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LEI 12651/2012 NOVA LEI FLORESTAL BRASILEIRA ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE, RESERVA LEGAL E INSTRUMENTOS ECONOMICOS NA ATUAL REDAÇÃO José Gustavo de Oliveira Franco Consultor da Passos de Freitas & Oliveira Franco Advocacia INTRODUÇÃO Lei 12.651/12 - Regras de Transição e Novas Regras para: Áreas de Preservação Permanente Reserva Legal Instrumentos Econômicos PROBL. SOCIOAMBIENTAL E FUNÇÕES DAS APPS E RLS (PÓS MP 1.956-50/2000) Recursos Hídricos Proteção - qualidade e quantidade Biodiversidade Habitat e Corredores Ecológicos – Conectividade Mudanças Climáticas Manutenção e Sequestro de Carbono Todos Serviços Ecológicos Florestais Associados a sua distribuição espacial rural Visam Paisagens Sustentáveis X Áreas já Ocupadas ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE Conceito: Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas; (Art. 3º, II da Lei 12.651/12) SERVIÇOS AMBIENTAIS HÍDRICOS APP’S FRAGMENTAÇÃO FLORESTAL Cenário Atual com fragmentos florestais remanescentes. CONECTIVIDADE E PROTEÇÃO NA IMPLEMENTAÇÃO DAS APP’S Cenário de recuperação da cobertura florestal das APP’s – 30 m Conexão de todos os fragmentos florestais significativos existentes. APP’S RIPÁRIAS OU CILIARES APP’S RIPÁRIAS OU CILIARES Lei nº 12.651/12 Áreas de Preservação Permanente Art. 4º APP’S POR DISPOSIÇÃO LEGAL (ART. 4º) Cursos d’água naturais perenes e intermitentes, excluídos os efêmeros, a partir da calha do leito regular. (inc.I) Raio de 50 m no entorno de nascentes e olhos d’água perenes. (inc. IV) Em veredas, (50 m) a partir do espaço permanentemente brejoso ou encharcado. (inc.XI) Várzeas e áreas úmidas sem definição clara – pelo art. 6º somente se declaradas como APP. Topo de Morros, Montes, Montanha e Serras: Terço superior, H maior que 100 m; decliv. média maior que 25º. Decliv. superior a 45º, Bordas de Tabuleiros ou chapadas, altitude superiores a 1.800 m, Restingas, Manguezais. APP’S POR DISPOSIÇÃO LEGAL (ART. 4º) Lagos e Reservatórios: (II e III) Naturais: Rurais 100 m, se ≤ 20 hect. = 50 m. Urbanos 30 m. Artificiais: Definido na Licença – Energ./Abast. Urb. 15 a 30m; Rur. 30 a 100m. (art. 5º) Se não decorrente de barramento não demanda APP. (art.4º§1º) Acumulações naturais ou artificiais inferiores a 01 hect não exigem APP sendo vedada nova supressão (art. 4º § 4º) REGRAS DE TRANSIÇÃO P/ APPS O tratamento e os benefícios dados às Pequenas Propriedades Familiares são estendidos aos Imóveis de até 4 Mód. Fiscais (Art. 3° Parág. Único). É autorizada em APP’s a continuidade de atividades agrosilvopastoris, turismo rural e infraestrutura associada em áreas consolidadas antes de 22/07/08 com as ressalvas da Lei. (Arts. 59 61-A, 61-B, 63) Obs: Sem ressalva para residências e infraestrutura supra. (§12, art.61-A) Recorde-se que somente mediante inscrição no CAR e adesão ao PRA. Para Áreas Urbanas consolidadas é permitida a regularização fundiária e ambiental em caso de Interesse Social e de Interesse Específico. (Arts. 64 e 65) IDENTIFICAÇÃO ÁREAS CONSOLIDADAS Fonte: Imagem Google Earth SIG: O Autor APP’S CONSOLIDADAS E RECOMPOSIÇÃO Áreas de Preservação Permanente Ripárias (art. 61-A) Tamanho Imóvel em Mód. Fiscais Largura Rio / APP % máximo do imóvel atingido APP (Todas - art 61-B)Até 10 m Mais 10 m 0 – 1 5 m (Ln, N 15) 5 m 10% 1 - 2 8 m (Ln, N 15) 8 m 10 % 2 – 4 15 m (Ln, N 15) 15 m 20 % 4 – 10 20 m (Ln 30, N 15) 30 – 100 m (1/2) Rec. Integral ˃ 10 30 m (N 15) 30 – 100 m (1/2) Rec. Integral De 0 a 4 Mód. = 90% dos imóveis e 27% da área agrícola do País. Fonte: MMA e INCRA REGIME DE RECOMPOSIÇÃO A recomposição das APPs poderá ser feita: (Art.61-A,§13) Regeneração de nativas (I) Plantio de nativas e/ou plantio conjugado com regeneração (II e III) Plantio intercalar de Exóticas (lenhosas de ciclo longo) em 50% para imóveis Agric. Familiar (e os de até 4 mód). (IV) Edificações - Residências e infraestrutura em geral – serão mantidas em APPs independentemente da localização ou distância desde que não haja risco. (Art.61- A,§12) Em Bacias Hidrográficas consideradas críticas poderão ser estabelecidas metas e diretrizes de recuperação da vegetação nativa superiores às previstas nos §§ 1º a 7º, mediante requisitos específicos. (§ 17) REGIME DE EXPLORAÇÃO DAS APP’S Simples Declaração ao Org. Amb. para Propriedade Familiar e Pequenas Propriedades: (arts 3º, V e Pár. Único; art. 52) Exploração Agroflorestal Sustentável que não descaracterize a cobertura vegetal e não prejudique a função ambiental da área. (IX, b – Interesse Social) Exploração Agroflorestal e Manejo Florestal Sustentável, familiar ou comunitários, incluindo a extração de prod. Florestais não madeireiros que não descaracterize a cobertura vegetal e não prejudique a função ambiental da área. (X, j – Baixo Impacto) Pequenas vias, pontilhões, acesso a água, cercas, trilhas, plantio de nativas, etc.(X, Baixo Impacto) RESERVA LEGAL (ART. 12) Conceito: (art. 3º, III) Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa; Na Amazônia Legal: 80% em áreas de florestas, 35% de cerrado e 20% em campos. Obs. Considerados separadamente caso abranjam o mesmo imóvel. Demais regiões do país: 20% Deve ser inscrita no CAR Cad. Ambiental Rural e não mais averbada(art. 18) RESERVA LEGAL (ART. 12) Possibilidade de Uso: Permite explor. econômica mediante Plano de Manejo Florestal Sustentável PMFS Licenciado (arts.17 e 30) (Simplificado para Peq. Propriedades - art. 57) Manejo sem fins comerciais para consumo no imóvel, independe de licenciamento (até 20 m³) devendo ser declarado previamente ao Org. Ambiental (art. 23) Para Prop. Familiar e Peq. Propr. manejo eventual e sem fins comerciais limitado a 2 m³/h, 15% da biomassa da RL e 15 m³ de lenha/ano por imóvel. (art. 56,§§1, 2 e 3) Tratamento semelhante para o uso e manejo dos demais Remanescentes Florestais. Observar restrições no Bioma Mata Atlântica Lei 11.428/06 e Dec. 6.660/08. POTREIROS Áreas de Mata utilizadas como “potreiros” e os impactos no sub-bosque. Simplificação do ecossistema, redução da biodiversidade e comprometimento da regeneração por sucessão ecológica e perenidade do remanescente. Irregular perante o Código Florestal - 12.651/12 e a Lei da Mata Atlântica 11.428/06 RESERVA LEGAL (ART. 12) Para Áreas Consolidadas: Permite computar o % das APPs como RL, sendo vedada nova supressão (art.15) Prazo de 2 anos (28/05/14) para iniciar a recomposição das RLs desmatadas após 22/07/08. (§4º art.17) Para imóveis até 4 Mód Fiscais em 22/07/2008, o % da RL está limitado aos remanescentes de vegetação nativa existentes.(art. 67) Se a supressão ocorreu quando a legislação permitia o proprietário não é obrigado a recuperar a RL, independente do tamanho do imóvel (art. 68) RESERVA LEGAL (ART. 12) Recuperação dos Passivos: (art.66) Regeneração Natural. Recomposição: 1/10 a cada 2 anos podendo até 50% ser em regime intercalar com exóticas ou frutíferas em sistema agroflorestal. Compensação: Aquisiçãode CRA; arrendamento de área sob regime de Servidão ou de RL; doação de área em UC pendente de regularização; Cadastr. excedente de RL em outro imóvel do proprietário. Requisitos: Equivalente em extensão; localizada mesmo Bioma; se fora do mesmo Estado, somente se em áreas identificadas como prioritárias. LOCALIZAÇÃO RL INTERPRETAÇÃO SISTÊMICA Critérios de Localização da RL para Regeneração Natural e Recomposição:(art.14) Plano de Bacia Hidrográfica Zoneamento Ecológico-Econômico Formação de Corredores Ecológicos com outras RL’s, APP’s, UC’s ou outras áreas protegidas. Áreas de maior importância para a conservação da Biodiversidade, e Áreas de Maior fragilidade Ambiental. (Solos, Estab. Geológica, Rec. Hídricos, etc.) Definição de Áreas Prioritárias, para fins de Compensação: (art. 66) Buscará favorecer, a recuperação de bacias hidrográficas excessivamente desmatadas, a criação de corredores ecológicos, a conservação de grandes áreas protegidas e a conservação ou recuperação de ecossistemas ou espécies ameaçados. Finalidade: Paisagens Sustentáveis – Biodiversidade e Recursos Hídricos INSTRUMENTOS ECONÔMICOS - INDUTIVOS (LEI 12.651/2012) Instrumentos Econômicos (Cap. X. arts. 41 a 50) Pagamentos por Serviços Ambientais – PSA (art.41) Carbono/clima Biodiversidade Água e solo Paisagem e Serv. Culturais Cotas de Reserva Ambiental – CRA, etc. (art.44) Mercado para áreas florestais preservadas Isenções e incentivos para recuperação florestal (art.41) Potencialidade para intervenções mais efetivas visando a sustentabilidade socioambiental incluindo aspectos: Socioeconômico; solo; hídrico e biodiversidade. REFLEXÕES E QUESTIONAMENTOS FINAIS Mudanças pautadas em critérios socioeconômicos e não técnicos. Medidas Fixas das APPs de acordo com a largura do Rio e tamanho da propriedade? E o uso, tipo de solo, declividade, cobertura vegetal? Como ficam as Funções Ambientais das APPs após as mudanças? Fundamental concentrar esforços para a adequada implementação dos novos Instrumentos Legais para Planejamento e Gestão Ambiental Territorial: SICAR e PRA (Dec. 7.830/12 - SIG) ZEE e Planos de Bacia PSAs – Carbono, água e biodiversidade e CRA Planejamento por Propriedade consideradas as características ambientais locais. OBRIGADO! José Gustavo de Oliveira Franco
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