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O que é Ética

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1 
 
O QUE É ÉTICA? 
 
De acordo com o Novo Dicionário da Língua Portuguesa (1999), ética é parte da Filosofia 
que se ocupa do estudo da conduta humana, sob o ponto de vista do bem e do mal. 
Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda, ética é "o estudo dos juízos de 
apreciação que se referem à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e 
do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto". 
Derivada de dois termos gregos: éthos (hábito ou costume) e êthos (sentido mais amplo, 
referente à maneira de ser e de pensar da pessoa), ética significa modo de ser de uma pessoa, 
incluindo seu caráter e seus comportamentos. É um conjunto de valores morais e princípios que 
norteiam a conduta humana na sociedade. 
A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que 
ninguém saia prejudicado. Assim, ela é construída por uma sociedade com base nos valores 
históricos e culturais. 
Cada sociedade e cada grupo possuem seus próprios códigos de ética. A exemplo de 
determinados países onde, por exemplo, sacrificar animais para pesquisa científica pode ser ético, 
ou “bioético”, que está relacionado a existência da ética nas pesquisas biológicas. Já em outros, esta 
atitude pode desrespeitar os princípios éticos estabelecidos. 
Além dos princípios gerais que norteiam o bom funcionamento social, existe também a ética 
de determinados grupos ou locais específicos. Neste sentido, podemos citar: ética médica, ética de 
trabalho, ética empresarial, ética educacional, ética nos esportes, ética jornalística, ética na política, 
etc. 
 
O QUE A ÉTICA NÃO É... 
SINGER (in Ética prática, p. 18-24, 2000) defende que a ética... 
 
1. Não é "um conjunto de proibições particularmente respeitantes ao sexo" — "o sexo não 
levanta nenhuma questão ética específica", embora possa "envolver considerações sobre a 
honestidade, o respeito pelos outros, a prudência, etc." (p. 18); 
2. Não é "um sistema ideal nobre na teoria, mas inútil na prática" — "a finalidade do juízo 
ético é orientar a prática" (p. 18); 
3. Não é "algo que apenas se torne inteligível no contexto da religião" (p. 19) — podemos 
encontrar "a origem da ética nas atitudes de benevolência e solidariedade para com os outros 
que a maioria das pessoas possui" (p. 20); 
4. Não é "relativa ou subjetiva" (p. 20). 
 
CAMPO E OBJETO DA ÉTICA 
2 
 
(Texto extraído do livro: Convite à Filosofia, de Marilena Chauí) 
 
 O campo ético é, assim, constituído pelos valores e pelas obrigações que formam o conteúdo 
das condutas morais, isto é, as virtudes. Estas são realizadas pelo sujeito moral, principal 
constituinte da existência ética. O sujeito ético ou moral, isto é, a pessoa, só pode existir se 
preencher as seguintes condições: 
• ser consciente de si e dos outros, isto é, ser capaz de reflexão e de reconhecer a existência 
dos outros como sujeitos éticos iguais a ele; 
• ser dotado de vontade, isto é, de capacidade para controlar e orientar desejos, impulsos, 
tendências, sentimentos (para que estejam em conformidade com a consciência) e de 
capacidade para deliberar e decidir entre várias alternativas possíveis; 
• ser responsável, isto é, reconhecer-se como autor da ação, avaliar os efeitos e conseqüências 
dela sobre si e sobre os outros, assumi-la bem como às suas conseqüências, respondendo por 
elas; 
• ser livre, isto é, ser capaz de oferecer-se como causa interna de seus sentimentos, atitudes e 
ações, por não estar submetido a poderes externos que o forcem e o constranjam a sentir, a 
querer e a fazer alguma coisa. A liberdade não é tanto o poder para escolher entre vários 
possíveis, mas o poder para autodeterminar-se, dando a si mesmo as regras de conduta. 
 
 O campo ético é, portanto, constituído por dois pólos internamente relacionados: o agente ou 
sujeito moral e os valores morais ou virtudes éticas. Do ponto de vista do agente ou sujeito moral, a 
ética faz uma exigência essencial, qual seja, a diferença entre passividade e atividade. Passivo é 
aquele que se deixa governar e arrastar por seus impulsos, inclinações e paixões, pelas 
circunstâncias, pela boa ou má sorte, pela opinião alheia, pelo medo dos outros, pela vontade de um 
outro, não exercendo sua própria consciência, vontade, liberdade e responsabilidade. 
 Ao contrário, é ativo ou virtuoso aquele que controla interiormente seus impulsos, suas 
inclinações e suas paixões, discute consigo mesmo e com os outros o sentido dos valores e dos fins 
estabelecidos, indaga se devem e como devem ser respeitados ou transgredidos por outros valores e 
fins superiores aos existentes, avalia sua capacidade para dar a si mesmo as regras de conduta, 
consulta sua razão e sua vontade antes de agir, tem consideração pelos outros sem subordinar-se 
nem submeter-se cegamente a eles, responde pelo que faz, julga suas próprias intenções e recusa a 
violência contra si e contra os outros. Numa palavra, é autônomo. 
 Do ponto de vista dos valores, a ética exprime a maneira como a cultura e a sociedade 
definem para si mesmas o que julgam ser a violência e o crime, o mal e o vício e, como 
contrapartida, o que consideram ser o bem e a virtude. 
3 
 
 Por realizar-se como relação intersubjetiva e social, a ética não é alheia ou indiferente às 
condições históricas e políticas, econômicas e culturais da ação moral. Conseqüentemente, embora 
toda ética seja universal do ponto de vista da sociedade que a institui (universal porque seus valores 
são obrigatórios para todos os seus membros), está em relação com o tempo e a História, 
transformando-se para responder a exigências novas da sociedade e da Cultura, pois somos seres 
históricos e culturais e nossa ação se desenrola no tempo. 
 Além do sujeito ou pessoa moral e dos valores ou fins morais, o campo ético é ainda 
constituído por um outro elemento: os meios para que o sujeito realize os fins. 
 Costuma-se dizer que os fins justificam os meios, de modo que, para alcançar um fim 
legítimo, todos os meios disponíveis são válidos. No caso da ética, porém, essa afirmação deixa de 
ser óbvia. 
 Suponhamos uma sociedade que considere um valor e um fim moral a lealdade entre seus 
membros, baseada na confiança recíproca. Isso significa que a mentira, a inveja, a adulação, a má-
fé, a crueldade e o medo deverão estar excluídos da vida moral e ações que os empreguem como 
meios para alcançar o fim serão imorais. 
 No entanto, poderia acontecer que para forçar alguém à lealdade seria preciso fazê-lo sentir 
medo da punição pela deslealdade, ou seria preciso mentir-lhe para que não perdesse a confiança 
em certas pessoas e continuasse leal a elas. Nesses casos, o fim – a lealdade – não justificaria os 
meios – medo e mentira? A resposta ética é: não. Por quê? Porque esses meios desrespeitam a 
consciência e a liberdade da pessoa moral, que agiria por coação externa e não por reconhecimento 
interior e verdadeiro do fim ético. 
 No caso da ética, portanto, nem todos os meios são justificáveis, mas apenas aqueles que 
estão de acordo com os fins da própria ação. Em outras palavras, fins éticos exigem meios éticos. 
 A relação entre meios e fins pressupõe que a pessoa moral não existe como um fato dado, 
mas é instaurada pela vida intersubjetiva e social, precisando ser educada para os valores morais e 
para as virtudes. 
 
ÉTICA X MORAL 
Ética 
 A ética é a “vida moral pensada”, pois, reflete criticamente o que a moral estabelece. A 
moral é o conjunto de regras concretas. 
 A ética é a disciplina filosófica onde reflete criticamente a moral, para assim por em prática 
se for o correto. Ela é importante porque respeita os outros e a dignidade humana. A ética é 
praticada sem nenhum tipo de determinação, pois é oriunda do consciente. 
 
Moral 
 A moral é o conjunto de condutas, regras, normas de uma sociedadeou região. 
4 
 
A moral não pensa na liberdade e na dignidade do indivíduo, e a ética tem como ponto de partida 
esses dois valores. 
 As normas morais são regras de convivência social ou guias de ação, porque nos dizem o 
que devemos ou não fazer e como o fazer. 
 Mesmo que não sejam cumpridas, as normas morais existem sempre, na medida em que o 
Homem é um ser em sociedade e nas suas decisões tenta fazer o bem e não o mal. E por vezes, 
mesmo que as desrespeite, o Homem reconhece sempre a sua importância e o poder que elas têm 
sobre ele. 
 Apesar de terem um fim semelhante: ajudar o Homem a construir um bom caráter para ser 
humanamente íntegro; a ética e a moral são muito distintas. 
 A moral tem um caráter prático imediato, visto que faz parte integrante da vida cotidiana 
das sociedades e dos indivíduos, não só por ser um conjunto de regras e normas que regem a 
nossa existência, dizendo-nos o que devemos ou não fazer, mas também porque está presente no 
nosso discurso e influencia os nossos juízos e opiniões. A noção do imediato vem do fato de a 
usarmos continuamente. A ética, pelo contrário, é uma reflexão filosófica, logo puramente 
racional, sobre a moral. Assim, procura justificá-la e fundamentá-la, encontrando as regras que, 
efetivamente, são importantes e podem ser entendidas como uma boa conduta a nível mundial e 
aplicável a todos os sujeitos, o que faz com que a ética seja de caráter universalista, por oposto ao 
caráter restrito da moral, visto que esta pertence a indivíduos, comunidades e/ou sociedades, 
variando de pessoa para pessoa, de comunidade para comunidade, de sociedade para sociedade. O 
objeto de estudo da ética é, portanto, o que guia a ação: os motivos, as causas, os princípios, as 
máximas, as circunstâncias; mas também analisa as consequências dessas ações. 
 A moral também se apresenta como histórica, porque evolui ao longo do tempo e difere no 
espaço, assim como as próprias sociedades e os costumes. No entanto, uma norma moral não 
pode ser considerada uma lei, apesar da semelhança, porque não está escrita, mas sim como base 
das leis, pois a grande maioria das leis é feita tendo em conta normas morais. Outra importante 
característica da moral (e esta sim a difere da lei) é o fato desta ser relativa, porque algo só é 
considerado moral ou imoral segundo um determinado código moral, sendo este diferente de 
indivíduo para indivíduo. Finalmente, a ética tem como objetivo fundamental levar a 
modificações na moral, com aplicação universal, guiando, orientando, racionalmente e do melhor 
modo a vida humana. 
 
PIAGET E O DESENVOLVIMENTO MORAL NA CRIANÇA 
 Jean Piaget, a partir de observações minuciosas de seus próprios filhos e de várias outras 
crianças concluiu que estas, ao contrário do que se pensava na época, não pensam como os 
adultos: certas habilidades ainda não foram desenvolvidas. 
5 
 
 Para ele, os valores morais são construídos a partir da interação do sujeito com os diversos 
ambientes sociais e será durante a convivência diária, principalmente com o adulto, que ela irá 
construir seus valores, princípios e normas morais. Assim sendo, podemos concluir que esse 
processo requer tempo. 
 Para que estas interações aconteçam, há a ocorrência de processos de organização interna e 
adaptação e essa ocorre na interação de processos denominados assimilação e acomodação. 
 Os esquemas de assimilação se modificam de acordo com os estágios de desenvolvimento 
do indivíduo e consistem na tentativa destes em solucionar situações a partir de suas estruturas 
cognitivas e conhecimentos anteriores. Ao entrar em contato com a novidade, retiram dele 
informações consideradas relevantes e, a partir daí, há uma modificação na estrutura mental 
antiga para dominar o novo objeto de conhecimento, gerando o que Piaget denomina 
acomodação. 
 Piaget, ainda, argumenta que o desenvolvimento da moral abrange três fases, denominadas: 
 
- anomia (crianças até 5 anos): geralmente a moral não se coloca, com as normas de conduta 
sendo determinadas pelas necessidades básicas. Porém, quando as regras são obedecidas, são 
seguidas pelo hábito e não por uma consciência do que se é certo ou errado. Um bebê que chora 
até que seja alimentado é um exemplo dessa fase. 
- heteronomia (crianças até 9, 10 anos de idade): O certo é o cumprimento da regra e qualquer 
interpretação diferente desta não corresponde a uma atitude correta. Um homem pobre que 
roubou um remédio da farmácia para salvar a vida de sua esposa está tão errado quanto um outro 
que assassinou a esposa, seguindo o raciocínio heteronômico. 
- autonomia: legitimação das regras. O respeito a regras é gerado por meio de acordos mútuos. É 
a última fase do desenvolvimento da moral. 
 Tendo conhecimento que as crianças e adolescentes seguem fases mais ou menos parecidas 
quanto ao desenvolvimento moral, cabe ao educador compreender que há determinadas formas de 
lidar com diferentes situações e diferentes faixas etárias. Cabe a ele, ainda, conduzir a criança na 
transição anomia - heteronomia, encaminhando-se naturalmente para a sua própria autonomia moral 
e intelectual.

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