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Neurofisiologia – Prof. Hilda Petrs O conceito básico da disciplina é entender a percepção e a atuação do sistema nervoso humano, ligar atividades moleculares ao seu funcionamento. → História da Neurociência: antigamente, o coração era considerado o órgão mais importante do corpo humano. Para Aristóteles ele era o responsável pelo processamento dos movimentos. Hoje, o órgão mais importante é o cérebro, que para Platão era o local de onde surgia os movimentos. O cérebro, como se sabe hoje em dia, é responsável pelas sensações e pela inteligência. O conceito de “Sistema Nervoso controlando os movimentos” surgiu na época do Império Romano com a Teoria do Balonismo (acreditava-se que o músculo se enchia de ar). A primeira função do SN era controlar as sensações: visão, audição, paladar, olfato… Através das vias aferentes (que chegam ao SNC) e eferentes (que saem do SNC para as periferias). O cérebro (macio) era o responsável pelas sensações e o cerebelo (consistente) responsável pelos movimentos. - O primeiro Anatomista Humano, Andreas Vesalius, a partir de um experimento com cera líquida, descobriu que haviam partes ocas no cérebro (ventrículos), por onde supostamente passava ar e não líquido, como se sabe hoje. - Renée Descartes acreditava na Teoria o Balonismo, era dualista (mente e corpo seriam entidades separadas e se comunicavam pela glândula pineal). - Luigi Galvani, pai da Neurofisiologia, disse que a contração muscular é obtida através da estimulação elétrica do músculo. Mas como essa eletricidade era gerada? Ninguém sabia. A partir desse momento a Teoria do Balonismo entra em decadência e a Anatomia passa a ser mais importante. Surgiram os estudos localizacionistas que dizia que cada área do cérebro é específica para uma função com um grau altíssimo de interação entre elas. O localizacionista Pierre Paul Broca mostrou que isso realmente é verdade e que a área da fala está localizada no hemisfério esquerdo. Se uma pessoa tiver lesão nessa área ela compreende o que é dito mas não consegue falar. Já Wernicke mostrou a área de compreensão da linguagem, também localizada no hemisfério esquerdo do cérebro, uma lesão compromete a falta de compreensão e portanto a pessoa não fala. Essas duas áreas se comunicam e o comprometimento dela leva o indivíduo ao estado de condução/parafasia, ou seja, não consegue repetir. Por mais que essas duas áreas se localizem do lado esquerdo, suas lesões também afetam o lado direito: na área de Broca causa dificuldade de expressão emocional e na área de Wernicke causa falta de qualidade. Cada região do nosso corpo apresenta uma área no cérebro responsável pelo seu controle, algumas delas com um tamanho diferente, com áreas de percepção sensorial diferentes no córtex cerebral (as áreas de motricidade fina são as maiores no cérebro, por serem mais precisas). As áreas do cérebro se comunicam e é por isso que, ao perder uma perna por exemplo, a pessoa consegue ter a sensação de que ela ainda existe (membro fantasma). A pessoa que é cega consegue ter mais sensibilidade na audição e no tato por essas áreas “substituírem” a área da visão. Atualmente esse funcionamento das áreas é mais preciso com a Ressonância Magnética. → Teoria do Neurônio Espelho: teste com o macaco. Quando fazemos uma atividade e quando observamos os mesmos neurônios são ativados em ambas as situações. Ex: dar a língua para criança e logo depois ela imitar. Nosso cérebro contém neurônios que são capazes de fazer com que imitemos/sentimos o que o outro faz/sente. No autismo, o deficit nesse neurônio pode ser a causa para a dificuldade de aprender a linguagem verbal. Nessa teoria há a Teoria da Empatia que é, por exemplo, ver uma pessoa muito próxima sentindo dor e seu neurônio ativar para que você também sinta a dor. → Estrutura do SN: é dividido em duas partes: SN Periférico e SN Central. O primeiro é distribuído por todo o corpo formando um conjunto de axônios, integrando o SN Central com os órgãos. Ele possui vias de informação caracterizadas como eferente e aferente (sensorial). Na via eferente a informação é mandada através do Sistema Nervoso Autônomo (Simpático, Parassimpático e Entérico) e Somático (movimento). É formado por gânglios (localizados nos neurônios sensoriais, próximos à medula, são receptores ligados às fibras nervosas que constituem os nervos), nervos (possuem terminações nervosas, 31 pares de espinhais/ raquidianos – 8C, 12T, 5L e 5S – e 12 pares cranianos) e plexos (permite comunicação entre os órgãos, são nervos que se encontram e se separam, ex: plexo braquial). O segundo Sistema é o grande comando do corpo, formado por neurônios e gliócitos assim como o periférico, porém, nele se encontra a maioria das células nervosas, seus prolongamentos e contatos. Ele atua nos músculos (contração) e nas glândulas (liberando ou inibindo secreções) e seus componentes são: encéfalo (interior da caixa craniana) e medula espinhal (continuação do encéfalo, no canal da coluna). O encéfalo é dividido em cérebro (córtex e lobos – possui ventrículos contendo líquido), tronco encefálico (de onde emerge os nervos cranianos) e cerebelo. O cérebro contém o telencéfalo (hemisfério cerebral) e o diencéfalo (tálamos e hipotálamo), separados por um bulbo. O tronco encefálico é dividido em mesencéfalo, ponte e bulbo. → Celularidade: o tecido nervoso contém neurônios (elétrico) e as células de glia (químico). Os neurônios são compostos pelo corpo celular, axônio e ramificações dendríticas. As células de glia (gliócitos) são divididas em macroglia (de origem ectodérmica e suas formas dividida em astrócitos e oligodendrócitos) e microglia (de origem mesotérmica, encontrada tanto na substância cinzenta quanto na branca, apresentando propriedades fagocitárias). Os dois componentes do tecido nervoso operam juntos. * Astrócitos: formam o caminho que o neurônio passa, são responsáveis pelo suporte estrutural do tecido nervoso, formam barreira. * Oligodendrócitos: responsáveis pela produção da bainha mielina (rapidez). → Neurônio: o conjunto deles chama-se circuito/ redes neuronais. É a unidade do SN, responde a estímulos físicos e químicos e produz impulsos elétricos. Além disso libera reguladores químicos e transmitem informações. Organizam-se na forma de núcleos/gânglios e nervos (axônio localizado dentro ou fora do SNC; composto por fibras sensoriais e motoras). - Morfologia adaptada à função: no corpo celular, ou também chamado de soma, dos neurônios são encontradas as organelas. No SNC os corpos são organizados em núcleos (hipotálamo, gânglios da base, núcleo geniculado, etc.) e no SNP em gânglios. O dendritos é a área receptora dos estímulos elétricos, transmitindo-os para o corpo celular, são “antenas” para sinais de outros neurônios. O axônio conduz os impulsos elétricos e leva a mensagem. O terminal pré-sináptico (sinapse) é responsável pelo reflexo neuronal, a zona de contato com o outro neurônio ou músculo, pode trocar mensagens, bloquear e modificá-las. - Classificação funcional dos neurônios: é baseada no tipo de conexão. Aferentes/ Sensoriais são as que conduzem impulsos dos receptores sensoriais (visão, tato…) para o SNC, é a via que sobe. Eferentes/ Motores são as que conduzem os impulsos para fora do SNC a órgãos ou estruturas efetoras, é a via que desce. Interneurônios são as localizadas no SNC integrando o sistema sensorial e motor. → Glia: são células não neuronais responsáveis pela sustentação/ migração (desenvolvimento) dos neurônios. Constituem ponte metabólica (com capilares e células nervosas) e regulam a concentração de íons – modulando a transmissão sináptica. Além disso auxilia na propagação do impulso elétrico em alta velocidade formando a bainha mielina (oligodendrócitos – SNC; células de Schwann – SNP), participa das respostas imunes em condições de inflamação e trauma, regula a produção de líquidoencefalorraquidiano além de nutrir, controlar o metabolismo dos neurônios, ajudar na construção do tecido nervoso e serem células imunitárias. - Macroglia: são milhares de sinapses divididas em astrócitos (principal do cérebro metabólico, de origem neuro ectodérmica, que envolve os capilares do SN e reveste paredes intercerebrais e meninges), oligodendrócitos (mielinização no SNC, de origem neroectodérmica, bloqueia a regeneração dos axônios) e Scwann (mielinização do SNP de origem crista neural, não bloqueia a regeneração em caso de lesões). – Microglia: fagocítica de origem mesodérmica. – Células Ependimais: recobrem os ventrículos e produzem o líquido cefalorraquidiano. → Membrana Plasmática – Íons e Potencial de Membrana: o que gera, conduz e transmite os impulsos elétricos e a informação? Os neurônios! Ex: ao encostar em uma panela quente e retirar a mão imediatamente devido a sensação da temperatura é uma resposta reflexa do SN. Os neurônios da mão informam à medula através das vias sensoriais e manda a informação para o cérebro através das vias aferentes, a resposta é passada de neurônio a neurônio, até que chegue ao músculo, através de energia elétrica e liberação do neurotransmissor. – Membrana: a membrana tem característica de excitabilidade, significa que o neurônio consegue alterar a carga dela. Produz, conduz e transmite os impulsos (pulso elétrico gerado pela membrana, rápido e invariável, com longa velocidade pelo axônio. Em sua extremidade provoca emissão de mensagem química levando a informação para a célula seguinte) através de sinapses, permitindo a abertura de canais para passagem de íons. O potencial elétrico no meio interno é negativo e o externo é positivo. Os íons Na+ e K+ são moléculas que possuem corrente elétrica. No neurônio essa corrente passa de partícula a partícula saindo da célula. Dentro da célula a concentração de K+, proteínas e Mg+2 prevalecem enquanto que fora da célula os que prevalecem são Na+, Cl- e Ca+2 (dentro da célula ele não se encontra solto, fica no retículo). – Medição da corrente elétrica entre dois pontos – voltagem: a voltagem é a diferença que se dá na margem da membrana, sem ela a célula se encontra morta. O Potencial de Membrana nos neurônios equivale a -60mV, esse cálculo é feito através da equação: lado intracelular – lado extracelular = - x – Como se dá o impulso? Muita proteína dentro da célula faz com que os íons sejam capazes de se repelir, gerando um impulso de dentro para fora da membrana. A quantidade de íons é praticamente a mesma, o que faz essa diferença de potencial é a membrana. A proteína, no entanto, tem um papel facilitador. – Membrana Celular: é composta por uma bicamada lipídica com a presença de proteínas, não solúvel em água, tem a função de separar os meios celulares e faz uma barreira seletiva controlando o que entra e o que sai da célula. - Proteínas de membrana: são canais iônicos de tamanhos e formas diferenciadas caracterizando a seletividade (permeabilidade seletiva). Há os canais abertos, que liberam a passagem de íons continuamente, e os controlados por comportas, que abrem em resposta a estímulos específicos. Quando o canal se encontra fechado é de baixa permeabilidade, ao se abrir se torna de alta permeabilidade. Os íons passam podem passar por difusão passiva (a favor do gradiente de concentração) e com carga (na direção da corrente elétrica, do fluxo de cátion). Corrente: é a força exercida pelo íon para que consiga se mexer (potencial elétrico de voltagem). - Condutância: indica o nível de facilitação da passagem de corrente elétrica. Neurônios mais calibrosos e mais mielinizados são mais rápidos e geram menos gasto energético. - Tipos de canais iônicos: * Por fosforilação: acontece só de um lado da membrana e a modulação do canal depende da carga das proteínas. * De voltagem dependente: são abertos por alteração de voltagem na membrana. É diferente dos outros canais que se abrem e se fecham, pois quando sai do repouso ele se abre e precisa de um tempo chamado de estágio inativado, passando para os pontos adjacentes da membrana (→), conduzindo de uma extremidade à outra. * Tipo Bomba: são aqueles que precisam de ATP para jogar substância do meio menos concentrado para o mais concentrado, ou seja, contra o gradiente de concentração, através do transporte ativo. * De Potencial de Equilíbrio Iônico (determinantes de repouso): dentro da célula é mais negativo por conta da carga das proteínas. Quando a carga positiva entra na célula pela FORÇA DIFUSIONAL ela é repelida pelas cargas positivas encontradas dentro e por isso volta para fora da célula a partir da FORÇA ELÉTRICA. Isso determina a dinâmica da permeabilidade da membrana, causando o equilíbrio e voltando para o repouso. Esse repouso é determinado pela alta concentração de proteínas e K+ intracelulares, da alta permeabilidade ao K+ e da bomba de Na+ e K+ (é a principal para a diferença de concentração). Quando íons saem do lado positivo para o lado negativo da célula (fora para dentro) acontece a hiperpolarização, o contrário, sair do negativo para o positivo, causa despolarização (Na+). Bomba: a concentração de Na+ é maior no meio extracelular que no meio intracelular enquanto que a de K+ é maior no intra. A manutenção dessas concentrações dependem das proteínas que se ligam aos íons e os transportam. Elas captura o Na+ e o bombeia para fora da célula enquanto que o K+ entra, quando as concentrações se encontram invertidas. Desse modo essa bomba é importante por, após as concentrações terem sido trocadas, garantir a estabilização do potencial de ação e permitir novamente o equilíbrio na membrana, que é o estado de repouso da célula. * Dependentes de ligantes: são abertos por substâncias específicas como neurotransmissores e hormônios. São menos específicos quanto aos íons que deixam passar. * Abertos a estiramento: a estímulos mecânicos e alteração de temperatura. - Variação de cargas: a frequencia entre os potenciais variam, isso se dá de acordo com o estímulo, se ele for maior a frequencia é menor. (exames de eletro) Tipos de alterações: * Potenciais Excitatórios e Inibitórios: são atuados a partir da presença de outros íons (sem ser Na+ e K+) no corpo celular ou nos dendritos através dos canais dependentes de ligantes. Esses potenciais se somam para saber se vai mudar o potencial para abrir os canais de Voltagem Dependente e produzir o Potencial de Ação (se chegar ao limiar, ele ativa). * Potencial de Ação : ou impulso nervoso. É o fenômeno bioelétrico, super-rápido, que acontece devido a abertura de canais de voltagem dependente e passagem de íons na membrana por difusão. É um processo muito rápido e de inversão da polaridade da membrana, produzido pela abertura seletiva e consecutiva de canais dependente de voltagem de Na+ e K+ causando inversão da polaridade elétrica e mudança na morfologia da proteína. É o código de comunicação do SN e só é gerado quando chega ao limiar (alteração de carga para o canal se abrir - (- 70v)). Leva a informação a distância através do axônio (zona de gatilho) e apresenta os canais de voltagem (quando abre sai Na+ entra K+ MUITO RÁPIDO!) que se abrem apenas no axônio. Os canais de sódio dependente de voltagem se abrem primeiro e inativa a célula (para que os íons não retornem) enquanto que os de potássio voltagem dependente se abrem logo após o fechamento do sódio. Fases: 1) REPOUSO 2) DESPOLARIZAÇÃO 3) REPOLARIZAÇÃO 4) HIPERPOLARIZAÇÃO 5) REPOUSO Dentro do potencial de ação existe o PERÍODO REFRATÁRIO ABSOLUTO (não gera outro potencial) e RELATIVO (pode precisar de uma corrente maior, sem situação de repouso). - Estado do neurônio: no repouso ele não tem sinalização, quando está despolarizado ele pode sinalizar (ao atingir o limiar) ou facilitar (não atinge). Ao hiperpolarizar ele se tornainibido. → Doenças: Esclerose Múltipla é a perda de mielina e função dos neurônios se torna dificultada, perdendo movimentos e sensações. Epilepsia são alterações nos neurônios. Infeção por toxinas como a do baiacu não gera potencial, no escorpião só despolariza, eles envenenam os canais iônicos. As injeções letais de cloreto de sódio não deixa haver diferença de concentração, causa parada cardíaca e etc. A anestesia tem o estímulo mas o neurônio não percebe. - Cálcio: o cálcio de dentro da célula e encontra retido no Retículo. Não confundir o Ca+2 de dentro com o de fora! A HIPOCALCEMIA é o estado de tetania (contração muscular a partir do sinal gerado no neurônio) que acontece quando o cálcio do lado de fora é retirado. Dessa forma a membrana fica menos negativa, facilitando a despolarização (Potencial de Ação). A HIPERCALCEMIA é a fraqueza muscular que acontece quando deixa mais negativo e hiperpolariza. A diminuição de Ca+2 gera um aumento na excitabilidade. → Sinapses: é responsável pela passagem de informação pelos neurônios, através de sinais que podem ser modificados caracterizando-se como “chips” biológicos. É o local onde ocorre transferência de informação de um neurônio para outro. Essa junção é altamente especializada e é a base da comunicação. A sinapse pode ter diferentes tamanhos e apresenta uma ZONA ATIVA (estrutura pré sináptico rica em canais e concentração de cálcio). Os neurônios são: * Pré-sinápticos: é o terminal axonal, onde ocorre a chegada e liberação da informação através dos potenciais de ação. Há presença de vesículas e grânulos que se aglomeram próximo à membrana pré-sináptica. * Pós-sinápticos: é a região do neurônio seguinte responsável pela resposta da informação. Provoca alterações que podem influenciar o disparo de potenciais de ação no neurônio. As sinapses podem ocorrer em diversos locais: axo dendríticas (axônio com dendrito), axo somáticas (axônio com soma) e axo axônias (axônio com axônio). O local que estiver mais próximo à zona de disparo é mais eficiente. A dendrodendrítica é mais lenta do que a somatossomática. REPOUSO Disparo D ES PO LA RI ZA ÇÃ O A sc en de nt e R EPO LA R IZA Ç Ã O D escendente HIPERPOLARIZAÇÃO Restauração Na+ K+ Bomba - Classificação: as sinapses podem ser classificadas funcionalmente em sinapse elétrica e sinapse química. Quando à sua morfologia classificam-se em tipo I e tipo II. * Tipo I: são sinapses simétricas, que apresentam suas espessuras de membrana parecidas. São chamadas de excitatórias por conter facilidade de ocorrer potencial de ação no neurônio pós- sináptico, despolarizando. * Tipo II: são assimétricas, com suas espessuras diferentes nas membranas. São inibitórias pelo fato de hiperpolarizar e afastar assim o potencial de repouso do limiar, dificultando produção de potencial de ação. A soma dos dois tipos caracteriza a mensagem transmitida para o outro neurônio. * Sinapse elétrica: é direta e simples, muito rápida (permitindo sincronização, ou seja, mais sinapses) e os íons passam diretamente. É um conjunto de proteínas formando poros (gap junction) em suas regiões de contato. Essas regiões são chamadas de conexina, que é quando duas células se acoplam (a conexina 36 é a mais encontrado no SNC e sem ele há pequenas perdas motoras, é importante para as sinapses) e os potenciais passam quase sem alterações. A sinapse elétrica permite transferência direta, bidirecional (dois estímulos podem ser na mesma direção mas com intensidades diferentes, mas a temporalidade é a mesma), não há nada químico e possui baixa capacidade de modulação. * Sinapse química: é indireta e mais lenta pois é preciso que seja liberada substância química (no espaço entre o pré e o pós-sináptico) para modificar os canais (abrir e fechar) e pode modular a informação de acordo com a circunstância. Apresenta uma fenda sináptica entre as células e é unidirecional. É responsável pelo armazenamento de substâncias neurotransmissoras e neuromoduladoras em grânulos (maior) e vesículas (menor), responsabilizando-se pela conversão da informação elétrica em química. - Neurotransmissores/ moduladores: são substâncias químicas acumuladas nas vesículas (aminoácidos e aminas) e nos grânulos (peptídeos), estes situados próximo à membrana pré- sináptica. Os acumulados em vesículas atuam de forma mais rápida por acontecer diretamente na região sináptica. - Etapas da transmissão sináptica: 1) Síntese de Neurotransmissores; 2) Armazenamento de Neurotransmissores; 3) Chegada de Potencial de Ação; 4) Abertura dos canais de Ca+2 de voltagem dependente; 5) Influxo de Ca+2; 6) Fusão de vesículas; 7) Exocitose de Neurotransmissores; 8) Ligação aos receptores; 9) Efeitos pós-sinápticos (excitatório/ inibitório); 10) Interrupção dos efeitos; 11) Reciclagem de vesículas. * Síntese de Nts: feito por enzimas do corpo celular ou próximas ao terminal axonal a partir de um aminoácido/ amina, por exemplo o GABA que é feito a partir do ans glutamato. Só ocorre com a chegada ao núcleo. * Armazenamento de Nts: depois de produzido a célula o armazena em vesículas/grânulos. * Chegada de PA: o potencial chega em forma de ondas despolarizadas para que abra os canais de voltagem e ocorra a liberação do neurotransmissor. * Abertura de canais de Ca+2: com a chegada de PA os canais de cálcio voltagem dependente, presentes na zona ativa do terminal axonal, se abrem. * Influxo de Ca+2: a concentração de cálcio fora do no lado extracelular é muito maior, permitindo então, com a abertura dos canais, que haja a entrada de cálcio. * Fusão de vesículas: o cálcio que entra é responsável pela fusão das vesículas com a membrana da zona ativa. * Exocitose de Nts: essa fusão com a membrana faz com que ocorra a liberação do neurotransmissor, formando então vesículas vazias. Essas vesículas são formadas por proteínas que fazem endocitose, devido à mudança de sua estrutura pela ligação do cálcio na membrana. * Ligação aos receptores: são proteínas da membrana pós-sináptica que estabelece ligação química com Nts. A reação química ocorrida provoca o potencial pós-sináptico. Pro mesmo neurotransmissor tem vários receptores, dando temporalidade. Há dois tipos de receptores que vão depender do tipo de neurônio, há uma diversidade: - Ionotrópicos: o Nts chega, muda a conformação do receptor abrindo o canal dependentes de ligantes. - Metabotrópicos: proteínas de membrana que entram em ação modulando o canal (processo mais lento) e dissociando proteínas para liberação do NT. Não muda a membrana apenas para a passagem da informação, a célula se modifica internamente, diferenciando do Ionotrópico. * Efeitos pós-sinápticos: depois de todo esse processo, novamente ocorre os potenciais excitatórios e inibitórios, que se juntam para forma um novo potencial de ação quando alcançar o limiar. Um neurotransmissor pode inibir/ bloquear o potencial de ação. * Interrupção dos efeitos: os efeitos do neurotransmissor pode ser interrompido de 5 formas: se difundir, ser captado por gliócitos, ser captados por neurônios, ser degradados por enzimas ou ser internalizados na membrana. * Reciclagem de vesículas: as vesículas são recicladas em vesículas vazias, pois a sinapse não pode mudar de tamanho, portanto a membrana vesicular precisa sair da membrana celular. Os neurotransmissores são reciclados imediatamente e acumulados nessas vesículas. Ex: uma pessoa que tem deficit de acetilcolina, o tratamento faz com que a proteína degrade e mantenha o neurotransmissor por mais tempo. Obs: - Se um estímulo for fraco, os neurotransmissores liberados são os próximos da membrana, se for forte libera os mais distantes também; - O veneno da Viúva Negra proporciona um excesso de formação de vesículas. - A intensidade do estímulo está ligado a quantidade diferentede neurotransmissor. Se a frequencia do PA for alta a quantidade de moléculas liberadas será alta. Transformando então elétrico em químico.
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