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ANDRESSA CAPISTRANO ANTÔNIA ROSEANE DANIELA BORGES DAYANA MAYNARA DIEGO ALMEIDA MELISSA SOARES Esclerose Múltipla Introdução A Esclerose Múltipla (EM) é caracterizada por uma reação inflamatória na qual são danificadas as bainhas de mielina que envolve os axônios, levando à sua desmielinização e ao parecimento de um vasto quadro de sinais e sintomas. A EM afeta a capacidade das células nervosas de comunicarem entre si de forma eficaz devido a desmielinização das bainhas. A doença manifesta-se geralmente em jovens adultos, entre os 20 e 40 anos, e é mais frequente em mulheres numa razão de cerca de 3:1. A sua prevalência varia consoante a situação geográfica estudada, entre 2 e mais de 150 casos em cada 100 000 indivíduos, nos países tropicais e nos países nórdicos respectivamente. A maioria dos axônios está envolvida pela bainha de mielina, a qual permite a condução mais rápida dos estímulos nervosos. Na EM, o próprio sistema imunitário do corpo ataca e destrói a mielina. Uma vez destruída, os axônios deixam de poder transmitir o potencial de ação de um neurônio ao neurônio seguinte ficando assim a condução do impulso nervoso interrompida. Bainha desmielinizada Introdução ao Sistema Nervoso O Sistema Nervoso (SN) é o que monitora e coordena a atividade dos músculos, a movimentação dos órgãos, constrói e finaliza estímulos dos sentidos e inicia ações de um ser humano. É dividido em: Sistema Nervoso Central (SNC), formado pelo encéfalo e medula espinhal; e Sistema Nervoso Periférico (SNP), formado pelos nervos e gânglios nervosos. O tecido nervoso é constituído por dois componentes principais: os neurônios, os quais são constituídos por um corpo celular e dois tipos de prolongamentos, os dendritos e os axônios e vários tipos de células da glia – astrócitos, células ependimárias, microgliócitos, oligodendrócitos (SNC) e células de Schwann (SNP) Os oligodendrócitos e as células de Schwann são responsáveis pela formação da bainha de mielina. Componentes do tecido nervoso Características do Axônio e da Bainha de Mielina A grande maioria dos neurônios possui um axônio, é um prolongamento longo e fino que se origina do corpo celular ou de um dendrito principal, em uma região especializada chamada cone de implantação e apresenta comprimento muito variável, podendo ser de alguns milímetros como mais de um metro. O axônio contém microtúbulos, neurofilamentos, mitocôndrias, vesículas com membranas, cisternas e lisossomos. Os axônios conduzem o impulso nervoso gerado nos corpos celulares dos neurônios, ou seja, é especializado em gerar e conduzir o potencial de ação. Existem axônios mielinizados e amielinizados, os mielinizados apresentam a bainha de mielina. A bainha de mielina é em essência uma bicamada lipídica com uma pequena quantidade de proteínas transmembranas e integrais. É composta principalmente por um tipo de lipídio, o esfingofosfolipídio, nesse caso chamado de esfingomielina. O processo de mielinização se inicia quando uma projeção da célula mielinizadora envolve o axônio e forma uma espiral frouxa ao seu redor. Introdução e Histórico da Esclerose Múltipla A EM é uma doença crônica, caracterizada patologicamente pela presença de numerosas áreas de desmielinização, e clinicamente, por uma variedade de sinais e sintomas neurológicos, com tendência a remissão e a exarcebação. O número e o caráter dos sinais e sintomas variam de tempos em tempos, e em dado momento geralmente aparece a evidência de lesões múltiplas. A EM foi registrada pela primeira vez em 1882, pelo inglês Sir Augustus D’Este, que descreveu-a em seu diário. Por 25 anos ele tentou buscar a cura para essa doença. Em 1842, Jean Criveihier, um médico francês mostrou áreas cicatrizadas parecidas chamadas por ele de “ilhas de esclerose”, que foram verificadas em uma mulher paralítica. Mas foi o neurologista francês Jean Martin Charcot quem primeiro reconheceu a EM como uma doença distinta. No ano de 1868, em suas próprias observações clínicas e patológicas, designou-a “esclerose em placas”, que se referia a áreas endurecidas semelhantes a cicatrizes encontradas em autópsias de pessoas que tinham a doença. Três sinais hoje conhecidos da EM, são chamados de Tríade de Charcot são nistagmo, tremor intencional e fala telegráfica, embora não sejam exclusivos da EM Charcot também observou que seus pacientes tiveram mudanças cognitivas, quando percebeu que tinham um nítido enfraquecimento de memória e formação lenta de concepções. Para Reis o relato clínico de Charcot, foi feito com bastante clareza e especificações de detalhes importantes sobre a formação de “placas duras” em diversos níveis do SN. Ainda de acordo com Reis os primeiros pacientes portadores da EM, passaram por um sofrimento profundo, o qual se estendeu por muitos anos, devido a demora para descobertas científicas de diagnóstico e de medicamentos. De acordo com Minguetti em 1932, Peter e Chaltemberg, através de uma pesquisa realizada através de um modelo animal, observaram que as placas de desmielinização estavam ligadas a um processo de natureza imunológica. Em 1942, Cabot descreveu que houve um aumento de imunoglobulina no líquor dos pacientes, observando pela primeira vez que a doença apresentava uma correlação com esta alteração laboratorial. Isto fez com que os pesquisadores reconhecessem, no ano de 1960, que a EM se associava a uma gamopatia oligoglonal do líquor e que o aumento da imunoglobulina era devido a alta produção no SN. Etiologia A causa da EM ainda é desconhecida. Tem-se atribuído as lesões a uma grande variedade de causas. Uma delas seria de origem genética ligada a fatores ambientais, mas sujeita a agentes exógenos, sem os quais o fenótipo não poderia ser reproduzido. Fatores ambientais também são considerados possíveis desencadeadores da doença, bem como eventos biológicos (infeções na infância ou adolescência), fatores socioculturais, hábitos nutricionais e hipersensibilidade aos traumas espinhais ou encefálicos. Fatores geográficos Latitude Altitude Clima Agentes químicos ou físicos Formas de uso da terra para a agricultura Fatores de risco biológicos Agentes infecciosos, particularmente os virais Estresse Traumas Cirurgias Gestação Etiologia Fatores socioeconômicos Industrialização Habitações em áreas urbanas ou rurais Praticas religiosas Condições sanitárias Dieta e condições nutricionais Traumas repetidos decorrentes da atividade profissional Alguns outros Fatores: Umidade e baixas temperaturas Exposição à luz solar Compostos aromáticos, resina e solventes orgânicos Alimentação Fatores Genéticos Imunopatogenia Imunopatogenia O processo inicia-se quando o baixo nível de reatividade imune no SN é alterado. O SN é protegido de reações imunes por um conjunto de fatores: presença da barreira hematoencefálica baixos níveis de expressão da molécula de MHC ausência de um sistema convencional de drenagem linfática do tecido cerebral para os linfonodos regionais baixos níveis de migração de leucócitos em comparação com outras partes do corpo os neurônios possuírem ações imunossupressoras diretas sobre as células da glia células gliais produzirem citocinas imunossupressivas. Qualquer alteração nesses mecanismos pode induzir o sistema imunológico a: expandir-se clonalmente, produzir diferentes citocinas e incrementar a expressão de moléculas de adesão em sua superfície. Esta ultima alternativa permite aos linfócitos T interatuarem com moléculas de adesão complementares presentes nas células endoteliais, atravessar o espaço perivascular e chegar assim ao SN. Outros fatores também contribuem no ingresso das células T, são as quimiocinas. Ruptura da Barreira Hematoencefálica O evento mais comum na EM é a ruptura da barreirahematoencefálica, a qual possui uma impermeabilização dada por sua maior resistência transendotelial no SN, em comparação com outros tecidos. Uma vez rompida ocorre a síntese local de anticorpos, que se reflete em níveis anormalmente altos de anticorpos no liquido cefalorraquidiano. Este fato demonstra que células como linfócitos B, plasmócitos e macrófagos migraram para o SNC. Processo Inflamatório Fiosopatologia Os cortes cerebrais revelam numerosas pequenas áreas acinzentadas irregulares em 17 lesões mais antigas e áreas rosadas em lesões agudas nos hemisférios cerebrais, especialmente na substância branca e nas regiões periventriculares. A substância branca que forma o ângulo lateral superior do corpo do ventrículo lateral é frequente e caracteristicamente atingida. Áreas descoradas semelhantes são também encontradas no tronco cerebral e no cerebelo. Na lesão inicial ou aguda há uma hipercelularidade acentuada, com infiltração de macrófagos e astrocitose acompanhadas de infiltração perivenosa, com linfócitos e plasmócitos. As bainhas de mielina se desintegram e ocorre a decomposição química da mielina S I N T O M A S Diplogia Locais onde normalmente o paciente sente dores Representação dos sintomas motores e sensitivos Vertigem Diagnóstico diferencial e definitivo Além dos exames, o diagnostico é baseado na exclusão de diversas doenças neurológicas similares a ela. Lembrando que, nenhuma técnica utilizada atualmente é especifica para o diagnóstico da EM, e como diversas outras doenças também apresentam bandas oligoclonais no LCR, ou imagem semelhante à ela na RM, o diagnostico pode ser feito de forma errada. Algumas doenças podem ser confundidas com a EM, durante o diagnostico. Na análise do LCR, observa-se o aumento de globulinas-gama e imunoglobulina G. Isto ocorre em praticamente 75% dos pacientes, independentemente do curso da doença. A RM permite identificar lesões subclínicas, muito frequentes na EM e, dependendo das características morfológicas e topográficas, permite sugerir com uma margem considerável de acerto, que a lesão ou as lesões são dependentes de placas de desmielinização da doença. Utilizam-se informações da anamnese para caracterizar a presença dos surtos e o exame neurológico para estabelecer correspondências entre os surtos e as estruturas lesadas Tratamento Por ora, os corticoides são a única alternativa eficaz no tratamento dos surtos na EM, pelos seus efeitos anti-inflamatórios e imunodepressores. A maior experiência adquirida até o momento foi com corticotrofina (ACTH), prednisona e metilprednisolona (MP). O melhor entendimento do mecanismo causador do dano imunomediado incentivou pesquisadores a desenvolver terapias alternativas para a doença. Dentre estas merece destaque o acetato de glatirâmer, um polímero sintético composto por L-alanina, L-lisina, L-glutámico e L- tirosina, que demonstrou ser capaz de inibir o desenvolvimento da encefalomielite alérgica experimental (EAE), induzida pela proteína básica. Os pesquisadores do Instituto desenvolveram uma pequena molécula, chamada WEHI-345, projetada par desligar uma chave nas células imunes. Essa chave recebe o nome de RIPK2. Isto evita temporariamente a liberação de citocinas inflamatórias. Além do tratamento do tratamento com corticoides, o paciente também necessita de um acompanhamento fisioterapêutico Um dos medicamentos usados no tratamento Considerações Finais Abordamos no presente trabalho questões referentes à Esclerose múltipla, uma doença neurológica , crônica. Discutimos as teorias respeito da etiologia, ainda desconhecida, que relaciona fatores genéticos e ambientais; também falamos sobre o processo inflamatório imunomediado e seus aspectos patológicos. Foram abordados os sinais e sintomas, os quais variam, indo de distúrbios visuais ao comprometimento muscular e tendem a aparecer em surtos. Vimos que dependendo da gravidade das lesões e das características e prevalências dos sintomas a doença pode ser classificada em diferentes tipos e que diferenças geográficas e sociais estabelecem a inicidência. Por último abordamos as alternativas de tratamento, as quais ainda não são tão diversas, vendo com isso que são necessárias ainda muitas pesquisas e estudos a respeito da doença. FIM!
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