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Neuroanatomia: Hipotálamo, Tálamo e Sistema Nervoso


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Curso de 
Neuroanatomia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Bibliografia Consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MÓDULO IV 
13.HIPOTÁLAMO 
13.1 – Divisões e núcleos 
13.2 – Conexões 
13.3 – Funções 
14.TÁLAMO 
14.1 – Núcleos 
14.2 – Relações do tálamo com a córtex 
14.3 – Funções 
15.ESPASTICIDADE E RIGIDEZ 
15.1 – Espasticidade 
15.2 – Rigidez 
16.SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 
16.1 – Diferenças entre o SN somático eferente e o autônomo 
16.2 – Diferenças entre o SN simpático e parassimpático 
16.3 – Funções do SN simpático e parassimpático 
17.EMBRIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO 
17.1 – Migração celular 
17.2 – Diferenciação celular 
17.3 – Bainha de mielina 
18.REFERÊNCIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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13. HIPOTÁLAMO: 
 
 
 O hipotálamo é a parte do diencéfalo e se dispõe nas paredes do III ventrículo, 
abaixo do sulco talâmico, que o separa do tálamo. Apresenta também algumas formações 
anatômicas visíveis na face inferior do cérebro: o quiasma óptico, o túber cinéreo, o 
infundíbulo e os corpos mamilares. 
Trata-se de uma área muito pequena, pois tem apenas 4g em um cérebro de 
1.200g, apesar disto, por suas variadas e numerosas funções, é uma das áreas mais 
importantes do sistema nervoso. 
 
13.1-Divisões e núcleos do hipotálamo: 
 O hipotálamo é constituído fundamentalmente de sustância cinzenta que se agrupa 
em núcleos. Percorrendo o hipotálamo existem, ainda, sistemas variados de fibras, onde 
podemos destacar o fórnix. 
O fórnix permite dividir o hipotálamo em uma área medial e outra lateral. A área 
medial é rica em substância cinzenta e nela se encontram os principais núcleos do 
hipotálamo. Na área lateral há predominância de fibras de direção longitudinal. 
 
 
 
 
 
 
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13.2-Conexões do Hipotálamo: 
 
Conexões com o sistema límbico 
 O sistema límbico compreende uma série de estruturas relacionadas 
principalmente com a regulação do comportamento emocional, dentre elas podemos 
destacar as relações recíprocas que tem o hipotálamo, o hipocampo, o corpo amigdalóide 
e área septal. 
 
 
 
 
 
 
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Conexões com a área frontal 
 Estas conexões têm o mesmo sentido funcional das anteriores, visto que o córtex 
da área pré-frontal também se relaciona com o comportamento emocional. 
 
Conexões viscerais 
 Para exercer o seu papel de controlador das funções viscerais, o hipotálamo 
mantém conexões aferentes e eferentes com os neurônios da medula e do tronco 
encefálico. 
 
Conexões com a hipófise 
 O hipotálamo tem apenas conexões eferentes com a hipófise. 
 
Conexões sensoriais 
 Além das informações sensoriais provenientes das vísceras, o hipotálamo recebe 
informações sensoriais das áreas erectogênicas, como mamilos e órgãos genitais. Sabe-
se também que há conexões diretas com o córtex olfatório e da retina. 
 
13.3-Funções do Hipotálamo: 
 As funções deste são muito importantes, quase todas relacionadas com a 
homeostase, para isto, o hipotálamo tem um papel regulador sobre o sistema nervoso 
autônomo e o sistema endócrino. 
 
Controle do sistema nervoso autônomo 
 O hipotálamo é o centro supra-segmentar mais importante do sistema nervoso 
autônomo, exercendo função juntamente com outras áreas do cérebro, em especial com 
as do sistema límbico. 
 
Regulação da temperatura corporal 
 A capacidade de regular a temperatura corporal é exercida pelo hipotálamo. Este é 
informado não só pelos termorreceptores periféricos, mas principalmente por neurônios 
localizados no hipotálamo anterior que funcionam como termorreceptores. 
 
 
 
 
 
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Regulação do comportamento emocional 
 O hipotálamo junto com o sistema límbico e área pré-frontal têm papel importante 
na regulação dos processos emocionais como raiva, medo e etc. 
 
Regulação do sono e da vigília 
 Lesões na parte posterior do hipotálamo podem causar sono, como ocorre na 
encefalite letárgica. 
 
Regulação da ingestão de alimentos 
 A estimulação do hipotálamo lateral faz com que o animal se alimente vorazmente, 
enquanto a estimulação do núcleo ventromedial do mesmo causa total saciedade. 
 
Regulação da ingestão de água 
 Uma lesão no centro da sede (hipotálamo lateral), faz com que o animal perca a 
vontade de beber água. 
 
Regulação da diurese 
 O hipotálamo tem importante papel na regulação da quantidade de água no 
organismo, isto se faz não só pelo controle de ingestão de água, mas também pelo 
controle da diurese. 
 
Regulação do sistema endócrino 
 Regula a secreção de todos os hormônios da adeno-hipófise e deste modo exerce 
ação controladora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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14. TÁLAMO: 
 
 O tálamo está localizado no diencéfalo, acima do sulco hipotalâmico. É constituído 
de duas grandes massas ovóides de tecido nervoso, com uma extremidade anterior 
pontuda (tubérculo anterior do tálamo) e outra posterior (pulvinar do tálamo) 
 Consideramos como pertencente ao tálamo os dois corpos geniculados (lateral e 
medial) que alguns autores consideram como uma parte independente do diencéfalo, 
chamada de metatálamo. 
 O tálamo é fundamentalmente constituído de substância cinzenta, na qual se 
distinguem vários núcleos, contudo, sua superfície dorsal é revestida de substancia 
branca. 
 
14.1-Núcleos do tálamo: 
 Os núcleos do tálamo são muito numerosos e podem ser divididos em 5 grupos , 
de acordo com a sua posição: 
o Anterior: relacionam-se com o comportamento emocional. 
o Posterior: compreende o pulvinar e os corpos geniculados, relaciona-se com a 
audição e visão. 
o Mediano: relaciona-se com as funções viscerais. 
o Medial: relaciona-se com o lobo frontal. 
o Lateral: relaciona-se com a motricidade e área somestésica. 
o Mediano: relaciona-se com as funções viscerais. 
 
 
 
 
 
 
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14.2-Relações tálamo-corticais: 
 Embora existam núcleos no tálamo que não tem conexões diretas com o córtex, na 
maioria dos núcleos estas conexões existem. As conexões entreum núcleo talâmico e 
uma determinada área cortical são geralmente recíprocas, ou seja, realizam-se através de 
fibras tálamo-corticias e córtico-talâmicas, que constituem as radiações talâmicas. 
 Quando se estimula certos núcleos do tálamo, podem-se tomar potenciais 
evocados apenas em áreas especificas do córtex, relacionados com funções específicas 
(núcleos talâmicos específicos). 
 Em contrapartida, existem núcleos no tálamo denominados núcleos talâmicos 
inespecíficos, cuja estimulação modifica os potenciais elétricos de territórios muito 
grandes do córtex cerebral e não apenas de áreas específicas. 
 
 
14.3-Considerações funcionais e clínicas do tálamo 
 Podemos concluir que o tálamo é um agregado de núcleos de conexões muito 
diferentes, o que nos indica também funções diversas: 
o Com a sensibilidade: as funções sensitivas do tálamo são as mais importantes. 
Todos os impulsos sensitivos, antes de chegarem ao córtex, param no tálamo, com 
exceção dos impulsos olfatórios. 
o Com a motricidade 
o Com o comportamento emocional 
o Com a ativação do córtex 
 
 Lesões no tálamo resultam na síndrome talâmica, na qual se manifestam 
dramáticas alterações na sensibilidade. Uma delas é o aparecimento de crises da 
chamada dor central (dor espontânea e pouco localizada, que freqüentemente se irradia a 
toda metade do corpo situado do lado oposto do tálamo comprometido). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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15. ESPASTICIDADE E RIGIDEZ: 
 
 O tônus é um fenômeno reflexo, influenciado por impulsos sensitivos, medulares e 
de centros superiores, que é representado pela atividade dos neurônios motores. O 
aumento de tônus muscular quando é patológico, pode ser evidenciado pela 
espasticidade e rigidez. 
 
15.1-Espasticidade: 
 A espasticidade lembra em alguns aspectos a rigidez que ocorre em animais 
descerebrados, pois a secção das raízes dorsais da medula espinhal abole o tônus e os 
reflexos profundos nos pacientes hemiplégicos por lesões corticais correspondentes a 
inervação dessas raízes. 
 A espasticidade é evidenciada pelo grau de excitabilidade do fuso muscular, que 
depende fundamentalmente da velocidade com que os movimentos são feitos. Portanto 
movimentos lentos têm menos possibilidade de induzir hipertonia. 
 A reação do canivete encontrada nos membros espásticos dos pacientes com 
hemiplegia também é encontrada em animais descerebrados. Ela é explicada pela 
diferença do tempo de reação, decorrente dos impulsos provenientes dos receptores de 
Golgi e fusos musculares quando o músculo é estirado. O músculo ao ser estirado, 
estimula os receptores de Golgi, que irão exercer inibição nos músculos agonistas e 
facilitação nos antagonistas, quando o limiar de excitação atinge determinado ponto. 
 Nas lesões da cápsula interna ou áreas frontais, geralmente existe interrupção dos 
tratos corticoespinhais e rubroespinhais, que tem ação facilitadora nos neurônios flexores. 
Estas lesões afetam diretamente os núcleos vestibulares (que não recém diretamente 
conexões corticais), determinando importante facilitação dos neurônios alfa e gama 
extensores. 
 A falta de inibição flexora e o excesso de estímulos extensores quebram o 
equilíbrio entre os músculos extensores e flexores. No estiramento, quando o músculo 
chega a determinado ponto devido a excitabilidade exagerada, a inibição do agonista se 
fará bruscamente, facilitando ao mesmo tempo a contração do antagonista. No homem, 
existe um paradoxo, pois nos membros superiores existe o predomínio da flexão, 
 
 
 
 
 
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possivelmente devido a adoção da bipedestação, liberando os membros superiores das 
funções de suporte do corpo. Esta evolução induziu as possíveis alterações nas vias 
anatômicas, modificando as influências supra-espinhais na medula por um mecanismo 
que não é o conhecido no momento. 
 Devemos lembrar que as lesões unicamente do córtex motor não produzem 
espasticidade, devendo sempre existir concomitância de outras vias que descem e sobem 
para o córtex (córtico-cerebelares, córtico-pontinas, córtico-rubrais, córtico-olivares), que 
ajudam a controlar a influência nos neurônios gama. As lesões experimentais que 
possuem apenas lesão da área motora cortical, sensitiva ou no nível do trato piramidal no 
pedúnculo cerebral determinam flacidez, junto com redução de força. 
 
15.2-Rigidez: 
 A rigidez envolve a resistência passiva tanto dos músculos flexores como dos 
extensores, durante todo o movimento, independente da velocidade com que é realizada 
a manobra. Durante a rigidez, os reflexos profundos não estão muito alterados, indicando 
que o estiramento muscular fásico não tem muita influência na mesma. No entanto, o 
bloqueio com prodocaína impede que os impulsos eferentes cheguem aos neurônios 
motor gama abolem a rigidez. 
 Aceita-se que na rigidez existe um aumento da atividade das fibras intra-fusais 
aumentando a resposta estática das terminações primarias. Existe um exagero da fase 
tônica dos reflexos de estiramento. 
 A presença da rigidez vai depender das influências provenientes dos gânglios da 
base sobre os neurônios alfa e gama, nos músculos agonistas e antagonistas. Esta 
influência se fará do córtex cerebral que não irá receber inibição adequada. As influências 
dos gânglios da base no tônus e principalmente a produção ou abolição da rigidez são 
mediadas via córtex pré-central. Os axônios provenientes do córtex pré-frontal descem 
junto com o trato corticoespinhal na cápsula interna. 
 A falta de inibição em diversas áreas corticais fará com que vias facilitadoras dos 
neurônios alfa e gama que atuam nos músculos flexores e extensores disparem 
continuamente, como por exemplo, os impulsos que chegam pelos tratos reticuloespinais. 
 
 
 
 
 
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 Os gânglios da base também têm conexões indiretas com o cerebelo, a fim de 
regular o tônus para a realização do movimento. 
 O local da lesão é muito importante, pois as áreas próximas podem produzir 
hipotonia, movimentos involuntários, rigidez e tremores. 
 Uma característica dos casos de rigidez é o fenômeno da roda denteada, que na 
verdade depende da presença de tremor, oriundo da disfunção. 
 A rigidez é geralmente encontrada em doenças que afetam os gânglios da base 
como parkinsonismo, doenças degenerativas cerebrais, uso de medicações 
neuroepléticas. 
 
 
 
16. SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO: 
 
 Pode-se dividir o sistema nervoso em somático e visceral. O sistema nervoso 
somático é também denominado sistema nervoso da vida de relação, ou seja, aquele que 
relaciona o organismo com o meio. Para isto, a parte aferente do sistema nervoso 
somático conduz aos centros nervosos impulsos originados em receptores periféricos, 
informando estes centros sobre o que se passa no meio ambiente. 
 Por outro lado, a parte eferente do sistema nervoso somático leva aos músculos 
esqueléticos o comando dos centros nervosos resultando movimentos que levam a um 
maior relacionamento com o meio externo. 
 O sistema nervoso visceral ou da vida vegetativa se relaciona com a inervação das 
estruturas viscerais e é muito importante no sentido da homeostase (manutenção da 
constância do meio interno), deste modo diferencia-se do sistema nervoso somático, e 
também possui uma parte aferente eoutra eferente. 
 A parte aferente conduz impulsos das vísceras à áreas especificas do sistema 
nervoso central, e a parte eferente traz impulsos de certos nervos até as estruturas 
viscerais, terminando em glândulas, músculos lisos ou no músculo cardíaco. 
 Por definição, denomina-se sistema nervoso autônomo apenas o componente 
eferente do sistema nervoso visceral. 
 
 
 
 
 
 
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Divisão funcional 
do sistema nervoso
Sistema nervoso somático
Sistema nervoso visceral
aferente
eferente
aferente
Eferente = SN autônomo 
simpático
parassimpático
Divisão funcional 
do sistema nervoso
Sistema nervoso somático
Sistema nervoso visceral
aferente
eferente
aferente
Eferente = SN autônomo 
simpático
parassimpático
Sistema nervoso somático
Sistema nervoso visceral
aferente
eferente
aferente
Eferente = SN autônomo 
simpático
parassimpático 
 
 
16.1-Diferenças entre o sistema nervoso somático eferente e o visceral eferente ou 
autônomo: 
 
 Sistema somático Sistema autônomo 
Terminação dos 
impulsos nervosos 
Músculo estriado Músculo estriado 
cardíaco, liso ou 
glândula 
Número de neurônios 
que ligam o sistema 
nervoso central ao órgão 
efetuador 
1 neurônio 2 neurônios 
 
 
 
 
 
 
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 No sistema nervoso autônomo há 2 neurônios, um deles tem o corpo dentro do 
sistema nervoso central (medula ou tronco encefálico) e o outro está localizado no 
sistema nervoso periférico. 
 Assim, os neurônios do sistema nervoso autônomo cujos corpos estão fora do 
sistema nervoso central e se localizam em gânglios recebem o nome de neurônios pós-
ganglionares e os que possuem seus corpos dentro do sistema nervoso central são 
chamados de neurônios pré-ganglionares. 
 
16.2-Diferenças entre o sistema nervoso simpático e parassimpático: 
 Divide-se o sistema nervoso autônomo em simpático e parassimpático segundo 
critérios de anatomia, farmacológicos e de funções. 
 
Diferenças anatômicas 
 Simpático Parassimpático 
Posição dos neurônios 
pré-ganglionares 
Medula torácica Tronco encefálico 
Posição dos neurônios 
pós-ganglionares 
Longe das vísceras e 
próximo da coluna 
vertebral 
Próximo ou dentro das 
vísceras 
Tamanho das fibras pré 
e pós-ganglionares 
Pré: curta 
Pós: longa 
Pré: longa 
Pós: curta 
Estrutura da fibra pós-
ganglionar 
Presença de vesículas 
granulares 
Presença de vesículas 
agranulares 
 
 
Diferenças farmacológicas 
 As diferenças farmacológicas dizem respeito à ação de drogas, quando injetamos 
em um animal certas drogas, como adrenalina e noradrenalina, obtemos efeitos que se 
assemelham aos obtidos por ação do sistema nervoso simpático; estas drogas são 
denominadas de simpaticomiméticas. 
 
 
 
 
 
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 Há também drogas, como a acetilcolina, que imitam as ações do parassimpático e 
são chamadas de parassimpaticomiméticas. 
OBS: sabemos hoje que a ação da fibra nervosa sobre o efetuador (músculo ou glândula) 
se faz por liberação de um neurotransmissor, dos quais os mais importantes são a 
acetilcolina e a noradrenalina. 
 
16.3-Funções do simpático e do parassimpático em alguns órgãos: 
 
 
 
 
 
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17. EMBRIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO: 
 
 Após a fecundação e o rápido desenvolvimento do embrião, no 18o dia, folheto 
mais externo (ectoderma) é possível distinguir no disco embrionário estruturas que mais 
tarde darão origem ao sistema nervoso central (placa, tubo e crista neural). 
 No 20o dia já é possível visualizar a placa neural que foi formada pela multiplicação 
localizada de células ectodérmicas e está circundada por outro grupo de células 
diferenciadas que irão formar a crista neural. A placa neural se aprofunda formando um 
sulco na linha média (sulco neural). 
 No 21o dia o sulco neural está bem evidente e as cristas neurais se aproximam, 
iniciando a formação de um tubo. 
 No 24o dia toda a placa neural se invaginou e se uniu na sua porção superior, 
formando um tubo (tubo neural) e as cristas neurais se separam do tubo, embora ainda 
próxima. O tubo neural irá originar as células que irão compor o sistema nervoso central 
(cérebro, tronco cerebral e medula). A crista neural formará os neurônios periféricos 
sensitivos e os autonômicos. 
 No 28o dia, o tubo neural apresenta três dilatações na sua porção rostral, que são 
chamadas de cérebro anterior (prosencéfalo), cérebro médio (mesencéfalo) e cérebro 
posterior (rombencéfalo). Dentro dessas cavidades existem dilatações que darão origem 
aos ventrículos. 
 No 36o dia o prosencéfalo se divide, formando na sua porção posterior uma 
vesícula que será o diencéfalo e uma porção anterior em duas novas vesículas chamadas 
de telencéfalo e que darão origem aos hemisférios cerebrais. Ao mesmo tempo, o 
rombencéfalo irá originar duas estruturas, uma posterior (metencéfalo) que irá originar a 
ponte e o cerebelo e uma estrutura anterior (mielencéfalo) que formará o bulbo. 
 No 49o dia duas novas estruturas aparecem, originadas das vesículas 
telencefálicas, que são os lobos olfatórios, que farão parte do rinencéfalo. Nessa época, 
entre o metencéfalo e o mieolocénfalo surge uma prega que dará origem à ponte. 
 
 
 
 
 
 
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 Entre o segundo e terceiro mês, as vesículas telencefálicas aumentam de volume e 
sobrepujam o diencéfalo, que fica mergulhado entre as mesmas. De uma porção lateral 
inferior (basal) das vesículas telencefálicas surge um espessamento, que dará origem aos 
gânglios da base. Do diencéfalo coberto pelas vesículas telencefálicas originará o tálamo 
e o hipotálamo. 
 A partir dessa época, as vesículas telencefálicas que deram origem aos 
hemisférios cerebrais começam a aumentar de tamanho e em espessura e passam a 
envolver completamente o mesencéfalo e a parte superior do cerebelo. Inicialmente são 
lisas e, à medida que evoluem transformam-se em circunvoluções. 
 Durante a divisão do prosencéfalo nas duas vesículas telencefálicas e na formação 
dos ventrículos laterais, são arrastados também vasos sanguíneos, que acompanham a 
invaginação e junto são recobertos pela camada interior de células ependimárias que 
recobrem os ventrículos laterais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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17.1-Migração celular: 
 
 Ao ser formado o tubo neural com 5 semanas são encontradas 3 camadas 
distintas. A camada interna chamada de camada ependimária é formada por células 
ependimárias ciliadas (que irão perder os cílios até o nascimento). A segunda camada, 
denominada de camada do manto, é formada por neuroblastos migratórios. A última 
camada é desprovida decorpos celulares e tem somente prolongamentos de 
neuroblastos e é chamada de camada marginal. Por fora, sempre irá haver um 
revestimento de células pia-máter. 
 Todas as estruturas do sistema nervoso central têm origem a partir das células 
ependimárias centrais e conforme a região tem níveis de migração e diferenciação 
diferentes. 
 Essa migração não é ao acaso, sendo que a maioria das células segue uma trilha 
pré-determinada, formada por grupo de neuroblastos originados da proliferação da placa 
neural, chamadas de células gliais radiais. Estas células se deslocam para a periferia e 
suas terminações mantêm um contato com a camada de células da luz do tubo neural e 
outro com a superfície pial do mesmo. Os neuroblastos migram “deslizando” por essas 
células, da camada do manto até a camada original. 
? Medula espinhal (3 meses): a zona do manto é bem evidente e originará a 
substância cinzenta, ficando a zona marginal sem células e que no adulto 
corresponde à substancia branca. 
? Hemisfério cerebelar (3 meses): o canal central do tubo neural irá formar o quarto 
ventrículo e será revestido pela zona ependimária. A zona do manto irá formar os 
núcleos cerebelares e os neuroblastos migratórios ao se dirigirem para a zona 
marginal. Logo após uma outra área sem células, seguida de uma camada bem 
delimitada que irá formar as células de purkinge. 
? Hemisfério cerebral (3 meses): o centro do tubo neural irá corresponder aos 
ventrículos laterais e está revestido por uma camada de células ependimárias, 
logo acima das células ependimárias está a zona do manto com os neuroblastos 
migratórios, que ascendem para a zona marginal. Na zona marginal, uma parte 
mais inferior quase não tem células e irá corresponder no futuro a substância 
 
 
 
 
 
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branca cerebral. Logo acima um aglomerado de neuroblastos que irão originar a 
córtex cerebral primitiva e por última a camada sem células que é a futura camada 
molecular, também revestida pela pia-máter assim como a medula espinhal. 
 
17.2-Diferenciação celular: 
 
Como vimos acima, todas as células que compõe o sistema nervoso central tem 
origem no ectoderma embrionário, que se transformou em tubo e crista neural. As células 
oriundas da crista neural têm funções diferentes das originadas no tubo neural. 
Células da crista neural: a crista neural origina, principalmente, os neurônios 
sensitivos periféricos e células da pia-máter. Algumas células podem ter origem múltipla, 
isto é, tanto da crista neural como de outros folhetos (células aracnóides e microgólia). A 
célula de Schwann e células satélites parecem ter origem dupla, isto é, da crista neural e 
tubo neural. 
 Células do tubo neural: do tubo neural se originam as células ependimárias, células 
da oligodendróglia, astrócitos, de associação da medula espinhal e cérebro, células 
motoras viscerais, da medula espinhal e encéfalo, células do controle motor somática 
multipolar (piramidal). 
 Até o final do sexto mês de desenvolvimento praticamente todos os neurônios do 
futuro sistema nervoso já estão formados, sendo 10 bilhões de neurônios do córtex 
cerebral e 50 a 100 bilhões de células gliais. 
 
17.3-Bainha de mielina: 
 
 Durante o desenvolvimento, os axônios dos neurônios serão recobertos por células 
ou pela bainha de mielina, cujas células têm origens diversas. Para axônios situados no 
sistema nervoso central essa cobertura é feita pela bainha de mielina que é produzida por 
oligodendrócitos, que tiveram origem nas células ependimárias do tubo neural. 
 Os axônios dos neurônios do sistema nervoso periférico são recobertos pelas 
células de Schawnn que revestem os axônios amielinicos e nos casos dos mielinizados, 
pela bainha de mielina produzida por esta célula. 
 
 
 
 
 
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 A mielinização não é uniforme para todas as células e varia conforme o grau de 
desenvolvimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 
 
1. BRODAL, A. Anatomia Neurológica com Correlações Clínicas. 3.ed. São Paulo: 
Roca, 1984. 
 
2. CARNEIRO MA. Atlas e Texto de Neuroanatomia. 2.ed. São Paulo: Manole, 2004. 
 
3. CÔTÉ, L. The Basal Ganglia. In: Kandel, E.R. et al. Principles of Neural Science. 
3.ed. East Norwalk: Prentice-Hall International Inc, 1991. 
 
4. ECCLES, J.C. O Conhecimento do Cérebro. São Paulo: Atheneu, 1979. 
 
5. GUYTON, A. Neurociência Básica: anatomia e fisiologia. 2.ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara-Koogan, 1993. 
 
6. KANDEL, E.R. Nerve Cells and Behavior. In: Kandel, E.R. et al. Principles of Neural 
Science. 3.ed. East Norwalk: Prentice-Hall International Inc, 1991. 
 
7. KANDEL, E.R. Synaptic Transmission. In: Kandel, E.R. et al. Principles of Neural 
Science. 3.ed. East Norwalk: Prentice-Hall International Inc, 1991. 
 
8. MACHADO, A. Neuroanatomia Funcional. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 1999. 
 
9. NETTER, F.H. Interactive Atlas of Human Anatomy: nervous system edition. 
Software by DxR Development Group, Inc. 1995-1999. 
 
10. Imagens retiradas dos sites: 
? www.qflr.bio.br/nervoso 
? www.igc.gullenkian.pt 
? www.icm.usp.br 
? www.isurp.com.br 
? www.sistemanervoso.com 
 
 
 
--------------- FIM MÓDULO IV --------------- 
 
 
--------------- FIM DO CURSO ---------------

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