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Jan Van Eyck

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CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA
JULIANA FERREIRA ALDAVES
MARCELLA DE CARVALHO SILVEIRA
TRABALHO DE HISTÓRIA DA ARTE
MARIA DE FÁTIMA DA SILVA COSTA GARCIA DE MATTOS
Jan Van Eyck
Ribeirão Preto
2018
Jan Van Eyck
Nasceu em 1390, em Mass Eyck – Limburgo (era costume de muitos artistas adotar o nome de sua cidade natal). Gótico flamengo do século XV, buscava pelo realismo, retratando perfeitamente os detalhes com exatidão. 
Van Eyck aprende os primeiros rudimentos da arte com seu irmão 20 anos mais velho Huybrecht (Hubert), onde juntos, executaram vários trabalhos, embora nunca foi encontra nenhuma de suas obras assinada também por Hubert. 
Em 1420 recebe o encargo de realizar o políptico (retábulo composto por painéis fixos ou não, que juntos formam com conjunto subordinado sobre o mesmo tema) para adornar a capela da Catedral de São Bavão. Esse trabalho foi nomeado como “Adoração do cordeiro Místico”, e é sua obra mais afamada, encomendada por Josse Vydt.
Em 1422 Jan vai para Haia, a serviço do Conde da Holanda, e em 1425 o Conde vem a óbito encerrando assim a permanência de Jan Van Eyck em Haia. 
Ainda em 1425, o Duque de Borgonha nomeia-o pintor da corte, e Van Eyck realiza viagens em missões diplomáticas. 
No ano seguinte, em setembro, morre seu irmão Hubert, qual foi enterrado na cripta da família de Josse Vydt, sob uma arcada aberta no muro, e sobre o mausoléu foi esculpido um esqueleto jazente. 
Nessa época os dois trabalhavam na mais deslumbrante obra de ambos: “Adoração do cordeiro Místico”, privado de seu irmão mais velho, mestre e mentor, Jan prossegue sozinho na realização do retábulo, e termina apenas em 1432. 
Em 1433, Jan Van Eyck casa-se com Margarida, e em pouco tempo nasce o primeiro filho do casal, onde o Duque Filipe apadrinha a criança. 
Em Junho de 1439, Jan termina o seu último quadro, no qual retrata sua esposa. 
Em 9 de Julho de 1441, gravemente enfermo, morre em Bruges – Flandres, impossibilitado de terminar um retábulo para a igreja de São Martinho em Ypress, e é sepultado na igreja de São Donato de Bruges, num mausoléu colocado junto a um pilar, e no qual se lia a seguinte inscrição:
“Jaz aqui Jan, celebre por seu mérito, e cujos quadros possuem uma graça maravilhosa; soube pintar formas vivas, a terra carregada de floridas plantas, e animar tudo quanto representava. Venceu a Fídias e a Apeles; Policleto lhe foi inferior. Acusai as Parcas cruéis que nos arrebataram tal homem. Que nosso pranto culpe o Destino implacável. Roguemos a Deus para que lhe abra o céu.” 
Gótico flamengo 
O gótico flamengo nasceu na Europa, foi um grupo de pintores que vinham principalmente dos países baixos no século XV e começo do século XVI. 
Esse grupo iniciou-se com Jan Van Eyck e terminou com Gerard David, eles introduzem, ao mesmo tempo, o ápice da idade média e a transição para a Renascença. 
A expressão “gótico”, associada a esse tipo de arte, vem do latim “gothicus”, dita palavra pode ser aquilo que designa o que é proveniente, relativo, criado ou usado pelos Godos, o povo germânico.
Este gênero tem várias semelhanças com seu antecessor (românico), através do domínio da religião e design intemporal das obras. No entanto, as catedrais góticas eram lugares claros e brilhantes, ao contrário das igrejas românicas que eram sombrias e escuras. A concepção de gótico, entretanto, mudou com os tempos. Com a revitalização do medievalismo que teve lugar durante o período romântico, o gótico tornou-se associado com o mórbido e sinistro.
Renascimento 
O Renascimento foi um período da história marcado por significativas mudanças culturais, ideológicas e científicas. Tinha como principal característica a compreensão de que o homem era o centro do universo, ou seja, a humanidade deveria ser o centro do entendimento humano, se opondo claramente à visão teocêntrica da Idade Média, a qual pregava que Deus era o centro das preocupações. Usava-se também utilização da razão para tirar conclusões, ao invés da valorização da fé. Além disso, a ideologia renascentista pregava o individualismo, ou seja, a liberdade de um indivíduo perante a sociedade. Essa última característica é um claro exemplo da força da burguesia, uma vez que a existência de indivíduos livres tenderia a estimular o espírito de competição. 
Principais características voltadas às pinturas:
Perspectiva, projeta a ilusão de profundidade em um plano bidimensional pelo uso de “pontos de fuga” para a qual todas as linhas convergem ao nível dos olhos, no horizonte. 
O uso do “claro-escuro”, é a técnica de pintura que explora a combinação de luz e sombras em um desenho, imagem, pintura por meio de transição do claro para o escuro por meio da luz e sombra.
Realismo, capacidade demostrar a realidade da maneira mais verossímil possível.
Inicia-se o uso da tela e da tinta á óleo, sua principal característica diz respeito à mistura cromática e o brilho conferindo acabamento excepcional, além da flexibilidade em função da lenta secagem da tinta, permitindo ao artista alterar seu trabalho quando necessário.
Obras escolhidas
O Casal Arnolfini – 1434
Obra retratada com observância rigorosa a riqueza da burguesia. Quadro cheio de simbolismo, onde Jan Van Eyck testemunha e pinta, o casamento do casal Arnolfini. 
Nessa obra Jan Van Eyck demonstra sua extraordinária pericia como pintor, com total domínio das mais recentes técnicas artísticas, em especial à pintura à óleo. 
Revela uma notável característica do período renascentista, a perspectiva, que vem a ser a arte de figura, as diversas distâncias e proporções que têm entre si os objetos vistos à distância, segundo os princípios da matemática e da geometria.
Nesta obra encontramos uma outra forte característica do renascimento: O Humanismo, onde retratam um conjunto de princípios que valorizavam as ações humanas e valores morais, como as mãos unidas do casal, é como o elemento principal, o que caracteriza o momento. E então o notório fato da esposa olhar diretamente para seu esposo, de forma prestável. 
Outra característica forte da pintura renascentista é o uso do claro-escuro, onde Jan Van Eyck pinta algumas áreas iluminadas e outras na sombra, esse jogo de contraste reforça o volume dos corpos, assim dando-lhes destaque. 
O uso das cores escolhidas por Jan e as múltiplas interpretações do seu trabalho tornaram a obra exuberante, detalhes em enorme perfeição geram olhares curiosos a detalhes secundários como por exemplo:
 
O castiçal de sete braços contém apenas uma vela, provavelmente a vela que a noiva ofereceu ao noivo segundo a tradição flamenga. Uma vela acesa à luz do dia simboliza por norma o sempre presente Espírito Santo ou o Olho de Deus.
As laranjas na mesa junto à janela referem-se provavelmente à fertilidade e simbolizam a pureza e inocência no Jardim do Éden antes da queda. Atrás do casal, as cortinas da cama conjugal estão abertas, sendo uma representação da visita e bênção da Santíssima Trindade.
Nem Arnolfini, nem a esposa usam sapatos. Este facto demonstra o respeito e consciência da santidade e beatitude do matrimónio. Os tamancos em primeiro plano são provavelmente um sinal de respeito pela cerimónia de casamento e apontam, além disso, para o facto de este acontecimento ter lugar em terra santa. Tradicionalmente os maridos ofereciam tamancos às suas esposas.
As cortinas vermelhas da cama referem-se ao acto físico do amor, à união carnal do casal. A cor verde do vestido da mulher simboliza a esperança, talvez a esperança de ficar mãe, já que ela não está realmente grávida como parece. Essa técnica da época chamava-se “pregnancy look”, as mulheres vestiam roupas com grande quantidade de tecido, ou até mesmo travesseiros abaixo dos vestidos e becas, para dizer que era saudável e poderia ser fértil. Isso tudo porque teve uma enorme epidemia da peste negra, que foi uma epidemoa que matou cerca de um terço da população que habitava o continente europeu em meados do século XIV.O Homem de Turbante – 1433
 A pintura renascentista pretende mostrar a beleza do corpo humano, e que o homem não é apenas um seguidor de Deus. Nessa obra, supõe-se tratar-se autorretrato do pintor, mostra que a sociedade estava prestes a mudar, a tornar-se excêntrica mostrando todo seu potencial artístico, retrata a visão de que o homem é o principal e decisivo elemento na condução da história da humanidade. Essa visão é conhecida como antropocentrismo “homem no centro" e fez oposição a visão teocêntrica "Deus no centro" da Idade Média.
Podemos observar a presença do antropocentrismo, que vem a ser uma forma de pensamento comum a certos sistemas filosóficos e crenças religiosas que atribui ao ser humano uma posição de centralidade em relação a todo o universo, seja como um eixo ou núcleo em torno do qual estão situadas espacialmente todas as coisas
Assim, a visão antropocêntrica defende que o mundo, assim como todas as coisas que nele existem, é de benefício maior dos seres humanos. 
Outra influência renascentista encontrada no quadro seria a perfeição em que foi pintado o rosto de forma tão realista, assim como as cores utilizadas. 
Jan Van Eyck utilizava um tipo de ilusão por meio de análise de texturas e detalhes, nessa obra podemos ver o foco na cor vermelha, e no notável jogo de sombras. 
Assim como a obra anterior, O Casal Arnolfini, encontramos o uso do claro-escuro, onde Jan Van Eyck pinta algumas áreas iluminadas e outras na sombra, esse jogo de contraste deu destaque ao rosto no centro. 
Bibliografia
Gênios da pintura – Volume 01 
Renascimento e Humanismo - Acker,Maria Teresa Van
A História da Arte – E. H. Gombrich 
Imagens em https://pt.wikipedia.org/wiki/Jan_van_Eyck

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