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Mediação: possibilidades de aprendizagens Paula Edicléia França Bacaro Como aprendemos ? Como ensinar o nosso cérebro? Como alcançar a excepcionalidade? O que é Talento? Podemos ser mais inteligentes que os outros? E as crianças com deficiência e transtornos podem almejar um futuro de talento e serem excepcionais? Cérebro Humano Cérebro Humano Como funciona o nosso cérebro? Quando nascemos temos apenas reações reflexas. Somos o que somos devido as experiências e o que aprendemos. Portanto o que somos é resultado do que aprendemos. O cérebro humano pesa cerca de 1200 a 1400kg e gasta 520cal. O cérebro depende do corpo e da história deste corpo. Kandel é o pai da neurociência – Séc XIX O que iremos APREENDER? O que se entende por aprendizagem; Quando inicia e quando termina; Todo o nosso cérebro é capaz de alterar-se, mudar-se e curar-se; O Cérebro muda por meio de novas aprendizagens, novas conexões; Com este princípio rotular aluno que não aprende é simplesmente colocar em nós professores a culpa da não Aprendizagem; Então o que fazer? Simplesmente oferecer, dar a oportunidade de aprender; O que iremos APREENDER? Como entender a relação do comportamento inadequado e da aprendizagem: medos, fobias, irritabilidade, agitação, agressividade; Tudo é patológico? A importância da linguagem e da mediação? O que é mediação? Conhecendo o cérebro Conhecimento: memória, afetividade, sono, atenção, medo, humor, movimentos (correr, pular, saltar, agachar), sentidos (percepções), fala e a linguagem – são estruturados fisiologicamente em nosso cérebro; Todos as ações são subsídios importantes para a aprendizagem pedagógica; Neurônios espelhos: possibilita a espécie humana a se reconhecer como indivíduo e aprender a se comunicar e a compreensão do aprendizado; Conhecendo o cérebro Plasticidade cerebral: capacidade de aprender, a remodelar, a superar limites, encontrar caminhos alternativos – aliada a educação; A neurociência é uma ciência que certifica que os atrasados não existem, pois: Existem várias aprendizagens; Existem várias formas de se aprender; Consequentemente várias formas de se ensinar; Conhecendo o cérebro Quanto melhor entendermos o cérebro, melhor poderemos ensiná-lo; Como o cérebro aprende: sujeito cerebral – aquele que pensa, que dialoga, que usa sua linguagem como ferramenta no processo de aprender; O professor trata o aluno como resultado de suas próprias experiências e não das experiências da criança; Não considera a individualidade e sim a coletividade; Qual o papel da mediação neste contexto? Conhecendo o cérebro O nosso cérebro é dividido em 3 partes (didaticamente): Reptiliano: funções de auto preservação (relações sexuais) e as funções vitais; Triuno: intermediário das emoções – estrutura do sistema límbico que corresponde aos cérebros dos mamíferos – hipotálamo (prazer, emoções, vivências, lembranças dos vínculos afetivos); O homem evoluiu da 1ª e 2ª parte para a 3ª; Córtex: área de recepção e ação – estrutura pensante e reflexiva – onde se constrói saberes; Conhecendo o cérebro Cabe ao educador dialogar com estas 3 partes, se relacionar com as construções intelectuais – reinventando aprendizagens; Dois hemisfério: Esquerdo – responsável pela comunicação, linguagem, análise, classificação, ordenação e identificação; Direito: espacialidade e temporalidade; Qual seria, então, a melhor atividade a ser trabalhada? Conhecendo o cérebro Temos 5 sub cérebros: Individual: anatômico e fisiológico; Social: cultura, relações da sociedade responsável pela construção da personalidade (pré frontal); Motor: destreza e refinamento, fala, leitura e escrita (parietal); Afetivo: sistema límbico, as amídalas ligados ao córtex frontal – orbital responsável pelo resfriamento da impulsividade, respostas a conflitos, ao medo e as experiências negativas; Conhecendo o cérebro Criativo: potencialidade capaz de utilizar todas as potencialidades dos outros cérebros com o fim de responder, expressando melhor os desejos, os sentimentos e novas oportunidades; Neurônios: como aprende e guardam saberes – célula longa e estrelada – cuja função é receber estímulos – responder os estímulos – decodificar e armazenar estes estímulos e transformar em informações; Sinapses – trocas de informações entre um neurônio e outro; Conhecendo o cérebro Importante: se o seu aluno não aprende significa que ele não encontrou referências arquivadas para abrigar novas informações É necessário reestruturar sua informação: Verificar de que maneira será mais significativo e fácil guardar a informação / relação de várias formas de aprender com várias formas de ensinar; Conhecendo o cérebro Como o raciocínio funciona? Memória de trabalho Memória de longo prazo (fatos e procedimentos ) Ambiente Quanto mais informação : aprendizagem mais rápida; Quem sabe mais: aprende melhor; Quando mais você aprende : mais fácil fica para aprender Conhecendo o cérebro Implicações para a aprendizagem: Se a tarefa esta difícil é preciso de mais informações, então é preciso dividir em pedaços; Trabalhar a atenção: iniciar e terminar a atividade Ambiente limpo de estímulos externos no entanto com estímulos para a área de trabalho, ex: alfabeto A dificuldade de compreensão é a falta de conhecimento prévio; É preciso identificar o que o sujeito não sabe, baixar o nível cognitivo e conhecer a base; Conhecendo o cérebro Qual a relação do SNC com o aprender? Estímulos: Sinapse física: do ambiente tendo os sentidos como canais de comunicação abertos para o cérebro ligados ao Tálamo (aeroporto) que recebe e distribui naturalmente as informações; Sinapse química: ligada ao outro sistema neuroendócrino (glândula que liga o SNC – hipotálamo e a hipófise) a reação é lenta e duradoura distribui os neurotransmissores; Cérebro superior Área de Wernicke: hemisfério esquerdo responsável pelo nosso pensamento elaborado – organização dos pensamentos; Área de Broca: fala articulatória; Área Córtex pré motor: complexo e extenso junção dos hemisfério direito e esquerdo; Quais são as responsabilidades destas três áreas? Estão diretamente ligadas ao trabalho da leitura, escrita e fala – compreensão e interpretação; Ex: Transtornos de aprendizagem Conhecendo o cérebro O ensino bem sucedido provoca mudanças na caixa de conexões – sinapses – afeta a função cerebral; Importante: para o sujeito aprender leva-se em conta esta área de especialidade do cérebro a qual depende: Da forma como é o professor e seu método; Dos instrumentos que ele utiliza; Da afetividade, do prazer no momento do aprender; Do biológico: sono e nutrição; Conhecendo o cérebro O cérebro não trabalha sozinho, conta com as áreas de trabalho: Frontal: função superior – representa as funções do corpo humano, recebe estímulos dos lobos parietal e temporal (associações), concentração, habilidade intelectual, atenção, julgamento, classificação e identificação; Temporal: recepção e decodificação dos estímulos auditivos que se coordenam com os impulsos visuais e motor comportamentos instintivos; Conhecendo o cérebro Parietal: interpreta os estímulos visuais provenientes do córtex occipital – informações visuais e tato e o reconhecimento dos impulsos sensoriais – conhecimento geral da orientação espacial que também esta relacionada a comunicação; Occipital: realiza a integração visual a partir dos estímulos recebidos das áreas primárias para as outras áreas – ativando a integração; A comunicação é feita pelo corpo caloso; Conhecendo o cérebro Importante para os educadores: O nosso cérebro precisa ser desafiado, estimulado, reestruturado em todos os momentos busca as potencialidades. Ele sempre nos dará (crianças com deficiência) o mínimo que pareça o retorno da intervenção, ou seja, aprendizagem; A cada experiência há uma nova conexão; Não somos os mesmos a medida queexperimentamos e nos articulamos com novas informações; Assim o cérebro é moldável, adaptável a novas situações; Seu ambiente escolar, sua sala de aula é desafiadora? Conhecendo o cérebro Mesmo em sala procure atender grupos pequenos; Estimular áreas do cérebro: utilizar estímulos auditivos, visuais, táteis; Faça associações e classificações; Use e abuse do corpo – percepções – mova o corpo; Exercícios físicos aumenta a circulação, irriga áreas menos irrigadas, leva mais nutrientes e oxigênio (aumenta a memória e a capacidade de raciocínio); Emoções: o professor deve estar atento e escutar as emoções do educando (cérebro intermediário) Lembrando: não aprendemos nem pelo bem, nem pelo mal – o clima da aula deve estar convidativo e possa se sentir seguro, evitar conflitos, melhorar a autoestima, facilitar a conquista, vontade de aprender; Conhecendo o cérebro Temos duas memórias: Emocional, sente e comove e a outra que: Compreende, analisa, pondera e reflete; Trata-se da emoção e da razão : esta dualidade complementa e impulsiona as tomadas de decisões; Sistema Límbico: personagem principal responsável pelo prazer e pela recompensa. A falta de estímulos nesta área gera o desanimo de aprender inibindo o processo de aprendizagem. O ato de aprender tem que ser desejado; Conhecendo o cérebro O desejo é movido pelo inconsciente que nesse momento do aprender ou não vai responder. As informações libidinais como: negação, recusa, rejeição e omissões; A emoção esta para o prazer, assim como o prazer esta para o aprendizado Sendo assim a autoestima é a ferramenta que movimenta o desejo de aprender Conhecendo o cérebro A memória e o aprendizado: Um sujeito sem memória é um sujeito sem história; É necessário a memória dos fatos e das associações; A memória esta localizada logo acima das nossas orelhas – hipocampo A memória se torna significativa a medida que este sujeito apreende, entende, compreende, ou seja, faz sentido – o contrário é decoreba; A decoreba passa pelo primeiro estágio de memória (trabalho). Ex: o número do telefone A medida que este telefone tem sentido vai para o hipocampo Conhecendo o cérebro Qual a memória que utilizamos em sala de aula? A memória de curto prazo: aqui e agora; A memória de procedimentos: andar de bicicleta, dirigir, comer, escova os dentes... A memória emocional: professor precisa ter cautela, pois o aluno pode emoldurar e nunca mais esquecer o que aprendeu; Processo de memorização: complexo e envolve inúmeras reações químicas e circuitos interligados de neurônios – quanto mais sinapses mais memória; Conhecendo o cérebro Sistema de recompensa: Aumenta a capacidade frontal – desejo de aprender, a vontade de algo interessante que vai acontecer; O cérebro despeja uma quantidade de Dopamina (substância neuromoduladora) capaz de mudar a atividade elétrica do cérebro (quanto mais dopamina, maior é a ativação) maior a sensação de prazer e bem estar; A sensação de prazer devolve ao cérebro a resposta que alcançou sucesso, assim a memorização é mais rápida, cria mais expectativas a qual chamamos de motivação Conhecendo o cérebro A motivação leva a antecipação de um resultado positivo leva-nos a mover-se, sair do lugar e passar para a ação; Ativar o sistema de recompensa é promover o aprendizado; Como fazer: jogos, livro novo, brincadeiras, recursos diferentes, tinta, pincel, atividades em outros espaços, jogos de dados, acertos de sorte, retorno positivo, parabéns, você conseguiu; Conhecendo o cérebro Cuidado: o retorno negativo, nunca alcança a aprendizagem não provoca a motivação, neste ponto entra as adaptações curriculares mudar de nível mediante as etapas vencidas; Ex: só conseguirei fazer o esquema corporal se desenvolver as percepções necessárias, ou seja as habilidades para tanto (discriminação visual, corporal, sensitiva) Dada a importância da mediação para que o aluno não desista da aprendizagem Conhecendo o cérebro A mediação não pode ser confundida com a ajuda total e a ajuda parcial; O professor passa pela ajuda total, parcial até a Mediação que é o ato de dar pistas, levar o aluno a alcançar a aprendizagem; Importante: não esquecer que após alcançar a aprendizagem pela mediação é preciso buscar a prática – não há prática sem treino – é preciso novas relações, conexões para se alcançar a apreensão, ou seja se apropriar de fato do conhecimento Conhecendo o cérebro Aprender é prazeroso o que falta são as ferramentas. Atitude do professor: vamos fazer junto, te ajudo, você consegue e claro leva-lo a alcançar; Ex: quebra cabeça é prazeroso, tem muito a ver com o cérebro – é necessário encontrar padrões para terminar de construí-lo – fazer relações e associações com as imagens, peças, cantos para se alcançar o sucesso; Memória de longo prazo: fatos e procedimentos Conhecendo o cérebro A importância do processo de avaliação: O professor deve aplicar a avaliação diagnóstica no inicio do aluno para descobrir as potencialidades de seus alunos e o que falta para aprender; Lembrando que neste contexto não entendemos como não aprendizagem ou aluno fraco e sim que se ele não sabe é porque não aprendeu Esta avaliação não é classificatória – mas ponto de partida para novos planejamentos, adaptações e novos encaminhamentos; Conhecendo o cérebro Exemplo de vocês mesmos: achavam difícil estudar a partir do momento que encontraram formas diferentes, conhecimento da área passou a ser mais fácil – algumas se negaram, outras alcançaram sucesso. Aquilo que era difícil se tornou fácil. O resultado final a recompensa é a aprendizagem e o desenvolvimento do aluno Conhecendo o cérebro Existe também a perda de interesse pelo que é fácil: Ex: o jogo da velha – jogo de dama – jogo de xadrez (envolve mais regras e até hoje não existe um padrão para ganhar); Conhecendo o cérebro A aprendizagem e o talento: Nos tornamos excepcionais a medida que treinamos, ganhamos a prática e vencemos os desafios; Talento se faz com a prática e o aproveitamento da oportunidade; Todo mundo pode chegar a excepcionalidade e ter talento isto dependerá da combinação do método, da prática, da motivação e antes de mais nada da oportunidade; O aprendizado é racional com uma parcela grande de emoções; Voltando ao início de nossa discussão Como aprendemos ? Como ensinar o nosso cérebro? Como alcançar a excepcionalidade? O que é Talento? Como ser talentoso? Podemos ser mais inteligentes que os outros? E quanto as crianças com deficiência não podem almejar um futuro de talento e serem excepcionais? Não esquecer A percepção – os sentidos são as janelas de aprendizagem; Utilizar de vários instrumentos que necessitem de várias entradas (percepção) para aprendizagem; Cinestesia: o sujeito cinestésico é aquele que recebe vários estímulos ao mesmo tempo – é a consciência dos movimentos produzidos pelo nossos membros – propriocepção - Inteligência corporal cinestésica; A propriocepção trabalha em conjunto com o sistema vestibular responsável pelo equilíbrio Oralidade, afetividade e sistema de recompensa; Utilizar-se do foco de atenção do aluno ou do que ele gosta – vai se sentir mais seguro – propício a aprendizagem; Todos somos capazes de aprender. Perguntar sempre O que ele (aluno) precisa para aprender? O que devo fazer e saber para que ele aprenda? Quais são os instrumentos de aprendizagem que devo utilizar? Quais as adaptações de grande e pequeno porte que necessita?
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