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2 BREVE HISTÓRICO DA DINÂMICA DE GRUPO pdf

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• k • ~,'
29
.{!tI,."
Maria Fernanda Maz.z.'ott, Bar et .. . ., ,r o Dlnâr'nka de Grupo: breve hlstorico
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;111
I
-
,• ••
- !
27
"' ".
do.Thesaurus. Por exemplo, figura na edição que data de 1994
(pp. 93-94) um indício respeitável de sua pemmnência na Psicologia
da atualidade. Nessa última edição, são apresentados os diferentes
terolOSderivados, aparentados ou especificos, que têm por núcleo a
Dinâmica de Grupo: coesão glupal, discussão etn grupo, participação
etll grupo, desempenho grupal, tamanho do gnlpo, estrutura do &'11.IPO,
dinâmica intergrupal, brail1storming, mudança de escolha,
coinportamento coletivo, gntpos de elcvaçã~daconsciência, instrução
'em grupo, solução de problemas em grupo, psicoterapia de grupo,
treinamento em relações humanas, comportalllento organizacional,
pre~sãodos pares, grupos de referência, treinamento de sensibilidade,
soeióinetria e equipes (teams).
Resta acrescentar que, ~lémde se relacionar com a atuação do
psicólogo nas três áreas principais dessa atuação (clínica, escolar e
org~izacional-il?dustTial), os conhecimentos c práticas generi-
camente designados pcla rubrica Dinâmica de Grupo são, ademais,
rele.vantespara a atuação profissional e a compreensão de problemas
enf nuinerosos outros domírtios da Psicologia, corno a Psicologia
CÓl"unitária, o Aconselhamento Psicológico, a Psicologia Jurídica e
. Criwiitológica, a Psicologia da Saúde e Hospitalar, a Psicologia dos
ESP.9ttCSe outros.
R~ferências
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.;!~t!{
D'r"ilã"mlca de Grupo: breve hlst6rico
, /c;;
Maria Fernanda Mazzlottl Barreto26
dificuldades encontradas ao explicar o que era feito como os
progressos alcançados com os alunos foran1considerados positivos.
Foi em 1969, ao orientar a fommçãopsicodramática de educadores
em São Paulo, que surgiu pela primeira vcz, segundo ela "pclo mcnos.
entre nós", o termo Psicodrama Pedagógico (pp. 17-19).
Vê-se, dcsta forma, que o Psicodrama é uma das abordagens
de grup.o aplicada a, pelo menos, dois contextos de atuação do
psicólogo: clínico e escolar.
Não se pode deixar de mencionar, entre outras, por um lado,
as contribuições de Rogers e Maslo", com o movimento humanista
e, por outro, as de Pichon Riviere eo grupo operativo, que têm sido
fecundas em suas aplicações, quer na clínica, na escola e t.lO ensino,
quer em outros contextos. 1
Recentemente, Bednar e Kaul (1994) registraram que, imma
busca da literatura científica a respeito de "terapia de grupo, aconse-
lhamento de grupo, tratamento de grupo, processo de grupo, resultados
de grupo e IIderdegrupo", feita por intermédio do PsychLit a partir de
publicações de 1983 a 1990, foram localizados nada menos do que
3826 artigos. Em contrapartida, Barreto (1994) constatou a escas-
sez de literatura assemelhada em duas revistas brasileiras de Psico-
logia: Psicologia: Teoria e Pesquisa; e PSICO que, durante o
período de 1989 a 1994, publicaram apenas dez artigos de trabalhos
sobre grupo. Levine e Morelanel
(1990), citando Steiner, assinalam,
aliás, que para a compreensão do com-
portamento humano e do funciona-
mento da sociedade, o grupo é bastante
importante para justificar que continue
sendo obj eto de pesquisa.
Merece ser assinalado que o
termo descritor Dinâmica de Grupo
consta tanto do Thesaurus da UNESCO
I para a área da. Educação (UNESCO,----
1992) como do Thesaurus da American
Psychological Association desde a sua primeira edição, datada de
1974 e baseada nos termos usados nos Psy~hological Abslracts em
.1967. O mesmo termo descritor é mantido nas edições subseqücntes
I - dPara a compreensao o
comportamento humano e
do funcionamento dasocie-
dade, o grupo é bastante
importante para justificar
que continue sendo objeto
de pesquisa.
\-
O
, ..'
,'.~--~ailiõil!"""'4~."~t~,"'.:i"]
Depreende-scdesses estudos a relevância que tem, para o
profissional em Psicologia, o conhecimento a respeito não só do
trabalho com grupos, como das influências que os grupos exercem,
quer sobre o indivíduo, quer sobre a comunidade ou instituição das
quais fazem' parte. Como ressalta Gauquelin, Kurt Lewin foi
pioneiro em assinalar com bastante clareza a relevância aqui
mencionada. Segundo suas próprias palavras,
da
25
Sua contribuição principal reside na elaboração das
bases da teoria da espontaneidade, da técnica de atuação, e
..da comunicação interpessoal. Abriu novOS horizontes não
.Só. para o teatro, como também para o psicólogo
.e.xperimental, para o educador, pa'ra ó sociólogo, para o
. psic61ogo social, para o (onoaudiólogó, para o psicólogo
.çlfnico, para o psicoterapeuta e para o psiquiatra ... Deu
margem a diversas caracteristicas encontradas em meus
trabalhos' posteriores ,.. Neste sentido .• o livro foi um
precursor do sociograma, do diagrama do átomo social, do
diagrama do papel, do sociograr:na de ação etC. (p. 7).
. Romanã (1987), professora da rede pública da Argentina,
c~n(il em seu Psicodrama Pedagógico que foi em 1962, assistindo
péla ..primeira vez a uma sessão psicodramática como paciente, que
enéontrou o método .didátieo que buscava com uma concepção
fenomenológica da cducação. Após um curso de formação como
pSicodramatista de três anos de dusação, cuja aplicação era específica
plUja.a clínica, senliu necessidade de começar a constmir um marco
t~~rieo adequado para a aplicação em educação. EntTe 1964 e 1966,
.pA~~oua utilizar dramatizações com seus alunos de curso superior, e,
fIlialmente, passou a ulilizá-Ias com crianças que apresentavam
problemas de aprendizagem. Entre \966 c 68, ao fazer
.4é,nlonstrações a colegas sobre o método, então denominado
t4cnicas psicodramáticas Aplicadas à Educação, tanto as
Dinâmica de Grupo: breve hIstórico
... , a busca da verdade de um ~rupo humano que discute
livr:emente seuS problemas. E uma intensa experiência
pessoal .que envolve 'outras pessoas, como na vida. A
essência do psiquismo não pode transmitir-se somente por
meio da linguagem, e sim por um todo que Inclui o gesto. o
toque e o encontro o" O psicodrama é sempre terapêutico
e pedag6gico (dependendo do que se proponha pode-se
encaminhá-lo mais para um ou para outro desses aspectos)
... O psicodrama é uma experiência de grupo vivida para o
grupo e pelo grupo (p.\ O).
Moreno (1984), no prefácio de sua obra O Teatro
Espontaneidade, publiéada pela primeira vez na Alemanha, em
1923, declara que esta é a única no gênero e diz:
Maria Fernanda Mazziottl Barreto
Kurt Lewill. I
A teoria,da Gestalt marcou toda
a obra de Kurt Lewin e, após o apareci-
mento da Dinâmica de Gmpo, surgi-
ram diversas abordagens teóricas que
hoje fundamentam o trabalho eom gm-
pos, em vários domínios.
Ribeiro (1985), em Gestalt-
ter,!pia: refazendO um caminho, ao res-
gatar os pressupostos teóricos c filosó-
ficos da gestalt-terapia, apresenta, entre as três teorias que dão
sustentação a esse processo terapêutico, a teoria de campo de Kurt
Lewin. As demais são: a própria Psicologia da Gestalt, desenvolvi-
da por Max Wertheimer, Wolfgang Kohler e Kurt Koffka, como
não poderia deixar de ser, e a Teoria Holistiea ele Kurt Goldstein.
Essas três teorias, segundo Ribeiro (op.cit.), "perfizeram o quadro
científico do qual Frederick Perls se utilizou para ampliar a Psicologia da
Gestalt, criando a Gestalt-terapia" (p. 65).
O Psicodrama úiado por Moreno édefinidc por Fonseea
Filho (\984) na apresentação da edição brasileira da obra Hipllo-
drama e Psicodrama (Moreno, 1984) como
Não existe indivíduo algum que não tente, consciente
ou Inconscientemente, inn~endar a sua família, o seu grupo
de amigos, o seu grupo profissional, e assim sucessivamente
... Temos de compreen~er que o próprio poder é um
aspecto essencial de um grupo' seja ele qual for ... Um dos
maiores serviços que a pesquisa social pode prestar à
sociedade é o de chegar a uma noção mais. exata dos
aspectos legftimos e ilegftimos do poder (Kurt Lewin; apud
Gauguelin, 1980, p. 67).
24
I
Temos de compreender que
o próprio poder é um aspecto
essencial de um grupo seja
ele qual for.
.-£;l
_:',1'''< ~"":NJ,
Os últimos anos testemunharam profundas transformações
de caráter mundial, com desdobramentos c implicações em
praticamente todos os setores, afetand'o a sociedade em escala
sensivelmcnte maior do que no p'assado, confonne registram os
estudiosos da nova "sociedade 'global", "s,ociedade informatizada" e
"sociedade das mudanças de poder" (Ohmae, 1991;. Cetron e
Davies,I989 e 1991; Nalsbitt e Aburdene, 1990; Toffler, 1991;
Drucker, I989 e 1991).Ainda não se acham bcm defmidos, nesse
novo. contexto mundial de mudanças nas sociedades, os rumos quc
a Dinâmica dc' Grupo poderá tomar, mas é lícito supor que
estejamos no limiar de sérias revisões e transformações tambétn
neste contexto, pois os indícios disponíveis apontam para a.
intensificaçãQ da importância c da relevância social '4as pesquisas a
esse respeito.
No Brasil, mesmo antes do surgimento oficial da profissão de
Psicólogo e dos primeiros cursos superiores fonnais de Psicologia no'
país, eram realizados cursos, seminários, conferências etc: a res.peito
de Dinâmica de Grupo. Sabe-se, por exemplo, que no inicio da década
de 1960, entidade~ como o Centro de Psicologia Aplicada, no Rio de
Janeiro, promoviam seminários de Dinâmica de Grupo e Psicodrama,
sob a coordenação de Picrre Weil, valendo-se de técnicas anunciadas
corno "inspiradasno T Group de Bethel e no Pslcodramade Moreno, tal
como são feitosnos EstadosUnidose na França"(CEPA,1963):Enquanto
não surgirem doewncntos que provem o contrário, é bem possível que
Weil tenha sido o pioneiro, no país, na introdução da Dinâmica de
Grupo.
Data igualmente desse mesmo período a publieação de obra
que difundiu as noções de "laboratório de sensibilidade", centrado
no treinamento de sensibilidade social, de grupo T, de dinâmica
QÓ
22 Maria Fernanda Mazzlottl Barreto
Lane (1985), numa visão materialista histórica, diz que
", o estudo de pequenos grupos s~ torna necessário para
entendermos a relação individuo-sociedade, pois é o grupo
condição para que ele supere a sua natureza individualista,
se tornando um agente consciente na produção da história
social (p. 90).
23
Diriâmlca, de Grup'o: breve histórica
interpessoal, assinada pela Professora Feia Moscoviei, que passou a
se encarregar da disciplina Dinâmica de Grupo no Curso de
pós-Graduação em Psicologia da Fundação Getúlio Vargas, no Rio
de Janeiro (Moscoviei, 1965).
Ao longo do desenvolvimento da prática, da teorização e do
ensino de Dinâmica de Grupo, diferentes concepções surgiram,
direcionando a atuação do profissional que trabalha neste campo,
de acordo com a crença cm cada uma destas concepções. Para
alguns, elase refere "a um tipo de ideologia politiea, interessada nas
formas de organização c direção dos grupos"; para outros,
'''refere-se a utn conjunto de técnicas, tais c~mo o desempenho de
papéis, discussões, observação efeedback de processos coletivos";
ou. ainda, para outros
refere-se a um campo de pesquisa dedicado a obter
conhecimento a respeito da natureza dos grupOS, das leis,
de seu desenvolvimento e de suas inter-relações com os
.Indivlduos, outros grupos e instituições mais amplas
. (Cartwright e Zander, 1967,p. S).
Dj,nâmica de Grupo na formação e
n;qexercício profissional
: '.~";,.,;'..... Tendo por baSe, inicialmente, duas contribuições à literatura
sR~~~afonnação de psieólogos no Brasil, assinadas por Seminério e
c?)~b()radores(1987) cWiUcrc colaboradores (1992), é de se destacar
o.papel que a disciplina Dinâmica de Grupo exerce, como parte do
ctBículo dos Cursos de gràduação em Psicologia. Embora a mesma
não..seja mencionada nas pesqtllSas de Seminério et aI. e de Witter et
~l.,.,os primeirosse referem a um ponto que se relaciona com a
t~,âriz,aÇão,a pesquisa e a prática em Dinâmica de Grupo: "a expansão
.~~':_Psicologia comunitária como um dos campos aplicativos mais
f~~êntes" (pA2). WiUer e colaboradores, por sua vez, relatam que,
~P.\ie. as disciplinas incorporadas aoS currículos dos cursos de
:;&tMll3ção em Psicologia, figuram "Introdução à psicologiaComunitária,
~~~@)íbgiaInstitucional,e SaúdeInstitucionale do Trabalho" (p.18?).
'[1\} .
- j
Paralelamente, uma outra abordagem surgiu nos anos 40, com
o objetivo de' aperfeiçoar os processos democráticos. Conhecido
como movimento de "relações humanas", teve como foco principal O
Laboratório Nacional de Treinamento em Desenvolvimento de
Grupo nos EUA, fundado em 1947 com a ajuda do Centro de Pesquisa
de Dinâmica de Gmpo. O método exigia que cada participante
examinasse e discutisse eventos de maneira bastante aberta, dentro
do seu próprio grupo. Esse procedimento gerou uma fomla de
aconselhamento para os participantes e a ênfase na compreensão de
si mesmo chegou até a deslocar ó interesse inicial por grupos. Os
adeptos dessa abordagem prática desenvolveram uma compreensão
especial do valor dos chamados "grupos de sensibilidade" e "gmpos
de encontro", não baseada em resultados de pesquisa.
Os principais aspectos considerados nesta última orientação,
de trabalho com grupos (de sensibilidade e de encontro), assim
como as controvérsias e os problemas ligados á avaliação de seus
resultados têm sido objeto de várias revisões detalhadas, entre as
quais as de Moscovici (1965,1985).
De acordo com Phares (1979), o movimento de encontro surgiu
cm meados do século XX, a partir dos grupos de treinamento em
relações humanas (grupos T) e da Dinâmica de Gmpo. Lewin
organizou os primeiros gmpos T em 1946, em virtude da necessidade
de ajudar lideres comunitários nos EUA a compreender e aplicar
dispositivos legais referentes á igualdadc de oportunidades de
trabalho. Foram organizados grupos 'de 'dez membros cada um, que
passaram a se reunir e a interagir por meio de discussão em grupo,
role-playil1g c treinamento em soluções altema!Ívas. Os líderes dos
grupos logo perceberam a vantagem de compartilhar suas observações
e análises do que acontecia durante as reuniões, além de apresentar
essas observações e análises aos membros de cada grupo, a fim de
ajudá-los a melhorar as relações humanas. Como' resultado dessas
experiências, deu-se a fundação dos "National Training Laboralories"
(NTL), em 1950, que desempenharam um papel decisivo na
intensificação do trabalho em Dinâmica de Grupo com o uso quase
terapêutico junto a pessoas "normais". Os grupos T, sob a liderança
21
deisNTL antes mencionados, passaram a ser úm veículo importante de
ciesdmento pessoal e autoconsciência e à influência da Dinâmica~e
Grupo lewiniana foram acrescidas a~ idéias humanisticas de Rogers c
Maslow e, mais tarde, gestált:icas (Ferls) e transacionais (Beme), de
modo que os grupos T se convertcnU1l, em grande parte, em "grupos de
encontro" e "grupos de sensibilld.de" (pp. 431-432).
Atualmente, há diferentes concepções sobre o trabalho com
grupos, que variam de acordo com a metodologia e o referene'ial
teórico adotados.
Numa abordagem tradicional, Cartwright e Zander (1967)
propõem que a Dinâmica de Grupo.
... se defina como um campo de pesquisa dedicado ao
conhecimento progressivo da natureza dos grupoS, das leis
de, seu desenvolvimento e de suas iRter~relaçóes com
Indivíduos, outros grupos e instituições mais amplas. Pode
ser identificada-por quatro características distintivas:
a, uma acentuação da pesquisa empírica, teoricamente
significativa;
b. um interesse pela dinâmica e pela interdependência
entre os fenômenos;
c. uma importância geral para todas as ciê':'lcias sociais; e
"d. a aplicabilidade potencial dos 'resultados nas tentativas
de aperfeiçoar o trabalho dos grupos e suas conseqüên-
cias nos indivíduos e n. sociedade (p. 10).
Numa abordagem dialética, Lapassade (1977) vê que a
Dinâmica de Grupo leva, na re.lid.de, a um. diaiétic.
dos grupos. O emprego do termo di.lética justifica-se
desde que por ele se entenda uma 16gica do inacabamento, .
da ação sempre recomeçada (p. 227).
Segundo ele, o grupo se organiza num processo que jamais
~~~garáa Ulna totalização, não há nlaturidade: dos grupoS. Essa
.,9fg~ni:z;ação se dá no movimento do grupo contra a serialidade, isto
:;~ipafusão.
'..r'i~..
.. :;',,'
'B)':ri,imlcade Grupo: breve históricoMaria Fernanda M'azziotti Barreto20
r-
-¥
" ,
'.;
I .
... lidar com seres huma-
nos não como indivíduos
ísolados, mas no meio de
grupos sociaís.
19
,Ainda nessa época, nUlllerosos .estudos foram feitos sobre
caràcieristicas de liderança, embora pOllcas conelus"cs tcnham
resulÚldo dos mesmos.
Apenas a partir de 1930 é que o estudo científico de pequenos
grupos começou a tornar vulto e deu-se a criação de inúmeros
centros de pesquisa voltados especificamente para a investigação
dos fenômenos grupais com conseqüente aumento da literatura a
respeito dos mesmos (Knowles e Knowles, 1967).
. Houve nos anos subseqüentes à Segunda Grande Guerra un1
clima favorável nos Estad.os Unidos para a implementação de
pesquisas no campo de Dinâmica de Grupo, bem como uma
convergência de interesses, quer da sociedade de forma geral, quer
de .t,endências nas ciências sociais.
Tanto o Governo Federal como o -
muii'do deiSnegócios, além de institui-
ç(í'e~ acadêmicas apoiaram financei-
rainente 'pesquisas que propiciaram o
aperfeiçoamento das relações humanas
(Carlwright e Zander, 1967).
.. Zander (\ 979) nos relata que o
elil11a vivido nos anos de 1940, de
cl6rnínio das ditaduras européias que
favpreciam a agréssão internacional e (1..'1
.f()rt~::depressão econômica n1undtal, 'exigia das nações dcnl0cráticas
uma ,ação mais eficaz. Para tanto, muitos pensadores pediram mais
pesquisas para o fortalecimento da democracia. Assim,
Os cientistas, especialmente psicólogos SOCiaIS,
começaram a conduzir estudos sobre discussão de grupo,
produtividade de grupo, mudança de atirude Ollproblemas
na liderança, e a testar suas teorias em programas de
pesquisas. Por causa dos testes das teorias serem feitoS
através de experimentos controlados, o número de
investigações'de laborat6rio (necessariamente, com grupOS
relativamente pequenos) aumentou grandemente. MuitoS
estudiosos naqueles tempos acredit.."lvam firmemente que O
trabalho expedmental logo forneceri a maneiras de
fortalecer os métodos democráticos (bnder, 1979,p. 419).
. ,"
D.ihâ'in~ica de Grupo: 'breve hIstórico
Lewin. I
Maria Fernanda .Maúiottr Barreto
compreensao científica profunda da função de liderança e .
da. cultura e de outros aspectos essenciais da vida grupal
(Lewin,.pud Z.nder, 1979,p. 418).
18
A evolução da literatura sobre Dinâmica de Grupo, ainda de
acordo com Zander (1979), inelui textos precursores sobre aspectos
psicológicos do grupo, que retrocedem até 1890. Mas a expansão
e.fetiv.a .des~aliteratura só ocorr~a par-
tir da década de 1940, após os artigos
de Lewin.
O casal Knowles (1967) expres-
sa sua surpresa ao constatar que, apesar
. de o desenvolvimento do homem se dar
em grupos, o estudo da vida em peque-
nos grupos só se deu após séculos de
estudo dos aspectos mais amplos da or-
ganização social.
O tcxto de Knowles e Knowles,' nas páginas 12-19, cita
filósofos europeus que, no final do século XVII, começaram a
especular sobre a natureza social do homem e sobre a relação entre o
indivíduo e a coletividade. Menciona Comte e' Spencer como os
primeiros sociólogos que, no século XIX, passaram a estudar
movÍlnentos de massa e comportamentos coletivos, acrescentanúo que
foi apenas nà virada do século e inicio do século XX que sociólogo~
começaram a se interessar pelos processos e mecanismos de conlrole
social exercidos pelos pequenos gnlpos.
As primeiraspesquisas experimcntais tinham, segundo
Hare, Borgatta e Bales (apud Knowles e Knowles), como tema o
controle social do comportamento.
O casal Knowles também cita Lindeman que, em 1920, desa-
fiou o estudo especulativo dos sociólogos, propondo um método
empírico para pesquisar grupos fimcío.nais.
Várias estudos relevantes sobre processos grupais como solu-
.ção de problemas, diagnóstico de problemas hUlllanos nas organiza-
ções, controle dos grupos e outros, feitos por ElIiot e Sheffield, Follet,
Freud, Kolb e Walson, são citados por Knowles e Knowles, Gomo
-onresentativos da literatura de pesquisa típica dos anos vinte.
6)---
I
execução de urna tarefa, mas em um cUllo espaço de tempo essa união
e a colaboração cediam lugar ao traballlO isolado de cada tun dos
participantes. No grupo democrático, no qual as decisões eram
tomadas em conjtmto, líder e crianças, buscando uma solução que
satisfizesse a todos, houve momentos de tensão, porém, a
agressividade ocorrida nunca se p.".':s~11.ali?:91',!.ponto de cril'~_
"bode expiatório".
Poderíamos aqui nos estender mais sobre os resultados dcsta
pesquisa, porém, não é esse nosso objetivo. A intenção 'é de, em
primeiro lugar, apontar uma pequena parte de um trabalho
. considerado relevante como marco histórico do nascimento da
Dinâmica de Gmpo. No entanto, não se pode também deixar de
destacar que esses climas de grupo foram criados artificialmente, o
que, não necessariamente, corresponde ,à realidade. O monitor,
treinado para executar o papel de líder autoritário, deternÍinava as
tarefas 'ou 'os passos a .serem executados, um a um, sem
explicitar-lhes os objetivos, sem se preocupar com o scu progresso ou
com o aperfeiçoamento da maneira pcla qual os páticipantes a
realizavam. O eomportamento que mantinha eom maior obstinação'
era o de exercer o domínio sobre os seus comandados. Por outro lado,
o líder democrático apresentava um comportamento amistoso c
amável, evitava situações de c,?nfronto e mesmo de dificuldades
entre os mCInbros, e entre estes e a tarefa
E d' f d I'd ' a ~er executada: Esses dois tipos de
sses OIS 'pos e I eran- liderança, a autoritária e a democrática,
ça, a autoritária e a demo- quando exercidas na sociedade, não são
crática, quando exercidas tão simples de se realizar.
na sociedade, não são tão Os seus esforços pioneiros de in-
. I d ,. vestigação científica, conforme relata-slmp es e se rea IZar. '_ .I dos até aq:u, Ílzeram com que Lewm
---- fosse conVidado em 1944 para orgaOl-
zar e dirigir o primeiro ccntro de pesquisas em Dinâmica de Gmpo
no MIT (Massachusetts Institute ofTechnology).
Após sua morte em 1947, o centro por ele criado mudoll-se
para a Universidade de Michigan em Ann Arbor. O "Research
Center of Group Dynamics" é uma divisão do "Institutc for Social
Research", organização autônoma dentro da Universidade, Seus
Ainda que o trabalho de investigação científica dos
.. grupos tenha poucos anos, eU não hesito em predizer que o
trabalho de grupos - Isto é lidar com seres humanos não
cOnio indivíduos isolados, mas na me,ia de grupos sociais -
será em breve um dos mais lrnportantes campos teóricos e
práticos ... Não é possível criar um mundo melhor sem uma'
programas de pesquisa, ensino e aplicação se baseiam em
princípiosdc Dinâmica de Gr\lpo que podcm ser estabelecidos in-
,dependentcmente dos propósitos das atividades específicas dqs
grupos (Krech, Crutchfield e Ballachey, 1962; Ross, Alexander e
Basowitz, 1966; Schultz, 1969; Gauquelin, (984).
Os estudos clássicos de Lewin foram posterionnente resumidos
em dois livros: Field Iheory in lhe social science e Resolving social
coiiflicts.
..Ao historiar as origens da Dinâmica de Grupo, Back (\984)
assinála ainda a relevância da contribuição de outros pioneiros: os
experimentos de Mayo e Roethlisberger sobre grupos numa fábrica,
os, de' Sherif sobre conflitos num grupo de acampamento e
des~nvolvimento de padrõesgrupais, e os estudos sociométricos de
Mo(eno com grupos residenciais. Ainda de acordo com Back, os
p~onei[os citados criaranl diferentes técnicas de pesquisa e
contribuírain para propor difercntes locais 'ou contextos em que a
Dinâmica de Gmpo podia ser pesquisada.
, A Dinâmica de Grupo foi assim se desenvolvendo, tomando-se
um, ..campo de pesquisa, quer realizadas em laboratório, quer enl
campo, com o objetivo de estabelecer li relação de causa e efeito entre
oS,fel1ômenos grupais e, dcsta fonna, poder prcdizer sob que condições
~,~~...comportamentós podem ocorrer. Aléln disso, evoluiu tambéln
c9i~.o.rampa de aplicação relacionado - a uma larga variedade de
P:f~bl~mas e contextos, evolução que Sé acha sintelizA1da em Zander
(1979). Essa evolução ganhou a forma de diferentes abordagcns e urna
gr01~demultiplicidade de aspectos variáveis e direções de pesquisa, os
qüais nmdanlentam o trabalho dos que se dedicam ao scu cstudo e à
süa ~plicação. '
Em uma de suas ,contribuições para o estabelecimento da
Dinâmica de Grupo como área de pesquisa, teorização e aplicação,
Kut:i: Lewin assinaloll que:
17", .'Oi~âinrca de Grupo: breve históricoMaria Fernanda MazziotU Barreto16
h
, ,
:r --,- '"'t'i"~..-.;:
pesquisa e a teorização dos grupos à luz da Psicologia são mais tar-
dias e decorrem principalmente dos empenhos do Psicólogo Social
alemão, Kurt Lewin.
Foi em 1936 que, com Kurt Lewin, surgiu nos Estados
Unidos a Dinâmica de Grupo como campo de pesquisa. Aliás, foi
Lewin quem introduziu o termo Dinâmica de Grupo nas ciências
sociais. Interessava-se,.mais particuh~fT!l'enteJ em conlu:~cer, através
de pesquisas com pequenos grupos, os macro-fenômenos sociais
(Cartwright c Zander, 1967; Mailhiot, 1991).
Kurt Lewin era alemão de origem, nascido na cidade de
Mogilno em 9 de setembro de 1890, e por ser de uma familiajudia,
desde cedo entrou em contato .com 'o que se tornou para ele tema de
seus estudos ao longo da vida, a minoria e suas conseqüências.
Estudou nas Universidades de Friburgo, Munique e Berliin,
doutorando~se em Psicologia nesta ~ltima, em 1914, sob ,a
orientação de Carl Stumpf, diretor do Laboratório de Psicologia
dessa Universidade. Lewin estudou também matemática e fisica.
Admitido como professor da Universidade de Berlim, fez parte do
grupo de psicólogos genericamente designados como gestaltistas;
realizou pesquisas sobre associação e motivação e começou a
desenvolver suas concepções a propósito da teoria de campo. As
ameaças do nazÍst~o, eritão em expansão na Alemanha, fizeram
com que Lewin emigrasse para os Estados Unidos em 1935, sendo
acolhido primeiramente pela Universidade de Iowa. Suas pesquisás
nas áreas de Psicologia Social é Desenvolvimento HUluano
granjearam-lhe grande prestígio nos meios acadêmicos.
Datam da scgunda metade dos anos trinta as suas investigaçõcs
que redundariam no nasCimento e na expansão do ,ulOvimento de
Dinâmica de Grupo, primeiro nos EUA e posteriOlTIlente em escala
mundial. Entre os traballlOs de Lcwin geralmente apontados como
decisivos nesse. sentido, figuram a pesquisa experimental de Dinâmica
de Grupo que ele realizou eom Ronald Lippitt sobre autoeracia e
democracia, publicada na revista Sociometry em J 938. Nesta, os
resultados mostraràm que nos grupos detno"ráticos a originalidade dos
indivíduos, o sentime~to de nÓs e~aco~peraçãoe{líl'ese~ls me-;'-;-bros
~ão muito rnaiores~q;~~os grupos CIUO líder era autocrático: Ne;;es
-Mlimos, quand~ era necessário um -trabalho cooperativo, os
15
IN ..os grupos democraticos a
originalidade dos indiví-
duos, o sentimento de nós e
a cooperação entre seus
membros são muíto maiores
que nos llrupos cujo lider
era autocrático.
,"i."
DInâmica. de Grupo: brevehistór[co
participantes se reuniam em subgrupos apenas quando se lhes era dada
a ordein pelo llder. Nos grupos deinocráticos, esta reunião era
. espontânea e durava o dobro do tempo que a dos grupos autocráticos.
Seu famoso relato,em colaboração com Lippitl e Whitc,
sobre um estudo de comportamento agressivo em "Climas sociais
. criados experimcntalmente", foi divul-
gado em 1939 no Journal of Social
psycholagy ..
~s.se estudo visava conhecer o
,comportamento do grupo como um
todo e de cada participante, em especial,
sob a influência de diversos tipos dc
liderança 'ou de atmosfera grupal:
Foram. criadas experimentalmente
atmosferas democráticas, autocráticas e
/aissezjaire em gmpos de crianç~s, nos
q.~ais se tentou assegur.ar uma
comparabilidade inicial através' de teste sociométrico, observações,
escolaridade, entrevista com professores c com as próprias crianças,
al~rri de serem utilizadas as mesmas atividades coletivas e o I11CSIl?O
anlbiente fisico. Os diferentes tipos de liderança não foram cliados
çptn a..intenção de se reproduzir os existentes na sociedade. A
inv.estigação I2retendia descobrir as variações de comrJOrtam~llo do
iidere,.confomlc descrito acima, sua in.fl~êllci-ª-n5~ ~omp~r~mcnto
griípal e de' cada um dos membros do grupo. Ou seja, visava criar
ãmbiéntes para apreender a ~~bJâce,;t~ DitJifnuca de Grupo. Segundo
Cartwright c Zander (1967), "esta parece ter sido a primeira vez que
Lewin utilizou o termo Dinâmica de Grupo"'(p.35).
Esse trabalho mostra como- crianças de gtupos cuja liderança
era autocrática, que se mostravarn bastante submissas a esse tipo de
líder" reagiram agressivamente quando receberalll um líder nlais
liberal. Ainda sob a liderança autocrática, em alguns momentos
reagiam agressivamente uns com os oulfos ou com o material de
trabalho; mas sempre que surgia alguma dificuldade, apelavam para o
líder 'em busca de solução. Sob a liderança loissez faire, os
..£omI2ortarnentos agressivos entr~!!1ell1bro~ do grupo eram ainda
'mais intellSOS. 'Eventualmente reuniam-se alguns deles para a
Maria Fernanda Mazzlottl Barreto14
h
....-;. ..
M<lfi,l Femanda ?v\. B<1freto
.~
, ,,
~
;'.
"", Fazer um levaniamento histórico da Dinâmica de GIUpO é
~#:~.~.~~áFio,para que se possa entender os seus fundamentos. Atntvés
~?..conheéimento de como se desenvolveu, ,que caminhos
~~f99~.erarnos teóricos que se interessavam pelo. estudo da natureza
diJs,grupos e de seus fenômenos e quais eram seus objetivos, podé-se
à.y~liara sua importância h~je, seja para a c01uprcensão do
çqmportanlcnto grupal, seja para a sua aplicação,
A temâtica dos grupos sociais ,--
f(li objeto da preocupação ciosso.ci610- IF m levantamento his-
g d d '6 d' d 'I' azer u"ps es e os pnm r lOS a sacIo agia, . . . - 'c de Gru
9,omsuasdistinções a respeito de dire- tonco da Dlnaml a •
rentes tipos de grupos c da preocupa- po é necessário., para que
,~~o,com, a anâlise das caracte'rísticas se possa entender o.s seus
, ~~~enctals dos grupos bumanos, tendo fundamentQs, avaliar sua
',Ro( pano de fundo as antigas especula-. _.. .-
~ões dos filósofos sobre tal tema, A ImpQrtâncla e aphcaçaQ,
--'
Maria Fernanda Mazzio.tti Bar"
'- ~,."
capítulo I
-~00~.Ai!~h"
, )~":
Q,à:~'.
Hoje, as Direuizes Curriculares, elaboradas pela Comissão de
~: Especialistas na área de Psicologia, do MEC-SESU, que substituíram ',g:J'" ,o CurríCuloMínimo, também descrevem o trabalho com giupos, em
seu artigo lO', que trata das competências básicas requeridas para a
atuação do psicólogo; estabelecendo que ele deve "(",) coordenar e
manejar processos grupais, considerando as diferenças de formação e de .
valores dos seus membros" (200 I, p, 12),
Este livro pretende ser uma contribuição. para O conhecimento,
entr.e autros, de cama está sendo feita, na atualidade, o 'ensina da
dii~;plina Dinftmica de Grupo. e Relações Humanas nos cursas de
Psicolagia, Um meUtor canhccimenta de cama este ensino vem
sendo realizado e cama a aprendizagem está se processando. em seu
contexto poderá' ajudar a esclarecer um aspecto ainda obscuro da
farro'açãa profissianal dos psicólagas,
Neste sentido, são aqui relatadas pesquisas feitas por mim
com estudantes que haviam acabado de passar pelo processo
ensino-aprendizagem da disciplina e com psicólogos atuantes em
diversas áreas profissionais, com no m[nimo dez anos de formados .
.Além disso) visando mostrar os recursos que o co~1hecimelltodo
trabalha em gmpa praporcianam; uma outra autora rclala a pesquisa
desenvolvida com professores de disciplinas teóricas que ulili:<aram
técnicaspsicadramáticas eloudeDinâmica deGrupo no desenvolvimento.
de ;scu trabaUto com as estudantes, Outra relata O trabalho prático
realizado com estudantes, por meio de técnicas e vivências grupais,
visando.desenvalver as relações inlerpessoais entre eles:
Finalizando., há um conjunta de técnicas criadas par alunos
de graduação em Psic.ologia, as quais foram vivenciadas por eles
enquanto. cursavam 'a disciplina Dinâmica das Grupos e Relaçães
lnterpessoais,
Retomando, esperamos quc os conhecimentos aqui contidos
passam contribuir cam docentes da disciplina e estudantes de
cursos de graduação em Psicologia ou áreas afins no sentido de, em
canjunta, repensar não. Só a farmaçãa camo a atuação. prafissianal
nos mais .diversos contextos.
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