido exclusivamente em favor de determinada parte. Se o prazo for comum, a renúncia só tem eficácia se ambas as partes abdicarem expressamente do prazo a que estão submetidas. 
· Em se tratando de direitos que admitam autocomposição, os arts. 190 e 191 permitem acordo procedimental e “calendarização” dos atos processuais, o que significa que podem as partes alterar inclusive os prazos peremptórios.
Quanto à exclusividade, os prazos podem ser particulares ou comuns. 
· Prazo particular é aquele fixado para cada uma das partes, individualmente.
· Sendo o prazo comum às partes, os procuradores poderão retirar os autos somente em conjunto ou mediante prévio ajuste, por petição nos autos. Independentemente de ajuste, é lícito ao procurador retirar os autos para obtenção de cópias, pelo prazo de duas a seis horas (art. 107, §§ 2º e 3º).
Quanto à forma de contagem. 
· O Código contempla a contagem de prazos em minutos, horas, dias, meses e anos.
Curso do prazo:
· A nova lei processual é expressa ao estabelecer que na contagem dos prazos legais ou judiciais computar-se-ão somente os dias úteis (art. 219). O disposto no art. 219 aplica-se somente à contagem de prazos processuais em dias. Prazos em hora contar-se-ão minuto a minuto, e prazos em meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência (art. 132, §§ 3º e 4º CC). O prazo material é contínuo, enquanto no prazo processual em dias, contam-se apenas os dias úteis.
· O STJ já se manifestou pela aplicabilidade da contagem em dias úteis também para o cumprimento de sentença e execução, ainda que se refira ao período que o devedor disporá para adimplir a obrigação. (STJ, REsp 1.708.348/RJ, DJe 01.08.2019).
· Somente os prazos estabelecidos por lei ou pelo juiz são contados em dias úteis. Quanto aos prazos convencionais, cabe às partes fixar a forma de contagem, em dias úteis ou corridos. No silêncio da convenção, deve-se aplicar o art. 219, ou seja, o prazo será contado em dias úteis.
· O art. 216 considera como feriado e, portanto, como dia não útil, o sábado, o domingo e os dias em que não há expediente forense. O dia de natal e o recesso de 20 de dezembro a 6 de janeiro. Durante as férias dos advogados (20 de dezembro a 20 de janeiro) igualmente, não há contagem de prazo (art. 220).
· Também nos juizados especiais a contagem dos prazos se faz somente em dias úteis.
· Somente o prazo para a prática de atos processuais é contado em dias úteis. Para a leitura da intimação, conta-se em dias corridos.
· A regra da contagem de prazos em dias úteis aplica-se também aos Juizados Especiais Federais (JEF – art. 1º da Lei nº 10.259/2001) e aos Juizados Especiais da Fazenda Pública (JEFP – art. 27 da Lei nº 12.153/2009).
· O marco inicial do prazo (o primeiro dia que é contado) como termo a quo (do qual se recorre) e termo final (o último dia para protocolar o ato processual) como termo ad quem (para o qual se recorre). A parte, obrigatoriamente, deve praticar o ato processual entre esses dois termos.
Termo Inicial e Final: 
· Os incisos do art. 231 estabelecem os diversos marcos definidores do “dia do começo do prazo”. Definido o dia do começo (que é excluído), a partir do dia seguinte, começa a contagem do prazo em si. 
· Apesar de a lei estabelecer os marcos iniciais para o início dos prazos processuais, nada impede que o ato seja praticado antes do dies a quo (art. 218, § 4º). Assim, se, por exemplo, a parte autora tomar conhecimento da apresentação da contestação e verificar a existência de documentos sobre os quais deva se manifestar (art. 437), poderá se antecipar à intimação e apresentar a réplica antes do início do prazo. Ainda sobre o termo inicial, vale repetir: o prazo somente começará a fluir a partir do dia útil seguinte ao da intimação ou citação (art. 224, § 1º).
· Quanto ao termo final, se este cair em dia não útil, considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil. Se o expediente forense for encerrado antes ou iniciado depois da hora normal ou se houver interrupção da comunicação eletrônica, os dias do começo (termo inicial) e do vencimento (termo final) também serão protraídos para o primeiro dia útilseguinte ao restabelecimento do serviço (art. 224, § 1º).
· Para interposição de recurso, o art. 1.003 estabelece que o prazo seja contado da data em que os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público forem intimados da decisão. Assim, não necessariamente o nome do advogado deve figurar na intimação. Basta que figure a sociedade de advogados.
· Com relação aos processos informatizados, deve-se enfatizar que os prazos processuais terão início no primeiro dia útil seguinte ao considerado como data da publicação (art. 224, § 3º). Esta, por sua vez, corresponde ao primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico (art. 224, § 2º), disponibilizado em sítio da rede mundial de computadores.
Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo:
I - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intimação for pelo correio;
II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial de justiça;
III - a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do escrivão ou do chefe de secretaria;
IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a intimação for por edital; 
Para a contagem do prazo, não se leva em conta a juntada do edital, e sim o aperfeiçoamento da citação por edital, que ocorre com o transcurso do prazo da dilação. O juiz fixa um prazo (entre 20 e 60 dias) a partir do qual inicia a contagem para a prática do ato processual.
V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término do prazo para que a consulta se dê, quando a citação ou a intimação for eletrônica;
De acordo com o CPC/2015, com exceção das micro e pequenas, todas as empresas e as pessoas jurídicas de direito público são obrigadas a se cadastrar, bem como o Ministério Público, a Defensoria Pública e a Advocacia Pública (arts. 246, §§ 1º e 1º e 270, parágrafo único). A intimação ou citação considera-se realizada no dia em que a parte ou seu advogado efetivarem a consulta no portal. Se o dia da consulta não for útil, considera-se que foi feita no dia útil subsequente. Caso não tenha havido acesso ao portal, considera-se feita a intimação depois de transcorridos 10 dias da disponibilização (art. 5º e parágrafos da Lei nº 11.419/2006).
VI - a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data de juntada da carta aos autos de origem devidamente cumprida, quando a citação ou a intimação se realizar em cumprimento de carta;
VII - a data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Justiça impresso ou eletrônico;
VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos autos, em carga, do cartório ou da secretaria.
Algumas regras especiais sobre contagem de prazo: O art. 229 e os parágrafos do art. 231 estabelecem regras especiais relativas à contagem dos prazos processuais. São elas: 
a) Litisconsortes com procuradores distintos e de escritórios de advocacia distintos: o prazo será contado em dobro para todas as manifestações processuais. A regra, no entanto, não será aplicada quando se tratar de processos em autos eletrônicos (art. 229, § 2º), e cessará quando a demanda contar apenas com dois réus e somente um deles apresentar defesa (§ 1º). A Súmula nº 641 do STF impede a contagem em dobro do prazo para recorrer quando somente um dos litisconsortes sucumbe. Não se aplica quando se tratar de processo eletrônico e, igualmente, de processo em curso nos Juizados Especiais. 
b) Processo com mais de um réu: o dia do começo do prazo para contestar (15 dias) corresponde à última das datas a que se referem os incs. I a VII do art. 231, caput. Esta regra vale somente para os casos de citação. Se for caso de intimação, o prazo para o autor e/ou para o réu é contado individualmente (art. 231, § 2º). C
c) Ato que deva ser praticado pela própria parte: se para a prática do ato não bastar a cientificação do advogado ou de outro representante judicial, o dia do começo do prazo corresponderá à data da efetiva comunicação feita às partes.
d) Os prazos para o Ministério Público, para a Fazenda Pública e para a Defensoria Pública são contados em dobro, qualquer que seja o teor da manifestação (arts. 180, 183 e 186). Entende-se por Fazenda Pública: a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público. As sociedades de economia mista e as empresas públicas não gozam desse privilégio, eis que seu regime jurídico é de direito privado.
Preclusão: A preclusão é a perda, extinção ou consumação de uma faculdade processual. Será afastada quando a parte provar que deixou de realizar o ato por justa causa. Preclusão em relação aos atos do juiz. Preclusão temporal, já disse, não há. Os prazos são impróprios, o que significa que o juiz, utilmente, pode praticá-los a qualquer tempo. O mesmo pode-se dizer dos atos dos auxiliares do juízo. Preclusão alguma ocorre com relação aos despachos, uma vez que não ferem direitos ou interesses das partes
· Preclusão temporal: decorre da inércia da parte que deixa de praticar um ato no tempo devido. 
· Preclusão lógica: decorre da incompatibilidade entre o ato praticado e outro, que se queria praticar também (art. 1.000, parágrafo único). Ao cumprir o julgado, perde a parte o interesse no recurso. 
· Preclusão consumativa: origina-se do fato de ter praticado o ato, não importa se bem ou mal. Uma vez praticado, não será possível realizá-lo novamente.
Descumprimento dos prazos: o CPC/2015 traz como dever do magistrado a determinação de instauração de processo administrativo disciplinar contra serventuário que exceder os prazos legais sem motivo legítimo (art. 233, § 1º). Para tanto, pode o juiz ser provocado pelas partes, pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública (art. 233, § 2º).
· O juiz também deve velar para que os autos sejam restituídos no prazo do ato a ser praticado. Assim, se o advogado de uma das partes retira os autos para carga e não os devolve mesmo sendo intimado para tanto, caberá ao juiz comunicar o fato à seção local da Ordem dos Advogados do Brasil para fins de instauração de procedimento disciplinar e imposição de multa (art. 234, § 3º). A prática de reter abusivamente os autos processuais constitui infração disciplinar, nos termos do art. 34, XXII, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil. Além de comunicar o fato à OAB, o advogado poderá perder o direito à vista fora do cartório e arcar com multa correspondente à metade do salário mínimo (art. 234, § 2º).
· Se a retenção dos autos estiver sendo praticada por membro do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da Advocacia Pública, o juiz comunicará o fato ao órgão competente responsável pela instauração de procedimento disciplinar contra o membro que atuou no feito, devendo a multa ser aplicada ao próprio agente público que cometeu a falta (art. 234, § 4º).
“No caso em que advogado não tenha devolvido os autos ao cartório no prazo legal, não é possível estender a sanção de proibição de vista dos autos fora do cartório (art. 196 do CPC18), aplicada àquele advogado, aos demais causídicos e estagiários que, apesar de representarem a mesma parte, não tenham sido responsáveis pela retenção indevida. Isso porque, tratando-se de norma de ordem pública de natureza punitiva, sua interpretação não pode ser ampliativa, sob pena de subversão dos princípios básicos da hermenêutica jurídica.” (AgRg no REsp 1.089.181/DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. 04.06.2013).
COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS:
São os meios pelos quais se realizam as citações e as intimações. 
· As intimações são feitas prioritariamente pelo Diário do Judiciário eletrônico ou, na inexistência desse importante veículo, pelo Diário impresso, via de regra, por intermédio dos Diários Oficiais da União, dos Estados e do Distrito Federal, admitindo-se o convênio com jornais privados.
· Se acomunicação deve ser feita fora dos limites territoriais do tribunal, da comarca, da seção ou da subseção judiciárias e, para tanto, necessita da intervenção de serventuário subordinado a outra autoridade judiciária, deve-se utilizar as cartas, que nada mais são do que ordens (carta de ordem e carta rogatória) ou pedidos (carta precatória e carta arbitral), dependendo da hierarquia, dentro da organização judiciária, de quem as expede (art. 236 e § 1º).
· Nos termos do art. 237, as cartas podem ser de quatro espécies, tudo a depender de quem manda e de quem obedece: 
· a) Carta de ordem: é o meio pelo qual o tribunal ou um dos seus membros (de um modo geral, o relator de recurso, ação de competência originária ou incidente) dá ordem a um magistrado de grau inferior.
· b) Carta rogatória: é dirigida a autoridade judiciária estrangeira para fins de cooperação jurídica internacional. Para que uma carta rogatória seja cumprida no Brasil, exige-se o exequatur (que significa “cumpra-se”) do STJ. A execução da diligência compete à Justiça Federal de primeiro grau (art. 109, X, da CF).
· c) Carta precatória: É o meio pelo qual um juiz solicita a outro, com o qual não mantém relação hierárquica (um juiz de direito a outro; um desembargador do TRT a um juiz federal e assim por diante), a realização de diligência que requer a intervenção do juízo de órgão jurisdicional de competência territorial diversa.
· d)Carta arbitral: O CPC/2015 traz a possibilidade de expedição de carta arbitral, que permite a interação entre juízes e árbitros, especialmente no que concerne à efetivação de tutelas antecipadas.
· As cartas têm caráter itinerante, ou seja, se forem remetidas a um determinado juízo, mas ficar demonstrado que deveriam ter sido remetidas a outro, o juízo originalmente deprecado não deve restituí-las ao juízo de origem. Deve, pois, o juízo deprecado encaminhá-la ao outro juízo onde a diligência tenha que ser cumprida, comunicando o fato ao órgão expedidor (art. 262, caput e parágrafo único).
· As cartas podem conter pedidos ou ordem de comunicação de atos processuais ou realização de diligências no processo, que na essência também configuram atos processuais. Quanto à comunicação dos atos processuais, é feita por meio da citação ou intimação, que por sua vez, pode se dar por meio de cartas. 
Citação:
· Citação é o ato pelo qual se convoca a juízo o réu, o executado ou o interessado, para integrar a relação processual (art. 238). Réu aqui é a parte que deva suportar os efeitos da coisa julgada e não integrou a petição inicial como litisconsorte ativo ou passivo e não interveio espontaneamente no processo. A citação é ato indispensável à validade do processo (art. 239), até porque, sem ela, não se completa a relação processual. Não havendo citação tampouco comparecimento espontâneo, de modo a suprir esse ato, o processo estará contaminado por vício insanável (querela nullitatis).
· O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta de citação ou convalida a citação irregular (art. 239, § 1º).
· A doutrina classifica a citação em pessoal e ficta. A citação pessoal (real), de regra, é realizada na própria pessoa do réu, como é o caso da citação por correio, por oficial de justiça e por meio eletrônico, mas poderá ser feita na pessoa do representante legal ou do procurador do réu, do executado ou do interessado (art. 242). Citação ficta (presumida), por outro lado, é aquela que ocorre quando o citando não é encontrado pessoalmente, mas há autorização legislativa par aque se possa presumir que ele tenha ou venha a tomar ciência do ato citatório. Os exemplos típicos de citação ficta são a “por hora certa” (arts. 252a 254) e “por edital” (arts. 256 a 259).
· O sistema processual prevê as seguintes modalidades de citação (art. 246): a) pelo correio; b) por oficial de justiça; c) pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório; d) por edital; e) por meio eletrônico, conforme regulado em lei (na Lei nº 11.419/2006).
· Citação pelo correio. É a regra. Somente não é admitida: i) nas ações de estado; ii) quando o citando for pessoa incapaz ou; iii) pessoa jurídica de direito público; iv) quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência e quando o autor, justificadamente, a requerer de outra forma (art. 247). Será o oficial de justiça que fará a citação nas hipóteses em que se frustrar a citação pelo correio (art. 249).
· O oficial de justiça tem fé pública, pode certificar que entregou ou, em caso de ocultação, adotar as providências para citação por hora certa.
· Tanto no processo de conhecimento quanto no processo de execução, as regras são as mesmas. Em sendo possível, procede-se à citação por meio eletrônico – é o caso das pessoas jurídicas de direito público e de direito privado que são compelidas ao cadastramento obrigatório, salvo as micro e pequenas empresas (art. 246, § 1º). Em sendo inviável a citação por meio eletrônico, passa-se à citação pelo correio e, finalmente, à citação pelo oficial de justiça.
· Em sendo inviável a citação por meio eletrônico (salvo os casos decadastramento obrigatório), a regra é que o citando deve ser cientificado do processo por meio do correio, o que já era previsto para a citação no processo de execução fiscal regulado pela Lei nº 6.830/1980 (art. 8º, I). Em suma: não vale mais a regra segundo a qual a citação, nas ações de execução, deve necessariamente ocorrer por intermédio de oficial de justiça.
· A citação será feita por meio de oficial de justiça nas hipóteses previstas no Código ou em lei, ou quando frustrada a citação pelo correio (art. 249).
· A citação por hora certa, embora ficta, é realizada por intermédio do oficial de justiça. Ocorre quando, por duas vezes, houver procurado o réu em seu domicílio ou residência, sem o encontrar, havendo suspeita de ocultação. 
· Caracteriza-se a ocultação quando, por duas vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, caso em que intimará qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho deque, no dia útil imediato, voltará a m de efetuar a citação, na hora que designar (art. 252, caput). Atento ao princípio da ampla defesa, o Código determina a nomeação de curador especial (para apresentar defesa naquela demanda), caso o réu citado por edital torne-se revel (art. 253).
· A citação por edital, tal como a citação por hora certa (que é feita por oficial de justiça) constitui uma modalidade de citação ficta. Essa modalidade de citação somente é admitida quando desconhecido ou incerto o réu; quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar; e em outros casos expressos em lei (art. 256). A publicação do edital será feita na rede mundial de computadores, no sítio do respectivo tribunal e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça. 
· Por se tratar de citação ficta, tal como ocorre na hipótese de citação por hora certa, também na citação editalícia, em caso de revelia será nomeado curador especial. Essa advertência constitui requisito do edital.
· A citação, ainda quando ordenada por juiz incompetente, tem os efeitos processuais e materiais indicados no art. 240, quais sejam: induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor.
· A coisa ou direito cuja titularidade é discutida no processo, a partir da citação do réu, está vinculada ao resultado da demanda, pouco importa se alienada ou não.
· A interrupção da prescrição e da decadência como efeitos do despacho que ordena a citação, ainda que proferido por juízo incompetente, consoante disposto no art. 240, § 1º. 
· A partir da vigência do CPC/2015, valerá a regra segundo a qual o mero despacho proferido pelo juiz determinando a citação tem o condão de interromper a prescrição, cujos efeitos retroagirão à data da propositura da ação.
· Súmula nº 106 do STJ: “Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício ,a demora na citação, por motivos inerentes ao mecanismo da Justiça, não justificao acolhimento da arguição de prescrição ou decadência”. 
· Súmula nº429 do STJ: “A citação postal, quando autorizada por lei, exige o aviso de recebimento”.
Intimação: 
· Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo (art. 269).
· A intimação será realizada preferencialmente por meio eletrônico, observada as prescrições da Lei nº 11.419/2006, mas, dependendo das circunstâncias, pode ser feita pelos mesmos meios adotados para a citação, ou seja, por oficial de justiça, por carta registrada, com AR, pelo escrivão ou chefe de secretaria. Podem também ser feitas pelo Diário do Judiciário impresso e até por edital. Quando o ato é praticado em audiência, nesta os advogados das partes, bem como o Ministério Público, são intimados da decisão ou despacho (art. 1.003, § 1º).
· Afora os casos de intimação pessoal da parte (art. 485, § 1º, por exemplo), de testemunhas e peritos, entre outros, as intimações, de regra, são feitas aos advogados, os quais poderão requerer que, na intimação a eles dirigida, figure apenas o nome da sociedade a que pertençam (art. 272, § 1º).
· A intimação, embora mais informal do que a citação, contém requisitos, conforme consta no art. 272. É indispensável que da publicação no diário eletrônico ou impresso constem os nomes das partes e de seus advogados, com o respectivo número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, ou, se assim requerido, da sociedade de advogados. A não observância de tais requisitos conduz à nulidade da intimação, com as consequências previstas nos §§ 8º e 9º do art. 272.
· Caso as partes e o juiz tenham formalizado um calendário para a prática dos atos processuais (art. 191), as intimações serão dispensadas, eis que a convenção quanto aos prazos presume que todos estão previamente cientes das datas designadas no calendário.
Nulidades: 
· O que se percebe é que a nulidade absoluta é estabelecida em razão do exclusivo interesse público. Na nulidade relativa, além do interesse público, verifica-se que o objetivo maior do disciplinamento é tutelar interesse privado. A nulidade relativa pode também ser encontrada sob a alcunha de nulidade “não cominada” ou “sanável”.
· A nulidade absoluta não pode ser decretada de ofício pelo juiz, exigindo sempre provocação da parte no momento adequado. A invalidação do ato sempre dependerá da decretação da nulidade por parte do juiz, não havendo que se falar, portanto, que os atos perdem sua validade de forma automática.
· A nulidade só pode ser decretada a requerimento da parte prejudicada e nunca por aquela que foi a sua causadora (art. 276).
· A nulidade relativa deve ser arguida na primeira oportunidade em que a parte falar nos autos, sob pena de preclusão, salvo se demonstrado justo impedimento (art. 278). A nulidade absoluta pode ser arguida em qualquer fase do processo, podendo também ser reconhecida de ofício pelo juiz (art.278, parágrafo único).
· Em razão do encadeamento dos atos processuais, anulado um ato, reputam-se de nenhum efeito todos os subsequentes que dele dependam (art. 281).
· O erro de forma acarreta a anulação somente dos atos que não possam ser aproveitados (art. 283). Assim, desde que não haja prejuízo para a defesa de qualquer parte, a regra é aproveitar todos os atos processuais.
· O que enseja a nulidade nas ações em que há obrigatoriedade de intervenção do Ministério Público é a ausência de intimação do seu representante, e não a ausência de manifestação. Mesmo quando o processo tenha tramitado sem conhecimento do membro do Ministério Público, antes de declarar a nulidade, deve o juiz intimar o órgão, que irá se manifestar sobre a existência ou não de prejuízo (art. 279, § 2º). Colhida a manifestação do Ministério Público, o juiz analisará a questão relativa à invalidação dos atos praticados a partir do momento em que ele deveria ter sido intimado (art. 279, § 1º).

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