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Teoria do Direito I Zetética e Dogmática

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1 
 
UNIVERSIDADE ESTATUDAL DE MATO GROSSO 
CURSO DE DIREITO 
TEORIA DO DIREITO I 
 
 
 
 
 
 
GISLAINE CORREIA DE SOUSA 
 
 
 
 
 
 
ZETÉTICA E DOGMÁTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alta Floresta – MT 
2018 
 
2 
 
GISLAINE CORREIA DE SOUSA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ZETÉTICA E DOGMÁTICA 
 
 
 
 
Trabalho apresentado ao Curso de 
Direito, disciplina de Teoria do Direito 
I, da Universidade Estadual de Mato 
Grosso, como parte dos requisitos 
para obtenção de nota do 1º 
semestre. 
 
Prof. Marcus Mesquita 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alta Floresta – MT 
2018 
 
3 
 
Enfoques teóricos: Zetética e Dogmática 
 
Para iniciar as tratativas do assunto referenciativo do trabalho, é 
necessário que se entenda o significado de zetética e dogmática, no que tange 
seus enfoques teóricos. 
Zetética deriva de zetein, que significa investigar, questionar, a zetética 
tem como perspectiva desintegrar e dissolver as opiniões, pondo-as em dúvida, 
exercendo função especulativa explicita e infinita, também é uma metodologia 
investigativa, indagatória, voltada para a resolução de problemas teóricos. Para 
tanto, entende-se que a teoria zetética do Direito pode ser entendida pela 
oposição à teoria dogmática do Direito, onde alguns conceitos e fatos são 
aceitos como dogmas. Em oposição, a zetética coloca o questionamento como 
posição fundamental, o que significa que qualquer paradigma pode ser 
investigado e indagado. 
De acordo com o dicionário a palavra dogmatismo significa uma 
tendência de um indivíduo, de afirmar ou crer em algo como verdadeiro e 
indiscutível, um termo utilizado pela religião e pela filosofia, dogmática tem sua 
origem na palavra grega dokein que significa doutrinar, ensinar. Ele ocorre 
quando uma pessoa considera uma verdade absoluta, um exemplo de utilidade 
dessa prática está na religião. Por outro lado está a Dogmática Jurídica que é 
um estudo científico das normas e regras existentes ou vigentes, ou seja, é o 
estudo sistemático do Direito Positivo que aborda os problemas da aplicação 
Jurídica. 
A ideia de direito positivo significa que as normas jurídicas são criadas 
de um modo específico, em detrimento de outros. De modo genérico, podemos 
reconhecer três modos pelos quais uma norma é criada: revelação, costume ou 
positivação. Falar de direito positivo, significa falar de uma teia de decisões que 
são pressupostas para a positivação de uma nova norma. Assim, para que o 
juiz possa criar uma sentença, antes já foram tomadas decisões que criaram as 
leis que lhe deram competência e fundamentos; tais leis, por outro lado, 
pressupõem outras decisões que criaram outras normas que possibilitaram sua 
existência. 
Aristóteles classificou a ação humana com os termos acima, adotando o 
critério de analisar o resultado ou o fim dessa ação. A praxis é aquela 
4 
 
modalidade de ação cujo resultado é um “bem” (no sentido valorativo do 
termo). A poiesis é aquela modalidade de ação cujo resultado é um produto, 
elaborado durante a ação. 
A partir do momento em que o direito converteu-se em uma poiesis, sua 
faceta tecnológica torna-se fundamental, pois a ciência do direito torna-se 
dogmática, convertendo-se nessa tecnologia que permite a fácil e rápida 
compreensão e manipulação do direito no sentido da produção de novas 
normas jurídicas que decidam conflitos sem perturbar a ordem social. As 
ciências dogmáticas preocupam-se com a resolução de problemas práticos e 
não, fundamentalmente, com a obtenção de um conhecimento verdadeiro 
sobre seu objeto. No caso do direito, seu raciocínio parte de um ponto não 
problematizável (um dogma, no caso, a Constituição) e busca encontrar os 
conteúdos materias e procedimentais para solucionar um conflito social. Seu 
objetivo, portanto, não é filosófico ou meramente científico, mas concreto: 
converter as normas existentes (decisões que já foram tomadas) em uma nova 
norma (decisão que será tomada), por meio de um processo que exige “peças” 
a serem também produzidas. Notamos, portanto, que o direito contemporâneo 
é marcado pelo fenômeno da positivação, transformando-se, basicamente, em 
uma produção de peças processuais e decisões jurídicas. A Ciência Dogmática 
do Direito é a tecnologia que permite essa produção. Para ser um bom jurista, 
hoje, basta dominar essa tecnologia: saber “peticionar”, elaborar pareceres e 
redigir contratos. 
Basicamente, podemos verificar os termos e características que 
diferenciam a zetética jurídica e a dogmática jurídica, que está na maneira de 
enfocar o direito enquanto objeto de estudo. É uma diferença que diz respeito à 
delimitação do objeto “direito” de análise. Na dogmática jurídica temos um não 
questionamento das premissas contidas na abordagem do direito, na medida 
em que tais premissas são presentes no ordenamento jurídico, mais 
precisamente na lei. Dessa forma, tomando tais premissas como 
inquestionáveis, temos um enfoque do direito enquanto investigação de um 
problema baseado na resposta, na solução, na decisão. Na zetética jurídica as 
premissas básicas do sistema, seus enunciados e seus elementos fundadores 
permanecem abertos à dúvida. Dessa forma, temos um enfoque do direito 
enquanto investigação de um problema baseado no caráter problemático 
5 
 
(questionamento) da própria formulação da pergunta. Por exemplo, o fato de 
que o funcionário público pode ou não fazer greve é uma questão aberta para a 
“zetética jurídica”, porém, balizada pelo ordenamento jurídico para a 
“dogmática jurídica”. 
A formulação de uma teoria crítica do direito está relacionada com a 
análise elaborada sobre o objeto e não com o objeto em si. Portanto é 
equivocado associar exclusivamente crítica e zetética. Sendo o objeto da 
reflexão do direito privilegiado a partir do enfoque dogmático, isso não significa 
dizer, necessariamente, que a postura de análise será acrítica. Dessa forma, 
tendo em vista que a formulação de uma teoria crítica do direito está 
relacionada com a postura de análise, é possível formular tal teoria em ambos 
os enfoques (dogmático e zetético). 
Portanto, “o enfoque zetético visa saber o que é uma coisa, já o 
enfoque dogmático preocupa-se em possibilitar uma decisão e orientar a ação” 
(FERRAZ JR, 2003). 
A zetética tem como âmbito investigativo parâmetros amplos, como 
característica principal o constante questionamento, ou seja, a zetética não se 
limita. O fato de ela ser descompromissada com a solução de conflitos, ela 
pode ser definida como especulativa. O enfoque zetético pode ser classificado 
de diversas formas: zetética empírica pura (a investigação não visa a 
aplicação), zetética empírica aplicada (a investigação tem como princípio 
conhecer o objeto para mostrar como este atua), a zetética analítica pura (em 
que a pesquisa é feita no plano lógico) e, por último, a zetética analítica 
aplicada (em que há a aplicação técnica da investigação). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Referências: 
 
FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio. Introdução ao Estudo do Direito –
técnica, decisão e dominação. 4ª edição. São Paulo: Atlas, 2003, p. 75 e 
seguintes. 
FERREIRA, Adriano de Assis. Linha de Montagem Judicial. 
ARISTÓTELES, Metafísica. Tradução Leonel Valandro. Porto Alegre: 
Globo, 1969. p.11

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