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Formação das camadas germinativas e início da diferenciação dos tecidos e órgãos: 3ª semana Gastrulação: formação das camadas germinativas Neurulação: Formação do Tubo Neural Desenvolvimento dos Somitos Desenvolvimento Inicial do Sistema Cardiovascular Desenvolvimento das Vilosidades Coriônicas Durante a gastrulação, ocorrem transformações importantes no embrião que o converte de um disco bilaminar para um disco trilaminar. (Dias 15 e 16). Estas transformações começam com o aparecimento da linha primitiva, com seu espessamento localizado no epiblasto na extremidade caudal do disco embrinário. A linha primitiva resulta da migração de células do epiblasto (ectoderma) para o plano mediano do disco embrionário. A invaginação de células do epiblasto da linha primitiva dá origem a células mesenquimatosas que migram ventral, lateral e cefalicamente entre o epiblasto (ectoderma) e o hipoblasto (endoderma). GASTRULAÇÃO vista dorsal Invaginação e migração de células mesenquimais provenientes da linha primitiva, entre o ecto e endoderma. vista transversal GASTRULAÇÃO A partir do momento da produção das células mesenquimais, a camada de epiblasto passa a ser denominada ectoderma do embrião e o hipoblasto de endoderma do embrião. As células mesenquimais logo sem organizam em uma terceira camada germinativa, o mesoderma intra-embrionário do embrião. Ao final da 3a semana, há mesoderma em toda a extensão entre o ectoderma e o endoderma, exceto na membrana bucofaríngea e na membrana cloacal. vista dorsal vistas transversais Ecto Meso Endo Cada uma das três camadas germinativas dá origem a tecidos específicos e órgãos. - A ectoderme origina o cérebro e medula, retina, neuro-hipófise, gânglios e nervos cranianos e sensitivos, medula da supra-renal, células pigmentares, epiderme, pêlos, unhas, esmalte dentário, glândulas cutâneas e mamárias, lobo anterior da hipófise, ouvido interno, cristalino. - A mesoderme origina o tecido cartilaginoso e ósseo, tecido muscular, tecido conjuntivo, sistema urogenital, tecido hematopoiético, sistema cardiovascular e linfático, baço e córtex da adrenal, dentina. - A endoderme origina o trato digestivo (revestimento epitelial), fígado e pâncreas, bexiga urinária, sistema respiratório (revestimento epitelial), derivados epiteliais da faringe, cavidade timpânica, amígdalas, timo, paratireóides, derivados epiteliais da tireóide. Crânio Tecido conjuntivo da cabeça Dentina ENDODERMA ECTODERMA MESODERMA Disco Embrionário Trilaminar Neuroectoderma Partes epiteliais de: Traquéia Brônquios Pulmões O desenvolvimento embrionário é, na sua essência, um processo de crescimento e de aumento crescente da complexidade estrurural e da função. O crescimento é obtido através de mitoses (processo de reprodução somática das células) juntamente com a produção de matriz extracelular; por sua vez, a complexidade é alcançada através da morfogênese e da diferenciação. As células que constituem os tecidos dos embriões bem iniciais são pluripotentes, e, sob diferentes circunstâncias, são capazes de seguir uma ou mais vias de desenvolvimento. Este amplo potencial para o desesenvolvimento torna-se progressivamente mais restrito quando os tecidos adquirem as características especializadas necessárias para aumentar sua sofisticação estrutural e funcional. Sentido cranial Placa Precordal Processo notocordal A medida em que se invaginam pela fosseta primitiva, as células migram ao longo da linha média em sentido cranial e formam duas estruturas: processo notocordal e a placa precordal. O processo notocordal então passa por transformações. Primeiro, a parede ventral do processo notocordal funde-se ao endoderma e degenera-se gradativamente formando temporariamente uma comunicação, Canal Neuroentérico (entre a cavidade amniótica e a cavidade vitelínica). Processo Notocordal cresce cefalicamento até alcançar a Placa Precordal. Secções trasnversais. Dia 18. Saco Vitelino Céls. endodérmicas colunares Âmnio Essas duas camadas fundidas formam a membrana Nó Primitivo O Processo Notocordal torna-se um tubo celular que se estende, cefalicamente, do nó primitivo até a placa precordal, dando origem a Placa Notocordal que é um bastão celular. A Notocorda: - define o eixo primtivo do embrião e lhe dá uma certa rigidez; - serve de base para o desenvolvimento do esqueleto axial (ossos da cabeça e da coluna); - indica o local dos futuros corpos vertebrais; Funciona como um indutor primário do embrião inicial. É o primeiro impulsionador de uma série de episódios indutores de sinais, que acabam transformando células embrionárias não especializadas em tecidos e órgãos definitivos do adulto. Sentido cranial Placa Precordal Processo notocordal Placa Notocordal Nó Primitivo Secção mediana, tridimensional. 18 Dias A placa notocordal então, é induzida a dobra-se sobre si, formando a Notocorda. Vistas transversais do Disco Embrionário. 18 Dias A Notocorda degenera e desaparece com a formação dos corpos vertebrais, mas persiste como o núcleo pulposo em cada disco intervertebral. Alantóide (do gr. allas, salsicha) Aparece por volta do 16º dia como um pequeno divertículo em forma de salsicha (evaginação) da parede caudal do saco vitelino, que penetra no pedículo do embrião. A alantóide permanece muito pequena a placenta e o saco amniótico assumem suas funções. Função: está envolvida na formação inicial do sangue da 3ª `a 5ª semana; Seus vasos sanguineos persistem como a veia e artérias umbilicais; O fluido da cavidade aminiótica se difunde para veia umbilcal e vai para circulação fetal, de onde é transferido para o sangue materno através placenta. e desenvolvimento da bexiga. Com o crescimento da bexiga, a alantóide torna-se o úraco, representado nos adultos pelo ligamento umbilical mediano. Os vasos sangúineos da alantóide tornam-se artérias e veias umbilicais. vista dorsal vista transversal A Notocorda induz o ectoderma a espessar-se e formar a Placa Neural, primórdio do sistema do SNC - encéfalo e medula espinhal. 18º Dia a placa Neural invagina-se ao ongo do seu eixo central, formando um SULCO NEURAL mediano, longitudinal, com PREGAS NEURAIS de ambos os lados - tornam-se proeminentes e constituem os primeiros sinais do desenvolvimento do encéfalo. Ao fim da 3ª SEMANA, as pregas neurais já começaram a fundir-se, convertendo a placa para TUBO NEURAL. Placa Neurulação: Formação do Tubo Neural Se dá pela formação da placa neural, das pregas neurais e fechamento destas pregas ao fim da 4ª semana. O ectoderma forma uma placa alongada, em forma de chinelo, de células epiteliais espessadas, a Placa Neural. Disco embrionário inicialmente ovóide Com a formação do notocorda se torna periforme = chinelo Neurulação: Formação do Tubo Neural O ectoderma da placa neural (neuroectoderma) dá origem ao SNC - Encéfalo e Medula espinhal A placa Neural se alarga e, eventualmente, se estende cefalicamente até a membrana orofaríngea, por volta do 18º dia, a placa neural invagina-se ao longo de seu eixo central, formando o Sulco Neural mediano, longitudinal, com pregas em ambos os lados. As Pregas Neurais tornam-se particularmente proeminentes na extremidade cefálica do embrião e constituem os primeiros sinais do desenvolvimento do Encéfalo. Secções transversais de embriões, ilustrando a formação do sulco neural, tubo neural e crista neural. Quando o tubo Neural se separa do ectoderma na superfície, células da Crista Neural migram dorsolateralmente de ambos os lados do tubo. Formando assim a Crista Neural - SNP A Crista separa-se em partes, direita e esquerda, que migram e dão origem aos GângliosSensitivos dos Nervos Espinhais e Cranianos (V, VII, IX e X). Gânglios das raízes dorsais e Gânglios do Sistema Nervoso Autônomo. Células da Crista formam a Bainha de mielina dos nervos periféricos (células de schwann) e Meninges que recobre o encéfalo e medula espinhal. Contribuem para formação de células pigmentares, células da medula adrenal e vários componentes esqueléticos e musculares da cabeça. Sistema Nervoso Central (SNC) encéfalo e medula espinhal Sistema Nervoso Periférico (SNP) neurônios fora do SNC e os nervos cranianos e espinhais que unem o encéfalo a medula espinhal com as estruturas periféricas. Sistema Nervoso Autônomo (SNA) neurônios que inervam músculos lisos, cardíacos, epitélios glandulares Desenvolvimento dos Somitos O mesoderma paraxial começa a se dividir em pares de corpos cubóides, os somitos. Se localizam em ambos os lados do tubo neural em desenvolvimento. Durante o período somítico do desenvolvimento, formam-se cerca de 38 pares de somitos. No fim da 5ª semana, estão presentes 42 a 44 pares. Aparecem primeiro na futura região occipital do embrião e logo avançam cefalocaudalmente e dão origem `a maior parte do esqueleto axial (ossos do crânio, CV, costelas e esternos). Secções transversais O mesoderma, de ambos os lados da notocorda, se espessa, formando colunas longitudinais de mesoderma paraxial. Por volta do 21º dia, essas colunas paraxiais começam a dividir-se, a partir da extremidade cefálica, em pares de somitos. Durante a 4ª, os SOMITOS (agregados compactos de células mesenquimais) diferenciam-se em três regiões: esclerótomo (cartilagem e osso), miótomo (músculo) e dermátomo (derme). vista transversal vista dorsal A porção cefálica do tubo neural apresenta-se dilatada, sendo possível reconhecer três formações: as vesículas cerebreais primitivas, que são o prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo. O prosencéfalo origina o telencéfalo e o diencéfalo, o mesencéfalo pouco se desenvolve e o rombencéfalo subdivide-se em metencéfalo, que formará o cerebelo e a ponte, e mielencéfalo que originará o bulbo e a medula oblonga. O crescimento desigual da zona do manto causa o espessamento das paredes laterais da medula enquanto o teto e o assoalho continuam delgados, formando as lâminas do teto e do assoalho. As porções ventrais e dorsais das paredes laterais originam as placas basais e alares que formarão os cornos motores ventrais e os cornos sensitivos dorsais respectivamente. Diagrama ilustrando o desenvolvimento da medula espinhal. Em A secção tranversal do tubo neural de um embrião com 23 dias. B e C com seis e nove semanas respectivamente. Em D secção do tubo neural mostrado em A. E secção da parede da medula espinhal em desenvolvimento mostrando suas três zonas. Malformações associadas ao desenvolvimento do tubo neural 6.1 Definição “Malformações congénitas do sistema nervoso central e estruturas adjacentes relacionadas com uma formação anormal do tubo neural durante o primeiro trimestre de gravidez que geralmente acontece entre dias 18 e 29 de gestação. Malformações da ectoderme e da mesoderme (envolvendo o crânio e vértebras principalmente) podem acontecer como resultado de defeitos no fecho do tubo neural. 7” 6.2 Doenças A anencefalia é um defeito do tubo neural que acontece quando a extremidade cefálica do tubo neural não fecha, normalmente entre o 23º e 26º dias de gravidez, resultando na ausência de uma porção principal do encéfalo, crânio e couro cabeludo. Crianças com esta anomalia nascem sem um encéfalo frontal. O tecido restante do encéfalo está, frequentemente, exposto 8, 9, 10. A lisencefalia, que literalmente significa “cérebro liso”, é uma malformação de encéfalo rara caracterizada por microcefalia e falta das circunvoluções normais do cérebro. É causado por uma migração neuronal defeituosa 9. A megalencefalia é uma condição na qual há um encéfalo anormalmente grande, pesado e com mau funcionamento. Pensa-se que a megalencefalia está relacionada com uma perturbação na regulação de reprodução de células ou com a sua proliferação 9. A Malformação de Chiari é uma condição na qual há protrusão do cerebelo no canal espinhal. Pode ser ou não aparente ao nascimento 9, 10. A encéfaloceles é um conjunto de defeitos raros no tubo neural caracterizado por protrusões do encéfalo e suas membranas nas aberturas no crânio. Estes defeitos são causados pelo insucesso do tubo neural em se fechar completamente durante o desenvolvimento fetal 9, 10. A espinha bífida é uma gama de malformações que são o resultado de fecho anormal ou incompleto da porção caudal do tubo neural. É um defeito do tubo neural (uma desordem que envolve desenvolvimento incompleto do encéfalo, espinha dorsal, e/ou as suas estruturas protectoras) causado pela incapacidade da coluna do feto em se fechar correctamente durante o primeiro mês de gravidez 8, 9. No início da 3ª semana, começa a angiogênese (vaso + formação), ou formação dos vasos sanguíneos, no mesoderma extra-embrionário do saco vitelino, do pedículo do embrião e do córion. Secções sucessivas do desenvolvimento do sangue e dos vasos sanguíneos. Desenvolvimento Inicial do Sistema Cardiovascular Células mesenquimais, os a n g i o b l a s t o s - c é l u l a s f o r m a d o r a s d e v a s o s - agregam-se, formando grupos de células angiogênicas - as i lhotas sanguíneas . Os angioblastos se achatam, formando células endoteliais, que se dispõem em torno das c a v i d a d e s e f o r m a m o Endotélio; A formação do sangue do embrião só começa na 5ª semana. Células mesenquimais que c i r cundam os vasos s a n g u í n e o s e n d o t e l i a i s primitivos diferenciam-se nos elementos musculares e do conjuntivo dos vasos. Desenvolvimento inicial do Sistema Cardiovascular - Angiogênese e hematogênese O coração e os grandes vasos formam-se de células mesenquimais da área cardiogênica. Células mesenquimais, os angioblastos - células formadoras de vasos - agregam-se, formando grupos de células angiogênicas - as ilhotas sanguíneas. Dentro das ilhotas, fendas intracelulares confluem, formando pequenas cavidades; Os angioblastos se achatam, formando células endoteliais, que se dispõem em torno das cavidades e formam o Endotélio; Estas cavidades com revestimento endoteliais, logo se fundem para formar redes de canais endoteliais; Vasos avançam para áreas adjacentes por brotamento endotelial e fusão com outros vasos. Células sanguíneas formam-se de células endoteliais (hemocitoblastos) com o desenvolvimento dos vasos nas paredes do saco vitelino e da alantóide, ao fim da 3ª semana. Fig 4. 11 E e F A formação do sangue do embrião só começa na 5ª semana. Células mesenquimais que circundam os vasos sanguíneos endoteliais primitivos diferenciam-se nos elementos musculares e do conjuntivo dos vasos. Os vasos sanguíneos do embrião começam a se formar cerca de 2 dias mais tarde. A formação inicial do Sistema Cardiovascular está relacionada com a ausência de quantidade significativa de vitelo no ovo e no saco vitelino, existe uma urgência em obter vasos sanguíneos que tragam oxigênio e nutrientes para o embrião a partir da circulação m a t e r n a , a t r a v é s d a placenta. No fim da 2ª semana o embrião é nutrido pelo s a n g u e m a t e r n o , p o r difusão através do celoma extra-embrionário e do saco vitelino. Durante a 3ª semana desenvolve-se o primórdio d a c i r c u l a ç ã o uteroplacentária. Fig.4.12 Sistema Cardiovascular Primitivo: Durante a 3ª semana, um par de canais longitudinais revestidos por endotélio - os TUBOS CARDÍACOS ENDOCÁRDICOS - formam-se e se fundem, formando o TUBO CARDÍACO PRIMITIVO O coração tubular une-se a vasos sanguíneos do embrião, do pedículo, do córione do saco vitelino, estabelecendo o sistema cardiovascular primitivo. Estabelecem conexões com os vasos do córion T r a z s a n g u e o x i g e n a d o e n u t r i e n t e s d o córion Os vasos do saco vitelino formam um plexo vascular ligado aos tubos cradíacos pelas veias vitelinas. Retornam o sangue do corpo do embrião Transportam sangue pouco oxigenado e resíduos para as vilosidades coriônicas, sendo então transferidos para o sangue da mãe. As vilosidades coriônicas 1ª tornam-se vilosidades coriônicas 2ª ao adquirirem um eixo central de tecido mesenquitomatoso (conjuntivo) frouxo. Ao fim da 3 ª semana, formam-se capilares e células sanguíneas nas vilosidades coriônicas 2ª, t ransformando-as em vilosidades 3ª. O s c a p i l a r e s d a s vilosidades coriônicas fundem-se, formando R E D E S ARTERIOCAPILARES, estas logo se unem ao co ração do embr i ão através de vasos, que se d i f e r e n c i a m - s e n o mesênquima do córion e no pedículo do embrião. Fig 4.12 No fim da 3ª semana, o sangue circula e o coração começa a bater no 21º ou 22º dia (cerca de 5 semana). Portanto o sistema cardivascular é o 1º sistema de órgãos que chega a um estado funcional. Os batimentos do coração podem ser detectados por ultrasonografia durante a 5ª semana. Fig 4.13 A região de ligação do âmnio com a superfície do embrião também fica reduzida, formando a região umbilical, relativamente estreita. Fig 5.1 D2 e D3 Com a transformação do pedículo do embrião no cordão umbilical, a fusão ventral das pregas laterais reduz a região de comunicação entre as cavidades celômicas intra e extra-embrionárias a uma comunicação estreita. Fig 5.1C2 A expansão da cavidade amniótica oblitera a maior parte do celoma extra-embrionário, e o âmnio passa a formar o revestimento epitelial do cordão umbilical. Fig 5.1D2 gânglios espinhais em desenvolvimento Embrião na 3a. semana Nesse período ocorre o dobramento lateral e longitudinal do embrião, levando à formação de pregas laterais que constringem o saco vitelino. A parte do saco vitelino retirada dentro do embrião torna-se o intestino primitivo. O endoderma que o reveste origina parte do epitélio e glândulas do trato digestivo. Com a fusão da pregas laterais, o celoma intra- embrionário fica interno ao corpo do embrião e forma as cavidades pericárdica, pleural e peritoneal. Na porção caudal do saco vitelino forma-se uma expansão tubular para dentro do embrião (alantóide) importante na formação de vasos umbilicais. O dobramento longitudinal forma a prega cefálica e a prega caudal, sendo que o embrião vai tomando a forma de uma letra "C". Através da migração da prega cefálica ocorre o deslocamento no sentido ventral de uma porção da mesoderme localizada anteriormente à membrana bucofaríngea chamada de área cardiogênica, que se diferenciará em septo transverso, coração primitivo e celoma pericárdico. Essas estruturas juntamente com a membrana bucofaríngea tornam-se parte da face ventral do embrião e o septo transverso se diferenciará no tendão central do diafragma. A membrana bucofaríngea separa o intestino anterior do estomódio, a depressão externa à membrana bucofaríngea que é revestida pela ectoderma e que dará origem à cavidade oral primitiva. O lábio leporino (cientificamente fissura labiopalatal) é uma abertura na região do lábio ou palato, ocasionada pelo não fechamento dessas estruturas, que ocorre entre a quarta e a décima semana de gestação. O adjetivo leporino refere-se à semelhança com o focinho fendido de uma lebre. No fim da 3ª semana, o sangue do embrião começa fluir lentamente pelos capilares das vilosidades coriônicas. O oxigênio e nutrientes do sangue materno presentes nos espaços intervilosos difundem-se através das paredes das vilosidades e penetram no sangue do embrião. Fig 4.14 C e D Extensões citotrofoblásticas das vilosidades unem-se para formar uma capa citotrofoblástica, que fixa o saco coriônico ao endométrio. O desenvolvimento das vilosidades coriônicas durante a 3ª semana aumenta muito a superfície do córion para as trocas de oxigênio, nutrientes e outros substâncias entre as circulações da mãe e do embrião. PLACENTA Ao final da 4ª semana uma rede vascular complexa, já se estabeleceu ma placenta, facilitando as trocas materno embrionárias de gases, nutrientes e produtos de excreção. Constituída por dois componentes: - porção fetal originária do saco coriônico; - porção materna derivada do endométrio Nutrientes e O2 passam do sangue materno, através da placenta, para o sangue fetal. Enquanto as excretas e dióxido de carbono passam do feto para o sangue materno. Funções: - proteção - nutrição - respiração - excrecão - produção de hormônio Sangue fetal bem oxigenado nos capilares fetais passa para as veias das paredes delgadas, que acompanham as artérias coriônicas até o local da união do cordão umbilical, onde elas convergem formando a VEIA UMBILICAL - este grande vaso transporta sangue rico em O2 para o feto. As circulações do feto e da mãe estão separadas pela membrana placentária, que consiste em tecidos extrafetais. Sangue pouco oxigenado deixa o feto e vai para a placenta, passando pelas artérias umbilicais. Antes de penetrarem nas vilosidades coriônicas, os vasos sanguíneos formam um extenso sistema Arteriocapilar venoso nas vilosidades coriônicas, levando sangue fetal para bem próximo do sangue materno. Este sistema cria uma superfície muito grande para as trocas de produtos metabólicos e gasosos entre as correntes sangúineas materna e fetal. Normalmente, não há mistura de sangue fetal com sangue materno, entretanto, quantidades muito pequenas de sangue fetal podem penetrar na circulação materna, passando por pequenos defeitos na membrana placentária. Sangue fetal bem oxigenado nos capilares fetais passa para as veias das paredes delgadas, que acompanham as artérias coriônicas até o local da união do cordão umbilical, onde elas convergem formando a VEIA UMBILICAL - este grande vaso transporta sangue rico em O2 para o feto. 8 semanas 4a. semana cheio de fluido, que envolve o embrião/feto. Esse fluido (líquido amniótico), protege o embrião contra choques mecânicos e dessecação. Por volta de 13s/4mês, esse fluido é deglutido pelo feto e absorvido pelos tratos respiratório e digestivo. O fluido passa para o sangue fetal e os produtos de excreção nele contidos atravessam a menbrana placentária e vão para o sangue materno presente no espaço interviloso. O excesso de água do sangue fetal é excretado pelo rins do feto e retorna para o saco amniótico através do trato urinário fetal. No final da gestação, calculam-se cerca de até 400ml de líquido ingerido diaramente pelo feto. O córion é uma membrana que envolve o embr ião e todos os demais anexos embrionários. É o anexo embrionário mais externo ao corpo do embrião. O córion, juntamente com o alantóide, participa dos processos de trocas gasosas entre o embrião e o meio externo. O saco vitelínico e o alantóide contribuem, no entanto, para a formação do cordão umbilical, pedículo que liga a placenta ao embrião e é forrado pela membrana do âmnio, que reveste o saco vitelínico e a alantóide regredidos. No interior do cordão umbilical, duas artérias conduzem sangue do embrião para a mãe, enquanto uma veia transporta sangue da mãe para o embrião. Anexos embrionários são estruturas que derivam dos folhetos germinativos do embrião mas que não fazem parte do corpo desse embrião. Que são: saco vitelino, âmnio (ou bolsa amniótica), córion e alantóide. Saco Vitelino – à medida que este se desenvolve, há o consumo do vitelo e, consequentemente, o saco vitelino vai se reduzindo até desaparecer. Alantóide é umaestrutura ligada à parte posterior do intestino do embrião que armazena excretas e permite trocas gasosas com o meio externo. 8 semanas - 3 cm Saco Vitelino Alantóide Córion Saco Amniótico FLUIDO AMNIÓTICO - 99% constituído por água - fluido tecidual (intersticial) materno por difusão; - fluido vindo do sangue presente nos espaços intervilosos da placenta; - fluido do trato respiratório fetal; - urina (início da 11ª semana) - cerca de 500ml é acrescido diariamente; - células epiteliais fetais descamadas, proteínas, carboidratos, gorduras, enzimas, hormônios e pigmentos. O conteúdo de água do fluido é trocado a cada 3 horas através da membrana amniocoriônica, passando para o fluido tecidual materno e daí para os capilares uterinos. Também há troca de fluido com o sangue fetal através do cordão umbilical e no local onde o âmnio adere `a placenta. Desta maneira, o fluido fica em equilíbrio com a circulação fetal. Antes da pele se tornar queratinizada, ela é uma via importante para passagem da água e solutos do fluido tissular do feto para a cavidade amniótica; portanto, o fluido amniótico é similar ao fluido dos tecidos fetais. Evolução: 30 ml - com 10 semanas 350 ml - com 20 semanas 700 ml a 1L - com 37 semanas Com o avanço da gravidez, a composição do fluido muda pelo acréscimo de excretas fecais (mecônio-fezes) e urina. A prega caudal dobra-se em direção à face ventral do embrião. Com o dobramento da prega caudal, parte do saco vitelino incorpora-se ao embrião, constituindo o intestino posterior. A porção terminal do intestino posterior dilata-se formando a cloaca. Corte sagital do embrião de 4s. 4,0 mm Boca primitiva Conforme as pregas laterais migram em sentido ventral ao mesmo tempo com as pregas cefál icas e caudal do dobramento longitudinal, o saco amniótico expande-se progressivamente e aumenta consideravelmente sua área até envolver todo o embrião. Quando os dobramentos embrionários cessam, o embrião está revestido por ectoderma cutâneo, que formará a epiderme da pele. Por esse motivo o cordão umbilical tem revestimento epitelial. 4 semanas após a fecundação o prosencéfalo está aumentando de tamanho e se encurvando. Uma semana mais tarde começam a formar-se, a partir dele, os olhos e a retina, e, do futuro tronco cerebral (rombencéfalo), brotam os nervos cranianos. Na 7 semana, o prosencéfalo começa a dividir-se em telencéfalo, que originará os hemisférios cerebrais e diencéfalo, que formará o hipotálamo e o tálamo. Na 11 semana o telencéfalo já envolveu o diencéfalo e, ao redor do tronco cerebral, evidencia-se o cerebelo. Daí em diante, telencéfalo e cerebelo serão as áreas de maior crescimento, surgindo, no primeiro, sulcos e pregas, para permitir melhor acomodação do seu volume dentro da caixa craniana. Prosencéfalo - Telencéfalo - Diencéfalo = = vesículas ópticas, pineal e neuro hipófise Mesencéfalo Rombencéfalo - Metencéfalo = cerebelo e ponte - Mielencéfalo = bulbo e medula Subdivisões do Encéfalo primitivo (arquencéfalo). Passagem da fase de 3 vesículas para 5 vesículas. 30 dias = 10 a 14 mm Quando a criança nasce, somente estão ativadas, além das estruturas do tronco cerebral, responsáveis pelas funções vitais, algumas outras que vão lhe garantir um mínimo de atividades, indispensáveis a sua imediata sobrevivência, como os movimentos relacionados com o atos de sugar, de chorar e de mobilizar acanhada e descoordenadamente, os músculos dos membros superiores e inferiores. Na verdade, o telencéfálo e certas estruturas límbicas só terminarão seu desenvolvimento após o 2º ano de vida extra- uterino, pela intensa ampliação denderito - axonial e o aparecimento de milhares de sinápses, consequência do rápido aprendizado por que passa a criança nessa etapa da vida. Nos primeiros 24 meses, ela possivelmente adquire mais conhecimentos do que virá a obter durante todos os anos que se seguirão. Do ponto de vista histológico, ocorrem duas fases, nas quais as células cerebrais multiplicam-se muito rapidamente. Da 15ª semana à 20ª s e 25ªs até 1 ano após o nascimento, correspondem à proliferação dos neurônios. Nesta última fase desenvolvem-se ainda alguns bilhões de neurônios, seguindo um esquema geneticamente traçado, mas também ligado às primeiras etapas do aprendizado, e que se relaciona com às funções específicas que esses neurônios irão exercer. Porém, esta é, também, a etapa de intensa proliferação das células gliais, cujo número terminará sendo dez vezes maior que a população neuronal. Telencéfalo ou Cérebro Diencéfalo = Tálamo e Hipotálamo Tronco Encefálico = Ponte, Bulbo e Mesencéfalo Cerebelo O Encéfalo é um órgão que compõe o sistema nervoso, com a medula formam o que chamamos de sistema nervoso central, onde se localiza o cérebro e outras estruturas cranianas. O encéfalo é envolto pelas meninges (as menbranas que protegem contra traumas) e numa parte mais externa pelo crânio (osso). Esse órgão é dividido em: Telencéfalo ou Cérebro O lugar onde são processadas as informações recebidas do sistema nervoso periférico (nervos e gânglios nervosos ou sensoriais). Ele é dividido em dois hemisférios, por sua vez os hemisférios são divididos por córtex cerebrais, nesses córtex cerebrais estão cada região específica para o processamento de cada atividade, como o olfato, a visão, paladar, raciocínio, memória, escrita, comando motor e outras atividades. Diencéfalo (Tálamo e Hipotálamo) • O tálamo é a parte do diencéfalo em que se chama e retransmissora de implusos nervosos para o córtex cerebral , quando estes chegam no encéfalo (sistema nervoso central) ele encaminha cada tipo de estímulo para o local específico de processamento no córtex cerebral. • O hipotálamo é responsável por integração do sistema nervoso e endócrino, promovendo a ativação de diversas glândulas endócrinas. É uma estrutura que faz todo o balanço do que precisa ou não ser feita no organismo ou o chamado equilíbrio dinâmico (homeostase). Desempenha também importante papel no controle das emoções. Nele também é localizado a hipófise – glândula mestra, que coordena praticamente todas as funções do sistema endócrino, e é o hipotálamo que comanda a glândula mestra ou hipófise. Tronco Encefálico O tronco encefálico está localizado entre a medula e o diencéfalo e abaixo do cérebro. Ele é subdividido em três porções: • O bulbo – é a porção inferior do tronco encefálico e põe em contato com o encéfalo com a medula espinhal (os dois principais componentes do sistema nervoso central). • A ponte - fica localizada no centro, entre o bulbo e o mesencéfalo. • O mesencéfalo – o mesencéfalo é a parte mais cranial, mais próxima do diencéfalo. Cerebelo O cerebelo está situado na parte posterior do cérebro e participa dos ajustes dos movimentos, equilíbrio, postura e tônus muscular, pois ele faz uma espécie de avaliação se os movimentos pretendidos estão sendo realmente executados. Fontes: AFH Bio, Wikipédia, Estud Med, Geo Cities As fibras nervosas que saem da medula espinhal começam a aparecer no final da quarta semana. Estas fibras se originam de células das placas basais da medula espinhal em desenvolvimento e emergem como um série de radículas ao longo da superfície ventrolateral. Os prolongamentos das células acabam por se unir e formam assim os nervos espinhais. Os doze pares de nervos cranianos formam-se durante a 5a e 6a semana do desenvolvimento. A meninges derivam de células provenientes das cristas neurais e os plexos coróides, expansões constituídas por um eixo conjuntivo vascular revestido pelo epitélio ependimário, formados pela projeção das meninges para o interior das vesículas encefálicas. E tem como função a produção do líquor.As meninges são três delicadas membranas que revestem e protegem o Sistema nervoso central, medula espinal, tronco encefálico e o encéfalo. São elas a dura-máter, aracnoide e pia-máter. Desenho esquemático mostrando a localização dos doze pares de nervos em um embrião de cinco semanas (A) e em um adulto (B). 4 semanas = 4,0 mm 6 semanas = 13,0 mm 8 semanas = 3 cm 10 semanas = 6 cm 12 semanas = 8,5 cm 20 semanas = 19 cm 28 semanas = 28 cm 38 semanas = 36 cm 26º dia dentro da 4ª semana 4ª Semana 5ª Semana 6ª Semana 7ª Semana 9ª Semana 1ª Semana # Mostrar vídeo Gestação semana a semana 4:24 Cada uma das três camadas germinativas (ectoderma, mesoderma e endoderma) dá origem a tecidos específicos e órgãos. - A Ectoderme origina o cérebro e medula, retina, neuro-hipófise, lobo anterior da hipófise gânglios e nervos cranianos e sensitivos, medula da supra-renal, células pigmentares, epiderme, pêlos, unhas, esmalte dentário, glândulas cutâneas e mamárias, ouvido interno, cristalino. - A Mesoderme origina o tecido cartilaginoso e ósseo, tecido muscular, tecido conjuntivo, sistema urogenital, tecido hematopoiético, sistema cardiovascular e linfático, baço e córtex da adrenal, dentina. - A Endoderme origina o trato digestório (revestimento epitelial), fígado e pâncreas, bexiga urinária, sistema respiratório (revestimento epitelial), derivados epiteliais da faringe, cavidade timpânica, amígdalas, timo, paratireóides, derivados epiteliais da tireóide. Os 3 folhetos embrionários dão origem a todos os tecidos do corpo Tecidos fundamentais: .Tecido Nervoso (origem: Ectoderma Neural ) .Tecido Epitelial (origem: Ectoderma - tegumentar, Endoderma e Mesodérmica - interna dos órgãos) .Tecido Conjuntivo (origem: Mesoderma) .Tecido Muscular (origem: Mesoderma) Células formam tecidos = tecidos formam órgãos = órgãos = formam sistemas
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