Buscar

As síndromes psicopatológicas LIVRO AV2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

As síndromes psicopatológicas 
Nesse capítulo teremos a oportunidade de conhecer de forma sistematizada as principais síndromes psicopatológicas. Uma síndrome é conjunto de sinais e sintomas que podem aparecer em um sujeito em um determinado momento. Para Dalgalarrondo (2008, p. 304-389), uma síndrome pode estar presente em vários transtornos diferentes, como a síndrome delirante-alucinatória (que apresenta como característica delírios e alucinações) que pode estar presente tanto na esquizofrenia como também no transtorno bipolar. Os sujeitos podem ter diferentes e diversas síndromes ao longo de sua vida. Uma pessoa portadora de esquizofrenia pode iniciar seu quadro com uma síndrome negativista, para algum tempo depois apresentar uma síndrome delirante-alucinatória. 
Nas doenças clínicas, temos a etiologia, os sinais e sintomas, a evolução, o prognóstico e a resposta dos pacientes aos tratamentos. Mas, nos transtornos mentais temos os sinais e sintomas, a evolução, o prognóstico e a resposta dos pacientes aos tratamentos, mas não inclui a etiologia, porque até ainda hoje não podemos precisar uma causa que justifique todos os sinais e sintomas que os pacientes apresentam. 
SÍNDROMES AFETIVAS SÍNDROMES NEURÓTICAS SÍNDROMES PSICÓTICAS
 Ansiosas Fobias Esquizofrenia 
Depressivas Quadros obsessivo-compulsivos Paranoia e parafrenias 
Maníacas Quadros histéricos Síndrome de agitação ou lentificação psicomotora 
 Somatizações e hipocondríacas Síndrome relacionada à sexualidade
 	 Síndrome relacionada à substância psicoativa 
 Síndrome relacionada ao sono 
 Síndromes mentais orgânicas e demências
	
 
Transtornos de ansiedade: ansiedade normal e patológica
 Inicialmente, precisamos chamar sua atenção para uma discussão fundamental a fim de entendermos os transtornos psicopatológicos. A sugestão de Dalgalarrondo (2008, p. 301) é que as vivências psicopatológicas acontecem em duas perspectivas: de um lado o que ele chama de transfundo das vivências psicopatológicas, uma espécie de palco, de contexto geral, em que surgem os sintomas. De outro lado, os sintomas emergentes, sintomas específicos vivenciados. Há uma relação direta e dialética entre o sintoma e o transfundo das vivências psicopatológicas onde ocorre. Texto e contexto se articulam, e precisam ser analisados nesse entrelaçamento para que possamos compreender o sujeito em seu sofrimento. Dalgalarrondo (2008, p. 302) ainda faz uma distinção entre dois tipos de transfundo: os estáveis e duradouros e os mutáveis e momentâneos.
 1. Transfundos estáveis – seriam a personalidade e a inteligência dos sujeitos. Os sintomas, em geral, estão em acordo com os traços de personalidade. Exemplo: pessoas mais contidas, tímidas, tendem a ter sintomas mais passivos. Os sujeitos mais explosivos, hipersensíveis, podem apresentar sintomas mais vivos, ativos. Já a inteligência fará o contorno, a diferenciação e a riqueza dos sintomas. Sujeitos muito inteligentes produzem sintomas elaborados, ricos em detalhes, em cores e complexos. Sujeitos com inteligência reduzida criam quadros psicopatológicos mais simples, sem detalhes e muitas vezes bastante pueris.
2. Transfundos mutáveis e momentâneos – Dalgalarrondo (2005) divide em dois esse transfundo – o nível da consciência e o humor. O nível da consciência diz respeito à clareza e à precisão dos sintomas. Quanto ao humor, podemos dizer que os estados afetivo-volitivos influem no surgimento dos sintomas, e também no colorido específico dos sintomas.
 Para Dalgalarrondo (2005, p. 302), vários fatores contribuem para a manifestação dos sintomas: 
São eles: genéticos, gestacionais e perinatais, que antecedem o nascimento dos sujeitos. Outro fator importante é a vulnerabilidade constitucional – que são as questões ligadas a hereditariedade e os fatores predisponentes.
 A associação de fatores precipitantes com vulnerabilidade constitucional e fatores predisponentes ocorre ao longo da história de vida dos sujeitos, dentro de um contexto sociocultural específico. Portanto, cada sujeito produzirá uma sintomatologia única e pessoal. Dalgalarrondo (2008, p. 295) faz uma distinção entre as manifestações dos transtornos: 
Patogenia (patogênico) – é a manifestação dos sintomas que ocorrem nos transtornos mentais. Na mania, a agitação psicomotora, hipertimia são comuns.
 Patoplastia – está relacionado aos fatores da personalidade que antecederam a eclosão do transtorno. A história de vida do sujeito, sua cultura, seu comportamento, sua origem. Ao que lhe era peculiar antes do surgimento do transtorno.
 Psicoplastia – está relacionada à forma como o sujeito se relaciona com o seu entorno após o surgimento do transtorno. 
Os cursos crônicos dos transtornos mentais podem ser de dois tipos: processo e desenvolvimento. 
Processo – é uma transformação lenta, insidiosa e incompreensível da personalidade causada pelas alterações psicopatológicas. Consideramos processo porque a evolução vai transformando lentamente a personalidade do sujeito.
 Desenvolvimento – é uma transformação psicológica e compreensível da personalidade. Essa evolução pode ser normal ou anormal, determinado por transtornos da personalidade ou das neuroses.
Fenômenos agudos ou subagudos são classificados da seguinte forma:
 Crise ou ataque – tem o surgimento ou término abrupto e dura minutos, raramente horas. Chamamos de crise as de natureza epilética, histérica e de agitação psicomotora.
 Episódio – tem duração de dias ou até semanas. O termo crise ou episódio refere-se apenas à temporalidade do fenômeno. 
Fase – refere-se principalmente às fases de depressão (diminuição da atividade psíquica) ou da mania dos transtornos afetivos.
 Surto – é a eclosão abrupta da doença de base endógena não compreensível psicologicamente. 
Sinais e sintomas prodrômicos 
São chamados também de personalidade pré-mórbida e são aqueles comportamentos identificados em períodos anteriores a eclosão do transtorno. Podem ocorrer desde a infância, já antecipando o início do transtorno, segundo Dalgalarrondo (2008, p. 298). 
Transtornos da ansiedade
 A ansiedade pode ser normal ou patológica. A ansiedade normal funciona com um alerta vermelho, indicando para o sujeito que ele precisa tomar as medidas necessárias para lidar com as ameaças. A ansiedade normal faz com que o professor prepare e organize suas aulas com cuidado, faz com que o ator se prepare em detalhes para o espetáculo ou que os namorados apaixonados se arrumem da melhor forma possível para o encontro. Segundo Nunes (1996), a ansiedade normal é uma sensação difusa (não está concentrada em nenhuma parte específica do corpo), é desagradável, de apreensão (sentimos que algo de ruim vai acontecer, mas não conseguimos saber exatamente o que) e, em geral, vem acompanhada de sensações físicas: mal-estar epigástrico, aperto no tórax, palpitações, sudorese excessiva, cefaleia, súbita necessidade de evacuar, inquietação etc. Esses sintomas podem variar de pessoa para pessoa. Fazer uma distinção precisa entre medo e ansiedade é uma tarefa complicada. 
O medo é uma reação normal, fundamental para a proteção dos sujeitos. Se não tivéssemos medo, sairíamos de madruga para lugares perigosos, não tentaríamos nos proteger. O medo aparece em situações que apresentam um perigo real ouimaginário.
 A ansiedade normal é vaga e difusa, e pode ajudar em algumas situações. Já a ansiedade patológica paralisa o sujeito, traz prejuízos ao seu desempenho, não permite que o sujeito se proteja das ansiedades ameaçadoras. 
Descreveremos a seguir os principais transtornos de ansiedade, seguindo a 10ª Classificação de Transtornos Mentais da Organização Mundial de Saúde (CID10, 1993) e a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico (DSM-V, 2014) da Associação Americana de Psiquiatria (APA). No CID-10 A divisão tradicional entre neurose e psicose aparecia até o CID-9. No CID10, já não aparece mais. Mas o termo “neurótico” ainda aparece nos blocos F40 a F48, “Transtorno neurótico, relacionado ao estresse e somatoformes”, exceto pela neurose depressiva. A partir do CID-10, segue uma nova proposta de organização, não mais na dicotomia neurose-psicose, mas agora uma organização em grupos de acordo com os principais temas comuns ou semelhanças descritivas. A organização se dá da seguinte forma: transtornos fóbicos ansioso, agorafobia, fobias sociais, fobias específicas (isoladas), transtorno do pânico e transtorno de ansiedade generalizada, bem como transtorno obsessivo compulsivo. No DSM-V (2014), a ansiedade e o medo e perturbações comportamentais relacionadas compartilham do mesmo código dos transtornos. A organização do DSM-V leva em conta os estágios de desenvolvimento em que os transtornos aparecem. E está relacionada da seguinte forma: transtorno de ansiedade de separação, mutismo seletivo, fobia específica, transtorno de ansiedade social, transtorno do pânico, agorafobia, ansiedade generalizada, e transtorno obsessivo-compulsivo. Seguiremos a proposta do DSM-V (2014) na organização dos transtornos ansiosos e vamos informar o CID (1993) correspondente.
 Transtorno de ansiedade de separação | 309.21 (DSM-V, 2014, p. 190) | CID-10 (1993, infância e adolescência F93.1) Esse transtorno se caracteriza por uma ansiedade ou medo impróprio ou excessivo envolvendo a separação daqueles a quem o sujeito tem apego. A criança sente um pavor de perder seus pais ou irmãos ou pessoas com quem tem ligação afetiva. A criança pode apresentar comportamentos de irritação, choro, insônia, agressividade.
 Exemplos: 1. A mãe de uma criança de três anos conta que ela estava desempregada desde a gravidez de sua filha. Agora que a criança tem três anos ela pôde voltar ao trabalho. Foi quando o comportamento irritadiço de sua filha começou. Toda vez que a paciente saía para trabalhar, sua filha tinha uma grave crise de ansiedade. Gritava, chorava, se mordia, chutava. Apresentava um medo irracional de que iria perder sua mãe. 
2. Joãozinho de cinco anos conta que sempre rói suas unhas quando se aproxima a hora de o pai voltar do trabalho. Ele fala que rói as unhas por medo de que seu pai não volte nunca mais do trabalho. 
Características diagnósticas no DSM-V (2014) 
Para ter evidenciado o transtorno de ansiedade de separação são necessários três (ou mais) dos seguintes aspectos: 1. Sofrimento excessivo e recorrente ante a ocorrência ou previsão de afastamento de casa ou de figuras importantes de apego; 
2. Preocupação persistente e excessiva acerca da possível perda ou de perigos envolvendo figuras importantes de apego, tais como doença, ferimentos, desastres ou morte; 
3. Preocupação persistente e excessiva de que um evento indesejado leve à separação de uma figura importante de apego (p. ex.: perder-se, ser sequestrado, sofrer um acidente, ficar doente); 
4. Relutância persistente ou recusa a sair, afastar-se de casa, ir para a escola, o trabalho ou a qualquer outro lugar, em virtude do medo da separação;
 5. Temor persistente e excessivo ou relutância em ficar sozinho ou sem as figuras importantes de apego em casa ou em outros contextos;
 6. Relutância ou recusa persistente em dormir longe de casa ou dormir sem estar próximo a uma figura importante de apego; 
7. Pesadelos repetidos envolvendo o tema da separação;
 8. Repetidas queixas de sintomas somáticos (p. ex.: cefaleias, dores abdominais, náusea ou vômitos) quando a separação de figuras importantes de apego ocorre ou é prevista. 
Nota: O DSM-V (2014) não apresenta um período de tempo necessário para o estabelecimento do diagnóstico, nem a quantidade de sintomas necessários.
 Curso no DSM-V (2014) 
Aparece principalmente na infância e mais raramente na adolescência. 
Mutismo seletivo | 313.23 (DSM-V, 2014, p. 195) | CID-10 (1993, transtorno da infância e adolescência): F94.0 As crianças que sofrem desse transtorno não iniciam as conversas e não respondem quando os outros falam com ela. As crianças com mutismo seletivo falarão na sua casa na presença de membros da família imediata, mas com frequência não o farão nem mesmo diante de amigos próximos ou parentes de segundo grau, como avós ou primos. As crianças com mutismo seletivo comumente se recusam a falar na escola, o que leva a prejuízos acadêmicos ou educacionais, uma vez que os professores têm dificuldade para avaliar habilidades como a leitura. As crianças com mutismo podem usar uma fala não verbal apontando, escrevendo, grunhindo. 
Exemplo: A professora de uma turma do ensino fundamental pede o apoio da psicologia para atender uma menina de cinco anos que não fala nada com ninguém. A criança compreende tudo que é falado, aprende sem dificuldade, mas quando quer ir ao banheiro a menina fica se balançando perto da porta do banheiro, quando quer água fica parada olhando para o bebedouro, entre outros comportamentos que substituem a fala. 
Critérios diagnósticos no DSM-V (2014) 
Para ser considerado mutismo seletivo, a criança deve apresentar ao menos dois dos sintomas a seguir.
 A. Fracasso persistente para falar em situações sociais específicas nas quais existe a expectativa para tal (p. ex.: na escola), apesar de falar em outras situações.
 B. A perturbação interfere na realização educacional ou profissional ou na comunicação social. C. A duração mínima da perturbação é um mês (não limitada ao primeiro mês de escola). 
D. O fracasso para falar não se deve a um desconhecimento ou desconforto com o idioma exigido pela situação social. 
E. A perturbação não é mais bem explicada por um transtorno da comunicação (p. ex.: transtorno da fluência com início na infância) nem ocorre exclusivamente durante o curso de transtorno do espectro autista, esquizofrenia ou outro transtorno psicótico.
 Curso no DSM-V (2014) 
Surge habitualmente antes dos 5 anos de idade. A persistência do transtorno é variável e seu curso desconhecido. Fobia específica | 313.23 (DSM-V, 2014, p. 197) | CID (1993) F40.218 A fobia específica diz respeito ao medo descomunal de alguma situação, algum animal ou determinado objeto. Em algumas situações, as pessoas fóbicas podem ter comportamentos que causam estranhamento e desconforto na própria pessoa e em quem está a sua volta. Exemplo: uma professora universitária, ao iniciar sua aula, repara que existe uma pequena barata perto de sua mesa. A professora começa a gritar, e sobe na mesa. Esperneia. Até que um aluno consegue matar a barata. Mesmo assim, o simples pedaço do corpo da barata é fonte de desconforto, e ao notar uma parte mínima do inseto a professora interrompe novamente a aula e recomeça a gritar. 
Critérios diagnósticos no DSM-V (2014)
 Para ser caracterizado como um quadro fóbico é preciso a presença de mais de um estímulo fóbico. 
Nota: O DSM-V (2014) não apresenta um período de tempo necessário para o estabelecimento do diagnóstico, nem a quantidade de sintomas necessários. 
A. Medo ou ansiedade acentuados acerca de um objeto ou situação (p. ex.: voar, alturas, animais, tomar uma injeção, ver sangue).
 B. O objeto ou situação fóbica quase invariavelmente provoca uma resposta imediata de medo ou ansiedade. 
C. O objeto ou situação fóbica é ativamente evitado ou suportado com intensa ansiedade ou sofrimento.
D. O medo ou ansiedade é desproporcional em relação ao perigo real imposto pelo objeto ou situação específicae ao contexto sociocultural.
 E. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente com duração mínima de seis meses.
 F. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
Principais fontes de fobias: Animais: aranhas, insetos, cães 
Ambientes naturais: alturas, tempestades, água 
Sangue-injeção-ferimentos: agulhas, procedimentos médicos invasivos 
Situacionais: aviões, elevadores, locais fechados 
Curso no DSM-V
 Eventualmente se desenvolve após um evento traumático. Quando surgem na infância ou adolescência, tendem a ter remissão. Quando perduram na vida adulta, a recidiva é mais difícil. 
Transtorno de ansiedade social (fobia social) | 300.23 (DSM-V, 2014 p. 202) | CID10 (1993): F40.10. Os sujeitos com transtorno de ansiedade social podem ficar prejudicados em sua vida social ou profissional pelo medo de falar em público. 
Exemplo: Rosamaria procura ajuda de um profissional por causa de sua fobia social. Ela vai casar em uma grande igreja e só de pensar em entrar na nave Rosamaria começa a sentir desconforto. Ela reclama que até para assinar o livro de casamento vai precisar de ajuda, pois não consegue escrever seu nome em público.
 Critério diagnósticos no DSM-V (2014) 
Neste item, o DSM-V especifica que para se caracterizar como um transtorno é necessário um medo ou ansiedade acentuada ou intenso de situações sociais nas quais os sujeitos são avaliados pelos outros.
 Nota: No DSM-V (2014) não consta um período ou a quantidade de sintomas para se caracterizar o transtorno de ansiedade em adultos. Em crianças, devem acontecer em contexto com outras crianças e não em interação com adultos.
 A. Medo ou ansiedade acentuados acerca de uma ou mais situações sociais em que o indivíduo é exposto a possível avaliação por outras pessoas. Exemplos incluem interações sociais (p. ex.: manter uma conversa, encontrar pessoas que não são familiares), ser observado (p. ex.: comendo ou bebendo) e situações de desempenho diante de outros (p. ex.: proferir palestras). 
B. O indivíduo teme agir de forma a demonstrar sintomas de ansiedade que serão avaliados negativamente (isto é, será humilhante ou constrangedor; provocará a rejeição ou ofenderá a outros). As situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade.
 C. As situações sociais são evitadas ou suportadas com intenso medo ou ansiedade. 
D. O medo ou ansiedade é desproporcional à ameaça real apresentada pela situação social e o contexto sociocultural.
 E. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de seis meses. 
Curso no DSM-V (2014)
 Inicia-se na adolescência e mais difícil surgir na vida adulta 
Transtorno de pânico | 300.01 (DSM-V, 2014, p. 208) | CID-10 (1993, F41.0) Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem quatro ou mais de uma lista de treze sintomas físicos e cognitivos.
 Exemplo: Jorge Alberto, de 35 anos, sai cedo de casa para o seu trabalho. Ao entrar na Avenida Brasil, teve a terrível sensação de que iria morrer. Seus batimentos cardíacos aceleraram, começou a suar intensamente, suas mãos tremiam e começou a sentir falta de ar. Ele, em desespero, buscou atendimento médico numa emergência. Chegando lá, o médico constatou que era uma crise de pânico e o encaminhou para o atendimento psicológico/psiquiátrico.
 Critérios Diagnósticos no DSM-V (2014)
 Critério A – ataques de pânico recorrentes e inesperados. Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem quatro (ou mais) dos seguintes sintomas: Palpitações, coração acelerado, taquicardia. 2. Sudorese. 3. Tremores ou abalos. 4. Sensações de falta de ar ou sufocamento. 5. Sensações de asfixia. 6. Dor ou desconforto torácico. 7. Náusea ou desconforto abdominal. 8. Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio.9. Calafrios ou ondas de calor. 10. Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento). 11. Desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização (sensação de estar distanciado de si mesmo). 12. Medo de perder o controle ou “enlouquecer”. 13. Medo de morrer. 
Critério B – Pelo ao menos um dos ataques foi seguido de um mês (ou mais) de uma ou de ambas as seguintes características :1. Apreensão ou preocupação persistente acerca de ataques de pânico. 2. Uma mudança desadaptativa significativa no comportamento relacionado aos ataques. 
Curso no DSM-V 
Surge no fim da adolescência e início da vida adulta Agorafobia | 300.22(DSM-V, 2014, p. 218) | CID-10 (1993): F40.00 Podemos caracterizar a agorafobia como ansiedade ou medo exagerado, acentuado, intenso pela exposição real ou imediata a diversas situações que tenham espaços abertos. Esse medo compulsivo pode ser inibidor, e as pessoas que sofrem com isso tendem a desenvolver um padrão comportamental de evitamento de cenários triviais, como ir às compras ou assistir a um show. A agorafobia é geralmente baseada numa preocupação persistente sobre qualquer possibilidade de vir a ter ataques de pânico ou perder o controle em público. 
Exemplo: Paulo é um motorista de ônibus de longa data. Nunca teve qualquer problema para ir ou voltar do trabalho. Certo dia, quando ia para o trabalho, teve de atravessar uma praça. Parou e não conseguiu continuar o seu caminho. Chamou sua esposa para que conseguisse voltar para sua residência. Depois desse dia, ele não conseguiu mas sair de casa sozinho. Esse fato acarreta um grande problema para a sua família por dois motivos: Paulo precisou ficar de licença pelo INSS, o que fez diminuir a sua renda mensal; e, de outro lado, por não sair sozinho, ele necessita sempre estar acompanhando de um familiar.
 Critérios diagnósticos no DSM-V (2014) 
Medo ou ansiedade marcantes acerca de duas (ou mais) das cinco situações seguintes: 1. Uso de transporte público (p. ex.: automóveis, ônibus, trens, navios, aviões). 2. Permanecer em espaços abertos (p. ex.: áreas de estacionamentos, mercados, pontes). 3. Permanecer em locais fechados (p. ex.: lojas, teatros, cinemas). 4. Permanecer em uma fila ou ficar em meio a uma multidão. 5. Sair de casa sozinho.
 Nota: O DSM-V (2014) não apresenta um período de tempo necessário para o estabelecimento do diagnóstico, nem a quantidade de sintomas necessários. 
Curso no DSM-V Persistente e crônico ao longo da vida. 
Transtorno de ansiedade generalizada | 300.02 (DSM-V, 2014, p. 222) | CID10 (1993): F41.1 As características essenciais do transtorno de ansiedade generalizada são ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva) acerca de diversos eventos ou atividades. A intensidade, duração ou frequência da ansiedade e preocupação é desproporcional à probabilidade real ou ao impacto do evento antecipado. O sujeito tem dificuldade de controlar a preocupação e de evitar que pensamentos preocupantes interfiram na atenção às tarefas em questão. Os adultos com transtorno de ansiedade generalizada frequentemente se preocupam com circunstâncias diárias da rotina de vida, como possíveis responsabilidades no trabalho, saúde e finanças, a saúde dos membros da família etc. 
Exemplo: Débora, 23 anos, casada, jornalista. Sua carreira estava indo muito bem, até que ela começou a demonstrar uma preocupação excessiva, no trabalho, com sua imagem, com suas falas, com sua escrita. Tudo que escrevia não estava bom, refazia várias vezes atrasando a entrega do trabalho. Em casa, estava sempre irritada, cansada e com muitas dificuldades para conciliar o sono. Relatava não ter coragem de abrir os seus e-mails por não saber o que iria encontrar. Precisava ir várias vezes ao banheiro antes de conseguir abrir as mensagens.
 Critérios diagnósticos 
A. Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos seis meses, com diversos eventos ou atividades (tais comodesempenho escolar ou profissional). 
B. O indivíduo considera difícil controlar a preocupação. 
C. A ansiedade e a preocupação estão associadas com três (ou mais) dos seguintes seis sintomas (com pelo menos alguns deles presentes na maioria dos dias nos últimos seis meses): 1. Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele. 2. Fatigabilidade. 3. Dificuldade em concentrar-se ou sensações de “branco” na mente. 4. Irritabilidade. 5. Tensão muscular. 6. Perturbação do sono (dificuldade em conciliar ou manter o sono, ou sono insatisfatório e inquieto). 
D. A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
 Nota: O DSM-V (2014) não apresenta um período de tempo necessário para o estabelecimento do diagnóstico, nem a quantidade de sintomas necessários. 
Curso no DSM-V (2014) A idade média do início do transtorno é aos 30 anos. Transtorno de estresse pós-traumático | 309.81 (DSM-V, 2014, p. 271) | CID-10 (1993, transtornos neuróticos, estresse e somatoformes): F43.1 
O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), estado de estresse pós-traumático ou ainda síndrome pós-traumática é um transtorno psicológico que ocorre em resposta a uma situação ou evento estressante (de curta ou longa duração), de natureza excepcionalmente ameaçadora ou catastrófica. Caso persista por mais de dois anos, passa a ser considerada uma modificação duradoura da personalidade.
Exemplo: Joana, 25 anos, motorista de ônibus, trabalha numa linha que serve a um bairro carente. Certo dia, foi anunciado um assalto dentro do coletivo. Dois assaltantes, muito violentos, ameaçaram os passageiros de morte. Colocaram a arma na cabeça de Joana e nesse momento um passageiro reagiu ao assalto, atirando na cabeça de um dos assaltantes, que veio a óbito. O tiroteio continuou intenso e Joana ficou apavorada. Desde esse dia, ela não consegue sair de casa. Qualquer barulhinho a deixa em pânico, e ela relembra a toda hora as cenas do assalto. Não consegue dormir; e, quando dorme, acorda abruptamente, assustada e aos gritos. 
Critérios diagnósticos -Os sintomas podem manifestar-se em qualquer faixa de idade e levar meses ou anos para aparecer. Eles costumam ser agrupados em três categorias: 
1. Reexperiência traumática: pensamentos recorrentes e intrusivos que remetem à lembrança do trauma, flashbacks, pesadelos; 
2. Esquiva e isolamento social: a pessoa foge de situações, contatos e atividades que possam reavivar as lembranças dolorosas do trauma;
 3. Hiperexcitabilidade psíquica e psicomotora: taquicardia, sudorese, tonturas, dor de cabeça, distúrbios do sono, dificuldade de concentração, irritabilidade, hipervigilância. 
Para ser considerado um transtorno psicológico essa perturbação deve causar sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. 
Curso no DSM-V (2014) Pode ocorrer em qualquer idade após a experiência que causa o trauma. 
Transtorno obsessivo compulsivo | 300.3 (DSM-V, 2014, p .263) | CID-10 (1993): F42 O transtorno obsessivo compulsivo é conhecido como TOC e pode ser caracterizado pela presença de obsessões e/ou compulsões. Cheniaux (2005, p. 144) estabelece uma distinção entre obsessão e compulsão, são elas: 
Obsessões 1. Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que, em algum momento durante a perturbação, são experimentados como intrusivos e indesejados e que, na maioria dos indivíduos, causam acentuada ansiedade ou sofrimento. 2. O indivíduo tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos, impulsos ou imagens ou neutralizá-los com algum outro pensamento ou ação. 
Compulsões 1. Comportamentos repetitivos (p. ex.: lavar as mãos, organizar, verificar) ou atos mentais (p. ex.: orar, contar ou repetir palavras em silêncio) que o indivíduo se sente compelido a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser rigidamente aplicadas. 2. Os comportamentos ou os atos mentais visam prevenir ou reduzir a ansiedade ou o sofrimento ou evitar algum evento ou situação temida; entretanto, esses comportamentos ou atos mentais não têm uma conexão realista com o que visam neutralizar ou evitar ou são claramente excessivos.
 Exemplo: Telma, 30 anos, comerciária. Os sintomas de Telma começaram quando tinha 21 anos. Um pensamento passou por sua cabeça: “Se eu não contar os postes de minha casa até o trabalho minha mãe morrerá”. Telma tentou resistir ao impulso de contar os postes, mas não conseguiu. No meio do caminho, desceu do ônibus, voltou para o início do trajeto e caminhou por 5 km contando todos os postes. Telma diz que achou muito estranho esse pensamento, mas não conseguiu resistir. Passou a fazer isso diariamente. Com o tempo, seus comportamentos foram ficando cada vez mais bizarros. Passou a arrumar o armário de mantimentos por tamanho, prazo de validade e altura. Seu guarda-roupa é arrumado por cor, tamanho e tipo. Toma diversos banhos diariamente, lava a mão por mais de cinquenta vezes ao dia. Esses comportamentos consomem grande parte de seu tempo, e a impedem de continuar trabalhando. 
Critérios diagnósticos | 300.3 (DSM-V, 2014, p. 263) | CID-10 (1993): F42 Presença de obsessões, compulsões ou ambas. As obsessões ou compulsões tomam tempo (p. ex.: tomam mais de uma hora por dia) ou causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
Transtorno obsessivo-compulsivo e transtornos relacionados
 De acordo com Dalgalarrondo (2008, p. 319), muitos indivíduos com TOC têm crenças disfuncionais. Essas crenças podem incluir senso aumentado de responsabilidade e tendência a superestimar a ameaça; perfeccionismo e intolerância à incerteza; e importância excessiva dos pensamentos (p. ex.: acreditar que ter um pensamento proibido é tão ruim quanto executá-lo) e necessidade de controlá-los. Vemos que os indivíduos com TOC variam no grau de insight que têm quanto à exatidão das crenças subjacentes aos seus sintomas obsessivo-compulsivos. O DSM-V (2014) mostra que muitos têm insight bom ou razoável (p. ex.: o indivíduo acredita que a casa definitivamente não irá, provavelmente se incendiar se o fogão não for verificado 30 vezes), e outros têm insight pobre (p. ex.: o indivíduo acredita que a casa provavelmente irá se incendiar se o fogão não for verificado 30 vezes). Menos de 4% têm insight ausente/crenças delirantes (p. ex.: o indivíduo está convencido de que a casa irá incendiar se o fogão não for verificado 30 vezes). O insight pode variar em um indivíduo durante o curso da doença, e o mais “pobre” está relacionado a uma pior evolução a longo prazo. Até 30% dos indivíduos com TOC têm um transtorno de tique ao longo da vida. Isso é mais comum no sexo masculino com início do TOC na infância. Esses indivíduos tendem a diferir daqueles sem história de transtornos de tique nos temas dos seus sintomas obsessivo-compulsivos, com morbidade, curso e padrão de transmissão familiar. 
No CID-10 (1993), os critérios diagnósticos são diferentes e os sintomas obsessivos devem ter as seguintes características: a) Os pensamentos ou impulsos devem ser reconhecidos como próprios do sujeito; b) Deve haver pelo menos um pensamento ou ato que ainda que resistido, sem sucesso, ainda que possam estar presentes outros aos quais o paciente não resiste mais; c) O pensamento de execução do ato não deve ser em si mesmo prazeroso (o alivio de tensão ou ansiedade, não é, nesse sentindo, considerado como prazer) d) Os pensamentos, imagens ou impulsos devem ser desagradavelmente repetitivos. 
Curso no DSM-V (2014) Inicia no fim da adolescência e é mais difícil aparecer após os 30 anos.
Personalidade anancástica | CID-10 (1993, p. 201): F 60.5 O transtorno da personalidade anancástica é caracterizado por um sentimento de dúvida, perfeccionismo, escrupulosidade, verificações,e preocupação com pormenores, obstinação, prudência e rigidez excessivas. 
Critérios diagnósticos no CID-10 (1993) Nota: o CID-10 (1993) não estabelece períodos ou quantidade de sintomas necessários para o estabelecimento do diagnóstico. 
O curso no DSM-V (2014) É uma sintomatologia que surge na infância e persiste na idade adulta. 
Transtorno dismórfico corporal critérios diagnósticos | 300.7 (DSM-V, 2014, p. 242) | CID-10, (1993):F45.22 No DSM-V (2014), vemos que esse transtorno relaciona-se diretamente com a aparência. O sujeito preocupa-se excessivamente com um ou mais defeitos ou falhas mínimas, difíceis de perceber ou que são leves ou até minúsculas. A preocupação com a aparência é tão exagerada que alguns sujeitos desenvolvem comportamentos repetitivos como verificar-se no espelho, arrumar-se excessivamente, beliscar a pele, malhar de forma compulsiva. Algumas pessoas apresentam sintomas como os atos mentais, elas se comparam todo o tempo com outras pessoas. Critérios diagnósticos do DSM-V (2014) Um dos critérios diagnósticos é o grau de preocupação, que causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. As preocupações são intrusivas, indesejadas, tomam tempo (ocorrendo, em média, de 3 a 8 horas por dia) e geralmente são difíceis de resistir ou controlar. Os comportamentos repetitivos ou atos mentais excessivos (p. ex.: comparações) são executados em resposta à preocupação (Critério B). O indivíduo se sente compelido a executar esses comportamentos, os quais não são prazerosos e podem aumentar a ansiedade e a disforia. As preocupações variam desde parecer “sem atrativos” ou “não adequado” até parecer “hediondo” ou “como um monstro”. Podem focar em uma ou mais áreas do corpo, mais comumente a pele (p. ex.: percepção de acne, cicatrizes, rugas, palidez), os pelos (p. ex.: cabelo “escasso” ou pelo corporal ou facial “excessivo”) ou o nariz (p. ex.: o tamanho ou formato). 
Nota: O DSM-V (2014) não apresenta um período de tempo necessário para o estabelecimento do diagnóstico e nem a quantidade de sintomas necessários.
 Exemplo: Ana Paula, 25 anos, é considerada a rainha da academia. Passa grande parte do seu dia malhando diante do espelho. Observa-se com cuidado, procurando o mínimo defeito em seu corpo. Cuida dos cabelos e do rosto de forma excessiva, e se acha sempre mais feia que as demais mulheres. Faz uso do silicone em várias partes do corpo e fez várias cirurgias para reparar partes mínimas do rosto e do corpo. Passa horas em frente ao espelho para estar sempre maquiada e apresentável. Durante um jantar romântico, seu companheiro ficou assustado quando reparou que Ana Paula foi ao banheiro cinco vezes para refazer a maquiagem. 
Curso no DSM-V (2014) A idade média do surgimento do transtorno é entre 16 a 17 anos. Pode ocorrer também em idosos. 
Transtorno de acumulação | 300.3 (DSM-V, 2014, p. 247) | CID-10 (1993): F42 Vemos no DSM-V (2014) que os acumuladores relatam uma dificuldade de descartar ou de se desfazer de pertences, independentemente do seu valor real. A dificuldade de se desfazer dos pertences resulta na acumulação de itens que congestionam e obstruem as áreas em uso e compromete substancialmente o uso pretendido. Todas as áreas de sua casa ficam soterradas de papéis, objetos, restos de toda ordem. Se moram em casas que possuem quintal, eles também ficarão cheio de trastes de toda ordem. Se alguma parte de suas residências está desobstruída, é somente devido a intervenções de outras pessoas (p. ex.: membros da família, funcionários de limpeza, autoridades). A acumulação causa sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do sujeito (incluindo a manutenção de um ambiente seguro para si e para os outros). As pessoas que sofrem desse transtorno guardam tudo o que encontram nas ruas, na vizinhança. Acumulam coisas que acreditam que possam algum dia vir a
 servir, como: panfletos, peças de carros, pneus velhos, roupas, portas de geladeira, roupas, papéis em geral, enfim tudo o que encontram disponível. 
Características diagnósticas de acordo com o DSM-V (2014) A característica essencial do transtorno de acumulação são as dificuldades persistentes de descartar ou se desfazer de pertences, independentemente do seu valor real. O termo persistente indica uma dificuldade permanente em vez de circunstâncias vitais mais transitórias que podem levar ao acúmulo excessivo, como herdar uma propriedade. A dificuldade em descartar pertences, observado o Critério A, refere-se a qualquer forma de descarte, incluindo jogar fora vender, dar ou reciclar. As principais razões dadas para essas dificuldades são a utilidade percebida ou o valor estético dos itens ou um forte apego sentimental aos pertences. Alguns indivíduos se sentem responsáveis pelo destino dos seus pertences e com frequência se esforçam muito para evitar o desperdício. O medo de perder informações importantes também é comum. Os indivíduos com transtorno de acumulação guardam intencionalmente os pertences e experimentam sofrimento quando enfrentam a perspectiva de descartá-los. B. Esse critério enfatiza que guardar os pertences é intencional, o que discrimina o transtorno de acumulação de outras formas de psicopatologia que são caracterizadas pela acumulação passiva de itens ou pela ausência de sofrimento quando os pertences são removidos. C. Os indivíduos acumulam muitos itens que se empilham e obstruem áreas em uso a ponto de sua utilização pretendida não ser mais possível. D. Em alguns casos, particularmente quando existe insight pobre, o indivíduo pode não relatar sofrimento, e o prejuízo pode ser evidente somente para aqueles que estão próximos. No entanto, qualquer tentativa de outras pessoas de descartar ou limpar os pertences resulta em altos níveis de sofrimento. 
Nota: O DSM-V (2014) não apresenta um período de tempo necessário para o estabelecimento do diagnóstico e nem a quantidade de sintomas necessários. 
Curso no DSM-V (2014) A acumulação parece iniciar cedo na vida e estender-se até os estágios finais. Os sintomas de acumulação podem emergir inicialmente em torno dos 11 aos 15 anos de idade, começam a interferir no funcionamento diário do indivíduo na metade da década dos 20 anos e causam prejuízo clinicamente significativo por volta da metade da década dos 30 anos. 
Exemplo: João, 50 anos, tem a casa abarrotada de objetos, jornais velhos, tralhas de todo jeito. João gosta de juntar garrafas velhas em seu quintal, o que acumula água da chuva. Seus vizinhos pediram que ele retirasse as garrafas do quintal, mas ele reagiu com certa agressividade expulsando os vizinhos do seu portão. Os vizinhos chamaram os familiares que tentaram sem sucesso entrar na casa para fazer uma limpeza. João expulsou todos com pedras e xingamentos. Os vizinhos foram até a prefeitura, que notificou João para que retirasse as garrafas, pois estava juntando mosquitos que poderiam transmitir a dengue ou outras doenças. João não deu a mínima para a notificação, e, então, a polícia foi acionada. Policiais e bombeiros conseguiram entrar na residência. A situação era caótica. Na geladeira havia produtos “mumificados”; nos quartos, era impossível entrar, tamanha a quantidade de coisas empilhadas. João tomava banho na pia da cozinha porque o banheiro estava interditado pelos objetos que ele colocava lá. Sua casa e sua vida eram um verdadeiro caos. 
Tricotilomania (transtorno de arrancar o cabelo) | 312.39 (DSM-V, 2014, p. 251) |CID-10 (1993): F63.3 A característica essencial da tricotilomania é arrancar o próprio cabelo de forma recorrente. No DSM-V (2014, p. 251) vemos que esse comportamento pode ocorrer em qualquer região do corpo em que crescem pelos; os locais mais comuns são o couro cabeludo, as sobrancelhas e os cílios, enquanto os menos comuns são as regiões axilar, facial, púbica e perirretal. Arrancar os cabelos pode trazer várias dificuldades para o portadordesse transtorno. Como ficar com a alopecia, que é a redução parcial ou total de pelos ou cabelos em determinada área de pele. Os locais de onde o cabelo é arrancado podem variar com o tempo. O ato de arrancar o cabelo pode ocorrer em breves episódios ao longo do dia ou durante a noite.
 Pessoas que sofrem desse transtorno relatam que as vezes sentem como se fosse uma “coceira” que é aliviada pelo ato de arrancar o cabelo. Essas pessoas relatam que não sentem dor ao arrancar os cabelos. 
Exemplo: Luana, 29 anos, arranca os cabelos desde a infância. Ela já não tem sobrancelhas nem cílios. Luana conta que nunca arranca os cabelos na frente de outras pessoas. Sempre o faz de maneira reservada. Luana diz que sente uma tensão muito grande que só diminui quando consegue arrancar seus cabelos. Ela apresenta outros comportamentos, como beliscar a pele, roer as unhas e morder os lábios. 
Critérios diagnósticos no DSM-V (2014) Critério A – característica essencial da tricotilomania é arrancar o próprio cabelo de forma recorrente. Critério B – Os sujeitos com esse transtorno fazem repetidas tentativas de reduzir ou parar o ato de arrancar os cabelos Critério C – O ato de arrancar cabelo traz causa sofrimento clinicamente significativo. A. Arrancar o próprio cabelo de forma recorrente, resultando em perda de cabelo. B. Tentativas repetidas de reduzir ou parar o comportamento de arrancar o cabelo. C. O ato de arrancar cabelo causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. D. O ato de arrancar cabelo ou a perda de cabelo não se deve a outra condição médica (p. ex.: uma condição dermatológica). E. O ato de arrancar cabelo não é mais bem explicado pelos sintomas de outro transtorno mental (p. ex.: tentativas de melhorar um defeito ou falha percebidos na aparência, no transtorno dismórfico corporal). 
Nota: O DSM-V (2014) não apresenta um período de tempo necessário para o estabelecimento do diagnóstico e nem a quantidade de sintomas necessários. 
Curso no DSM-V (2014): O ato de arrancar o cabelo pode ser visto em bebês, e esse comportamento se resolve durante o início do desenvolvimento. O início do comportamento de arrancar o cabelo na tricotilomania coincide mais comumente com a puberdade ou após seu início. Os locais de onde o cabelo é arrancado podem variar com o tempo. O curso habitual da tricotilomania é crônico, com algumas remissões e recidivas se o transtorno não é tratado. Os sintomas podem piorar no sexo feminino, acompanhando as alterações hormonais (p. ex.: menstruação, perimenopausa) (DSM-V, 2014, p. 251).
 Transtorno de escoriação (Skin-picking) | 698.4 (DSM-V, 2014, p. 254) | CID-10 (1993): L98.1 Pessoas que sofrem com transtorno de escoriação passam quantidades significativas de tempo em seu comportamento de beliscar, às vezes várias horas por dia, e esse comportamento pode durar meses ou anos. Beliscam todas as partes do corpo. As pessoas relatam que sentem uma necessidade incontrolável de se beliscar. O comportamento de beliscar a pele pode ser acompanhado de uma gama de comportamentos ou rituais envolvendo a pele ou cascas de ferida. O comportamento pode ser desencadeado por sentimentos de ansiedade ou tédio, pode ser precedido por uma tensão crescente (seja imediatamente antes de beliscar a pele, seja quando tenta resistir ao impulso de beliscar) e levar à gratificação, ao prazer ou a um sentimento de alívio quando a pele ou a casca foi arrancada. Algumas pessoas relatam que beliscam em resposta a uma irregularidade menor na pele ou para aliviar uma sensação corporal desconfortável. O ato de beliscar a pele em geral não ocorre na presença de outros indivíduos, exceto membros da família imediata. Alguns relatam beliscar a pele de outras pessoas. 
Exemplo: Jorge, 20 anos relata que procura sempre andar de blusa de manga comprida para esconder as feridas no corpo. Ele conta que às vezes se arranha em alguns muros só para criar a casquinha e poder arrancar. Jorge conta que já teve sérios problemas com suas ex-namoradas porque ele não resiste ao desejo de beliscá-las, o que se torna motivo para incompreensão e brigas. Jorge chora quando conta de seu sofrimento, por não conseguir manter o controle.
 Critérios diagnósticos no DSM-V (2014) A - Para se caracterizar o transtorno é necessário que o beliscar a pele provoque lesões cutâneas, embora os indivíduos com o transtorno com frequência tentem esconder ou camuflar essas lesões (p. ex.: com maquiagem ou com roupas). B - Essas pessoas já fizeram repetidas tentativas de reduzir ou parar de beliscar a pele C - indica que beliscar a pele causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. O termo sofrimento inclui afetos negativos que podem ser experimentados por aqueles que beliscam a pele, tais como sensação de perda de controle, constrangimento e vergonha. Pode ocorrer prejuízo significativo em várias áreas diferentes de funcionamento (p. ex.: social, profissional acadêmica e lazer), em parte devido a evitação de situações sociais.
 Nota: O DSM-V (2014) não apresenta um período de tempo necessário para o estabelecimento do diagnóstico e nem a quantidade de sintomas necessários. Curso Embora indivíduos de várias idades possam apresentar transtornos de escoriação, beliscar a pele tem seu início mais frequentemente durante a adolescência, em geral coincidindo com o início da puberdade ou logo depois da puberdade. O transtorno com frequência começa com uma condição dermatológica, como acne. Os locais onde o indivíduo belisca a pele podem variar com o tempo. O curso em geral é crônico, com algumas remissões e recidivas se não tratado. Para algumas pessoas, o transtorno pode ir e vir por semanas, meses ou anos. 
Transtornos somatoformes 
A histeria e os transtornos somatoformes A histeria já é conhecida há mais de dois mil anos. Desde a Antiguidade, Hipócrates já usava o termo “histeria” para nomear os comportamentos nervosos em algumas mulheres. A origem da palavra histeria – do grego histeros, útero – contribuiu para que o transtorno fosse ligado ao feminino e ao sexual (BOROSSA, 2005, p. 21). Na Idade Média, a histeria passou a ser definida como possessão demoníaca pela Igreja católica. No século XIX, Charcot usava a hipnose para estudar a histeria, e fez uma importante diferenciação entre a histeria e a epilepsia. Ele classificava a histeria como transtorno fisiopático do sistema nervoso. Durante as aulas de Charcot, Freud ficou intrigado com o fato de que a histeria, embora não demonstrasse nenhuma perturbação neurológica orgânica, não se caracterizava como fingimento, e não se apresentava somente em mulheres. Freud foi fundamental para dar uma escuta às mulheres histéricas. Ele pôde perceber o “valor do sintoma” e estudá-lo sob uma nova ótica. No texto Estudos sobre histeria (1905), Freud e Breuer apresentaram três pontos fundamentais: os sintomas histéricos faziam sentido; existia um trauma que causara a doença, que tinha ligação com impulsos libidinais que haviam sido reprimidos; a lembrança desse trauma e sua catarse eram o caminho para a cura. A ideia de uma sexualidade problemática, onde o desejo entra em contradição com a incapacidade de realização, começa a aparecer e a fazer sentido.
Freud estabeleceu ainda os sintomas clássicos das manifestações histéricas: sensação de sufocação, tosse, acessos dramáticos, paralisia dos membros, desmaios, incapacidades repentinas de falar, perda de audição, esquecimento de língua materna, vômitos persistentes e incapacidade de ingerir alimentos. 
A histeria na atualidade 
A histeria é um dos termos mais conhecidos da psiquiatria. Com o avanço dos modernos manuais de classificação diagnóstica, esse termo foi desaparecendo. Já a partir dos manuais de classificação da Associação Psiquiátrica Americana DSM-III e DSM-IV, o termo histeria foi setorizado de acordo com a localização oua origem dos sintomas. Os sintomas histéricos de natureza física (sensitivo -motor) passaram a ser denominados somatoformes (incluindo-se aqui a conversão e a somatização) e as manifestações de natureza psicológica passaram a ser denominadas dissociativas. 
No Código Internacional de Doenças (CID-10,1993), a histeria foi dividida em vários diagnósticos. As divisões principais são: transtorno de personalidade histriônica e transtorno dissociativo ou conversivo. 
Transtorno de somatização | CID-10 (1993): F45 No CID-10, é apresentado como um transtorno caracterizado essencialmente pela presença de sintomas físicos, múltiplos, recorrentes e variáveis no tempo, persistindo ao menos por dois anos. A maioria dos pacientes teve uma longa e complicada história de contato tanto com a assistência médica primária como especializada durante as quais muitas investigações negativas ou cirurgias exploratórias sem resultado podem ter sido realizadas. Os sintomas podem estar referidos a qualquer parte ou sistema do corpo. O curso da doença é crônico e flutuante, e frequentemente se associa a uma alteração do comportamento social, interpessoal e familiar. 
No DSM-V (2014), aparece como transtorno de sintomas somáticos. Neste capítulo do DSM-V, estão incluídos os diagnósticos de: 1. Transtorno de sintomas somáticos; 2. Transtorno de ansiedade de doença; 3. Transtorno conversivo (transtorno de sintomas neurológicos funcionais), fatores psicológicos que afetam outras condições médicas; 4. Transtorno factício, outro transtorno de sintomas somáticos, e transtorno relacionado especificado; Transtorno de sintomas somáticos | DSM-V 300.82 (DSM-V, 2014, p. 311) | No CID-10 (1993): F45.1 Os transtornos de sintomas somáticos apresentam algumas características comuns. Os sintomas somáticos produzem muitos sofrimentos e vários prejuízos na vida profissional e social. Os sujeitos com esse transtorno costumam procurar auxílio nos postos de saúde, em ambulatórios médicos e na emergência clínicas. Dificilmente procuram apoio psicológico ou psiquiátrico. No DSM-IV os transtornos de sintomas somáticos aparecem com o nome de transtornos somatoformes, mas foi considerado confuso e levava a interpretações incorretas por isso mudou de nome no DSM-V. No DSM-V (2014), vemos que o que caracteriza sujeitos com transtorno de sintomas somáticos não são os sintomas somáticos em si, mas como eles se apresentam e como são interpretados. A presença de um diagnóstico clínico não exclui a possibilidade de um transtorno mental comórbido, incluindo um transtorno de sintomas somáticos e transtornos relacionados. 
Exemplo: Maria, 38 anos vai ao posto de saúde semanalmente atrás de ajuda para as dores que sente em todo o corpo. Já procurou vários especialistas que sempre dizem que ela não tem nada. Suas dores são fortes, diárias e não cessam com medicação alguma. O médico do posto já recomendou que Maria procurasse atendimento psicológico e/ou psiquiátrico, mas Maria se recusa, alegando que “não sou doida”. Em seu histórico clínico, consta a realização de vários exames médicos laboratoriais, como ressonância magnética e outros procedimentos. Em conversas com a equipe que a atende, ela reclama que suas queixas não são levadas em conta, que ninguém acredita nela, que sofre sozinha. Conta também que nem sua família acredita nela. Diz que sua vida é muito triste, porque tem uma doença séria, que não pode ser diagnosticada e por isso mesmo fica solitária e abandonada.
 Nota: O DSM-V (2014) não apresenta um período de tempo necessário para o estabelecimento do diagnóstico, nem a quantidade de sintomas necessários. Curso no DSM-V (2014) Surge no início da vida adulta e seguem por toda a vida
Transtorno conversivo (Transtorno de sintomas neurológicos funcionais) | 300.11 (DSM-V, 2014, p. 319) | CID-10 (1993): F44.4 O DSM-V mostra que esse transtorno produz uma fraqueza ou paralisia nas pernas; movimentos anormais, como tremor ou movimentos distônicos; anormalidades da marcha; e postura anormal de membro. Sintomas sensoriais incluem sensação cutânea, visão ou audição alteradas, reduzidas ou ausentes. Episódios de tremores generalizados de membros com aparente prejuízo ou perda de consciência podem assemelhar-se a convulsões epiléticas (também denominadas convulsões psicogênicas ou não epiléticas). Outros sintomas incluem volume da fala reduzido ou ausente (disfonia/afonia), articulação alterada (disartria), uma sensação de “bola” ou caroço na garganta (globus) e diplopia (visão dupla; duplicação das imagens dos objetos). 
Exemplo: Isabela, 25 anos, é levada para a emergência de um hospital de grande porte. Apresenta uma paralisia em suas duas pernas. Após o exame clínico, o médico chama a psicóloga para atender Isabel, pois o seu quadro não apresenta componentes neurológicos. Na entrevista, Isabel conta que desde os 18 anos apresenta vários sintomas sem explicação médica. Essa paralisia começou após o término de sua licença médica. Ela teria de retornar ao trabalho, mas ficou paralisada. Fala de sua angústia em trabalhar nesse local. 
Critérios diagnósticos no DSM-V (2014) A. Um ou mais sintomas de função motora ou sensorial alterada. B. Achados físicos evidenciam incompatibilidade entre o sintoma e as condições médicas ou neurológicas encontradas. C. O sintoma ou déficit não é mais bem explicado por outro transtorno mental ou médico. D. O sintoma ou déficit causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo ou requer avaliação médica.
 Nota: O DSM-V (2014) não apresenta um período de tempo necessário para o estabelecimento do diagnóstico, nem a quantidade de sintomas necessários. Curso no DSM-V (2014) O transtorno pode se manifestar a qualquer momento. O surgimento de ataques não epiléticos atinge seu pico na terceira década de vida, e sintomas motores têm seu pico de início na quarta década. Os sintomas podem ser transitórios ou persistentes. O prognóstico pode ser melhor em crianças pequenas do que em adolescentes e adultos. Curso O transtorno pode se manifestar em qualquer momento da vida. 
Transtorno doloroso somatoforme persistente | 300.82 (DSM-V, 2014, p. 311) | CID-10 (1993): F45.4 Os portadores desse transtorno queixam-se de dor persistente, grave e angustiante. Dor que não pode ser relacionada a nenhum processo fisiológico ou por um problema físico. Os pacientes relatam o aparecimento da dor associada a conflito emocional ou problemas psicossociais. Com o surgimento da dor, a pessoa em crise recebe atenção e carinho de pessoas próximas.
 Exemplo: Carla, 34 anos, é atendida pela psicóloga do SUS. Ela reclama de dor intensa, que não cessa com medicação convencional. Tem uma cefaleia intensa e dores na coluna. Carla consegue perceber, durante a terapia, que o aumento da intensidade de suas dores está diretamente relacionado às suas necessidades de atenção. Ela conta que quando percebe que seu casamento está em crise, ou que seu marido pretende sair com os amigos, a suas dores pioram bastante. 
Nota: O DSM-V (2014) não apresenta um período de tempo necessário para o estabelecimento do diagnóstico, nem a quantidade de sintomas necessários. Curso no DSM-V (2014) O curso é crônico com alguns episódios de crise. Transtorno factício autoimposto | 300.19 (DSM-V, 2014, p. 325) | CID-10 (1993): F68.10 Esse transtorno tem como característica a falsificação de sinais ou sintomas físicos ou psicológicos, ou indução de lesão ou doença. A pessoa se apresenta a outros como doente, incapacitada ou lesionada, mas o comportamento fraudulento é evidente mesmo na ausência de recompensas externas óbvias. Pode aparecer um evento durante o curso da vida.
Exemplo: Joana, 30 anos, é conhecida no hospital próximo a sua residência como simuladora de doença. Ela toma medicação para alterar seus batimentos cardíacos, toma medicação para pessoas diabéticas mesmo não sendo. Simula desmaios e crises epiléticas. Encaminhada para a psicologia/psiquiatria, reluta por não se acreditardoente. Nota: O DSM-V (2014) não apresenta um período de tempo necessário para o estabelecimento do diagnóstico, nem a quantidade de sintomas necessários. Transtorno factício imposto a outro | 300.19 (DSM-V, 2014, p. 325) | CID-10 (1993): F 68.10 (antes transtorno factício por procuração) Esse transtorno diz respeito à falsificação de sinais ou sintomas físicos ou psicológicos, ou indução de lesão ou doença em outro, associada à fraude identificada. O sujeito apresenta outro (vítima) a terceiros como doente, incapacitado ou lesionado. Seu comportamento fraudulento é evidente até mesmo na ausência de recompensas externas óbvias. 
Exemplo: Ana Rosa, 25 anos, mãe de uma criança de dois anos, foi detida pela Delegacia da Criança e Adolescente Vítima por ter sido vista pela enfermeira da pediatria colocando sal, em vez de açúcar, na mamadeira de seu filho. No interrogatório, ela contou que não queria matá-lo. Só queria que ele continuasse internado, pois, quando está em casa, sua vida é triste e vazia. No hospital, ela recebe atenção e carinho da equipe médica, e também das outras mães. Características diagnósticas no DSM-V (2014) A característica essencial do transtorno factício é a falsificação de sinais e sintomas médicos ou psicológicos em si mesmo ou em outro associado a fraude identificada. Indivíduos com transtorno factício também podem buscar tratamento para si mesmos ou para outro depois da indução de lesão ou doença. O diagnóstico requer a demonstração de que o indivíduo está agindo de maneira sub-reptícia para falsear, simular ou causar sinais ou sintomas de doença ou lesão na ausência de recompensas externas óbvias. Os métodos de falsificação de doença podem incluir exagero, fabricação, simulação e indução. Se uma condição médica preexistente estiver presente, o comportamento fraudulento ou a indução de lesão fraudulenta associada à fraude faz outras pessoas verem esses indivíduos (ou outros) como mais doentes ou comprometidos, o que pode levar a intervenções médicas excessivas.Indivíduos com transtorno factício poderiam, por exemplo, relatar sentimentos de depressão e ideias suicidas como consequência da morte de um cônjuge a despeito de essa morte não ser verdadeira ou de o indivíduo não ter um cônjuge; relatar falsamente episódios de sintomas neurológicos (p. ex.: convulsões, tonturas ou desmaios); manipular um exame laboratorial (p. ex.: acrescentando sangue à urina) para indicar falsamente uma anormalidade; falsificar prontuários médicos para indicar uma doença; ingerir uma substância (p. ex.: insulina ou varfarina) para induzir um resultado laboratorial anormal ou uma doença; ou se automutilar ou induzir doença em si mesmos ou em outra pessoa (p. ex.: injetando material fecal para produzir um abscesso ou induzir sepse). 
Nota: O DSM-V (2014) não apresenta um período de tempo necessário para o estabelecimento do diagnóstico, nem a quantidade de sintomas necessários. Curso no DSM-V (2014) O curso desse transtorno envolve episódios intermitentes ou episódios únicos e episódios persistentes e perseverantes são menos comuns.

Continue navegando