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GEOMORFOLOGIA GERAL Curso de Licenciatura em Geografia Turno Noturno Maria Naíse de Oliveira Peixoto Departamento de Geografia/UFRJ naise@ufrj.br NEQUAT- Núcleo de Estudos do Quaternário & Tecnógeno Bloco G, sala 24 Principais processos responsáveis pela geração e evolução das formas de relevo Dinâmica interna Dinâmica externa E > R = T Formação e deformações dos materiais da superfície terrestre Retrabalhamento dos materiais e remodelamento da superfície terrestre Arranjo espacial dos diferentes tipos de rochas + Estruturas geológicas Eventos tectônicos + “Eventos climáticos” • dependentes das estruturas / litologias herdadas • dependentes dos novos materiais e estruturas gerados Mudanças nas Formas Litosfera UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto • CRESCIMENTO E A EVOLUÇÃO DAS MASSAS CONTINENTAIS • MODIFICAÇÕES NOS TERRENOS CONTINENTAIS RELAÇÃO COM O CICLO DAS ROCHAS RELAÇÃO COM AS TRANSFORMAÇÕES DO RELEVO NAS ESCALAS CONTINENTAL, REGIONAL E LOCAL UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto COMO OS PROCESSOS ENDÓGENOS PRODUZEM / ALTERAM AS FORMAS DE RELEVO ? UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Deformação das Rochas Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto DEFORMAÇÕES DAS ROCHASDeformação = alteração na forma e/ou volume de um corpo. 1. ATECTÔNICAS: perturbações locais, de pequena amplitude, causadas, em geral, pela força de gravidade em sedimentos ainda inconsolidados; comumente manifestadas por dobramentos Causas: empurrão por geleiras / arraste escorregamentos compactação diferenças de densidade (ex: domos salinos) fluidização / liqüefação sobrecarga 2. TECTÔNICAS: provocadas por esforços ligados a processos endógenos; a resposta pode ser rúptil (falha) ou dúctil (dobra), dependendo basicamente da intensidade e duração dos esforços e da plasticidade da rocha. UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Phil Dombrowski Dobras em pequena escala UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Press & Siever (2000) Falhas em pequena escala Tom Bean UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Press & Siever (2000) Deformação das Rochas • Dobras, falhas = estruturas de deformação das rochas • Deformações originadas por forças tectônicas - 3 tipos: UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto • Força de Compressão; • Força de Tração (Extensão); • Força de Cisalhamento Tensão (stress) = força aplicada em uma área (força por unidade de área) Compressão Ação de forças com mesma direção e sentidos convergentes UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Tração Ação de forças com mesma direção e sentidos opostos (divergentes) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Ação de forças paralelas entre si com sentidos contrários Cisalhamento UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Força X Resistência = diferentes tipos de deformação • Elástica • Dúctil (plástica) • Rúptil (ruptura) Resistência (strength) = característica de um corpo resistir à deformação UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Deformação dúctil (plástica) • Mudança permanente na forma ou tamanho de um corpo (não retorna às condições iniciais após o término de aplicação da força) • Ocorre pelo deslize de átomos ou de pequenos grupos de átomos no material que está sendo deformado, sem perda de coesão Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Deformação por ruptura (rúptil) • Perda de coesão de um corpo sob a influência de uma força de compressão ou tração • Ocorre comumente ao longo de superfícies sub-planares que separam zonas de material coeso Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Efeitos do tipo de rocha sobre a deformação Algumas rochas são mais resistentes do que outras • Competentes = que deformam somente sob grande tensão (stress) • Incompetentes: rochas que deformam sob stress moderado a baixo Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Forças Tectônicas e Deformações Resultantes Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Orientação da deformação das rochas: A descrição da deformação das rochas precisa de alguns elementos básicos, que também auxiliam na apreensão da distribuição das estruturas geológicas. Direção (strike): interseção do plano analisado na rocha com a horizontal. Mergulho (dip): ângulo de mergulho entre o plano e a horizontal, medido perpendicularmente ao strike. UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Press & Siever (2000) Press & Siever (2000) Mergulho (dip) de rochas sedimentares Ex. Em uma plataforma de abrasão Chris Pellant Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Topos em cristas Dip Strike P.L. Kresan Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Mapa Geológico Seção Transversal Press & Siever (2000) Dobras SÃO DEFORMAÇÕES PLÁSTICAS DOBRAS = arqueamentos de rochas em função de esforços dirigidos; plasticidade vai depender do tempo de atuação dos esforços, pressão e temperatura (escala: de mm a centenas de km) Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Componentes de uma dobra FLANCO •Flancos (limbs) •Eixo ou charneira (fold axis) •Plano axial (axial plane) •Crista FLANCO Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Dobramentos: Anticlinais e Sinclinais Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Bill Evarts Anticlinal Plano Axial Press & Siever (2000) Dobras simétricas, assimétricas e recumbentes Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Breck Kent Dobras Assimétricas Anticlinal Sinclinal Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Phil Dombrowski Dobras Recumbentes Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto RELEVO ASSOCIADO A DOBRAS • Durante o período de formação e crescimento da dobra, a influência do controle estrutural na morfologia é marcante. Em função disso, em áreas de orogênese ativa as taxas de crescimento dos dobramentos podem ser mensuradas por vários métodos. • Como geralmente as dobras crescem a taxas suficientemente lentas, há tempo para a atuação dos processos erosivos desempenharem algum efeito sobre as rochas que estão à superfície durante o processo de dobramento. Por isso, raramente as feições originais da dobra permanecerão intactas por muito tempo, pois: •A) voçorocas, canais fluviais e movimentos de massa irão criar entalhes/cicatrizes que modificarão a porção mais superficial da dobra, e sempre explorarão as camadas menos resistentes; •B) a condição inicial de entalhamento fluvial/erosão e movimentos de massa é o soerguimento (epirogênese), ao fornecer energia potencial para a atuação destes processos. UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Anticlinal Raplee, S.E. Utah (EUA) Press & Siever (2000) FEIÇÕES GEOMORFOLÓGICAS ASSOCIADAS A DOBRAMENTOS IBGE (1994) Sinclinal Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de OliveiraPeixoto P. L. Kresan Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Província de Província de Vales e Vales e Cristas dos Cristas dos Apalaches Apalaches (EUA)(EUA) Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto J. Shelton, Geology illustrated Dobras com eixo inclinado na Província de Vales e Serras (EUA) Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Vista em planta de dobras com eixo inclinado Press & Siever (2000) Campo de óleo localizado na crista de um anticlinal com eixo inclinado Kurt N. Coonstenius Traçado do eixo do anticlinal Press & Siever (2000) IBGE (1994) Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto CuestaCuesta Press & Siever (2000) FEIÇÕES GEOMORFOLÓGICAS ASSOCIADAS A ROCHAS SEDIMENTARES POUCO OU NÃO DEFORMADAS IBGE (1994) Acervo: NEQUAT/UFRJ Domos e Bacias Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto John S. Shelton Domo Sinclair, Wyoming (EUA) Press & Siever (2000) SÃO DEFORMAÇÕES POR RUPTURA DIÁCLASES (JUNTAS): planos de separação ao longo dos quais não se deu nenhum deslocamento das partes separadas; identificadas em conjuntos de planos paralelos. FALHAS: fraturas ao longo das quais ocorre deslocamento entre os blocos separados. Rejeito = medida do deslocamento resultante: vertical ou horizontal ou uma combinação de ambos; DESLOCAMENTO RELATIVO Falhas UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Classificação de falhas: FALHA NORMAL: resulta de forças de distensão; um dos blocos é abatido na mesma direção de mergulho do plano de falha. FALHA REVERSA (ou de empurrão, ou de acavalgamento): uma parte é empurrada sobre a outra, cavalgando-a; resulta de esforços de compressão. FALHA TRANSCORRENTE (ou de deslocamento horizontal): associada a planos de falha verticais e sub-verticais. Expressão na superfície: lineamentos bem marcados; produção de escarpas, cachoeiras, corredeiras etc. Importância econômica direta: como zonas de fraqueza, são áreas de ascenção e percolação de fluidos mineralizantes. Falhas UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Fig. 10.22 Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Falhas Fraturas com deslocamento dos blocos rochosos afetados (capa, lapa, deslocamento) • Falhas Dip-slip — normal — reversa, de empurrão • Falhas Strike-slip (transcorrentes) • Falhas Oblique-slip (oblíquas) capa lapa UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Classificação de falhas Seções transversais hanging wall footwall capa lapa hanging wall footwall capa lapa UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Press & Siever (2000) Falhas “Dip-Slip”: a) normais footwall hanging wall seção transversal capa lapa UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Press & Siever (2000) Rift Valleys (grábens) formados por extensão Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Gráben, Sul da Califórnia (EUA) Press & Siever (2000) NASA/TSADO/Tom Stack Press & Siever (2000) NASA/TSADO/Tom Stack Press & Siever (2000) Rift Continental do SE doBrasil UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Rift Continental do SE do Brasil UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Perfil geológico esquemático da Serra da Mantiqueira aos Maciços Litorâneos (A – A’). T – Terciário, K – Cretáceo. (Modificado de Asmus e Ferrari 1978). Falhas “Dip-Slip”: b) reversas footwall hanging wall seção transversal capa lapa Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto footwall hanging wall seção transversal Possuem geralmente ângulos mais baixos capa lapa Falhas “Dip-Slip”: c) de empurrão Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Cunha de empurrão em grande escala Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Falha de Empurrão, Serra Nevada (EUA) John S..Shelton Calcário Cambriano Arenito Jurássico Press & Siever (2000) Falhas “Strike-Slip” (Transcorrentes) = movimentação de blocos paralela ao strike Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Gudmundar E. Sigvaldason Falha transcorrente Press & Siever (2000) Falhas podem ser reativadas A História de uma falha pode ser longa… 1. Áreas de fraqueza pré-existentes são os locais mais propícios à ruptura 2. Reativações podem ocorrer em um sentido contrário àquele ocorrido primeiramente Falhas Ativas = 10.000 a 100.000 anos Muito importantes para construção de represas e usinas nucleares, p. ex. UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Escarpa de falha (1872), Sul da Califórnia Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Escarpa de falha (1988), terremoto na Armênia Armando Cisternas Press & Siever (2000) UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto Escarpa de falha (1992) terremoto em Landers (Califórnia, EUA) Press & Siever (2000) FEIÇÕES GEOMORFOLÓGICAS ASSOCIADAS A FALHAS / FRATURAS Expressão na superfície: lineamentos bem marcados na topografia (vales e cristas); produção de escarpas, cachoeiras, corredeiras. IBGE (1994) Importância econômica direta: como zonas de fraqueza, são áreas de ascensão e percolação de fluidos mineralizantes. UFRJ - Geomorfologia - Maria Naíse de Oliveira Peixoto IBGE (1994) Facetas Triangulares ao longo da frente de dissecação da falha Wasatch (Utah, EUA). Wasatch Montains, Central Utah (EUA) Press & Siever (2000)
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