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Teoria geral dos contratos

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TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
* CONCEITO: o contrato é a mais comum e importante fonte de obrigação. Tem natureza jurídica de negócio jurídico bilateral ou plurilateral, uma vez que, seu aperfeiçoamento depende de duas ou mais manifestações de vontade. Pode ser definido, segundo Beviláqua, como o acordo de vontades para o fim de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos. Sempre, pois, que um negócio jurídico resultar de um mútuo consenso, de um encontro de duas vontades, estaremos diante de um contrato. 
Conceito de Contrato Clássico e Contemporâneo: segundo o conceito clássico, o contrato é um negócio jurídico bilateral ou plurilateral que visa a criação, a modificação ou a extinção de direitos e deveres com conteúdo patrimonial. Este conceito é retirado do art. 1.321 do Código Civil Italiano. Todo contrato é negócio jurídico (Art. 104 do CC), mas nem todo negócio jurídico é contrato. O contrato é negócio jurídico “inter vivos” (entre vivos), não se confundindo com os negócios jurídicos “mortis causa” (Exemplo: testamento). 
O contrato é negócio jurídico pelo menos bilateral, pois envolve duas pessoas ou duas vontades. Todo contrato, sem exceção tem essa característica (negócio jurídico bilateral). 
≠
O que não se confunde com a ideia de contrato unilateral (contrato de adesão / doação) que é aquele que traz deveres para apenas uma das partes. 
Por envolver pelo menos duas vontades, o contrato exige alteridade (duas pessoas), sendo vedada a autocontratação, que é a celebração de contrato consigo mesmo. 
 * NATUREZA JURÍDICA DOS CONTRATOS: 
Os contratos têm natureza jurídica de negócio jurídico bilateral. 
- DISTINÇÃO ENTRE NEGÓCIO JURÍDICO BILATERAL E UNILATERAL: 
Negócio jurídico é a declaração da vontade privada destinada a produzir efeitos que o agente pretende e o direito reconhece, quais sejam, a constituição, modificação ou extinção. 
Dentre as possíveis classificações os negócios jurídicos dividem-se em unilaterais e bilaterais. A diferença substancial entre eles reside no fato de que unilaterais se aperfeiçoam pela manifestação de uma única vontade, ao passo que bilaterais decorrem de acordo de mais de uma vontade, e tem no contrato o seu símbolo. (Exemplo de negócio jurídico unilateral: testamento, promessa de recompensa, renúncia à herança, etc. Negócio jurídicos bilaterais: contratos em geral). 
* REQUISITOS DE VALIDADE DO CONTRATO: 
O contrato, como qualquer outro negócio jurídico, sendo uma de suas espécies, igualmente exige para a sua existência legal o concurso de alguns elementos fundamentais, que constituem condições de sua validade. Os requisitos são de duas espécies:
1. ordem geral -> Os de ordem geral são aqueles comuns a todos os atos e negócios jurídicos, como a capacidade do agente, o objeto lícito, possível, determinado ou determinável, e a forma prescrita ou não defesa em lei (art. 104CC). 
2. Ordem especial. -> Os requisitos de ordem especial são aqueles peculiares d as relações contratuais que é o consentimento recíproco ou acordo de vontades. O consentimento deve ser livre e espontâneo, sob pena de ter a sua validade afetada pelos vícios ou defeitos do negócio jurídico: erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão e fraude. 
* PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL: 
O direito contratual rege-se por diversos princípios dentre os quais, os mais importantes são:
A) autonomia da vontade (esse princípio está designado no início da redação do art. 421 do CC. Consiste na prerrogativa conferida aos particulares de criarem relações jurídicas desde que se submetam às regras impostas pela lei e que seus fins coincidam com o interesse geral ou não o contradigam. Essa liberdade abrange o direito de contratar se quiserem, com quem quiserem e sobre o que quiserem, ou seja, o direito de contratar e de não contratar, de escolher a pessoa com quem fazê -lo e de estabelecer o conteúdo do contrato. Têm as partes a faculdade de celebrar ou não contratos, sem qualquer interferência do Estado. O princípio da autonomia da vontade serve de fundamento para a celebração dos contratos atípicos);
B) função social do contrato
tem previsão também no art. 421 do CC, e é oriundo do princípio da socialidade, que norteou o Código Civil de 2002. A concepção social do contrato apresenta-se, modernamente, como um dos pilares da teoria contratual. A função social do contrato serve precipuamente para limitar a autonomia da vontade quando tal autonomia esteja em confronto com o interesse social e este deva prevalecer, ainda que essa limitação possa atingir a própria liberdade de não contratar. A função social dos contratos nada mais é do que a ideia de que um contrato não pode atender apenas o interesse das partes, deve atender a um interesse maior da coletividade. É por isso que o Estado interfere em algumas situações, limitando a liberdade de contratar, adequando os contratos aos interesses das partes e aos valores sociais.
C) obrigatoriedade das cláusulas contratuais: 
esse princípio representa a força vinculante do contrato. Pelo principio da autonomia da vontade, ninguém é obrigado a contratar, entretanto, os que o fizerem, sendo o contrato válido e eficaz, devem cumpri -lo, não podendo se forrarem às suas consequências, a não ser com a anuência do outro contraente. Esse princípio tem por fundamento a necessidade de segurança nos negócios jurídicos, e a intangibilidade ou imutabilidade dos contratos, decorrente da convicção de que o acordo de vontades faz lei entre as partes (pacta sunt servanda). Esse princípio consagra a ideia de que o contrato, uma vez celebrado observando os preceitos legais, torna -se obrigatório entre as partes, que dele não podem desistir, salvo nas hipóteses previstas em lei. Dessa forma, o contrato vincula as partes criando entre elas um espécie de lei privada, livremente constituída por eles, dando origem a expressão latina “pacta sunt servanda”, ou seja, o contrato faz lei entre as partes.
D) relatividade dos efeitos do contrato
funda-se na ideia de que os efeitos do contrato só se produzem em relação às partes, àqueles que manifestaram a sua vontade, vinculando-os ao seu conteúdo, não afetando terceiros nem seu patrimônio. Esse princípio tem algumas exceções, como a estipulação em favor de terceiro, e a promessa de fato de terceiro. 
E) revisão ou onerosidade excessiva
também tida por cláusula “rebus sic stantibus”. Essa teoria constitui exceção ao princípio da obrigatoriedade contratual e traz a ideia de que a impossibilidade da prestação decorrente do caso fortuito o u força maior não é a única forma de uma das partes se liberar do liame contratual. Encontra amparo legal no art. 478 do CC que traz a chamada resolução do contrato por onerosidade excessiva, que se dá quando a prestação de uma das partes torna-se excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimento extraordinário e imprevisível, o que dá a possibilidade de pedir a resolução do contrato.
F) boa-fé objetiva. 
esse princípio exige que as partes se comportem de forma correta não só durante as tratativas, como também durante a formação e o cumprimento do contrato. Guarda relação com o princípio de direito segundo o qual ninguém pode beneficiar -se da própria torpeza. A probidade mencionada no art. 422 do CC, nada mais é senão um dos aspectos objetivos do princípio da boa-fé, podendo ser entendida como a honestidade de proceder ou a maneira criteriosa de cumprir todos os deveres, que são atribuídos ou cometidos à pessoa. 
OBS: boa-fé objetiva é agir positivo, regra de conduta, de comportamento. Boa-fé subjetiva é agir negativo e denota um estado psicológico (exemplo: omitir). 
· DA FORMAÇÃO DOS CONTRATOS 
A formação dos contratos passa por três momentos: negociações preliminares, proposta e aceitação.
· Teoria da Imprevisão: “Rebus sic stantibus”.
“Rebus sic stantibus”: estando assim as coisas
Exemplos: Greve dos Caminhoneiros. Matéria prima em dólar que aumenta muito o preço.
Consiste basicamente em presumir, nesses contratos, a existência implícita de umacláusula, pela qual a obrigatoriedade de seu cumprimento pressupõe a inalterabilidade de situação de fato. Se esta, no entanto, modificar-se em razão de acontecimentos extraordinários, que tornem excessivamente oneroso para o devedor o seu adimplemento, poderá este requerer ao juiz que o isente da obrigação, parcial ou totalmente. 
Conceito Contemporâneo (Paulo Nalin): o contrato é uma relação intersubjetiva baseada no solidarismo Constitucional e que traz efeitos existenciais e patrimoniais não somente em relação as partes contratantes, mas também em relação a terceiros. Importância:
1 – Preocupação Constitucional (direito civil constitucional), pois o contrato está fundado no princípio de solidariedade social, art. 3o, I da CF. O reconhecimento de que as normas constitucionais protegem a pessoa humana tem aplicação imediata nas relações entre particulares (art. 5o: p1 da CF – é a chamada eficácia horizontal dos Direitos Fundamentais. Ex.: o STF aboliu do sistema a possibilidade de prisão civil de qualquer depositário, havendo depósito convencional, atípico (alienação fiduciária em garantia).
2 – O contrato pode gerar efeitos existenciais de personalidade relativos
a dignidade da pessoa humana (art. 1o, III da CF), assim o contrato não pode
prejudicar tais valores inerentes a proteção da pessoa humana. Esse é um dos aspectos da eficácia interna (entre as partes) da função social do contrato. Ex.: é nula a cláusula de não engravidar constante em contratação de uma executiva por uma empresa. Cláusula nula por lesão à dignidade da pessoa humana e função social. 
Locupletação: é tratado pelo Código Civil, em seu artigo 884, que determina que quem, sem justo motivo, enriquecer gerando danos ou perdas a outra pessoa, será obrigado a restituir o que foi indevidamente obtido. Locupletamento ou enriquecimento sem causa gera direito a restituição
3 – O contrato pode gerar efeitos perante terceiros ou condutas de terceiros podem repercutir no contrato, o que denomina eficácia externa da função social do contrato ou tutela externa do crédito. Ex.: Art. 608 do CC aquele que aliciar...(Brahma) pessoas obrigadas por contrato escrito (Zeca Pagodinho), a prestar serviços a outrem (Nova Schin) pagará a este (Nova Schin) o correspondente a dois anos de prestação de serviço. No caso a Brahma deve responder perante a Nova Schin por desrespeitar a existência do contrato e a sua função social – Teoria do Terceiro Cúmplice, segundo Antonio Junqueira Azevedo. 
* NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES: o contrato resulta de duas manifestações de vontade: a proposta e a aceitação. Na maior parte dos casos a oferta é antecedida de uma fase, às vezes prolongada, de negociações preliminares caracterizada por sondagens, conversações, estudos e debates, também denominada fase das tratativas. Nessa, como as partes ainda não manifestaram a sua vontade, não há uma vinculação ao negócio, assim, qualquer delas pode afastar -se, simplesmente alegando desinteresse, sem responder perdas e danos. 
Embora as negociações preliminares não gerem, por si mesmas, obrigações para qualquer dos participantes, elas fazem surgir, entretanto, deveres jurídicos para os contraentes, decorrentes da incidência do princípio da boa-fé, sendo os principais os deveres de lealdade, correção, de informação, de proteção, de cuidado e de sigilo. A violação desses deveres durante o transcurso das negociações, é que gera a responsabilidade do contraente. Essa responsabilidade ocorre, pois não no campo da culpa contratual, mas da aquiliana, somente no caso de um deles induzir no outro a crença de que o contrato será celebrado, levando-o a despesas ou a não contratar com terceiro etc. e depois recuar causando -lhe dano. Essa responsabilidade tem, porém, caráter excepcional. 
* PROPOSTA: trata-se de um negócio jurídico unilateral, constituindo elemento da formação contratual. Pode-se dizer então, que proposta, oferta, policitação ou oblação, é uma declaração receptícia da vontade, dirigida por uma pessoa a outra, por força da qual a primeira manifesta sua intenção de se considerar vinculada , se a outra parte aceitar. 
A proposta deve conter todos o s elementos essenciais do negócio proposto, como preço, quantidade, tempo de entrega, forma de pagamento, etc. Deve também ser séria e consciente, pois vincula o proponente (art. 427 CC). A oferta é um negócio jurídico receptício, pois a sua eficácia depende da declaração do oblato. Não tem, entretanto, força absoluta, gerando desde logo direitos e obrigações. 
- A FORÇA VINCULANTE DA OFERTA (ART. 427 CC) : a obrigatoriedade da proposta consiste no ô nus, imposto ao proponente, de mantê-la por certo tempo a partir de sua efetivação e de responder por suas consequências, por acarretar no oblato uma fundada expectativa da realização do negócio. OBS: a morte intercorrente do proponente não a desfaz, que se insere como elemento passivo da herança. 
A proposta se transmite aos herdeiros como qualquer outra obrigação. 
- PROPOSTA NÃO OBRIGATÓRIA : as exceções à força vinculante da oferta encontram-se na segunda parte do art. 427 do CC. A oferta não obriga o proponente, em primeiro lugar, se contiver cláusula expressa a respeito. É quando o próprio proponente declara que não é definitiva e s e reserva o direito de retirá-la. Não advirá nenhuma consequência para o proponente se optar por revogá-la, visto que estará usando uma faculdade que a si mesmo reservou. 
Em segundo lugar, a proposta não obriga o proponente em razão da natureza do negócio. É o caso, por exemplo, das chamadas propostas abertas ao público, que se consideram limitadas ao estoque existente e encontram-se reguladas no art. 429 do CC. 
Por último, a oferta não vincula o proponente em razão das circunstâncias do caso, mencionadas n o art. 428 do mesmo diploma, que declara que a proposta deixa de ser obrigatória: 
I – Se feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita: quando o so licitado responde que irá estudar a proposta feita por seu interlocutor, poderá este retirá-la. Se o oblato não responde logo, dando pronta aceitação, caduca a proposta, liberando o proponente. 
Presente é aquele que conversa diretamente com o policitante, ainda que os interlocutores estejam em lugares distintos. Enfim, a proposta é feita entre presentes quando há possibilidade de simultaneidade na conversa do proponente e do oblato. É o chamado tempo real, que pode se dar não só pela conversa, mas também pelo telefone, Messenger, etc. 
II – Se feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tem po suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente: uma pessoa não é considerada ausente para esse fim por estar distante do outro contraente, mas sim devido a inexistência de contado direto. III – Se, feita a pessoa ausente, não tiver sido ex pedida a resposta dentro do prazo dado: se foi fixado prazo para a resposta, estará liberado, não prevalecendo a proposta feita. 
IV – Se antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente: a lei permite ao proponente a faculdade de retratar-se, ainda que não haja feito ressalva nesse sentido. Todavia, para que se desobrigue, e não se sujeite às perdas e danos, é necessário que a retratação do agente chegue ao conhecimento do aceitante antes da proposta ou simultaneamente com ela. 
* ACEITAÇÃO: 
Aceitação ou oblação é a concordância com os termos da proposta. É a manifestação de vontade imprescindível para que se repute concluído o contrato, ou ainda, consiste na formulação da vontade concordante do oblato, feita dentro do prazo e envolvendo adesão integral à proposta recebida. Para produzir o efeito de aperfeiçoar o contrato a aceitação deve conter os seguintes requisitos (art. 431 CC): deve ser feita dentro do prazo estipulado, bem como co rresponder a uma adesão integral aos termos da proposta, sem que hajam adições, restrições, ou modificações, do contrário, importarão em nova proposta. A aceitação pode ser expressa ou tácita. A primeira decorre de declaração do aceitante, manifestandoa sua anuência; a segunda, de sua conduta, reveladora do consentimento (art. 432 CC). 
· HIPÓTESES DE PERDA DA FORÇA VINCULANTE DA ACEITAÇÃO: 
Nessas hipóteses a manifestação de vontade do aceitante deixa de ter força vinculante: 
- Se a aceitação, embora ex pedida a tempo, por motivos imprevistos, chegar tarde ao conhecimento do proponente (art. 430, primeira parte, CC). 
- Se antes da aceitação, ou com ela, chegar ao proponente a retratação do aceitante (art. 433 CC). 
· MOMENTO DA CONCLUSÃO DO CONTRATO: 
1. CONTRATO ENTRE PRESENTES: 
Nesse o contrato fo r celebrado entre presentes, a proposta poderá estipular ou não prazo para a aceitação. Se o policitante não estabelecer nenhum prazo, esta deverá ser manifestada imediatamente, sob pena de a oferta perder a força vinculativa. Se, no entanto, a policitação estipulou prazo, a aceitação opera-se dentro dele, sob pena de desvincular-se o proponente. No contrato entre presentes, as partes estarão vinculadas na mesma ocasião em que o oblato aceitar a proposta. Nesse momento caracterizou-se o acordo recíproco de vontades e, a partir dele, o contrato começará a produzir efeitos jurídicos. 
2. CONTRATO ENTRE AUSENTES: 
Contrato celebrado entre ausentes é aquele em que não há possibilidade de comunicação simultânea entre os contraentes, não havendo a comunicação em tempo real. É feito através de meios de comunicação como o e-mail, telegrama, a correspondência, o fax, ou ainda o uso de mensageiro. Há divergência doutrinária a respeito do momento em que a convenção se reputa concluída, havendo quatro teorias versando sobre tal assunto. 
- TEORIA DA AGNIÇÃO NA MODALIDADE DECLARAÇÃO: para esta o instante da conclusão coincide com o da redação da correspondência epistolar, ou melhor, entende que o aceitante se vincula à partir do momento em que, internamente, resolve aceitar a proposta. Não é a teoria adotada, pois seria inviável adentrar a esfera subjetiva do aceitante para saber qual o momento exato em que este resolveu aceitar a proposta.
- TEORIA DA AGNIÇÃO NA MODALIDADE EXPEDIÇÃO: para ela não basta a redação da reposta, sendo necessário que tenha sido expedida, isto é, saído do alcance e co ntrole do oblato. A teoria da expedição entende que o aceitante se vincula no momento em que a aceitação ultrapassa sua esfera interna, ou seja, no momento em que a aceitação é expedida, exteriorizada, enviada, obviamente, dentro do prazo. Essa é a teoria adotada como regra pelo ordenamento civil brasileiro.
- TEORIA DA AGNIÇÃO NA MODALIDADE RECEPÇÃO: essa teoria exige que além da redação e da expedição da resposta, para que o contrato entre ausentes se consolide, é necessário que o a resposta tenha sido entregue ao destinatário. Conforme art. 434 do CC, nosso sistema adotou como regra a teoria da expedição, porém traz algumas exceções em seus incisos. O inciso I trata da retratação do proponente, que desiste da proposta antes que o aceitante dela tome conhecimento. O II adota como exceção, as teorias da recepção ou da cognição, sendo divergente na doutrina qual das duas teorias foi a adotada pelo dispositivo. Por fim o inciso III enuncia que a proposta perde seu caráter vinculativo quando a resposta não chegar no prazo combinado.
* LUGAR DA CELEBRAÇÃO DO CONTRATO: o art. 435 do CC estabelece que reputar-se -á celebrado o contrato no local em que foi feita a proposta. 
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS:
1. Quanto à tipificação legal: 
1.1 Contratos típicos ou nominados: Diz-se contratos típicos os que, além de possuírem nome próprio (nomen juris), que os distingue dos demais, conStituem objeto de regulação específica. São, portanto, aqueles em que suas regras disciplinadoras são deduzidas de maneira precisa nos códigos ou nas leis (como, por exemplo, compra e venda, doação, contratos de locação de imóveis urbanos, etc).
1.2 Contratos atípicos ou inominados. São aqueles em que, em razão da liberdade de contratar, foram criados fora dos modelos traçados na lei. Com razão, a mente humana é fértil e capaz de elaborar os mais variados tipos negociais para alcançar os mais variados efeitos. Seria impossível ao legislador prever todos os tipos contratuais. A atipicidade significa ausência de tratamento legislativo específico. O Código Civil, em seu art. 425, autoriza a criação de novos contratos, desde que submetidos os preceitos do referido diploma legal. 
2. Quanto à derivação
2.1 Mistos: Denominam-se mistos aqueles contratos nos quais se reúnem elementos de dois ou mais negócios, total ou parcialmente regulados na lei1. Resultam da combinação de vários tipos contratuais previstos em lei aliados a atipicidade.
2.2 Puros: são aqueles que não derivam da combinação de outros contratos, por exemplo, a doação, o empréstimo, etc.
3. Quanto ao momento de sua formação:
3.1 Consensuais: Chama-se consensual o contrato que se torna perfeito e acabado por efeito exclusivo da integração das duas vontades. Em outras palavras, formam-se exclusivamente pelo acordo de vontades. Essa, aliás, é a regra nos contratos, conforme preceitua o art. 107 do Código Civil: a liberdade das formas. 
3.2 Reais: São os contratos que se perfazem com a entrega da coisa. Em outras palavras, somente com a traditio se forma o contrato. São exemplos desse contrato o mútuo, o depósito e o comodato.
4. Quando à sua forma
4.1 Formais: São aqueles contratos em que não basta o mero acordo de vontades para sua formação, mas ao invés, depende de uma formalidade exigida em lei. Ou seja, só se aperfeiçoam quando o consentimento é expresso pela forma exigida em lei. É preciso distinguir, entretanto, os contratos formais ad solemnitatem dos contratos formais ad probationem. Nos primeiros a formalidade é da própria essência do contrato e a sua inobservância implica, diretamente, na invalidade do negócio jurídico, de acordo com o art. 104 do Código Civil. Exemplo de contrato formal ad solemnitatem é a fiança (art. 819 do CC). Art. 819. A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva Já nos contratos formais ad probationem, a formalidade é exigida somente para a prova do contrato. O contrato não é formal, mas a formalidade é imposta como técnica probatória. Nesses, o contrato produz seus efeitos, embora só possa ser provado pela forma especificada em lei. Cumpre ressaltar que, ainda que não se tenha realizado o contrato pela forma especificada em lei, é possível a demonstração de sua existência por todos os meios de prova admitidos em direito no curso do processo, sob pena de cerceamento de defesa Direito dos Contratos 43 (art. 5º, LVI da CRFB/88 c/c art. 332 do CPC). Lembre-se que o art. 221, parágrafo único admite que a prova do instrumento particular pode suprir-se por outras de caráter legal. Exemplo desse tipo de contrato é o depósito voluntário (art. 646 do CC). 
4.2 Não formais: Chama-se consensual o contrato que se torna perfeito e acabado por efeito exclusivo da integração das duas vontades. Em outras palavras, formam-se exclusivamente pelo acordo de vontades. Essa, aliás, é a regra nos contratos, conforme preceitua o art. 107 do Código Civil: a liberdade das formas.
5. Quanto ao seu valor ou suas vantagens patrimoniais:
5.1 Onerosos: São aqueles contratos em que cada uma das partes visa a obter vantagem. Nesses, ambas as partes obtém proveito, ao qual, corresponde um sacrifício. Diz-se, portanto, que os contratos onerosos são bilaterais. ambos os contraentes obtêm proveito, ao qual, porém, corresponde um sacrifício. São dessa espécie quanto im põem ônus e, ao mesmo tempo, acarretam vantagens a ambas as partes, ou seja, sacrifícios e benefícios recíprocos. Como por exemplo, a compra e venda.
5.2 Gratuitos: Chamam-se gratuitos os contratos em que somente uma das partes obtém proveito. É o contrato em que um contratante aufere vantagens ao passo que o outro suporta o encargo. A importância da distinção diz respeito às conseqüências práticas. Nos contratos gratuitos, a interpretação é sempre restritiva (art. 114 do Código Civil). São, ainda, tratados com maior rigor, pois podem implicar em fraudecontra credores (art. 158 e 159 do Código Civil). Em regra os contratos gratuitos são unilaterais, todavia, ORLANDO GOMES lembra uma hipótese de contrato unilateral oneroso: mútuo feneratício. Não obstante, existe doutrina que determina se tratar, em verdade, de um contrato bilateral. 
Gratuitos ou benéficos são aqueles em que apenas uma das partes aufere benefício ou vantagem, como sucede na doação pura, no comodato, no reconhecimento de filho, etc.
6. Quando à previsibilidade das prestações:
6.1 Aleatórios: Denominam-se aleatórios os contratos em que os contraentes não podem antever ambas as prestações com certeza absoluta. Há uma incerteza para as duas partes sobre se a vantagem esperada será proporcional ao sacrifício. Existe, portanto, um risco, uma álea. A vantagem dessa contratação é que, por envolver um risco, o valor a ser pago pelo contratante será menor. Importante é que haja absoluta incerteza quanto ao resultado final da contratação e falta de equivalência entre as prestações. 
6.2 Pré estimados/ comutativos: Nesses contratos, a relação entre vantagem e sacrifício é equivalente. Em outras palvras, as prestações das partes são conhecidas previamente existindo, por conseguinte, um equilíbrio entre as prestações. São os contratos onerosos em que os contratantes conhecem suas respectivas prestações (as prestações são estimáveis). Suas contraprestações ficam estabelecidas de maneira certa e equivalente.
7. Quanto à obrigação das partes:
7.1 Bilaterais: no que diz respeito aos efeitos, os contratos podem ser bilaterais ou unilaterais. Bilateral é o contrato em que se criam obrigações para ambas as duas partes. A característica fundamental do contrato bilateral é o sinalaga, ou seja, a existência de prestações correlatas. Trata-se, em verdade, da correspectividade das prestações. Nesse tipo de contrato, uma prestação é a causa da outra. Deixando de existir uma, por conseguinte, deixa de existir a outra.
São os contratos em que ambas as partes possuem direitos e deveres. Há obrigações para ambos os contratantes. Por exemplo: a compra e venda (o comprador tem o direito de receber o bem e o dever de pagar por ele, o vendedor tem o direito de receber o pagamento e o dever de entregar o objeto).
7.2 Unilaterais: São aqueles em que, no momento da formação, geram obrigações para somente uma das partes. uma das partes só tem direitos e a outra só tem deveres. Apenas uma das partes contratantes assume obrigações, não cabendo qualquer contraprestação da outra parte.
Por exemplo: a doação pura (o doador tem o dever de entregar o bem doado e o donatário tem o direito de recebê-lo).
8. Quanto ao momento de execução do contrato 
8.1 Execução imediata/ instantânea: são aqueles em que as partes adquirem seus direitos e cumprem suas obrigações simultaneamente, ou seja, executam o contrato no momento de sua celebração.
São os contratos em que a solução se efetua de uma só vez e por prestação única. Nesses, a prestação pode ser realizada num só instante. Os contratos instantâneos podem, ainda, ser de execução diferida. Em tal hipótese, mantém-se a característica de instantâneo, mas a prestação há de ser cumprida em uma única prestação no futuro. A execução, portanto, é protraída para outro momento, geralmente, em razão de um termo.
Por exemplo: o contrato de compra e venda de bens móveis à vista, mediante entrega.
8.2 Contratos de execução futura: Denominam-se contratos de trato sucessivo aqueles contrato que tem que ser cumpridos durante certo tempo período de tempo, continuadamente. Nos contratos de duração, a prestação não pode ser executada de uma só vez, mas de modo contínuo ou períodico.
8.2.1 Execução periódica: executam-se mediante prestações periodicamente repetidas, ou seja, a cada novo período surge uma nova prestação (exemplo: luz, água, telefone)
8.2.2 Execução continuada Já nos contratos de execução continuada, a prestação é única, mas interrupta (exemplo: locação, comodato)
9. Quanto à amplitude do vínculo:
9.1 Individuais: é o contrato que se forma pelo consentimento das pessoas, cujas vontades são individualmente consideradas. são aqueles em que pessoas certas e determinadas, ou seja, pessoas individualizadas, participam da celebração do contrato, levando-se em conta o consentimento e a vontade específica dos contratantes. 
Por exemplo: o contrato de locação.
9.2 Coletivos: a declaração volitiva provém de uma coletividade, isto é, um agrupamento de indivíduos, ou uma categoria, forma o vínculo (exemplo: contrato de trabalho coletivo). São aqueles que englobam pessoas incertas, formando um grupo que se obriga pelo que for estabelecido no contrato, ainda que seus participantes não tenham atuado diretamente na sua celebração. 
Por exemplo: o acordo coletivo de trabalho (as regras definidas obrigam o empregador e o sindicato operário).
10. Quando as suas cláusulas - Adesão ou Negociáveis
10.1 Adesão: são os contratos que se apresentam com suas cláusulas preestabelecidas e impostas por uma das partes, cabendo à outra apenas aderir ou não ao estipulado. 
Por exemplo: o fornecimento de água; o fornecimento de energia elétrica, o transporte urbano, etc.
10.2 Negociáveis: são os contratos nos quais as partes têm ampla liberdade para discutir suas cláusulas, ou seja, negociá-las.
Por exemplo: a troca, a empreitada, a locação, etc.
11. Quanto ao conteúdo fiduciário - intuito personae e impessoais
11.1 intuito personae: São contratos celebrados levando-se em consideração a pessoa de um dos contratantes que é, para o outro, elemento determinante de sua celebração. São contratos que admitem o erro sobre a pessoa, pois o erro sobre a pessoa foi elemento determinante e, portanto, essencial para a celebração do contrato, possibilitando a sua anulabilidade.
por exemplo: a procuração (é outorgada a pessoa de confiança do mandante).
11.2 impessoais: Contratos nos quais é indiferente a pessoa com quem se contrata. Esta modalidade é freqüente no tráfego jurídico de massas, especilamente no comércio em que mercadorias são expostas a um número indeterminado de pessoas.
Por exemplo: o contrato de compra e venda (no qual não importa quem é o comprador ou o vendedor, o que interessa é o pagamento do preço e a entrega do bem).
12. Quanto ao grau de interdependencia – principais, acessórios e derivados
12.1 Principais: são aqueles que subsistem independentemente de qualquer outro contrato.
Por exemplo: a locação
12.2 Acessórios: são os contratos que se formam e existem em função de um contrato principal. Servem, geralmente, para garantir o cumprimento da obrigação nele ajustada.
Por exemplo: o contrato de penhor (que existe em função de um contrato de empréstimo).
12.3 Derivados: (ou subcontratos) são contratos que decorrem de um outro contrato principal, participando da natureza do direito do mesmo. 
Nesse tipo de contrato uma das partes do contrato principal também deve atuar como parte do contrato derivado.
Por exemplo: o contrato de subempreitada (que deriva do contrato de empreitada).
ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE 3º: O princípio da relatividade dos efeitos do contrato se funda na ideia de que os efeitos do contrato só se produzem em relação às partes, àqueles que manifestaram a sua vontade, vinculando-o s ao seu conteúdo, não afetando terceiros nem seu patrimônio. A estipulação em favor de terceiro constitui exceção ao princípio da relatividade dos efeitos do contrato, haja vista, que um contrato celebrado entre indivíduos, gerará efeitos para terceiro estranho à relação contratual celebrado. 
Dá-se a estipulação de terceiros quando no contrato celebrado entre duas pessoas, denominadas, estipulante e promitente, convenciona-se que a vantagem resultante do ajuste reverterá em benefício de terceira alheia à formação do vínculo contratual. Nela haverão três personagens: o estipulante, o promitente, e o beneficiário. A obrigação assumida pelo promitente pode, assim, ser exigida tanto pelo estipulante como pelo beneficiário, que assume, na execução do contrato, as vezes do credor.
DA PROMESSA DE FATO DE 3º: o único vinculadoé o que promete, assumindo a obrigação de fazer que, não sendo executada, resolve-se em perdas e danos. Isto porque ninguém po de vincular terceiro a uma o brigação. As obrigações tem como fonte somente a própria manifestação da vontade do devedor, a lei ou eventual ato ilícito praticado. Nessa modalidade de exceção ao princípio da relatividade contratual, o terceiro, caso consista com a promessa, assume as obrigações do contrato. À princípio, obriga apenas quem promete. Entretanto, se o terceiro tomar conhecimento e consentir com o fato prometido, a obrigação passa a ser dele, que passa a compor a relação contratual na qualidade de devedor. Se a promessa operou-se por escrito, o consentimento do promitente também deve se dar por escrito. 
Exemplo: a professora Carla promete que levará Ivete Sangalo para tocar na formatura da turma. É um contrato entre a professora e a turma mas que tem por o bjeto uma ob rigação a ser cumprida por terceiro, que somente se tornará parte desse contrato caso consinta com a promessa.
VÍCIOS REDIBITÓRIOS
Pode ocorrer que, nos contratos comutativos, a coisa transferida ao adquirente possua defeitos que a tornem inadequada ao fim a que se destinam ou lhes diminuam sensivelmente o valor. Nestes casos, poderá o adquirente rejeitar (enjeitar, são sinônimos) a coisa, sendo restituído pelo preço pago. Com efeito, o adquirente tem direito à utilidade da coisa. Esses são defeitos ocultos que afetam a coisa transferida nos contratos comutativos, tornando-a inadequada ao fim a que se destina ou diminuindo-lhe, sensivelmente o valor.
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
 Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.
É preciso deixar claro, desde já, que aos contratos submetidos às relações de consumo não se aplica a teoria dos vícios redibitórios - CODIGO DO CONSUMIDOR. 
REQUISITOS: para que se configure o vícios redibitório são necessários os seguintes requisitos: o defeito deve ser oculto, não aparente; deve ter se dado por causa anterior a celebração do contrato; e deve consistir em perda ou deterioração do bem. 
* AÇÕES EDILÍCIAS (ART. 442 CC): são as ações que o adquirente pode se valer para reclamar o vício redibitório em face do alienante. Ações edilícias é gênero que possui duas espécies: REDIBITÓRIA e ESTIMATÓRIA (ESTIMATIVA QUANTIMINORIS). Elas são usadas conforme a perda do adquirente. Quando o defeito gera diminuição parcial do bem, nessa hipótese o adquirente pode optar pela devolução do bem com a restituição do valor pago, voltando as partes ao status quo ante, através da ação redibitória. Ou então, pode optar por ficar com a coisa, exigindo, porém, um abatimento no preço proporcional a diminuição funcional da coisa (ação estimatória). 
Em caso de perda total a ação cabível será sempre a redibitória por razões lógicas, afinal, não se pode reclamar por uma diminuição do bem quando ele se perde totalmente. 
PRAZOS DECADENCIAS: os prazos para o ajuizamento das ações edilícias são decadenciais: trinta dias, se relativas a bem móvel, e um ano, se relativas a imóvel, contados nos dois casos, da tradição. Se o adquirente já estava na posse do bem, o prazo contasse da alienação, reduzido à metade (art. 445 CC). Podem os contratantes, no entanto, ampliar convencionalmente o referido prazo. 
Dispõe, a propósito, o § 1º do art. 445 do CC querem se tratando de vício que só puder ser conhecido mais tarde, ou seja, se o vício for de difícil constatação, a contagem se inicia no momento em que o adquirente dele tiver ciência, com prazo máximo de cento e o itenta dias em se tratando de bens imóveis, e de um ano, para os imóveis. Já no caso de venda de animais, previsto no § 2º do dispositivo, os prazos serão os estabelecidos por lei especial, mas, enquanto esta não houver, reger-se-ão pelos usos locais, e, se estes não existirem, pelo disposto no § 1º. 
> OBS: a entrega de coisa diversa da contratada não configura vício redibitório, mas inadimplemento contratual, respondendo o devedor por perdas e danos (art. 389 CC).
EVICÇÃO* (CAIU NA PROVA!!)
 Enquanto os vícios redibitórios são uma garantia da coisa em relação aos defeitos materiais, a evicção é a garantia da coisa em relação aos defeitos de direito. Enquanto nos vícios se garante a posse útil, na evicção se garante a posse pacífica. É a perda do bem por decisão judicial transitada em julgado ou por ato administrativo, que o atribui a outrem por causa jurídica preexistente ao contrato. Não é defeito, é perda do bem.
-> O fundamento da evicção é o mesmo dos vícios redibitórios: princípio da garantia.
Todo alienante é obrigado não só a entregar ao adquirente a coisa alienada, como também a garantir -lhe o uso e o gozo. Dá-se a evicção quando o adquirente vem a perder total ou parcialmente, a coisa por sentença fundada em motivo jurídico anterior. Trata-se de cláusula de garantia que opera de pleno direito, não necessitando, pois, de estipulação expressa. 
Inexiste, em regra, responsabilidade pela evicção nos contratos gratuitos (art. 552 CC), salvo se se tratar de doação com encargo.
A teoria da evicção aplica-se, inicialmente, aos contratos onerosos. Dessa forma, o alienante não responde nos contratos gratuitos. Nesses casos, todavia, nada impede que as partes estipulem cláusula de responsabilidade por evicção. 
 quem responde pela evicção?
· Sem embargo, a responsabilidade pela evicção é do alienante que transfere domínio, posse ou uso.
· Todavia, na hasta pública, essa transferência é compulsória, através do Estado para favorecer um terceiro (autor da ação)
REQUISITOS DA EVICÇÃO:
1. perda do bem por sentença judicial;
2. causa deve ser anterior ao negócio celebrado;
3. perda deve ser total ou parcial. 
EXTENSÃO DA GARANTIA
1ª informação: Só se excluirá a responsabilidade do adquirente pela evicção se houver cláusula expressa, não se admitindo cláusula tácita de não garantia. Podem as partes, por essa forma, reforçar ou diminuir a garantia, e até mesmo excluí-la, como consta do art. 448 do CC. 
2ª informação: Se a evicção se der, tem direito o evicto a recobrar o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu (art. 449 CC). A cláusula de irresponsabilidade, por si só, exclui apenas a obrigação do alienante de indenizar as demais verbas, mencionadas ou não no art. 459 do CC, mas não a de restituir o preço recebido. 
3ª informação: convencionada a cláusula de exclusão da garantia, tendo o adquirente ciência de que existe ação de reivindicação em andamento, versando sobre a coisa adquirida, perde o evicto integralmente, o que desembolsou, sem direito a qualquer ressarcimento, verificada a perda por decisão judicial.
4ª informação: Se o adquirente, todavia, não é informado da reivindicatória e ocorre a evicção, assiste-lhe o direito de recobrar o preço que havia pago com a aquisição da coisa evicta. Se não houvesse pelo menos a restituição do preço, locupletar-se-ia o alienante à custa do evicto. 
5ª e última informação: excluída a garantia, se o adquirente, posto que informado, não assume expressamente o risco da evicção, pode ele, perdida a coisa, reaver do alienante o que por esta havia pago.
Sem embargo, a partir o momento em que conhece do vício de duas uma não poderá reclamar do alienante as verbas pelas evicção. No primeiro caso (sabia que a coisa era alheia), atuou como cúmplice do apropriamento indevido. No segundo (conhecimento da litigiosidade), assumiu o risco de obter uma decisão desfavorável, tornando-se, por conseguinte, um contrato aleatório.
QUAIS OS DIREITOS DECORRENTES DA EVICÇÃO?
A) direito de exigir que o alienante lhe restitua o preço pago, e mais as despesas com o contrato (despesas com certidões, registro em cartório, ITBI, ITD etc), honorários, custas judiciais e ainda indenize os frutos que tiver sido obrigado a restituir, bem como os demais prejuízos que da evicção diretamentelhe resultar. Isso engloba, ainda, os lucros cessantes (art. 402 do CC) e os juros legais (art. 404 c/c art. 406 do CC).
B) O alienante responde, também, pela plus-valia, isto é, a diferença maior entre o preço de aquisição e o seu valor ao tempo em que se evenceu. Subsiste a obrigação ainda que a coisa tenha se deteriorado, salvo dolo do adquirente, pois ninguém pode se valer da própria torpeza.
C) O evicto também terá direito à indenização pelas benfeitorias necessárias ou úteis, em conformidade com o art. 453 do Código Civil. No entanto, o adquirente fará jus à indenização somente das benfeitoras não abonadas, ou seja, não indenizadas pelo terceiro. Caso já tenha sido feita algum abono das benfeitorias pelo alienante, essas serão deduzidas no momento da restituição. Tais dispositivos estão de acordo com a vedação ao enriquecimento sem causa.
D) Caso o adquirente tenha sofrido vantagens com as deteriorações da coisa, o valor dessas vantagens deverá ser deduzido da indenização a ser paga ao adquirente. O fundamento por trás do artigo é, justamente, evitar o enriquecimento sem causa.
AÇÃO AUTONOMA DE EVICÇÃO: NO D.PROCESSUAL SÓ HÁ UMA FORMA DE RECLAMAR EVICÇÃO: PELA DENUNCIAÇÃO DA LIDE. 
Porém, pelo art.448, CC as pts podem diminuir, reforçar ou excluir a responsabilidade pela evicção. 
ONEROSIDADE EXCESSIVA
“a onerosidade excessiva ocorre quando acontecimentos extraordinários determinam radical alteração no estado de fato contemporâneo à celebração do contrato, acarretando consequencias imprevisíveis, das quais ocorre excessiva onerosidade no cumprimento da obrigação.”
A onerosidade excessiva acarreta extinção da relação contratual, porém a resolução do contrato poderá ser evitada se a outra parte tiver interesse em modificar equitativamente às condições do contrato.
Contudo vale lembrar os pressupostos, que são os seguintes:
A) Contrato de execução continuada ou diferida;
B) Fato superveniente;
C) Acontecimento extraordinário e imprevisível;
D) Onerosidade excessiva da prestação de uma das partes;
E) Vantagem extrema para outra parte.
Isto posto, o primeiro requisito é que não se trate de contratos de execução imediata, no que se refere a acontecimentos extraordinários e imprevisíveis que esteja fora das suas realidades normais, podendo, também, se referir a fatos já existentes, quando da celebração do contrato, que, no entanto, só venham a causar seus efeitos drásticos posteriormente.
Além disso, esse acontecimento superveniente e extraordinário deve ser o causador do desequilíbrio econômico das prestações, que resultou extrema dificuldade de cumprimento da obrigação pelo devedor, em razão da onerosidade excessiva da prestação.
Desse modo, o desequilíbrio das prestações fica provado com a presença de duas situações:
1. Pela onerosidade excessiva da prestação a ser cumprida por uma das partes 
2. Vantagem extrema da outra parte (artigo 478 - trata-se de qualquer vantagem, não sendo preciso necessariamente ser de natureza pecuniária.)
A regra, de acordo com o dispositivo legal, é a resolução do contrato, porém é possível a revisão contratual, somente na hipótese de comum acordo.
Assim poderá demandar, judicialmente, a ação de resolução do contrato, para obter o desfazimento do negocio jurídico, pois o que se busca com essa norma é o equilíbrio contratual entre as partes. 
EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
A extinção dá-se, em regra, pela execução, seja instantânea, diferida, ou continuada. O cumprimento da prestação libera o devedor e satisfaz o credor. Este é o meio normal de extinção do contrato. Inobstante a forma natural de obrigação de um contrato seja através de seu cumprimento na forma combinada pelas partes, há três hipóteses de extinção não natural do contrato, cada uma com aplicabilidade distintas (aplica-se tanto no contrato definitivo quanto no preliminar), e são elas a resilição, a resolução, e a rescisão.
O contrato se encerra com o adimplemento de suas obrigações. A execução do contrato é, portanto, a sua forma normal de extinção. Com ela libera-se o devedor, restando satisfeito o credor. A satisfação do credor será atestada através de um instrumento denominado quitação -requisitos da quitação encontram-se no artigo 320 do Código Civil. São eles: designar o valor e a espécie da dívida quitada; o nome do devedor, ou quem por este pagou; o tempo e o lugar do pagamento; e assinatura do credor ou de seu representante. Mesmo sem todos os requisitos, vale a quitação se dos seus termos for possível depreender o pagamento da obrigação. Apesar de ser a prova mais contundente, o adimplemento poderá ser provado por outras formas, inclusive por prova testemunhal. 
· RESOLUÇÃO: a extinção do contrato mediante resolução tem como causa a inexecução ou incumprimento por um dos contratantes. O inadimplemento pode ser voluntário (culposo), ou não (involuntário). Não baseia -se na vontade das partes, mas num inadimplemento acarretado por um motivo previsto em lei, ou ainda, um inadimplemento autorizado, que ensejará a extinção do pacto.
*POR INEXECUÇÃO VOLUNTÁRIA: a resolução por inexecução voluntária decorre de comportamento culposo de um dos contratantes, com prejuízo ao outro. Produz efeitos ex tunc, extinguindo o que fo i executado e obrigado a restituições recíprocas, sujeitando ainda o inadimplente ao pagamento de perdas e danos e da cláusula penal convencionada.
a) EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO C UMPRIDO (ART. 476 CC): o s contratos bilaterais ou sinalagmáticos geram obrigações para ambos os contratantes, envolvendo prestações recíprocas atreladas umas às outras. 
O art. 476 do CC permite que qualquer dos contraentes pode, ao ser demandado pelo outro, utilize-se de uma defesa denominada exceptio non adimplemti contractus ou exceção do contrato não cumprido, para recusar a sua prestação, ao fundamento de que o demandante não cumpriu a que lhe competia. Aquele que não satisfez a própria obrigação não pode exigir o implemento da do outro. Se o fizer, o último oporá, em defesa, a referida exceção, fundada na equidade. 
b) GARANTIA DE EXECUÇÃO DA OBRIGAÇÃO A PRAZO (ART. 477 CC) : essa hipótese de resolução por inexecução voluntária do contrato está prevista no art. 477 do CC. Procura-se acautelar os interesses do que deve pagar em primeiro lugar, protegendo-o contra alterações da situação patrimonial do outro contratante. Autoriza-se, por exemplo, o vendedor a não entregar a mercadoria vendida, se algum fato superveniente à celebração do contrato acarretar diminuição considerável no patrimônio do comprador, capaz de tornar duvidoso o posterior adimplemento de sua parte na avença, podendo aquele, neste caso, reclamar o preço de imediato ou exigir garantia suficiente.
*POR INEXECUÇÃO INVOLUNTÁRIA: a resolução pode também decorrer de fato não imputável às partes, denominados caso fortuito o u força maior, que impossibilitam o cumprimento da obrigação. A inexecução involuntária caracteriza-se pela impossibilidade superveniente de cumprimento do contrato. O inadimplente não fica, no caso de inexecução involuntária, responsável pelo pagamento de perdas e danos, salvo se expressamente se obrigou a ressarcir os prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, ou estiver em mora (art. 393 e 399 CC). A resolução opera-se de pleno direito.
· RESILIÇÃO: a resilição não deriva de inadimplemento contratual, mas unicamente da manifestação de vontade das partes, que pode ser bilateral ou unilateral. Resilir significa voltar atrás. A resilição bilateral denomina-se distrato, que é o acordo de vontades que tem por fim extinguir um contrato anteriormente celebrado. A unilateral pode ocorrer somente em determinados contratos, pois a regra é a impossibilidade de um contraente romper o vínculo contratual por sua exclusiva vontade.
A) RESILIÇÃO UNILATERAL (RENÚNCIA, REVOGAÇÃO, RENÚNCIA E RESGATE): a resilição não deriva de inadimplemento contratual, mas unicamente da manifestação de vontade. O fundamento para a sua efetivação seria assim a vontade pressumida. Outras vezes, o contrato se baseia na confiança e só perduraenquanto esta existir entre as partes. Por último, os próprios sujeitos reservam-se o direito de arrependimento. 
A resilição é o meio próprio para dissolver os contratos por tempo indeterminado. Se não fosse assegurado o poder de resilir, seria impossível ao contratante libertar-se do vínculo se o outro não concordasse. 
· DISTRATO: qualquer contrato pode cessar pelo distrato. É necessário, todavia, que os efeitos não estejam exauridos, uma vez que o cumprimento é a via normal da extinção. O mecanismo d o distrato é o que está presente na celebração do contrato: a m esma vontade, que tem o poder de criar, atua na direção o posta, para dissolver o vínculo e devolver a liberdade àqueles que se encontravam compromissados. 
O art. 472 estabelece que o distrato deve obedecer a mesma forma do contrato a ser desfeito quando este tiver forma especial, mas não quando esta for livre.
· RESCISÃO: é a pior forma de extinção do contrato. Trata -se de um inadimplemento com culpa que causa dano a parte contrária. É aquela forma de extinção do contrato em que há inadimplemento culposo e causa de dano ao outro contratante. O contrato pode ser nulo ou anulável. Enseja o pagamento de perdas e danos.
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Essas causas de extinção do contrato podem ser classificadas em três grupos: 1 – Rescisão contratual (inexistência, nulidade, anulabilidade), 2 – Resolução contratual (Fortuito ou força maior, teoria da imprevisão, cláusula resolutiva), 3 – Resilição contratual (distrato e resolução unilateral). A diferença entre elas é a causa que leva a extinção do contrato, se houve um vício na formação, haverá uma rescisão, se a causa é um descumprimento do contrato com o u sem culpa, dá -se a resolução, mas se a causa da extinção é manifestação da vontade das partes, seja bilateral ou unilateralmente, da-se uma resilição. 
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