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APOSTILA SAÚDE MENTAL... (1)

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Enfermagem 
em 
Saúde Mental 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Grajaú 
2019 
CENTRO EDUCACIONAL FOCUS 
CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM 
PROF.ª RAQUEL JACOS 
 
2 
 
Sumário 
 
 
 
História da Psiquiatria ............................................................................................... 01 
Doença Mental .......................................................................................................... 03 
TOC – Transtorno Obsessivo – Compulsivo ............................................................ 04 
Síndrome do Pânico.................................................................................................... 07 
Fobias – Transtornos Fóbicos – Ansiosos ................................................................. 08 
Transtornos de Ansiedade ......................................................................................... 09 
Depressão .................................................................................................................. 10 
Síndrome de Burnout................................................................................................. 13 
Esquizofrenia ............................................................................................................ 15 
Transtorno Afetivo Bipolar ...................................................................................... 18 
Distúrbios Alimentares ............................................................................................. 21 
Anorexia Nervosa ..................................................................................................... 21 
Bulimia Nervosa ....................................................................................................... 24 
Epilepsia .................................................................................................................... 25 
Mal de Alzheimer ..................................................................................................... 27 
Alcoolismo ................................................................................................................ 28 
Tratamento das Doenças Mentais ............................................................................. 32 
Relacionamento Terapêutico no cuidado de Enfermagem na Saúde Mental ........... 33 
Tratamento Medicamentoso ...................................................................................... 35 
 
Terapia Eletroconvulsivante ..................................................................................... 36 
Psicoterapia ............................................................................................................... 36 
Emergências Psiquiátricas ......................................................................................... 37 
Referências Bibliográficas ......................................................................................... 46 
 
 
 
 
60 
 
 
História da Psiquiatria 
 
Os primeiros hospitais psiquiátricos 
 
As instituições para loucos, ao decorrer da história, receberam diversas denominações tais 
como hospícios, asilos, manicômios, hospitais psiquiátricos; mas independente do nome como 
eram conhecidas, todas elas tinham a mesma finalidade: esconder o que não se desejava ser 
visto. As primeiras instituições com a finalidade de esconder aquilo que não se queria mostrar 
datam do século XV, iniciadas na Europa, particularmente na Espanha em Zaragoza, e na 
Itália em Florença, Pádua e Bérgamo. 
Vale ressaltar que muitas bibliografias apontam o primeiro hospício sendo o fundado pelo 
Frei Jofré, em Valência, na Espanha, em 1410. Na verdade, esta instituição não passava de um 
hospital geral com caráter de albergues para pobres. No século XVII os manicômios 
abrigavam além dos doentes mentais também os demais marginalizados da sociedade, que 
igualmente perturbavam a ordem social, dentre os quais se cita os mendigos, desempregados, 
criminosos, prostitutas, doentes crônicos, alcoólatras e pessoas sem domicílio. 
E o enclausuramento coletivo destas pessoas, consideradas incômodas à sociedade, ocorreu no 
intuito de esconder a miséria que era gerada pela desordem social e econômica da época. O 
cuidado, nestas instituições era prestado por religiosas que almejavam o perdão de seus 
pecados. 
Com essa mistura de doentes e não-doentes, estes locais tornaram-se depósitos de 
marginalizados, que excluídos e enclausurados, não eram cidadãos. Mas com a nova ordem 
social que se instalava, era preciso uma nova conceituação da loucura e, principalmente, de 
suas formas de atendimento. A partir desta nova concepção social de loucura, a clausura deixa 
de ser sinônimo de exclusão e passa a assumir um caráter terapêutico: era necessário isolar o 
paciente em locais adequados – nos manicômios – afastando-o do meio do qual gerava os 
distúrbios. 
Início das instituições hospitalares no Brasil 
 
A loucura no Brasil só começa a ser objeto de intervenção do Estado a partir da chegada da 
família Real. Então muitas mudanças ocorrem no período que segue, exigindo um controle 
efetivo sobre o crescimento da sociedade. Desta forma, a medicina, enquanto mecanismo 
reordenador do social passa a desenhar o projeto do qual emerge a psiquiatria brasileira. O 
61 
tratamento oferecido aos loucos era de péssima qualidade. Os doentes mentais ficavam sob a 
responsabilidade das santas casas de misericórdia, sendo abrigados em porões. O atendimento 
oferecido não incluía cuidados médicos, visto que a principal finalidade era fornecer abrigo, 
alimento e cuidados religiosos aos alienados. Era necessário reestruturar o atendimento 
prestado a estas pessoas. 
Em 1830, a Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro realizou um diagnóstico da situação dos 
loucos na cidade. Sendo assim, os loucos passaram a ser reconhecidos como doentes mentais, 
e como tal mereciam um espaço próprio para tratamento e recuperação. Assim, a medicina 
reivindicava os espaços para tratar a doença mental, e solicitava a abertura de instituições 
específicas para esta clientela, com o lema: “Aos loucos o hospício!”. 
Isso ocorreu na intenção do que os loucos, de fato, tivessem o direito ao tratamento médico e 
cuidado de saúde. Na intenção de expor uma posição crítica da classe médica e entendendo a 
clausura como forma de tratamento, foi iniciada a luta pela abertura dos hospitais 
psiquiátricos. O isolamento de Pinel ainda permanecia em voga, sendo compreendido como 
uma boa e adequada terapêutica. 
 
Este movimento pela criação de instituições específicas para doentes mentais resultou na 
instalação do primeiro hospital psiquiátrico brasileiro. Este foi inaugurado em 1852, durante o 
Segundo Reinado, denominado Hospício de Alienados Pedro I, no Rio de Janeiro. 
Posteriormente, por seu grande porte e pelas decorações de luxo que possuía ficou conhecido 
como “palácio dos loucos”. E no período de 1852 a 1886 muitas instituições psiquiátricas 
foram criadas em todo território nacional, devido a necessidade de atender a esta demanda. 
Vale aqui apresentar alguns nomes importantes deste período. 
Os hospitais psiquiátricos hoje 
 
Como já vimos no decorrer do texto, algumas mudanças tem sido realizadas nos hospitais 
psiquiátricos. Em alguns locais, no momento da internação, o paciente não é mais obrigado a 
deixar todos os seus pertences pessoais com os familiares. Pode permanecer com aqueles que 
não representam risco de vida como relógios, pulseiras, brincos, as próprias roupas, visto que 
em muitos lugares não se utiliza mais o uniforme. 
Outra mudança observada em alguns locais é a convivência entre homens e mulheres. As alas 
são separadas, mas há espaços em comum a ambos os sexos. Isto favorece o seu 
reconhecimento enquanto homem ou mulher, permitindo relacionarem-se entre si. Reconhece-
se a transformação da instituição hospitalar, mas noponto mais crítico do tratamento o 
62 
hospital não apresentou nenhuma mudança ou avanço: continua segregando, excluindo e 
estigmatizando o doente mental. As mudanças que têm ocorrido somente são observadas no 
interior da instituição; a sociedade não percebe essas mudanças. 
Então a imagem do paciente psiquiátrico como louco perigoso e incapaz ainda é muito 
presente, persistindo a antiga idéia do isolamento. Não há ações efetivas no hospital 
psiquiátrico de reinserção na sociedade, de retorno do paciente ao seu meio familiar e social. 
Tanto isso é verdade que o número de reinternações é muito elevado, mostrando e 
reafirmando a ineficiência deste modelo excludente. 
Chegamos ao momento de repensar essa prática que não vê o paciente como o ator principal 
e, por isso, não o valoriza enquanto beneficiário do sistema. As ações desenvolvidas devem 
atender às necessidades do paciente e não ser aquelas que a equipe, a sociedade e a instituição 
determinam que seja importantes e suficientes. 
Doença Mental 
 
Popularmente há uma tendência em se julgar a sanidade da pessoa, de acordo com seu 
comportamento, de acordo com sua adequação às conveniências sócio-culturais como, por 
exemplo, a obediência aos familiares, o sucesso no sistema de produção, a postura sexual, etc. 
Medicamente, entretanto, Doença Mental pode ser entendida como uma variação mórbida do 
normal, variação esta capaz de produzir prejuízo na performance global da pessoa (social, 
ocupacional, familiar e pessoal) e/ou das pessoas com quem convive. Organização Mundial 
de Saúde diz que o estado de completo bem estar físico, mental e social define o que é saúde, 
portanto, tal conceito implica num critério de valores (valorativo), já que, lida com a idéia de 
bem-estar e mal-estar 
 
 
Quanto a forma de manifestação 
 
Há duas classificações básicas de doenças mentais: 
 
A. Neuroses 
B. Psicoses 
 
 
A - Neurose é chamada neurose toda a psicopatologia leve, onde a pessoa tem a noção 
(mesmo que vaga) de seu problema. 
Ele tem contato com a realidade, porém há manifestações psicossomáticas, que são notadas 
63 
por este, e que servem de aviso para a pessoa procurar um tratamento psicológico, ou 
psiquiátrico. É um fator comum a ansiedade exacerbada. Existe inúmeras classificações 
menores; para citar algumas temos: 
1) TOC - Transtorno obsessivo-compulsivo: é a repetição de algum ato diversas vezes ao 
dia, não controlável e causador de grande ansiedade; 
2) Síndrome do pânico: causa grande aflição, e medo perante alguma situação. 
 
3) Fobias: é o medo a alguma situação. Pode ser medo de ambientes fechados 
(claustrofobia), medo de água (hidrofobia), medo de pessoas (sociofobia), etc. 
4) Transtornos de andiedade: o indivíduo têm ataques de ansiedades antes ou depois de 
realizar algo, ou muitas vezes nem realizá-lo. É comum em pequena escala na maioria das 
pessoas, porém seu excesso é denominado como patológico. 
5) Depressão: também chamada de distimia, ou depressão maior. Se caracteriza por intenso 
retraimento e medo do mundo exterior. Causa baixa auto-estima e pode levar ao suícidio. 
6) Síndrome de burnout: é a conseqüência de um grande estímulo estressor, como conflitos 
no trabalho ou família. Causa apagamento e falta de vontade. 
Obs: FREUD citou, em uma de suas obras, que todas as pessoas têm um pouco de neurose em 
si. É normal no ser humano ser um pouco neurótico, sendo apenas o excesso chamado de 
patológico. 
 
 
TOC - Transtorno obsessivo-compulsivo 
 
TOC, ou transtorno obsessivo-compulsivo, é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade, que se 
caracteriza pela presença de crises recorrentes de obsessões e compulsões. Entende-se por 
obsessão pensamentos, idéias e imagens que invadem a pessoa insistentemente, sem que ela 
queira. 
Como um disco riscado que se põe a repetir sempre o mesmo ponto da gravação, eles ficam 
patinando dentro da cabeça e o único jeito para livrar-se deles por algum tempo é realizar o 
ritual próprio da compulsão, seguindo regras e etapas rígidas e pré-estabelecidas que ajudam a 
aliviar a ansiedade. Alguns portadores dessa desordem acham que, se não agirem assim, algo 
terrível pode acontecer-lhes. No entanto, a ocorrência dos pensamentos obsessivos tende a 
64 
agravar-se à medida que são realizados os rituais e pode transformar-se num obstáculo não só 
para a rotina diária da pessoa como para a vida da família inteira. 
Classificação 
 
Existem dois tipos de TOC: 
 
a) Transtorno obsessivo-compulsivo subclínico – as obsessões e rituais se repetem com 
frequência, mas não atrapalham a vida da pessoa; 
b) Transtorno obsessivo-compulsivo propriamente dito: as obsessões persistem até o exercício 
da compulsão que alivia a ansiedade. 
Causas 
 
As causas do TOC não estão bem esclarecidas. Certamente, trata-se de um problema 
multifatorial. Estudos sugerem a existência de alterações na comunicação entre determinadas 
zonas cerebrais que utilizam a serotonina. Fatores psicológicos e histórico familiar também 
estão entre as possíveis causas desse distúrbio de ansiedade. 
Sintomas 
 
Em algumas situações, todas as pessoas podem manifestar rituais compulsivos que não 
caracterizam o TOC. O principal sintoma da doença é a presença de pensamentos obsessivos 
que levam à realização de um ritual compulsivo para aplacar a ansiedade que toma conta da 
pessoa. Preocupação excessiva com limpeza e higiene pessoal, dificuldade para pronunciar 
certas palavras, indecisão diante de situações corriqueiras por medo que uma escolha errada 
possa desencadear alguma desgraça, pensamentos agressivos relacionados com morte, 
acidentes ou doenças são exemplos de sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo. 
Frequência 
 
Em geral, só nove anos depois que manifestou os primeiros sintomas, o portador do distúrbio 
recebe o diagnóstico de certeza e inicia do tratamento. Por isso, a maior parte dos casos é 
diagnosticada em adultos, embora o transtorno obsessivo-compulsivo possa acometer crianças 
a partir dos três, quatro anos de idade. Na infância, o distúrbio é mais frequente nos meninos. 
No final da adolescência, porém, pode-se dizer que o número de casos é igual nos dois sexos. 
Tratamento 
 
O tratamento pode ser medicamentoso e não medicamentoso. O medicamentoso utiliza 
65 
antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina. São os únicos que funcionam. A 
terapia cognitivo-comportamental é uma abordagem não medicamentosa com comprovada 
eficácia sobre a doença. Seu princípio básico é expor a pessoa à situação que gera ansiedade, 
começando pelos sintomas mais brandos. Os resultados costumam ser melhores quando se 
associam os dois tipos de abordagem terapêutica. 
Recomendações 
 
* Não há quem não tenha experimentado alguma vez um comportamento compulsivo, mas se 
ele se repete a ponto de prejudicar a execução de tarefas rotineiras, a pessoa pode ser 
portadora de transtorno obsessivo-compulsivo e precisa de tratamento; 
 
* Crianças podem obedecer a certos rituais, o que é absolutamente normal. No entanto, deve 
chamar a atenção dos pais a intensidade e a frequência desses episódios. O limite entre 
normalidade e TOC é muito tênue; 
* Os pais não devem colaborar com a perpetuação das manias e rituais dos filhos. Devem 
ajudá-los a enfrentar os pensamentos obsessivos e a lidar com a compulsão que alivia a 
ansiedade; 
* O respeito a rituais do portador de TOC pode interferir na dinâmica da família inteira. Por 
isso, é importante estabelecer o diagnóstico de certeza e encaminhar a pessoa para tratamento; 
* Esconder os sintomas por vergonha ou insegurança é um péssimo caminho. Quanto mais se 
adia o tratamento, mais grave fica a doença. 
 
Síndrome do pânico 
 
A síndrome do pânico, na linguagem psiquiátrica chamada de transtorno do pânico, é uma 
enfermidade que se caracteriza por crises absolutamente inesperadas de medo e desespero. A 
pessoa tem a impressão de que vai morrernaquele momento de um ataque cardíaco porque o 
coração dispara, sente falta de ar e tem sudorese abundante. 
Quem padece de síndrome do pânico sofre durante as crises e ainda mais nos intervalos entre 
uma e outra, pois não faz a menor idéia de quando elas ocorrerão novamente, se dali a cinco 
minutos, cinco dias ou cinco meses. Isso traz tamanha insegurança que a qualidade de vida do 
paciente fica seriamente comprometida. 
Sintomas físicos de uma crise de pânico 
 
 
66 
Os sintomas físicos de uma crise de pânico aparecem subitamente, sem nenhuma causa 
aparente (apesar de existir, mas fica difícil de se perceber). Os sintomas são como uma 
preparação do corpo para alguma "coisa terrível". A reação natural é acionar os mecanismos 
de fuga. Diante do perigo, o organismo trata de aumentar a irrigação de sangue no cérebro e 
nos membros usados para fugir - em detrimento de outras partes do corpo, incluindo os orgãos 
sexuais. Eles podem incluir: 
✓ Contração / tensão muscular, rijeza 
✓ Palpitações (o coração dispara) 
✓ Tontura, atordoamento, náusea 
✓ Dificuldade de respirar (boca seca) 
✓ Calafrios ou ondas de calor, sudorese 
✓ Sensação de "estar sonhando" ou distorções de percepção da realidade 
✓ Terror - sensação de que algo inimaginavelmente horrível está prestes a acontecer e de 
que se está impotente para evitar tal acontecimento 
✓ Confusão, pensamento rápido 
✓ Medo de perder o controle, fazer algo embaraçoso 
✓ Medo de morrer 
✓ Vertigens ou sensação de debilidade 
 
Uma crise de pânico dura caracteristicamente vários minutos e é uma das situações mais 
angustiantes que podem ocorrer a alguém. A maioria das pessoas que tem uma crise terá 
outras (se não tratar). Quando alguém tem crises repetidas ou sente muito ansioso, com medo 
de ter outra crise, diz-se que tem transtorno do pânico. 
Tratamento 
 
Existe uma variedade de tratamentos para o T.P. O mais importante neste aspecto é que se 
introduza um tratamento que vise restabelecer o equilíbrio bioquímico cerebral numa primeira 
etapa. Isto pode ser feito através de medicamentos seguros e que não produzam risco de 
dependência física dos pacientes. 
Numa segunda etapa prepara-se o paciente para que ele possa enfrentar seus limites e as 
adversidades vitais de uma maneira menos estressante. Em última análise, trata-se de 
estabelecer junto com o paciente uma nova forma de viver onde se priorize a busca de uma 
harmonia e equilíbrio pessoal. Uma abordagem psicoterápica específica deverá ser realizada 
com esse objetivo. 
67 
O sucesso do tratamento está diretamente ligado ao engajamento do paciente com o mesmo. É 
importante que a pessoa que sofre de T.P. entenda todas as peculiaridades que envolvem este 
mal e que queira fazer uma boa "aliança terapêutica" com seu médico no sentido de juntos 
superarem todas as adversidades que poderão surgir na busca do seu equilíbrio pessoal. 
 
Fobias (transtornos fóbico-ansiosos) 
 
O medo é um sentimento comum a todas as espécies animais e serve para proteger o 
indivíduo do perigo. Todos nós temos medo em algumas situações nas quais o perigo é 
iminente. A fobia pode ser definida como um medo irracional, diante de uma situação ou 
objeto que não apresenta qualquer perigo para a pessoa. Com isto, essa situação ou esse 
objeto são evitados a todo custo. 
Essa evitação fóbica leva muito freqüentemente a limitações importantes na vida cotidiana da 
pessoa. As fobias são acompanhadas de ansiedade importante e também freqüentemente de 
depressão. Os transtornos fóbico-ansiosos constituem um grupo de doenças mentais onde a 
ansiedade é; ligada predominantemente a uma situação ou objeto. Há três tipos principais de 
fobia: 
1. Agorafobia: inclui medo de espaços abertos, da presença de multidões, da dificuldade de 
escapar rapidamente para um local seguro (em geral a própria casa). A pessoa pode ter medo 
de sair de casa, de entrar em uma loja ou shopping, de lugares onde há; multidões, de viajar 
sozinho. Muitas pessoas referem um medo aterrorizante de se sentirem mal e serem abandonadas sem 
socorro em público. Muitas pessoas com agorafobia apresentam também o transtorno de pânico. 
2. Fobia social: neste caso a pessoa tem medo de se expor a outras pessoas que se encontram 
em grupos pequenos. Isto pode acontecer em reuniões, festas, restaurantes e outros locais. 
Muitas vezes elas são restritas a uma situação, como por exemplo, comer ou falar em publico, 
assinar um cheque na presença de outras pessoas ou encontrar-se com alguém do sexo oposto. 
Muitas pessoas apresentam também baixa auto-estima e medo de criticas. Usualmente a 
pessoa nessas situações apresenta rubor na face, tremores, náuseas. Em casos extremos pode 
isolar-se completamente do convívio social. 
3. Fobias especificas (ou isoladas): como o próprio nome diz, são fobias restritas a uma 
situação ou objeto altamente específicos, tais como, animais inofensivos (zoofobia), altura 
(acrofobia), trovões e relâmpagos (astrofobia), voar, espaços fechados (claustrofobia), 
doenças (nosofobia), dentista, sangue, entre outros. A incapacitação da pessoa no dia a dia 
68 
depende do tipo de fobia e de quão fácil é evitar a situação fóbica. 
Tratamento 
 
O tratamento das fobias se faz com a associação de medicamentos com psicoterapia. Os 
medicamentos mais utilizados pertencem ao grupo dos antidepressivos; os ansiolíticos 
também são freqüentemente indicados. A psicoterapia auxilia na compreensão de fatores que 
podem agravar ou perpetuar os sintomas fóbicos. 
 
 
Transtornos de Ansiedade 
 
Todos os Transtornos de Ansiedade têm como manifestação principal um alto nível de 
ansiedade. Ansiedade é um estado emocional de apreensão, uma expectativa de que algo ruim 
aconteça acompanhado por várias reações físicas e mentais desconfortáveis. 
Os principais Transtornos de Ansiedade são: Síndrome do Pânico, Fobia Específica, Fobia 
Social, Estresse Pós-Traumático, Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Distúrbio de Ansiedade 
Generalizada. É comum que haja comorbidade e assim uma pessoa pode apresentar sintomas 
de mais de um tipo de transtorno de ansiedade ao mesmo tempo e destes com outros 
problemas como depressão. No geral, os transtornos de ansiedade respondem muito bem ao 
tratamento psicológico especializado. 
Estresse Pós Traumático: 
 
Estado ansioso com expectativa recorrente de reviver uma experiência que tenha sido muito 
traumática. Por exemplo, depois de ter sido assaltado, ficar com medo de que ocorra de novo, 
ter medo de sair na rua, ter pesadelos, etc. Geralmente após um evento traumático a ansiedade 
diminui logo no primeiro mês sem maiores consequências. Porém, em alguns casos, os 
sintomas persistem por mais tempo ou reaparecem depois de um tempo, levando a um estado 
denominado como Estresse Pós Traumático. 
Distúrbio de Ansiedade Generalizada: 
 
Estado de ansiedade e preocupação excessiva sobre diversas coisas da vida. Este estado 
aparece frequentemente e se acompanha de alguns dos seguintes sintomas: irritabilidade, 
dificuldade em concentrar-se, inquietação, fadiga e humor deprimido. 
Sinais e sintomas 
69 
 
A pessoa pode sentir tremores, inquietação, dor de cabeça, falta de ar, suor em excesso, 
palpitações, problemas gastro-intestinais, irritabilidade e facilidade em alterar-se. Esses 
sintomas podem ocorrer na maioria dos dias por pelo menos seis meses. É muito difícil 
controlar a preocupação, o que pode gerar um esgotamento na saúde física e mental do 
indivíduo. 
Tratamento 
 
O especialista utiliza técnicas psicoterápicas de apoio. Muitas vezes faz-se necessário o uso de 
medicação (antidepressivos e/ou ansiolíticos) por um determinado período. A maioria das 
pessoas experimenta uma acentuada redução da ansiedade quando lhes é oferecida a 
oportunidade de discutir suas dificuldades com um profissional experiente. 
 
 
Depressão 
 
A depressão é uma doença mental que se caracteriza por tristezamais marcada ou prolongada, 
perda de interesse por atividades habitualmente sentidas como agradáveis e perda de energia 
ou cansaço fácil. Ter sentimentos depressivos é comum, sobretudo após experiências ou 
situações que nos afetam de forma negativa. No entanto, se os sintomas se agravam e 
perduram por mais de duas semanas consecutivas, convém começar a pensar em procurar 
ajuda. A depressão pode afetar pessoas de todas as idades, desde a infância à terceira idade, e 
se não for tratada, pode conduzir ao suicídio, uma consequência frequente da depressão. 
A depressão pode ser episódica, recorrente ou crónica, e conduz à diminuição substancial da 
capacidade do indivíduo em assegurar as suas responsabilidades do dia-a-dia. A depressão 
pode durar de alguns meses a alguns anos. Contudo, em cerca de 20 por cento dos casos 
torna-se uma doença crónica. Estes casos devem-se, fundamentalmente, à falta de tratamento 
adequado. 
Fatores de risco 
 
✓ Pessoas com episódios de depressão no passado; 
✓ Pessoas com história familiar de depressão; 
✓ Pessoas do género feminino – a depressão é mais frequente nas mulheres, ao longo de 
toda a vida, mas em especial durante a adolescência, no primeiro ano após o parto, 
menopausa e pós-menopausa; 
70 
✓ Pessoas que sofrem um qualquer tipo de perda significativa, mais habitualmente a 
perda de alguém próximo; 
✓ Pessoas com doenças crónicas - sofrendo do coração, com hipertensão, com asma, 
com diabetes, com história de tromboses, com artroses e outras doenças reumáticas, 
SIDA, fibromialgia, cancro e outras doenças; 
✓ Pessoas que coabitam com um familiar portador de doença grave e crónica (por 
exemplo, pessoas que cuidam de doentes com Alzheimer); 
✓ Pessoas com tendência para ansiedade e pânico; 
✓ Pessoas com profissões geradoras de stress ou em circunstâncias de vida que causem 
stress; 
✓ Pessoas com dependência de substâncias químicas (drogas) e álcool; 
✓ Pessoas idosas. 
 
Sintomas da depressão 
 
A depressão diferencia-se das normais mudanças de humor pela gravidade e permanência dos 
sintomas. Está associada, muitas vezes, a ansiedade e/ou pânico. 
Os sintomas mais comuns são: 
 
✓ Modificação do apetite (falta ou excesso de apetite); 
✓ Perturbações do sono (sonolência ou insónia); 
✓ Fadiga, cansaço e perda de energia; 
 
✓ Sentimentos de inutilidade, de falta de confiança e de auto-estima, sentimentos de 
culpa e sentimento de incapacidade; 
✓ Falta ou alterações da concentração; 
✓ Preocupação com o sentido da vida e com a morte; 
✓ Desinteresse, apatia e tristeza; 
✓ Alterações do desejo sexual; 
✓ Irritabilidade; 
✓ Manifestação de sintomas físicos, como dor muscular, dor abdominal, enjoo. 
 
Causas da depressão 
 
As causas diferem muito de pessoa para pessoa. Porém, é possível afirmar-se que há fatores 
que influenciam o aparecimento e a permanência de episódios depressivos. Por exemplo, 
condições de vida adversas, o divórcio, a perda de um ente querido, o desemprego, a 
incapacidade em lidar com determinadas situações ou em ultrapassar obstáculos, etc. 
71 
Determinar qual o fator ou os fatores que desencadearam a crise depressiva pode ser 
importante, pois para o doente poderá ser vantajoso aprender a evitar ou a lidar com esse fator 
durante o tratamento. 
Diagnóstico 
 
Pela avaliação clínica do doente, designadamente pela identificação, enumeração e curso dos 
sintomas bem como pela presença de doenças de que padeça e de medicação que possa estar a 
tomar. Não existem meios complementares de diagnóstico específicos para a depressão, e a 
bem da verdade, tão pouco são necessários: o diagnóstico clínico é fácil e bastante preciso, 
um médico psiquiatra faz o diagnóstico e a orientação terapêutica (o medicamento a usar, a 
dose, a duração, a resposta esperável face ao tipo de pessoa, a indicação para um tipo 
específico de psicoterapia, a necessidade de outros tipos de intervenção, etc.). 
 
 
Tratamento 
 
Normalmente, através do uso de medicamentos, de intervenções psicoterapêuticas, ou da 
conjugação de ambas. As intervenções psicoterapêuticas são particularmente úteis nas 
situações ligeiras e reativas às adversidades da vida bem como em associação com 
medicamentos nas situações moderadas e graves. Os medicamentos usados no tratamento das 
depressões são designados por antidepressivos. 
 
Síndrome de burnout 
 
A síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psíquico 
descrito em 1974 por Freudenberger, um médico americano. O transtorno está registrado no 
Grupo V da CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas 
Relacionados à Saúde). Sua principal característica é o estado de tensão emocional e estresse 
crônicos provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes. 
A síndrome se manifesta especialmente em pessoas cuja profissão exige envolvimento 
interpessoal direto e intenso. 
Profissionais das áreas de educação, saúde, assistência social, recursos humanos, agentes 
penitenciários, bombeiros, policiais e mulheres que enfrentam dupla jornada correm risco 
maior de desenvolver o transtorno. 
Sintomas 
72 
 
O sintoma típico da síndrome de burnout é a sensação de esgotamento físico e emocional que 
se reflete em atitudes negativas, como ausências no trabalho, agressividade, isolamento, 
mudanças bruscas de humor, irritabilidade, dificuldade de concentração, lapsos de memória, 
ansiedade, depressão, pessimismo, baixa autoestima. 
Dor de cabeça, enxaqueca, cansaço, sudorese, palpitação, pressão alta, dores musculares, 
insônia, crises de asma, distúrbios gastrintestinais são manifestações físicas que podem estar 
associadas à síndrome. 
Diagnóstico 
 
O diagnóstico leva em conta o levantamento da história do paciente e seu envolvimento e 
realização pessoal no trabalho. 
Tratamento 
 
O tratamento inclui o uso de antidepressivos e psicoterapia. Atividade física regular e 
exercícios de relaxamento também ajudam a controlar os sintomas. 
Recomendações 
 
* Não use a falta de tempo como desculpa para não praticar exercícios físicos e não desfrutar 
momentos de descontração e lazer. Mudanças no estilo de vida podem ser a melhor forma de 
prevenir ou tratar a síndrome de burnout; 
* Conscientize-se de que o consumo de álcool e de outras drogas para afastar as crises de 
ansiedade e depressão não é um bom remédio para resolver o problema; 
* Avalie quanto as condições de trabalho estão interferindo em sua qualidade de vida e 
prejudicando sua saúde física e mental. Avalie também a possibilidade de propor nova 
dinâmica para as atividades diárias e objetivos profissionais. 
 
 
B - PSICOSE: se caracteriza por uma intensa fuga da realidade. É, como a filosofia e as artes 
chamam, a loucura, propriamente dita. 
 
Pode ser classificada de três formas: 
 
A) pela manifestação, 
 
73 
B) pelo aspecto neurofisiológico, 
 
C) pela intensidade 
 
 
 
A - Manifestação: se divide em dois tipos principais: 
 
a) Esquizofrenia: tem como aspectos principais a fuga da realidade, as manias de 
perseguição, as alucinações, entre outros. Têm ainda subdivisões, que são a esquizofrenia 
paranóide, a esquizofrenia desorganizada (ou hebefrênica), a esquizofrenia simples, a 
catatonia ou a esquizofrenia indiferenciada; 
b) Transtorno de afeto bipolar: tem por característica picos muito grandes de humor, em 
pouco espaço de tempo, para o lado da depressão (ou distimia ou disforia), e pro lado da 
mania (euforia ou eutimia). Por estes dois aspectos também conhecemos este transtorno como 
psicose maníaco-depressiva. O doente sofre de mudanças de humor constantes, sendo 
perigoso e gastador em fases maníacas, e retraído, podendo se suícidar, no estado depressivo. 
 
 
B - Aspecto neurofisiológico: 
 
1) Funcional: age apenas no funcionamento do aparelho psiquico, em suas ligações. 
 
2) Orgânica: tem como característica mudanças ocorridasna química do cérebro, ou em 
mudanças fisiológicas e estruturais. 
 
C - Intensidade: 
 
Como intensidade entendemos a agressividade e impulsividade do doente em: 
 
1) Aguda: também chamada de fase de surto; é quando o doente se torna violento, impulsivo 
e fora da realidade. É necessária observação psiquíatrica constante, pois o doente oferece risco 
para si, para outros e para o patrimônio. 
2) Crônica: é a fase de relaxamento do doente, onde ele está fora da realidade, mas não põe 
em risco os outros e sua vida. Este estágio é permanente, e resulta de algum caso onde não há 
cura. 
Esquizofrenia 
 
74 
A esquizofrenia é uma doença mental crônica que se manifesta na adolescência ou início da 
idade adulta. Sua freqüência na população em geral é da ordem de 1 para cada 100 pessoas, 
havendo cerca de 40 casos novos para cada 100.000 habitantes por ano. No Brasil estima-se 
que há cerca de 1,6 milhão de esquizofrênicos; a cada ano cerca de 50.000 pessoas 
manifestam a doença pela primeira vez. Ela atinge em igual proporção homens e mulheres, 
em geral inicia-se mais cedo no homem, por volta dos 20-25 anos de idade, e na mulher, por 
volta dos 25-30 anos. 
Sintomas 
 
A esquizofrenia apresenta várias manifestações, afetando diversas áreas do funcionamento 
psíquico. Os principais sintomas são: 
1. delírios: são idéias falsas, das quais o paciente tem convicção absoluta. Por exemplo, ele se 
acha perseguido ou observado por câmeras escondidas, acredita que os vizinhos ou as pessoas 
que passam na rua querem lhe fazer mal. 
 
2. alucinações: são percepções falsas dos órgãos dos sentidos. As alucinações mais comuns na 
esquizofrenia são as auditivas, em forma de vozes. O paciente ouve vozes que falam sobre 
ele, ou que acompanham suas atividades com comentários. Muitas vezes essas vozes dão 
ordens de como agir em determinada circunstancia. Outras formas de alucinação, como 
visuais, táteis ou olfativas podem ocorrer também na esquizofrenia. 
3. alterações do pensamento: as idéias podem se tornar confusas, desorganizadas ou 
desconexas, tornando o discurso do paciente difícil de compreender. Muitas vezes o paciente 
tem a convicção de que seus pensamentos podem ser lidos por outras pessoas, ou que 
pensamentos são roubados de sua mente ou inseridos nela. 
4. Alterações da afetividade: muitos pacientes tem uma perda da capacidade de reagir 
emocionalmente às circunstancias, ficando indiferente e sem expressão afetiva. Outras vezes o 
paciente apresenta reações afetivas que são incongruentes, inadequadas em relação ao 
contexto em que se encontra. Torna-se pueril e se comporta de modo excêntrico ou indiferente 
ao ambiente que o cerca. 
5. Diminuição da motivação: o paciente perde a vontade, fica desanimado e apático, não 
sendo mais capaz de enfrentar as tarefas do dia a dia. Quase não conversa, fica isolado e 
retraído socialmente. 
Outros sintomas, como dificuldade de concentração, alterações da motricidade, desconfiança 
75 
excessiva, indiferença, podem aparecer na esquizofrenia. Dependendo da maneira como os 
sintomas se agrupam, é possível caracterizar os diferentes subtipos da doença. A 
esquizofrenia evolui geralmente em episódios agudos onde aparecem os vários sintomas 
acima descritos, principalmente delírios e alucinações, intercalados por períodos de remissão, 
com poucos sintomas manifestos. 
Causa da esquizofrenia 
 
Não se sabe quais são as causas da esquizofrenia. A hereditariedade tem uma importância 
relativa, sabe-se que parentes de primeiro grau de um esquizofrênico tem chance maior de 
desenvolver a doença do que as pessoas em geral. Por outro lado, não se sabe o modo de 
transmissão genética da esquizofrenia. Fatores ambientais (p. ex., complicações da gravidez e 
do parto, infecções, entre outros) que possam alterar o desenvolvimento do sistema nervoso 
no período de gestação parecem ter importância na doença. 
Estudos feitos com métodos modernos de imagem, como tomografia computadorizada e 
ressonância magnética mostram que alguns pacientes tem pequenas alterações cerebrais, com 
diminuição discreta do tamanho de algumas áreas do cérebro. Alterações bioquímicas dos 
neurotransmissores cerebrais, particularmente da dopamina, parecem estar implicados na 
doença. 
Diagnóstico 
 
O diagnóstico da esquizofrenia é feito pelo especialista a partir das manifestações da doença. 
Não há nenhum tipo de exame de laboratório (exame de sangue, raio X, tomografia, 
eletroencefalograma etc.) que permita confirmar o diagnóstico da doença. Muitas vezes o 
clínico solicita exames, mas estes servem apenas para excluir outras doenças que podem 
apresentar manifestações semelhantes à esquizofrenia. 
Tratamento 
 
O tratamento da esquizofrenia visa ao controle dos sintomas e a reintegração do paciente. O 
tratamento da esquizofrenia requer duas abordagens: medicamentosa e psicossocial. O 
tratamento medicamentoso é feito com remédios chamados antipsicóticos ou neurolépticos. 
Eles são utilizados na fase aguda da doença para aliviar os sintomas psicóticos, e também nos 
períodos entre as crises, para prevenir novas recaídas. 
A maioria dos pacientes precisa utilizar a medicação ininterruptamente para não ter novas 
crises. Assim o paciente deve submeter-se a avaliações médicas periódicas; o médico procura 
manter a medicação na menor dose possível para evitar recaídas e evitar eventuais efeitos 
76 
colaterais. As abordagens psicossociais são necessárias para promover a reintegração do 
paciente à família e à sociedade. Devido ao fato de que alguns sintomas (principalmente 
apatia, desinteresse, isolamento social e outros) podem persistir mesmo após as crises, é 
necessário um planejamento individualizado de reabilitação do paciente. Os pacientes 
necessitam em geral de psicoterapia, terapia ocupacional, e outros procedimentos que visem 
ajudá-lo a lidar com mais facilidade com as dificuldades do dia a dia. 
Os familiares são aliados importantíssimos no tratamento e na reintegração do paciente. é 
importante que estejam orientados quanto à doença esquizofrenia para que possam 
compreender os sintomas e as atitudes do paciente, evitando interpretações errôneas. As 
atitudes inadequadas dos familiares podem muitas vezes colaborar para a piora clínica do 
mesmo. 
O impacto inicial da noticia de que alguém da família tem esquizofrenia é bastante doloroso. 
Como a esquizofrenia é uma doença pouco conhecida e sujeita a muita desinformação as 
pessoas se sentem perplexas e confusas. Freqüentemente, diante das atitudes excêntricas dos 
pacientes, os familiares reagem também com atitudes inadequadas, perpetuando um circulo 
vicioso difícil de ser rompido. Atitudes hostis, criticas e superproteção prejudicam o paciente, 
apoio e compreensão são necessários para que ele possa ter uma vida independente e conviva 
satisfatoriamente com a doença. 
 
 
Transtorno afetivo bipolar 
 
O transtorno afetivo bipolar era denominado até bem pouco tempo de psicose maníaco- 
depressiva. Com a mudança de nome esse transtorno deixou de ser considerado uma 
perturbação psicótica para ser considerado uma perturbação afetiva. A alternância de estados 
depressivos com maníacos é a tônica dessa patologia. 
Muitas vezes o diagnóstico correto só será feito depois de muitos anos. Uma pessoa que tenha 
uma fase depressiva, receba o diagnóstico de depressão e dez anos depois apresente um 
episódio maníaco tem na verdade o transtorno bipolar, mas até que a mania surgisse não era 
possível conhecer diagnóstico verdadeiro. O termo mania é popularmente entendido como 
tendência a fazer várias vezes a mesma coisa. Mania em psiquiatria significa um estado 
exaltado de humor que será descrito mais detalhadamente adiante. 
A depressão do transtorno bipolar é igual a depressão recorrente que só se apresenta como 
77 
depressão, mas uma pessoa deprimida do transtorno bipolar não recebe o mesmo tratamento 
do pacientebipolar. 
Características 
 
O início pode ser tanto pela fase depressiva como pela fase maníaca, iniciando gradualmente 
ao longo de semanas, meses ou abruptamente em poucos dias, já com sintomas psicóticos o 
que muitas vezes confunde com síndromes psicóticas. Além dos quadros depressivos e 
maníacos, há também os quadros mistos (sintomas depressivos simultâneos aos maníacos) o 
que muitas vezes confunde os médicos retardando o diagnóstico da fase em atividade. 
Tipos 
 
Aceita-se a divisão do transtorno afetivo bipolar em dois tipos: o tipo I e o tipo II. O tipo I é a 
forma clássica em que o paciente apresenta os episódios de mania alternados com os 
depressivos. As fases maníacas não precisam necessariamente ser seguidas por fases 
depressivas, nem as depressivas por maníacas. O tipo II caracteriza-se por não apresentar 
episódios de mania, mas de hipomania com depressão. 
Fase maníaca 
 
Tipicamente leva uma a duas semanas para começar e quando não tratado pode durar meses. 
O estado de humor está elevado podendo isso significar uma alegria contagiante ou uma 
irritação agressiva. Junto a essa elevação encontram-se alguns outros sintomas como elevação 
da auto-estima, sentimentos de grandiosidade podendo chegar a manifestação delirante de 
grandeza considerando-se uma pessoa especial, dotada de poderes e capacidades únicas como 
telepáticas por exemplo. Aumento da atividade motora apresentando grande vigor físico e 
apesar disso com uma diminuição da necessidade de sono. 
O paciente apresenta uma forte pressão para falar ininterruptamente, as idéias correm 
rapidamente a ponto de não concluir o que começou e ficar sempre emendando uma idéia não 
concluída em outra sucessivamente: a isto denominamos fuga-de-idéias. Aumento do 
interesse e da atividade sexual. Perda da consciência a respeito de sua própria condição 
patológica, tornando-se uma pessoa socialmente inconveniente ou insuportável. 
Fase depressiva 
 
É de certa forma o oposto da fase maníaca, o humor está depressivo, a auto-estima em baixa 
com sentimentos de inferioridade, a capacidade física esta comprometida, pois a sensação de 
cansaço é constante. As idéias fluem com lentidão e dificuldade, a atenção é difícil de ser 
78 
mantida e o interesse pelas coisas em geral é perdido bem como o prazer na realização 
daquilo que antes era agradável. Nessa fase o sono também está diminuído, mas ao contrário 
da fase maníaca, não é um sono que satisfaça ou descanse, uma vez que o paciente acorda 
indisposto. Quando não tratada a fase maníaca pode durar meses também. 
Sintomas (maníacos): 
 
✓ Sentimento de estar no topo do mundo com um alegria e bem estar inabaláveis, nem 
mesmo más notícias, tragédias ou acontecimentos horríveis diretamente ligados ao 
paciente podem abalar o estado de humor. Nessa fase o paciente literalmente ri da 
própria desgraça. 
✓ Sentimento de grandeza, o indivíduo imagina que é especial ou possui habilidades 
especiais, é capaz de considerar-se um escolhido por Deus, uma celebridade, um líder 
político. Inicialmente quando os sintomas ainda não se aprofundaram o paciente sente-
se como se fosse ou pudesse ser uma grande personalidade; com o aprofundamento do quadro 
esta idéia torna-se uma convicção delirante. 
✓ Sente-se invencível, acham que nada poderá detê-las. 
✓ Hiperatividade, os pacientes nessa fase não conseguem ficar parados, sentados por 
mais do que alguns minutos ou relaxar. 
✓ O senso de perigo fica comprometido, e envolve-se em atividade que apresentam tanto 
risco para integridade física como patrimonial. 
✓ O comportamento sexual fica excessivamente desinibido e mesmo promíscuo tendo 
numerosos parceiros num curto espaço de tempo. 
✓ Os pensamentos correm de forma incontrolável para o próprio paciente, para quem 
olha de fora a grande confusão de idéias na verdade constitui-se na interrupção de 
temas antes de terem sido completados para iniciar outro que por sua vez também não 
é terminado e assim sucessivamente numa fuga de idéias. 
✓ A maneira de falar geralmente se dá em tom de voz elevado, cantar é um gesto 
freqüente nesses pacientes. 
✓ A necessidade de sono nessa fase é menor, com poucas horas o paciente se restabelece 
e fica durante todo o dia e quase toda a noite em hiperatividade. 
✓ Mesmo estando alegre, explosões de raiva podem acontecer, geralmente provocadas 
por algum motivo externo, mas da mesma forma como aparece se desfaz. 
A fase depressiva 
 
✓ Na fase depressiva ocorre o posto da fase maníaca, o paciente fica com sentimentos 
irrealistas de tristeza, desespero e auto-estima baixa. Não se interessa pelo que 
79 
costumava gostar ou ter prazer, cansa-se à-toa, tem pouca energia para suas atividades 
habituais, também tem dificuldade para dormir, sente falta do sono e tende a 
permanecer na cama por várias horas. O começo do dia (a manhã) costuma ser a pior 
parte do dia para os deprimidos porque eles sabem que terão um longo dia pela frente. 
✓ Apresenta dificuldade em concentra-se no que faz e os pensamentos ficam inibidos, 
lentificados, faltam idéias ou demoram a ser compreendidas e assimiladas. Da mesma forma a 
memória também fica prejudicada. Os pensamentos costumam ser negativos, sempre em torno 
de morte ou doença. O apetite fica inibido e pode ter perda significativa de peso. 
Tratamento 
 
O lítio é a medicação de primeira escolha, mas não é necessariamente a melhor para todos os 
casos. Freqüentemente é necessário acrescentar os anticonvulsivantes como o tegretol, o 
trileptal, o depakene, o depakote, o topamax. 
Nas fases mais intensas de mania pode se usar de forma temporária os antipsicóticos. Quando 
há sintomas psicóticos é quase obrigatório o uso de antipsicóticos. Nas depressões resistentes 
pode-se usar com muita cautela antidepressivos. 
 
 
 
Distúrbios Alimentares 
 
1. Anorexia nervosa 
2. Bulimia 
 
Anorexia Nervosa 
 
A anorexia nervosa é um distúrbio caracterizado por uma distorção da imagem corporal, um 
medo extremo da obesidade, a rejeição de manter um peso normal e, nas mulheres, a ausência 
de menstruação. Cerca de 95% das pessoas que sofrem desse distúrbio são mulheres. Em 
geral, começa na adolescência, às vezes antes, e com menos frequência na idade adulta. A 
anorexia nervosa afeta principalmente as pessoas de classe socioeconômica média e alta. Na 
sociedade ocidental o número de pessoas com esse distúrbio tende a aumentar. 
A anorexia nervosa pode ser leve e transitória ou grave e duradoura. Fala-se em taxas de 
óbito de 10% a 20%. No entanto, como os casos leves muitas vezes nem são diagnosticados, 
ninguém sabe exatamente quantas pessoas têm anorexia nervosa ou qual a porcentagem que 
morre dela. A causa é desconhecida, mas os fatores sociais parecem importantes. O desejo de 
80 
ser magro é frequente na sociedade ocidental e a obesidade é considerada pouco atraente, 
doentia e indesejável. Mesmo antes da adolescência, as crianças já estão envolvidas nessas 
convenções sociais e 70% das adolescentes seguem alguma dieta ou adotam outras medidas 
para controlar o peso. Porém, só uma pequena parte destas meninas desenvolvem anorexia 
nervosa. 
Sintomas 
 
Muitas mulheres que desenvolvem anorexia nervosa são meticulosas e compulsivas, com 
metas e expectativas muito elevadas de realização e sucesso. Os primeiros sinais de uma 
anorexia iminente são a crescente preocupação com a alimentação e o peso corporal, inclusive 
entre aquelas que já são magras, como é o caso da maioria das pessoas com anorexia nervosa. 
A preocupação e a ansiedade intensificam-se à medida que emagrecem. Mesmo quando 
magra, a pessoa declara que se sente obesa, nega ter qualquer problema, não se queixa da falta 
de apetite ou da perda de peso e, geralmente, resiste ao tratamento. A pessoa não costuma ir 
ao médico até que os familiares a obriguem. 
Anorexia significa "falta de apetite", mas as pessoas com anorexia de fato sentem fome e sepreocupam com a alimentação, estudando dietas e calculando calorias; acumulam, escondem 
e desperdiçam a comida; colecionam receitas e cozinham pratos elaborados para outras 
pessoas. Cerca de 50% das pessoas com anorexia nervosa ingerem uma quantidade excessiva 
de comida e a seguir provocam o vômito ou tomam laxantes ou diuréticos. A outra metade 
simplesmente restringe a quantidade de comida que ingere. A maioria pratica também 
exercício em excesso para controlar o peso. 
Sintomas 
 
As mulheres deixam de menstruar. Observa-se tanto nos homens quanto nas mulheres uma 
perda de interesse sexual. As pessoas com anorexia nervosa têm uma frequência cardíaca 
lenta, pressão arterial baixa, baixa temperatura corporal, inchaços por acúmulo de líquidos e 
cabelo fino e suave, ou então, excesso de pelos na face e no corpo. 
As pessoas com anorexia que emagrecem muito tendem a manter uma grande atividade, 
incluindo a prática de programas de exercícios intensos. Não têm sintomas de deficiências 
nutricionais e estão surpreendentemente livres de infecções. A depressão é comum e as 
pessoas com esse distúrbio mentem acerca do que comeram e escondem os seus vômitos e os 
seus hábitos alimentares peculiares. 
As alterações hormonais que resultam da anorexia nervosa incluem valores de estrogênios e 
81 
de hormônios tireoidianos acentuadamente reduzidos e concentrações aumentadas de cortisol. 
Se uma pessoa está gravemente desnutrida, é provável que todos os órgãos principais sejam 
afetados. Os problemas mais perigosos são os relacionados com o coração e com os líquidos e 
os eletrólitos (sódio, potássio, cloro). O coração fica debilitado e bombeia menos sangue. A 
pessoa pode ficar desidratada e desmaiar. O sangue pode ficar ácido (acidose metabólica) e os 
valores de potássio no sangue podem diminuir. Vomitar e tomar laxantes e diuréticos pode 
piorar a situação. Pode ocorrer uma morte súbita devido a uma arritmia cardíaca. 
Diagnóstico e Tratamento 
 
A anorexia nervosa é geralmente diagnosticada com base numa perda de peso acentuada e 
nos sintomas psicológicos característicos. A anoréxica típica é uma adolescente que perdeu 
pelo menos 15% do seu peso corporal, teme a obesidade, deixou de menstruar, nega estar 
doente e parece saudável. 
Geralmente, o tratamento é feito em duas fases. A primeira é a restauração do peso normal. A 
segunda é a psicoterapia, muitas vezes completada com remédios. Quando a perda de peso foi 
rápida ou intensa (por exemplo, mais de 25% abaixo do peso ideal), a recuperação de peso é 
crucial; essa perda de peso pode pôr em perigo a vida da pessoa. O tratamento inicial é 
geralmente feito num hospital, onde profissionais experientes animam de forma calma mas 
firmemente, a paciente a comer. Raramente, a paciente é alimentada por via endovenosa ou 
através de SNG. 
Quando o estado nutricional estiver aceitável, começa o tratamento a longo prazo, que deve 
ser feito por especialistas em distúrbios alimentares. Esse tratamento pode incluir psicoterapia 
individual, de grupo e familiar, bem como medicamentos. Se houver o diagnóstico de 
depressão, a pessoa poderá tomar antidepressivos. O tratamento tende a estabelecer um 
ambiente tranquilo, estável e focado na pessoa, animando-a a ingerir uma quantidade 
adequada de comida. 
 
 
Bulimia Nervosa 
 
A bulimia nervosa é um distúrbio caracterizado por episódios constantes de apetite voraz 
seguidos por vômitos autoinduzidos ou utilização de laxantes ou diuréticos, dietas rigorosas 
ou excesso de exercício para compensar os efeitos das refeições exageradas. Tal como na 
anorexia nervosa, as pessoas que têm bulimia nervosa são, em geral, mulheres; 
82 
profundamente preocupadas com a sua aparência e peso e que pertencem a um nível 
socioeconômico médio e alto. Embora a bulimia nervosa tenha sido considerada uma 
epidemia, somente 2% das jovens universitárias, consideradas como o grupo de maior risco, 
são verdadeiramente bulímicas. 
Sintomas 
 
A ingestão excessiva de alimentos é seguida de um intenso sofrimento e do uso de laxantes, 
dieta rigorosa e excesso de exercício. Muitas vezes, o estresse emocional desencadeia o 
apetite voraz, geralmente satisfeito em segredo. Embora as pessoas com bulimia tenham a 
preocupação de se tornarem obesas (algumas são), o seu peso tende a voltar ao normal. Os 
vômitos autoinduzidos podem causar erosão do esmalte dentário, dilatar as glândulas salivares 
(parótidas) e inflamar o esôfago. Os vômitos podem diminuir os níveis de potássio no sangue, 
provocando arritmia cardíaca. Existem relatos de morte súbita por superdoses de ipeca, para 
induzir os vômitos. 
Em comparação com os indivíduos que apresentam anorexia nervosa, aqueles com bulimia 
nervosa tendem a ser mais conscientes de seu comportamento e sentem remorso ou culpa. 
Eles apresentam maior tendência a admitir suas preocupações ao médico ou a um outro 
confidente. Geralmente, os bulímicos são mais extrovertidos e mais propensos a um 
comportamento impulsivo (p.ex., abuso de drogas ou álcool). 
Diagnóstico e Tratamento 
 
O médico suspeita de bulimia nervosa quando uma pessoa está muito preocupada com o 
aumento de peso, que apresenta grandes flutuações, em especial se existem sinais evidentes 
de uma utilização excessiva de laxantes. Outros indícios incluem o inchaço das glândulas 
parótidas, cicatrizes nos nós dos dedos por terem sido utilizados para induzir o vômito e 
erosão do esmalte dentário. No entanto, o diagnóstico vai depender da descrição do paciente. 
As duas abordagens de tratamento são a psicoterapia e os medicamentos. A psicoterapia pode 
ser muito eficaz, principalmente se for feita por um terapeuta com experiência em distúrbios 
alimentares. Muitas vezes, um medicamento antidepressivo pode ajudar a controlar a bulimia 
nervosa, inclusive quando a pessoa não parece deprimida. Porém, o distúrbio pode reaparecer 
quando a pessoa para de tomar o medicamento. 
 
 
Epilepsia 
83 
 
A epilepsia é uma doença do sistema nervoso que provoca mudanças súbitas, breves e 
repetidas na atividade cerebral. Durante uma crise epiléptica, popularmente conhecida como 
convulsão, os neurônios do cérebro podem funcionar, de forma incontrolável, até quatro vezes 
mais rápido que o normal, afetando temporariamente a forma com que a pessoa se comporta, 
locomove, pensa ou sente. 
A causa pode ser uma lesão no cérebro, decorrente de uma forte pancada na cabeça, uma 
infecção (meningite, por exemplo), neurocisticercose ("ovos de solitária" no cérebro), tumores 
cerebrais, condições genéticas (esclerose tuberosa, por exemplo), problemas circulatórios no 
cérebro, abuso de bebidas alcoólicas, de drogas, etc. 
Sintomas 
 
Os sintomas da epilepsia variam conforme as áreas do cérebro que são afetadas, sendo 
divididas em crises generalizadas e crises parciais. A crise convulsiva é a forma mais 
conhecida pelas pessoas e é identificada como "ataque epiléptico". É uma crise generalizada 
porque envolve todas as áreas do cérebro. Nesse tipo de crise a pessoa pode cair ao chão, 
apresentar contrações musculares em todo o corpo, morder a língua, ter salivação intensa, 
respiração ofegante e, às vezes, até urinar. 
A crise do tipo "ausência" é conhecida como "desligamentos". A pessoa fica com o olhar fixo, 
perde contato com o meio por alguns segundos. Por ser de curtíssima duração (questão de 
segundos), muitas vezes não é percebida pelos familiares e/ou professores. Também é 
considerada uma crise generalizada e, geralmente, se inicia na infância ou na puberdade. 
 
Há um tipo de crise que se manifesta como se a pessoa estivesse "alerta" mas sem o controle 
de seus atos, fazendo movimentos automaticamente. Durante esses movimentos automáticos 
involuntários, a pessoa pode ficar mastigando, falando de modo incompreensível ou andando 
sem direção definida. A crise se inicia em uma área do cérebro. Em geral, a pessoa não se 
recorda do queaconteceu quando a crise termina. Esta é a chamada crise parcial complexa. 
Porém, se a atividade elétrica se espalhar para outras áreas do cérebro, ela pode se tornar uma 
crise generalizada. 
Na condição chamada status epilepticus (SE), a pessoa tem uma crise epiléptica generalizada 
que dura de 20 a 30 minutos, ou mais; ou a pessoa tem uma série de crises nas quais não 
consegue recobrar completamente a consciência. Essa é uma emergência médica que pode ser 
fatal. 
84 
Existem outros tipos de crises que podem provocar quedas ao solo sem nenhum movimento 
ou contrações ou então, ter percepções visuais ou auditivas estranhas ou ainda, alterações 
transitórias da memória. 
 
 
Assistência de enfermagem durante as crises epilépticas 
 
Coloque a pessoa em decúbito dorsal, em lugar confortável, retirando de perto objetos com 
que ela possa se machucar, como pulseiras, relógios, óculos; 
Não introduza objetos na boca 
 
Levante o queixo para facilitar a passagem de ar; 
Afrouxe as roupas; 
Caso a pessoa esteja salivando muito, mantenha-
a deitada com a cabeça voltada para o lado, 
evitando que ela se sufoque com a própria 
saliva; 
Quando a crise passar, deixe a pessoa descansar; 
 
Verifique se existe pulseira ou outra identificação médica de emergência que possa sugerir a 
causa da convulsão; 
Nunca segure a pessoa (deixe-a debater-se); 
Não dê tapas; 
Não jogue água sobre ela. 
 
Tratamento da Epilepsia 
 
O tratamento da epilepsia é feito através de medicamentos que evitam as descargas elétricas 
cerebrais anormais, que são a origem das crises epilépticas. Entre esses medicamentos estão a 
carbamazepina, clonazepam, ethosuximida, felbamato, gabapentina, lamotrigina, fenobarbital, 
fenitoína, primidona, topiramato e valproato. O tipo de medicamento depende do tipo de crise 
epiléptica a ser tratada. 
85 
Acredita-se que pelo menos 25% dos pacientes com epilepsia no Brasil são portadores de 
estágios mais graves, ou seja, com necessidade do uso de medicamentos por toda a vida, 
sendo as crises frequentemente incontroláveis e, portanto, candidatos a intervenção cirúrgica. 
 
 
Mal de Alzheimer 
 
O mal de Alzheimer é uma doença progressiva e irreversível que afeta o cérebro. Ela atinge 
primeiramente a memória e, progressivamente, as outras funções mentais, tirando toda a 
autonomia da pessoa, que passa a depender completamente de outras pessoas. É uma doença muito 
relacionada com a idade, afetando as pessoas com mais de 50 anos. A estimativa de vida para os 
pacientes varia de 2 a 15 anos. 
Causa do Mal de Alzheimer 
 
Ainda não se sabe qual é a causa do mal de Alzheimer. No entanto, há um consenso entre os 
especialistas de que o mal de Alzheimer é uma doença genética, embora não seja 
necessariamente hereditária. Isto é, nem todos os casos são transmitidos entre familiares, 
principalmente dos pais para os filhos. 
Diagnóstico 
 
Não existe nenhum exame que permita diagnosticar, de modo inquestionável, o mal de 
Alzheimer. A única forma de fazer o diagnóstico é examinando o tecido cerebral obtido por 
uma biópsia ou necrópsia. Dessa forma, o diagnóstico do mal de Alzheimer é feito pela 
exclusão de outras causas de demência, pela análise do histórico do paciente, por exames de 
sangue, tomografia ou ressonância, entre outros exames. 
Sintomas do Mal de Alzheimer 
 
A princípio, observam-se pequenos esquecimentos e perdas de memória que vão se agravando 
progressivamente. Os pacientes tornam-se confusos e, às vezes, agressivos, passando a 
apresentar alterações de personalidade, com distúrbios de conduta. Acabam por não 
reconhecer os próprios familiares e nem a si mesmos quando colocados de frente a um 
espelho. À medida que a doença evolui, tornam-se cada vez mais dependentes de terceiros, até 
mesmo para as atividades elementares do dia-a-dia como alimentação, higiene, vestuário, etc. 
Tratamento 
 
86 
O mal de Alzheimer não tem cura e o tratamento consiste de duas variáveis: 
 
 
✓ Aspectos comportamentais. Nesta vertente, além da medicação, convém também 
contar com a orientação de diferentes profissionais de saúde; 
✓ Desequilíbrios químicos que ocorrem no cérebro. Existem remédios que ajudam a 
corrigir esses desequilíbrios e que são mais eficazes na fase inicial da doença. 
Todavia, tais remédios, infelizmente, têm efeito temporário. Por enquanto, não 
existem medicamentos que impeçam a progressão da doença. 
 
 
 
Alcoolismo 
 
O alcoolismo é o conjunto de problemas relacionados ao consumo excessivo e prolongado do 
álcool; é entendido como o vício de ingestão excessiva e regular de bebidas alcoólicas, e todas 
as conseqüências decorrentes. O alcoolismo é, portanto, um conjunto de diagnósticos. Dentro 
do alcoolismo existe a dependência, a abstinência, o abuso (uso excessivo, porém não 
continuado), intoxicação por álcool (embriaguez). Síndromes amnéstica (perdas restritas de 
memória), demencial, alucinatória, delirante, de humor. Distúrbios de ansiedade, sexuais, do 
sono e distúrbios inespecíficos. Por fim o delirium tremens, que pode ser fatal. 
Problemas Psiquiátricos causados pelo Alcoolismo 
Abuso de Álcool 
A pessoa que abusa de álcool não é necessariamente alcoólatra, ou seja, dependente e faz uso 
continuado. O critério de abuso existe para caracterizar as pessoas que eventualmente, mas 
recorrentemente têm problemas por causa dos exagerados consumos de álcool em curtos 
períodos de tempo. Critérios: para se fazer esse diagnóstico é preciso que o paciente esteja 
tendo problemas com álcool durante pelo menos 12 meses e ter pelo menos uma das seguintes 
situações: a) prejuízos significativos no trabalho, escola ou família como faltas ou 
negligências nos cuidados com os filhos. b) exposição a situações potencialmente perigosas 
como dirigir ou manipular máquinas perigosas embriagado. c) problemas legais como 
desacato a autoridades ou superiores. d) persistência no uso de álcool apesar do apelo das 
pessoas próximas em que se interrompa o uso. 
Dependência ao Álcool 
 
87 
Para se fazer o diagnóstico de dependência alcoólica é necessário que o usuário venha tendo 
problemas decorrentes do uso de álcool durante 12 meses seguidos e preencher pelo menos 3 
dos seguintes critérios: 
a) apresentar tolerância ao álcool -- marcante aumento da quantidade ingerida para produção 
do mesmo efeito obtido no início ou marcante diminuição dos sintomas de embriaguez ou 
outros resultantes do consumo de álcool apesar da continua ingestão de álcool. 
b) sinais de abstinência -- após a interrupção do consumo de álcool a pessoa passa a 
apresentar os seguintes sinais: sudorese excessiva, aceleração do pulso (acima de 100), 
tremores nas mãos, insônia, náuseas e vômitos, agitação psicomotora, ansiedade, convulsões, 
alucinações táteis. A reversão desses sinais com a reintrodução do álcool comprova a 
abstinência. Apesar do álcool "tratar" a abstinência o tratamento de fato é feito com diazepam 
ou clordiazepóxido dentre outras medicações. 
c) o dependente de álcool geralmente bebe mais do que planejava beber 
d) persistente desejo de voltar a beber ou incapacidade de interromper o uso. 
e) emprego de muito tempo para obtenção de bebida ou recuperando-se do efeito. 
f) persistência na bebida apesar dos problemas e prejuízos gerados como perda do emprego e 
das relações familiares. 
Abstinência alcoólica 
 
A síndrome de abstinência constitui-se no conjunto de sinais e sintomas observado nas 
pessoas que interrompem o uso de álcool após longo e intenso uso. As formas mais leves de 
abstinência se apresentam com tremores, aumento da sudorese, aceleração do pulso, insônia, 
náuseas e vômitos, ansiedade depois de 6 a 48 horas desde a última bebida. 
A síndrome de abstinência leve não precisa necessariamente surgir com todos esses sintomas, 
na maioria das vezes, inclusive, limita-se aos tremores, insônia e irritabilidade. A síndrome de 
abstinência torna-semais perigosa com o surgimento do delirium tremens. Nesse estado o 
paciente apresenta confusão mental, alucinações, convulsões. Geralmente começa dentro de 
48 a 96 horas a partir da ultima dose de bebida. 
Dada a potencial gravidade dos casos é recomendável tratar preventivamente todos os 
pacientes dependentes de álcool para se evitar que tais síndromes surjam. Para se fazer o 
diagnóstico de abstinência, é necessário que o paciente tenha pelo menos diminuído o volume 
de ingestão alcoólica, ou seja, mesmo não interrompendo completamente é possível surgir a 
abstinência. 
88 
Alguns pesquisadores afirmam que as abstinências tornam-se mais graves na medida em que 
se repetem, ou seja, um dependente que esteja passando pela quinta ou sexta abstinência 
estará sofrendo os sintomas mencionados com mais intensidade, até que surja um quadro 
convulsivo ou de delirium tremens. As primeiras abstinências são menos intensas e perigosas. 
Delirium Tremens 
 
O Delirium Tremens é uma forma mais intensa e complicada da abstinência. Delirium é um 
diagnóstico inespecífico em psiquiatria que designa estado de confusão mental: a pessoa não 
sabe onde está, em que dia está, não consegue prestar atenção em nada, tem um 
comportamento desorganizado, sua fala é desorganizada ou ininteligível, a noite pode ficar 
mais agitado do que de dia. A abstinência e várias outras condições médicas não relacionadas 
ao alcoolismo podem causar esse problema. Como dentro do estado de delirium da 
abstinência alcoólica são comuns os tremores intensos ou mesmo convulsão, o nome ficou 
como Delirium Tremens. 
Um traço comum no delírio tremens, mas nem sempre presente são as alucinações táteis e 
visuais em que o paciente "vê" insetos ou animais asquerosos próximos ou pelo seu corpo. 
Esse tipo de alucinação pode levar o paciente a um estado de agitação violenta para tentar 
livrar-se dos animais que o atacam. Pode ocorrer também uma forma de alucinação induzida, 
por exemplo, o entrevistador pergunta ao paciente se está vendo as formigas andando em cima 
da mesa sem que nada exista e o paciente passa a ver os insetos sugeridos. O Delirim Tremens 
é uma condição potencialmente fatal, principalmente nos dias quentes e nos pacientes 
debilitados. A fatalidade quando ocorre é devida ao desequilíbrio hidro-eletrolítico do corpo. 
Intoxicação pelo álcool 
 
O estado de intoxicação é simplesmente a conhecida embriaguez, que normalmente é obtida 
voluntariamente. No estado de intoxicação a pessoa tem alteração da fala (fala arrastada), 
descoordenação motora, instabilidade no andar, nistagmo (ficar com olhos oscilando no plano 
horizontal como se estivesse lendo muito rápido), prejuízos na memória e na atenção, estupor 
ou coma nos casos mais extremos. 
Normalmente junto a essas alterações neurológicas apresenta-se um comportamento 
inadequado ou impróprio da pessoa que está intoxicada. Uma pessoa muito embriagada 
geralmente encontra-se nessa situação porque quis, uma leve intoxicação em alguém que não 
está habituado é aceitável por inexperiência mas não no caso de alguém que conhece seus 
limites. 
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Wernicke-Korsakoff (síndrome amnéstica) 
 
Os alcoólatras "pesados" em parte (10%) desenvolvem algum problema grave de memória. 
Há dois desses tipos: a primeira é a chamada Síndrome Wernicke-Korsakoff (SWK) e a outra 
a demência alcoólica. A SWK é caracterizada por descoordenação motora, movimentos 
oculares rítmicos como se estivesse lendo (nistagmo) e paralisia de certos músculos oculares, 
provocando algo parecido ao estrabismo para quem antes não tinha nada. 
Além desses sinais neurológicos o paciente pode estar em confusão mental, ou se com a 
consciência clara, pode apresentar prejuízos evidentes na memória recente (não consegue 
gravar o que o examinador falou 5 minutos antes) e muitas vezes para preencher as lacunas da 
memória o paciente inventa histórias, a isto chamamos fabulações. Este quadro deve ser 
considerado uma emergência, pois requer imediata reposição da vitamina B1(tiamina) para 
evitar um agravamento do quadro. 
Os sintomas neurológicos acima citados são rapidamente revertidos com a reposição da 
tiamina, mas o déficit da memória pode se tornar permanente. Quando isso acontece o 
paciente apesar de ter a mente clara e várias outras funções mentais preservadas, torna-se uma 
pessoa incapaz de manter suas funções sociais e pessoais. Muitos autores referem-se a SWK 
como uma forma de demência, o que não está errado, mas a demência é um quadro mais 
abrangente, por isso preferimos o modelo americano que diferencia a SWK da demência 
alcoólica. 
Síndrome Demencial Alcoólica 
 
Esta é semelhante a demência propriamente dita como a de Alzheimer. No uso pesado e 
prolongado do álcool, mesmo sem a síndrome de Wernick-Korsakoff, o álcool pode provocar 
lesões difusas no cérebro prejudicando além da memória a capacidade de julgamento, de 
abstração de conceitos; a personalidade pode se alterar, o comportamento como um todo fica 
prejudicado. A pessoa torna-se incapaz de sustentar-se. 
 
 
Tratamento das doenças mentais 
 
CAPS 
 
Seu objetivo é oferecer atendimento à população, realizar o acompanhamento clínico e a 
reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e 
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fortalecimento dos laços familiares e comunitários. 
 
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), entre todos os dispositivos de atenção à saúde 
mental, têm valor estratégico para a Reforma Psiquiátrica Brasileira. Com a criação desses 
centros, possibilita-se a organização de uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no país. 
Os CAPS são serviços de saúde municipais, abertos, comunitários que oferecem atendimento 
diário. Os CAPS podem ser de tipo I, II, III, Álcool e Drogas (CAPS AD) e Infanto-juvenil 
(CAPSi). 
 
É função dos CAPS: 
 
- prestar atendimento clínico em regime de atenção diária, evitando as internações em 
hospitais psiquiátricos; 
 
- acolher e atender as pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, procurando 
preservar e fortalecer os laços sociais do usuário em seu território; 
- promover a inserção social das pessoas com transtornos mentais por meio de ações 
intersetoriais; 
- regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental na sua área de atuação; 
- dar suporte a atenção à saúde mental na rede básica; 
- organizar a rede de atenção às pessoas com transtornos mentais nos municípios; 
- articular estrategicamente a rede e a política de saúde mental num determinado território 
- promover a reinserção social do indivíduo através do acesso ao trabalho, lazer, exercício dos 
direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. 
 
Estes serviços devem ser substitutivos e não complementares ao hospital psiquiátrico. De fato, 
o CAPS é o núcleo de uma nova clínica, produtora de autonomia, que convida o usuário à 
responsabilização e ao protagonismo em toda a trajetória do seu tratamento. 
 
Os projetos desses serviços, muitas vezes, ultrapassam a própria estrutura física, em busca da 
rede de suporte social, potencializadora de suas ações, preocupando-se com o sujeito e a 
singularidade, sua história, sua cultura e sua vida cotidiana. 
 
O perfil populacional dos municípios é sem dúvida um dos principais critérios para o 
planejamento da rede de atenção à saúde mental nas cidades, e para a implantação de centros 
de Atenção Psicossocial. O critério populacional, no entanto, deve ser compreendido apenas 
como um orientador para o planejamento das ações de saúde. De fato, é o gestor local, 
articulado com as outras instâncias de gestão do SUS, que terá as condições mais adequadas 
91 
para definir os equipamentos que melhor respondem às demandas de saúde mental de seu 
município. 
 
 
 
Relacionamento terapêutico no cuidado de enfermagem na saúde mental 
 
 
É baseado na comunicação, não há possibilidade de haver o relacionamentoterapêutico sem a 
comunicação, essa comunicação se apresenta de forma verbal e não-verbal a partir do 
momento em que o sujeito emite uma mensagem seja ela verbal ou não-verbal e há outro 
sujeito que interpreta essa mensagem podemos dizer que aí existe uma comunicação. 
Podemos dizer que a comunicação é a base do relacionamento terapêutico. 
Entretanto apesar de ser a base para o relacionamento terapêutico, ela não constituí em si 
mesma o relacionamento terapêutico, a comunicação não é sinônimo de relacionamento 
terapêutico é preciso acrescentar a essa comunicação algumas habilidades entre aqueles que 
emite mensagens e os que recebem a mensagem que no relacionamento terapêutico recebem o 
nome de ajudador e ajudado, é importante ressaltar que essas habilidades não são exclusivas 
dos profissionais da saúde, existem pessoas que já possuem pela própria SENSIBILIDADE 
pela forma de encarar a vida e de lidar com as outras pessoas, já possuem essas habilidades, 
entre os profissionais de saúde infelizmente também encontramos aqueles que não possuem 
qualquer habilidade. 
A partir do momento que o sujeito se dispõem ao outro através da comunicação e acredita 
nessa possibilidade essas habilidades podem ser treinadas. O ajudador é convocado a 
assumir a sua responsabilidade no processo de ajuda e adquiri habilidade para lidar melhor 
com suas dificuldades, contribuindo para uma vida mais plena e satisfatória, ou seja, a 
abordagem terapêutica pressupõem uma postura ativa tanto do ajudador quanto do
 ajudado. Vejamos então algumas habilidades: 
 
 
Habilidades do ajudador 
 
 
* Atender - Comunicar disponibilidade e interesse. 
*Responder -Demostrar compreensão, 
*Personalizar- Ajudar o outro a se responsabilizar pelo que está vivendo, 
*orientar - Avaliar com o outro as alternativas. 
 
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Habilidades do ajudado 
 
 
*Envolver-se - Disponibilidade para enfrentar seus problemas, 
*Explorar - Avaliar a situação a qual está, 
*Compreender - Estabelecer ligações de causa e efeito e estabelecer metas. 
*Agir - Viabilizar as metas através de ações. 
 
 
O relacionamento terapêutico no cuidado de enfermagem: 
 
As ações de enfermagem são pautadas no cuidado ao cliente. Podemos entender o cuidado 
como algo bastante abrangente que não se restringe apenas nas execuções técnicas, mas sim a 
tudo que leve esse sujeito, a aprender a fazer por si mesmo, assim a abordagem terapêutica faz 
parte do cuidado de enfermagem, nesse sentido podemos perceber que a abordagem 
terapêutica, contribui para: 
 
* Adesão ao tratamento - No momento em que o cliente é chamado a participar ativamente e 
intensamente do seu processo de tratamento, se sente comprometido, dando o melhor de si, permanecendo 
empenhado inclusive em traçar metas para a sua vida, que evitem o adoecimento. 
* Recuperação - É claro que o relacionamento terapêutico irá contribuir para a sua 
recuperação, principalmente s ele se comprometer em cumprir suas metas para evitar o 
adoecimento. 
* Qualidade na sobrevida - Mesmo que a morte seja inevitável o cliente pode se sentir melhor, 
mais amparado e menos sozinho, se puder compartilhar a sua dor e sofrimento nesse 
momento e irá permanecer vivo com mais dignidade. 
 
 
Tratamento Medicamentoso 
 
Durante os últimos quarenta anos, foram desenvolvidos vários medicamentos psiquiátricos de 
eficácia comprovada e amplamente utilizados pelos psiquiatras e outros médicos. 
Frequentemente, esses medicamentos são classificados de acordo com o distúrbio para o qual 
foram prescritos inicialmente. Por exemplo, os antidepressivos (p.ex., imipramina, fluoxetina 
e bupropiona) são utilizados no tratamento da depressão, enquanto que os antipsicóticos 
(p.ex., clorpromazina, aloperidol e tiotixeno) são úteis no tratamento de distúrbios psicóticos 
como a esquizofrenia. Novos medicamentos antipsicóticos (p.ex., clozapina e risperidona), 
são úteis para alguns pacientes que não respondem a outros medicamentos antipsicóticos. 
93 
Por sua vez, os medicamentos contra a ansiedade (ansiolíticos), como o clonazepam e o 
diazepam, são os indicados no tratamento dos distúrbios da ansiedade (p.ex., síndrome do 
pânico e fobias). Os estabilizadores do humor (p.ex., lítio e carbamazepina) vêm sendo 
utilizados com algum êxito em pacientes com doença maníaco-depressiva. 
 
 
Medicamentos essenciais na área da saúde mental 
 
Ácido valproico + Valproato de Sódio 500mg comprimidos Depakene; 
Valpakine Ácido Valproico xarope 100ml frascos Depakene; 
 Valpakine 
Amitiptilina 25mg comprimido Tryptanol; Limbitrol 
Biperideno 2mg comprimido Akineton 
Carbamazepina 200mg comprimido Tegretol 
Carbonato de Lítio 300mg comprimido Carbolatium; Carbolim 
Clomipramina 25mg comprimido Anafranil 
Clonazepan 2mg comprimido Rivotril 
Clorprmazina 25mg comprimido Amplicitil 
Cloridato de Prometazina 25mg comprimido Fenergan 
Cloridato de Tioridazina 50mg comprimido Melleril 
Diazepan 5mg comprimidoprax Vallium 
Fenitoína 100mg comprimido Hidantal 
Fenorbabital 100mg comprimido Gardenal; Fenocris 
Fenorbabital gotas Gardenal 
Fluoxetina 20mg comprimido Fenocris Eufor; Prozac; Deprax 
Haloperidol 5mg comprimido Haldol 
Haloperidol 4% gotas Haldol 
Haloperidol decanoato injetável Haldol 
Mirtazapina 30mg comprimido Remerron 
Nortiptilina 25mg comprimido Pamelor 
Nortriptilina 50mg comprimido Pamelor 
 
Terapia Eletroconvulsivante 
 
Na terapia eletroconvulsivante, eletrodos são fixados à cabeça do paciente e é realizada uma 
94 
série de descargas elétricas no cérebro visando induzir convulsões. Já foi claramente 
demonstrado que esse procedimento é o mais eficaz para a depressão grave. Ao contrário do 
que é propagado pelos meios de comunicação, a terapia eletroconvulsivante é segura e 
raramente causa qualquer complicação grave. O uso moderno de anestésicos e miorrelaxantes 
(relaxantes musculares) reduziu enormemente qualquer tipo de risco para o paciente. 
 
 
Psicoterapia 
 
Nos últimos anos, têm sido obtidos avanços significativos no campo da psicoterapia. A 
psicoterapia é o tratamento que o terapeuta aplica ao paciente através de técnicas psicológicas, 
fazendo uso sistemático da relação terapeuta-paciente. Os psiquiatras não são os únicos 
profissionais de saúde mental especializados na prática da psicoterapia. Também estão 
incluídos os psicólogos clínicos, os assistentes sociais, os enfermeiros, alguns conselheiros 
religiosos e muitos profissionais paramédicos. No entanto, os psiquiatras são os únicos 
profissionais de saúde mental que podem prescrever medicamentos. 
Embora a psicoterapia individual seja praticada de muitas formas diferentes, quase todos os 
profissionais de saúde mental estão filiados a uma das quatro escolas de psicoterapia: a 
dinâmica, a cognitiva-comportamental, a interpessoal ou a comportamental. 
A psicoterapia dinâmica deriva da psicanálise e a sua base é ajudar o paciente a 
compreender as estruturas e padrões inconscientes que podem estar criando sintomas e 
dificuldades de relacionamento. 
A escola cognitiva-comportamental centraliza-se principalmente nas distorções do 
pensamento do paciente. 
A terapia interpessoal enfoca como uma perda ou uma alteração em uma relação afeta o 
paciente. 
A terapia comportamental visa ajudar os pacientes a modificarem as maneiras 
condicionadas de reagir a eventos que ocorrem ao seu redor. 
Na prática, muitos psicoterapeutas combinam técnicas, de acordo com as necessidades do 
paciente. A psicoterapia é adequada em uma grande variedade de condições. Mesmo os 
indivíduos que não apresentam qualquer distúrbio psiquiátrico podem considerar que a 
psicoterapia lhes é útil para enfrentar problemas como, por exemplo, dificuldades no trabalho, 
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perda de um ente querido ou uma doença crônica na família. A psicoterapia de grupo e a 
terapia familiar também são amplamente utilizadas. 
 
 
Emergências Psiquiátricas

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