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Deveres acessórios

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Princípio da boa-fé como criador de deveres acessórios.
As relações contratais se iniciam num pacto entre as partes com as devidas obrigações e deveres estabelecidos no contrato. Aqui temos o início ou criação de deveres principais contratuais, esses deveres principais são os motivos da criação do contrato, são os efeitos que esse contrato pretende alcançar.
Porém além destes deveres existem outros deveres que independem do pacto ou da vontade das partes, esses deveres são advindos do princípio da Boa-fé objetiva, se chamando de deveres acessório, deveres anexos ou deveres de proteção.
Segundo Pablo Stolze esses deveres que são advindos do princípio da Boa-fé objetiva são muitos, porém podem muito bem ser resumidos em quatro deveres principais
“Por óbvio não poderíamos, nessa linha de intelecção, pretender esgotar todos
esses deveres, uma vez que a sua enumeração não é exaustiva. Apenas a título de
ilustração, citem-se os deveres mais conhecidos:
a) lealdade e confiança recíprocas;
b) assistência;
c) informação;
d) sigilo ou confidencialidade.’’ 
1.1 Lealdade
Seguindo nesta linha de raciocínio, iremos comentar cada dever elencado a cima. Começando pelo dever da lealdade, este se resume na confiança mutua que tem que ser cultivada entre as partes, contratos tem que partir de uma premissa de esclarecimentos dos direitos que cada um irá obter com o legitimo pacto firmado entre as partes. Esse dever ele visa a subjetividade moral das partes, onde sempre estará contando com a honestidade contratual para com outrem. Esse dever surge um ideal de lealdade e fidelidade entre as partes, este objetivo tende a reduzir os desacordos pós contratuais, que por muitas das vezes as partes agem legitimamente de má fé (sem esclarecimentos, sem honestidade) com outra parte para obtenção de lucro superveniente. Stolze esclarece “para que seja firmado um elo de segurança jurídica calcada na confiança das partes que pretendem contratar, com a explicitação, a mais clara possível, dos direitos e deveres de cada um.”
1.2 Assistência 
O segundo dever é o de assistência, pode ser renomeado como dever de cooperação, pois, dentro do contrato tem que haver essa cooperação reciproca para o devido prosseguimento do contrato, por vezes vemos exemplos de relações contratuais onde as partes dificultam o adimplemento da sua prestação, desencadeando uma serie de atrasos e gastos desnecessários. Esse dever ele é relacionado para as duas partes do contrato (ativo e passivo) como forma de cooperação entre os dois, para que as obrigações e deveres sejam de fato cumpridos sem limitações impostas pelas próprias partes. O Prof. Leonardo Garcia destaca em seu artigo “As partes deverão, também, cooperar entre si para que possam alcançar as suas expectativas contratuais (dever anexo de cooperação). Desse modo, a cooperação propicia maior chance de conclusão ou de adimplemento contratual. “. 
1.3 Informação
O dever da informação (que já é claro em seu nome) é o dever que as partes devem ter a comunicação necessária para a contemplação do negocio jurídico. Bom, é um princípio norteador e extremamente necessário para a efetivação das relações, pois, quando o agente contratual age com omissão com a outra parte está cometendo a omissão dolosa, invalidando o negócio jurídico.
Para melhor elucidação dos fatos, colocaremos um consumidor que vai até uma loja de motocicletas, ao ser atendido por um vendedor recebe todo um rol de elementos benéficos da possível compra da motocicleta, o consumidor ainda é convencido com a possibilidade futura de facilidade de revenda da motocicleta, pois, “a depreciação do produto é ínfima”. Pouco tem após a finalização do negócio, a motocicleta sai de linha acarretando a perca de valor comercial em 40%. 
Vemos no caso acima um caso nítido de falta de comunicação na contemplação do negócio, acarretando prejuízos para o consumidor. 
1.4 Sigilo
O último dever a ser tratado é o de sigilo ou confidencialidade, esse dever parte da premissa do silencio das partes, mesmo que não esteja esclarecido no contrato a hipótese de silencio entre as partes, esse dever é inerente a elas. Sabendo que o contrato é restrito as partes integrantes a ele, não se tem a necessidade dos atos contratuais de privados.
Stolze exemplifica um caso em seu livro “Em um determinado contrato firmado entre as empresas OLIVEIRA e TIGÓ, para fornecimento de ração de pássaros, não se consignou cláusula no sentido de que as partes contratantes não poderiam, durante a vigência do contrato, ou mesmo após, divulgar dados ou informações uma da outra. ”.
Bibliografia
GALIANO, Pablo Stolze, FILHO, Rodolfo Pamplona. – 13.ed. – São Paulo : Saraiva, 2017.
 GARCIA, Leonardo De Medeiros. Deveres de consideração nas relações contratuais.

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