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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA, FALÊNCIAS E CONCORDATAS DA COMARCA DE LARANJA DA TERRA - ES
SANTA MARIANA FARMACEUTICA LTDA neste ato representada pelo seu administrador judicial, BARBOSA FERRAZ, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador do RG n.º 000000 e do CPF n.º 000.000.00-00, residente e domiciliado (a) na Rua xxxxxxxx, n.º xx, Bairro xxxxxxx, cidade de Laranja da Terra, Estado de Espírito Santo, por intermédio de sua advogada e bastante procuradora, com escritório profissional sito à Rua xxxxxxxx, nº xx, Bairro xxxxxxx, cidade de Laranja da Terra, Estado de Espírito Santo, onde recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor 
AÇÃO REVOCATÓRIA COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA em face de:
ANDREA, (nacionalidade) casada, (profissão), portadora do RG n.º 00000 e do CPF n.º 000.000.000-00, residente e domiciliada na Rua xxxxxxxxxx, n.º xxxxx, Bairro xxxxxx, cidade de Laranja da Terra, Estado de Espírito Santo, 
BRUNO, (nacionalidade) casado, (profissão), portadora do RG n.º 00000 e do CPF n.º 000.000.000-00, residente e domiciliada na Rua xxxxxxxxxx, n.º xxxxx, Bairro xxxxxx, cidade de Laranja da Terra, Estado de Espírito Santo, 
WALTER, (nacionalidade) menor impúbere, portador do RG n.º 000000 e do CPF n.º 000.000.000-00, residente e domiciliado na Rua xxxxxxxx, n.º xxx, Bairro xxxxx, cidade de Laranja da Terra, Estado de Espírito Santo,
SANDRA, (nacionalidade) menor impúbere, portadora do RG n.º 000000 e do CPF n.º 000.000.000-00, residente e domiciliada na Rua xxxxxxxx, n.º xxx, Bairro xxxxx, cidade de Laranja da Terra, Estado de Espírito Santo,
CARLOS, (nacionalidade) (estado civil), (profissão), portadora do RG n.º 00000 e do CPF n.º 000.000.000-00, residente e domiciliada na Rua xxxxxxxxxx, n.º xxxxx, Bairro xxxxxx, cidade de Laranja da Terra, Estado de Espírito Santo, 
DENISE, (nacionalidade) (estado civil), (profissão), portadora do RG n.º 00000 e do CPF n.º 000.000.000-00, residente e domiciliada na Rua xxxxxxxxxx, n.º xxxxx, Bairro xxxxxx, cidade de Laranja da Terra, Estado de Espírito Santo, 
XAVIER, (nacionalidade) (estado civil), (profissão), portadora do RG n.º 00000 e do CPF n.º 000.000.000-00, residente e domiciliada na Rua xxxxxxxxxx, n.º xxxxx, Bairro xxxxxx, cidade de Laranja da Terra, Estado de Espírito Santo,
 DOS FATOS
Em maio de 2014, os quatro sócios de Santa Mariana Farmacêutica Ltda. aprovaram, por unanimidade, a alteração do objeto social com restituição de quatro imóveis do patrimônio da sociedade aos sócios Andrea, Bruno, Carlos e Denise.
Os sócios Andrea e Bruno, casados em regime de separação parcial, receberam dois imóveis da sociedade e, em 11 de setembro de 2014, realizaram doação com reserva de usufruto vitalício para Walter e Sandra, seus dois filhos com 7 (sete) e 3 (três) anos de idade. Em 27 de junho de 2017, foi decretada a falência da sociedade empresária pelo juiz da Comarca de Vara Única de Laranja da Terra/ES.
O administrador judicial Barbosa Ferraz descobriu que as doações são fortes indícios do intuito fraudulento de todos os sócios na dilapidação patrimonial em prejuízo dos credores. No caso de Andrea e Bruno e seus filhos Walter e Sandra, verifica-se que as doações em benefício dos próprios filhos dos sócios de tenra idade, ocorreram sem qualquer justificativa, a evidenciar a clara intenção de ocultação de bens passíveis de constrição para pagamento das obrigações decorrentes do exercício da empresa.
A crise da empresa já se anunciava desde 2013, quando os balanços patrimoniais começam a revelar a elevação dos prejuízos, a diminuição da receita e o aumento de ações de cobrança. Assim, foi engendrada a trama que pôs a salvo o patrimônio pessoal dos sócios, esvaziando a possibilidade dos credores de alcançá-los para a solvência de dívida, ao mesmo tempo em que Andrea e Bruno resguardaram o direito de uso, administração e percepção dos frutos dos bens que só seriam de posse dos donatários após o falecimento destes.
No caso os sócios Carlos e Denise, verifica-se que eles alienaram os outros dois imóveis recebidos a Xavier, três dias depois do requerimento de falência, sendo no mesmo dia realizada a prenotação no Registro de Imóveis. O administrador descobriu que Xavier é um ex- empregado da sociedade falida, que foi testemunha nas escrituras de doação dos imóveis por Andrea e Bruno e trabalha atualmente como contador para Denise.
DOS DIREITOS
Mesmo antes de decretada a falência, porém já em fase de crise, os sócios da Santa Mariana Farmacêutica LTDA, ora requeridos, não poderiam desfazer-se de patrimônio da empresa, sob o risco de caracterização de fraude a credores. Os atos praticados com esse fim, são considerados ineficazes. A respeito, a Lei n.º 11.101/05, que trata a respeito de Recuperação Judicial e Falência, estabelece em seu artigo n.º 129, inciso VI:
Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores:
[...]
 VI – a venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consentimento expresso ou o pagamento de todos os credores, a esse tempo existentes, não tendo restado ao devedor bens suficientes para solver o seu passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, não houver oposição dos credores, após serem devidamente notificados, judicialmente ou pelo oficial do registro de títulos e documentos;
Percebe-se através dos fatos, que não houve a comunicação aos credores quanto a intenção de efetuar a restituição dos bens da empresa aos sócios, e ainda menos a doação/transferências dos imóveis à terceiros, ora também requeridos.
A responsabilidade quanto a ação revocatória se volta aos sócios da empresa – agora massa falida – e aos beneficiados das transferências de bens, como estabelece o artigo 133 da Lei de Recuperação Judicial e Falência.
 Art. 133. A ação revocatória pode ser promovida:
I – contra todos os que figuraram no ato ou que por efeito dele foram pagos, garantidos ou beneficiados; [...]
 A massa falida de Santa Mariana Farmacêutica LTDA já se encontrava inabilitada para a prática habitual do comércio, motivo pelo qual, deve seu patrimônio retornar ao status quo ante, sob pena de ofensa a coletividade em geral.
Essa matéria é analisada de forma singular por Wilson de Souza Campos Batalha e Silva Marina Labate Batalha (Falências e Concordatas, Ed. LTR, 2ª ed., pg. 406 e seguintes)
"A ação revocatória falimentar é a ação declaratória de inoponibilidade de certos atos ou negócios jurídicos à massa falida. Não se desconstituem atos ou negócios; apenas declara-se a sua inoponibilidade à massa".
 Deve, portanto, o veículo reintegrar-se à propriedade da massa falida.
 ....
O art. 135 da Lei 11.101/05 reza que:
Art. 135. A sentença que julgar procedente a ação revocatória determinará o retorno dos bens à massa falida em espécie, com todos os acessórios, ou o valor de mercado, acrescidos das perdas e danos.
 Inexistindo a possibilidade de devolução do bem imóvel, deve ser restituído o seu equivalente em dinheiro.
 Que estabelece a competência do Juízo Falimentar para o conhecimento e processamento da ação que terá rito ordinário.
 Caso o veículo não seja imediatamente restituído, restará lesado o direito dos credores em geral, com ofensa ao princípio da pars conditio creditorum.
 Imprescindível, pois, a restituição liminarmente, inaudita altera pars.
 Em face do exposto é perfeitamente viável a antecipação da tutela, inaudita altera pars, restituindo o bem à massa, até o deslinde final da presente ação.
DOS PEDIDOS
Diante do exposto requer:
1) Conceder à tutela antecipada, no sentido de determinar liminarmente, inaudita altera pars, a imediata restituição dos bens imóveis retromencionados, mantendo a massa na posse do bem, até o deslinde final da presente ação.
2) Após a efetivação da medida, determinar a citação dos requeridos nos endereços descritos no preâmbulo, para, no prazo legal, querendo, responder a ação proposta, com as advertências de estilo (art. 285 e 319 do CPC), devendo ao final ser julgada procedente a presente ação.
3) Que seja declarado ineficaz o ato de restituição dos bens imóveis aos sócios da massa falida e posterior doação a Walter e Sandra, desfazendo o ato de transferência (transcrição) da propriedade, e que seja restituído a massa falida a titularidade e o domínio pleno (posse e propriedade) sobre o bem, sendo que na remota impossibilidade de devolvê-lo, sejam os requeridos condenados a indenizar a massa falida em dinheiro, cujo quantum deve ser apurado em regular execução da sentença, considerada a desvalorização da coisa entre o ato de inadimplemento e a liquidação do dano;
4) condenar os requeridos ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios de 20% sobre o valor da ação.
5) A intimação do Ministério Público para acompanhamento dos atos processuais.
Protesta pela produção de todos os meios de provas em direito admitidas, notadamente os depoimentos pessoais dos requeridos, sob pena de confesso, ouvida de testemunhas, juntada de documentos e pericial.
Dá-se à causa o valor de R$ XX,XX (X reais).
Nesses termos, pede deferimento.
Laranja da Terra/ES, 11 de Outubro de 2018
Carolina Cristofolini BIttelbrunn
 OAB

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