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* * Tornozelo e pé / Amputações de MMII Fisiopatologia Avaliação Tratamento Prof. Me. Ranulfo Carvalho 19/04/2017 MOSSORÓ-RN Disciplina de Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia Tornozelo e Pé Complexo formado por 28 ossos e 34 articulações que formam uma estrutura ora fixa, ora flexível, possibilitando: suporte de peso, ajustamentos a superfícies irregulares, controle e estabilização da perna sobre o pé plantado, elevação do corpo, amortecimento de choques, etc. Por ser uma articulação que suporta o peso do corpo todo se torna sítio de lesões frequentes. Anatomia: Anatomia: Anatomia: Mobilidade Articulação Talocrural: Troclear, com um grau de liberdade; Permite os movimentos de Flexão plantar (45°) e Dorsiflexão (20°); Articulação Subtalar Permite os movimento de Eversão ou Pronação (25°) e Inversão ou Supinação (40°). Articulações Intertársicas e Tarsometatársica – deslizamento Articulações Metatarsofalangeanas Flexão e Extensão (Ligeira ABD e ADD). Interfalangeanas– Flexo-extensão Avaliação do Pé e Tornozelo Entorse de Tornozelo Consequências de movimento articular excessivo ou que não é permitido pela articulação, havendo lesão de estabilizadores estáticos (ligamentos); 90% das entorses ocorrem com o mecanismo de flexão plantar + inversão (lesão do ligamento colateral lateral); Dependendo do estresse lesiona-se o talofibular anterior (70%), o calcaneofibular (20%) e o talofibular posterior; Entorse de Tornozelo Ligamento Colateral Lateral do tornozelo = Lesão ligamentar mais frequente (10% dos casos de pronto socorro em traumatologia); 15% das lesões do esporte (31% em futebol, 45% em basquete); Sintomas residuais em até 40% dos casos; Entorse por eversão: Raramente componentes do ligamento deltoide são lesionados. Existe uma maior probabilidade de fratura do maléolo medial. Entorse de Tornozelo AGUDA e CRÔNICA Classificada em 3 Graus (inversão): - G1: Leve - G2: Moderada - G3: Total Grau 1 (aguda) – Ruptura de poucas fibras, dor momentânea seguida de alívio na região do TFA (permitindo continuidade da atividade), dor mais intensa após a interrupção, pequeno edema, com incapacidade funcional mínima, testes mostram estabilidade. Lesão de Ligamento Grau 2 (aguda) – Em geral acomete TFA e CF o que provoca dor ininterrupta na região (dificultando continuidade); ruptura de maior número de fibras, apresenta edema maior que no G1, e pode apresentar equimose; ocorre impotência funcional tanto para marcha quanto para apoio; pode apresentar leve instabilidade articular, frouxidão ligamentar. Lesão de Ligamento Grau 3 (aguda) – Ruptura total e Dor acentuada e difusa; além do TFA e do CF pode atingir o TFP; edema importante (hematoma), grande incapacidade funcional (diminuição de ADM, apoio e marcha), instabilidade articular acentuada. Lesão de Ligamento Tratamento 1- Fase inicial: P.R.I.C.E.; US pulsátil; TENS; Massoterapia (drenagem). 3- Fase de Treino Funcional - Melhora da ADM, fortalecimento e propriocepção: Alongamento; Fortalecimento; Pliometria; Propriocepção dinâmica; Treino de atividade funcional; Crioterapia preventiva. 2- Fase de ADM e Fortalecimento – melhora da dor e edema, ADM parcial: Alongamento; Bicicleta estacionária; Exercícios ativos/resistidos; Propriocepção estática; PRICE. * * Tendinite do Calcâneo Há uma área avascular de 2 a 6 cm acima da inserção que se torna causa do frequente surgimento de lesão local (tendinite do calcâneo); Surgimento da lesão é silenciosa e gradual; Quadro clínico: dor intensa e constante durante e após a atividade; dor ao alongamento e na contração resistida; pequeno edema no tendão e espessamento; hipersensibilidade na área hipovascularizada. PREVENÇÃO: Calçados apropriados; Evitar Overuse; Manter boa flexibilidade; Fortalecimento. * PÉ TORTO CONGÊNITO Deformidade em inversão e flexão plantar do pé ao nascimento, onde existe resistência à realização da eversão passiva. * EPIDEMIOLOGIA Incidência = 1 a cada 1000 partos. Maori 7 a cada 1000. Masculino 2,5 : 1 Feminino Bilateral na metade dos casos (lado direito) 18% de história familiar positiva PÉ TORTO CONGÊNITO * ETIOLOGIA: - PTC Isolado = Idiopático (Talipe Equinovaro): Sugere-se que pode haver perda de líquido amniótico entre a 8ª e a 12ª semana de gestação (entre 8ª e 10ª semana o pé é formado na posição do PTC); - PTC secundário a outras doenças (ex: artrogripose ou ausência congênita da tíbia); ou por fatores mecânicos (compressão intra-uterina); PÉ TORTO CONGÊNITO * PÉ PLANO - Ruptura / frouxidão do ligamento espiral Ausência do arco plantar longitudinal 14% da população adulta Geralmente assintomático * Os tratamento para as deformidades do pé baseiam-se, principalmente, no uso de órteses de posicionamento, além de um trabalho de fortalecimento e flexibilidade para equilibrar as tensões articulares. Amputação de MMII Definição: Retirada cirúrgica ou traumática, total ou parcial de um membro para eliminar tecidos moles e ósseos danificados. Seguido de uma reconstrução de tecidos residuais, formando o chamado COTO. ETIOLOGIA DAS AMPUTAÇÕES TRAUMATISMO: Fraturas expostas grau 3; Menos de 50 anos; Acidentes de trabalho e de trânsito; Quase todas as amputações por traumatismo são decorrentes de comprometimento vascular. DOENÇA VASCULAR PERIFÉRICA: Diabetes Mellitus; + de 50 anos; Pé diabético; Fatores de risco (tabagismo, hipertensão arterial, sedentarismo, excesso de peso e antecedentes famil.). ETIOLOGIA DAS AMPUTAÇÕES TUMORES Osteossarcoma INFECCIOSA Amputação em fratura exposta grau 3 até 22%; 1995 10% dos diabéticos tem amputações; Quase metade das amputações ocorrem por causa da diabetes; Quase metade das amputações ocorrem por traumatismos; 2001 Brasil: 13,9 amputações / 100 mil habitantes 2003 Inglaterra: até 19,4 amputações / 100 mil habitantes; Rio de Janeiro: entre 1990 e 2000 aumentou 5 x amput. EPIDEMIOLOGIA INDICAÇÕES DE AMPUTAÇÃO Avaliação dos tecidos: Pele, músculo, osso, suprimento vascular e nervos. Indicação absoluta: Secção do nervo tibial posterior; Lesão vascular com isquemia durante mias de 6 horas; Escore da Gravidade de Mutilação da Extremidade (MESS): Ferramenta que auxilia a tomada de decisão. INDICAÇÕES DE AMPUTAÇÃO MESS Lesão musculoesquelética Baixa energia (facada, fratura simples) 1 Média energia (# exposta, # múltipla) 2 Alta energia (espingarda, esmagamento) 3 Altíssima energia (avulsão de tec. moles) 4 B. Isquemia dos membros Pulso reduzido 1 Pulso ausente, parestesia 2 Membro frio, paralisado, insensível 3 C. Choque PAS sempre > 90mmHg 0 Hipotensão transitória 1 Hipotensão persistente 2 D. Idade < 30 0 30 – 50 1 > 50 2 Obs.: O escore dobra se a isquemia for > 6 horas TOTAL: 7 pontos = indicação de amputação A - Syme A.1 - Pirogoff B – Chopart (mediotarsicas) C – Lisfranc (tarsometatarsais) D - Transmetatarsiana E – Metatarsofalang. Interfalangeana SELEÇÃO DO NÍVEL DE AMPUTAÇÃO PÉ DIABÉTICO Níveis de Amputações Hemipelvectomia; Desarticulação do quadril; Transfemoral; Desarticulação do joelho; Transtibial (mais comum). PROCEDIMENTO CIRÚRGICO DAS AMPUTAÇÕES PROCEDIMENTO CIRÚRGICO DAS AMPUTAÇÕES Formato ideal do coto = cilíndrico (evitar formato cônico); Miodese é mais funcional que Mioplastia; Neurectomia com tração discreta; Suturas sem tensões exageradas; Posicionamento correto após a amputação; Bom coxim adiposo; Retirada do periósteo de 2 a 3 cm, para evitar formação de espículas ósseas. COMPLICAÇÕES Neuromas: - adesão dos nervos ao tecido fibrótico (DOR); Sensação de dor fantasma: - queimação, contínua,3 a 6 meses; Infecções: - cirurgias inadequadas, reamputação; Retardo na cicatrização: - erro nas correções vasculares; Configuração inadequada do coto - forma e coxim; Osso heterotópico: - periósteo mal corrigido. E ainda: Edema, Contraturas (posicionamento inadequado do coto); Distúrbios psicológicos; Escoliose. Tratamento pré-amputação Aspecto psicológico; Conscientização; ADM; Fortalecimento; Sistema cardiorespiratório; AVD’s; Tranferências, equilíbrio. Tratamento pós-amputação Visa preparar o coto para a protetização. Cuidados e orientações no tratamento imediato: Posicionamento no leito (complicações secundárias); Enfaixamento, luvas elásticas (edema pós-cirúrgico); Higiene; Inspeção do coto (sensibilidade); Posicionamento do coto: evitar flexão de joelho em amputação transtibial, deitado ou sentado; manter o membro inferior alinhado; não colocar travesseiro embaixo do coto e entre as pernas, pois poderá causar contraturas musculares; Objetivos: - Eliminar dor; - Prevenir contraturas e encurtamentos; - Fortalecimento global; - Orientação postural; - Independência funcional. Tratamento pós-amputação Conduta: - Crioterapia e TENS - Melhorar sensibilidade (Rood); - Exercício resistidos no membro são e no afetado (MMSS); - Treino de equilíbrio estático e dinâmico; - Treino de AVD’s – sentar, rolar, levantar, ir para cadeira, etc. - Treino de marcha com muletas e com a prótese. * * Obrigado, estudem! ranulfocarvalho@gmail.com
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