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ENGENHARIA CIVIL 9º Semestre APS – Atividade Prática Supervisionada Tema: FUNDAÇÃO RASA E PROFUNDA COM ÊNFASE NO TIPO DE SOLO, RELEVO E REGIÃO DA OBRA. São Paulo 2018 Sumário 1 Objetivos ............................................................................................................... 2 2 Metodologia .......................................................................................................... 2 3 Fundação .............................................................................................................. 3 3.1 Fundação Profunda ........................................................................................ 4 3.1.1 Componentes de uma fundação profunda ............................................... 5 3.2 Fundação Rasa ou Direta ............................................................................ 10 3.2.1 Componentes de uma fundação rasa .................................................... 11 4 Sondagem .......................................................................................................... 13 5 Dados coletados nas visitas técnicas. ................................................................ 15 5.1 Obra de fundação profunda ......................................................................... 15 5.1.1 Perfuração ............................................................................................. 15 5.1.2 Colocação da Armadura ........................................................................ 17 5.1.3 Concretagem ......................................................................................... 18 5.2 Obra de fundação rasa ................................................................................. 20 5.2.1 Gabarito ................................................................................................. 20 5.2.2 Sapata isolada ....................................................................................... 21 6 Conclusão ........................................................................................................... 23 Bibliografias ............................................................................................................... 24 2 1 Objetivos Tomar conhecimento das metodologias executivas para que se possa analisar as diferenças entre os dois tipos de fundações, sendo uma rasa e outra profunda com ênfase no tipo de solo, relevo e região da obra. 2 Metodologia Para descrever os processos de uma fundação consultamos livros, sites, revistas e normas técnicas. Após absorver todo o conteúdo teórico, nos deparamos com muitas dúvidas, como já previsto no manual da APS – Atividade Prática Supervisionada, buscamos obras de construção civil para ver na prática como os processos são executados. Na visita as obras os questionamentos serão feitos e apresentados no decorrer deste trabalho. 3 3 Fundação Chame-se fundação a parte que transmite as cargas das estruturas ao solo. Sendo classificadas em fundações profundas e fundações rasas. Abaixo segue um esquema dos elementos de uma fundação. Figura 1 – Esquema dos elementos de uma fundação. Fonte: Apostila UFG Fundações. 4 3.1 Fundação Profunda Considera-se Fundação Profunda ou indiretas quando o terreno possui solo pouco resistente ou com água próxima a superfície. As estacas de concreto como as brocas, a escavada e a strauss são as mais usadas em obras residenciais. Porém, é preciso estar atento à movimentação e resistência à água. Abaixo dois exemplos de estacas utilizadas, que podem ser moldadas in loco ou pré-moldadas. Figura 2 – Esquema de uma fundação profunda. Fonte: Apostila UFG Fundações. 5 3.1.1 Componentes de uma fundação profunda Estacas de madeira: São usadas em casos específicos como construções em locais como mangue. O custo é acessível, porém a vida útil não ultrapassa dez anos em razão do contato com a água. O eucalipto é a madeira mais usada e as cargas a serem suportadas variam de acordo com o diâmetro da peça. Estacas de aço: São recomendadas para residências apenas quando encontrado solo muito mole e são ideias para apoiar os pilares de divisas. Fabricadas com aço laminado em formade “H” podem atingir qualquer profundidade e têm fácil manuseio. Mas nunca devem ser usadas em locais sujeitos ao contato com a água. Estacas de concreto: Podem ser pré-moldadas (centrífugadas, vibradas e protendidas) ou feitas in locona própria obra (brocas, escavadas e strauss). Figura 3 – Tipos de estacas quanto a resistência do terreno. Fonte: Apostila UFG Fundações. 6 Vibrada: é feita com armadura longitudinal de aço, na qual é utilizada vibração como aparelho manual e, por isso, não forma “bicheiras”. Suporta de 20 a 40 toneladas. Centrífuga: resiste a cargas entre 25 e 30 toneladas. Leva esse nome pois é fabricada pelo método de centrifugação em alta velocidade. Conta com armado longitudinal de aço especial de alta resistência. Protendida: Apresenta aço especial de alta resistência, possui cantos vivos e tem formato. Método empírico ou expedito que pode ser utilizado para definir o comprimento de uma estaca Método de Dècourt-Quaresma: Rapidamente neste método a capacidade de carga de uma estaca (Carga de Ruptura – chamaremos de “Qu”) será obtida pela simples fórmula abaixo: ▪ qp é a tensão de ruptura de ponta; ▪ Ap é a área da ponta da estaca; ▪ qs é o valor do atrito lateral unitário; ▪ As é a área lateral da estaca; ▪ α é um parâmetro de ajuste para estacas não cravadas; ▪ β é outro parâmetro de ajuste para estacas não cravadas. O princípio é intuitivo, o solo irá atuar na lateral e na ponta da estaca para impedir que ela “afunde”. Esse limite entre a força máxima aplicada na estaca e o início do deslocamento do solo (ruptura) define a capacidade de carga da estaca. A tensão de ruptura de ponta possui a seguinte equação: 7 Onde: K é um coeficiente tabelado em função do tipo de solo; Tabela 1 – Tipo de solo x K (KN/m²) Tipo de solo K (KN/m2) Argila 120 Silte argiloso 200 Silte arenoso 250 Areia 400 Fonte: (http://engenheironocanteiro.com.br/calculo-da-capacidade-de-carga- de-fundacoes-em-estacas-pelo-spt/ ) N é o Nspt, número STP ou ainda, o número de golpes necessários para equipamento da sondagem penetrar 30 cm no solo. Esse número você obtém no resultado da sondagem à percussão executada no terreno; O atrito lateral unitário é calculado, sem dificuldades, pela fórmula: 8 ▪ Parâmetos α e β são sugeridos pelas tabelas a seguir: Tabela 2 – Parâmetros α Parâmetro “α“ (Décourt, 1996) Argilas Solos intermediários Areias Cravada 1,00 1,00 1,00 Escavada em geral 0,85 0,60 0,50 Escavada com lama bentonítica 0,85 0,60 0,50 Hélice contínua 0,30 0,30 0,30 Raiz 0,85 0,60 0,50 Injetadas (alta pressão) 1,00 1,00 1,00 Fonte: (http://engenheironocanteiro.com.br/calculo-da-capacidade-de-carga-de- fundacoes-em-estacas-pelo-spt/ ) 9 Tabela 3 – Parâmetro β Parâmetro “β“ (Décourt, 1996) Argilas Solos intermediários Areias Cravada 1,00 1,00 1,00 Escavada em geral 0,80 0,65 0,50 Escavada com lama bentonítica 0,90 0,75 0,60 Hélice contínua 1,00 1,00 1,00 Raiz 1,50 1,50 1,50 Injetadas (alta pressão) 3,00 3,00 3,00 Fonte: (http://engenheironocanteiro.com.br/calculo-da-capacidade-de-carga-de-fundacoes-em-estacas-pelo-spt/) 10 3.2 Fundação Rasa ou Direta São recomendadas para terrenos com solo firme e de boa resistência. A execução é mais simples que as indiretas, e o custo será menor. Elas nunca devem ser construídas em lotes com aterros, solo não compactado, argila mole ou areia fofa. São classificadas como diretas as sapatas corridas, isoladas e o radier. A superestrutura é ligada a fundação por pilares e se caracteriza pela transmissão de carga da estrutura ao solo por meio das pressões distribuidas pela base. As sapatas são interligadas por vigas baldrames, que servem de apoio para a execução de toda a alvenaria. Com isso, elas absorvem o peso da viga baldrame, concentram no bloco da sapata e distribuem para o solo. Já o radier, indicado para terrenos que suportam pouco peso, tem carga distribuída em uma área maior. Figura 4 – Elementos de uma fundação rasa. Fonte: Apostila UFG Fundações. 11 3.2.1 Componentes de uma fundação rasa Sapata corrida armada: É a mais utilizada, pois é recomendada para projetos com vãos pequenos e poucos pavimentos. As cargas são distribuidas ao longo das paredes. A construção é feita com uma camada de concreto magro – com espessura de cerca de 10 cm – para nivelá-la no terreno. A face superior deverá estar reta, para que possa receber o alicerce e a parede. Para a execução, é preciso cravar piquetes de nivelamento uniformes e lançar o concreto até que as cabeças estejam cobertas. Sapata corrida simples: São indicadas para construções térreas ou com cargas relativamente baixas. É um alicerce feito de alvenaria de tijolos maciços, nos quais são criadas valas com até 1 m de profundidade. Para sua construção, é importante que seja aplicada uma camada de concreto magro de até 5 cm de espessura. A solução impede o contato direto da alvenaria com o solo. Sapata isolada: Também são boas opções para transmitir as cargas concentradas dos pilares. O dimensionamento e profundidade são feitos de acordo com a carga transmitida ao solo. A construção base é semelhante à das sapatas corridas e é interligada por vigas baldrames. 12 Radier: É frequentemente escolhido para obras no litoral, pois equilibra o peso sobre a areia. Também é conhecido como laje de sustentação. É sempre a solução mais cara se comparada às demais fundações diretas e só deve ser utilizada quando as outras são inviáveis. Figura 5 – Tipos de Radier. Fonte: Apostila UFG Fundações. 13 4 Sondagem A Sondagem é imprescindível pois somente através do estudo do solo é possivel definir a fundação adequada garantindo o melhor custo-beneficio para a obra. De acordo com a NBR 6122 – 43.3 a utilização dos processos geofisicos de reconhecimento só deve ser aceito se acompanhada por sondagens de reconhecimento à percussão ou rotativas de confirmação. Tendo como princípio a perfuração e cravação dinâmica de amostrador-padrão, a cada metro, resultando na determinação do tipo de solo e de um índice de resistência, bem como da observação do nível do lençol freático, conforme NBR 6484. Para a realização da sondagem, temos os métodos de perfuração que são os manuais ou mecânicos. Figura 6 – Perfuração manual do solo. Fonte: Google imagens. 14 Figura 7 – Perfuração mecanizada do solo. Fonte: Google imagens. 15 5 Dados coletados nas visitas técnicas. 5.1 Obra de fundação profunda Obra localizada na cidade de Louveira/SP, sem informações sobre a sondagem realizada. 5.1.1 Perfuração Utilizaram estaca escavada com trado mecânico devido ao tipo de solo, mas como não nos foi apresentado o tipo de sondagem realizada no local e de acordo com o conhecimento teórico adquirido em sala de aula, devem ter chegado à conclusão de que este é o melhor método a ser utilizado devido ao nível d’agua estar abaixo dos 6 m, que foi a profundidade adotada para a estaca, e com certeza levaram em consideração seu baixo custo em relação aos demais métodos de perfuração. Figura 8 - Estaca escavada com trado mecânico. Fonte: Próprio autor 16 Após a perfuração, os operários cobriram os buracos das estacas com tampas de tambor de ferro para que a terra retirada não retornasse, visando também a segurança dos que transitavam no local. Figura 9 - Buracos das estacas já escavados e protegidos. Fonte: Próprio autor. 17 5.1.2 Colocação da Armadura Para a armação da estaca utilizaram viga baldrame com 6 barras de ferro. O principal cuidado que tiveram foi a utilização de espaçadores para garantir o cobrimento minimo necessário indicado em projeto, de pelo menos 4 cm. Figura 10 - Viga baldrame. Fonte: Próprio autor. 18 5.1.3 Concretagem Após alocar a armação corretamente no buraco escavado, começa o enchimento dos vazios com concreto usinado. Importante utilizar o vibrador para uma estaca uniforme. Figura 11 – Preenchimento com concreto usinado. . Fonte: Próprio autor. Figura 12 – Cabeça da estaca. Fonte: Próprio autor. 19 Figura 13 – Integrantes do grupo na visita técnica. Fonte: Próprio autor. 20 5.2 Obra de fundação rasa Obra localizada na cidade de Franco da Rocha/SP. Solo muito resistente. 5.2.1 Gabarito Moldura construída em madeira utilizada para determinar através de fios de nylon devidamente alinhados a posição das paredes, e no encontro de dois fios, a posição dos pilares. Nesta obra chegamos já na fase do alicerce, mas segue desenho ilustrativo. Figura 14 – Ilustração de um gabarito. Fonte: Google imagens. 21 5.2.2 Sapata isolada Após a escavação com as dimensões informadas no projeto, colocou-se uma camada de 5 cm de concreto magro para proteger a armadura da sapata contra a umidade do solo e nas laterais uma camada de chapisco. Em seguida fôrmas de madeiras foram colocadas, mas antes do enchimento foi inserido a armadura do pilar que sairá da sapata isolada. Figura 15 – Foto sapata isolada. Fonte: Google imagens. 22 Figura 16 – Baldrame concretado. Fonte: Próprio autor. 23 6 Conclusão Portanto, pode-se observar no decorrer do trabalho apresentado que os dois tipos de fundações abordados, são elementos estruturais distintos entre si que devem ser definidos através da análise minuciosa do solo. E somente após esta análise será possível definir o método construtivo levando em consideração o custo- benefício do projeto, pois em alguns casos a fundação pode custar mais que o restante da construção, tornando inviável financeiramente para o proprietário do terreno. Assim, notamos que a falta de informação no canteiro de obras nos leva a crer que o estudo do solo nem sempre é realizado, pois utilizam-se das informações passadas pelos vizinhos, de que o solo é resistente ou não. E sabemos que isso é muito arriscado, pois o solo pode mudar dentro de uma pequena área, como um quarteirão, por exemplo. Então, os profissionais da área devem estar sempre atentos as normas técnicas para que não se corra nenhum risco quanto a resistência do solo, e consequentemente a segurança do projeto a ser executado. 24 Bibliografias NBR 6122:2010 – Projeto e Execução de Fundações. NBR 8036:1983 – Programação de sondagem de simples reconhecimento dos solos para fundações de edifícios.Apostila da UFG – Universidade Federal de Goiás, Fundações. http://engenheironocanteiro.com.br/calculo-da-capacidade-de-carga-de-fundacoes- em-estacas-pelo-spt/
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