Buscar

A PERÍCIA COMO PROVA DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL ARTIGO SU

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A PERÍCIA COMO PROVA DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL
Evellyn Anne Cruz de Freitas[1: Acadêmica do curso de Direito da turma xxxx da Universidade da Amazônia.]
Resumo
A presente pesquisa justifica-se pelo interesse em esclarecer como a justiça, através do Processo Penal, investiga os indícios criminais e a possível autoria quando não há corpo material que comprove o crime, sem ferir o princípio da presunção de inocência.
A coleta das provas, bem como elas em si, são consideradas elementos indispensáveis para que haja a resolução de um processo penal.
As provas se dão de diversas maneiras e como desenvolver do presente artigo, pode-se perceber que há umas consideradas mais importantes e mais eficazes do que outras. Afinal, as mesmas não passaram a ser um exercício atual, mas, como se verá a seguir, são existentes desde sempre na resolução de lides e em cenários de crime.
Logo, as provas, são peças chaves para que haja o alcance da justiça. Ainda, se verá, também, quem é que pode ordenar a coleta de provas, quais os tipos existentes e como a sua coleta se dá.
À vista disso, destacamos a importância do estudo da criminalística e da prova pericial por todos os envolvidos no funcionamento da justiça criminal e pesquisadores do Direito Penal, bem como a essencialidade da referida prova no processo penal, tendo em vista que a mesma está alicerçada em bases científicas, fornecendo ao juiz e aos jurados maior segurança para a decisão.
Tem-se como escopo, no presente artigo, também, destacar importância que o presente tema possui, não só para os acadêmicos de Direito que visam seguir carreira neste ramo da área criminal, mas também para todos aqueles que acompanham, atuam ou desejam atuar na área como juízes, promotores, advogados e delegados, que ainda que não lidem de forma direta, possuem no exercício de sua profissão a necessidade da ligação com tais institutos.
Utilizando-se de artigos, doutrina e julgados, o presente artigo, vai demonstrar tudo quanto compõe a prova perícial e a sua importante essência para o Direito Processual Penal, em diversas áreas.
Palavras-chave: Criminalística. Prova. Prova Pericial. Processo Penal.
Introdução
As garantias que estão previstas na Carta Magna dizem respeito aos diretos fundamentais juridicamente constituídos, de caráter assecuratório com o objetivo de proporcionar proteção, reparação, pleito e reingresso desses direitos quando os mesmos forem violados pelo Estado. 
Tais direitos tem como finalidade o bem comum e a proteção da coletividade através do direito à liberdade, à prestação social, às boas condições de vida através do lazer, da moradia, do trabalho e da alimentação, bem como na proteção de direitos pertinentes à terceiros e vedando a discriminação, pregando o que diz a própria constituição onde os iguais devem ser tratados como iguais e os desiguais como o mesmo.
Acerca dos diretos e das garantias fundamentais, discorre a nossa Carta Maior em seu art. 5º:[2: BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Vade Mecum 20ª ed. 2015]
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. 
O processo penal tem como fundamento a garantia individual em relação ao Estado, influenciando tanto no processo quanto na aplicação das leis. É através do processo penal que se pode garantir aos indivíduos uma proteção contra eventuais abusos estatais, sejam eles cometidos através da força ou por conflitos inerentes a sociedade, seja ela em sua coletividade ou de forma individual.
Dentre as principais características contidas no processo penal, as mais importantes são a do juiz natural, da ampla defesa, do contraditório e da presunção de inocência antes da sentença definitiva transitada em julgado.
O juiz natural diz respeito ao processo ser julgado apenas pelo magistrado competente conforme prega o art. 5º, LIII da CF, bem como a vedação constitucional à criação de juízos ou tribunais de exceção para apreciar determinados casos.
A ampla defesa são os recursos disponíveis previstos no art. 5º, LV da CF onde o Estado tem como dever prestar assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos. Ou seja, a ampla defesa é o oferecimento da resposta às acusações e o rebate das imputações formuladas.
O contraditório é a garantia de adentrar na esfera jurídica com um processo independente do polo de relação processual em que se encontre, produzindo provas, realizando alegações, manifestações fundamentadas, dentre outros.
Presunção de Inocência significa que todos são inocentes até o transito em julgado da sentença, ou conforme expressa o art. 8 do Decreto 678 de 1992, “toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência, enquanto não for legalmente comprovada sua culpa”. 
As garantias aqui descritas são um direito de todos os cidadãos e devem ser respeitadas pelo Estado, garantindo assim a integridade moral e física do seu povo.
Desta breve introdução pode-se extrair que apesar de o processo penal lidar com a resolução dos litígios, as matérias possuem comunicabilidade entre si, e a interdisciplinaridade desta faz com que garantia fundamental do homem tenha direta ligação com o direito penal, processual penal e seu desenvolvimento.
 Evolução histórica da Criminalística
Apesar da existência dos direito fundamentais do homem o estado, dotado de sua imperatividade, sempre possuía suas formas de resolução ao deparar-se com crimes. Um dos métodos utilizados era a tortura. Não há como discordar que tal método é dotado de demasiada violência. Mas esta era a forma utilizada para desmascarar as autorias criminosas através da confissão.
Com a evolução histórica, progrediu-se para a prova em seu sentido amplo, tanto testemunhal como a prova material.
O mestre e perito criminalístico Rabello (1996, p.14) conta que havia um funcionário da polícia, na estimada cidade de Paris, que era muito modesto, e que narra que o antropólogo Alphonse Bertillon, criava e punha em efetivo funcionamento, em 1882, o seu Sistema Antropométrico, o primeiro processo científico prático para investigação criminal, proporcionando à justiça métodos inovadores de investigação.[3: RABELLO, Eraldo. Curso de criminalística. São Paulo, Ed. Sagra – D. C. Luzzatto, 1996.]
Dado esse momento, ocorreu o surgimento da Criminalística, que inicialmente confundia-se com a Medicina Legal, no entanto, tornou-se uma disciplina autônoma.
A disciplina criminalística trata-se do estudo das medidas tomadas que visam a solução de um fato delituoso e a materialidade daquele delito. A presente expressão foi utilizada pela primeira vez por Hans Gross, considerado pai da Criminalística. Este, além de ser um professor de Direito Penal era um era juiz de instrução. 
Em 1893, em Gratz, na Alemanha, publicou seu livro com o Sistema de Criminalística, Manual do Juiz de Instrução (DOREA; STUMVOLL e QUINTELA, 2012, p. 1). Segundo o professor Rabello a especialização e sistematização dos conhecimentos da criminalística, recursos e procedimentos, e a efetiva aplicação da mesma à finalidade especificamente judiciária da investigação criminal vieram a se constituir em uma disciplina autônoma, de maneira auxiliar e informativa do Direito Judiciário Penal. Em virtude disso recebeu tal nome. 
Durante o I Congresso Nacional de Polícia Técnica, que ocorreu em São Paulo, no ano de 1947, deu-se o seguinte conceito a presente disciplina.[4: I CONGRESSO NACIONAL DE CRIMINALÍSTICA. São Paulo, 1947.]
“Disciplina que tem por objetivo o reconhecimento e interpretação dos indícios materiais extrínsecos relativos ao crime ou à identidade do criminoso. Os exames dos vestígios intrínsecos (na pessoa) são da alçada da medicina legal.”
Edmond Locard, considerado o pioneiro da Ciência Forense, conhecido também como o Sherlock Holmes da França, possuiu um princípio que afirmaque: “Cada contato deixa um rastro”. Verifica-se que todo vestígio deixado no local do crime deve ser analisado com intuito de auxiliar e informar as atividades judiciárias, prestando os meios técnico-científicos necessários à investigação de um crime.
Consiste então, a criminalística, no reconhecimento de vestígios de natureza material e não material deixados no local para o reconhecimento da autoria de tal delito. Tal disciplina é composta por inúmeras áreas de atuação e especialidade visando dar maior confiabilidade da prova pericial.
Para tanto, a prova pericial será coletada e analisada pela Polícia dotada de técnica material e Técnica Científica que é um Órgão da Administração Pública subordinado à Secretaria de Segurança Pública, na maior parte dos Estados nacionais.
O departamento da Polícia supracitada é composta por diferentes áreas técnicas, que possuem conhecimentos próprios e essenciais para a elaboração da prova pericial específica.
Assim demonstra-se que, além da essencialidade da prova pericial no processo penal, a criminalística e seus métodos de aplicação nos estudos de vestígios encontrados no local, são indispensáveis para a elucidação de crime. Como já mencionado, a criminalística é importante não somente para peritos criminais, mas também para os operadores do direito que buscam o entendimento da matéria e sua aplicabilidade no âmbito penal, objetivando a veracidade e a autenticidade de fatos para a resolução de crimes.
Provas
Antes de aprofundar-se no tema, é imprescindível para que ingresse no estudo que qualquer temática, haja a conceituação do instituto prova. 
	A palavra prova, tem origem latina probatio que, no que lhe concerne, nasce do verbo probare e significa examinar, persuadir, demonstrar. Prova é aquilo que demonstra que uma afirmação ou fato, se é verídico e se evidencia ou comprova o ocorrido.
Para o dicionário Michaelis (2013), a prova “é tudo aquilo que serve para estabelecer uma verdade por verificação ou demonstração. Aquilo que mostra ou confirma a verdade de um fato”.
Com base nessa descrição do dicionário, pode-se afirmar que a prova é uma forma de conseguir a verdade através de algo que pode ou não ser algo material. Isto se dá, por meio de um fato ocorrido fora da contemplação de todos. Assim, mediante a prova, intenta-se destacar algo que está em oculto, mas que correlatam-se aos fatos. 
Traz-se à baila o entendimento Espínola Filho e Cintra, Grinover E Dinamarco, citado por Duclerc.
Para Espínola Filho, a prova “é o fundamento de Direito do Judiciário, o que eleva o valor da prova no direito processual .”. Já para e Cintra, Grinover E Dinamarco, citado por Duclerc “a prova é instrumento por meio do qual se forma a convicção do juiz (2004, p. 7).
Ambas as conceituações trazem o entendimento de que a prova é um instrumento de processo e que serve de fundamento para o judiciário, tal como, também, faz possível as fundamentações das partes processuais. Ou seja, das partes, do juiz e de terceiros que podem ser interessados e envolvidos ao processo.
O doutrinador Greco Filho, também descreve a prova como sendo todo elemento que pode levar o conhecimento de um fato a alguém. Afirma ainda que no processo, a prova é todo meio que possui como escopo o convencimento do juiz a respeito verdade de uma situação de fato.[5: GRECO FILHO, Vicente. Manual de processo penal. 8ª Edição; São Paulo: Ed. Saraiva, 2010 (p. 185).]
O mesmo autor, também preceitua que os meios de provas são instrumentos pessoais ou materiais aptos a trazer ao processo a convicção da existência ou inexistência de um fato.
O Doutor e Mestre Madeira Dezem, considera que o tema prova é essencial para a ciência do Direto processual. Isto se dá porque dentre outros motivos, a extensão consequencialista da realização das atividades probatórias projetam-se de maneira implacável na vida das pessoas, o que se torna imprescindível para que se possa alcançara decisão mais dotada de justiça que se possa conseguir.[6: MADEIRA DEZEM, Guilherme. Da prova penal. 1ª Edição; São Paulo: Ed. Millennium, 2008. ( p. 79),]
Diante de tal exposição, vê-se, portanto, o interesse dos doutrinadores pelo tema. Pincipalmente, quando tem-se como foco principal da utilização do instituto probatório a busca da verdade dos fatos e assim a conquista da justiça. 
Sendo assim, entende-se que a prova torna-se cada vez mais relevante visto que uma importante fonte na omissão de outras fontes probatórias, como a confissão por exemplo. 
A prova, no processo penal, é utilizada para a formação do direito e comprovação da autoria do crime ou da inocência do acusado. Também, a observação do juiz em face da prova. Em consequência disso à formação da acusação e da defesa, baseadas nos princípios da ampla defesa e do contraditório, garantem a imparcialidade do magistrado analisando os dois lados para a elaboração do julgamento.
Faz necessário diante da supra exposição, destacar a disposição que trás a Constituição Federal, em seu artigo 5°, e inciso LIV, que expõe que “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;”, Assim, este texto veda totalmente qualquer extinção de liberdade sem que haja o devido julgamento. E neste rol incluí-se de maneira subsidiária a utilização da investigação probatória, afinal esta se dá no decorrer do processo legal.
Em consonância a tal entendimento, a bacharel, mestre e doutora Norma Bonaccorso (2009, p. 2) justifica que o princípio do contraditório estabelece a imparcialidade do magistrado diante da causa. E ainda afirma que tal princípio deve ser exercido na preparação do julgamento. 
Outrossim, por destacar a necessidade do exercício do princípio da imparcialidade do magistrado na valoração daquilo que foi dialeticamente trazido ao processo, o contraditório é tido entre as garantias fundamentais do processo justo.
Desta maneira, a prova e sua grande possibilidade possui grande destaque como sendo um instituto que possui além de grande utilidade, é grande auxílio para o magistrado, pois esta influencia a sua convicção, atuando diretamente no seu convencimento, bem como na fundamentação da mesma, não se limitando somente naquilo que foi colhido na investigação, conforme disposto no Artigo 155 do código de processo penal:
“Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.”[7: BRASIL, Código de processo penal. Decreto-lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941.]
Posto isto, é de grande importância mencionar os meios de provas existentes de destacar alguns conceitos para tal. O professor Gomes Filho (2005, p. 305) conceitua os meios de prova como sendo “instrumentos ou atividades por intermédio dos quais os dados probatórios (elementos de prova) são introduzidos e fixados no processo (produção de prova). São, em síntese, os canais de informação de que se serve o juiz.”[8: GOMES FILHO, Antonio Magalhães. Notas sobre a terminologia da prova (reflexos no processo penal brasileiro), in Estudos em homenagem à Professora Ada Pellegrini Grinover. YARSHELL, Flávio Luiz e MORAES, Maurício Zanoide de (orgs.). São Paulo: DPJ Editora, 2005.]
Importa destacar, também, os elementos de prova, que são caracterizados por todos os fatos ou circunstâncias em que reside a convicção do juiz. Assim, a prova em sua origem, serve para estabelecer uma verdade através de uma verificação ou mesmo de demonstração por via daquilo que possa vir a confirmara veracidade dos fatos em questão.
Historicamente, a evolução conceitual, bem como a aplicação das provas de três maneiras diferentes. A primeira como sendo a prova testemunhal, a segunda é a prova material, e a terceira e última é a confissão. Destaca-se que cada uma destas provas ainda possui aplicabilidade na atualidade.
A título de informação destaca-se que a prova testemunhal é a reproduçãooral dos fatos ocorridos e que deram origem a um processo penal. Esta modalidade de prova está prevista nos artigos 202 ao 225 do nosso Código de Processo Penal. A confissão está disposta nos artigos 197 a 200 do Código Penal que configura que ao ato de assumir a responsabilidade penal de um fato delituoso.
	Quanto a prova material, pode-se afirmar que esta se dá quando o objeto se dá de forma não abstrata e como o próprio nome sugere, de forma material. Ante o exposto, destaca-se que a prova pericial está incluída neste rol. 
A prova pericial é repleta de maior importância no campo de comprobação para o procedimento que visa à busca da verdade. E em ratificação a tal afirmação tem-se a disposição da legislação do Código Processo Penal, que foi inserida em 03 de outubro de 1941, que é o Decreto Lei 3.689, artigo 158 que dispõe que a preocupação e a indispensabilidade do exame de corpo de delito em infrações que deixam vestígios. 
Edmond Locard tem um príncipio que diz: “Cada contato deixa um rastro” e utilizando-se deste principio pode-se perceber que não há como uma prática ilícita possa ser executada de forma que passe sem deixar algum vestígio. 
Assim, a perícia trata-se de uma forma de se descobrir vestígios, e é imprescidivel a sua ocorrência em locais que ocorreram infrações, para que assim se possa fazer a identificação de tais vestígios que ali serão encontrados. Feito tal procedimento, tem-se o aumento da probabilidade do descobrimento do autor, ou dos autores, a partir do estudo e interpretação feitos.
Com o estudo da presente temática, tem-se como escopo discorrer sobre o entendimento conceitual de provas, bem como a evolução do instituto da perícia criminal do Estado Brasileiro criminal. Intenta-se também abordar a cooperação que tal instituto tem para o sistema Judiciário associando à prova pericial a originalidade dos fatos e dos vestígios elementares encontrados no local do crime e, por muitas vezes, à simulação que resconstitui os fatos do crime. 
Meios de Prova
Os meios de provas podem ser, como já mencionados no inicio do presente trabalho, materiais ou pessoais. O atual código de processo penal traz em seu bojo os seguintes tipos de prova: o exame de corpo de delito, que é uma prova pericial, o interrogatório do acusado, a confissão, as perguntas ao ofendido, as testemunhas, o reconhecimento de pessoas ou coisas, a acareação, os documentos, os indícios e a busca e apreensão.
Dentre todos os meios de prova apresentados, destacaremos neste trabalho a prova pericial, que com a evolução de seus métodos, por estar alicerçada em bases científicas e por demonstrar, através do laudo pericial, maior veracidade dos fatos, dada sua imparcialidade, se tornou de suma importância para o processo penal.
Para que se convença o juiz ou os jurados, as partes interessadas no processo deverão produzir essas provas, de meio lícito, para que o litígio seja discutido.
As Provas Admitidas No Processo Penal 
A prova é a demonstração real dos fatos da conduta do autor, e conforme expõe Noronha:
É o conjunto de atos legalmente ordenados, para a apuração do fato, da autoria e a exata aplicação da lei. [...] É a descoberta da verdade, o meio. [...] Provar é fornecer o conhecimento de qualquer fato, adquirindo para si, e gerando em outrem, a convicção da substancia ou verdade do mesmo fato.
No Direito Processual Penal, todas as provas colhidas na investigação ou no inquérito policial estão prontas para estabelecer uma opinião ou até mesmo desenvolver o convencimento do magistrado acerca de, por exemplo, um homicídio praticado, mesmo sem a existência do corpo, sendo ele baseado apenas em circunstâncias e evidências.
As provas são hierarquicamente iguais, logo, não uma ordem de estabelecê-las, não havendo distinção de superioridade entre elas. Por esta razão, as provas tornam-se mais eficazes dentro de um pequeno espaço de tempo para a comprovação do delito.
Quando não se pode fazer a perícia criminal no corpo, pois este não há, vale-se da prova testemunhal para atestar a materialidade delitiva, conforme disposto no art. 167 do Código de Processo Penal. O CPP não pode fazer uso da confissão do suspeito, pois, de acordo com a Carta Magna, ninguém pode produzir prova contra si mesmo. Na impossibilidade da análise do corpo, a testemunha supre a omissão.
A natureza jurídica da prova é um direito subjetivo baseado na demonstração da verdade dos fatos. Assim, para embasar de maneira mais profunda o presente tema, destaca-se as diversas provas existentes:
4.2.1. Provas Inquisitoriais
As provas inquisitoriais são provas baseadas na investigação dos fatos que se possui do caso. O magistrado tem o arbítrio ou ao de participar na averiguação interrogando as testemunhas e até mesmo em processos que se contradizem entre si. A admissibilidade deste tipo de prova permite que o juiz haja como um inquisidor, deixando de lado o seu arbitro da justiça. 
As provas inquisitoriais são produzidas na fase do inquérito policial e é considerada a fase mais importante para a coleta de provas, pois, sua ação é imediata à suspeita de algum delito, então ao se chegar na fase da denúncia através da Ação Penal, essas provas já podem ter desaparecido.
Diante disso, como então é possível comprovar a existência da materialidade de um crime sem corpo?
A materialidade é a existência real das coisas, que se vê e pode tocar, porque se constituem de substância tangível. 
A materialidade seria então, a comprovação física e indispensável para a condenação do réu pelo delito que deixou vestígios, provando-se assim a existência do crime por elementos presentes no corpo. No entanto, quando não não há corpo que comprove a materialidade do crime ou o fato, pode-se haver processo. Assim, o promotor e ex-presidente do Conselho Nacional dos Membros do Ministério Público, José Carlos Cosenzo, afirma: "é possível, juridicamente, processar o réu sem o corpo". Consenso explica que o crime exige dois pontos para a denúncia: "o indício de autoria e a materialidade", este, seria o defunto. Porém, o delegado pode prosseguir as investigações concentradas em elementos, por exemplo, "uma testemunha que viu o ocorrido, uma corrente, anel ou roupa que a pessoa estava usando no dia do crime".
Acerca do crime, este só poder ser provado mediante a materialidade. Roberto Podval, advogado de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, é contrário ao entendimento de Cosenzo. Segundo ele, "sem o corpo, não tem crime". O advogado afirmou que em um inquérito policial, relacionado a homicídio, o corpo é a "materialidade" do que aconteceu e não encontrar o cadáver não só compromete como impossibilita provar que um sujeito é realmente autor do homicídio. [9: COSENZO, José Carlos. Lei Prevê Indiciamento por Homicídio sem Corpo. 07 de Julho de 2010. Disponível em: <http://noticias.terra.com.br/brasil/policia/caso-bruno/lei-penal-preve-indiciamento-por-homicidio-secorpo,1248e9e72b7ea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.htm l>. Acesso em: 16 Set. 2015.]
Entende Nucci que não há a possibilidade legal de se comprovar a materialidade de um crime que deixa indícios, por meros indícios, como regra. Na falta do exame do corpo de delito indireto, a única saída viável seria a produção de prova testemunhal, que não pode ser larga o suficiente, de modo a esvaziar a garantia de que a existência de um delito fique realmente demonstrada no processo penal.[10: NUCCI, Rogério Lauria. Do corpo de delito no direito processual penal brasileiro. Ed. Saraiva, 1978.]
Acerca do tema, Aury Lopes Junior discorre:
Situação bastante complexa, e que eventualmente ocupa os tribunais brasileiros, é a (im) possibilidade de condenação pelo crime de homicídio quando não se encontra o cadáver da vítima (corpo de delito). A ocultação do cadáver (muitas vezes levada a cabo pelo próprio autor do homicídio) impossibilita o exame direto. Contudo, é predominante a jurisprudência brasileira no sentido de admitir o exame de corpo de delito indireto, consubstanciado em prova testemunhal suficiente,aliada em alguns casos, à prova pericial feita em armas ou vestígios de sangue, cabelos, tecidos, etc., encontrados no local do crime ou até mesmo no carro utilizado pelo réu para transportar o corpo.
De acordo com Nazareno César Moreira Reis, a prova pericial:[11: REIS, Nazareno César Moreira. Primeiras impressões sobre a Lei nº 11.690/2008. Jus Navegandi. Piauí, jun. 2008. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id= 11414>. Acesso em: 27 Set. 2015.]
“[...] Há clara inspiração na regras de produção de prova pericial do processo civil. Quer isso dizer, em resumo, que a prova pericial-criminal definitivamente passou a ser produzida em contraditório pleno, e não mais como ato unilateral do Estado e de seus agentes, com a ressalva apenas deque o material probatório que serviu de base à perícia será disponibilizado, caso haja requerimento das partes (MP ou acusado), no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua conservação.” 
4.3.1. Provas Judiciais
As provas judiciais são as mesmas obtidas durante a realização do Inquérito e que são levadas ao processo para serem julgadas. Recebem esse nome por serem provas licitas e por comprovarem com exata certeza e possuem a autenticidade dos fatos que serão julgados.
Entende-se que a prova judicial é a resposta para a busca da verdade que tem como objetivo solucionar a lide pacificamente.
4.4.1. Provas cautelares
As provas cautelares são provas que podem desaparecer se houver demora em sua produção ou deferimento de aceitação.
Ou seja, quando se desconfia de alguém, mas não tem provas materiais, mas apenas indícios e é necessário pedir-se uma interceptação telefônica para que se consiga as provas judiciais. Como em todos os processos há que se conceder o direito da ampla defesa e do contraditório, estes são feitos em juízo, impugnando e oferecendo a contraprova.
4.5.1. Provas não repetíveis
O próprio nome já sugere. Assim, são provas que uma vez coletadas, não podem mais ser produzidas em outra fase do processo. Produzidas para fundamentar uma decisão judicial e é realizada na fase do inquérito policial. Está previsto no art. 159, § 3o, CPP: 
Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico. 
4.6.1. Provas antecipadas
As provas antecipadas também são produzidas na fase do inquérito policial em juízo e na presença das partes sob a fiscalização de autoridade judiciária tendo em vista a sua urgência e qual a relevância que terá para o processo. Está prevista no art. 255 do CPP, que diz:
Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfermidade ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instrução criminal já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, colher antecipadamente o depoimento.
4.7.1. Prova Pericial
A prova pericial, de acordo com o professor Marques, é a “prova destinada a levar ao Juiz elementos instrutórios sobre normas técnicas e sobre os fatos que dependam de conhecimentos especiais; sendo realizada por um Perito que é auxiliar do Juízo”.
A perícia criminal tem grande importância, pois é através desta que se pode comprovar a existência de um crime mesmo não havendo o corpo material, utilizando-se da perícia criminal indireta para que possa sanar todas as dúvidas do juiz quanto ao delito cometido e possível autor do crime.
Possui como objetivo geral discorrer acerca da perícia indireta nos crimes de homicídio onde não há corpo para se comprovar a evidencia do motivo, os meios utilizados para matar e a autoria do crime.
Assim a perícia é caracterizada como um meio de prova que leva ao conhecimento do magistrado os fatos, através de exames de análises feitas nos vestígios encontrados, no local do crime. 
Acredita-se que a perícia é um dos meios probatórios que possui maior confiança, afinal as técnicas utilizadas são tecnológicas e possuem um maior desenvolvimento, uma vez que fornece ao processo bases científicas e técnicas para análise dos vestígios deixados no local de crime, bem como traz a possibilidade de reconstituição dos fatos.
A expressão corpo de delito tem sua origem no direito medieval, dando-se a partir da evolução da doutrina do constare de delicto. Então se evoluiu para o conceito de “corpo de delito” assim vindo a diferenciar dos crimes que quando cometidos que deixam de modo visíveis as marcas do ato e fato ocorrido, daqueles que não deixam. Assim podendo encontrar as demais incriminações ocultas que na cena da infração podem haver.
O atual Código Penal Brasileiro trás em sua disposição, que o exame pericial, conhecido como corpo de delito, é obrigatório nas contravenções que deixarem vestígios. Essa obrigação é dada para que assim o acusado não seja submetido a situações que lhe coloquem à tortura, ou mesmo desgaste a máquina judiciária na espera de uma confissão, bem como expô-lo à acusações sem que se possua fundamentos ou provas.
O Doutor Rogério Tucci (1978, p. 204) conceitua o exame de corpo de delito como “meio de prova, prova pericial, destinada à apuração dos elementos físicos, materiais, da prática criminosa, mediante a sua constatação direta e documentação imediata”.[12: TUCCI, Rogério Lauria. Do corpo de delito no direito processual penal brasileiro. Ed. Saraiva, 2010 (p. 207)]
A mestra Bonaccorso (2009, p. 1) que também é perita, destaca a prova pericial é demasiadamente importante estratégia para que se possa reconstruir os fatos de uma cena representativa de um crime no desenvolvimento de um processo. Principalmente no que se refere ao exame pericial de corpo de delito, não podendo ser dispensada nas contravenções que deixam vestígios.[13: BONACCORSO, Norma Sueli. Prova criminal e contraditório. 2009. Sindicato dos Peritos Criminais do Estado da Bahia, Bahia. Disponível em http://www.asbac-ba.org/publicacoes/Prova_pericial_e_o_contraditorio.pdf. Acesso em 01 março 2016.]
Greco Filho, afirma que “os exames ou perícias em geral são verificações elaboradas por técnicos ou pessoas com conhecimento do objeto do exame”. Portanto, visando a pureza da prova, o referido exame é, e somente pode, ser realizado por um perito oficial, portador de diploma de curso superior.
Assim sendo, para enriquecer um pouco mais a pesquisa, é indispensável destacar que subentende-se que há para tal perito, em razão do seu cargo e função à ele delegada, e por ser somente por ele exercida, que para que haja validade para o juízo, aplique-se à ele o instituto da suspeição, caso ele possua alguma relação com alguma das partes envolvidas.
Logo acredita-se e ressalta-se a importância da preparação e conhecimento do referido profissional na área de atuação, bem como na análise do vestígio encontrado para transparecer ao juiz expertise na conclusão do laudo.
Observa-se, diante do exposto, que a Perícia traz requisito importante do que se ocorreu no local do crime, bem como a destacar a importância da prova pericial para o processo penal por ser de cunho técnico. Bem como porque, possibilita a reconstituição ou demonstração real dos fatos.
No mais tem-se ainda a chamada perícia indireta. Esta é definida pelo art. 158 do CPP, que assim dispõe: "Quando a infração deixar vestígios será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-los a confissão do acusado".
A prova indireta trata-se da coleta de vestígios que através do raciocínio, constrói-se uma lógica ao qual se chega aos fatos ou a circunstância que se tem intenção de provar. A prova indireta é baseada em indícios e presunções, sendo considerado o primeiro como circunstancias que permite verificar a existência de um fato.
Magalhães de Noronha explica que há uma diferença entre indicio e presunção, onde a presunção é um fato que não se tem prova, é fundado na experiência de um fato presumido; já o indicio é demonstrado por prova testemunhalou documental formando assim uma convicção sobre o fato a se provar.[14: NORONHA, E. Magalhães. Curso de Direito Processual Penal. São Paulo: Ed. Saraiva, 15ª ed., 2003.]
A condenação baseada em indícios é admitida no ordenamento jurídico brasileiro que possibilita a união dos dados até que se chegue ao autor do fato. A prova indiciária pode conduzir a uma condenação, porém, somente quando veemente sólida e induvidosa. Para o CPP, o laudo de exame de corpo de delito indireto realizado com base nos registros hospitalares do atendimento da vítima é apropriado e tem o mesmo valor probante que o exame direto.
A Perícia Indireta é uma necessidade e não uma alternativa e a sua previsão legal prezam por práticas éticas e responsáveis na prestação dos serviços. Mas a perícia indireta precisa além de provar, respeitar o princípio da presunção de inocência, conforme discorre Tourinho Filho:
Cabe, pois, à parte acusadora provar a existência do fato e demonstrar sua autoria. Também lhe cabe demonstrar o elemento subjetivo que se traduz por dolo ou culpa. Se o réu goza da presunção de inocência, é evidente que a prova do crime, quer a parte objeto, quer a parte subjetiva, deve ficar a cargo da Acusação.
Um exemplo de caso de grande repercussão nacional acerca da aceitação de prova pericial indireta que comprove a materialidade do crime sem corpo foi o da ex-namorada do jogador Bruno, goleiro do Flamengo, a Eliza Samudio.
Este crime deixou sangue, coletados pela perícia criminal, que possibilitou a produção de provas que houve homicídio. Os vestígios deixados, conforme expresso pelo art. 167 do Código de Processo Penal, estabelece que o corpo de delito pode ser suprido por um único meio de prova, no caso a testemunhal, principalmente quando os vestígios desaparecerem.
Art. 167, CPP – Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haver desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Uma linha de pensamento seguida por alguns doutrinadores, como Tourinho Filho, deixa claro que somente a prova testemunhal não pode ser considerada válida para os fins do art. 167 do CPP, pois além de não suprir a exigência legal, tal situação procura burlar o art. 158 do mesmo código. Ou seja, não basta que as testemunhas nada saibam de concreto sobre o fato ocorrido ou façam referência apenas à confissão, é preciso que a mesma tenha presenciado o fato.
É necessariamente indispensável, a tal ponto que chega essa indispensabilidade, que o art. 564, II, “b” do CPP diz que haverá nulidade se não for feito, nesses crimes, o exame de corpo de delito, ou na impossibilidade deste, que se observe ao menos, o disposto no art. 167, o denominado exame indireto de corpo de delito, realizado por outros meios, notadamente pela prova testemunhal. 
Nesses casos é preciso que a testemunha informe sobre o que efetivamente presenciou o fato, para que se possa assim, suprir o exame direto de corpo de delito. Não é o fato de dizer que viu a vítima entrando neste ou naquele local, onde possivelmente estava o acusado, não é o fato de afirmar ter sabido da própria vítima o que aconteceu que constitui o exame indireto. A autoridade não está investigando se a vítima foi ou não neste ou naquele local, se disse ou não o que com ela aconteceu. Simplesmente vai indagar da testemunha se ela viu o corpo de delito, isto é, os vestígios materiais deixados pelo crime [...], se viu a vítima ensanguentada ser jogada no mar ou situações semelhantes [...].
Assim, fica evidente que basta apenas existir uma testemunha para os fins do art. 167 do CPP e sim impor que a prova testemunhal seja presencial aos fatos.
Pelo exposto descrito, é possível e aceitável no ordenamento jurídico que um processo criminal relativo a um homicídio possa ter seu prosseguimento sem um cadáver encontrado, mas é preciso também que a materialidade deste seja suprida por uma prova testemunhal desde que apta e concreta, ou seja, que a testemunha tenha de fato presenciado o ato, sob pena de desrespeito ao expresso mandamento legal dos arts. 158, 167 e 564, II, “b” do CPP; e faltar justa causa para a persecução penal expresso no art. 648, I também do referido código, sanável por meio de habeas corpus.
Posto isto, conclui-se que o exame de corpo de delito, como sendo prova pericial, é a avaliação científica de todos os vestígios deixados e não vistos e inicialmente no local do ilícito.
Esta realidade pericial também pode ser operada em casos de vítimas de estupro também, assim conseguindo-se o atestado dos fatos e concluindo-se a resolução de uma infração penal. Com vista disso, é evidente que o legislador optou por considerar a demasiada relevância existência e operação realização da perícia. Destarte também que um processo pode vir a ser considerado nulo na sua integralidade se a realização de uma perícia for julgada imprescindível e concluir-se que em um processo que não houve perícia, pudesse ter obtido um resultado mais justo se ela tivesse sido executada. 
 Da aplicação no Judiciário
Da análise feita sobre a legislação brasileira, observa-se a evolução e o zelo da ótica do legislador ao atribuir um fato criminoso a outrem. Assim, com o mesmo pensamento a Constituição Federal Brasileira demonstra com determinação no artigo 5° os direitos e garantias fundamentais dos cidadãos, visando evitar tratamentos degradantes, injustos e ofensivos antes do contraditório, do exercício da ampla defesa e da decisão do juiz. Conforme dispõe o Art. 5, LVII: “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”.
A Constituição, também, dispõe sobre o princípio do contraditório em seu Art. 5, inciso LV, destacando que este além de ser um direito fundamental do ser human, não pode ser condenado sem que haja o seu exercício. Ressaltando, também o direito à prova para assegurar às partes os recursos suficientes a defesa do acusado.
Apesar dos inúmeros meios de prova existentes, entende-se que a prova pericial é a mais importante, afinal, é aquela que garante a visão daqueilo que passa-se desapercebido do olhar superficial que se pode destinar a uma cena de crime. Além do mais, este meio probatório faz possível a maior veracidade da realidade fática de forma científica e isenta, tendo em vista a sua materialidade.
A prova pericial é produzida a partir do embasamento científico dos elementos materiais deixados pela contravenção penal, enquanto a formação das provas subjetivas depende de prova testemunhal e até da interpretação de pessoas, oque por certo é claramente arriscado para a determinação da verdade em virtude dos inúmeros erros de descrição que podem vir a ocorrer, como por exemplo, a falta de capacidade ou dificuldade da pessoa em relatar o fato, ou quando ocorrer a má-fé e a pessoa vir a depor inverdades para o juízo. Tal situação somente vem a contribuir para a condenação de uma pessoa inocente, oque viola em demasiado muitos princípios basilares da desenvoltura do processo, mas acima de tudo o alcance da justiça. 
Entende-se que, a prova coletada de testemunhas é considerada cada vez mais frágil, além de mais prejudicial para o desenvolvimento de um processo que busca a conclusão repleta de verdades, pois desconhece-se o caráter da pessoa depoente. Desta forma, o magistrado que deposita cem por cento de sua convicção e convence-se do que foi falado não está julgando com a devida busca pela justiça. 
Assim sendo, a confissão como prova não detém grande força processual, e ousa-se dizer dotada de descrédito, pois sabe-se que, muitas vezes, pode ter sido advinda de torturaou inverdades, deixando, portanto, de ser tratada como o antigamente conhecida como a “rainha das provas”.
Para Madeira Dezem (2008, p. 220), a experiência havida no Direito Romano, na inquisição, no regime nazista e, no Brasil, no período de exceção, demonstra que a confissão deve ser analisada com cautela e reservas.[15: MADEIRA DEZEM, Guilherme. Da prova penal. 1ª Edição; São Paulo: Ed. Millennium, 2008.]
Posto isto, compreende-se, portanto,o interesse do legislador em estabelecer que a análise dos vestígios encontrados no local do crime por perito oficial, e devidamente especializado para tal, se dê de maneira obrigatória buscando sempre a maior proximidade possível do fato delituoso, bem como da matéria do crime.
Tendo como base o princípio da dignidade humana determinado pela Constituição Federal Brasileira, tem-se como escopo sempre a conquista da justiça nos processos penais, não podendo o magistrado somente basear-se nos fatos expostos por pessoas, ou pela confissão, daí a importância da prova pericial.
Da atuação Policial
A Polícia judiciária responsável constitucionalmente pela investigação criminal, investigação policial ou inquérito policial é a base pelo qual o Ministério Público utiliza-se de fundamento para oferecer possível denúncia e assim levar criminosos à diante da Justiça.
Afinal, desde que o Estado, munido de suas técnicas de resoluções de conflito, utilizou-se da ajuda que a Perícia técnica sempre lhe pode proporcionar. Com o passar dos anos e com o aperfeiçoamento das técnicas, aperfeiçoou-se também a sua nomenclatura, assim ganhando a denominação de Polícia técnica.
A Justiça criminal que intenta sempre a verdade real, a verdade absoluta dos fatos delituosos para que não venha a cometer o injusto, vez que, entende-se como bem maior a liberdade da pessoa, como direito fundamental, e com o entendimento de que é melhor deixar um culpado solto do que um inocente preso, procura no alicerce do processo, no inquérito policial o maior número de provas possíveis, dentre as quais as provas técnicas que de quando em vez são até decisivas no seu julgamento.
O inquérito policial que se dá pelas ordenanças do Delegado de Polícia conta com a participação dos seus auxiliares, como por exemplo seus Escrivães e Policiais civis ou Investigadores que trabalham sob sua orientação sempre na busca de tantas provas quanto forem possíveis e, do auxilio inequívoco e essencial da Perícia técnica no aguardo sempre da mesma, laudos puros e que podem por fim às dúvidas e até mesmo restar concluída uma investigação criminal que se dê de maneira conclusiva, entendendo-se assim, como sempre foi, que a Polícia técnica faz parte da família Policia civil, ambas são auxiliares da Justiça, ambas formam a força da Polícia judiciária. Uma está correlacionada a outra.
 Assim, neste patamar de vida a Perícia técnica cresceu e se desenvolveu dentro da sua necessária atuação por conta da investigação policial. Os policiais civis sempre foram parceiros dos peritos criminais. Logo, a evolução da investigação policial também fez com que a técnica pericial aperfeiçoasse as técnicas e métodos para efetuar o auxílio do instrumento. 
Uma investigação policial sem provas materiais consideradas consistente e firmes, ratificadas por laudos oriundos de perícias ineficientes, é como uma base fraca e sem fundamentos algum sob um edifício e, a posterior denúncia oferecida pelo Promotor de Justiça é uma frágil e ineficaz denúncia, e fácil de ser abatida.
Assim sendo, a Polícia técnica que abrange o Instituto de Criminalística, o Instituto de Identificação e o Instituto Médico Legal, foi se consolidando ao lado da Polícia civil, uma sempre lutando por melhoras da outra. Afinal, uma não caminha sem a outra, bem como depende da outra. 
Em face deste perspectiva, algumas Polícias Técnicas que visaram desvincular-se da Polícia civil e assim fizeram, progrediram profissionalmente, outras estagnaram ou regrediram, assim apesar de não existir um consenso doutrinário acerca dissociação, entende-se que não há como considera-se a presente dissociação uma prática dotada de inteligência porque quando há o trabalho de ambas em conjunto, nota-se uma força maior na cooperação e melhor entendimento destinado aos casos em questão dessas duas organizações que formam a Polícia Judiciária.
6. Conclusão
A matéria da criminalística tem em evidência a utilização de métodos específicos e científicos que são destinados à utilização do ato de desvendar os crimes. E esse devendar se dá através das técnicas empregadas à perícia para descobrimento de tudo quanto é aparentemente oculto, ou seja dos vestígios encontrados nas cenas de crime. 
A essencialidade deste instituto é destacada quando, é atualmente a perícia a mais forte das medidas de investigações dentre todas as existentes. Afinal, é a única que somente pode serproduzida por pessoa idônea, de escolha do juízo, e de maneira oficial.
Além das razões acima descritas, aborda-se o peso das provas no processo, destacando a prova pericial pela sua materialidade e, ainda, pela cientificidade na demonstração da veracidade aos fatos. Afinal a prova pericial é considerada a mais importante, pois, não esta sujeita a informações de terceiros e de seus depoimentos (como a testemunhal) que ao ser fornecido poderá estar dotada de inverdades e nem mesmo estar relacionadas ao fato, assim, não podendo cumprir o objetivo maior que é o convencimento do magistrado e por consequência disto, a justiça.
Com a evolução histórica da disciplina Criminalística no Brasil e no mundo e da tecnologia e da ciência, torna-se ainda mais evidente a indispensabilidade da prova pericial, podendo-se alcançar, em alguns casos, o autor do crime por meio da análise de DNA, por exemplo.
No tema em destaque é demasiada a importância que a matéria tem de ser conhecidade, pelos operadores do direito para que em realidade prática se possa exercer os princípios do contraditório e da ampla defesa previstos na Constituição Federal de 1988.
Ainda atribuir conhecimento e entendimento no que for apresentado pelo perito criminal, para que o laudo obtido perante a prova possa ser de fato utilizado a favor da justiça, bem como o reconhecimento da essencialidade de seu trabalho para a cooperação da resolução de fatos delituosos na Justiça Brasileira.
Almeja-se, portanto, que a análise do processo para o livre convencimento do juiz ofereça profissionalismo, ética, a tranquilidade possível e a verdade jurídica dos fatos, uma vez que, seguindo o princípio do devido processo legal e da dignidade humana, intenta-se, com a prova, alcançar a justiça. 
Em ratificação ao exposto, traz-se à baila o pensamento Rui Barbosa que afirma que “a justiça atrasada não é justiça, senão injustiça qualificada e manifesta”. Assim reafirma-se a imprescindibilidade da perícia em crimes que deixam vestígios, bem como a idoneidade de sua execução por peritos oficiais, qualificados para tal, tendo-se como objetivo a concretização da justiça como pressuposto fundamental do processo penal e do Estado democrático de Direito.
Referencial Bibliográfico
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Vade Mecum 20ª ed. 2015
RABELLO, Eraldo. Curso de criminalística. São Paulo, Ed. Sagra – D. C. Luzzatto, 1996.
BRASIL, Código de processo penal. Decreto-lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941.
GRECO FILHO, Vicente. Manual de processo penal. 8ª Edição; São Paulo: Ed. Saraiva, 2010 (p. 185).
BRASIL, Código de processo penal. Decreto-lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941.
GOMES FILHO, Antonio Magalhães. Notas sobre a terminologia da prova (reflexos no processo penal brasileiro), in Estudos em homenagem à Professora Ada Pellegrini Grinover. YARSHELL, Flávio Luiz e MORAES, Maurício Zanoide de (orgs.). São Paulo: DPJ Editora, 2005.
COSENZO, José Carlos. Lei Prevê Indiciamento por Homicídio sem Corpo. 07 de Julho de 2010. Disponível em: <http://noticias.terra.com.br/brasil/policia/caso-bruno/lei-penal-preve-indiciamento-por-homicidio-secorpo,1248e9e72b7ea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.htm l>. Acesso em: 16 Set. 2015.
NUCCI, Rogério Lauria. Do corpo de delito no direito processual penal brasileiro. Ed. Saraiva, 1978.
REIS, Nazareno César Moreira. Primeiras impressões sobre a Lei nº 11.690/2008. Jus Navegandi. Piauí, jun. 2008. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id= 11414>. Acesso em: 27 Set. 2015.
BRASIL, Código de processo penal. Decreto-lei nº 3.689,de 3 de outubro de 1941.
GOMES FILHO, Antonio Magalhães. Notas sobre a terminologia da prova (reflexos no processo penal brasileiro), in Estudos em homenagem à Professora Ada Pellegrini Grinover. YARSHELL, Flávio Luiz e MORAES, Maurício Zanoide de (orgs.). São Paulo: DPJ Editora, 2005.
REIS, Nazareno César Moreira. Primeiras impressões sobre a Lei nº 11.690/2008. Jus Navegandi. Piauí, jun. 2008. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id= 11414>. Acesso em: 27 Set. 2015.
ROGÉRIO TUCCI, Lauria. Do corpo de delito no direito processual penal brasileiro. Ed. Saraiva, 1978.
BONACCORSO, Norma Sueli. Prova criminal e contraditório. 2009. Sindicato dos Peritos Criminais do Estado da Bahia, Bahia. Disponível em http://www.asbac-ba.org/publicacoes/Prova_pericial_e_o_contraditorio.pdf. Acesso em 01 março 2016.
NORONHA, E. Magalhães. Curso de Direito Processual Penal. São Paulo: Ed. Saraiva, 15ª ed., 2003.
MADEIRA DEZEM, Guilherme. Da prova penal. 1ª Edição; São Paulo: Ed. Millennium, 2008.
LOPES JUNIOR, Aury. Direito Processual Penal e Sua Conformidade Constitucional. Vol. I 5ª ed. Rev. E atual. Rio de janeiro: Lumen Juris, 2010.
DICIONÁRIO MICHAELIS. 2009. Disponível em http://michaelis.uol.com.br. Acesso em 02/04/2016.

Outros materiais