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Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 1 MÓDULO 1 – Metálicas: Material aço 1. MATERIAIS METÁLICOS – São materiais compostos por metais, como por exemplo, o ferro. Esses materiais que tem o ferro em sua composição são chamados de metais ferrosos. O aço, o ferro fundido e o ferro laminado são as formas mais usuais de metais ferrosos. 1.1 – Aço O aço é um dos mais importantes materiais metálicos usados na indústria mecânica. É usado na fabricação de peças em geral. a) Processo de fabricação: • O ferro não é encontrado puro na natureza. Encontra-se geralmente combinado com outros elementos formando rochas as quais se dá o nome de MINÉRIO. • O Minério de Ferro é retirado de subsolos ou também de montanhas. Para retirar as impurezas, o minério é lavado, partido em pedaços menores e em seguida levado para a usina siderúrgica. Na Sinterização o minério de ferro é aglutinado a fim de conferir-lhes granulometria. • Na Coqueria o carvão mineral é transformado em coque siderúrgico (carvão coque). • No Alto Forno, já bastante aquecido, o minério de ferro é depositado em camadas sucessivas, intercaladas com carvão coque (combustível) e calcário (fundente). • Estando o Alto Forno carregado, por meio de dispositivo especial injeta-se ar em seu interior. O ar ajuda a queima do carvão coque, que ao atingir 1200 °C derrete o minério. • O ferro ao derreter-se se deposita no fundo do Alto Forno, e é denominado de ferro-gusa. • As impurezas ou escórias por serem mais leves, flutuam sobre o ferro-gusa derretido. • Através de duas aberturas especiais, em alturas diferentes são retiradas, primeiro a escória e em seguida uma liga ferro_carbono chamada de ferro fundido ou gusa, que é despejado em panelas e depois em formas denominadas lingoteiras (geralmente com formato de barras com seção retangular). • Depois de resfriada, o ferro-gusa é retirado da lingoteira recebendo o nome de LINGOTE DE FERRO GUSA. A seguir são armazenadas para receberem novos tratamentos, pois este tipo de liga de ferro, com alto teor de carbono e diversas impurezas é usado apenas na confecção de peças que não passarão por processos de usinagem. • O refinamento do ferro-gusa para transformá-lo em aço é realizado no conversor de oxigênio, onde é feita a retirada de carbono do gusa, por meio de injeção de oxigênio puro, e também para reduzir a quantidade de impurezas a limites prefixados. Esse processo é realizado na Aciaria. • O carbono aumenta a resistência do aço, porém o torna mais frágil. Os aços com baixo teor de carbono têm menor resistência à tração, porém são mais dúcteis, ou seja, deformam-se mais, e também podem ser soldados. • Portanto, aço é uma liga de ferro carbono que contem de 0,008% até 2,11% de carbono, e também outros elementos adicionais como silício, manganês, fósforo, enxofre, etc. Os aços carbono são divididos em baixo carbono (C < 0,29%), médio carbono (0,30% < C < 0,59%) e alto carbono (0,60% < C < 2,0%). A construção civil se utiliza mais comumente dos aços de baixo carbono. b) Processo de laminação: É o processo pelo qual o aço é transformado nos principais produtos siderúrgicos utilizados pela indústria da construção (chapas e perfis laminados). • Do conversor de oxigênio (quando as reações estão acabadas) o aço é colocado em panelas, o aço líquido ainda é tratado através de um processo de resfriamento, para se Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 2 evitar que os gases expelidos no processo formem grandes vazios no aço prejudicando as características mecânicas do aço. Esse processo chama-se desgaseificação. • Os óxidos insolúveis formados durante o processo de desgaseificação são retirados num processo de refinamento. • Da panela o aço fundido é descarregado nas lingoteiras, que são fôrmas metálicas no formato de placas ou tarugos (barras). As placas ou tarugos são laminados a quente formando os perfis laminados ou laminadas a frio formando os perfis soldados ou formados a frio. b1) Laminação a quente • Os lingotes são inicialmente aquecidos ao rubro e introduzidos em laminadores desbastadores, nos quais dois rolos giratórios comprimem o lingote, reduzindo sua seção e aumentando seu comprimento. • São necessárias diversas passagens no laminador nas quais a distância entre os rolos é progressivamente reduzida. • Os laminadores dos produtos acabados têm seus rolos com as superfícies cortadas nas formas adequadas do perfil em questão. b2) Laminação a frio • Os lingotes são cortados e soldados formando os perfis soldados ou dobradas formando os perfis formados a frio. c) Tratamento térmico: São recursos auxiliares utilizados para melhorar as propriedades dos aços. Dividem em dois grupos: • Tratamentos destinados principalmente a reduzir tensões internas provocadas por laminação, etc. • Tratamentos destinados a modificar a estrutura cristalina, com alteração da resistência e de outras propriedades. 1.2 – Ferro Fundido • É obtido diminuindo-se a porcentagem de carbono do ferro gusa (utilizando-se de fornos apropriados – segunda fusão). • É uma liga de ferro-carbono que contém de 2% a 4,3% de carbono e pequena porcentagem de silício, manganês, enxofre, fósforo, etc. Destacam-se duas modalidades principais de ferro fundido denominadas pela cor da fratura: a) Ferro-cinza (fácil de ser fundido e moldado em peças ideal para corpos de máquinas). b) Ferro branco (difícil de ser fundido e de ser usinado, muito duro, ideal pra peças que exijam muita resistência ao desgaste). 1.3 – Ferro Laminado ou Maleável • É praticamente um aço de baixo carbono, inferior a 0,12%. 2. TIPOS DE AÇOS ESTRUTURAIS Os tipos de aço estruturais são especificados em normas brasileiras e internacionais ou em normas elaboradas pelas próprias siderurgias. 2.1 Aços-carbono São aqueles que não contêm elementos de liga. Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 3 • Baixo carbono => C < 0,29% (mais adequados a construção civil e podem ser soldados sem precauções especiais) • Médio carbono => 0,30% < C < 0,59% • Alto carbono => 0,6% < C < 2,0% Exemplo de um tipo de aço-carbono utilizado em estruturas, segundo os padrões do ASTM (“American Society for Testing and Materials”): Especificação ASTM A36 Teor de Carbono 0,25-0,29% Limite de Escoamento fy = 250MPa (N/mm²) Resistência a Ruptura fu = 400-500 MPa (N/mm²) 2.2 Aços de Baixa Liga São aços-carbono acrescidos de elementos de liga os quais melhoram algumas das propriedades mecânicas. Exemplo de um tipo de aço de baixa liga utilizado em estruturas, segundo os padrões do ASTM (“American Society for Testing and Materials”): Especificação ASTM 572 Gr. 50 Principais elementos de liga C < 0,23% e Mn < 1,35% Limite de Escoamento fy = 345MPa (N/mm²) Resistência a Ruptura fu = 450 MPa (N/mm²) 3. PRODUTOS SIDERURGICOS ESTRUTURAIS 3.1 – Produtos Laminados: a) chapas b) barras c) perfis d) tubo quadrado e) tubo redondo f) trilho Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 4 a) Barras – são produtos laminados nos quais duas dimensões (da seção transversal) são pequenas em relação à terceira (comprimento). b) Chapas – são produtos laminados, nos quais uma dimensão (a espessura) é muito menor que as outras duas (largura e comprimento). Dividem-se em duas categorias: Chapas Fabricação Espessuras Utilização em Construção Grossas A quente > 5,0m Estruturas metálicas em geral Finas A quente 1,2 – 5,0mm Perfis de chapa dobradas* A frio 0,3 – 2,65mmm Acessórios: calhas, rufos, etc. *As chapas metálicas dúcteis podem ser dobradas a frio, transformando-se em perfis de chapas dobradas – NormaPrópria Brasileira. (Recomenda-se a utilização de espessura > 3,0mm para evitar problemas de instabilidade). c) Perfis • Um perfil laminado pode ser designado pelas suas dimensões. Ex: I 254 x 40,9: perfil I de altura igual a 254mm massa 40,9 kg/m. As seções transversais dos perfis laminados são limitadas pela capacidade dos laminadores. No Brasil os perfis laminados são fabricados segundo os padrões americanos: Perfil laminado de abas com faces paralelas de padrão europeu: • Perfis soldados (Formados pela associação de chapas ou de perfis laminados simples). Utilizam processos automatizados de solda (São mais caros). A Norma Brasileira NBR 5884/80 padronizam três séries de perfis soldados Perfis CS (colunas soldadas) Perfis VS (vigas soldadas) Perfis CVS (colunas e vigas soldadas) • Perfis de chapa dobrada Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 5 4 – PRODUTOS METALÚRGICOS Os produtos metalúrgicos podem ser churrasqueiras, moinhos, portões, ferramentas, pára- choque, máquina de solda, etc. 5. PROPRIEDADES DOS AÇOS a) Constantes físicas do Aço: podem ser adotadas em todos os tipos de aço estrutural (NBR8800/08, item 4.5.2) • Módulo de elasticidade => E = Ea = 200.000 MPa (N/mm²); • Coeficiente de Poisson => ν=0,3; • Módulo de elasticidade transversal => G = 77000MPa; • Coeficiente de dilatação térmica => βa = 1,2 x 10-5 oC-1; • Massa específica => ρa = 7850 kg/m3; b) Ductilidade – É a capacidade de o material se deformar sob a ação de cargas. c) Fragilidade – É o oposto da ductilidade. Os aços podem se tornar frágeis pela ação de diversos agentes: baixas temperaturas ambientes, efeitos térmicos locais (solda) e se rompem bruscamente, sem aviso prévio. d) Resiliência e Tenacidade – Estas duas propriedades se relacionam com a capacidade do metal de absorver energia mecânica. e) Dureza – É a resistência ao risco ou abrasão. f) Fadiga – Quando as peças metálicas trabalham sob efeito de esforços repetidos em grande número, pode haver ruptura em tensões inferiores às obtidas em ensaios estáticos. Esse efeito denomina-se fadiga do material. g) Efeito de Temperatura Elevada – As temperaturas elevadas modificam as propriedades físicas dos aços. h) Corrosão – O processo de reação do aço com alguns elementos presentes no ambiente em que se encontra exposto. A corrosão promove a perda de seção das peças de aço, podendo se constituir em causa principal de colapso. Formas de proteção: • Pintura => as peças metálicas recebem uma ou duas demãos de tinta de fundo (primer) após a limpeza e antes da fabricação, e após uma ou duas demão de tinta. • Galvanização => É a adição de uma camada de zinco por imersão. 6. PADRONIZAÇÃO 6.1 – Padronização ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 6 Segundo a especificação EB 558/NBR 7007 - “Aços para perfis laminados para uso estrutural” os aços podem ser enquadradros nas seguintes categorias: • MR250 – Aço de média resistência (fy = 250 MPa; fu = 400 MPa) corresponde ao aço ASTM A36 • AR350 – Aço de alta resistência (fy = 350 MPa; fu = 450 MPa) • AR–COR415 - Aço de alta resistência (fy = 415 MPa; fu = 520 MPa) resistente a corrosão. 6.2 – Nomenclatura SAE Para aços mais utilizados na indústria mecânica emprega-se com freqüência a nomenclatura SAE (Society of Automotive Engineirs SAE) a qual se baseia em quatro dígitos. • Aço SAE 1020 (aço carbono, com 0,20% de carbono) 1 dígito – representa o elementos de liga => 1 = aço-carbono; 2 dígito – representam a porcentagem aproximada do elemento de liga predominante; 3 e 4 dígitos – representam uma porcentagem de carbono em 0,01%; • Aço SAE 2320 (aço níquel, com 3,5% de níquel e 0,20% de carbono) 7. DIAGRAMA TENSÃO x DEFORMAÇÃO DO AÇO 7.1 Ensaio de Tração Simples O ensaio de tração simples é utilizado para medir as propriedades mecânicas dos aços. As mesmas propriedades são obtidas para compressão (sem flambagem). A máquina de ensaio prende as hastes metálicas do corpo de prova, fabricado segundo a ASTM, submetendo-o a valores crescentes de esforços de tração, medindo em cada estágio de carga o alongamento ΔL de um trecho de comprimento Lo. Seja uma barra de seção circular submetida a um esforço de tração F. F F A L + Lo o Lo – comprimento marcado arbitrariamente na haste sem tensão; Lo + ΔL – comprimento alongado com tensão; Ao – Área inicial • Denomina-se alongamento unitário ε, deformação, a relação: oL L∆ =ε • A tensão convencional é dada por: oA F =σ • A tensão real é dada por: A F =σ Onde A é a área em cada estágio do carregamento. Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 7 Pela Lei de Hooke, dentro do regime elástico as σ são proporcionais às ε. O coeficiente de proporcionalidade E, denomina-se módulo de deformação longitudinal ou módulo de elasticidade ou ainda módulo de Young: ε⋅=σ E O E é praticamente igual para todos os tipos de aço. 7.2 Diagrama Os resultados do ensaio de tração podem ser apresentados em um gráfico chamado de diagrama de tensão x deformação. Esse diagrama pode ser analisado em quatro fases. Diagrama tensão-deformação convencional e real para material dúctil (aço) (sem escala). Fonte: HIBBELER (2004), p 64. 1ª Fase – Região elástica • Diagrama se comporta como uma reta as tensões são proporcionais às deformações - Lei de Hooke. Este fato ocorre até a tensão limite de proporcionalidade σlp. O módulo de elasticidade longitudinal do aço é definido nesta fase e vale: lp lptanE ε =α= σ Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 8 2ª Fase - Escoamento • Escoamento é um aumento de deformação com tensão constante. Essa tensão que produz o escoamento chama-se tensão de escoamento do material σE ou mais comumente σy ou fy. 3ª Fase – Endurecimento por deformação • Após o término do escoamento um incremento de força adicional resulta um diagrama que cresce continuamente até o limite de resistência σr. ou mais comumente σu ou fu Essa parte da curva do diagrama é conhecida por endurecimento por deformação. 4ª Fase – Estricção • Após esse limite a área da seção transversal começa a diminuir em uma região localizada (estricção), até se romper quando atinge a tensão de ruptura σrup. Obs: Existem aços que não apresentam patamar de escoamento bem definido. Referências Bibliográficas PFEIL, W., PFEIL, M. Estruturas de Aço – Dimensionamento Prático de Acordo com a NBR 8800:2008, Editora LTC, Rio de Janeiro, 8a ed., 2009. SILVA, V. P., FRUCHTENGARTEN, J. Estruturas metálicas e de madeira – Dimensionamento de estruturas de aço. São Paulo, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – USP, Departamento de Engenharia de Estruturas e Geotécnica, 2008. HIBBELER, R.C. Resistência dos Materiais, Editora Prentice Hall, São Paulo, 5ª. Ed., 2004. Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 9 MÓDULO 1 – Madeira: Material madeira 1. MADEIRA DE CONSTRUÇÃO 1.1 Introdução A madeira é um material de construção empregado pelo homem desde épocas pré- históricas. Somente na primeira metade do século XX foram estabelecidas teorias técnicas aplicadas às estruturas de madeira. Atualmente a utilização da madeira como material de construção competitivo economicamente e ao mesmo tempo aceitável em termos ecológicos, se baseia nas modernas técnicas de reflorestamento, aliadas ao desenvolvimento de produtos industrializados de madeira com minimização de perdas. 1.2 Aspectos favoráveis A madeira apresenta:• Uma excelente relação resistência/peso quando comparado ao aço e ao concreto; • Facilidade de fabricação de diversos produtos industrializados; • Bom isolamento térmico; • Possibilidade de reaproveitamento; • Grande durabilidade (em condições adequadas de manutenção); • Etc... 1.3 Aspectos desfavoráveis A madeira esta sujeita: • A degradação biológica por ataque de microorganismos, fungos, insetos, brocas, etc; • A ação do fogo; • A sensibilidade às variações de umidade que provoca contrações, inchamentos e trincas; • Por ser um material natural esta sujeito a inúmeros defeitos, como nós e fendas, que interferem nas propriedades mecânicas; Se a madeira for convenientemente tratada com o uso de produtos industriais esses aspectos são superados. Hoje existe uma evolução dos tratamentos que a cada dia são melhorados. 1.4 Classificações das Madeiras de Construção As madeiras de construção obtidas dos troncos das árvores são classificadas em duas categorias principais dependendo da estrutura celular dos troncos: • Madeiras duras são provenientes das árvores frondosas, de crescimento lento como, por exemplo: ipê, carvalho, peroba, aroeira, cedro, jacarandá, eucalipto, etc. Pertence a classe da Angiosperma, dentro do grupo das Dicotiledôneas, com folhas achatadas e largas. As de melhor qualidade são também chamadas de “madeiras de lei”. Os eucaliptos são utilizados como postes, estacas, dormentes, etc, e também na fabricação de papel e chapas de fibras de madeiras, etc. Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 10 Aroeira • Madeiras macias, moles ou brancas são provenientes das árvores pinheiros, de crescimento rápido como, por exemplo: pinheirinhos ou pinheiro-do-paraná, pinheiro-bravo, pinheiros europeus, norte-americanos, etc. Pertence a classe da Gimnosperma, dentro do grupo das Coníferas, com folhas em forma de agulhas ou escamas, e sementes agrupadas em forma de cones. Os pinheiros-do-paraná possuem uma grande variedade de aplicações como formas, andaimes, obras provisórias, embarcações, móveis, compensados para a indústria aeronáutica, etc. Pinheiro-do-paraná Obs: Existem alguns pinheiros mais resistentes que algumas árvores frondosas. 1.5 A árvore As árvores utilizadas como madeira de construção crescem pela adição de camadas externas, sob a casca. A seguir é mostrada a seção transversal de um tronco de árvore. Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 11 Casca Alburno ou branco Câmbio ou liberMedula Cerne ou durâmen Anéis de crescimento anual Raios medulares Seção transversal de um tronco. Os elementos da seção transversal são: • Casca é uma proteção externa formada por uma camada externa morta, de espessura variável com a espécie e idade da árvore, e uma fina camada de tecido vivo e macio que conduz o alimento preparado nas folhas para as partes em crescimento; • Alburno ou branco é uma camada de 3 a 5 cm, variável conforme a espécie, formada por células vivas que conduzem a seiva das raízes para as folhas; • Cerne ou durâmen são células inativas do alburno formadas com o crescimento da árvore. Possuem coloração mais escura e tem a função de sustentar o tronco. As madeiras de construção devem ser retiradas preferencialmente do cerne; • Medula é um tecido macio no centro do tronco em torno do qual se verifica o crescimento da madeira pela adição de anéis; • Raios medulares têm a função de armazenar e distribuir o alimento; Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 12 • Câmbio ou líber é uma camada microscópica situada sob a casca responsável pela produção de células da casca e pela formação dos anéis de crescimento. • Anéis de crescimento anuais são gerados por divisões celulares no câmbio. A idade da árvore e definida pelo número de anéis; 1.6 Microestruturas da madeira As células da madeira, também chamada de fibras, são como tubos de paredes finas colados entre si e alinhados na direção normal à seção transversal do tronco. 1.7 Propriedades físicas das madeiras • Material anisotrópico e não homogêneo – Devido à orientação das células a madeira apresenta propriedades diferentes conforme a direção e também varia dentro de uma mesma direção. São três direções principais: longitudinal (L), radial (R) e tangencial (T). L R T • Umidade – Define-se grau de umidade U como: Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 13 100 P PP(%)U s si ⋅ − = Onde: Pi é o peso inicial da madeira; Ps é o peso da madeira seca em estufa; Ponto de saturação das fibras é o ponto no qual a madeira posta a secar evapora a água contida nas células ocas (30%), então, ela é denominada “meio seca”. Madeira “seca ao ar” é quando a madeira posta a secar ultrapassa o ponto de saturação das fibras atingindo um ponto de equilíbrio com o ar, entre 10 e 20%. A umidade da madeira tem grande influência sobre as outras propriedades, por isso, é comum associá-las a certa umidade denominada de padrão. No Brasil é adotada umidade padrão de 12%. • Retração ou inchamento da madeira – ocorre para variação de umidade entre 0% e o ponto de saturação das fibras de 30%. Por volta de 19% ou menos diz-se que as fibras da madeiras estão secas, e por volta de 28% ou mais as fibras estão saturadas. • Dilatação linear – varia para cada direção. • Deterioração da madeira – pode ocorrer por diversas origens, destacando-se o ataque biológico por fungos, cupins, etc, e pela ação do fogo. 1.8 Defeitos das madeiras Os defeitos encontrados nas madeiras podem ser originados na constituição do tronco ou do processo de preparação das peças. Eles podem prejudicar a sua resistência, seu aspecto estético ou até mesmo a sua durabilidade. Destacam-se: • Nós - São imperfeições nos pontos do tronco onde existiam galhos: Nós firmes – galhos ainda vivos na época do abate; Nós soltos – galhos mortos na época do abate (eles se soltam durante o corte com serra); • Fendas - São aberturas nas extremidades das peças provocadas pela secagem mais rápida da superfície (pode ser evitada através de uma secagem lenta e uniforme); • Gretas ou ventas - É a separação entre os anéis de crescimento devido a tensões internas (provocada pelo crescimento lateral do tronco) ou por ações externas (provocada pela força do vento); • Abaulamento – É o encurtamento na direção da largura da peça; • Arqueadura - É o encurtamento na direção longitudinal da peça (comprimento); • Fibras reversas – São fibras não paralelas ao eixo da peça (provocadas pelos nós ou pela serragem em planos inadequados); • Esmoada ou quina morta – São cantos arredondado, formado pela curvatura natural do tronco; 1.9 Tipos de madeiras de construção – Produtos comerciais Elas podem se classificar em duas categorias: a) Madeira maciça • Madeira bruta ou roliça – É a madeira empregada em forma bruta do tronco. Pode ser utilizada para estacas, escoramentos, postes, colunas, ou construções provisórias, etc; Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 14 • Madeira falquejada – Tem as faces laterais aparadas a machado, formando seções maciças, quadradas ou retangulares. Podem ser utilizadas para estacas, pontes, etc; • Madeira serrada – É a mais utilizada. As árvores devem ser abatidas de preferência ao atingir a maturidade, ou seja, quando o cerne ocupa maior percentagem do tronco, período que pode durar até cem anos dependendo da espécie. O tronco deve ser abatido preferencialmente na estação da seca, quando o tronco tem pouca umidade. O desdobramento do tronco em peças deve ser realizado o mais breve possível. Nas serrarias o tronco é cortado em pranchas paralelasou de forma radial, esse último resulta num material mais homogêneo, porém mais oneroso. As espessuras devem obedecer a dimensões padronizadas e o comprimento é limitado pelo tipo de transporte. Antes de se utilizar a madeira serrada ela deve passar por um período de secagem. Desdobramento em pranchas paralelas Desdobramento radial As espessuras e áreas mínimas são mostradas na tabela abaixo: Espessura mínima cm Área mínima cm2 Seção mínima cm x cm Peças principais de seções simples 5 50 5 x 10 Peças componentes de seções múltiplas 2,5 35 2,5 x 14 Peças secundárias de seções simples 2,5 18 2,5 x 7,5 b) Madeira industrializada Surge para ampliar o uso da madeira na construção já que a madeira, além dos problemas oriundos dos seus defeitos naturais, ela enfrenta limitações em seu comprimento e dimensões das seções transversais. • Madeira compensada – é o produto mais antigo formado pela colagem de lâminas finas, com as direções das fibras alternadas ortogonalmente, com três, cinco ou mais camadas, sempre em número impar. As chapas de compensado têm suas dimensões são padronizadas de 2,50 x 1,25 m e espessura variando entre 4 e 30mm; Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 15 • Madeira laminada e colada – É um produto estrutural de madeira muito utilizado na Europa e América do norte. Ele é formado por madeira selecionada que são coladas sobre pressão, formando grandes vigas, em geral de seção retangular, sobre rígidos padrões de segurança, portanto seu custo é elevado; • Madeira recomposta – São produtos confeccionados na forma de placas desenvolvidos a partir de resíduos de madeira colados sobre pressão. Em geral, não são considerados materiais estruturais devido à baixa resistência e a durabilidade, sendo muito utilizados na indústria de móveis; 2. PROPRIEDADES MECÂNICAS – ENSAIOS - BASES DE CÁLCULO 2.1 Propriedades físicas e mecânicas das madeiras São determinadas por meio de ensaios padronizados em amostras sem defeitos. O ANEXO B da NBR 7190/97 define os métodos de ensaios para determinação de propriedades das madeiras para projeto de estruturas de madeiras. Para caracterização completa da madeira para uso em estruturas devem-se determinar através dos ensaios as seguintes propriedades: a) Resistência à compressão paralela às fibras fc; b) Resistência à compressão normal às fibras fcn; c) Resistência à tração paralela às fibras ft; d) Resistência à tração normal às fibras ftn; e) Resistência ao cisalhamento paralelo às fibras fv; f) Resistência ao embutimento fe paralelo às fibras (pressão de apoio em ligações com conectores); g) Resistência ao embutimento fen normal às fibras; h) Módulo de elasticidade na compressão paralela às fibras Ec; i) Módulo de elasticidade na compressão normal às fibras Ecn; j) Densidade básica ρbas (massa específica definida pela razão entre a massa seca em estufa e o volume saturado submerso em água); k) Densidade aparente ρaparente (massa do corpo-de-prova a 12% de umidade); 2.2 Ensaios padronizados Utiliza-se de um número mínimo de seis corpos isentos de defeitos para a determinação de cada propriedade, em geral ela possuem seção transversal quadrada de 5 x 5 cm. a) Ensaio de compressão paralela às fibras (fc ou fc0 ou fwc0) Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 16 5cm Lo 15 cm N α σ50% σ10% fcel fc σc = N A = N A u αtg =Ec = σ50% σ10% ∆ε ∆ε ε= ∆L Lo Através deste ensaio determina-se o diagrama de tensão-deformação σc x ε. Utilizando extensômetros mecânicos ou transdutores de deslocamentos obtêm-se as medidas do encurtamento ∆L. Até fcel o trecho é linear no qual o comportamento da madeira é elástico. Neste trecho é calculado Ec ou Ec0 ou Ewc0 (módulo de elasticidade) com os valores de tensão e deformação correspondente a 10% e 50% da carga de ruptura, esse valor é estimado em um ensaio destrutivo realizado inicialmente. A partir de fcel o comportamento é não linear, então surge a flambagem das fibras da madeira. A tensão de ruptura ou resistência à compressão paralela às fibras é calculada dividindo-se a carga de ruptura, Nu, pela área da seção transversal inicial A do corpo de prova. b) Ensaio de compressão normal às fibras (fcn ou fc90 ou fwc90) 5cm 10 cm N α σ50% σ10% fcn σcn αtg =Ecn ε εr= 2% = σ50% σ10% ∆ε Através deste ensaio determina-se o diagrama de tensão-deformação σcn x ε. Quando as fibras são comprimidas transversalmente elas ficam achatadas, por serem constituídas por células ocas apresentam grandes deformações, por isso o patamar quase horizontal no final do diagrama. A resistência à compressão normal as fibras fcn é definida por um critério de deformação excessiva sendo igual à tensão correspondente a uma deformação residual εr = 2%. O módulo de elasticidade Ecn ou Ec90 ou Ewc90 é determinado de forma semelhante ao Ec. A resistência fcn é aproximadamente ¼ da fc. c) Ensaio de tração paralelo às fibras (ft ou ft0 ou fwt0) Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 17 Lo >15 cm F σ50% σ10% fc σt = F A Et = σ50% σ10% ∆ε ∆ε ε= ∆L Lo A A d>2cm CORTE A-A ft Compressão Tração Através deste ensaio determina-se o diagrama de tensão-deformação σt x ε. Este ensaio apresenta regime linear até tensões bem próxima às tensões de ruptura ft e sofre pequenas deformações. A resistência a compressão fc é menor que ft. O módulo de elasticidade a tração paralelo às fibras Et ou Et0 ou Ewt0 é igual ao Ec. d) Ensaio de tração normal às fibras (ftn ou ft90 ou fwt90) A tração perpendicular às fibras é de rara ocorrência em estruturas. 2.3 Correlação entre propriedades Quando não forem realizados ensaios específicos pode-se adotar que: • O módulo de elasticidade a compressão paralelo às fibras Ewc0 é igual ao módulo de elasticidade a tração paralelo às fibras Ewt0. 0wt0wc EE = • Módulo de elasticidade na flexão EM 0wcM E85,0E = para coníferas 0wcM E90,0E = para dicotiledôneas • Módulo de elasticidade 0w90w E20 1E = • Módulo de elasticidade transversal com o valor efetivo 20 E G ef,0wcef = 2.4 Bases de cálculo Através dos ensaios padronizados são obtidas as resistências características dos corpos- de-prova sem defeitos referidos à umidade padrão de 12%. Como a madeira serrada a ser utilizada nos projetos de estruturas de madeiras pode apresentar defeitos, pode ter diferentes teores de umidade e o carregamento pode apresentar tempo de duração incerto essas propriedades não representam as propriedades mecânicas. Os valores das resistências para Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 18 serem utilizados nos dimensionamentos dos projetos devem levar em consideração esses fatores. Isso é feito através dos coeficientes de modificação Kmod. Com a utilização dos Kmod obtêm-se os valores de cálculo a serem utilizados nos dimensionamentos. Assim os valores de cálculo da resistência são dados por: w wk modwd fKf γ = Onde: Fwd => Resistência de cálculo da madeira Kmod => Coeficiente de modificação fwk => Resistência característica da madeira γw => Coeficiente de minoração das propriedades da madeira (Tabela **) 2.5 Coeficiente de modificação Kmod • Kmod,1 => Leva em consideração o tipo de madeira empregada e o tempo de duração da carga (Tabela 10 - NBR7190/97); • Kmod,2 => Leva em consideração o efeito da umidade (Tabela 11 - NBR7190/97) • Kmod,3 => Leva em consideração a classificação da qualidade da madeira (Tabela *) Lote de 1a. categoria – quando todas as peças do lote são isentas de defeitos verificado através de umainspeção visual normalizada e a homogeneidade da rigidez é verificada por uma classificação mecânica. Lote de 2a. categoria – caso contrário. 3mod,2mod,1mod,mod KKKK ⋅⋅= Referência Bibliográfica PFEIL, W., PFEIL, M. Estruturas de Madeira, Editora LTC, Rio de Janeiro, 6a ed., 2008. Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 1 Exercício 1 Para um aço com patamar de escoamento bem definido desenhar o diagrama de tensão- deformação, obtido em um ensaio de tração. Descrever cada fase do diagrama. Resposta: O diagrama de tensão-deformação: Fonte: HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. 5. Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004 – adaptado. Definição das fases: 1ª Fase – Região elástica • Diagrama se comporta como uma reta as tensões são proporcionais à deformações - Lei de Hooke. Este fato ocorre até a tensão limite de proporcionalidade σlp. 2ª Fase - Escoamento • Escoamento é um aumento de deformação com tensão constante. Essa tensão que produz o escoamento chama-se tensão de escoamento do material σy. 3ª Fase – Endurecimento por deformação • Após o termino do escoamento um incremento de força adicional resulta um diagrama que cresce continuamente até o limite de resistência σr. Essa parte da curva do diagrama é conhecida por endurecimento por deformação. 4ª Fase – Estricção • Após esse limite a área da seção transversal começa a diminuir em uma região localizada (estricção), até se romper quando atinge a tensão de ruptura σrup. Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 1 Exercício 2 Segundo a classificação da madeira de construção, quais as suas duas categorias principais? Explique cada uma delas? Resposta: As madeiras de construção obtidas dos troncos das árvores são classificadas em duas categorias principais dependendo da estrutura celular dos troncos: • Madeiras duras são provenientes das árvores frondosas, de crescimento lento como, por exemplo: ipê, carvalho, peroba, aroeira, cedro, jacarandá, eucalipto, etc. Pertence a classe da Angiosperma, dentro do grupo das Dicotiledôneas, com folhas achatadas e largas. As de melhor qualidade são também chamadas de “madeiras de lei”. Os eucaliptos são utilizados como postes, estacas, dormentes, etc, e também na fabricação de papel e chapas de fibras de madeiras, etc. • Madeiras macias, moles ou brancas são provenientes das árvores pinheiros, de crescimento rápido como, por exemplo: pinheirinhos ou pinheiro-do-paraná, pinheiro- bravo, pinheiros europeus, norte-americanos, etc. Mostrada na Figura 2. Pertence a classe da Gimnosperma, dentro do grupo das Coníferas, com folhas em forma de agulhas ou escamas, e sementes agrupadas em forma de cones. Os pinheiros-do-paraná possuem uma grande variedade de aplicações como formas, andaimes, obras provisórias, embarcações, móveis, compensados para a indústria aeronáutica, etc. Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 1 MÓDULO 2 – Metálicas: Estados Limites, Ações e Combinações 1. SEGURANÇA DE UMA ESTRUTURA A segurança de uma estrutura esta associada à capacidade que a mesma apresenta de suportar as diversas ações que vierem a solicitá-la durante sua vida útil, preenchendo as condições funcionais para as quais a edificação foi destinada. RESISTÊNCIA (Rd) AÇÕES (Sd) Ações e seus efeitosResistência da estrutura em relação às ações CONDIÇÃO DE SEGURANÇA Rd Sd SEGURANÇA A finalidade do cálculo é garantir uma segurança apropriada contra a ruína da estrutura e de seus elementos construtivos e assegurar a utilização normal durante sua vida útil. Destaca-se a impossibilidade de se construir uma estrutura 100% segura, ou seja, a possibilidade de ocorrência de acidentes nunca é zero. 2. MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES Estado limite é quando uma estrutura ou uma das suas partes torna-se imprópria para o uso normal, porque deixa de cumprir suas funções ou não satisfaz mais as condições para as quais ela foi concedida. Este método é classificado em duas categorias: 2.1 Estado limite último: aqueles correspondentes ao valor máximo da capacidade portante de uma estrutura. Sua simples ocorrência determina a participação no todo ou em parte do uso da construção. Por exemplo: • Perda de equilíbrio global ou parcial, admitida a estrutura como corpo rígido; • Ruptura ou deformação plástica excessiva dos materiais; • Transformação da estrutura, no todo ou em parte, em sistema hipostático; • Instabilidade por deformação; • Instabilidade dinâmica; 2.2 Estado limites de serviço (ou de utilização): estados que por sua ocorrência, repetição ou duração causam efeitos estruturais que não respeitam as condições especificadas para o uso normal da construção ou que são indícios de comprometimento da sua durabilidade. Por exemplo: • Danos ligeiros ou localizados que comprometem a estética ou a durabilidade; • Deformações excessivas que afetam a utilização normal ou a estética; • Vibração excessiva ou desconfortável; Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 2 3. Valor característico Valor característico é um valor associado a uma determinada probabilidade de não ser ultrapassado no sentido mais desfavorável pelos elementos de um dado lote de material. RESISTÊNCIA De n sid a de de pr o ba bi lid a de fk 5% AÇÕES De n sid a de de pr o ba bi lid a de F 25 a 35% - Ação Variável 50% - Ação Permanente k 4. Ações 4.1 Definições Ação é toda influência exercida sobre um corpo capaz de produzir um estado de tensão ou modificar um estado de tensão já existente. Solicitação: esforço ou conjunto de esforços (N, M, V, MT, R) que devido às ações atua sobre a estrutura. Resistência: capacidade resistente ou o limite do nível e de solicitação além do qual surgem desempenhos inaceitáveis. 4.2 Classificação das Ações segundo a NBR8681 a) ações permanentes são as que ocorrem com valores constantes ou pequena variação em torno de sua média, durante praticamente toda a vida da construção. • Ações permanentes diretas: peso próprio da estrutura, pesos próprios dos elementos construtivos permanentes, pesos dos equipamentos fixos, etc... • Ações permanentes indiretas: recalques de apoio, protensão e a retração dos materiais. b) ações variáveis são as que ocorrem com valores que apresentam variações significativas em torno de sua média, durante a vida da construção. Consideram-se como ações variáveis as cargas acidentais (ou sobrecargas atuam nas construções em função de seu uso: pessoas, móveis, materiais diversos, veículos - NBR 6120) das construções, os efeitos do vento, das variações de temperatura, etc. • Ações variáveis normais: são as que têm probabilidade de ocorrência suficientemente grande para que sejam obrigatoriamente consideradas no projeto das estruturas de um dado tipo de construção. • Ações variáveis especiais: são ações sísmicas (abalos, tremores) ou cargas acidentais de natureza ou de intensidade especial. c) Ações excepcionais são as que possuem duração extremamente curta e probabilidade muito baixa de ocorrência durante a vida da construção, mas devem ser consideradas nos projetos de determinadas estruturas. Ex: explosões, choques de veículos, incêndios, enchentes e sismos excepcionais. (Normas Brasileiras Especificas). Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 3 5. Valores de cálculo das Ações kfd FF ⋅γ= Fd => Valor de cálculo da ação; Fk => Valor característico da ação; γf => Coeficiente de ponderações das ações 321f γ⋅γ⋅γ=γ • γ1 considera a variabilidade das ações; • γ2(= ψo) leva em conta o fato de ser muito baixa a probabilidade de ocorrência de duas ações variáveissimultaneamente (Tabela 2 NBR 8800/08); • γ3 leva em conta todas as imperfeições de execução ou de cálculo; O produto ( 31 γ⋅γ ) é representado por gγ para ações permanentes e qγ para ações variáveis (Tabela 1 NBR 8800/08). OBS: No caso de estados limites de serviço γf = 1, salvo exigência ao contrário. 6. Valores de cálculo das resistências m k d ff γ = fd => Valor de cálculo da resistência; fk => Valor característico da resistência; γm => Coeficiente de ponderações das resistências (Tabela 3 NBR 8800/08) 7. Combinações de Ações Um carregamento é definido pela combinação das ações que têm probabilidade não desprezáveis de atuarem simultaneamente sobre a estrutura, durante um período. 7.1 Combinações últimas podem ser: • Normais => decorrem do uso previsto para a edificação, deve ser considerada sempre. • Especiais => quando tiver ações variáveis de natureza ou intensidade especial; • De construção => ELU já durante a fase de construção; • Excepcionais => quando tiver ações excepcionais; EQUAÇÕES • Combinações últimas normais )F(F)F(F k,jQj0 n 2j jqk,1Q1qk,Gi m 1i gid ψγ+γ+γ= ∑∑ == • Combinações últimas especiais ou de construção Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 4 )F(F)F(F k,jQef,j0 n 2j jqk,1Q1qk,Gi m 1i gid ψγ+γ+γ= ∑∑ == • Combinações últimas excepcionais )F(F)F(F k,jQef,j0 n 1j jqexc,Qk,Gi m 1i gid ψγ++γ= ∑∑ == 7.2 Combinações de serviço são classificadas de acordo com sua permanência na estrutura. • Quase permanentes => atuam durante grande parte do período de vida da estrutura; • Freqüentes => se repetem muitas vezes durante o período de vida da estrutura; • Raras => atuam no máximo algumas horas durante o período de vida da estrutura; EQUAÇÕES • Combinações quase permanentes de serviço )F(FF k,jQj2 n 1j m 1i k,Giser ψ+= ∑∑ == • Combinações freqüentes de serviço )F(FFF k,jQj2 n 2j k,1Q1 m 1i k,Giser ψ+ψ+= ∑∑ == • Combinações raras de serviço )F(FFF k,jQj1 n 2j k,1Q m 1i k,Giser ψ++= ∑∑ == OBS: No anexo C da NBR 8800/08 “Deslocamentos Máximos” para verificação dos deslocamentos máximos em terças de cobertura (L/180) deve se considerar combinações raras de serviço. Referências Bibliográficas: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 8800: Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. Rio de Janeiro, 2008. ______. NBR 6120: Cargas para o cálculo de estruturas de edificações. Rio de Janeiro, 1980. ______. NBR 8681: Ação e segurança nas estruturas - Procedimento. Rio de Janeiro, 2003. Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 5 MÓDULO 2 – Madeira: Critério de dimensionamento à compressão paralela às fibras (λ ≤ 40) - Madeiras 1. MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS 1.1 Compressão paralela às fibras O critério de dimensionamento depende diretamente do índice de esbeltez (λ) Onde: Lo=Lfl=L → para extremidades indeslocáveis por flexão; Lo=Lfl=2.L → para uma extremidade engastada e outra livre; rmin ou imin → raio de giração mínimo de sua seção transversal; I → momento de inércia; A → área da seção transversal; Para peças curtas λ ≤ 40 (sem flambagem) Condição de Segurança: Onde: σco,d → tensão de compressão paralela às fibras solicitante de cálculo; Fd → força axial de compressão paralela às fibras solicitante de cálculo; A → área da seção transversal; fco,d → resistência à compressão paralela às fibras resistente de cálculo; fco,k → resistência à compressão paralela às fibras característica de cálculo; kmod → coeficiente de modificação; γwc → coeficiente de minoração da resistência à compressão paralela às fibras; Referências Bibliográficas: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 7190: Cálculo e execução de estruturas de madeira. Rio de Janeiro, 2004. Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 1 Exercício 1 Determinar a combinação última normal mais crítica para um edifício industrial em estruturas metálicas sujeitas a seguintes ações: • Peso próprio → 100kN • Equipamentos → 30kN • Sobrecarga → 40kN • Vento (pressão) → 50kN • Vento (sucção) → -100kN Resolução: Devem-se identificar as ações classificadas como permanentes e como variáveis. Deve se também definir os coeficientes de ponderação dessas ações segundo as tabelas da NBR 8681:2003. Esses dados são mostrados na tabela abaixo: Ações Valor(kN) Classificação γg(Desfavorável) γg(Favorável) γq ψ0 Peso próprio 100 perm 1,25 1,0 Equipamento 30 perm 1,5 1,0 Sobrecarga 40 var 1,5 0,7 Vento+ 50 var 1,4 0,6 Vento- -100 var 1,4 0,6 Tabela1 Tabela1 Tabela4 Tabela6 Fazem-se tantas combinações quanto necessário para definir a situação mais crítica: 1ª Combinação: Sobrecarga como ação variável principal Fd1 = 1,25 · 100 + 1,50 · 30 + 1,5 · 40 + 1,40 · 0,6 · 50 = 272kN 2ª Combinação: Vento pressão como ação variável principal Fd2 = 1,25 · 100 + 1,50 · 30 + 1,4 · 50 + 1,50 · 0,7 · 40 = 282kN Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 2 3ª Combinação: Vento sucção alivia as demais ações, podendo inverter o comportamento da estrutura (usar gγ relativo a efeitos favoráveis) Fd3 = 1,0 · 100 + 1,0 · 30 + 1,40 · (-100) = -10kN Nesse caso as combinações críticas são: Fdcr+ = +282kN Fdcr- = -10kN Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 1 Exercício 2 Um palco de madeira de peso de 1000kN e sobrecarga 200kN será suportada por 4 pilares de madeira. Dimensione a área quadrada do pilar e seu comprimento máximo (sem flambagem) considerando que o esforço é paralelo às fibras e a madeira tem as seguintes características: Será utilizada madeira serrada, dicotiledônea, classe C60, de 1a. categoria e o local da construção tem umidade relativa do ambiente igual a 50%. Considere a carga permanente de pequena variabilidade. Resolução: a) Combinação das Ações • Combinações últimas normais )F(F)F(F k,jQj0 n 2j jqk,1Q1qk,Gi m 1i gid ψγ+γ+γ= ∑∑ == γg=1,3 →ação permanente de pequena variabilidade (Tabela 3-NBR 7190:1997); γq=1,4 →ação variável sobrecarga (Tabela 6-NBR 7190:1997); Fd=1,3∙1000+1,4∙200=1580kN b) Força de cálculo em cada pilar Fd Pilar� = 15804 =395kN c) Coeficiente de modificação kmod,1=0,70 → Classe de carregamento de longa duração para carregamento normal (item 5.2.1); Madeira serrada (Tabela 10-NBR 7190:1997); kmod,2=1,0 → Classe 1(umidade ≤ 65%); Madeira serrada (Tabela 11-NBR 7190:1997); kmod,3=1,0 → Madeira de 1a. categoria (Item 6.4.4-NBR 7190:1997); kmod=Kmod,1∙kmod,2∙kmod,3 kmod=0,7∙1,0∙1,0=0,7 d) Resistência à compressão paralela às fibras resistente de cálculo fco,k=60MPa=6kN/cm2 → Classe C60 Dicotiledôneas (Tabela 9-NBR 7190:1997); γwc=1,4 → para compressão paralela às fibras (Item 6.4.5-NBR 7190:1997) fco,d = kmod ∙ fco,k γwc =0,7∙ 6 1,4 =3kN/cm 2 e) Tensão de compressão paralela às fibras solicitante de cálculo σco,d = FdA = 395a∙a ≤ 3 → a ≥ 11,475 cm ≅ 11,5 cm Onde “a” é um lado da seção transversal quadrada; • Raio de giração Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 2 rmin=� IA =� a∙a 3 12∙a∙a = a√12 = 11,5√12 • Índice de esbeltez (λ) Lfl=L → admitindo extremidades indeslocáveis por flexão (Item 7.5.1-NBR 7190:1997); λ= Lfl rmin ≤ 40 → L ≤ 11,5∙40√12 ≤ 132,8 cm RESPOSTA: Cada pilar do palco deverá ter seção transversalquadrada de lado igual a 11,5 cm e comprimento menor que 132,8 cm. Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 1 MÓDULO 3 – Metálicas: Forças devidas ao vento em edificações Para se determinar as ações devidas ao vento que agem nas estruturas podem-se organizar uma série de etapas baseadas na norma NBR 6123 (Forças devidas ao vento em edificações). 1. VELOCIDADE CARACTERÍSTICA (Vk) Baseado nos dados do projeto e das características da região em que se localiza a estrutura pode-se determinar a velocidade característica, Vk, onde: Vk=Vo.S1.S2.S3 (NBR 6123→Pg. 04) • Sendo, Vo a velocidade básica (rajada de 3s, excedida em média 1 vez em 50 anos, a 10m acima do terreno em campo aberto e plano - determinada pelo gráfico das Isopletas). (NBR 6123→Pg. 06) • S1, S2 e S3 são fatores relacionados à topografia, rugosidade do terreno e estatística de segurança, respectivamente. a) Velocidade Básica vo Pelo gráfico das Isopletas obtém Vo (NBR 6123→Pg.6). A determinação da velocidade básica deve ser tomada como o maior valor entre duas Isopletas. b) Fator S1 O fator S1 é determinado pela topografia da região próxima a edificação, no caso de terreno plano S1=1,0. (NBR 6123→Pg.05) c) Fator S2 O fator S2 considera o efeito combinado da rugosidade do terreno, da variação de velocidade do vento com a altura da edificação e das dimensões da estrutura. Pelo item 5.3.1 da NBR6123 adota-se uma Categoria dependendo da rugosidade do terreno. (NBR 6123→Pg.08) A Figura 1 apresenta a superfície frontal para VENTO 0o e VENTO 90o. Figura 1 Pelo item 5.3.2 da NBR6123 adota-se uma Classe dependendo das dimensões da estrutura. (NBR 6123→Pg.09) Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 2 d) Fator S3 Já o fator estatístico, S3, será definido pela Tabela 3 - Valores mínimos do fator estatístico S3. (NBR 6123→Pg.10) e) Velocidade Característica Vk Tem-se agora condições de calcular a velocidade característica (Vk): Vk=Vo.S1.S2.S3 (NBR 6123→Pg. 04) 2. PRESSÃO DE OBSTRUÇÃO (q) A velocidade característica do vento permite determinar a pressão dinâmica pela expressão: q=0,613.Vk² (Pg.04) 3. COEFICIENTES DE PRESSÃO E FORMA EXTERNOS (Ce) 3.1. Paredes De acordo com a Tabela 04 - Coeficientes de pressão e de forma, para paredes de edificações de planta retangular, tem-se os coeficientes de pressão e forma externos. (NBR 6123→Pg.14) Determinam-se os coeficientes de pressão e forma externos considerando a ação do vento em diferentes direções (VENTO 0º e VENTO 90º). 3.2 Cobertura De acordo com a Tabela 5 - Coeficientes de pressão e forma, externos, para telhados com duas águas, simétricos, em edificações de planta retangular (NBR6123), tem-se coeficientes de pressão e forma externos. 4. COEFICIENTES DE PRESSÃO INTERNA (Ci) Para edificações com paredes internas permeáveis (que permitem a passagem do vento), a pressão interna pode ser considerada uniforme. Neste caso, devem ser adotados os seguintes valores para Ci: a) Duas faces opostas “igualmente” permeáveis; as outras faces impermeáveis (essa situação ocorre quando os portões da fachada frontal estiverem fechados): b) Quatro faces “igualmente” permeáveis (essa situação ocorre quando os portões da fachada frontal estiverem abertos) c) Abertura dominante em uma face; as outras faces de “igual” permeabilidade. c1) Abertura dominante na face de barlavento. Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 3 Proporção entre a área de todas as aberturas na face de barlavento e a área total das aberturas em todas as faces submetidas a sucção externa (Situação crítica fechando as saídas). c2) Abertura dominante na face de sotavento. De acordo com a NBR6123, deve-se adotar o valor do coeficiente de forma externo, Ce, correspondente a esta face (ver Tabela 4) como o valor do Ci. Ci=Ce=-0,5 c3) Abertura dominante em uma face paralela ao vento. c3.1) Abertura dominante em uma face paralela ao vento, não situada em zona de alta sucção externa. c3.2) Abertura dominante em uma face paralela ao vento, situada em zona de alta sucção externa. 5. COMBINAÇÕES DOS COEFICIENTES Ce e Ci: Combinação dos coeficientes Ce e Ci nas situações mais críticas para a edificação (Ce-Ci) Os CARREGAMENTOS (I), (II), (III) e (IV) adotados são os mais críticos. 6. AÇÕES DEVIDAS AO VENTO As ações devidas ao vento são dadas pela expressão abaixo: F=(Ce - Ci) . q . L (Pg.4) Onde: q => Pressão de obstrução (calculadas no item 2) (Ce - Ci) => Correção pelos coeficientes de pressão L = 5m => Largura de influência (Distância entre pilares) OBS: Barlavento é a face da edificação onde bate o vento. Sotavento é a face da edificação oposta à face onde o vento bate. Referência Bibliográfica: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 6123: Forças devidas ao vento em edificações. Rio de Janeiro, 1988. Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 4 MÓDULO 3 – Madeira: Critério de dimensionamento à compressão normal às fibras 1. MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS 1.1 Compressão normal às fibras No critério de dimensionamento deve ser levado em conta a extensão do carregamento medido paralelamente à direção das fibras. a'm Para Condição de Segurança: Onde: σc90,d → tensão de compressão normal às fibras solicitante de cálculo; Fd → força axial de compressão normal às fibras solicitante de cálculo; A → área de compressão; fc90,d → resistência à compressão normal às fibras resistente de cálculo; fco,d → resistência à compressão paralela às fibras resistente de cálculo; αn → coeficiente de majoração da resistência à compressão normal às fibras; Referências Bibliográficas: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 7190: Cálculo e execução de estruturas de madeira. Rio de Janeiro, 2004. Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira 1 EXERCÍCIO 1) Para o edifício industrial com telhado duas águas da Figura 1 determinar as ações devidas ao vento que agem na estrutura, com a finalidade de projeto. Dados: Inclinação do telhado θ =200; Localização da estrutura: Cuiabá-MT; Terreno plano; Altura das obstruções consideradas 1,0m; Indústria com baixo fator de ocupação. Figura 1 Resolução: Para se determinar as ações devidas ao vento que agem na estrutura acima podemos organizar uma série de etapas baseadas na norma NBR 6123 (Forças devidas ao vento em edificações). 1. VELOCIDADE CARACTERÍSTICA (Vk) Baseado nos dados do projeto e das características da região em que se localiza a estrutura pode-se determinar a velocidade característica, Vk, onde: Vk=Vo.S1.S2.S3 (Pg. 04) • Sendo, Vo a velocidade básica (rajada de 3s, excedida em média 1 vez em 50 anos, a 10m acima do terreno em campo aberto e plano - determinada pelo gráfico das Isopletas). (Pg. 06) • S1, S2 e S3 são fatores relacionados à topografia, rugosidade do terreno e estatística de segurança, respectivamente. a) Velocidade Básica vo Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira 2 Pelo gráfico das Isopletas (NBR 6123) a região de Cuiabá-MT (ANEXO C – NO11 – Pg.46) está localizada entre as velocidades de 30m/s e 35m/s. A determinação da velocidade básica fica a critério do calculista. Adotamos Vo=35m/s (Hipótese crítica). b) Fator S1 O fator S1 é determinado pela topografia da região próxima a edificação, no caso para terreno plano S1=1,0. (Pg.05) c) Fator S2 O fator S2 considera o efeito combinado da rugosidade do terreno, davariação de velocidade do vento com a altura da edificação e das dimensões da estrutura. Neste exemplo numérico temos a altura das obstruções = 1m, logo, pelo item 5.3.1 da NBR6123 estamos trabalhando na Categoria II. (Pg.08) A Figura 2 apresenta a superfície frontal para VENTO 0o e VENTO 90o. Figura 2 Onde: a=30m; b=10m; H=Altura da parede + b/2 . tag 20o=5+5tag 20o= 6,82m. VENTO 0o => Como a maior dimensão L horizontal ou vertical da superfície frontal (L=10m) não excede 20m, pelo item 5.3.2 da NBR6123 temos a Classe A. (Pg.09) VENTO 90o => Como a maior dimensão L horizontal ou vertical (L=30m) esta entre 20 m e 50 m, pelo item 5.3.2 da NBR6123 temos a Classe B. (Pg.09) Através da Figura 1 têm-se os valores de Za=5,0m (paredes) e Zb=6,82m (cobertura) que serão utilizados com os dados anteriores na Tabela 2 - Fator S2 (NBR6123), onde chegaremos aos valores de S2. (Pg.10) VENTO 0o S2 (Za)=0,94 => Categoria II, Classe A S2 (Zb)=0,962 (por interpolação linear) => Categoria II, Classe A Interpolação linear para S2 (Zb): Z=5m ___S2=0,94 Zb=6,82m ___S2=? Z=10m ___S2=1,0 962,0S 510 582,6 94,00,1 94,0S 2 2 ==> − − = − − VENTO 90o S2 (Za)=0,92 => Categoria II, Classe B S2 (Zb)=0,942 (por interpolação linear) => Categoria II, Classe B Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira 3 Interpolação linear para S2 (Zb): Z=5m ___S2=0,92 Zb=6,82m ___S2=? Z=10m ___S2=0,98 942,0S 510 582,6 92,098,0 92,0S 2 2 ==> − − = − − d) Fator S3 Já o fator estatístico, S3, será definido pelo baixo fator de ocupação, na Tabela 3 - Valores mínimos do fator estatístico S3 (NBR6123), onde temos S3=0,95 (note que houve uma minoração no fator pela baixa ocupação da edificação). (Pg.10) e) Velocidade Característica Vk Temos agora condições de calcular a velocidade característica (Vk): Vk=Vo.S1.S2.S3 (Pg. 04) VENTO 0o Vka= 35. 1,0 . 0,94 . 0,95 = 31,255 m/s (para paredes) Vkb= 35. 1,0 . 0,962 . 0,95 = 31,987 m/s (para cobertura) VENTO 90o Vka= 35. 1,0 . 0,92 . 0,95 = 30,590 m/s (para paredes) Vkb= 35. 1,0 . 0,942 . 0,95 = 31,322 m/s (para cobertura) 2. PRESSÃO DE OBSTRUÇÃO (q) A velocidade característica do vento permite determinar a pressão dinâmica pela expressão: q=0,613.Vk² (Pg.04) VENTO 0o qa=0,613.(31,255)²= 598,82 N/m²=0,60 kN/m² (para paredes) qb=0,613.(31,987)²= 627,20 N/m²=0,63 kN/m² (para cobertura) VENTO 90o qa=0,613.(30,590)²= 573,61 N/m²=0,57 kN/m² (para paredes) qb=0,613.(31,322)²= 601,39 N/m²=0,60 kN/m² (para cobertura) 3. COEFICIENTES DE PRESSÃO E FORMA EXTERNOS (Ce) 3.1. Paredes De acordo com a Tabela 04 - Coeficientes de pressão e de forma, para paredes de edificações de planta retangular (NBR6123), tem-se: (Pg.14) h=5m; b=10m; a=30m h/b=5/10=1/2 Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira 4 a/b=30/10=3 Onde: h= altura da parede; a=comprimento da edificação; b=largura da edificação. Determina-se os coeficientes de pressão e forma externos considerando a ação do vento em diferentes direções (VENTO 0º e VENTO 90º). Vento a 0º Vento a 90º A1 e B1: Ce=-0,8 A: Ce=+0,7 A2 e B2: Ce=-0,4 B: Ce=-0,5 A3 e B3: Ce=-0,2* C1 e D1: Ce=-0,9 C: Ce=+0,7 C2 e D2: Ce=-0,5 D: Ce=-0,3 *Nota b) Para a/b ≥ 2: Ce=-0,2 (base retangular). Ilustração dos coeficientes Ce, nas paredes: Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira 5 3.2 Cobertura De acordo com a Tabela 5 - Coeficientes de pressão e forma, externos, para telhados com duas águas, simétricos, em edificações de planta retangular (NBR6123), tem-se: (Pg.15) h/b=1/2 θ =20º Vento a 0º Vento a 90º E e G: Ce=-0,7 E, F e I : Ce=-0,4 F e H: Ce=-0,6 G, H e J: Ce=-0,4 I e J : Ce=-0,2* *Nota d) Para a/b ≥ 2: Ce=-0,2 (base retangular). Ilustração dos coeficientes Ce, na parede e na cobertura: Corte AA(0º) Corte BB(0º) Corte CC(0º) Corte DD(90º) Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira 6 4. COEFICIENTES DE PRESSÃO INTERNA (Ci) Para edificações com paredes internas permeáveis (que permitem a passagem do vento), a pressão interna pode ser considerada uniforme. Neste caso, devem ser adotados os seguintes valores para Ci: a) Duas faces opostas “igualmente” permeáveis; as outras faces impermeáveis (essa situação ocorre quando os portões da fachada frontal estiverem fechados): Im pe rm e áv e l Im pe rm e áv e l Im pe rm e áv e l Im pe rm e áv e l Face permeável Ci= + 0,2 Ci= -0,3 Vento perpendicular à Vento perpendicular à uma face permeável uma face impermeável VENTO 90o VENTO 0o b) Quatro faces “igualmente” permeáveis (essa situação ocorre quando os portões da fachada frontal estiverem abertos) Ci=-0,3 e Ci=0 para VENTO 0o e VENTO 90o c) Abertura dominante em uma face; as outras faces de “igual” permeabilidade. c1) Abertura dominante na face de barlavento. Proporção entre a área de todas as aberturas na face de barlavento e a área total das aberturas em todas as faces submetidas a sucção externa (Situação crítica fechando as saídas). VENTO 0o 0,1333,0 2.)30.1( 4.5 A A A )fechadotudocomfacesdemais(Saída )abertotudocombarlaventoface(Entrada Dom <=== Portanto, não há abertura dominante VENTO 90o 0,1333,2)30.1( 2.)4.5()30.1( A A A )fechadotudocomfacesdemais(Saída )abertotudocombarlaventoface(Entrada Dom >= + == Portanto, há abertura dominante Pelo item 6.2.5c da NBR6123, tem-se Ci=+0,533 (por interpolação linear) (Pg.13) Interpolação linear para Ci: ADom=2 ___ Ci=+0,5 ADom=2,333 ___ Ci=? 90º 0º Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira 7 ADom=3 ___ Ci=+0,6 533,0Ci 23 2333,2 5,06,0 5,0Ci +==> − − = − − c2) Abertura dominante na face de sotavento. VENTO 0o 0,1)inito(inf 0 4.5 A A A )fechadotudocombarlaventoface(Entrada )abertotudocomsotaventoface(Saída Dom >>>∞=== Portanto, há abertura dominante De acordo com a NBR6123, deve-se adotar o valor do coeficiente de forma externo, Ce, correspondente a esta face (ver Tabela 4) como o valor do Ci. Ci=Ce=-0,3 VENTO 90o 0,1333,2)30.1( 2.)4.5()30.1( A A A )fechadotudocombarlaventoface(Entrada )abertotudocomsotaventoface(Saída Dom >= + == Portanto, há abertura dominante De acordo com a NBR6123, deve-se adotar o valor do coeficiente de forma externo, Ce, correspondente a esta face (ver Tabela 4) como o valor do Ci. Ci=Ce=-0,5 c3) Abertura dominante em uma face paralela ao vento. c3.1) Abertura dominante em uma face paralela ao vento, não situada em zona de alta sucção externa. VENTO 0o 0,1)inito(inf 0 ))4.5(.230.1(.2 A A A )fechadotudocombarlaventoface(Entrada )abertotudocomparalelasfaces(Saída Dom >>>∞= + == Portanto, há abertura dominante De acordo com a NBR6123, deve-se adotar o valor do coeficiente de forma externo, Ce, correspondente a esta face (ver Tabela 4) como o valor do Ci. 4,0 4 )2,0()2,0()4,0()8,0(CeCi −=−+−+−+−== VENTO 90o 0,1333,1)30.1( 2.)4.5( A A A )fechadotudocombarlaventoface(Entrada )abertotudocomparalelasfaces(Saída Dom >=== Portanto, há abertura dominante Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira 8De acordo com a NBR6123, deve-se adotar o valor do coeficiente de forma externo, Ce, correspondente a esta face (ver Tabela 4) como o valor do Ci. 7,0 2 )5,0()9,0(CeCi −=−+−== c3.2) Abertura dominante em uma face paralela ao vento, situada em zona de alta sucção externa. OBS.: Não se tem abertura dominante nesta condição, portanto não enquadramos neste item. Resumo dos Ci encontrados: VENTO 0o Ci=-0,3 Ci=0 (CRÍTICO) Ci=-0,4 (CRÍTICO) VENTO 90o Ci=+0,2 Ci=0 Ci=-0,3 Ci=+0,533 (CRÍTICO) Ci=-0,5 C-=-0,7 (CRÍTICO) 5. COMBINAÇÕES DOS COEFICIENTES Ce e Ci: Combinação dos coeficientes Ce e Ci nas situações mais críticas para a edificação: VENTO 0o Ci=0 (CRÍTICO) CARREGAMENTO (I) Corte AA Corte BB Corte CC Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira 9 Ci=- 0,4 (CRÍTICO) CARREGAMENTO (II) Corte AA Corte BB Corte CC VENTO 90o Ci=- 0,7 (CRÍTICO) Ci=+0,533 (CRÍTICO) CARREGAMENTO (III) CARREGAMENTO (IV) Corte DD Corte DD Os CARREGAMENTOS (I), (II), (III) e (IV) adotados são os mais críticos. 6. AÇÕES DEVIDAS AO VENTO As ações devidas ao vento são dadas pela expressão abaixo: F=(Ce - Ci) . q . L (Pg.4) Onde: q => Pressão de obstrução (calculadas no item 2) (Ce - Ci) => Correção pelos coeficientes de pressão L = 5m => Largura de influência (Distância entre pilares) VENTO 0o CARREGAMENTO (I) FIP=(-0,8) . 0,60 . 5 = -2,4 kN/m (Parede => Sucção) FIC=(-0,7) . 0,63 . 5 = -2,205 kN/m (Cobertura => Sucção) CARREGAMENTO (II) FIIP=(+0,2) . 0,60 . 5 = +0,6 kN/m (Parede => Sobrepressão) FIIC=(+0,2) . 0,63 . 5 = +0,63 kN/m (Cobertura => Sobrepressão) Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira 10 VENTO 90o CARREGAMENTO (III) FIIIP(ESQ)=(+1,4) . 0,57 . 5 = +3,99 kN/m (Parede => Sobrepressão) FIIIP(DIR)=(+0,2) . 0,57 . 5 = +0,57 kN/m (Parede => Sobrepressão) FIIIC=(+0,3) . 0,60 . 5 = +0,90 kN/m (Cobertura => Sobrepressão) CARREGAMENTO (IV) FIVP(ESQ)=(+0,167) . 0,57 . 5 = +0,476 kN/m (Parede => Sobrepressão) FIVP(DIR)=(-1,033) . 0,57 . 5 = -2,944 kN/m (Parede => Sucção) FIVC=(-0,933) . 0,60 . 5 = -2,799 kN/m (Cobertura => Sucção) Ilustração dos carregamentos finais, na edificação para finalidade de projeto estrutural do pórtico transversal: VENTO 0o CARREGAMENTO (I) CARREGAMENTO (II) kN/m kN/m VENTO 90o CARREGAMENTO (III) CARREGAMENTO (IV) kN/m kN/m OBS: Barlavento é a face da edificação onde bate o vento. Sotavento é a face da edificação oposta à face onde o vento bate. Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 1 Exercício 2 Qual o valor da força Pk da figura abaixo? Dados: Madeira Dicotiledônea C60 (1a. categoria), umidade classe 2, carga acidental de longa duração, madeira serrada. Utilizar combinação última normal. (Não é necessário descontar o furo da arruela). Resolução: a) Determinação do coeficiente αn (Tabela 13-NBR 7190:1997) Para m=10 cm a’=15 cm Tabela 13 → αn = 1,0 b) Coeficiente de modificação kmod,1=0,70 → Classe de carregamento de longa duração; Madeira serrada (Tabela 10- NBR 7190:1997); kmod,2=1,0 → Classe 2; Madeira serrada (Tabela 11-NBR 7190:1997); kmod,3=1,0 → Madeira de 1a. categoria (Item 6.4.4-NBR 7190:1997); kmod=Kmod,1∙kmod,2∙kmod,3 kmod=0,7∙1,0∙1,0=0,7 c) Resistência à compressão paralela às fibras resistente de cálculo fco,k=60MPa=6kN/cm2 → Classe C60 Dicotiledônea (Tabela 9-NBR 7190:1997); γwc=1,4 → para compressão paralela às fibras (Item 6.4.5-NBR 7190:1997) fco,d = kmod ∙ fco,k γwc =0,7∙ 6 1,4 =3,0kN/cm 2 d) Tensão de compressão normal às fibras resistente de cálculo fc90,d =0,25∙fco,d∙αn=0,25∙3∙1,0=0,75kN/cm2 e) Cálculo da força de compressão Pk solicitante de cálculo γq=1,4 →ação variável sobrecarga – carga acidental (Tabela 6-NBR 7190:1997); cotas cm Pk=? Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 2 σc90,d = Fd A = 1,4∙Pk 15∙15 ≤ fc90,d=0,75 Portanto: Pk ≤ 120,54 kN/cm2 RESPOSTA: A máxima força Pk que poderá ser aplicada é 120,54 kN/cm2. Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 1 MÓDULO 4 – Metálicas: Barras Tracionadas 1. Barras tracionadas As barras tracionadas podem ser barras de treliças, tirantes, contraventamentos, etc. Tipos de Perfis utilizados: barra redonda, chata, perfis cantoneiras, L, U, I, etc... Áreas de cálculo: • Ag – área bruta da seção transversal da barra; • An – área líquida da seção transversal da barra; • Ae – área líquida efetiva; 1.1 Área bruta (Ag) – soma dos produtos da espessura pela largura bruta de cada elemento. Exemplo: Calcular a área bruta do perfil abaixo. b1 b2 t Linha do esqueleto= tbb 2 t 2 tbb 2121 −+=−−+ Área bruta é ( ) ttbbA 21g ⋅−+= 1.2 Área líquida (An) – Em regiões com furos An é a soma dos produtos da espessura pela largura líquida de cada elemento, como segue: • Diâmetro do furo-padrão é sempre maior que o diâmetro do parafuso (db): mm5,1ddd bpadrãofurof +== Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 2 Diâmetro do parafuso • Diâmetro do furo de cálculo (dc) é: mm5,3dmm2mm5,1dmm2dd bbfc +=++=+= OBS: Não havendo furo An = Ag. O furo reduz a seção bruta do perfil antecipando o escoamento. • Área líquida de uma cantoneira com um furo. Nt,Sd td1AA cgn ⋅⋅−= • Área líquida de uma cantoneira com dois furos. b1 b2 A B C D E F s g Nt,Sd Nt,Sd b1 t 2 b2 t 2 Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 3 Linha de ruptura ABCD: td1AA cgn ⋅⋅−= Linha de ruptura ABEF: t g4 s1td2AA 2 cgn ⋅ ⋅ ⋅+⋅⋅−= A área líquida mais crítica é a obtida pela linha de ruptura que produz a menor área líquida. s – espaçamento longitudinal dos parafusos (direção de força); g – espaçamento transversal dos parafusos (perpendicular a força); Quando a ruptura se dá por ziguezague tem-se um aumento da resistência que é expresso como um aumento da área líquida dado por t g4 s2 ⋅ ⋅ para cada componente em diagonal, essa expressão é deduzida experimentalmente. Generalizando: ( ) ∑∑ ⋅ ⋅ +⋅−= t g4 stdAA 2 cgn 1.3 Área líquida efetiva (Ae) nte ACA ⋅= Ct – é um coeficiente de redução da área líquida. Quando a força de tração é transmitida por todos os segmentos da seção transversal a seção participa integralmente da transferência dos esforços Ct=1,0. No caso da cantoneira a transferência dos esforços se dá através de uma aba. As tensões se concentram no segmento ligado e não mais se distribui em toda a seção. Esse efeito é levado em consideração utilizando a área líquida efetiva. N t,Sd Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 4 O coeficiente de redução da área líquida, Ct, tem os seguintes valores: a) Quando a força de tração for transmitida diretamente por cada um dos elementos da seção transversal da barra, por soldas ou parafusos: 0,1Ct = b) Quando a força de tração for transmitida somente por soldas transversais: g c t A AC = Onde Ac é a área da seção transversal dos elementos conectados. Ac Solda c) Nas barras com seções transversais abertas, quando a força de traçãofor transmitida somente por parafusos ou somente por soldas longitudinais... : c c t e1C l −= ec – é a excentricidade da ligação, igual à distancia do centro geométrico da seção da barra G ao plano de cisalhamento da ligação. lc – é o comprimento efetivo da ligação. Nas ligações soldadas lc é igual ao comprimento da solda na direção da força axial. Nas ligações parafusadas lc é igual à distância do primeiro ao último parafuso na linha de furação com maior nº de parafusos, na direção da força axial. Para cantoneira: Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 5 ec G d) Nas chapas planas, quando a força de tração for transmitida somente por soldas longitudinais ao longo de ambas as suas bordas: Nt,Sd Nt,Sd Solda b l w Ct = 1,0 para lw ≥ 2b Ct = 0,87 para 2b > lw ≥ 1,5b Ct = 0,75 para 1,5 > lw ≥ b 1.4 Critérios de Dimensionamento - Estado limite último Rd,tSd,t NN ≤ Onde: Nt,Sd – é a força axial de tração solicitante de cálculo; Nt,Rd – é a força axial de tração resistente de cálculo; a) Para escoamento da seção bruta 1a yg Rd,tSd,t fA NN γ =≤ b) Para ruptura da seção líquida 2a ue Rd,tSd,t fANN γ =≤ Onde: Ag – é a área bruta da seção transversal da barra; Ae – é a área líquida efetiva da seção transversal da barra; fy – é a resistência ao escoamento do aço; fu – é a resistência à ruptura do aço; γa – é o coeficiente de ponderação das resistências γm, dado na Tabela 3; Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 6 c) Limitação devido aos estados limites de utilização Para evitar problemas de vibração das barras na utilização da estrutura provocados por impactos, ventos, etc. 300 rmin max ≤=λ l Onde: l – comprimento destravado; rmin – raio de geração mínimo; Recomendações: • Não se deve fazer ligações com 1 parafuso; • Não se deve fazer ligações com conjunto (fileira) de parafusos na direção normal a força; • Não se deve em projetos usar cantoneira cuja aba seja menor que 1 ½” (38mm); Referências Bibliográficas: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 8800: Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. Rio de Janeiro, 2008. Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 7 MÓDULO 4 – Madeira: Critério de dimensionamento à tração paralela às fibras 1. MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS 1.1 Tração paralela às fibras A tração paralela às fibras é a propriedade mecânica onde a madeira apresenta melhores valores. Condição de Segurança: Onde: σto,d → tensão de tração paralela às fibras solicitante de cálculo; Fd → força axial de tração paralela às fibras solicitante de cálculo; A → área da seção transversal; Fto,d → resistência à tração paralela às fibras resistente de cálculo; Fto,k → resistência à tração paralela às fibras característica de cálculo; kmod → coeficiente de modificação; γwt → coeficiente de minoração da resistência à tração paralela às fibras; Referências Bibliográficas: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 7190: Cálculo e execução de estruturas de madeira. Rio de Janeiro, 2004. Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 1 Exercício 2 Qual a máxima carga que o tirante suporta? Dados: Madeira Conífera C25, umidade classe 2, madeira serrada, carga acidental de longa duração. Resolução: a) Coeficiente de modificação kmod,1=0,70 → Classe de carregamento de longa duração; Madeira serrada (Tabela 10- NBR 7190:1997); kmod,2=1,0 → Classe 2; Madeira serrada (Tabela 11-NBR 7190:1997); kmod,3=0,8 → Madeira de 2a. categoria (Item 6.4.4-NBR 7190:1997); kmod=Kmod,1∙kmod,2∙kmod,3 kmod=0,7∙1,0∙0,8=0,56 b) Resistência à tração paralela às fibras resistente de cálculo fco,k=25MPa=2,5kN/cm2 → Classe C25 Conífera (Tabela 8-NBR 7190:1997); γwt=1,8 → Para tração paralela às fibras (Item 6.4.5-NBR 7190:1997) fco,k fto,k =0,77 → Relação entre resistência (Item 6.3.3-NBR 7190:1997) Portanto: fto,k= fco,k 0,77 = 2,5 0,77 =3,25 kN/cm 2 Assim tem-se que: fto,d = kmod ∙ fto,k γwt =0,56∙ 3,25 1,8 =1,01 kN/cm 2 c) Cálculo da força de tração Pk solicitante de cálculo γq=1,4 →ação variável sobrecarga – carga acidental (Tabela 6-NBR 7190:1997); σto,d = Fd A = 1,4∙Pk 10∙(20 - 5) ≤ fto,d = 1,01 Portanto: Pk ≤ 108,21 kN RESPOSTA: A máxima força Pk que poderá ser aplicada é 108,21 kN. Pk =? cotas cm Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 1 Exercício 1 – Barras Tracionadas - Metálicas Dimensionar a dupla cantoneira de abas iguais laminada MR250 (ASTM A36) para uma barra tracionada parafusada apenas em uma aba em linha única com comprimento de 5500mm. Dados: db=19mm => Diâmetro do parafuso (Considerar 3 furos); Esforços nas barras: Ngk=120 kN (permanente - peso próprio da estrutura metálica); Nqk=200 kN (Sobrecarga); Nvk=150 kN (Vento); MR 250 => fy=250 MPa (N/mm2) = 25 kN/cm2; fu=400 MPa (N/mm2) = 40 kN/cm2; Chapa de ligação #3/8'' Obs: Considerar Estados Limites Últimos - Combinações últimas normais. Resolução: Unidades de comprimento ''cm'' e força ''kN''. Espaçamento entre furos 3.db: L 550:= cm db 1.9:= cm fy 25:= kN cm 2 df db 0.15+:= df 2.05= cm fu 40:= kN cm 2dc df 0.2+:= dc 2.25= cm 3 db⋅ 5.7= cm Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 2 a) Combinações últimas normais 1a. combinação => Sobrecarga como ação variável principal 2a. combinação => Vento como ação variável principal + CRÍTICO b) Condição de segurança NtSd = Fd2 • Para escoamento da seção bruta Ngk1 120:= γg1 1.25:= γa1 1.1:= γa2 1.35:= Nqk1 200:= γq1 1.5:= ψo1 0.8:= Nqk2 150:= γq2 1.4:= ψo2 0.6:= Fd1 γg1 Ngk1⋅ γq1 Nqk1⋅+ γq2 ψo2⋅ Nqk2⋅+:= Fd1 576= kN Fd2 γg1 Ngk1⋅ γq2 Nqk2⋅+ γq1 ψo1⋅ Nqk1⋅+:= Fd2 600= kN NtSd NtRd1≤ e NtSd NtRd2≤ NtSd 600:= kN NtRd1 Ag fy⋅ γa1 := Ag Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 3 NtRd2= Ae·fu γa2 • Para ruptura da seção líquida efetiva c) Escolha do perfil • Para escoamento da seção bruta => Para cantoneira dupla • Para ruptura da seção líquida efetiva => Para cantoneira dupla NtSd Ag fy⋅ γa1 ≤ Ag NtSd γa1⋅ fy := Ag NtSd γa1⋅ fy ≥ Ag 26.4= cm 2 Ag_necessário 26.4≥ cm2 NtSd Ae fu⋅ γa2 ≤ Ae NtSd γa2⋅ fu := Ae NtSd γa2⋅ fu ≥ Ae 20.25= cm 2 Ae_necessário 20.25≥ cm2 Profa. Dra. Rosilene de Fátima Vieira Página 4 df = 20.5mm dfmax (17~23mm) Tabela OK! 3 x 3 #3/8 Peso = 21.42 kg/m PERFIL ADOTADO 7.62cm x 7.62cm # 0.952cm > Ag_necessário = 26.4 cm2 Lc => é a distância do primeiro ao último parafuso da linha de furação... Lc = 2 . 3.db An1 = Ag - Σdc.t + Σ(s2 /4.g).t => 2 porque são duas cantoneiras Ag_adot1 27.22:= cm 2 y1 2.26:= cm ec( ) ec1 2.26:= cm t1 0.952:= cm Lc 2 5.7⋅:= Lc 11.4=
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