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e book 10 mandamentos EAP

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Os 10 Manda-
mentos de um 
Estudo de 
 ALTA 
PERFOR-
MANCE 
Pequenos passos que podem contribuir para 
seus estudos e abreviar sua jornada rumo à 
aprovação. 
Professor Odilon 1ª Edição 

OS DEZ MANDAMENTOS DE UM ESTUDO DE 
ALTA PERFORMANCE. 3 ......................................
Introdução 3 ........................................................................................................................
PRIMEIRO MANDAMENTO 5 ..............................
Não fique apenas lendo! 5 .......................................................
SEGUNDO MANDAMENTO 8 ..............................
Não fique sem revisar! 8 .........................................................
TERCEIRO MANDAMENTO 11 .............................
Não deixar de dar aquela pausa! 11 ........................................
QUARTO MANDAMENTO 13 ................................
Não deixe de dormir bem! 13 ..................................................
QUINTO MANDAMENTO 15 ................................
Não deixe de preparar seu próprio material de estudo! 15 ...
SEXTO MANDAMENTO 17 ...................................
Não deixe de simular seu conhecimento! 17 ...........................
SÉTIMO MANDAMENTO 19 .................................
Não deixe de compartilhar seu estudo! 19 ..............................
OITAVO MANDAMENTO 21 .................................
Não descuide da alimentação! 21 ............................................
NONO MANDAMENTO 24 ...................................
Não descuide da forma física! 24 ............................................
DECIMO MANDAMENTO. 26 ..............................
Não esqueça de MEDITAR! 26 ................................................
Conclusão 31............................................................................
OS DEZ MANDAMENTOS 
DE UM ESTUDO DE ALTA 
PERFORMANCE. 
Introdução 
Esse pequeno e-book que preparei para você é composto de algumas das dicas que dou 
nas primeiras sessões aos meus couchees. 
Na verdade, muitas delas até são de conhecimento geral, porém acabam não sendo aplica-
das. Mas, quando você está motivado o suficiente para um objetivo, colocá-las na sua roti-
na pode não ser tão difícil. 
E se eu lhe disser que elas, aplicadas na sua plenitude, podem abreviar vários meses dessa 
sua rotina solitária de estudo a espera da aprovação? Meses a menos para sua estabilidade 
econômica e financeira! 
Então, vamos lá. Para quem está acostumado a ler pilhas de livros por semana, este e-
book não levara 20 min. 
Como qualquer concurseiro, comecei a vida como vocês. Depois de decidir o concurso e 
acreditar nesse sonho, passei a seguir a concursada (boiada de concurseiros), mas, para 
seguir 100% da cartilha, faltavam recursos financeiros. Recém casado e pagando ainda a 
faculdade de Direito (pelo menos o insight veio antes da concursada, que só pensa nisso 
depois de formado), faltava-me dinheiro para o tão sonhado cursinho preparatório! 
Empiricamente, fui mudando e adotando diversas táticas de memorização e aprendiza-
gem, além do constante garimpo pelo melhor material didático, a fim de compensar o fato 
de não poder desfrutar das aulas dos professores de sucesso. Mais tarde fui para o lado de 
lá, como professor de cursos preparatórios, e vi que o resultado prático das aulas é muito 
pequeno, comparado com o investimento. Ainda: pode-se fazer um trabalho bem mais 
producente com menos tempo. Nessa época, apesar de trabalhar como professor de cursos 
desse tipo, em off, confidenciava a amigos e alunos mais próximos que os cursinhos não 
valiam a pena. 
Após passar em um bom concurso - assessor jurídico do MP/RS - passei por uma nova 
etapa de estudos. Ter que estudar com ainda menos tempo que antes e querer um concur-
so de ponta: procurador, juiz ou promotor. Novas táticas e métodos foram aprimorados. A 
aprovação veio em menos de dois anos, com muito suor, sacrifício e mais know how! 
Por fim, morando em Brasilia, cidade em que se respira concurso público, procurei enten-
der melhor COMO estudar, a fim de poder dar dicas mais práticas e poderosas aos alunos. 
Virar um coach de concurso acabou acontecendo de forma natural. 
Podem me cobrar mais tarde, daqui alguns poucos anos, ter um coach de concurso será 
como ter um personal trainer hoje. E, para sair na frente desse mercado, eu precisava tra-
zer algo a mais - tipo o treinamento funcional trazido pelos personais nos idos dos anos 
2000. 
Então veio o insight. Com as técnicas tradicionais - edital sintetizado, plano de estudo, re-
visões e etc. - acrescentei varias rotinas, fruto minha experiência - 30 anos de arte marcial, 
mais de 10 anos de magistério, cerca de 8 anos de Método DeRose. 
Hoje, apresento a ponta do iceberg: 10 dicas para aprimorar sua performance no seu estu-
do. 
Alguns dos mandamentos estão relacionados a um MÉTODO. Outros referem-se a hábi-
tos e rotinas que fazem parte de um ESTILO DE VIDA. E, assim, termino a introdução, 
para você refletir sobre as duas palavras grifadas: método e estilo de vida. 
1. 
PRIMEIRO MANDAMENTO 
Não fique apenas lendo! 
Uma das maiores falácias - palavra que vem do verbo latino fallere, que significa enganar - 
da concursada é achar que aquelas intermináveis horas sentado na escrivaninha lendo se 
chama estudar. 
Ler é uma atitude passiva. Estudar, por sua vez, requer uma atitude ATIVA e POSITIVA. 
Claro que, passados meses lendo a mesma coisa, você terá alcançado a aprendizagem, que 
significa ter armazenado seu conhecimento em uma caixa de longo prazo, aquela que esta-
rá disponível na hora da sua prova. Mas, se você seguir as dicas que darei em seguida, o 
tempo de aprendizagem irá diminuir em muito. Assim, você que tem bastante tempo do 
seu dia para estudar, poderá abreviar sua jornada. E, você que não tem muito tempo, vol-
tará a acreditar que pode passar no seu concurso publico. 
Saiba que seu cérebro não armazena dados, ele recria percursos neurais que fazem um 
conteúdo aparecer, novamente, na sua memória, como um flash. 
 
Conforme o percurso neural, uma região especifica será ativada. E esse percurso só será 
reativado depois que esse trajeto estiver bem fixado na sua mente. 
Quando você lê, apenas uma primeira etapa disso esta acontecendo. Ela irá se concretizar 
- ou seja: fixar um percurso neural passível de ser acessado posteriormente - quando você 
trabalhar ativamente para isso. 
Se você tem menos de 20 anos, não sabe disso, mas para quem viveu antes da era do copi-
ar e colar da Internet, sabe que aquelas cópias da enciclopédia BARSA funcionavam para 
fixar um conteúdo de um trabalho passado pelo professor, pois você estava ESTUDANDO:
(LEITURA + ESCRITA). 
Durante uma leitura passiva você esta apenas compreendendo e entendendo um ponto. 
Assim como quem assiste uma aula ou escuta uma conversa. Para aprender você precisa 
trabalhar isso, afinal, aprender é criar novos caminhos neurais! 
Então não esqueça: você somente estará fazendo um estudo profícuo se estiver lendo e es-
crevendo, ao mesmo tempo. Então aproveite e faça, simultaneamente, um resumo (você 
verá que ele será essencial mais adiante). 
 
 GRIFAR de amarelo fosforescente 
seu texto não é escrever! E foi consi-
derado como um dos MENOS efica-
zes métodos de estudo, nas últimas 
pesquisas sobre o tema. 
Abandone esse hábito, a menos que 
seja uma etapa preparatória para a 
confecção de um resu-
mo futuro! 
Agora a cereja do bolo: você sabia que, quanto mais sofisticado for o percurso neural, mais 
encrustada na sua memória ficará seu estudo? E como fazer isso? Incorporando imagens 
ao seu resumo. Isso mesmo, desenhando ou fazendo MAPAS MENTAIS. 
 
Ao contrario do marca texto, o MAPA MENTAL foi o campeão no ranking de melhor téc-
nica de estudo. 
2.SEGUNDO MANDAMENTO 
Não fique sem revisar! 
Lembra do papo do capitulo anterior, sobre os percursos neurais? Pois é! Infelizmente, 
esses percursos não ficam petrificados no cérebro. 
Sabe aquela lei do menor esforço? Ela, apesar de nociva em boa parte do tempo, é quem 
nos faz sobreviver em muitos casos. 
Nosso organismo é ditado por esta regra. Ele, inconscientemente, sempre procura uma 
maneira que gaste menos energia para sobreviver. Talvez ainda geneticamente estrutura-
do para os tempos pré-históricos, o corpo sempre acha que a energia esta prestes a acabar. 
O cérebro, como um dos órgãos mais importantes deste corpo, também faz isso. Ao invés 
de desbravar as remotas regiões cerebrais para fixar os novos conteúdos a que ele é bom-
bardeado diariamente, ele prefere regravar esses percursos nos mesmos locais dos anti-
gos. 
Funciona mais ou menos assim. Um novo conteúdo é um novo caminho neural que será 
compartimentado em uma rede neural. Essa rede são as ramificações - os dentritos - que 
vão construindo o quebra-cabeça do seu conhecimento. Por isso que não precisamos estu-
dar o capitulo 2 depois do 1, necessariamente. Quando estudarmos os dois, a conexão se 
dará automaticamente. Os filmes normalmente fazem isso, não sendo incomum o diretor 
nos mostrar os capítulos finais no prelúdio da obra, sem qualquer comprometimento com 
o entendimento da história. 
Se, ao estudarmos algo novo, quando as redes neurais são configuradas e arrumadas (va-
mos ver que isso ocorre durante o sono), houver uma rede inativa - não usada por um pe-
ríodo longo - ela será substituída. 
 
Um dia, um filosofo se debruçou sobre 
este fenômeno e descobriu a CURVA 
DO ESQUECIMENTO. Foi no final do 
século XIX, que Herman Ebbinghaus 
verificou que, após uma semana de seu 
estudo, 40% a 60% do que foi estudado 
estará perdido. Se o seu concurso for 
depois de transcorridos dois meses de 
seus estudos, apenas 5% daquilo que 
estudou será lembrado. Somente muita 
sorte mesmo para o examinador cobrar 
exatamente esse pequeno resquício de 
sua memória! 
Quantas vezes, em meio a questão sobre um assunto, você lembrou que estudou a matéria 
mas não sabe dar a resposta? Como driblar essa tal curva do esquecimento? 
Resposta: 
REVISAR! REVISAR! E, REVISAR! 
Veja que fantástico, para driblar a curva do esquecimento, você utilizará o material produ-
zido no seu ESTUDO ATIVO. Um verdadeiro 2 em 1 que lhe garantira meses de atalho 
na JORNADA DA APROVAÇÃO! 
Quando você revisa, você esta dando novo pico de absorção de um conhecimento e, ainda 
por cima , ficando com uma base maior de conhecimento consolidado. Há mais: a cada 
refrescada de memória, você, além de voltar ao patamar de 100%, torna mais lento o de-
caimento subsequente. Isso ocorre porque, ao revisar, esta dando a clara mensagem para 
o seu cérebro de que esse conteúdo é importante e que precisa ser preservado. 
Não podemos esquecer que o cérebro, sabendo que o bombardeio de informações é enor-
me, tende a colocar uma informação, quando em contato pela primeira vez, em uma cai-
xinha de curto prazo. Como ocorre com aquele numero de telefone que você sabe que 
nunca mais vai usar e que fica decorado por apenas 10 min na memória, o suficiente para 
fazer a ligação. 
O que a prática tem demonstrado, é que a concursada tende a ir estudando, ponto a ponto 
de um edital, e, ao final, quando faltam poucas semanas para a prova, querem revisar 
tudo. Ora, neste momento, aquilo que você viu há mais de um mês, terá que, na verdade, 
ser REESTUDADO, porque ja foi ESQUECIDO (olhe o gráfico acima). 
Quando você faz a revisão na semana seguinte, você perceberá que o tempo necessário 
será pequeno, pois você lembrará o que estudou (e não precisará reestudar). Tal qual 
ocorre quando você assiste um seriado, em que o diretor, antes do episódio começar, faz 
você relembrar toda uma temporada, em pequenos flashes que não duram mais de 5 min. 
 
3. 
TERCEIRO MANDAMENTO 
Não deixar de dar aquela pausa! 
Para entender esse terceiro mandamento, temos que voltar para os percursos neurais! 
Aquelas ramificações que formam a rede neural, que será a base para que você possa lem-
brar o conteúdo e responder a assertiva correta da sua prova, precisam de uma determi-
nada enzima. Depois de cerca de uma hora de ESTUDO CONCENTRADO, essa enzima se 
esgota e, ao menos que seu cérebro descanse por cerca de 10 min, ela não se restabelecerá. 
Então, aquelas longas jornadas de estudo consecutivos - 8 a 10 horas - que a concursada 
se submete diuturnamente podem estar sendo muito mal aproveitadas. Não são incomuns 
as historias de pessoas que trabalham e estudam apenas 3 horas diárias, intercaladas, te-
rem mais sucesso que pessoas que se dedicam somente aos estudos. 
Empiricamente, sempre usei esta técnica, pois a cada 90 min de estudo, sempre parava, 
ou para uma soneca de 15 min ou para comer um chocolate, o que sempre funcionou para 
mim. Apos o break voltava com muito mais gás. Algumas pessoas diziam que estava des-
perdiçando valiosas horas do dia dormindo - duas sessões de 15 min são 30mim do dia. 
Que horror! 
Mais tarde verifiquei que a ciência estava a meu favor. 
Enquanto cochilava, as enzimas necessárias para a construção das minhas redes neurais 
estavam se formando. Portanto essas paradas, alem de recomendáveis, são essenciais. 
Mas CUIDADO: para permitir a formação dessas enzimas, você precisa DESCANSAR. Ou 
seja, não sobrecarregar o cérebro com whatsapp, Facebook, YouTube e etc. 
4. 
QUARTO MANDAMENTO 
Não deixe de dormir bem! 
Para fechar a historia dos ciclos neurais, vou te contar uma coisa. 
Imagine quantas informações são invadidas no cérebro todos os dias. Ele precisa organi-
zar isso. E essa organização e’ muito parecida com a desfragmentacão que eu fazia no meu 
PC, quando usava o Windows. Nem sei se ainda é assim! 
Pois bem, essa organização ocorre a noite. Nesse momento, enquanto você sonha, ou seja, 
no sono REM (Rapid Eye Movement), as redes neurais são configuradas e fecha-se o ciclo 
do aprendizado. 
O ciclo do aprendizado vai de sono a sono. 
 
Enquanto você não dormir, seu estudo não é fixado. Por isso que, quando estudamos a 
noite toda para uma prova pela manhã, embora nossas chances de ir bem na prova sejam 
boas, maiores são as chances de esquecer tudo no dia seguinte, pois faltou a importante 
fase da reconfiguração neural do sono REM. 
Para os que gostam de estudar pela madrugada - eu me incluo nesse grupo - fica a dica de, 
ao menos, respeitar o horário de sono de 6 a 8 horas, para um bom descanso e para a fixa-
ção de seu estudo. 
5. 
QUINTO MANDAMENTO 
Não deixe de preparar seu próprio material 
de estudo! 
Para bom entendedor, meia palavra basta, mas, para fixar de vez um condicionamento, 
não é demais reforçar: FAÇA O SEU PRÓPRIO MATERIAL DE REVISÃO. 
Ao produzir seu material, a partir de uma aula ou de um livro, você esta ESTUDANDO e 
não apenas se informando (assistindo a aula passivamente ou lendo contemplativamente 
o livro). Claro que ler o livro deitado na rede é muito mais gostoso, mas você esta numa 
jornada de estudo em que, quanto MELHOR a qualidade do seu estudo de Direito Consti-
tucional, Contabilidade ou Português, mais tempo terá, depois da sua posse, de desfrutar 
um bom livro de ficção. 
Sem entrar nos detalhes das redes neurais, que já deve estar lhe cansando, vale dizer que 
os estudos mais recentes indicam que essa produção de material deve ser manual, sem o 
uso dos editores de texto eletrônicos. Isso quer dizer que você não poderia dispensar o ve-
lhos e bom lápis. E, quanto mais sofisticado esse material - desenhos e mapas mentais - , 
melhor será o aprendizado. 
Portanto não é recomendável que se tire xerox do resumo legal da colega da frente ou do 
quadro sinóptico do livro, a menosque você reproduza, de próprio punho, todo o conteú-
do. 
 
6. 
SEXTO MANDAMENTO 
Não deixe de simular seu conhecimento! 
O que seria de um piloto se não houvesse um simulador de vôo? Ou melhor, o que seria de 
nós, passageiros! 
Todo o bom guerreiro simula batalhas, antes de ir pro front. Uma das grandes vantagens 
do jiu-jitsu, frente as demais artes marciais, é que ele permite lutas diárias - o que ocorre 
no boxe também. Se um karateca for fazer isso, passara o tempo todo no departamento 
médico. 
São os testes e simulados que dão a real noção de como está sendo o seu trabalho para o 
concurso, a fim de que possa fazer as adaptações e remodelações necessárias no plano de 
estudo original. 
E, ainda por cima, você estará driblando a curva do esquecimento, ajudando a petrificar 
seu conhecimento. 
Oportuno lembrar, também, que fazendo exercícios você estará conhecendo como funcio-
na a banca examinadora do seu exame e as bancas em geral. Da mesma forma, avaliará 
quais os conteúdos que mais caem nas provas da sua área de estudo e, também, quais as-
suntos que você terá que se dedicar mais, durante as rotinas diárias de aprendizado. 
Sempre recomendo duas etapas de testes. A primeira, logo após o estudo de um determi-
nado conteúdo, que servirá para fixar a matéria e estimular o ESTUDO ATIVO. A outra, 
que poderá ser feita mensalmente, testará o candidato, identificando os erros e acertos, 
bem como o TEMPO gasto para fazer as questões. 
Em muitos concursos, muito mais que o nível de dificuldade da prova, o TEMPO é o 
maior inimigo do concurseiro. 
7. 
SÉTIMO MANDAMENTO 
Não deixe de compartilhar seu estudo! 
Que coisa mais linda: o corolário de seu aprendizado é COMPARTILHAR. 
Estudos mostram que, quando você conta uma historia ou explica um conteúdo, está ati-
vando uma série de circuitos neurais, gravando eficazmente na memória esse conheci-
mento. Por isso um professor, depois de preparar uma determinada aula, terá condições 
de repetí-la, meses depois, sem tanta perda de conteúdo, driblando a CURVA DO ES-
QUECIMENTO. Depois de repetir essa mesma aula algumas vezes, semestres a fio, nunca 
mais esquece a matéria. 
 
Para implementar essa dica basta, depois de seu estudo diário, dedicar um tempo para ex-
plicar a matéria para o espelho ou para o amigo imaginário. Durante este exercício você 
estará fazendo a primeira revisão da matéria estudada, o que vai abrandar o ângulo de de-
créscimo de aprendizado da parábola da curva do esquecimento. Assim, com este breve 
exercício de oratória, em uma semana, quando o normal seria você ter fixado por volta de 
50% do que estudou, poderá conservar alguns percentuais a mais (que bem poderão fazer 
a diferença em um concurso concorrido, quando uma questão pode garantir a sua tão so-
nhada posse). 
Portanto, além de suavizar o decréscimo da curva do esquecimento, como o ato de expli-
car (falar, imaginar e relembrar) envolve uma complexa movimentação neural, não é de-
mais reiterar que a fixação do aprendizado se estabelece com maior facilidade. 
Mas se você não quiser ser egoísta, não desperdice sua bela aula para um amigo imaginá-
rio. Então que tal reunir um grupo de estudo - que pode ser de duas a quatro pessoas - 
para cada um palestrar uma boa aula de um conteúdo previamente combinado e estuda-
do? Cada participante fica incumbido de explanar sobre alguns tópicos do edital e, en-
quanto um fala os demais fazem anotações - fazendo um estudo ativo e não apenas assis-
tindo passivamente a aula. 
As matérias que você assistiu dos colegas, no dia seguinte ou mais tarde, poderá ser objeto 
de estudo (aquele solitário, concentrado e produtivo, confeccionando seu material de revi-
são), contribuindo para a fixação do conteúdo. 
E tem mais: para muitos concursos de ponta, uma das derradeiras fases é a prova oral ou 
de tribuna (ou ambas), no qual este treinamento passa a ser fundamental. 
Essa técnica é realmente poderosa! Experimente. 
8. 
OITAVO MANDAMENTO 
Não descuide da alimentação! 
As necessidades biológicas, sem as quais o corpo perece, estão mais ligadas ao desejo que 
ao racional. Todo mundo sabe das nefastas consequências do cigarro e, no entanto, largar 
esse vicio tem se mostrado quase impossível. 
Portanto esperar que bata aquela fome incontrolável, pode não ser uma atitude sensata. 
Os avanços comportamentais vividos pelo homem nos últimos séculos não puderam ser 
acompanhados por um adequado avanço genético. Nossa estrutura biológica de homem 
das cavernas pouco mudou nesse período. Os ancestrais remotos, quando premidos pela 
fome, comiam ate se empanturrar, afinal, vai saber quando um pequeno mamífero irá dar 
mole na sua frente de novo! 
Hoje as coisas não são diferentes. Após uma longa e exaustiva rotina de estudo, caso não 
tenha se alimentado nesse período, seu corpo ira pedir muita gordura e calorias, tal qual 
ocorria no paleolítico. 
 
 E você acaba-
r a c o m e n d o 
como se não 
houvesse ama-
nha. 
Se não há um bom trabalho de gestão emocional, o concurseiro é o mais debi-
litado dos humanos, sendo presa fácil desse tipo de armadilha. Pode ter certeza disso! 
O problema desse comportamento, caso ocorrido repetidamente, é que seu sistema endó-
crino ficará desequilibrado. Seus hormônios não serão produzidos satisfatoriamente e fal-
tará combustível para um estudo de ALTA PERFORMANCE. 
E se o concurso almejado for daqueles que estão no topo dos desejos - Auditor Fiscal, Ita-
maraty, Advocacia Publica, Magistratura ou Ministério Público - em que a jornada pode 
levar cerca de dois anos, persistir nesse ciclo vicioso poderá ser mortal. Imagine, meses a 
fio, o corpo sendo molestado por uma enxurrada de insulina, colesterol ruim, cortisol e 
muita caloria de baixo valor nutritivo. 
Então não deixe a fome bater arrebatadoramente. Cuide da sua alimentação, comendo 
muitos grãos integrais (de preferencia sem glúten), tubérculos, verduras e frutas, além de 
beber, ao menos, dois litros de água por dia. 
 
E os SNACKS? 
Leve sempre no bolso uma fruta ou punhados de nozes, castanhas ou amendoins. Esses 
últimos são excelentes alimentos para o cérebro, mas não invente de colocar açúcar na sua 
porção. 
9. 
NONO MANDAMENTO 
Não descuide da forma física! 
Arranjar tempo para estudar para um bom concurso público não é compatível com um 
atleta ou rato de academia. 
De qualquer sorte, não precisa largar tudo de mão! 
Se você respeitar o mandamento anterior, o cumprimento deste preceito não será tão 
complicado. 
Pode confiar em mim, uma rotina diária de 15 minutos faz milagre. Ou 40 minutos duas 
vezes por semana. Como preferir. 
De todo modo, estamos falando de INVESTIMENTO. A atividade cerebral demanda muita 
energia, que pode levar ao esgotamento. Por incrível que pareça, a fim de aplacar o prová-
vel colapso, uma boa atividade física pode equilibrar a balança, revitalizando o corpo e, 
junto com o sono adequado e a alimentação balanceada, formar um verdadeiro ciclo vir-
tuoso. 
10. 
DECIMO MANDAMENTO. 
Não esqueça de MEDITAR! 
 
Todos aqueles que passam a praticar diariamente, com disciplina, o exercício da medita-
ção, em médio prazo experimentam um aumento sensível nos estudos. 
Mas antes é bom dizer que, na verdade, muitos poucos meditam, inclusive aqueles que, 
sentado ou deitado, pensam que o fazem. Porque meditar é parar ou suprimir as ondas 
mentais, ou seja, NÃO PENSAR. O que, para a maioria, parece ser humanamente impos-
sível. 
Portanto aquele exercício que você chamava de meditação, que consistia em mentalizar 
objetivos e metas para trabalhar o subconsciente, embora seja fantástico, também não é. 
Então como se faz isso? 
O exercício é simples, complexo é o resultado. Mas isso não importa. O simples fato de 
buscar meditar, ou seja, treinartécnicas simples de concentração, já ajuda enormemente 
para o seu cérebro. Na verdade, trata-se de uma verdadeira musculação cerebral, ou me-
lhor, um aprimorado treinamento funcional. 
Áreas do seu cérebro, que antes dormiam eternamente, são ativadas já na primeira sessão, 
desenvolvendo sua concentração para as demais tarefas do seu dia, inclusive ESTUDAR. 
E, outro fenômeno muito interessante que ocorre, é que, ao praticar com disciplina e cons-
tância, você estará ganhando um incomum equilíbrio emocional e mental, viabilizando 
algo muito comum em crianças e animais, mas que esquecemos na fase adulta: a INTUI-
ÇÃO. 
Se você tem um pet, certamente fica impressionado como ele sabe o dia da tosa ou veteri-
nário, mesmo que não haja nenhum padrão de comportamento que pudesse sinalizar seu 
intento ao animalzinho. Como se fosse um SEXTO SENTIDO, ele identifica, naquele ino-
cente ‘VAMOS PASSEAR’ uma maldade velada. Da mesma forma, eles não precisam nem 
xeretar aquele humanoide a sua frente para descobrir se ele gosta ou não de animais. 
As crianças, igualmente, possuem uma habilidade sensorial maravilhosa de tocar em as-
suntos que estamos pensando ou cochichando que, de uma maneira racional, não poderi-
am saber daquilo. 
Entre pessoas próximas, como mãe e filha, por exemplo, a intuição é até muito comum. 
Existem pessoas que têm ela bem aflorada, que pressentem coisas com muita freqüência e 
com acertos incríveis, e, normalmente, são pessoas humildes ou com pouca instrução, que 
não possuem o MENTAL muito ativado. O que não é o seu caso, concurseiro. 
Por outro lado, há empresários, cientistas e artistas que, ao conseguirem algum sucesso 
extraordinário, quando vamos ouvi-los, simplesmente dizem que suas ideias surgiram 
como um FLASH de uma câmera, em um INSIGHT. Que de repente, do nada, veio a luz. 
Uma verdadeira EURECA. 
Isso ocorre porque a intuição existe e pode ser trabalhada! 
Uma das formas de treiná-la é meditando. 
Que bom seria se, cada vez que ficássemos na duvida entre duas questões, intuitivamente 
acertássemos todas! Eu, ainda hoje passaria em qualquer concurso que me inscrevesse! 
Mesmo que essa intuição utópica não venha, vale a pena meditar somente pelo avanço 
neste quesito específico, sem nem precisar entrar no mérito dos inúmeros benefícios dessa 
prática milenar. Sobre o tema lanço o desafio: pesquise a vida de GRANDES personalida-
des da história que você verá que, coincidência ou não, eles meditavam. 
Então, convencido? Se o SIM que ouvi é o seu, não deixe de fazer os três exercícios que 
descrevo abaixo. Teste todos e passe a utilizar o que achar melhor. 
EXERCÍCIO 1. 
Sente-se em uma posição confortável (deixe a preguiça de lado e não faça o exercício dei-
tado, pois seu objetivo é meditar e não dormir). Pode ser em uma cadeira, poltrona ou no 
chão. Neste último caso, sente-se sobre uma almofada ou tapete. 
Feche os olhos e leve a sua consciência sobre a sua respiração, que deve ser pausada e pro-
funda. Preste atenção no AR entrando no ABDÔMEN (momento em que ele deve se proje-
tar para frente) e, logo após, saindo (oportunidade em que o abdômen se projeta para 
dentro). 
Simples assim! Fique sentado se concentrando na sua respiração por alguns minutos. 
Sempre que sua mente divagar, volte a atenção para a respiração. Com determinação, já 
que a mente é persuasiva e não gosta de se comportar (note como é engraçado que muitas 
vezes pensamos o que nossa mente quer, ao invés de comandarmos essa parte do corpo). 
O ideal é você ir aumentando esse tempo em até 10 min, ao acordar ou antes de ir dormir. 
EXERCÍCIO 2. 
Sente-se e feche os olhos da mesma maneira como no exercício 1, mas, agora, concentre-se 
em uma imagem. Como se você estivesse vendo um filme, projete sobre uma imaginária 
tela branca, a chama de uma vela ou uma esfera luminosa. Tente dar o máximo de deta-
lhes para essa projeção. 
Uma vez visualizado o objeto escolhido, concentre-se nele. Não deixe qualquer outro pen-
samento invadir. Mas também não cometa o erro de brigar com sua mente, pois ela pro-
vavelmente vai ganhar essa queda de braço. Tente uma atitude positiva, fazendo uma 
conversa interna no seguinte sentido: ‘mente, se você deixar eu me concentrar alguns mi-
nutos, deixo você viajar pra onde quiser depois.’ Com carinho e jeito, como se faz com a 
namorada ou namorado. 
Permaneça concentrado nessa imagem por alguns minutos e vá aumentando o tempo ao 
longo das semanas. Treine, treine e treine. Vai que de repente seu cérebro pare de pensar 
alguns instantes e você entra em estado de meditação!? 
EXERCÍCIO 3. 
Sente-se e feche os olhos, tal qual nos exercícios anteriores, mas, ao invés de se concentrar 
em uma só imagem, deixe fluir todo e qualquer pensamento que vier em sua mente. 
A única regra é a seguinte: não fixe-se em nenhum dos pensamentos que surgir. Por 
exemplo, se vier a imagem de uma ilha paradisíaca, por mais que seja agradável visualizá-
la, não se pegue fazendo planos nas suas areias. Deixe vir o próximo pensamento, mesmo 
que seja a conta atrasada que esqueceu de pagar. Da mesma forma que lhe veio a imagem 
da conta, deixe-a ir embora e não faça planos de como e quando irá pagá-la, se terá que ir 
ao banco ou no caixa eletrônico. 
Se o pensamento insistir em permanecer, enxote-o, mas com carinho. Lembre-se que a 
MENTE é difícil mesmo e, no tranco, a coisa piora. 
Conclusão 
Se eu, embora em breves linhas, conseguir conscientizá-lo de que o estudo de ALTA PER-
FORMANCE - aquele necessário para um concurso, prova da OAB ou pós-graduação - vai 
muito além de sentar e ler, já estarei com a sensação de dever cumprido. 
Se, após conscientizá-lo, conseguir persuadí-lo a implementar a maioria das dicas que 
abordei, estarei em êxtase. 
Ainda que simples, aplicar todas as técnicas que mencionei, todos os dias daqui para fren-
te requer muita disciplina e dedicação e, para tanto, você precisará estar MOTIVADO. Pois 
até chegar a aprovação, muitos fracassos e momentos difíceis poderão vir. Quem passou 
por esta fase sabe, estudar para concurso não é para qualquer um. 
Lembre-se: o que mantém o coelho motivado é a cenoura. 
Portanto visualize sempre a sua cenoura. O que te move? O que levou você a escolher es-
tudar para concurso? 
Não estou falando dos objetivos imediatos, como salário, estabilidade ou posição social. 
Na verdade, refiro-me a algo como dar uma vida melhor para a família, cumprir um sonho 
antigo ou ser motivo de orgulho para um pai. 
São estes sentimentos que poderão despertar aquela fé inabalável que fará você realmente 
acreditar que é possível obter a sua vaga. Pois é ACREDITANDO que você estará dando os 
primeiros passos na sua JORNADA DA APROVAÇÃO. 
 
 O autor, Odilon Carpes Moraes Filho, é 
natural de Porto Alegre, procurador federal, mestre em Direito Consti-
tucional pela UFRGS e coach de concurso. 
 Também é professor de Direito Consti-
tucional e Administrativo, desde 2004, e formado em engenharia civil, 
pela UFGRS.

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