Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA VIVIANE GOMES FERNANDES INSTRUMENTAÇÃO ANALÓGICA FORTALEZA 2016 RESUMO Os instrumentos analógicos empregados na medição das grandezas elétricas baseiam-se em algum fenômeno eletromagnético ou eletrostático no conjunto móvel como a ação de um campo magnético que é percorrida por uma corrente elétrica ou a repulsão entre duas placas carregadas com cargas elétricas de mesmo sinal. O mecanismo de suspensão é quem promove a fixação da parte móvel proporcionando um movimento de baixo atrito, utilizando as suspensões: por fio, por pivô e a suspensão magnética. A suspensão por fio é utilizada em instrumentos de precisão; a suspensão por pivô ou d’Arsonval com extremidades afiladas se apoiam em mancais de rubi ou safira sintética; suspensão magnética, força ou repulsão de dois pequenos ímãs acoplados na parte móvel e fixa do instrumento. Neste trabalho, é objetivo a utilização de instrumentos básicos de medidas elétricas na formação de outras grandezas elétricas na verificação dos elementos ôhmicos e não ôhmicos. Para tal, foram utilizados um amperímetro do fabricante Sassi modelo FM96 e um voltímetro do fabricante Engro modelo 17385. Na escala onde as leituras são efetuadas; o fundo de escala mostra o valor máximo capaz de ser determinado pelo o equipamento sem danificá-lo; posição do zero, a posição na qual o ponteiro encontra-se em repouso. Paralaxe na influência do resultado de medição e a linearidade na distribuição das divisões do fundo de escala. Palavras-chave: Amperímetro. Voltímetro. Conjunto móvel. Suspensão magnética. Ímãs. 3 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho apresenta os instrumentos básicos de medidas elétricas como o amperímetro e o voltímetro; é escopo as montagens dos dois processos de medição e o gráfico V (Tensão) versus i (Corrente) que é definido conforme o acréscimo de 15V a cada medição. Os instrumentos aqui utilizados são constituídos de Ferro Móvel e seu princípio de funcionamento é através de correntes muito baixas capazes de movimentarem uma bobina que fica entre os pólos de um ímã. Os dois principais tipos de instrumentos são: atração e repulsão. A atração faz surgir um campo magnético que atrai o núcleo de ferro doce e a repulsão faz criar uma força de repulsão entre as lâminas. As incertezas detectadas nas práticas realizadas foram paralaxe e linearidade. A abordagem do trabalho foi dividida em cinco partes: instrumentos de medição, medida de resistência elétrica, as resistências não ôhmicas, o galvanômetro de ferro móvel e as incertezas. A referida pesquisa está com base nas práticas realizadas em laboratório, ao conteúdo ministrado em sala de aula e a base teórica utilizada na referência bibliográfica. 4 2 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO Na eletricidade, é de suma importância a utilização de equipamentos em medidas elétricas: o amperímetro e o voltímetro. O amperímetro é o aparelho utilizado para medir a intensidade de corrente elétrica que circula num condutor, podendo medir tanto a corrente contínua como a corrente alternada na unidade de medida Ampère. Para aferir a corrente que circula em determinado trecho do circuito a ligação sempre deve ser realizada em série. Com isso a sua resitência interna dever ser muito pequena, a menor possível. Se a resistência interna do equipamento for muito pequena em relação as resistências do circuito considera-se o aparelho como sendo ideal. Figura 1 – Amperímetro. Fonte: Autor desconhecido. Onde: r: resistência da bateria (Ω); i: corrente elétrica (A) do circuito; R: carga que se quer medir (Ω); A: amperímetro (A); Ra: resistência interna do amperímetro (Ω). O voltímetro é o aparelho utilizado para medir a diferença de potencial entre dois pontos, por isso sua ligação dever ser sempre realizada em paralelo no trecho onde deseja- se descobrir a tensão elétrica, podendo medir tanto as tensões contínuas como as tensões alternadas na unidade de medida Volt. Para não interferir o circuito sua resitência interna deve ser muito alta, a maior possível. Se a resistência interna do equipamento for muito alta em relação as resistências do circuito considera-se o aparelho como sendo ideal. 5 Figura 2 – Voltímetro. Fonte: Autor desconhecido. Onde: r: resistência da bateria (Ω); i: corrente elétrica (A) do circuito; i1: corrente elétrica (A) da carga; i2: corrente elétrica (A) do voltímetro; R: carga que se quer medir (Ω); V: voltímetro (V); rv: resistência interna do voltímetro (Ω). 2.1 Medida de resistência elétrica 2.1.1 Método indireto (Volt-Ampère a Montante) Figura 4 – Método Volt-Ampère a Montante. Fonte: Apostila de Circuitos Elétricos I. Essa outra configuração recebe esse nome porque, em relação a fonte o voltímetro fica antes do amperímetro. Com a leitura desses dois medidores é possível conhecer a resistência desconhecida Rx: 6 RxM = V I Onde: RxM: Valor medido da resistência RX pela leitura do voltímetro e do amperímetro para o método a montante; V: Medidor de tensão (V); I: Medidor de corrente (A). Existirá uma diferença entre o valor medido pelo o método (RxM) e o valor verdadeiro da resistência (RxV), devido a resistência interna associada a cada instrumento e também aos erros gerados na própria medição. O valor de (RxV) é determinado em função das leituras e das resistências internas dos equipamentos: amperímetro e voltímetro; RxV = f(V, I,Rv, Ra) O erro de inserção absoluto e relativo do método, são definidos: δRXins= RxM-RxV δRXins% = δRXins RxV .100 O erro de inserção é “por excesso”, devendo ser utilizado para medir resistências R𝑎 <<. Rx. 2.1.2 Método indireto (Volt-Ampère a Jusante) Figura 3 – Método Volt-Ampère a Jusante. Fonte: Apostila de Circuitos Elétricos I. Esta configuração recebe esse nome porque em relação à fonte o voltímetro fica após o amperímetro. Com a leitura desses dois medidores é possível conhecer a resistência desconhecida Rx: RxJ = V I 7 Onde: RxJ: Valor medido da resistência RX pela leitura do voltímetro e do amperímetro para o método a jusante; V: Medidor de tensão (V); I: Medidor de corrente (A). Existirá uma diferença entre o valor medido pelo o método (RxJ) e o valor verdadeiro da resistência (RxV), devido a resistência interna associada a cada instrumento e também aos erros gerados na própria medição. O valor de (RxV) é determinado em função das leituras e das resistências internas dos equipamentos: amperímetro e voltímetro; RxV = 𝑓(𝑉, 𝐼, 𝑅𝑣, 𝑅𝑎) O erro de inserção absoluto e relativo do método, são definidos: δRXins = RxJ-RxV δRXins% = δRXins RxV .100 O erro de inserção é “por defeito”, devendo ser utilizado para medir resistências Rx << RV. 2.2 Resistores não ôhmicos Nos resistores não ôhmicos as diferentes resistências elétricas geradas em consequência da alteração da diferença de potencial nas extremidades dos condutores e a intensidade da corrente elétrica que atrava o meio resulta em uma não proporcionalidade nas grandezas envolvidas, isto é, o gráfico V (Tensão) versus i (Corrente) nãoé uma reta, então eles não obedecem a lei de Ôhm. Para comprovar a não linearidade do gráfico foram realizados em laboratório dois esquemas de montagem conforme apresentado a seguir: Identificação do material utilizado: Amperímetro analógico de fundo de escala de 1A (A) Voltímetro analógico de fundo de escala de 500V (B) Totem de lâmpadas (C) Varivolt (D) Bancada didática (E) Multímetro analógico (F) 8 2.2.1 Esquemas de montagens Procedimento 1: As medições foram realizadas a cada variação de 15V. Figura 1 – Montagem 1. Fonte: Próprio autor. Figura 2 – Circuito: Montagem 1. Fonte: Próprio autor. Tabela 1 Fonte: Próprio Autor. 9 Gráfico 1 - V (Tensão) versus i (Corrente) da montagem 1. Fonte: Próprio Autor. Procedimento 2: As medições foram realizadas a cada variação de 15V. Figura 3 – Montagem 2. Fonte: Próprio autor. Figura 4 – Circuito: Montagem 2. Fonte: Próprio autor. 10 Tabela 2 Fonte: Próprio Autor. Gráfico 2 - V (Tensão) versus i (Corrente) da montagem 2. Fonte: Próprio Autor. Foi realizados dois experimentos utilizando o método indireto (Volt-Ampère a Montante) e o método indireto (Volt-Ampère a Jusante), respectivamente. Com um multímetro analógico fabricante YU FONG modelo YF-370 destacado pela letra F nas montagens 1 e 2 das (Figuras 1 e 3) foi aferido a resistência interna dos instrumentos, na qual obteve as seguintes medidas: RA=120Ω; RV=13,5KΩ Sabendo os valores da potência e a tensão, foi possível determinar a resistência da lâmpada a partir de: P = V2 R 11 R = V2 P = 2202 100 = 484Ω Cálculo do erro relativo em cada experiência: Procedimento 1, montagem a Montante Erro relativo= RA R = 120Ω 484Ω =0,25 Procedimento 2, montagem a Jusante Erro relativo= R RV = 484Ω 13,5kΩ =0,036 Como pode ser visto, o erro relativo apresentado no procedimento 2 é bem menor que o erro relativo apresentado no procedimento 1. Com isso, a melhor montagem é a montagem a Jusante. 2.3 Galvanômetro de ferro móvel Conhecidos também como ferromagnéticos ou instrumentos eletromagnéticos, seu princípio físico de funcionamento é baseado na ação de campo magnético criado pela corrente a medir percorrendo uma bobina fixa sobre uma peça de ferro doce móvel. Os dois principais tipos destes instrumentos são: instrumentos de “atração” ou de “núcleo mergulhador”, instrumentos de “repulsão” ou “palheta móvel”. A corrente elétrica que circula pela bobina fixa, faz surgir um campo magnético que atrai o núcleo de ferro doce dando uma leitura proporcional a corrente circulante. Figura 5 – Instrumentos de Núcleo Mergulhador. Fonte: Filho (1981). Colocando duas laminas de ferro no interior de uma bobina, haverá a formação de polos iguais nos seus extremos com a passagem da corrente elétrica. Como os polos são iguais as duas laminas iram se repelir. 12 Figura 6 – Instrumentos de Repulsão. Fonte: Filho (1981). Note que a corrente elétrica que percorre a bobina fixa magnetiza as duas lâminas A1 e A2, criando uma força de repulsão entre as duas lâminas. A1 é fixa a bobina e A2 é móvel ao eixo, dessa forma facilita a movimentação do ponteiro. 2.4 Incertezas 2.4.1 Paralaxe: Quando a vista do observador, a ponta do ponteiro e o valor indicado na escala não se situam no mesmo plano, (Figura 7) surge um erro denominado de erro de paralaxe. Figura 7 – Vista do observador na escala. Fonte: Desconhecida. Por esta razão muitos aparelhos possuem espelhos no fundo de escala; (Figura 8) e a medida deve ser feita quando a vista do observador e o ponteiro coincidem na imagem do espelho. Figura 8 – Espelho para correção do erro de Paralaxe. Fonte: Próprio autor. 13 2.4.2 Linearidade: Característica que trata à maneira como a escala esta dividida; quando há uma distribuição que corresponde a divisões iguais, caracteriza-se em uma escala linear ou homogênea, quando não há uma distribuição que corresponda a divisões iguais a mesma assume característica de uma escala não-linear ou heterogênea. Figura 9 – Voltímetro com fundo de escalar linear. Fonte: Próprio autor. O instrumento de medição é constituido de uma bobina móvel e deve ser utilizado com o mostrador na posição vertical medindo até 2 kV. Figura 10 – Amperímetro com fundo de escala não-linear. Fonte: Próprio autor. O instrumento de medição é constituido de ferro móvel com índice de exatidão de 1,5 e deve ser utilizado para medir corrente alternada com o mostrador na posição vertical com nível de tensão até 2 kV. 14 CONCLUSÃO Neste trabalho foi possível determinar uma grandeza elétrica através de outras duas já conhecidas na instrumentação básica; o comportamento apresentado no decorrer da experiência foi de um condutor não ôhmico, o gráfico da distribuição das medições realizadas mostra uma não linearidade das grandezas envolvidas, o erro relativo de cada método indireto de medição de resistência elétrica (Volt-Ampère a Montante ou a Jusante). Percebe-se também que os resultados de medições necessitam ser observados de maneira a coincidir a vista do observador a ponta do ponteiro e o valor da indicação apresentado na escala do aparelho. A linearidade do equipamento também pode ser observado na experiência. 15 REFERÊNCIAS FILHO, S. M. Fundamentos de Medidas Elétricas. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Dois S.A., 1981. Instrumentação e Técnicas de Medida – UFRJ, Pdf. Disponível em: <http://www.netsoft.inf.br/aulas/7_EAC_Sistemas_Realimentados/Variaveis_e_Instrum entacao.pdf >. Acesso em 05 de novembro de 2016. Resistores não-ôhmicos, Resistores Não Ohimocs. Disponível em: <https://pt.scribd.com/doc/61241098/Resistores-Nao-Ohimocs>. Acesso em 05 de novembro de 2016. Blog da Qualidade, O erro de paralaxe parte 1. Disponível em: <http://www.blogdaqualidade.com.br/o-erro-de-paralaxe-parte-1/ >. Acesso em 05 de novembro de 2016. Lorencini Brasil, Instrumentos analógicos de medidas elétricas. Disponível em: <http://www.lorencinibrasil.com.br/blog/instrumentos-analogicos-de-medidas- eletricas/>. Acesso em 05 de novembro de 2016. Labspot – UFSC, Pdf. Disponível em: <http://www.labspot.ufsc.br/circuitos1/Aula03E.PDF>. Acesso em 05 de novembro de 2016. Elemania Elettrot, Html. Disponível em: <http://www.elemania.altervista.org/basi/resistenze/res2.html>. Acesso em 05 de novembro de 2016. DocSlide, Html. Disponível em: <http://docslide.com.br/documents/metodos-de- medicao-de-resistencia.html>. Acesso em 05 de novembro de 2016. Feis, Pdf. Disponível em: <http://www.feis.unesp.br/Home/departamentos/engenhariaeletrica/apostila-edvaldo- 2006.pdf>. Acesso em 05 de novembro de 2016.
Compartilhar