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DOS RECURSOS NO PROCESSO CIVIL
Teoria Geral e Recursos em Espécie
 
 
PRIMEIRA PARTE - TEORIA GERAL
I - O princípio do duplo exame
 a) Introdução
 b) Conceito
 c) Duplo grau e duplo exame
II - Dos recursos
 a) Conceito
 b) Atos Judiciais
III - História dos Recursos
IV -Princípios gerais dos recursos: Taxatividade. Singularidade. Adequação. Dispositivo (voluntariedade). Vedação da reformatio in pejus.
V - Pressupostos de admissibilidade dos recursos
 VI - Classificação dos recursos
VII - Efeitos dos recursos
 a) impeditivo
 b) suspensivo
 c) devolutivo
 d) traslativo 
SEGUNDA PARTE - OS RECURSOS EM ESPÉCIE
 I - Apelação
II – Agravo retido e de instrumento
 III - Embargos Infringentes
IV - Embargos de Declaração
V- Recurso Ordinário
VI - Recurso Especial
VII - Recurso Extraordinário
VIII - Embargos de Divergência
IX - Agravo Interno e Regimental 
I - O PRINCÍPIO DO DUPLO EXAME E DUPLO GRAU.
 a) Introdução. b) Conceito de duplo exame. c) Duplo exame e duplo grau. d) Vantagens do duplo exame
	
	a) Introdução. Sendo princípio fundamental vinculado ao recurso, poderia ser estudado mais adiante, juntamente com os demais, que serão tratados em capítulo próprio. Contudo, devido à extraordinária relevância que a compreensão do duplo exame e do duplo grau de jurisdição assume para o entendimento do direito de recorrer, preferimos enfrentar a matéria em capítulo próprio, antes mesmo de analisar o conceito de recurso.
	Prestar jurisdição importa em resolver os conflitos de interesses submetidos à apreciação judicial, promovendo, assim, a paz social. Esta se obtém através do convencimento das partes quanto ao acerto do pronunciamento estatal. Sem dúvida que tal convencimento se alcança com maior facilidade quando se possibilita a revisão da decisão judicial.
	 Até mesmo no dia-a-dia do cidadão, busca ele, sempre que possível, confirmar as informações, preferentemente através de um terceiro. Assim, o faz quando consulta um médico que lhe fornece um diagnóstico, quando é esclarecido por um advogado e até mesmo quando pede uma informação para um transeunte. Em face de qualquer dúvida a respeito da informação obtida, procura sua confirmação através de outra fonte. 
	A reiteração dos dados colhidos proporciona uma maior conformidade e segurança a quem pretende se orientar.
	No respeitante à prestação jurisdicional, lembra PONTES DE MIRANDA que “ quando se tirou do povo ou do rei, a função judiciária, introduziu-se a tendência de submeter-se a reexame, devido à possibilidade de erro ou de má-fé, a sentença judicial.” �
	A possibilidade de revisão ou reexame do ato judicial, em realidade, é princípio democrático. No dizer de NELSON NERY JÚNIOR, “ o princípio do duplo grau de jurisdição tem íntima relação com a preocupação dos ordenamentos jurídicos em evitar a possibilidade de haver abuso de poder por parte do juízo, o que poderia, em tese, ocorrer se não estivesse a decisão sujeita à revisão por outro órgão do Poder Judiciário.”�
	b) Conceito de duplo exame.
 O denominado duplo exame significa a possibilidade de serem os atos judiciais revisados quanto à sua correção formal e quanto à sua justiça, evitando-se erros e abusos por parte da autoridade que os praticou.
	c) Duplo exame e duplo grau.
 O primeiro constitui gênero do qual o segundo é espécie. A revisão do ato pode ser realizada pela mesma autoridade que o praticou ou por outra autoridade judiciária de maior hierarquia. No primeiro caso, ter-se-á apenas duplo exame, enquanto, no segundo, haverá duplo exame e duplo grau, porque revisto o ato por autoridade hierarquicamente superior.
	 Poucas são as hipóteses de reexame pela mesma autoridade, conforme veremos ao tratar do conceito de recurso. 
. 
	 O duplo grau de jurisdição, no dizer da CHIOVENDA, consiste na possibilidade que tem a causa de poder tramitar sucessivamente pela cogniçao de dois tribunais.�
	 No direito brasileiro prevalece a regra do duplo grau, facultativo ou obrigatório.
	 Será facultativo quando a parte que vier a sofrer gravame se utiliza de recurso, visando a provocar o reexame da decisão judicial.
	 Em alguns casos, em que predomina o interesse público, pode dispor a lei que não transitará em julgado a sentença, nem produzirá efeitos, senão depois de confirmada pelo tribunal.
	 É a hipótese constante do art. 475 do Código de Processo Civil vigente e, em algumas leis especiais, como por exemplo, a Lei nº 1.533/51, que regula o mandado de segurança e o Decreto-lei nº 3365/41, que disciplina o processo desapropriação.
	 A nosso ver, o denominado reexame necessário não mais se justifica quanto às sentenças desfavoráveis à administração pública direta ou à fazenda pública. Em quase todas as demandas de que participa pessoa jurídica de direito público, há intervenção do Ministério Público. A par disso, dispõe o poder público de melhores condições na obtenção das provas - porque as detêm - e servem-se de corpo jurídico, em geral, altamente qualificado e orientado a recorrer de todas as decisões desfavoráveis. 		
		
	 Nem sempre foi bem aceito o duplo grau. Sustentam alguns que sua admissão importaria na fragilização do poder judiciário, além de concorrer para o retardamento da solução do processo e conduzir a incertezas. Não se saberia, especialmente nos casos de modificação do ato por ocasião do reexame, determinar qual a solução válida ou correta - se a primeira ou a segunda.
	 É inegável, porém, que modernamente todos os estados democráticos consagram o duplo grau como regra. A possibilidade de erro sempre existe e se reduz através da revisão do ato judicial.
	Ainda que não se possa afirmar definitivamente que o segundo exame é melhor do que o primeiro, é certo que os tribunais, geralmente, decidem através de colegiados, integrados de juízes mais experientes e com mais amplos conhecimentos jurídicos.
	Se, de um lado, se ressentem da imediatidade, de outro, têm os tribunais melhores condições de decidir, mais isentos das emoções do caso concreto que, por vezes, afetam a imparcialidade do juízo de primeiro grau.
	ANTONIO MACEDO DE CAMPOS invoca lição de Roscoe Pound, no sentido de que “ a simples possibilidade de re-análise da relação processual, por um juiz hierarquicamente superior, estimula o juiz de primeira instância ao melhor estudo dos feitos e o adverte contra os julgamentos mal cuidados ou preconceituosos”�
	 Lembra o mesmo autor a referência de PONTES DE MIRANDA de que o direito ao duplo grau se concretizou na Revolução Francesa.�
 	 
	II. DOS RECURSOS 
 	a) Conceito de recurso. b) Atos judiciais.
	a) Conceito.
 
	Assinala NELSON NERY JÚNIOR que a palavra recurso provém do latim (recursus ) e nos dá a idéia de repetição de um caminho já utilizado.�
	Efetivamente se origina do verbo currere - que significa correr. 
	Juridicamente são diversas as acepções da palavra. Nas fontes romanas, em documentos medievais e nas três Ordenações, se encontra o recurso no sentido de regresso. Recurso é ainda, em sentido comum, todo o meio empregado pela parte para proteger, em ataque ou defesa, o seu direito. 
	Em sentido estrito, recurso designa direito de provocar o reexame de uma decisão judicial�
	Conclui o mesmo autor, adotando a definição de PEDRO BATISTA MARTINS, também adotada por JOSÉ FREDERICO MARQUES, nos seguintes termos:
	“Recurso é o poder que se reconhece à parte vencida em qualquer incidente ou no mérito da demanda de provocar o reexame da questão decidida, pela mesma autoridade judiciária, ou por outra de hierarquia superior.”�
		
	BARBOSA MOREIRA consigna que o Código de Processo Civil brasileiro não ministrauma definição de recurso, podendo, porém, verificar-se, das várias figuras arroladas com o nome de recurso, que o seu uso não dá ensejo à instauração de novo processo. Assim, devem ser excluídas do conceito as ações autônomas de impugnação de ato judicial, tais como a ação rescisória e o mandado de segurança.
	Define, então, o recurso, como o remédio voluntário idôneo a ensejar, dentro do mesmo processo, a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração de decisão judicial que se impugna�
	De nossa parte, temos como suficiente e preciso afirmar que recurso é o direito que se assegura ao vencido de exigir o reexame da decisão judicial, no mesmo processo, pela mesma autoridade ou por autoridade judiciária hierarquicamente superior.
	É fora de dúvida que o recurso constitui um direito ao reexame, ou seja, ao repronunciamento judicial, da mesma forma que a ação constitui direito ao pronunciamento do Estado.
	Em realidade, há certa similitude entre direito de ação e direito de recurso.
	Pelo primeiro, assegura-se às partes a manifestação do Estado sobre o conflito de interesses submetido à sua apreciação. Pelo segundo, garante-se a revisão da decisão judicial. Submetem-se um e outro a princípios e a requisitos.
	 Deve o processo - instrumento que conduz a ação - preencher determinados pressupostos de validade. O direito de ação se submete - pelo menos segundo a teoria de LIEBMAN, adotada pelo CPC - a condições específicas.
	Da mesma forma, exigem-se pressupostos recursais, sob pena de declarar-se inexistente o direito ao novo pronunciamento ou - numa linguagem pretoriana - sob pena de não se conhecer do recurso. 
	Constituindo o recurso um direito, impõe-se ao recorrente, não só atender a todos os pressupostos exigidos para o exercício do direito, mas também comprová-los.
	 Assim, por exemplo, sendo a tempestividade um pressuposto recursal, cabe à parte, não apenas interpor o recurso no prazo, mas também provar que observou o prazo. Na dúvida da tempestividade, não se deve conhecer do recurso. Não se pode assegurar um direito se houver dúvida quanto à sua existência, pois, ao admitir-se o recurso, em tal caso, estar-se-ía correndo o risco de ferir o direito à imutabilidade da decisão judicial, já transitada em julgado, que se deve assegurar aos participantes do processo que obtiveram uma decisão favorável.
		
	Apenas a parte vencida que tem direito ao reexame do ato judicial.
	NELSON NERY JÚNIOR procura definir o recurso em sentido amplo, dizendo-o remédio processual que a lei coloca à disposição das partes, do Ministério Público ou de um terceiro, a fim de que a decisão judicial possa ser submetida a novo julgamento, por órgão hierarquicamente superior.�
	Coaduna-se o conceito, quanto à legitimidade do recorrente, ao disposto no art. 499 do diploma processual vigente. 
 Contudo, para o efeito de definir o remédio processual, basta que se diga que é um direito do vencido. Todo aquele que, de alguma forma, vier a sofrer algum prejuízo, gravame ou lesividade, em decorrência do ato judicial, é vencido.
	 A existência de gravame - como veremos a seguir ao analisar os pressupostos recursais - é condição de exercício do direito de recorrer. Destarte, indispensável que a parte, o Ministério Público ou o terceiro sofram lesividade, incluindo-se, pois, todos na expressão vencido.
	O recurso assegura o direito à revisão do ato judicial desfavorável. Através da ação se busca a tutela jurisdicional. Através do recurso se persegue a modificação da decisão judicial contrária aos interesses do recorrente.
	Sabido que, em razão do direito de ação, se assegura ao autor um pronunciamento	do juiz, que o fará através da sentença. Todavia, não terá o autor direito a uma sentença favorável. Terá apenas pretensão ao reconhecimento de seu direito material.
	De igual modo, preenchendo os pressupostos para o exercício do direito de recorrer, garante-se ao vencido o reexame do ato judicial, pelo mesmo grau ou por grau de jurisdição hierarquicamente superior. Também aqui o recorrente terá apenas uma pretensão à procedência do recurso e à modificação do ato recorrido.
	 A revisão do ato judicial, em certos casos, é realizada pela mesma autoridade que o praticou e, em outros, por autoridade hierarquicamente superior.
	 Em princípio, a revisão deve realizar-se por juízo ou órgão jurisdicional de maior hierarquia. Contudo, as legislações, por vezes, limitam o recurso a grau único conforme já expusemos acima.
	Como já dissemos acima, quanto aos atos de juízos singulares, o art. 839 do Código de Processo Civil de l939 restringia o direito de recurso nas causas de valor não superior a dois salários mínimos. Cabível em tais demandas era apenas o recurso de embargos infringentes do julgado, dirigidos ao juiz prolator da sentença, que era revisor de suas próprias sentenças.
	Abolido tal recurso pelo Código de Processo Civil de 1973, revigoraram-no as Leis nº 6.825 e 6.830, ambas de 22 de setembro de 1980. Visando a reduzir a sobrecarga do antigo Tribunal Federal de Recursos - competente para o julgamento das apelações contra sentenças proferidas em causas federais - optou o legislador da época por negar o direito de apelação nas ações, cujo valor da causa não fosse superior a 50 ORTNs, limitando o recurso apenas a embargos infringentes do julgado. 
 A primeira dessas leis já foi revogada. A segunda ainda mantém a regra.
 
	Exceção ao duplo grau existe também nos tribunais, quando por vezes o recurso é decidido pelo mesmo órgão, como nos embargos infringentes quando não unânime o julgamento realizado pelo pleno do Supremo Tribunal Federal (RISTF, art. 333) e nos embargos infringentes em apelação ou ação rescisória, decididas de forma divergente ( CPC, art. 530 ). Embora o recurso seja julgado por órgão hierarquicamente superior, dele participam os integrantes do juízo recorrido.
	b) Atos judiciais.
	Afirmamos que o recurso é direito de reexame do ato judicial. Todavia, nem todos os atos judiciais são recorríveis. Convém, por isso, que, desde logo, se classifiquem e se examinem os atos processuais praticados pelo juiz singular e pelos tribunais.
	Sustenta HUMBERTO TEODORO JÚNIOR que, conforme a natureza do processo - de cognição ou de execução - os atos do juiz podem ser divididos em atos decisórios propriamente ditos e atos executivos. Quando, porém, se faz a confrontação dos atos do juiz com os das partes, são, regra geral, provisões, ordens, determinações e decisões em sentido lato.�
		
	O Código de Processo Civil vigente, ao contrário do anterior, buscou, art. 162, classificar e definir os atos do juiz singular, visando a uma melhor compreensão do sistema recursal.
	Não tratou de classificar os atos praticados pelos tribunais. Limitou-se, no art. 163, a estabelecer que recebe a denominação de acórdão o julgamento proferido pelos tribunais. Olvidou-se o legislador que nem todos os atos recorríveis praticados pelos tribunais são um julgamento que mereça o nome de acórdão. Cada vez mais, atribui-se competência ao relator para exercer juízo de admissibilidade, conceder efeito suspensivo ou antecipar a tutela. Tais atos também são impugnáveis via recursal, conforme veremos ao examinar os recursos em espécie.
	Partindo da expressão genérica pronunciamentos judiciais, apresenta BARBOSA MOREIRA� a seguinte classificação: Do Juiz singular : sentença definitiva e terminantiva; interlocutórias e despachos. Dos tribunais : acórdãos. 
	De fato, adotou o nosso código tal classificação, dizendo que os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. (CPC. art. 162)
	Sentença – segundo a redação inicial do CPC – era o ato pelo qual o juiz põe termo ao processo, decidindo ou não o mérito da causa (art. 162,§1º).
 A partir da Lei 11.232/2005,a sentença passou a ser “o ato que implica alguma das situações previstas nos art. 267 e 269 desta lei.”
 Já o art. 269, que sofreu alteração pela mesma lei, passou a ter a seguinte redação: “ Haverá resolução de mérito...” Não mais faz referência a “extinção do processo”. 
 Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente (art. 162,§ 2º); são despachos todos os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma (art. 162,§ 3º).
	 A enumeração dos atos judiciais não é completa, pois foram esquecidos outros atos do juiz na condução do processo, tais como tentar conciliar as partes (art. 125, IV), presidir a audiência, inquirir partes e testemunhas, proceder a inspeção judicial etc.
	 Percebe-se, pois, que, na conceituação dos atos, teve o legislador por objetivo conciliá-la ao sistema recursal e a facilitar a interposição do recurso adequado. Na vigência do CPC de 1939, à falta de uma eficiente classificação e definição dos atos judiciais e de uma adequada previsão recursal, infindáveis eram as divergências a respeito do cabimento deste ou daquele recurso contra determinadas decisões judiciais.
	 Recorda SERGIO SAHIONE FADEL que as dúvidas na interposição, principalmente dos agravos de instrumento, de petição e no auto do processo, se deviam a uma omissão do sistema legislativo, que não esclarecia suficientemente o alcance dos atos do juiz.�
		
	 O Código atual, tendo definido os atos do juiz, estabeleceu, na sua redação original, que da sentença caberá apelação (art.513); contra despachos de mero expediente não cabe recurso( art. 504) e das demais decisões preferidas no processo caberá agravo (art. 522).
	 A recente Lei nº 9.139/95, ao introduzir nova sistemática ao agravo, modificou o art. 522, para fazer constar que das decisões interlocutórias caberá agravo.
 Enquanto isso, a Lei 11232/05 suprimiu – do art. 504 – a expressão “de mero expediente”. 
 Assim, a redação atual do art. 504 passou a ser: “ dos despachos não cabe recurso”.
	 Finalmente corrigiu –se também a dissintonia entre o art. 162 e o art. 504 do CPC. 
 O art. 162 define os atos do juiz como sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
	Assim, excetuadas as decisões interlocutórias e as sentenças, todos os demais atos do juiz são despachos e contra eles não cabe recurso. Logo, não há qualquer razão para a utilização do qualificativo de mero expediente, se todos os despachos são de mero expediente. 
	Contudo, ainda uma imprecisão ficou no texto legal, isto é, quanto à definição da decisão interlocutória que, segundo o art. 162 § 2º, é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente. Nem todas as decisões proferidas no curso do processo resolvem incidente processual.
	Aliás, tal ficara implícito pela antiga redação do art. 522 do CPC que, ao invés de estatuir que o agravo é cabível contra decisões interlocutórias, dissera cabível tal recurso contra as demais decisões.
	Examinaremos a seguir cada um dos atos do juiz.
	Sentença, por definição legal, é ato o do juiz praticado na forma dos artigos 267 e 269 do código. Pelo primeiro, extingue-se o processo sem exame de mérito; pelo segundo apenas se resolve o mérito, sem extinguir o processo, pois sua execução será uma continuação do processo de conhecimento. Não mais se poderá dizer, como adverte BARBOSA MOREIRA, que põe fim ao procedimento de primeiro grau.�
	Sempre que o juiz decide fundado nos elencos dos art. 267 e 269 do código, estará sentenciando. Para os fins do disposto no art. 513, pouco importa que o faça decidindo ou não o mérito, pois, em todas as situações, cabível é o recurso de apelação.
	Não se confunda, porém, extinção do processo com extinção da relação processual. Por processo se há de entender o instrumento da jurisdição, acrescentando PONTES DE MIRANDA que sua finalidade é realizar o direito objetivo�
	Processo – já temos afirmado em outra oportunidade – é o instrumento necessário para a prestação jurisdicional. É o conjunto de atos jurídico-processuais que visam a um efeito jurídico final. Estes atos se realizam de modos diversos, tendo em vista a espécie de direito material a ser realizado. São diversos os procedimentos destinados a desenvolver o processo e prestar a jurisdição.�
	Já a relação jurídico processual se estabelece entre as partes e o juiz, pelo menos para aqueles que seguem a teoria da relação triangular, desenvolvida por OSCAR BÜLLOW.
	Na ação seguida de reconvenção, por exemplo, há duas ações, em que, na primeira, o autor é sujeito ativo da relação jurídico processual e, na segunda, sujeito passivo. Não será sentença o ato que indeferir a reconvenção e determinar o prosseguimento da ação. Não houve extinção do processo, mas apenas de uma relação processual.
	Também não será sentença o pronunciamento que decidir um incidente processado em apenso, pois também aqui o processo – ao qual pertence o incidente – prosseguirá incólume.
	Decisão interlocutória, conforme conceituado pelo código, é o ato através do qual o juiz resolve incidente do processo.	Considerando que o recurso cabível contra todas as decisões interlocutórias é o agravo, perde interesse a outrora distinção feita entre interlocutórias simples e interlocutórias mistas.
	Contudo, apesar da tentativa de correção ensaiada pela Lei nº 9.9139, de 30 de novembro de 1995, estatuindo que contra as decisões interlocutórias cabe agravo, remanesceu a imprecisão, pois nem todos os atos impugnáveis através de agravo constituem decisões interlocutórias no sentido de resolverem incidente de processo.
	Constituem incidente processual, por exemplo, as impugnações ao valor da causa e à concessão do benefício da assistência judiciária gratuita, as exceções de incompetência e suspeição, a contradita de testemunha e o incidente de falsidade. Este, aliás, consoante admite o art. 395 do código, por vezes, será decidido através de sentença, quando resolvido por ocasião do julgamento da causa.
	Embora a lei não defina em que consistiriam os incidentes no processo, é fácil concluir que a questão a ser resolvida será incidente, tanto porque incide, quanto porque refoge à normalidade.
	Nem assim se poderia afirmar que, ao deferir determinada prova, estaria o juiz a resolver incidente no processo. Menos ainda quando, ao despachar a inicial, determina a citação do réu e silencia quanto ao pedido de antecipação de tutela inaudita altera pars.
	É fora de dúvida que, nesta última hipótese, o ato judicial deixou de ser mero ato ordinatório e, portanto, de expediente, pois causará gravame ao autor.
	BARBOSA MOREIRA, ao comentar o art. 522 do CPC, ainda antes da reforma introduzida pela Lei nº 9.139/95, afirmava incabível o recurso de agravo contra pronunciamentos sem conteúdo decisório, sendo critério decisivo o da natureza do pronunciamento e não o da denominação legal. Admite que alguns ‘despachos’ têm conteúdo decisório.�
	Assim realmente é. Vários atos do juiz, embora aparentemente sejam despachos de mero expediente, em verdade, não o são porque algo decidem e impõem lesividade às partes, sem, contudo, resolver qualquer incidente.
	Despachos, na conceituação do art. 162, § 3º, do código, são os demais atos praticados no processo, de ofício ou a requerimento das partes.
	Salienta NELSON NERY JÚNIOR, invocando FORMACIARI JÚNIOR (Correição Parcial, RP pg. 352) que há uma parcela da Doutrina que admite a existência dos despachos de não de mero expediente, como sendo aqueles que impulsionam o processo, neles havendo um conteúdo decisório, parecendo-lhe, contudo, irrelevante distinguir.�
	A nosso ver, em face da imprecisa definição de decisão interlocutória e, em especial, em face da expressãoutilizada pelo art. 504 do CPC e da antiga redação do art. 522, ainda se justifica a distinção, no mínimo para evitar perplexidades quando o despacho, embora pareça de mero expediente, em realidade, contém decisão.
	Serão despachos de mero expediente quando o juiz nada decide, mas apenas impulsiona o processo. Age burocraticamente, dando andamento ao processo, ordenando prática de atos indispensáveis para o seu desenvolvimento, sem que tais ordens tenham qualquer reflexo na solução final da demanda.
	É despacho a determinação de citação do réu por indispensável para a instauração da relação processual e, por isso, pressuposto de validade. Contudo, se o autor requerer, por exemplo, no processo cautelar, o provimento de modo antecipado, inaudita altera pars, para que o réu não venha a frustrar a medida, caso tome conhecimento do processo, o simples mandar citar o réu deixa de caracterizar despacho de mero expediente. Trará prejuízo ao autor e, por isso, atacável via recurso.
	Também não será despacho de mero expediente aquele que, ignorando requerimento de prova pericial, designar audiência de instrução e julgamento. Nem o será o despacho que designar audiência para data longínqua, sem que haja motivos para tanto. Em face do gravame manifesto, poderá ser revisado através de recurso ou até mesmo via correição parcial.
	Antes da vigência da Lei nº 9.139/95, era possível denominar como “ outras decisões”, já que o art. 522, como visto, permitia o recurso de agravo contra as demais decisões proferidas no processo.
	Se todas as decisões agraváveis fossem interlocutórias, no mínimo teria havido má técnica legislativa no usar o gênero decisão e não a espécie decisão interlocutória.
	Contudo, em face da redação atual, são decisões interlocutórias todas as decisões judiciais proferidas por juiz singular, exceto as sentenças.
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	III - PRINCÍPIOS GERAIS DOS RECURSOS
	
	a) Introdução. b) Princípios. Taxatividade. Singularidade. Adequação. Dispositivo (voluntariedade). Vedação da reformatio in pejus.
	a) Introdução. Preferimos, ao contrário da grande maioria dos processualistas, distinguir entre princípios gerais dos recursos e pressupostos de admissibilidade.
	Os princípios, conforme lembra NELSON NÉRY JUNIOR, segundo doutrina do século passado, se dividem em informativos e fundamentais.�
	 Os primeiros são considerados quase dogmas, pois não exigem maiores demonstrações e se fundam em critérios estritamente técnicos e lógicos, sem atentar para o aspecto político.
	 Enquanto isso, cada sistema jurídico poderá adotar ou não este ou aquele princípio fundamental, consoante critério político e ideológico.
	Quando tratamos de princípios gerais de recursos, temos em vista aqueles princípios fundamentais que foram, em maior ou menor amplitude, adotados pelo sistema recursal pátrio.
	De outro passo, pressuposto de admissibilidade do recurso é o requisito, sem o qual inexiste direito de reexame.
	Não incluímos o princípio do duplo exame entre os princípios fundamentais, pois que tal princípio antecede o próprio direito ao recurso. Não constitui, portanto, princípio informativo, nem fundamental a ser adotado ou não pelo direito recursal positivado.
	
	b) Princípios.
	1º - Princípio da taxatividade. Também denominado de pressuposto da recorribilidade, significa que somente caberá recurso se expressamente previsto na lei. Sob outra ótica, é a qualidade que têm certos atos judiciais de admitirem recurso. Tratando-se de princípio, não se deve admitir recurso não previsto em lei (taxatividade) de tal sorte que as partes não podem criar recurso para atacar os atos judiciais. 
	Já analisamos os atos judiciais, tal como definidos em lei. Disciplinando os recursos cabíveis contra atos do juízo de primeiro grau, admite-se apelação contra sentença ( art. 513 do CPC) e agravo contra decisão interlocutória.( art. 522). Contra os despachos não cabe recurso.
	Destarte, não prevendo a lei recurso contra despacho e, ao contrário, vedando-o, não poderá a parte impugná-lo via recurso, pois não recorrível.
	Evidentemente, mesmo não possibilitado o recurso, não se afasta a utilização, pelo prejudicado, de instrumentos sucedâneos dos recursos, tais como o remédio da correição parcial, a ação de mandado de segurança e até mesmo o habeas-corpus. 
 Se o despacho for praticado com abuso de poder, como, por exemplo, o juiz, ao pautar a audiência, retardar injustificadamente a tramitação do feito, designando a solenidade para data remotíssima, cabível a correição parcial, autorizada, pelos códigos de organização judiciária.( Ver COJE/RS art. 195).
	 Se o ato não recorrível vier a lesar direito líquido e certo das partes ou de terceiros, cabível mandado de segurança, consoante dispõe o art. 2º da Lei nº 1.533/51
	2º- Princípio da singularidade.
	Também denominado de pressuposto da uni-recorribilidade, consiste na impossibilidade de interposição simultânea de recursos contra uma mesma decisão judicial.�
	O Código de Processo Civil de 1939, em seu art. 809, continha norma semelhante ao do Regulamento nº 737, de 25/11/1850, que, em seu art. 434, dispunha que “ não é lícito às partes usar ao mesmo tempo de dois recursos contra a mesma decisão, mas poderão variar de recurso dentro do prazo legal.”
		
	Refere HERRMANN HOMEM DE CARVALHO ROENICK, em sua obra sobre recursos, que singularidade significa que só se pode utilizar um único recurso cada vez, vedada a possibilidade de se interpor, contra a mesma decisão, simultaneamente, mais de um recurso.�
	Contudo, o princípio da singularidade se encontra muito relativizado no sistema recursal brasileiro. Alguns autores vêem na possibilidade de interposição de embargos de declaração e em seguida outro recurso contra a mesma decisão judicial uma quebra do princípio. Não vemos, porém, em tal possibilidade uma exceção ao princípio. Os embargos têm mero escopo de clarificar ou complementar a decisão, enquanto o recurso seguinte, embora impugnativo do mesmo ato judicial, visa a reformá-lo. Além disso, trata-se de recursos sucessivos e não simultâneos.
	Também não constituía exceção o disposto no art. 498 do Código de Processo Civil, antes de alterado pela Lei nº 8.038/90. Exigia-se a interposição simultânea de embargos infringentes e recurso extraordinário quando, em parte, não fosse unânime acórdão proferido em apelação ou em ação rescisória. Atualmente, com a nova redação do art. 498 do CPC, ainda se exige que seja interposto o recurso de embargos contra a parte não unânime e recurso especial e/ou extraordinário contra a parte unânime.
	Não há quebra do princípio quando se interpõem põem simultaneamente os embargos e o especial ou extraordinário, pois destinam-se a provocar o reexame de partes distintas do acórdão, vale dizer, decisões diversas.
	O mesmo, no entanto, não se pode afirmar da simultaneidade de interposição do recurso extraordinário propriamente dito e do recurso especial. Criou a Constituição Federal de 1988 um segundo recurso de categoria extraordinária – o recurso especial – da competência do Superior Tribunal Federal (art. 105, II, da C. Federal) e que absorveu algumas das hipóteses de cabimento do recurso extremo previstas no art. 119 da constituição revogada, conforme veremos quando do estudo dos recursos em espécie.
	A Lei nº 8.038, de 28 de maio de 199 – que instituiu normas procedimentais perante do Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal – autorizou, em seu art. 26, a interposição simultânea do recurso especial e do extraordinário, em prazo comum de 15 dias, embora em petições apartadas, dirigidas cada qual ao tribunal competente.
	Mais tarde, a Lei nº 8.950, de 13.12.94 reformulou o Título X do CPC (Dos Recursos) e repristinou o art. 541, com redação semelhante à da Lei nº 8.038/90, mantendo a interposição simultânea de ambos os recursos.
	Determinando a norma legalque o recurso extraordinário e o especial serão interpostos ao mesmo tempo, flagrantemente excepcionou o princípio da singularidade, eis que previu a simultaneidade, visando a impugnar uma única decisão, embora através de fundamentos diversos, ou seja, exigindo fundamento constitucional para o extraordinário propriamente dito e infraconstitucional para o extraordinário especial.
	3º - Princípio da adequação.
	Além de ser o ato judicial recorrível, é de se exigir que o recorrente se valha daquele recurso previsto em lei. Deve o recurso ser o correto, vedado o conhecimento do recurso inadequado.
	O CPC de 1939 não consagrou tal princípio. Pelo contrário, admitiu a fungibilidade recursal, pois, em seu art. 810, estatuía que “salvo a hipótese de má-fé ou erro grosseiro, a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso por outro...” 
	Além da inexistência de má-fé e de erro grosseiro, exigia ainda a observância do prazo do recurso adequado quando diverso o prazo deste. Assim, por exemplo, se o recorrente intentasse tempestivamente recurso de agravo, cujo prazo atual é de dez dias, admitia-se o conhecimento da inconformidade como apelação, pois observado também o prazo deste último recurso, que é de quinze dias.
	Por outro lado, se interposto o recurso de apelação, somente poderia ser conhecido como agravo se protocolado no prazo deste último recurso.
	Na dúvida a respeito de qual o recurso a ser utilizado, o recorrente deveria protocolá-lo no menor prazo, afastando o risco da intempestividade.
	Em face do confuso sistema recursal do CPC de 1939, havia infinitas divergências doutrinárias e jurisprudenciais a respeito de qual o recurso cabível em várias situações. Havendo divergência até nos pretórios, em geral não se poderia qualificar o erro como grosseiro.
	Assinala SERGIO BERMUDES� que se consagrou o princípio publicístico do processo, de que não se pode sacrificar o conteúdo pela forma. 
	ALFREDO BUZAID, na condição de autor do anteprojeto e de Ministro da Justiça, destaca na Exposição de Motivos que o Código de 1939 “consagrou, nesse preceito legal, a teoria do recurso indiferente (Sowols-auch-Theorie),como ensinam os autos alemães” �
	Não havendo prejuízo e atingindo o ato, na forma em que foi praticado, sua finalidade, não haveria razão para não se conhecer do recurso.
	Define o Código Civil, como bens fungíveis os que podem substituir-se por outros de mesma espécie, qualidade e quantidade.�
	Vigente o Código de 1973, passaram os doutrinadores a sustentar a regra da adequação, pois teria o legislador, ao não repetir a norma do art. 810 do CPC anterior, adotado o princípio da fungibilidade. 
	Esta também é a conclusão que se extrai da Exposição de Motivos quando salientou que o projeto simplifica o sistema de recursos.�
	Tal conclusão inicial tinha suas razões: ao contrário do diploma revogado, o atual definiu os atos do juiz e simplificou os recursos. O art. 162 do CPC classificou os atos do juiz em sentenças, decisões interlocutórias e despachos e definiu cada um deles. Ao mesmo tempo, dispôs no art. 513 que “da sentença caberá apelação”; no artigo 504 que “dos despachos de mero expediente não caberá recurso” e, ainda, no art. 522, que das demais decisões caberá agravo. Diante de tanta precisão e singeleza, qualquer equívoco na escolha do recurso importaria em erro grosseiro.
	A experiência forense, todavia, desde cedo obrigou os tribunais a recorrerem ao preceito revogado e a conhecer amiúde de recursos inadequados, desde que observado o prazo do recurso adequado, não existisse má-fé, nem erro grosseiro na interposição.
	Como estes dois últimos pressupostos se revestem de exemplar subjetividade e, por isso, de difícil comprovação, exigem os pretórios a rigor apenas o pressuposto da tempestividade. 
	Destarte, é correto afirmar-se que, ao contrário do diploma processual civil revogado, o atual exige a adequação do recurso, eis que não consagrou o princípio da fungibilidade. Já os tribunais de forma reiterada e, muitas vezes, excessivamente benevolente, conhecem de recursos inadequados, desde que observada a tempestividade. Excepcionalmente deixam de aplicar o princípio da fungibilidade em razão de erro grosseiro.
	A Sétima Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, em processo de que fomos relator, deixou de conhecer de apelação como agravo, apesar de interposta no prazo deste último recurso, que era o adequado. Ocorre que o Estado, contra decisões que homologavam cálculo em processo de inventário e partilha, intentava sistematicamente recurso de apelação, no prazo do agravo, sustentando sua adequação. Também sistematicamente as câmaras especializadas decidiam ser adequado o recurso de agravo e assim conheciam do recurso. A reiteração, contrariando jurisprudência da corte recursal, foi interpretada como erro grosseiro, visualizando-se, quiçá, má-fé. Assim o recurso não foi conhecido.
	A rigor, após mais de vinte anos de vigência do atual diploma adjetivo, poucas são as hipóteses em que se poderia confundir o recurso cabível. Cingem-se a casos em que o juiz extingue a relação processual, mas não extingue o processo, como, por exemplo, ao indeferir interlocutoriamente a reconvenção. Existem também algumas imprecisões do próprio legislador, quando se utiliza da palavra ‘decisão - que é gênero - para designar a sentença, que é espécie de decisão. 
	A art. 395 utiliza a expressão ‘sentença que resolve o incidente’. Ora o ato que resolve incidente é decisão interlocutória. Logo, haveria erro no utilizar o código a palavra ‘sentença’. Sucede que o incidente de falsidade tanto poderá ser resolvido através de decisão interlocutória, quando processado em autos apartados (art. 393), como poderá ser decidido na própria sentença que julgar a ação principal. Assim, cabível a apelação quando decidido o incidente na mesma sentença que extinguir o feito; cabível o agravo quando decidido em autos apartados.
		
	4º - Princípio dispositivo.
	Ao disciplinar a jurisdição o Código de Processo Civil adotou o princípio dispositivo ou da inércia oficial, estatuindo, em seu art. 2º que “nenhum juiz prestará jurisdição senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais.”
	A iniciativa do desencadeamento do processo é da parte.
	Lembra JOSÉ DE ALBUQUERQUE ROCHA que a inércia inicial da jurisdição está ligada ao problema da imparcialidade do juiz. O juiz não deve tomar a iniciativa do processo porque isto pode comprometer a sua imparcialidade. E, como a imparcialidade deriva da própria finalidade da jurisdição, que é restabelecer a ordem jurídica violada, a inércia também se relaciona com a finalidade da função jurisdicional. �
	Denominando o princípio como o da voluntariedade, adverte NELSON NÉRY JÚNIOR que a insatisfação, geradora da vontade de recorrer, nada mais é do que uma manifestação do princípio dispositivo na fase recursal, razão pela qual se aplica aos recursos o princípio ne proccedat judex ex officio.�
	O recurso sempre será ato de vontade daquele que, tendo sofrido lesividade em virtude de ato judicial, com ele não se conforma. Seria admissível que o juiz viesse a tomar a iniciativa recursal. Recurso pressupõe inconformidade decorrente de interesse contrariado. É comezinho que não poderia estar o juiz inconformado com ato por ele praticado, mesmo porque nenhum interesse seu foi contrariado.
	Com razão os doutrinadores opuseram críticas à expressão “ recurso ex officio”, utilizada pela código de processo civil anterior quando disciplinou o obrigatório reexame em duplo grau de sentença proferida em algumas ações de estado e outras que envolvessem interesse público.
	O atual código, em seu art. 475, omitiu o equivocado termo. Limitou-se a dizer que tais sentenças estão sujeitas ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmadas pelo tribunal.Contudo, a Lei nº 6.825/80 - que já referimos ao analisar o duplo grau ( ver Capítulo I, letras c) - voltou a utilizar o termo ‘recurso de ofício’ para as situações de obrigatório reexame em duplo grau.
	
	V - PRESSUPOSTOS RECURSAIS.
	1. Juízo de admissibilidade. 
 2. Pressupostos objetivos intrínsecos e extrínsecos. 
 2. 1. Intrínsecos. 
 2.1.1. Recorribilidade. 
 2.1.2. Sucumbência. 
 2.2. Extrínsecos. 
 2.2.1. tempestividade, 
 2.2.2. inexistência de fato impeditivo ou extintivo. 
 2.2.3. regularidade formal. 
 2.2.4. preparo.
	
	
	3. Pressuposto subjetivo: legitimidade para recorrer.
Juízo de admissibilidade.
	Através do juízo de admissibilidade verifica-se se estão ou não presentes as condições (pressupostos) indispensáveis para a apreciação do mérito do recurso.
	Afirma VICENTE GRECO FILHO que os pressupostos de admissibilidade devem estar presentes para que se produza o efeito de propiciar o exame pelo tribunal da matéria impugnada. Há pressupostos gerais e específicos para cada recurso.�
	
	Observa OVÍDIO ARAUJO BAPTISTA DA SILVA� que todo provimento judicial, desde o mais simples e singelo, importa invariavelmente numa dupla investigação de sua pertinência e legitimidade. Assim, também nos recursos haverá sempre a necessidade de uma investigação prévia, destinada a averiguar se o recurso é possível, numa dada hipótese, e se aquele que o interpôs observou e cumpriu todos os requisitos exigidos por lei para que tal inconformidade merecesse o reexame.
	
	 Aponta BARBOSA MOREIRA, como objeto do juízo de admissibilidade, os requisitos necessários para que se possa legitimamente apreciar o mérito do recurso, dando-lhe ou negando-lhe provimento. � Tais requisitos - continua o processualista - nem sempre coincidem com os do pleno exercício da atividade judicial de primeiro grau. De um lado, compreensivelmente mais rigorosa, quando se trata de provocar novo julgamento, a lei estabelece condições específicas para esse funcionamento suplementar da máquina judiciária. De outro, num sistema como o nosso, não raro o objeto do recurso consubstancia questão resolvida na instância inferior, como preliminar ao juízo de mérito, e relativa, exatamente à presença ou ausência de um pressuposto processual ou de uma condição da ação.�
	O juízo de admissibilidade geralmente será exercido em mais de uma oportunidade. O primeiro juízo, como regra geral, será feito pela autoridade judiciária contra cujo ato se recorre, cabendo a ela receber ou não o recurso. Se o receber, mandará processá-lo e encaminhá-lo ao órgão judiciário competente para julgá-lo. Este tem a atribuição de, antes de mandar processá-lo, exercer o juízo de admissibilidade, recebendo ou não a inconformidade. 
 Da decisão que receber o recurso e determinar seu processamento não caberá recurso; se não o receber, ocorrerá decisão interlocutória e cabível recurso perante a autoridade que seria competente para julgar o recurso inadmitido.
	Assim, o primeiro juízo de admissibilidade da apelação é exercido pelo juiz que proferiu a sentença. A apelação será interposta por petição dirigida ao juiz (art. 514). O primeiro juízo de admissibilidade dos embargos infringentes será exercido por quem tiver sido relator no julgamento não unânime ( art. 532) . Os recursos especial e extraordinário serão interpostos perante o presidente ou vice-presidente do tribunal recorrido (art. 541) que poderá inadmitir o recurso (art. 544). Também outros recursos cabíveis contra decisões de tribunais se submetem previamente ao juízo de admissibilidade do relator, ou seja, do juízo recorrido.
	A partir da vigência de Lei º 9.139/95 - que alterou a sistemática do agravo - apenas este, quando interposto na forma de agravo de instrumento, não se submeterá ao juízo de admissibilidade da autoridade que praticou o ato impugnado. Sendo agora endereçado diretamente ao tribunal competente para julgá-lo, submeter-se a um primeiro juízo de admissibilidade pelo Relator, sorteado para processá-lo.
	O segundo e definitivo juízo de admissibilidade de todos os recursos - que não se vincula ao primeiro - é aquele exercido pelo órgão competente para o julgamento do recurso. Examinará, o órgão, a existência dos pressupostos recursais, inicialmente através o relator. 
	Mercê da redação que a Lei nº 9.139, de 30 de novembro de 1995, emprestou o art. 557, “ o relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível ou improcedente...”.
	Já muito antes da atual redação desse artigo de lei a absoluta maioria dos regimentos internos dos pretórios atribuíam competência ao relator para negar seguimento a recursos manifestamente destituídos dos pressupostos de admissibilidade.
	
	Avançou mais a norma do art. 557 ao autorizar que o relator julgue o recurso manifestamente improcedente, adentrando, portanto, no mérito. 
	
	O RI do STJ, em seu art. 34, XVIII, já adequado à nova ordem legal, confere ao relator poderes para “negar seguimento a pedido ou recurso manifestamente intempestivo, incabível, improcedente, contrário a súmula do Tribunal, ou quando for evidente a incompetência deste.”
	De observar que, na terminologia dos pretórios, o verbo conhecer (não conheceram ) ou ainda negar seguimento diz com o juízo de admissibilidade, enquanto julgar procedente, prover, desprover ou dar provimento, ou ainda, improver, desprover ou negar provimento diz com o exame do mérito.
	Mais ainda avançou a norma do art. 544, § 2º do CPC ao incumbir o relator do julgamento do agravo interposto contra decisão que inadmitir recurso especial ou extraordinário.
2 Pressupostos objetivos. Intrínsecos e extrínsecos.
	Neste item trataremos apenas dos pressupostos genéricos e exigíveis para todos os recursos. Ao examinarmos os recursos em espécie, veremos que cada qual, em maior ou menor grau, demanda pressupostos ou condições específicas.
	Denomina a Doutrina de pressupostos objetivos aqueles atinentes ao recurso em si, enquanto os subjetivos dizem com as exigências que se fazem do recorrente.
	OVÍDIO BAPTISTA DA SILVA� adota classificação diversa, preferindo distinguir entre pressupostos extrínsecos e intrínsecos, à semelhança da distinção que se adota geralmente ao exame dos pressupostos processuais objetivos.� Além disso, destoa de outros doutrinadores, pois coloca a tempestividade, regularidade formal e o preparo entre os pressupostos intrínsecos, quando, na verdade, seriam extrínsecos.	
			
	Admite, porém, o autor que os pressupostos genéricos – exigidos para todos os recursos – também podem ser classificados em objetivos e subjetivos, conforme ensina JOSÉ FREDERICO MARQUES.�
	Também NELSON NERY JUNIOR � e BARBOSA MOREIRA � classificam os pressupostos de admissibilidade em dois grupos, quais sejam, os requisitos intrínsecos (concernentes à própria existência do poder de recorrer) e requisitos extrínsecos (relativos ao modo de exercê-lo).
	Preferimos classificar os pressupostos em objetivos e subjetivos, sendo os primeiros extrínsecos e intrínsecos.
	2.1. Pressupostos objetivos intrínsecos.
	São intrínsecos aqueles pressupostos que dizem com a decisão recorrida, levando-se em consideração o conteúdo e a forma da decisão impugnada.
	2.1.1. Entre eles desponta a recorribilidade, que NELSON NERY JUNIOR � entende ser espécie do gênero cabimento, ao qual pertenceria também a adequação.
	É recorrível o ato judicial quando a lei contra ele possibilita a interposição de recurso. Está prevista, no ordenamento jurídico, a possibilidade de impugnação via recurso.
	Ao pressuposto da previsão legal de cabimento de recurso, ajunta-se a necessidade utilização do recurso adequado, qual seja, aquele previsto como apto a impugnar aquele determinado ato e não outro recurso,embora previsto no sistema recursal. A respeito desta questão reportamo-nos ao item em que analisamos os princípios gerais dos recursos.
	No direito processual brasileiro são impugnáveis, perante o juízo singular, a sentença ( apelação) e a decisão interlocutória ( agravo retido ou de instrumento). Contra despachos de mera expediente não cabe recurso, afirma o art. 504 do CPC de 1973.
	Conforme já esclarecemos quando tratamos dos atos do juiz - a partir da vigência da Lei nº 8.950/94, todo ato judicial que causa gravame, mas não extingue o processo é definido como decisão interlocutória. Logo, somente não cabível recurso contra ato judicial destituído de lesividade. ou seja, os que verdadeiramente constituem despachos de mero expediente.
	2.1.2. Exige-se também, como pressuposto objetivo intrínseco, a sucumbência. É esta apontada por alguns como ligada aos conceitos de utilidade e necessidade, que caracterizam o interesse de recorrer.
	Utiliza-se NELSON NERY JUNIOR de lição de SCHWAB para concluir que há sucumbência quando o conteúdo da parte dispositiva da decisão judicial divirja do que foi requerido pela parte no processo (formal) ou quando, independentemente das pretensões deduzidas pelas partes no processo, a decisão judicial colocar a parte ou o terceiro em situação jurídica pior daquela que tinha antes do processo, isto é, quando a decisão produzir efeitos desfavoráveis à parte ou ao terceiro (material).�
	No dizer de ANTONIO MACEDO DE CAMPOS�, deve-se entender por sucumbência o acontecimento que torna legítima a interposição de um recurso. Em virtude da sucumbência surge o interesse, de natureza instrumental, de que venha a existir outra decisão diversa daquela que foi impugnada, ou, na pior das hipóteses, pelo menos de que a primitiva não subsista. Pode-se afirmar que esse interesse de recorrer, em última análise, é uma faceta do interesse de agir imposto como condição da sentença que aprecia o mérito. Lembra o autor lição de CARNELUTTI � no sentido de que deva existir um conflito entre o conteúdo da sentença e o interesse da parte, dele surgindo a sucumbência.
				
(A seguir trecho extraído da monografia de NADYESDA MERLIN DAMIANI)
1.2.1 Pressupostos Objetivos
Como vimos, anteriormente, os pressupostos objetivos referem-se ao recurso em si, objetivamente considerado. Os autores que cuidam do tema não possuem unidade ao subdividir estes pressupostos. Portanto, faremos uma análise conforme o entendimento da maioria.
Podemos elencar os seguintes pressupostos objetivos: a) sucumbência; b) recorribilidade do ato decisório; c) adequação do recurso; d) singularidade do recurso; e) motivação; f) tempestividade; g) regularidade formal; h) preparo.
O pressuposto fundamental de admissibilidade de qualquer recurso é a sucumbência. A sucumbência é o pressuposto que irá despertar na parte o desejo de recorrer, uma vez que teve interesse próprio contrariado pela decisão proferida no litígio. A parte sucumbente, ao interpor o recurso, está objetivando a impugnação da decisão que lhe foi desfavorável. A Doutrina divide a sucumbência em: múltipla, recíproca, total, parcial, direta e reflexa. A sucumbência múltipla ocorre quando existe litisconsórcio, ou seja, mais de uma parte do mesmo pólo da ação sofrem o gravame da decisão. Quanto à sucumbência recíproca, é aquela que a decisão afetou simultaneamente os interesses das duas partes que litigam, de forma negativa. Ambos perderam algo que buscavam, por isso surge o interesse das duas partes em recorrer. Trata-se de sucumbência total quando o réu vê a pretensão do autor sendo julgada totalmente procedente e o autor se torna sucumbente total quando o direito é declarado totalmente improcedente. Assim, a sucumbência parcial ocorrerá quando a ação for julgada parcialmente procedente. Por fim, existe a sucumbência direta ou reflexa, a primeira acontece quando o vencido é parte no processo e a segunda quando prejudica o interesse de um terceiro, estranho à relação jurídico-processual. 
Importante trazer à colação os ensinamentos de Vicente Greco Filho�:
Como se vê, para fins de recurso, a sucumbência tem um significado bastante amplo, não existindo nenhuma análise externa sobre o direito que cada parte tenha, mas simplesmente uma relação desfavorável entre o que podia ser obtido e o que foi decidido. A sucumbência, pois, decorre do desentendimento de uma expectativa juridicamente possível. 
O que provoca a sucumbência, porém, não são os argumentos ou a fundamentação da decisão, mas sim o seu dispositivo, a parte decisória propriamente dita. Assim, se uma ação ou uma defesa tem mais de um fundamento e o juiz acolhe apenas um deles, mas que considera bastante para a procedência integral, não é porque repeliu o outro que a parte vencedora vem a ser sucumbente. Desde que o pedido tenha sido integralmente acolhido, a fundamentação não causa sucumbência.
O próximo pressuposto objetivo a ser estudado é a recorribilidade do ato decisório. A lei determina que apenas os atos com conteúdo decisório são passíveis de interposição de recurso. Entre eles estão: sentenças, definitivas ou terminativas, as decisões dos juízes de primeiro grau, os acórdãos proferidos em apelação ou em ação rescisória, a decisão do relator indeferindo embargos infringentes. Os acórdãos e as sentenças de primeiro grau aceitam a interposição de embargos de declaração.
Nota-se que os despachos de mero expediente não estão ao alcance do sistema recursal (art. 504 do CPC), pois não possuem carga decisória que possa gerar gravame para qualquer uma das partes. Apenas são atos do juiz que objetivam impulsionar o processo. 
Antônio Macedo de Campos� melhor estabelece a definição de decisões ao citar Sérgio Fadel, em sua obra:
[...] as decisões pressupõem pronunciamento judicial que resolve divergência entre as partes, ou, ao menos, uma disputa com vistas a conquistar uma posição no processo, que coloque uma delas em posição de superioridade frente à outra. Quando há decisão, normalmente tem-se a idéia de que uma parte sucumbiu à outra, em qualquer questão discutida incidentalmente no curso da causa.
A lei prevê um recurso próprio para cada espécie de decisão. Por isso, a adequação consiste em um dos pressupostos objetivos. Ao se interpor um recurso, é necessário que ele seja cabível e previsto no sistema processual brasileiro e ainda deve ser o recurso correto para impugnar a decisão que gerou gravame à parte.
O princípio que deve ser mencionado, nesse requisito objetivo, é o da fungibilidade. Tal princípio não foi recepcionado expressamente pelo Código de Processo Civil vigente. Contudo, os tribunais ainda procedem a sua aplicação. Pode-se conceituá-lo como o princípio que admite a interposição do recurso inadequado como se fosse o correto, desde que o mesmo não reflita erro grosseiro ou represente má-fé do recorrente. Esse recurso interposto de forma errônea deve também atingir seu objetivo e ser tempestivo para que não tenha sua nulidade decretada.
A singularidade do recurso também constitui um dos requisitos para interpor recurso. Esse pressuposto tem como base o princípio da unirrecorribilidade, que determina, em linhas gerais, a “proibição de interposição simultânea de mais de um recurso”.� Embora não esteja expressamente previsto no atual sistema recursal brasileiro, ele é mantido através das praxes exercidas nos tribunais. Ao definir essa norma, tem-se que só existe um recurso para cada decisão e compete à parte recorrente optar pelo recurso correto, uma vez que não é possível interpor-se dois recursos simultaneamente (salvo a hipótese do art. 498 do CPC) para a mesma decisão.
Nesse sentido, o mestre Antônio Macedo de Campos� dispõe:
Sob a égide do diploma processual anterior, a matéria encontrava-se perfeitamente disciplinada no art. 809 e mesmo o Regulamento 737, de 25.11.1850, em seu art. 434, dispunha que “não é lícito às partes usar, ao mesmo tempo, de dois recursos contra a mesma decisão, mas poderão variarde recurso dentro do prazo legal”. [...] o atual código não repetiu a norma, mas esta ficou no contexto geral de toda a matéria sobre recurso. O princípio da singularidade do recurso ainda existe, pois foi tacitamente conservado.
No mundo jurídico, para toda manifestação, é preciso que exista um pedido, uma razão de ser. Nesse entendimento, surge a motivação como um dos requisitos essenciais para se pleitear a reforma de uma decisão através de recurso, pois, sem esse requisito, o pedido será considerado inepto. 
A fundamentação das decisões judiciais é requisito constitucional de validade do ato, sob pena de nulidade. Dessa forma, a motivação é preceito consagrado nos ramos do direito, haja vista que “é essencial para o esclarecimento do conteúdo do pedido de reforma, para a delimitação, inclusive, da pretensão recursal. O pedido é a própria essência do recurso, porque nele está contida a pretensão de modificação”.�
Referente a esse pressuposto, Humberto Theodoro Júnior� expõe com clareza aspectos importantes para a sua análise:
É que sem explicar os motivos da impugnação, o Tribunal não tem sobre o que decidir e a parte contrária não terá de que se defender. Por isso, é que todo o pedido, seja inicial ou recursal, é sempre apreciado, discutido e solucionado a partir da causa de pedir (isto é, de sua motivação).
Quanto à tempestividade, o prazo para recorrer é peremptório, insuscetível de prorrogação ou de dilação convencionada pelas partes. Por ser improrrogável, findo o prazo, preclui o direito, e a decisão transitará em julgado. Cabe ao recorrente fazer prova da tempestividade do recurso que está interpondo.
O Código de Processo Civil, entretanto, admite duas possibilidades: a interrupção e a suspensão do prazo recursal. Há suspensão quando a fluência do prazo cessa temporariamente sem prejuízo do lapso já decorrido, sendo todas as hipóteses previstas em lei e, ocorre a sua interrupção, quando o prazo começa a correr novamente de onde parou, conforme regula o art. 507 do CPC. 
O termo inicial da contagem do prazo é data em que a parte for intimada da decisão, da sentença ou do acórdão contra o qual pretenda recorrer (art. 506 do CPC). Cada espécie de recurso tem um prazo próprio que é idêntico e comum para ambas as partes.
Faz-se necessário, ainda, que seja respeitada a regularidade em sua forma e seu procedimento, para que o recurso seja conhecido. Ao interpô-lo, deve-se obedecer a determinados preceitos de forma que variam de uma espécie recursal para outra. 
Antônio Macedo de Campos� trata da questão como se fosse uma dupla obediência à “forma” e ao “modus procedendi”. A forma se refere ao “conjunto das solenidades ou dos requisitos exteriores que devem ser observados na celebração dos atos jurídicos, a fim de que adquiram validade”. Já o modus procedendi trata da regularidade em sua tramitação. 
Vicente Greco Filho�, por sua vez, também faz importante esclarecimento do pressuposto em tela:
Entre os requisitos procedimentais estão: a exigência de ser o recurso interposto por petição, contendo motivação e pedido de nova decisão, bem como o pagamento das custas referentes ao recurso, que é o preparo. O meio idôneo de regra para se recorrer, é a petição. Essa petição deve conter o juiz ou tribunal a que é dirigida, o nome das partes, o nome do recurso, os motivos do recurso e o pedido de reforma, anulação, esclarecimento ou integração que se pretende.
Por fim, apresentamos o preparo que também se configura como pressuposto objetivo de admissibilidade do recurso. Trata-se do pagamento prévio de um valor fixado exigido para interpô-lo, conforme preconiza o art. 511 do CPC. Esse valor servirá para custear as despesas processuais que o recurso irá gerar.
Humberto Theodoro Júnior� ensina que:
Consiste o preparo no pagamento, na época certa, das despesas processuais correspondentes ao processamento do recurso interposto que compreenderão, além das custas (quando exigíveis), os gastos do porte de remessa e de retorno se se fizer necessário o deslocamento dos autos (art. 511, caput). 
A falta de pagamento oportuno do preparo determinará o que se chama de deserção, que equivale a uma sanção ao recorrente desidioso. Essa pena consiste no trancamento do recurso, mas, se o preparo for feito a menor, não se decretará a deserção imediata, pois o recorrente será intimado para completá-lo em cinco dias (art. 511, § 2 do CPC). Contudo, assim não o fazendo, ocorrerá então a preclusão do seu direito.
O momento correto para o pagamento dessa importância é antes da interposição do recurso e sua comprovação é imprescindível, uma vez que a jurisprudência dominante entende que o pagamento posterior à interposição, ainda que dentro do prazo recursal, não deve ser aceito. 
Contudo, alguns recursos são dispensados desse pressuposto e algumas entidades estatais também não precisam cumprir esse requisito.
Importa trazer a colação trecho da obra de José Carlos Barbosa Moreira�:
À sanção para a falta de pagamento oportuno dá-se o nome de deserção. Não se confunde essa figura nem com a renúncia ao direito de recorrer, nem com a desistência, que são manifestações de vontade pelas quais se abre mão do exercício do recurso – aquela, anterior, e esta, posterior à interposição. A omissão em preparar a tempo o recurso é causa puramente objetiva de inadmissibilidade, que prescinde de qualquer indagação sobre a vontade do omisso.
1.2.2 Pressupostos Subjetivos
Os pressupostos subjetivos, aos quais o recurso deve obedecer, são: a legitimidade para recorrer e o interesse recursal.
Esses requisitos estão relacionados com a pessoa do recorrente. O Código de Processo Civil Brasileiro, no art. 499, determina que a parte vencida, o Ministério Público e o terceiro prejudicado são considerados legítimos para interpor recurso. Entretanto, a legislação esparsa complementa essa listagem ao dizer que o autor, o réu, o litisconsorte, o assistente, o oponente, o nomeado à autoria, o denunciado da lide, o chamado ao processo e o terceiro embargante também são considerados partes dotadas de capacidade para interpor recurso.
Assim, depreende-se que qualquer parte que sofre a sucumbência, que for prejudicada pelos efeitos diretos ou indiretos da decisão atacada tem legitimidade para recorrer. A parte vencida é o legitimado natural para recorrer. Pode ocorrer que as duas partes litigantes do processo sofram a sucumbência – sucumbência recíproca. Nesse caso, ambas terão legitimidade para recorrer, cada uma na parcela em que restou prejudicada somente e não naqueles pontos em que obtiveram vitória.
Na lição de Humberto Theodoro Júnior�, encontramos as seguintes disposições:
O que justifica o recurso é o prejuízo, ou gravame, que a parte sofreu com a sentença. Só o vencido, destarte, no todo ou em parte, tem interesse para interpor recurso (art. 499). Pode ocorrer sucumbência recíproca: então as partes serão legitimadas para recorrer.
Quanto ao recurso interposto pelo terceiro prejudicado, algumas considerações precisam ser apresentadas. Trata-se de uma das modalidades de intervenção de terceiros no processo. O terceiro interessado é aquele que não participou do processo, contudo, no momento da decisão, teve qualquer prejuízo direto ou indireto ou repercussão reflexa, necessária ou secundária. Exige, a lei que esse prejuízo seja de direito e não de fato, pois o simples prejuízo do terceiro não o legitima a recorrer, somente poderá fazê-lo se demonstrar o prejuízo fundamentado em razões de direito. Nesse ponto, há a necessidade essencial que exista o nexo de interdependência entre as relações jurídicas, isto é, o terceiro deve ser titular de um interesse que tenha ligação com a relação jurídica submetida à apreciação judicial, conforme dispõe o art. 499, § 1º do CPC.
Vicente Greco Filho� faz as seguintes considerações sobre questão:
 O recurso de terceiro prejudicado, portanto, é puro recurso, em que se pode pleitear a nulidade de norma cogente, mas não acrescentarnova lide ou ampliar a primitiva. Ao recorrer, o terceiro não pode pleitear nada para si, porque ação não exerce. O seu pedido se limita à lide primitiva e a pretender a procedência ou improcedência da ação como posta originariamente entre as partes. Desse resultado, positivo ou negativo para as partes, é que decorre o seu benefício, porque sua relação jurídica é dependente da outra. [...] O recurso de terceiro prejudicado, em conclusão, é a forma de intervenção de terceiro em grau de recurso, aliás, uma assistência em grau recursal, porque o pedido será sempre em favor de uma das partes, se de mérito, conservando a natureza do recurso, bem como seus limites.
O Ministério Público também possui legitimidade para recorrer nos processos em que participa como parte ou como fiscal da lei, conforme preconiza o art. 499, § 2º do CPC.
O segundo pressuposto subjetivo é o interesse de recorrer, que pode ser compreendido como a sucumbência, que é a lesividade que a decisão causa a parte. A sucumbência abrange tudo aquilo que a decisão não proporcionou à parte, tornando-a vencida.
Antônio Macedo de Campos ensina com objetividade esse ponto da exposição:
Deve-se entender por “sucumbência” o acontecimento que torna legítima a interposição de um recurso. Em virtude da “sucumbência”, surge o “interesse”, de natureza instrumental, de que venha a existir outra decisão diversa daquela que foi impugnada, ou, na pior das hipóteses, pelo menos de que a primitiva não subsista. Pode se afirmar que esse interesse de recorrer, em última análise, é uma faceta do “interesse de agir”, interposto como condição da sentença que aprecia o mérito.�
Assim, conclui-se a abordagem dos pressupostos recursais, sabendo-se que, uma vez presentes, o tribunal ad quem poderá examinar as razões do recurso, para atribuir-lhe provimento ou não.
1.3 Classificação dos Recursos
Na doutrina atual, não é possível encontrar uma unidade na classificação dos recursos. Muitos estudiosos entendem que tal separação não encontra razões práticas, servindo apenas como uma forma para facilitar a compreensão do tema.
Através de uma síntese extraída dos principais manuais sobre o assunto, podemos classificar os recursos do seguinte modo: a) ordinários ou extraordinários; b) principais e adesivos; c) totais ou parciais. 
Ao serem divididos os recursos em ordinários, considera-se sua fonte, a lei processual. Logo, todas as espécies recursais previstas no art. 496 do CPC. Esses recursos visam à proteção de um direito subjetivo, permitindo que o juízo ad quem tenha “conhecimento da demanda em todos os seus aspectos, fáticos e jurídicos”.� 
Há, ainda, uma subclassificação que se pode fazer acerca desse tipo recursal: recursos comuns e recursos específicos. Os primeiros referem-se aos recursos, cuja sucumbência é condição suficiente para a interposição do recurso, sem esquecer, todavia, que os pressupostos gerais para interposição de qualquer recurso devem estar presentes. Quanto aos recursos específicos, são aqueles que, além dos requisitos gerais, exigem condições peculiares para a sua interposição. Como é o caso do recurso tema do presente trabalho de conclusão de curso, os embargos infringentes que subordinam a sua interposição à condição de que o ato decisório atacado deve ser originado de um órgão colegiado que proferiu decisão não unânime, sob pena de inadmissão. 
Os recursos extraordinários são aqueles que têm previsão na Constituição Federal e têm como finalidade, não só a reforma de uma decisão, mas também a uniformidade de interpretação da legislação federal e das normas contidas na Carta Magna. São recursos que protegem o direito objetivo de forma imediata e apenas mediatamente o direito da parte litigante.
Vicente Greco Filho� faz excelente consideração acerca dos recursos extraordinários:
Os recursos ordinários são previstos no processo comum para a correção de algum prejuízo; os recursos extraordinários, apesar de aplicarem-se também ao processo comum, estão consagrados em nível constitucional e têm por função não apenas a correção do caso concreto, mas também a uniformidade de interpretação da legislação federal e a eficácia e integridade das normas da própria Constituição. Têm estes últimos, portanto, uma função política. Além disso, nos recursos extraordinários, não mais se questiona a matéria de fato, mas apenas de direito. São recursos extraordinários o recurso especial ao Superior Tribunal de Justiça (art. 105, III, da CF), o recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal (art. 102, III, da CF) e os embargos de divergência no STF e no STJ. 
A próxima classificação divide o recurso quanto a sua independência. Em princípio, todos os recursos são independentes e possuem autonomia. O recurso principal ocorre quando a decisão foi favorável parcialmente para os dois litigantes. Nesse caso, ambos recorrem no prazo comum, cada qual impugnando a parte que lhe foi desfavorável.
Contudo, um dos litigantes poderá se abster e, mesmo sendo sucumbente em parte, poderá não recorrer. Surgirá para este a oportunidade de interpor o recurso adesivo que será subordinado ao principal, qual seja o recurso interposto pela outra parte, também sucumbente.
Humberto Theodoro Júnior� assim explica: 
Aplica-se exclusivamente no caso de sucumbência recíproca (art. 500). É comum, em tais circunstâncias, uma das partes conformar-se com a decisão no pressuposto de que igual conduta será observada pelo adversário. Como, no entanto, o recurso é de prazo comum, pode uma delas vir a ser surpreendida por recurso da outra no último instante.
Para obviar tais inconvenientes, admite o Código que o recorrido faça sua adesão ao recurso da parte contrária, após vencido o prazo adequado para o recurso próprio.
José Carlos Babosa Moreira� também esclarece o teor dessa distinção da seguinte forma: 
Se, porém, um dos litigantes houver-se abstido de recorrer no prazo comum, disporá ainda de uma oportunidade para fazê-lo, ao ser intimado do recebimento do recurso interposto pelo adversário, em se tratando de apelação, de embargos infringentes, de recurso especial ou de recurso extraordinário (art. 500, nº II). Em tal hipótese, ao primeiro recurso (interposto no prazo comum) dá-se a denominação de principal; ao segundo, a de adesivo. Este será interponível no mesmo prazo de que dispõe a parte responder o recurso principal (art. 500, nº I, na redação da Lei nº 8.950).
Como o recorrente só se resolveu a interpô-lo à vista de ter sido a decisão (na parte que o favorecia) impugnada pelo adversário, fica o recurso adesivo “subordinado ao recurso principal” (art. 5000, caput, 3ª parte). Isso significa que, para chegar a ser apreciada pelo órgão ad quem a impugnação do recorrente adesivo, não basta que o seu próprio recurso preencha todos os respectivos requisitos de admissibilidade: é necessário, além disso, que também o recurso principal possa conhecer o órgão ad quem. Se o recorrente principal desistir do seu recurso, caducará o adesivo; se o recurso principal for julgado deserto ou, por outra razão, inadmissível, tampouco de conhecerá do adesivo (art. 500, nº III).
No que se refere à extensão dos recursos, podemos dividi-los em: totais ou parciais, conforme admite o art. 505 do CPC. 
Barbosa Moreira assim leciona, trazendo como exemplo os embargos infringentes:
A rigor, nem sempre é possível impugnar a decisão toda; a lei às vezes restringe o conteúdo impugnável, como faz em relação aos embargos infringentes, por exemplo: se, no julgamento da apelação ou da ação rescisória, ocorreu divergência apenas parcial entre os julgadores, só a matéria em que ela se manifestou pode constituir objeto dos embargos (art. 530, 2ª parte).� 
O recurso será total quando suas razões abrangerem todo o conteúdo impugnável da decisão e quando a parte não especificar a parte que está recorrendo. Será parcial quando o recurso vulnerar algumas das questões objeto da decisão nas razões recursais, restringindo, assim, a matéria que se desejalevar ao conhecimento do órgão ad quem.
Assim, fez-se uma abordagem das mais importantes classificações recursais, ressaltando que não se tratou da questão de forma exaustiva, podendo ser mencionado que existem ainda outras classificações previstas pela doutrina que se ocupa da matéria.
� Pontes de Miranda, Coment. ao CPC, Tomo XI, pg. 16
� Nelson Néry Junior, Princípios Fundamentais dos Recursos Cíveis, Ed. Rev. Trib. 3ª ed. pg. 33
� Chiovenda, Instituições de Direito Processual Civil, 3º vol. pg. 335
� Antonio Macedo de Campos, Dos Recurso no Processo Civil, Ed. Sug. Literárias, 2ª ed. pg. 6
� Antonio Macedo de Campos, obr. cit. pg. 4.
� Nelson Nery Junior, Teoria Geral dos Recursos, obr. cit. pg. 164
� Antonio M.Campos,Obr cit pg. 12.
� José Frederico Marques, Inst. de Direito Processual Civil, vol. 4.pg.2
� Jose Carlos Barbosa Moreira, Comten. ao CPC. Ed. Forense, 5º ed., vol. V,pg.229
� Nelson Nery Junior, obr. cit. pg. 171
� Humberto Teodoro Junior, Curso de Direito Processual Civil, Ed.Forense ,5ª ed. vol. I, pg. 243/244,
� Barbosa Moreira, obr.cit. pg. 241
� Sergio Sahione Fadel, Cod. de Proc. Civil Coment. Ed. Forense, 5ª ed. pg. 305
� Jose Carlos Barbosa Moreira, obr. cit. pg. 236
� Pontes de Miranda, Comnt ao CPC de1939, Tomo I,pg. 62, 2ª ed.
� Vide Sumarização do processo e do procedimento, Rev. Ajuris,vol. 48, pg. 83
� Barbosa Moreira, obr. cit. pg. 474
� Nelson Néry Junior, obr. cit. pg. 204
� Nelson Néry Junior, obr. cit. pg. 31
� Humberto Teodoro Júnior, Curso de Dir. Proc. Civil, 5ª Ed. FORENSE, pg.605
� Herrmann Homem de Carvalho Roenick, Recursos no CPC, AIDÊ, 1ªed. pg. 24.
� Sérgio Bermudes, Curso de Direito Processual Civil, pg. 24
� Alfredo Buzaid, Exposição de Motivos do CPC, item 31.
� Código Civil, art. 50 
� Alfredo Buzaid, Exposição de Motivos do CPC, item 33
� José de Albuquerquer Rochoa, Teoria Geral do Processo, Ed. Saraiva, 1986, pg.56
� Nelson Néry Júnior, obr. cit. pg.146
� Vicente Greco Filho, Direito Proc. Civil Brasileiro, 9ª ed. SARAIVA, 2º VOL. pg. 267.
� Ovídio Araujo Baptista da Silva, Curso de Proc. Civil, Ed. Fabris, 1987, vol. I, pg. 349.
� José Carlos Barbosa Moreira, Comentários ao CPC pg. 256
� Barbosa Moreira, obr. e pg. cit.
� Ovídio Araujo Baptista da Silva, obr. cit. pg. 350
� Galeno Velhinho de Lacerda, Despacho Saneador..�
� Jose Frederico Marques, Instituições de Processo Civil,IV, n.888
� Nelson Néry Júnior, obr. cit. pg.234
� José Carlos Barbosa Moreira, 
� Nelson Néru Júnior, obr. cit. pg. 237
� N.N.Júnior, obr. cit. pg 260.
� Antonio Macedo de Campos, ob. cit. pg. 27
� Francesco Carnelutti, Sistema de Diritto Processuale Civile, pg. 191
� GRECO FILHO, Vicente. Direito processual civil brasileiro. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 1997, v. 2, pp. 279-280.
� CAMPOS, Antônio Macedo de. Dos recursos no processo civil. 2. ed. São Paulo: Sugestões Literárias, 1981, p. 33.
� SANTOS, Moacir Amaral. Primeiras linhas de direito processual civil. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 1997, v. 3, p. 85.
� CAMPOS, Antônio Macedo de. Dos recursos no processo civil. 2. ed. São Paulo: Sugestões Literárias, 1981, p. 45.
� GRECO FILHO, Vicente. Direito processual civil brasileiro. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 1997, v. 2, p. 275.
� THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil. 38. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2000, v. 1, p. 511.
� CAMPOS, Antônio Macedo de. Dos recursos no processo civil. 2. ed. São Paulo: Sugestões Literárias, 1981, p. 52.
� GRECO FILHO, Vicente. Direito processual civil brasileiro. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 1997, v. 2, p. 275.
� THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil. 38. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2000, v. 1, p. 510.
� MOREIRA, José Carlos Barbosa. O novo processo civil brasileiro. 20. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1999, p. 119.
� THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil. 38. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2000, v. 1, pp. 504-505.
� GRECO FILHO, Vicente. Direito processual civil brasileiro. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 1997, v. 2, p. 278.
� CAMPOS, Antônio Macedo de. Dos recursos no processo civil. 2. ed. São Paulo: Sugestões Literárias, 1981, pp. 26-27.
� CAMPOS, Antônio Macedo de. Dos recursos no processo civil. 2. ed. São Paulo: Sugestões Literárias, 1981, p. 70.
� GRECO FILHO, Vicente. Direito processual civil brasileiro. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 1997, v. 2, pp. 270-271.
� THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil. 38. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2000, v. 1, p. 513.
� MOREIRA, José Carlos Barbosa. O novo processo civil brasileiro. 20. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1999, p. 115.
� MOREIRA, José Carlos Barbosa. O novo processo civil brasileiro. 20. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1999, p. 115.
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