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Material de Construção - Impermeabilização

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UNINASSAU 
Curso de Arquitetura e Urbanismo -
Disciplina:Tecnologia de Construção 2 
 
Prof. MSc Fabrício Varejão 
 
IMPERMEABILIZAÇÃO 
 
O que é impermeabilização ? 
É uma técnica que consiste na aplicação de produtos específicos 
com o objetivo de proteger as diversas áreas de um imóvel contra 
ação de águas que podem ser de chuva, de lavagem, de banhos ou 
de outras origens. 
A impermeabilização é um sistema responsável por selar, colmatar 
ou vedar os materiais porosos e suas falhas, sejam elas motivadas 
por momentos estruturais ou por deficiências técnicas de preparo e 
de execução. 
O sistema de impermeabilização propicia conforto aos usuários 
finais de qualquer construção, seja ela comercial, industrial ou 
residencial. 
É uma etapa da construção civil muito importante, mas que muitas 
vezes é deixada de lado por motivos de contenção de gastos e 
desinformação, resultando na umidade e no aparecimento de 
patologias de impermeabilização resultando em ambientes 
insalubres e com aspecto desagradável, apresentando manchas, 
bolores, oxidação das armaduras, entre outros. 
A impermeabilização muitas vezes não é tratada com a devida 
importância nas construções ou, até mesmo, não é utilizada pelo 
fato de, na maioria das vezes estar fora do alcance visual após a 
conclusão da obra. 
 
 
 
Grande parte dos problemas associados às impermeabilizações 
podem ser identificados e eliminados já nos primeiros estágios do 
desenvolvimento da construção. Na maioria dos casos, as 
construtoras dedicam atenção aos problemas de impermeabilização 
somente no final da obra, quando pode ser muito tarde. 
Um sistema de impermeabilização na construção é de fundamental 
importância para a segurança da edificação e para a integridade 
física do usuário, além de tornar os ambientes salubres e mais 
adequados à prevenção de doenças respiratórias. Os agentes 
trazidos pela água e os poluentes existentes no ar, causam danos 
irreversíveis a estrutura além de prejuízos financeiros, 
principalmente quando envolve a recuperação estrutural. 
Os custos que envolvem o reparo das patologias de 
impermeabilização podem ser até quinze vezes maiores do que se 
fosse previsto no projeto e executado durante a obra como medida 
de prevenção. A vida útil de uma edificação depende diretamente 
de um eficiente sistema de impermeabilização. 
O custo da implantação de um sistema de impermeabilização na 
edificação representa em média de 1 a 3 % do custo total da obra, 
considerando projeto, consultoria, fiscalização, execução e 
materiais. A execução da impermeabilização durante a obra é mais 
fácil e econômica se comparada com a execução depois da obra 
concluída. A reimpermeabilização pode corresponder a 25% do 
custo total da obra, dependendo do tipo de revestimento final 
empregado, incluindo todos os custos diretos e indiretos, inclusive 
os transtornos, que não são pequenos. 
Impermeabilizar é uma atitude saudável para o imóvel e para 
quem vive nele. 
Água infiltrada nas superfícies e estruturas afeta o concreto, sua 
armadura (“ferragem”), as alvenarias e os revestimentos. O 
ambiente fica insalubre (umidade, fungos e mofo), diminuindo a vida 
útil da edificação, sem falar no desgaste físico e emocional do 
proprietário ou usuário que sofre com a má qualidade de vida 
causada pelos problemas existentes no imóvel. 
 
 
 
Faça impermeabilização já no projeto da obra. 
A exemplo dos projetos de arquitetura, da estrutura de concreto 
armado, das instalações hidráulica e elétrica, de paisagismo e 
decoração, entre outros de uma obra comercial, industrial ou 
residencial, a impermeabilização também deve ter um projeto 
específico, um projeto que detalhe os produtos e a forma de 
execução das técnicas de aplicação dos sistemas ideais de 
impermeabilização para cada obra. 
Impermeabilização é algo muito antigo 
Desde há muito tempo procuram-se soluções na direção de se 
prolongar a vida útil dos imóveis, no constante trabalho para resistir 
às infiltrações. No Brasil as primeiras impermeabilizações utilizavam 
óleo de baleia na mistura das argamassas para o assentamento de 
tijolos e revestimentos das paredes das obras que necessitavam 
desta proteção. 
No Brasil, a impermeabilização entendida como item da construção 
que necessitava de normalização , ganhou especial impulso com as 
obras do Metrô da cidade de São Paulo, que se iniciaram em 1968. 
A partir das reuniões para se criar as primeiras normas brasileiras 
de impermeabilização na ABNT - Associação Brasileira de Normas 
Técnicas, por causa das obras do Metrô, este grupo pioneiro, após 
a publicação da primeira norma brasileira de impermeabilização em 
1975, funda neste mesmo ano o IBI - Instituto Brasileiro de 
Impermeabilização para prosseguir com os trabalhos de 
normalização e iniciar um processo de divulgação da importância da 
impermeabilização que prossegue até os dias de hoje. 
Como vemos, as situações descritas acima retratam muito mais do 
que meros prejuízos financeiros, mas o pior: desgastes, tensões, 
angústias, ou seja, perda de qualidade de vida. 
 
 
 
 
Normalização 
No Brasil, a impermeabilização ganhou especial impulso para a sua 
normalização com as primeiras obras do Metrô da cidade de São 
Paulo, que se iniciaram em 1968. A partir de então, iniciaram-se as 
reuniões para criar as primeiras normas brasileiras de 
impermeabilização na ABNT - Associação Brasileira de Normas 
Técnicas. 
A publicação da primeira Norma Brasileira de Impermeabilização 
aconteceu em 1975, mesmo ano da fundação do IBI – Instituto 
Brasileiro de Impermeabilização, instituto responsável pela 
disseminação da importância da impermeabilização na construção, 
que prossegue até os dias de hoje. 
Projeto e Norma ABNT 
Um projeto de construção civil contempla diversos projetos tais 
como hidráulica, elétrica, acabamento e deve contemplar 
igualmente um projeto de impermeabilização. O profissional 
encarregado de planejar a impermeabilização deve desenvolvê-lo 
em total conformidade com os aspectos normativos da ABNT – 
Associação Brasileira de Normas Técnicas. 
Desde o dia 17 de outubro de 2010 entrou em vigor, a nova norma 
ABNT NBR 9575:2010, que estabelece as exigências e 
recomendações relativas à seleção e projeto de impermeabilização. 
A nova norma estabelece requisitos mínimos de proteção da 
construção contra a passagem de fluidos, bem como os requisitos 
de salubridade, segurança e conforto do usuário, de forma a ser 
garantida a estanqueidade das partes construtivas que a requeiram. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Etapas do processo de impermeabilizar 
A principal função dos sistemas de impermeabilização é o de 
proteger as edificações dos malefícios das infiltrações, 
eflorescências e vazamentos. Existem três etapas que envolvem o 
processo de impermeabilizar uma edificação. São eles: 
• Ações anteriores a impermeabilização, tais como a 
preparação da regularização e dos caimentos, bem como dos 
detalhes construtivos; 
• Processo de impermeabilização propriamente dito; 
• Isolamento terminado, quando especificado e a proteção 
mecânica, quando necessária. 
Para definir o tipo de impermeabilização que pode ser empregado é 
necessária uma avaliação dos seguintes aspectos: 
 
 
 
 
a) Comportamento físico do elemento 
Análise de susceptibilidade do componente de base à ocorrência de 
fissuras e trincas tais como peças sujeitas a alterações 
dimensionadas resultantes de aquecimento e resfriamento, 
recalques, lajes sobre vigas, marquises em balanço, reservatórios 
superiores de água (devido ao diferencial térmico), influências do 
entorno (edificações, vizinhança, trafego intenso), entre outros. 
b) Água sobre o elemento 
As situações mais encontradas no caso da atuação da água sobre o 
elemento são: água de percolação,na qual ocorre livre escoamento 
do líquido, em casos de terrenos, coberturas, empenas e fachadas; 
água com pressão tais como em piscinas e caixas d’água, devido à 
força hidrostática sobre a impermeabilização; umidade por 
capilaridade em materiais porosos no caso de elementos que estão 
em contato com bases alagadas ou solo úmido. 
Tipos de sistemas de impermeabilização 
Os sistemas de impermeabilização podem ser classificados em 
rígidos e flexíveis e estão relacionados às partes construtivas 
sujeitas ou não, a fissuração. 
1) Impermeabilização rígida 
• A impermeabilização rígida é aquela que torna a área 
aplicada impermeável pela inclusão de aditivos químicos, 
aliado à correta granulometria dos agregados e redução da 
porosidade do elemento, entre outros. Os impermeabilizantes 
rígidos não trabalham junto com a estrutura, o que leva a 
exclusão de áreas expostas a grandes variações de 
temperatura. Este tipo de impermeabilização é indicado para 
locais que não estão sujeitos a trincas ou fissuras, tais como: 
Locais com carga estrutural estabilizada: 
 
 
 
• Poço de elevador, reservatório inferior de água (enterrado); 
• Pequenas estruturas isostáticas expostas; 
• Condições de temperatura constantes: subsolos, galerias e 
piscinas enterradas, galeria de barragens. 
Exemplos de tipos de aplicações 
 
Aplicação a rodo 
 
Aplicação a rolo 
 
 
 
 
 
Aplicação a jato ( com pistola ) 
2) Impermeabilização flexível 
Impermeabilização flexível compreende o conjunto de materiais 
ou produtos aplicáveis nas partes construtivas sujeitas à fissuração 
que podem ser divididos em dois tipos: moldados no local, 
chamados de membranas e também os pré-fabricados, chamados 
de mantas. 
 
Vista da manta aplicada sobre laje 
 
 
 
Vista da manta sendo aplica com soldagem a fogo 
 
Teste de estanqueidade da manta aplicada 
 
 
 
 
 
Observações : 
Os materiais utilizados para impermeabilização flexível são 
compostos geralmente por elastômeros e polímeros. 
Os sistemas pré-fabricados, como a manta asfáltica, possuem 
espessuras definidas e controladas pelo processo industrial, 
podendo ser aplicados normalmente em uma única camada. 
O sistema moldado no local que pode ser aplicado a quente, como 
os asfaltos em bloco, ou aplicado a frio, como as emulsões e 
soluções, possuem espessuras variadas. Exigem aplicação em 
camadas superpostas, sendo observado para cada produto, um 
tempo de secagem diferenciado. 
O sistema flexível de impermeabilização é normalmente empregado 
em locais tais como: 
• Reservatórios de água superior; 
• Varandas, terraços e coberturas; 
• Lajes maciças, mistas ou pré-moldadas; 
• Piscinas suspensas e espelhos d’água; 
• Calhas de grandes dimensões; 
• Galerias de trens; 
• Pisos frios (banheiros, cozinhas, áreas de serviço). 
Onde devemos impermeabilizar 
• Telhados e coberturas planas; 
• Terraços e áreas descobertas; 
• Calhas de escoamento de águas pluviais; 
• Caixas d’água, piscinas e tubulações industriais; 
• Pisos molhados, tais como banheiros, cozinhas e áreas de 
serviço; 
• Paredes onde a água escorre e recebem chuva de vento; 
• Esquadrias e peitorais de janelas; 
• Soleiras de portas que abrem para fora; 
• Água contida no terreno, que sobre por capilaridade ou infiltra-
se em solos abaixo do nível freático, entre outros. 
 
 
 
Patologias decorrentes de impermeabilização deficiente 
 
 
 
 
 
 
 
Impermeabilização: Como fazer, quando fazer e porque fazer ? 
Sua edificação está protegida contra infiltrações, umidade, mofo, 
fungos prejudiciais à saúde? 
 
A resposta para este questionamento deve ser respondida após 
uma verificação detalhada na edificação por profissional 
especialista em impermeabilização. 
 
O proprietário da edificação que já realizou sua obra de 
impermeabilização conhece todos os sintomas maléficos causados 
pela sua falta, e responderia nosso questionamento dizendo que 
desse mal não sofre mais. Não sofre mais porque realizou o projeto 
de impermeabilização. 
 
Estamos preocupados com os proprietários que NÃO estão 
preocupados com a impermeabilização de sua edificação. Os 
motivos são vários. Existe a cultura de que a impermeabilização é 
algo ineficaz, é muito onerosa, sempre pode ser postergada e há 
carência de profissional capacitado. Isso tudo é um mito que norteia 
a impermeabilização. Geralmente o proprietário vai achar 10 bons 
motivos para redecorar o seu quarto e nenhum para realizar a obra 
de impermeabilização de sua edificação. Nosso clima no sul é muito 
úmido, é muito fácil de observar em residências infiltrações, 
umidade deteriorando o reboco (que começa a cair), bolhas na 
pintura, manchas de mofos, fungos, o rodapé de madeira inchado 
ou já em processo de deterioração e etc. 
 
Em grandes edifícios ou condomínios os problemas também 
ocorrem pela falta de uma impermeabilização adequada. Podemos 
notar pingadeiras soltas, desplacamento de reboco, manchas de 
mofo na estrutura, muitas vezes ferragens de estrutura já expostas 
devido ao concreto enfraquecido pela ação continua da infiltração, 
madeiramento de telhado comprometido pela ação da infiltração. 
O grande causador deste tormento é a água. O responsável por 
permitir isso, é o proprietário. Em condomínios é normal o síndico 
defender um projeto de impermeabilização para a edificação por 
saber a importância que ele representa para todos os usuários, mas 
muitas vezes não consegue levar adiante por falta de uma tomada 
de decisão em conjunto. 
 
 
Agora, com o Decreto n° 17.720/2012, que regulamenta o art. 10 da 
Lei Complementar 284/92, no que concerne ao controle de 
manutenção preventiva e conservação das edificações e seus 
equipamentos, estabelece a OBRIGATORIEDADE DO LAUDO 
TÉCNICO DE INSPEÇÃO PREDIAL, de tempos em tempos, de 
acordo com a idade da edificação. A não apresentação do laudo 
realizado por profissional credenciado no CREA , em prazo 
estipulado, acarretará multa aplicada pela PMPA. 
 
As obras necessárias e primordiais a segurança de todos a partir de 
agora deverão acontecer, caso contrário, poderá o condomínio 
arcar com multas. 
 
Impermeabilizar é proteger os materiais da edificação alongando 
sua vida útil, é dar uma qualidade de vida melhor para todos os 
usuários porque estamos cuidando da saúde evitando o contato 
com mofos e fungos, é realizar economia de manutenção porque 
em vez de corrigir as consequências causadas pelas infiltrações, se 
soluciona a causa, que é ela própria. 
 
As pessoas precisam conhecer mais sobre os benefícios do projeto 
de impermeabilização. 
Conclusões 
Portanto, no momento de decidir sobre impermeabilização, em sua 
análise de custo-benefício, avalie sob a ótica das possibilidades 
relativas da ocorrência de infiltrações, não perdendo de vista que a 
água, a despeito de seu inestimável valor e importância para 
nossas vidas, por outro lado, segundo levantamentos realizados 
junto a setores ligados à construção civil, é também fonte de 85% 
dos problemas das edificações. 
Fontes: 
ABNT, Instituto Brasileiro de Impermeabilização, Universidade Católica de 
Pernambuco, Universidade Federal de Santa Maria – RS e Faculdade de Arquitetura e 
Urbanismo – FAU/USP. 
 FIM 
FMDV.

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