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FLUTUAÇÃO DA PRECIPITAÇÃO, UMIDADE RELATIVA E TEMPERATURA DO AR EM PARNAGUÁ PI, BRASIL

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FLUTUAÇÃO DA PRECIPITAÇÃO, UMIDADE RELATIVA E TEMPERATURA DO AR EM PARNAGUÁ – PI, BRASIL
Manoel Vieira de França1, Raimundo Mainar de Medeiros2, Romildo Morant de Holanda3 , Fernando Cartaxo Rolim Neto4, Marcus Metri Correa4
1Prof. MSC. Universidade Federal Rural de Pernambuco, UFRPE, PE, Brasil, e-mail: manoelvieiraufrpe@gmail.com 2Dr. em meteorologia e Pesquisador da Universidade Federal Rural de Pernambuco, UFRPE, PE, Brasil, e-mail: mainarmedeiros@gmail.com, 3Prof. Dr. Universidade Federal Rural de Pernambuco, UFRPE, PE, Brasil, e-mail: romildomorant@gmail.com, 4Prof. Dr. Universidade Federal Rural de Pernambuco, UFRPE, PE, Brasil, e-mail: fernandocartaxo@yahoo.com.br, 5Prof. Dr. Universidade Federal Rural de Pernambuco, UFRPE, PE, Brasil, e-mail: marcus.metri@gmail.com.
R E S U M O 
A temperatura do ar exerce influência sobre diversos processos vitais das plantas, como a fotossíntese, respiração e transpiração, refletindo no crescimento vegetal e sobre os estádios de desenvolvimento das culturas, assim como a umidade ambiente são dos fatores que condicionam o desenvolvimento de muitos micros organismos patógenos que atacam as plantas cultivadas e a própria transpiração vegetal está intimamente relacionada com o teor de umidade do ar adjacente, as oscilações da variabilidade anual da precipitação pluvial e condição de armazenamento de água de chuva são as bases para uma melhor condição de vida e sustentabilidade. Utilizaram-se dados de precipitação, temperatura mínima do ar e umidade relativa do ar mensal e anual no período de 1960 a 2014. Precipitações pluviométricas irregular podem causar ocorrência de veranicos, ou seja, chuvas com distribuição espacial e temporal irregulares, provocando déficits hídricos no solo, tendo efeito direto nos cultivos agrícolas, como redução no desenvolvimento da planta, abortamento e queda das flores, enchimento dos grãos ou até mesmo a perda total da plantação. A elevação e a latitude são as variáveis fisiográficas que explicam melhor a variação da temperatura média do ar na área de estudo. A temperatura mínima da área de estudo demonstram mudanças nas suas oscilações no período da madrugas deixando o tempo mais instável e aquecido pela madrugada na última década. Os resultados apresentados indicam possíveis variações climáticas na temperatura mínima do ar e na umidade relativa do ar, apontando para tendência de condições mais quentes e chuvosas. As flutuações da temperatura mínima do ar decorrem dos sistemas sinóticos atuantes na época do período chuvoso e do período seco tal como dos impactos no meio ambiente e estas flutuações podem estarem relacionadas com os fatores provocadore e/ou inibidores dos índices pliviometricos interregionais. A umidade relativa do ar poderá ser um contribuinte ativo ou passivo da degradação e desertificação do solo, isto porque com outros elementos meteorológicos beneficiando ou desfavorecendo o ressecamento e o desfragmento do solo, ela pode contribuir para o aumento ou redução dos focos de incêndios e da qualidade do ar. 
Palavra chave: Variabilidade climática, trimestre mais úmido, média mensal e anual.
ABSTRACT
The air temperature influences many vital processes of plants, such as photosynthesis, respiration and transpiration, reflecting the growing plant and on crop growth stages as well as the ambient humidity are factors that affect the development of many micro organisms pathogens that attack crops and own plant transpiration is closely related to the moisture content of the surrounding air, the oscillations of the annual variability of rainfall and rainwater storage condition are the basis for better living 
and sustainability . They used rainfall data, minimum air temperature and relative humidity of monthly and annual air from 1960 to 2014. Precipitation irregular rainfall can cause occurrence of dry spells, or rain with irregular temporal and spatial distribution, causing water deficits soil, having direct effect on agricultural crops such as reduction in plant development, abortion and fall flowers, grain filling or even the total loss of the crop. The elevation and latitude are the physiographic variables that best explain the variation of the air average temperature in the study area. The minimum temperature of the study area show changes in their oscillations in the period of rise early leaving the most unstable and warm at dawn over the past decade. The results presented indicate possible climate variations in minimum air temperature and relative humidity, pointing trend of warmer and rainy conditions. Fluctuations in the temperature of the air stem from synoptic systems active at the time of the rainy season and the dry season as the impacts on the environment and these fluctuations may be related to the provocadore factors and/or inhibitors of pliviometricos interregional levels. The relative humidity can be an asset or liability contributor to degradation and desertification, this because with other weather elements benefiting or disadvantaging dryness and soil desfragmento, it can contribute to increasing or reducing outbreaks of fires and air quality.
Keyword: Climate variability, wetter quarter, monthly and yearly average
INTRODUÇÃO
Por ser um país de grande extensão territorial, o Brasil possui diferentes regimes de precipitação. De norte a sul encontra-se uma grande variedade de climas com distintas características regionais. Na Região Norte do país verifica-se um clima equatorial chuvoso, com chuvas na primavera, verão e outono, contudo na parte noroeste da região praticamente não se observa estação seca. No Nordeste a estação chuvosa do semiárido apresenta índices pluviométricos relativamente baixos, que se restringe há poucos meses, em geral três meses. A pluviometria representa o atributo fundamental na análise dos climas tropicais, refletindo a atuação das principais correntes da circulação atmosférica. No município de Parnaguá - Piauí especificamente, as chuvas são fundamentais para o bom desenvolvimento do regime dos rios perenes, córregos, riachos, níveis dos lagos e lagoas, bem como para a ocupação do solo, sendo imprescindível ao planejamento de qualquer atividade o conhecimento da sua dinâmica e uma aplicabilidade deste elemento ao setor agrícola e pecuário.
O conhecimento da quantidade de vapor da água existente no ar é essencial em vários outros ramos da atividade humana. Sabe-se, por exemplo, que a umidade ambiente é dos fatores que condicionam o desenvolvimento de muitos micros organismos patógenos que atacam as plantas cultivadas e a própria transpiração vegetal está intimamente relacionada com o teor de umidade do ar adjacente. É conhecida a influência da umidade do ar na longevidade, na fecundidade e na taxa de desenvolvimento de muitas espécies de insetos (Neto et al., 1976). A umidade atmosférica é um dos parâmetros utilizados para definir o grau de conforto ambiental para pessoas e animais e para um local em questão. Finalmente, para não tornar a lista de exemplos enfadonha, ressalta-se que a manutenção da faixa ótima de umidade do ar constitui objeto de constante controle durante a armazenagem de inúmeros produtos. 
A variabilidade climática de uma região exerce importante influência nas diversas atividades socioeconômicas, especialmente na produção agrícola. Sendo o clima constituído de um conjunto de elementos integrados, determinante para a vida, este adquire relevância, visto que sua configuração pode facilitar ou dificultar a fixação do homem e o desenvolvimento de suas atividades nas diversas regiões do planeta. Dentre os elementos climáticos, a precipitação tem papel preponderante no desenvolvimento das atividades humanas, produzindo resultados na economia de acordo com os autores Sleiman e Silva (2008).
Nas últimas décadas, vem se observando uma crescente preocupação acerca das oscilações climáticas, seus ciclos e as várias consequências que o clima pode estar acarretando a sociedade. Outra questão discutida namídia são os impactos provocados pelo homem ao meio ambiente, o qual tem exercido uma considerável influência na variabilidade climática, de acordo com Marengo et al (2006) a atividade humana é um fator determinante no aquecimento terrestre. Em decorrência disso são levantadas questões que tentam explicar a relação do clima nas mais diversas esferas globais onde a sociedade está incluída como na cultura, na economia, na saúde, dentre outros, possibilitando melhor compreensão de como algum tipo de alteração climática pode influenciar no cotidiano da humanidade.
O conhecimento histórico das condições climáticas é importante para efetuar o planejamento dos cultivos e o manejo a ser realizado durante o ciclo das culturas, observando-se cuidadosamente a variabilidade da precipitação e a intensidade da evapotranspiração, o que pode ser evitado, ou, reduzindo ao máximo, a ocorrência de déficit hídrico em conformidade com Marengo et al., (2004).
A temperatura é um dos mais importantes elementos meteorológicos, pois traduz os estados energéticos e dinâmicos da atmosfera e consequentemente revela a circulação atmosférica, sendo capaz de facilitar e/ou bloquear os fenômenos atmosféricos de acordo com Dantas et al., (2000). Os seres vivos que povoam o planeta vivem adaptados à energia do ambiente. Além da variação diária, a temperatura varia também ao longo do ano, conforme a disposição da terra e da radiação solar. Assim, verifica-se que a temperatura do ar tem um efeito claro no desenvolvimento dos seres vivos, animal e vegetal, sendo necessária a utilização de métodos de estimativas de temperatura confiáveis e seguros para que se possa trabalhar com informações precisas.
A temperatura do ar exerce influência sobre diversos processos vitais das plantas, como a fotossíntese, respiração e transpiração, refletindo no crescimento vegetal e, sobre os estádios de desenvolvimento das culturas de acordo com Lucchesi, (1987) e Lucchesi (2011). Os valores das temperaturas do ar máximas e mínimas estão associados à disponibilidade de energia solar, nebulosidade, umidade do ar e do solo, vento (direção e intensidade) e a parâmetros geográficos como topografia, altitude e latitude do local, além da cobertura e tipo de solo segundo os autores Ometto (1981) e Pereira et al., (2002). 
Atualmente, não é consenso na comunidade científica que as mudanças climáticas globais sejam oriundas das atividades antropogênicas segundo Molion (2008). Todavia, as mudanças climáticas em escala regional e local são bem documentadas, o exemplo mais significativo ocorre no ambiente urbano, no qual diversos estudos têm mostrado que as cidades criam um clima típico, decorrente dos diferentes tipos de uso e ocupação do solo de conformidade com os autores Offerle et al., (2005); Coutts et al., (2007) ; Alves e Specian, (2009). 
Medeiros et al (2013) analisaram a variabilidade climática da umidade relativa do ar e da temperatura máxima do ar na bacia hidrográfica do Rio Uruçuí Preto – PI, Como resultado afirmam que as temperaturas máximas anuais aumentaram durante o período analisado, podendo acarretar vários problemas socioeconômicos, bem como, para a saúde humana. A partir dos dados, verificam que a umidade relativa do ar está diminuindo ao longo da série estudada, fato que pode estar relacionado com o aumento da temperatura e consequentemente com uma maior evaporação das águas. Sobre os totais pluviométricos anuais, nota-se que os valores estão aumentando gradativamente, sendo que esse aumento pode estar relacionado com o aumento da temperatura, que faz com que se tenha uma maior evaporação e consequentemente uma maior precipitação.
Medeiros et al (2014) avaliaram as variabilidades climáticas em Brasília-DF, onde utilizaram-se dados de temperatura máxima do ar, umidade relativa do ar e totais pluviométricos mensais e anuais no período de 1980 a 2012. Como resultado afirmar que as temperaturas máximas anuais sofreram aumentos e a umidade relativa do ar está sofrendo redução ao longo da série estudada, os totais pluviométricos anuais, nota-se que os valores estão aumentando gradativamente, sendo que esse aumento pode estar relacionado com o aumento da temperatura, que faz com que se tenha uma maior evaporação e consequentemente uma maior precipitação.
Dal Poggetto et al. (2009) realizaram análise dos elementos climáticos que influenciam em micro e meso escala o comportamento climatológico numa região com uma concentração significativa de dunas com dosséis entre 10 e 20 metros. Realizaram com base nas observações meteorológicas a partir da base de operações para as intervenções nas dunas da Lagoa do Portinho, medições de campo, informes meteorológicos da estação convencional instalada no aeroporto de Parnaíba e dada coletados na estação meteorológica automática da Lagoa do Portinho entre os municípios de Parnaíba e Luiz Correia - PI, durante o período de dezembro de 2008 à julho de 2009. Os resultados estabeleceram que a correlação entre as dunas da área referenciada, a formação de nuvens, a influência no gradiente de pressão e a precipitação em municípios à Sudoeste e a Sudeste da posição da Lagoa do Portinho. 
Matos et al. (2015) utilizaram dados de temperatura do ar mensais para o município de Barbalha – Ceará e demonstraram que a elevação e a latitude são as variáveis fisiográficas que explicam melhor a variação da temperatura do ar anual e que as variabilidades da temperatura média decorrem dos sistemas sinóticos atuantes na época do período chuvoso ou seco tal como dos impactos no meio ambiente.
	Objetiva-se a entender as flutuações e a variabilidade temporal da precipitação, da umidade relativa do ar e da temperatura mínima do ar no município de Parnaguá no período de 1960 a 2014. Visando a delimitação de regime que caracterize o trimestre úmido e quente para a área em estudo, assim como demonstrar a variabilidade da precipitação, umidade relativa do ar e temperatura mínima do ar mês a mês e anual e sua contribuição na Lagoa de Parnaguá.
MATERIAL E MÉTODOS
A área em estudo compreende o município de Parnaguá, está localizado na microrregião da Chapada Extremo Sul Piauiense com suas respectivas coordenadas geográficas na latitude de 10º13’ sul e na longitude de 44º38’ Oeste e uma altitude de 316 metros em relação ao nível do mar (Figura 1), sua área territorial é de 3.429,3 Km2, com uma população de 10.273 habitantes (IBGE, 2010). b
Figura 1. Localização do município dentro do Estado.
As Terras de Parnaguá, habitadas na época da descoberta do Piauí por índios Pimenteiras, Cheréns e Acoroás, foram divididas em sesmarias pelo Governador de Pernambuco, D. Pedro de 
Almeida, a partir de 1676. Índios Macoazes e Rodelleiros infestaram por bastante tempo os estabelecimentos e as fazendas da região, conhecida na época por sertão de Rodellas. A essas incursões se deve a fundação da Vila de Parnaguá, em 1698. Em 1751, já existia, na margem ocidental da Lagoa de Parnaguá, a povoação do mesmo nome. Integrante da Capitania do Piauí. Pertencendo primitivamente à Freguesia de São Francisco da Barra do Rio Grande do Sul do Bispado de Pernambuco, foi desmembrada e constituída Freguesia, em 1755. Seis anos depois, foi criada a Vila, inaugurada no ano seguinte, com a assistência do Ouvidor Geral da Capitania, Luís José Duarte Freire. Os nativos e residentes em Paranaguá são chamados parnaguenses.
A agricultura praticada no município é baseada na produção sazonal de arroz, feijão, milho, mandioca e cana-de-açúcar.
Os solos da região, provenientes da alteração de arenito, siltito, folhelho, calcário, quartzito, gnaisse, conglomerado, sedimentos lateríticos, xisto e metaconglomerado, são espessos, jovens, com influência do material subjacente, compreendendo latossolos amarelos, álicos ou distróficos, textura média, associados com areias quartzosas e/ou podzólico vermelho-amarelo concrecionário, plíntico ou não plíntico, fase cerrado tropical subcaducifólio, localmente mata de cocais (Jacomine et al., 1986).O acidente morfológico predominante, na região em apreço, é a ampla superfície tabular reelaborada, plana ou levemente ondulada, limitada por escarpas abruptas que podem atingir 600 m, exibindo relevo com zonas rebaixadas e dissecadas (Jacomine et al., 1986).
	Os tipos climáticos predominante no estudo são: para o cenário Seco predomina o clima árido; no cenário regular a predominância do clima é do tipo semiárido, e no cenário chuvoso e médio predomina o clima Subúmido seco. De acordo com a classificação de Köppen o clima da área de estudo é do tipo Aw’, tropical quente e úmido, com chuvas no verão e seca no inverno. As chuvas são formadas pelas penetrações dos vestígios das frentes frias, as contribuições das Zonas de Convergência do Atlântico Sul e os ventos alísios de sudeste, a contribuição da formação do vórtice ciclônico de altos níveis a troca de calor e os efeitos locais de acordo com Medeiros (2014) 
O estudo do comportamento temporal espacial da pluviosidade diária e mensal utilizados neste trabalho foi adquirido da SUDENE, EMATERPI e INMET, onde se complementou os referenciados dados para a área de estudo.
Para as plotagens dos dados e elaboração dos gráficos e tabelas utilizou-se do software em planilhas eletrônicas. Utilizaram dos dados observados nos horários sinóticos e aplicaram-se algumas estatísticas como média, desvio padrão, cálculos dos valores máximos e mínimos absolutos e coeficiente de variância com a finalidade de obterem-se os resultados.
Os dados da temperatura mínima foram estimados (por não existir estação meteorológica) pelo software Estima_T, (Cavalcanti et al., 1994, 2006) estando disponível no site da Unidade Acadêmica de Ciências Atmosféricas (UACA) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) http://www.dca.ufcg.edu.br/download/estimat.htm. A amplitude térmica calculou-se pela diferença entre as temperaturas máximas e mínimas após serem geradas pelo software Estima_T.
Utilizou-se dos dados diários de umidade relativa do ar convencional e interpolados das estações que operam no Estado. Foram escolhidas as estações com 10 ou mais anos de observações. Tal critério foi adotado por se considerar a umidade do ar de pouca variabilidade comparada à precipitação. A partir destes critérios interpolaram-se os referidos dados para aos municípios circunvizinhos, levando-se em considerações a sua distância dos pontos originais. O período de dados estudados compreende a série de 1960 a 2014.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A tabela 1 tem-se a variação da precipitação mínima média histórica, máxima e mínima absoluta para o município de Parnaguá – PI entre 1960-2014. A precipitação anual climatológica é de 888,9 mm a maior precipitação máxima registrada foi de 627 mm no ano 
de 1962 ocorrida no mês de março. A precipitação mínima absoluta registrada foi de 1,6 e 7,8 mm respectivamente nos meses de janeiro e fevereiro dos anos de 2012 e 2014 consecutivamente. O quadrimestre chuvoso centra-se entre os meses de dezembro a abril com oscilações de 145 a 165,3 mm. O quadrimestre seco esta contido entre os meses de junho a setembro com oscilações entre 0,4 a 7,8 mm. Nos meses de maiores índices pluviométricos (dezembro a maio) chove 68,46% da precipitação histórica e nos meses de maio a setembro onde ocorrem os menores índices pluviométricos chove 3,31% da precipitação histórica. 
Tabela 1. Variação da precipitação mínima média histórica, máxima e mínima absoluta para o município de Parnaguá – PI entre 1960-2014.
	Meses/Parâmetros
	jan
	 fev
	mar
	abr
	mai
	jun
	jul
	ago
	set
	out
	nov
	dez
	anual
	Prec. média
	146,9
	145,0
	165,3
	83,0
	15,0
	4,9
	0,4
	1,4
	7,8
	57,2
	126,0
	151,4
	888,9
	prec. máxima absoluta
	417,4
	469,5
	627,0
	283,9
	110,4
	110,4
	7,5
	19,5
	102,0
	194,0
	272,1
	466,6
	1936,9
	prec. mínima absoluta
	1,6
	7,8
	0,0
	0,0
	0,0
	0,0
	0,0
	0,0
	0,0
	0,0
	0,0
	0,6
	0,0
Prec. = Precipitação
A flutuabilidade da precipitação máxima absoluta é registrada praticamente em todos os meses do ano exceto entre os meses de julho e agosto que seu valor é próximo à zero. A representatividade da precipitação mínima absoluta tem seu destaque para os meses de janeiro e fevereiro. A precipitação média tem sua variabilidade irregular entre os meses.
	Na Figura 2 a variação da precipitação mínima média histórica, máxima e mínima absoluta para o município de Parnaguá – PI entre 1960-2014. Observam-se as oscilações da precipitação média durante os meses onde seu trimestre chuvoso centra entre janeiro e março e o seu trimestre seco ocorrem entre os meses de julho a setembro. As oscilações da precipitação máxima absoluta ocorrem entre os meses de outubro a abril e entre os meses de maio a setembro verificar-se as menores oscilações da precipitação máxima absoluta fator este que coincidem com o período menos chuvoso. As variabilidades das oscilações mínimas absoluta da precipitação ocorrem entre os meses de junho a dezembro, sendo os seus meses críticos, vale salientar que os meses de janeiro a fevereiro são os que apresentam os máximos dos mínimos absolutos.
Figura 2. Variação da precipitação mínima média histórica, máxima e mínima absoluta para o município de Parnaguá – PI entre 1960-2014.
Na tabela 2 tem-se a variação da umidade relativa da mínima média histórica, máxima e mínima absoluta para o município de Parnaguá – PI entre 1960-2014. As flutuações da distribuição da umidade relativa do ar (UR): máxima absoluta, média e mínima absoluta para o município de Parnaguá e sua contribuição para a Lagoa local conforme figura 3. A UR máxima absoluta para a área de estudo fluem entre 41,6% no mês de setembro a 70,5% em fevereiro. A UR média anual é de 69,5% e suas oscilações compreendem a 55,5% em setembro a 87,2% fevereiro. A UR mínima absoluta flui entre 30,6% em setembro a 44,9 no mês de março. Estas flutuabilidades estão condicionadas as fatores transientes de larga escala Niño(a) e aos efeitos locais como queimadas, desmatamento entre outros. 
 Observando a tabela 1, ver-se que os valores da umidade relativa máxima absoluta (UR) fluem entre 55,5% a 87,2%, estas flutuações ocorrem devidas às atividades de eventos isolados seguidos de chuvas. A variabilidade da umidade relativa do ar mínima flui entre 30,6% a 44,9%, estas flutuações de mínimos valores são provocadas pela inibição ou falha nos transportes de umidade e vapor e consequentemente a ausência de chuvas. 
Tabela 2. Variação da umidade relativa da mínima média histórica, máxima e mínima absoluta para o município de Parnaguá – PI entre 1960-2014.
	Meses/Parâmetros
	jan
	fev
	mar
	abr
	mai
	jun
	jul
	ago
	set
	out
	nov
	dez
	anual
	UR média
	68,8
	70,5
	69,5
	66,6
	62,0
	54,3
	50,0
	42,5
	41,6
	51,3
	61,8
	65,5
	58,7
	UR máxima absoluta
	83,4
	87,2
	85,9
	84,1
	79,7
	73,5
	70,8
	59,2
	55,5
	60,8
	80,8
	79,7
	69,5
	UR mínima absoluta
	42,1
	43,6
	44,9
	41,4
	40,0
	38,1
	37,4
	34,5
	30,6
	34,5
	42,9
	43,7
	45,0
UR = Umidade relativa do ar
	Na Figura 2 Destaca-se a variação da umidade relativa do ar mínima média histórica, máxima e mínima absoluta para o município de Parnaguá – PI entre 1960-2014. 
Figura 2. Variação da umidade relativa do ar mínima média histórica, máxima e mínima absoluta para o município de Parnaguá – PI entre 1960-2014. 
Da análise dos dados de umidade relativa do ar representativos da área em estudo na distribuição média mensal e anual, foi possível estabelecer o período úmido que ocorre nos meses de novembro a maio e do período seco que oscila entre os meses de agosto a outubro. A delimitação do período úmido para a área estudada assemelha-se aos regimes observados por Strang (1972) para a precipitação. Tal delimitação caracteriza a ação predominante dos sistemas principais que atuam na geração da estação chuvosa. 
	Na Tabela 3 tem-se o demonstrativo da variação da temperaturamínima média do ar histórica, máxima e mínima absoluta para o município de Parnaguá – PI entre 1960-2014.
A temperatura mínima média do ar oscila entre 15,1°C no mês de julho a 22,4°C no mês de outubro com sua temperatura mínima anual de 19,1°C, seu trimestre mais frio são os meses de maio, junho e julho com oscilações entre 15,1 a 17,4°C, os meses de setembro, outubro e novembro registram-se as mínimas mais elevadas com flutuações entre 22,6°C a 23,3°C. 
A variabilidade da temperatura máxima da mínima absoluta oscila entre 15,7 a 23,3°C, as oscilações das temperaturas mínimas absolutas ocorrem entre 14,9 no mês de junho a 21,6°C no mês de outubro. 
Destaca-se que nos meses de setembro a janeiro que as madrugadas estão mais quentes que o normal.
Tabela 3. Variação da temperatura mínima média do ar histórica, máxima e mínima absoluta para o município de Parnaguá – PI entre 1960-2014.
	meses/parâmetros
	jan
	fev
	mar
	abr
	mai
	jun
	jul
	ago
	set
	out
	nov
	dez
	anual
	Temp. média
	19,7
	19,4
	19,1
	18,8
	17,4
	15,5
	15,1
	17,5
	21,9
	22,4
	21,8
	20,7
	19,1
	Temp. máxima absoluta
	20,7
	20,4
	20,0
	19,6
	18,2
	16,1
	15,7
	18,1
	22,6
	23,3
	22,7
	21,8
	19,6
	Temp.mínima absoluta
	18,8
	18,7
	18,5
	18,3
	16,7
	14,9
	14,5
	16,9
	21,2
	21,6
	20,9
	19,8
	18,5
Temp. = Temperatura
Variação da temperatura mínima média do ar histórica, máxima e mínima absoluta para o município de Parnaguá – PI entre 1960-2014. A temperatura média mínima mais elevada ocorre entre os meses de setembro a novembro e suas médias mínimas menos elevadas fluem nos meses de maio a julho. Por analogia ver-se o mesmo comportamento para as ocorrências das temperaturas máxima e mínima absoluta da área em estudo.
Figura 3. Variação da temperatura mínima média do ar histórica, máxima e mínima absoluta para o município de Parnaguá – PI entre 1960-2014. 
CONCLUSÕES
Destaca-se a importância desse estudo pela possibilidade de gerar subsídios para criação de medidas mitigadoras para a área de estudo.
Precipitações pluviométricas irregular podem causar ocorrência de veranicos, ou seja, chuvas com distribuição espacial e temporal irregulares, provocando déficits hídricos no solo, tendo efeito direto nos cultivos agrícolas, como redução no desenvolvimento da planta, abortamento e queda das flores, enchimento dos grãos ou até mesmo a perda total da plantação.
A elevação e a latitude são as variáveis fisiográficas que explicam melhor a variação da temperatura média do ar na área de estudo.
A temperatura mínima da área de estudo demonstram mudanças nas suas oscilações no período da madrugas deixando o tempo mais instável e aquecido pela madrugada na última década.
Os resultados apresentados indicam possíveis variações climáticas na temperatura mínima do ar e na umidade relativa do ar, apontando para tendência de condições mais quentes e chuvosas.
As flutuações da temperatura mínima do ar decorrem dos sistemas sinóticos atuantes na época do período chuvoso e do período seco tal como dos impactos no meio ambiente e estas flutuações podem estarem relacionadas com os fatores provocadore e/ou inibidores dos índices pliviometricos interregionais.
A umidade relativa do ar poderá ser um contribuinte ativo ou passivo da degradação e desertificação do solo, isto porque com outros elementos meteorológicos beneficiando ou desfavorecendo o ressecamento e o desfragmento do solo, ela pode contribuir para o aumento ou redução dos focos de incêndios e da qualidade do ar; 
O estabelecimento dos regimes mais úmido é importante para estudos de previsão do tempo e principalmente para o planejamento da irrigação, agropecuário, contribuindo para informações ao homem do campo na hora do preparo das terras para o plantio, evitando desta forma que ele plante em época não adequada, evitem despedidos e prejuízos, e ainda tenha as condições adequadas para lucratividade e rendimentos agrícolas. No planejamento urbano visa eventos extremos de enchentes, alagamento, inundações, transbordamentos de lagos e lagoas; Tais delimitações dos trimestres mais úmidos e as informações das épocas de menores umidades relativas do ar serviram de alerta as autoridades federais, estaduais e municipais além dos tomadores de decisões, para um melhor planejamento; Os períodos úmidos transformam as áreas com possibilidades de focos de queimadas e incêndios em áreas verdes e benéficas a produção de pastagens e grão.
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