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Resumo - Trombose venosa e Tromboembolismo pulmonar, Trombose venosa cerebral, Úlcera péptica, Leiomioma, Adenomiose, Pólipo endometrial, Hiperplasia endometrial e Adenocarcinoma endometrial

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Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / P6 
 
1 
 
Resumão de Patologia – UC 17 
 
TROMBOSE VENOSA E 
TROMBOEMBOLISMO PULMONAR 
 
A hemostasia normal consiste em uma série de 
processos regulados que mantêm o sangue em estado 
fluido, sem coágulos, nos vasos normais, formando ao 
mesmo tempo e rapidamente um tampão hemostático, 
localizado no sítio de lesão vascular. A contraparte 
patológica da hemostasia é a trombose, a formação de 
coágulo sanguíneo (trombo) dentro de vasos intactos. 
Tanto a hemostasia como a trombose envolvem três 
elementos: parede vascular, plaquetas e cascata de 
coagulação. 
 
 
 
A, Após lesão vascular, fatores neuro-humorais locais 
induzem vasoconstrição transitória. 
 
 
B, Plaquetas ligam os receptores de glicoproteína Ib (GpIb) 
ao fator de von Willebrand (fvW) na matriz extracelular 
(MEC) exposta e são ativadas, sofrendo alteração de forma e 
liberação de grânulos. A adenosina difosfato liberada (ADP) 
e o tromboxano A2 (TxA2) induzem a agregação plaquetária 
adicional pela ligação de receptores Gp IIb-IIIa ao 
fibrinogênio. Essa agregação plaquetária preenche o defeito 
vascular, formando o tampão hemostático primário. 
 
C, Ativação local da cascata de coagulação (envolvendo 
fator tecidual e fosfolipídeos plaquetários) resulta na 
polimerização de fibrina, “cimentando” as plaquetas em um 
tampão hemostático secundário, que é maior e mais 
estável que o tampão primário e contém hemácias e 
leucócitos capturados. 
 
 
D, Mecanismos contrarregulatórios, como liberação de t-PA 
(ativador de plasminogênio tecidual, um produto 
fibrinolítico) e trombomodulina (que interfere na cascata de 
coagulação), limitam o processo hemostático ao local da 
lesão. 
 
 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / P6 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trombose é o processo patológico caracterizado pela 
solidificação do sangue dentro dos vasos ou do 
coração, em indivíduo vivo. Trombo é a massa sólida 
formada pela coagulação do sangue. Coágulo, por 
outro lado, significa massa não estruturada de sangue 
fora dos vasos ou do coração (p. ex., sangramento 
dentro da cavidade peritoneal) ou formada por 
coagulação após a morte (com a parada da circulação, 
o sangue tende a coagular-se no interior do coração e 
dos vasos). 
 
Os trombos podem ser venosos ou arteriais. Os 
venosos são formados primariamente por hemácias 
presas em uma rede de fibrina, além de algumas 
plaquetas, e formam-se em áreas de estase após 
ativação do sistema de coagulação. Os trombos 
arterias contêm principalmente plaquetas, possuem 
relativamente pouca fibrina e formam-se em locais com 
lesão endotelial e fluxo sanguíneo de alta velocidade. 
 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / P6 
 
3 
 
Trombose resulta de ativação patológica do processo 
normal da coagulação sanguínea, que pode ocorrer 
quando existe: 
 
( 1) lesão endotelial, fator que sozinho pode iniciar a 
trombose; 
 
(2) alteração do fluxo sanguíneo; 
 
(3) hipercoagulabilidade do sangue (considerada a 
clássica tríade de Virchow). 
 
 
Lesão Endotelial 
A lesão endotelial é uma causa importante de trombose, 
particularmente no coração e nas artérias, onde as altas taxas 
de fluxo poderiam, por outro lado, prevenir a coagulação 
impedindo a adesão plaquetária ou diluindo os fatores de 
coagulação. São exemplos de trombose relacionada a dano 
endotelial: a formação de trombos nas câmaras cardíacas após 
infarto do miocárdio, sobre placas ulceradas em artérias 
ateroscleróticas ou em locais de lesão vascular traumática ou 
inflamatória (vasculite). A franca perda de endotélio expõe a 
MEC subendotelial (levando à adesão plaquetária), libera 
fator tecidual e reduz a produção local de PGI2 e de ativadores 
de plasminogênio. Note-se, porém, que o endotélio não precisa 
ser desnudado ou rompido fisicamente para contribuir para o 
desenvolvimento de trombose; qualquer perturbação do equilíbrio 
dinâmico dos efeitos protrombóticos do endotélio pode influenciar 
localmente a coagulação. Assim, o endotélio disfuncional 
elabora maiores quantidades de fatores pró-coagulantes (p. 
ex., moléculas de adesão plaquetária, fator tecidual, PAI) e 
sintetiza menores quantidades de moléculas anticoagulantes 
(p. ex., trombomodulina, PGI2, t-PA). A disfunção endotelial 
pode ser induzida por uma variedade de agressões, incluindo 
hipertensão, fluxo sanguíneo turbulento, produtos 
bacterianos, lesão por radiação, anormalidades metabólicas, 
como homocistinúria e hipercolesterolemia, e por toxinas 
absorvidas da fumaça de cigarro. 
 
Fluxo Sanguíneo Anormal 
A turbulência contribui para trombose arterial e cardíaca por 
causar lesão ou disfunção endotelial, e também por formar 
contracorrentes e bolsas locais de estase. A estase é um fator 
importante no desenvolvimento de trombos venosos. Sob 
condições normais de fluxo sanguíneo laminar normal, 
plaquetas (e outras células sanguíneas) são encontradas 
principalmente no centro do lúmen do vaso, separadas do 
endotélio por uma camada plasmática em movimento lento. 
Em contrapartida, estase e fluxo sanguíneo turbulento 
(caótico) têm os seguintes efeitos deletérios: 
• Ambos promovem a ativação das células endoteliais e au-
mentam a atividade pró-coagulante, em parte por meio de 
alterações induzidas pelo fluxo na expressão genética 
endotelial. 
• A estase permite que plaquetas e leucócitos entrem em 
contato com o endotélio quando o fluxo é lento. 
• A estase também torna lenta a eliminação dos fatores de 
coagulação ativados e impede o influxo de inibidores de 
fator de coagulação. 
O fluxo sanguíneo turbulento e estático contribui para a 
trombose em uma série de quadros clínicos. Placas 
ateroscleróticas ulceradas não apenas expõem a MEC 
subendotelial, mas também causam turbulência. Dilatações 
aórticas e arteriais anormais, chamadas aneurismas, criam 
estase local e, consequentemente, um local fértil para 
trombose (Capítulo 9). O infarto agudo do miocárdio resulta 
em não contração focal do miocárdio. O remodelamento 
ventricular após infarto mais remoto pode levar à formação 
de um aneurisma. Em ambos os casos, os trombos murais 
cardíacos formam-se mais facilmente em decorrência de 
estase sanguínea local (Capítulo 10). A estenose da valva 
mitral (p. ex., após doença cardíaca reumática) resulta em 
dilatação atrial. Em conjunto com a fibrilação atrial, um átrio 
dilatado é um local de estase profunda, bem como uma 
localização primária para o desenvolvimento de trombos. As 
síndromes de hiperviscosidade (como policitemia) (Capítulo 11) 
aumentam a resistência ao fluxo e causam estase dos 
pequenos vasos; as hemácias deformadas da anemia 
falciforme (Capítulo 11) causam oclusões vasculares, e a 
estase resultante também predispõe à trombose. 
 
Hipercoagulabilidade 
É infrequente a contribuição da hipercoagulabilidade para a 
trombose arterial ou intracardíaca, mas é um importante fator 
de risco subjacente para trombose venosa. É definida 
livremente como qualquer alteração das vias de coagulação 
que predisponha as pessoas afetadas à trombose, e pode ser 
dividida em desordens primárias (genéticas) e secundárias 
(adquiridas) (Tabela 3-2). 
A hipercoagulabilidade primária (herdada) com mais 
frequência é causada por mutações no fator V e nos genes da 
protrombina: 
• Aproximadamente 2-15% dos brancos são portadores de 
uma mutação específica do fator V (chamada mutação de 
Leiden, segundo a cidade holandesa onde foi descrita pela 
primeira vez). A mutação altera um resíduo de aminoácido 
no fator V e o torna resistente à proteína C. Assim é perdido 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / P6 
 
4 
 
um importante mecanismo antitrombótico.Os 
heterozigotos são portadores de um risco cinco vezes maior 
de trombose venosa, tendo os homozigotos um risco 50 
vezes maior. 
• A substituição de um único nucleotídeo (G para A) na região 
não traduzida 39 do gene da protrombina é um alelo bas-
tante comum (encontrado em 1-2% da população geral). 
Essa variante resulta em aumento da transcrição de 
protrombina e está associada a um risco quase três vezes 
maior de tromboses venosas. 
• Os estados hipercoaguláveis primários menos comuns in-
cluem deficiências herdadas de anticoagulantes, como anti-
trombina III, proteína C ou proteína S; os pacientes afetados 
tipicamente apresentam trombose venosa e tromboembolis-
mo recorrente na adolescência ou no início da vida adulta. 
 
 
 
 
 
Os trombos são significativos por causarem obstrução 
de artérias e veias podendo dar origem a êmbolos. O 
efeito de maior importância clínica dependerá do local 
da trombose. Assim, embora os trombos venosos 
possam causar congestão e edema nos leitos 
vasculares distais a uma obstrução, eles são mais 
preocupantes por seu potencial para embolizar para os 
pulmões e causar óbito. Por outro lado, embora os 
trombos arteriais possam embolizar e causar infarto 
tecidual, sua tendência a obstruir os vasos (p. ex., nos 
vasos coronarianos e cerebrais) é consideravelmente 
mais importante. 
 
Trombose Venosa (Flebotrombose) 
A maior parte dos trombos venosos ocorre nas veias 
superficiais ou profundas da perna. Os trombos 
venosos superficiais normalmente surgem no sistema 
safeno, em especial no quadro de varicosidades; 
raramente embolizam, mas podem ser dolorosos e 
causar congestão local e edema decorrentes do fluxo 
de saída venoso comprometido, predispondo a pele 
sobrejacente ao desenvolvimento de infecções e 
úlceras varicosas. As tromboses venosas profundas 
(“TVPs”) nas veias maiores da perna, no joelho ou 
acima dele (p. ex., veias poplítea, femoral e ilíaca), são 
mais sérias pela propensão a embolizar. Embora tais 
TVPs possam causar dor local e edema, a obstrução 
venosa com frequência é envolvida por canais 
colaterais. Consequentemente, as TVPs são totalmente 
assintomáticas em cerca de 50% dos pacientes e 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / P6 
 
5 
 
reconhecidas somente depois de terem embolizado 
para os pulmões. 
As TVPs da extremidade inferior estão associadas à es-
tase e aos estados hipercoaguláveis, descritos 
anteriormente (Tabela 3-2); assim, são fatores 
predisponentes comuns a insuficiência cardíaca 
congestiva, o repouso e a imobilização no leito; os dois 
últimos fatores reduzem a ação de ordenha dos 
músculos da perna e, portanto, tornam lento o retorno 
venoso. Trauma, cirurgia e queimaduras não apenas 
imobilizam um paciente, mas também estão associados 
a lesão vascular, liberação de procoagulante, aumento 
da síntese hepática dos fatores de coagulação e 
redução da produção de t-PA. Muitos fatores 
contribuem para a diátese trombótica da gravidez; além 
da infusão do líquido amniótico potencial na circulação 
no momento do parto, a pressão produzida pelo 
aumento de tamanho do feto e do útero pode produzir 
estase nas veias das pernas, e a gravidez tardia e o 
período pós-parto estão associados à 
hipercoagulabilidade. A liberação de pró- -coagulante 
associada a tumor é em grande parte responsável pelo 
aumento de risco dos fenômenos tromboembólicos 
observados nos cânceres disseminados, o que 
algumas vezes é referido como tromboflebite migratória 
pela tendência a envolver vários leitos venosos 
diferentes ou como síndrome de Trousseau, segundo 
Armand Trousseau, que descreveu a desordem e por 
ela foi acometido. Independentemente do quadro 
clínico específico, o risco de TVP é maior em pessoas 
com mais de 50 anos. 
Embora muitas condições predisponentes de trombose 
sejam bem reconhecidas, o fenômeno permanece 
imprevisível. Ocorre com alta frequência angustiante 
em pessoas deambulatórias e sob outros aspectos 
saudáveis, sem provocação aparente ou anormalidade 
de base. De forma igualmente importante, a trombose 
assintomática (e presumivelmente a subsequente 
resolução) ocorre consideravelmente com mais 
frequência do que em geral se estima. 
 
 
Um êmbolo é uma massa sólida, líquida ou gasosa que 
é transportada pelo sangue para um local distante de 
seu ponto de origem. A vasta maioria dos êmbolos 
deriva de um trombo desalojado — daí o termo 
tromboembolismo. Tipos menos comuns de êmbolos 
são as gotículas de gordura, bolhas de ar ou nitrogênio, 
debris ateroscleróticos (êmbolos de colesterol), 
fragmentos tumorais, pedacinhos de medula óssea e 
líquido amniótico. Inevitavelmente, os êmbolos se 
alojam em vasos muito pequenos para permitir a sua 
passagem, resultando em oclusão vascular parcial ou 
completa; dependendo do local de origem, os êmbolos 
podem se alojar em qualquer parte da árvore vascular. 
A consequência primária da embolização sistêmica é a 
necrose isquêmica (infarto) dos tecidos a jusante, 
enquanto a embolização na circulação pulmonar leva a 
hipóxia, hipotensão e insuficiência cardíaca direita. 
Tromboembolismo Pulmonar 
A incidência da embolia pulmonar é de 2-4 por 1.000 
pacientes hospitalizados. Embora a taxa de êmbolo 
pulmonar (EP) fatal tenha diminuído de 6% para 2% no 
último quarto de século, a embolia pulmonar ainda 
causa cerca de 200.000 mortes ao ano nos Estados 
Unidos. Em mais de 95% dos casos, os êmbolos 
venosos originam-se de trombos nas veias profundas 
da perna proximais à fossa poplítea; é incomum a 
embolização dos trombos da porção inferior da perna. 
Os trombos fragmentados decorrentes de TVPs são 
transportados através de canais progressivamente 
maiores e, em geral, atravessam o lado direito do 
coração antes de pararem na vasculatura pulmonar. 
Dependendo do tamanho, a EP pode ocluir a principal 
artéria pulmonar, alojar-se na bifurcação das artérias 
pulmonares direita e esquerda (êmbolo em sela) ou 
passar para o interior de arteríolas menores, 
ramificantes (Fig. 3-15). Com frequência, ocorrem 
múltiplos êmbolos, sequencialmente ou como uma 
saraivada de êmbolos menores provenientes de um 
trombo único e maior; um paciente que teve um êmbolo 
pulmonar está em grande risco de ter mais trombos. 
Raramente um êmbolo atravessa um defeito atrial ou 
ventricular e entra na circulação sistêmica (embolia 
paradoxal). Uma discussão mais completa da EP é 
encontrada no Capítulo 12; as principais características 
clínicas e patológicas são as seguintes: 
 
• A maioria dos êmbolos pulmonares (60-80%) é de 
êmbolos pequenos e clinicamente silenciosa. Com o 
tempo, eles se submetem a organização e passam a 
se incorporar à parede vascular; em alguns casos, a 
organização dos tromboêmbolos deixa para trás 
redes fibrosas de ligação. 
 
• Na outra extremidade do espectro, um êmbolo 
grande que bloqueia uma grande artéria pulmonar 
pode causar morte súbita. 
 
 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / P6 
 
6 
 
• A obstrução embólica das artérias de tamanho 
médio e a subsequente ruptura de capilares que se 
tornaram anóxicos podem causar hemorragia 
pulmonar. Tal embolização normalmente não causa 
infarto pulmonar, uma vez que a área também recebe 
sangue através de circulação bronquial intacta 
(circulação dual). Entretanto, um êmbolo semelhante 
no quadro de insuficiência cardíaca do lado esquerdo 
(e perfusão diminuída da artéria bronquial) pode 
levar a infarto pulmonar. 
 
• A embolia para pequenos ramos pulmonares nas 
terminações arteriolares normalmente causa infarto. 
 
• Múltiplos êmbolos, que ocorrem com o tempo, podem 
causar hipertensão pulmonar e insuficiência ventricular 
direita (cor pulmonale). 
 
 
 
 
No trombo venoso, a cor é vermelha, pois aí 
predominam hemácias.No trombo arterial canalizado 
(com luzes vasculares neoformadas e tortuosas), 
predomina o azul, pois há abundantes fibras 
colágenas. A área destacada no retângulo e detalhada 
nas fotos a seguir mostra a aderência do trombo 
vermelho à parede da veia. A natureza lamelar do 
trombo chama a atenção. Na região de aderência já 
está havendo organização do trombo, com deposição 
de colágeno, que aparece em azul, contrastando com 
as áreas ainda não organizadas. 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / P6 
 
7 
 
 
 
Parede da veia 
Como na artéria, há três camadas, adventícia, média e íntima. Aqui 
a íntima não aparece devido ao trombo. A camada média é mais fina 
que a da artéria e as fibras musculares lisas (em vermelho) são 
intercaladas por fibras colágenas (em azul). Não se observam as 
membranas elásticas interna ou externa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / P6 
 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trombo venoso recente. Área de adesão à parede. O trombo é 
parietal, isto é, aderido à veia em só um trecho (cerca da metade da 
circunferência). É um trombo vermelho, constituído principalmente 
por hemácias, e tem estrutura lamelar, refletindo a deposição de 
hemácias e fibrina em camadas sucessivas. A região da adesão tem 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / P6 
 
9 
 
tom mais claro, que decorre da degeneração das hemácias e 
substituição pelas células da organização do trombo. 
 
 
 
 
 
 
 
TROMBO RECENTE (Hemácias e fibrina) 
 
 
TROMBO EM ORGANIZAÇÃO (as células da parede do 
vaso estão invadindo o trombo) 
 
 
TROMBO RECANALIZADO (neovascularização) 
 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / P6 
 
10 
 
Congestão de arteríolas e vênulas por causa da obstrução à 
passagem do sangue pelo êmbolo pulmonar 
 
 
Na microscopia é visualizado o coágulo sanguíneo, composto 
predominantemente por eritrócitos, não aderidos a parede do 
vaso, de modo a indicar que a o trombo na imagem tenha sido 
formado em outra região e embolizado pela corrente 
sanguínea. Podem ser visualizados também focos 
hemorrágicos que surgem devido à fragilidade da parde 
vascular após a estagnação do êmbolo. 
 
 
E-êmbolo / H–hemorragia / P–parede vascular 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / P6 
 
11 
 
TROMBOSE VENOSA CEREBRAL 
 
A trombose venosa cerebral (TVC) é uma doença 
cerebrovascular pouco conhecida, com múltiplas 
manifestações clínicas e muitas vezes 
subdiagnosticada. Embora relativamente rara, é uma 
das principais causas de AVC em jovens e mulheres e 
está associada a um bom prognóstico quando tratada 
precocemente. A TVC acomete o seio sagital superior 
em 72% a 92% dos casos e seios laterais em 38% a 
70%, geralmente com progressão da trombose de um 
sistema venoso para outro(s), determinando congestão 
venosa e edema cerebral vasogênico difuso ou focal. A 
trombose pode progredir para as veias cerebrais 
superficiais ou profundas, culminando com infartos 
venosos hemorrágicos. 
Ao contrário do que ocorre no AVCI, a cefaléia, difusa 
ou localizada, é o sintoma mais freqüente na TVC (70% 
a 91%). Geralmente é intensa e pode se acompanhar 
de défices focais (34% a 79%), papiledema (50%), 
diplopia, embassamento visual, convulsões e 
alterações da consciência, ambas em 26% a 63%. Os 
sintomas podem progredir em 48 horas em 28% a 54% 
dos casos, mas em 25% a 30% há evolução em período 
superior a 30 dias, muitas vezes como síndrome 
pseudotumoral. 
 
O diagnóstico da TVC pode ser suspeitado com a 
tomografia de crânio contrastada, porém a ressonância 
magnética (RM) de crânio com angioressonância 
venosa é o método diagnóstico de eleição, pois permite 
a visualização dos trombos venosos. O método padrão 
ouro ainda é a angiografia cerebral digital que só é 
solicitada na suspeita de falso-negativo à RM, como na 
TVC só de veias corticais. 
Entre as causas de TVC, destacam-se a gravidez e o 
puerpério, medicamentos (anticoncepcionais orais, 
danazol), síndrome antifosfolípide primária, trombofilias 
hereditárias (deficiências de proteínas C e S, de 
antitrombina III, fator V de Leiden, mutação 20210 G®A 
do gene da protrombina) e infecções para-meníngeas. 
Preconiza-se o tratamento anticoagulante com 
heparina endovenosa, seguida de anticoagulação oral 
(6 meses ou mais, dependendo da etiologia). 
 
FATORES DE RISCO 
 Infecção (parenquimatosa cerebral, meníngea, 
mastoides, seios paranasais) 
 Gravidez ou puerpério 
 Neurocirurgia 
 Trauma 
 Punção lombar 
 Como complicação pós-colocação de cateter de 
jugular 
 Uso de drogas (ACO, L-asparaginase, reposição 
hormonal, tamoxifeno...) 
 Neoplasias com invasão ou compressão das vias de 
drenagem 
Conforme a evolução, pode ser necessário o uso de 
corticóides (cefaléia, piora clínica) e de 
anticonvulsivantes. O prognóstico pós-tratamento é 
relativamente favorável, com seqüelas graves em torno 
de 14% e mortalidade de 6% a 15%. 
MICROSCOPIA 
O substrato histopatológico das TVC, independente do 
fator etiológico que a precipitou, será muito semelhante 
ou idêntico, permitindo descrevê-lo aqui. 
 
A obstrução de um seio venoso da dura-máter é a mais 
grave, por provocar infarto hemorrágico, pois ocorre 
estase no território drenado pelo seio, desencadeando 
hiperemia passiva, necrose e infiltração hemorrágica, 
especialmente na substância cinzenta, por ser a mais 
vascularizada. 
 
 
Ao exame macroscópico, o segmento venoso afetado 
encontra-se levemente ingurgitado, com conteúdo 
palpável e pouco consistente. O acometimento 
parenquimatoso determina o aparecimento de zonas 
edemaciadas, associadas a graus variáveis de necrose 
tecidual hemorrágica. 
 
O trombo que determina o distúrbio circulatório no 
território correspondente à drenagem afetada 
caracteriza-se geralmente por estase ("trombo 
vermelho"), constituída por uma rede de fibrina com 
conglomerados plaquetários nos pontos nodais, 
retendo em suas malhas leucócitos e hemácias. 
 
O trombo passa paulatinamente a sofrer os fenômenos 
patológicos previsíveis de fibrose e retração, passando 
da organização à lise do material trombótico com 
recanalizacão venosa variável. 
 
Destaca-se a degradação do conteúdo de hemoglobina 
que varia de acordo com a idade do trombo, tornando-
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / P6 
 
12 
 
se relevante pela possível interferência na detecção da 
TVC por imagem. 
 
A exceção a este padrão é a trombose venosa séptica, 
mais comum no seio cavernoso, que, além dos 
elementos básicos já mencionados, também contém 
microrganismos e infiltrado de células inflamatórias. 
 
 
Tromboses venosas cerebrais podem ser assépticas ou 
sépticas. 
As assépticas decorrem das causas de trombose 
estudadas na Patologia Geral (tríade de Virchow): 
1. lesão do endotélio, p. ex. em casos de trauma 
crânio-encefálico (aqui freqüentemente com 
trombose séptica); 
2. lentidão ou turbilhonamento do fluxo, p. ex. na 
insuficiência cardíaca congestiva; 
3. hipercoagulabilidade do sangue, p. ex.: 
o na desidratação, especialmente na 
infância, no verão, por diarréia; 
o gravidez e puerpério; 
o uso de anticoncepcionais orais; 
o doenças hematológicas como anemia 
falciforme e policitemia; 
o estados pós-cirúrgicos com aumento 
da tromboplastina circulante. 
 
A trombose séptica (tromboflebite) dos seios venosos 
da dura-máter é uma complicação de otites médias e 
mastoidites purulentas, já que pequenas veias que 
drenam o osso temporal são tributáriasdo seio 
transverso. Sinusites frontais ou infecções da pele da 
face, nariz e lábios podem causar tromboflebite do seio 
sagital superior ou do seio cavernoso. 
A trombose do seio sagital superior é mais 
freqüentemente asséptica e causa infarto hemorrágico 
de um ou ambos hemisférios cerebrais nas 
proximidades do seio. O infarto pode ser assimétrico. O 
trombo pode organizar-se e recanalizar-se. Se houver 
sobrevida, o tecido necrótico é reabsorvido, restando 
cicatriz gliótica ferruginosa. Clinicamente, há mono- ou 
diplegia crural e aumento da pressão intracraniana. 
A trombose do seio cavernoso é geralmente secundária 
a infecção na região central da face (olhos, nariz ou 
seios paranasais). Há trombose das veias faciais e 
oftálmicas, uni-ou bilateral, com intenso edema dos 
tecidos orbitários, proptose, hemorragias retinianas e 
paresia dos músculos oculares. O tratamento baseia-se 
em antibioticoterapia. Pode haver regressão do quadro 
após a recanalização do trombo. 
A trombose da veia de Galeno, do seio reto ou das 
veias cerebrais internas é rara, mais freqüente em 
crianças, podendo ser séptica ou asséptica. É sempre 
fatal. Causa infarto hemorrágico da porção central do 
cérebro, incluindo os centros semi-ovais (i.e. a 
substância branca profunda dos hemisférios), núcleos 
da base e tálamos. 
 
Trombose do seio longitudinal superior. Os hemisférios 
cerebrais mostram infarto hemorrágico não só do córtex 
próximo ao seio mas da parte profunda do hemisfério, 
incluindo os tálamos e parte dos núcleos da base. Isto 
sugere que a trombose estendeu-se ao seio reto, onde 
desemboca a veia de Galeno (veia cerebral magna), 
que drena a porção central do cérebro. 
 
 
Êmbolo séptico 
 
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Êmbolo séptico – centro necrótico(seta amarela),borda 
calcificada(cabeça de seta vermelha),infiltrado 
inflamatório(setas azuis) e fibrose(seta preta) . 
 
Centro necrótico(seta preta),borda 
calcificada(cabeça de seta amarela),infiltrado 
inflamatório(círculo preto) presença de deposição de 
fibras(seta azul). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ÚLCERA PÉPTICA 
 
 
 
 
 
 
 
ETIOPATOGÊNESE 
 
 
COMPLICAÇÕES 
Hemorragia 
Perfuração – 5% dos casos 
Estenoses e deformações 
Malignização 
 
QUADRO CLÍNICO 
 
 
 
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ÚLCERA DUODENAL 
 Mais prevalente 
 Mais frequente em homens 
 Aumento da agressão 
 Associação com H. pylori 
 Níveis elevados de secreção gástrica de ácido 
e pepsinogênio 
 Esvaziamento gástrico mais rápido 
 Aine’s 
 Fumo 
 Fatores genéticos 
 
ÚLCERA GÁSTRICA 
• Mais comum na curvatura menor, na região da 
incisura angular 
• Associa-se com alterações anatômicas e 
funcionais da mucosa gástrica 
• Redução das defesas focais (Diminuição da 
resistência da mucosa) 
• Associação com H. Pylori 
• Redução do fluxo sanguíneo local 
• Aine’s 
• Refluxo de conteúdo duodenal 
 
ÚLCERA PÉPTICA 
MACROSCOPIA: 
 Variam em profundidade: erosões superficiais 
até erosões profundas que penetram na 
mucosa 
 Úlceras agudas são redondas e com menos de 
1cm de diâmetro 
 A base da úlcera é frequentemente corada de 
marrom a preto pela digestão ácida do sangue 
extravasado e pode estar associada a 
inflamação transmural 
 ÚLCERAS DE ESTRESSE AGUDAS: qualquer 
parte do estômago 
 ÚLCERAS PÉTICAS: injúria crônica 
 
 
 
CICLO VITAL: 
 
 
 
 
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CLASSIFICAÇÃO DE SAKITA – ÚLCERAS 
PÉPTICAS (endoscopia) 
 
A (de “Active”) – Ativa 
H (“healing”) - em cicatrização 
S (“Scar”) - Cicatriz 
 
 
 
 
 
 
 A superfície da úlcera é revestida por exsudato 
fibrino-purulento originado do tecido de 
granulação logo abaixo. 
 Deste derivam fibroblastos que produzem 
colágeno, resultando na fibrose do fundo da 
úlcera. 
 A quantidade de células inflamatórias no 
tecido fibroso diminui da superfície para a 
profundidade, enquanto que a quantidade de 
fibras colágenas aumenta. 
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LEIOMIOMA 
 
- São os tumores benignos que surgem das células 
musculares lisas do miométrio. 
- Neoplasias benignas do músculo liso. 
- Devido à sua firmeza, eles são frequentemente 
referenciados clinicamente como FIBROIDES. 
- Leiomiomas uterinos ou fibroides. 
- São os tumores benignos MAIS COMUM em MULHERES. 
- Acomete 30 a 50% das mulheres em idade reprodutiva. 
- Consideravelmente mais comum em negras. 
- Tumores são MONOCLONAIS e estão associados a várias 
ANORMALIDADES CROMOSSOMAIS diferentes e 
recorrentes, incluindo REARRANJOS DOS 
CROMOSSOMOS 6 e 12, que também são encontrados em 
uma variedade de outras neoplasias benignas, como 
PÓLIPOS e LIPOMAS ENDOMETRIAIS. 
- A maioria dos leiomiomas apresenta cariótipo normal, mas 
aproximadamente 40% possuem uma do anormalidade 
cromossômica simples. 
- Vários subgrupos citogenéticos foram reconhecidos: uma 
translocação equilibrada entre os cromossomos 12 e 14, 
deleções parciais do braço longo do cromossomo 7, trissomia 
do 12 e reorganizações de 6p, 3q e 10q. 
- As reorganizações do 12q14 e 6p envolvendo os genes 
HMGIC e HMGIY, respectivamente, também estão implicadas 
em uma variedade de outras neoplasias benignas. 
- Os dois genes codificam fatores de ligação a DNA 
intimamente relacionados que regulam a estrutura da 
cromatina. 
- Estrogênios e, possivelmente, contraceptivos orais, 
estimulam o crescimento de leiomiomas. 
- Em contrapartida, esses tumores encolhem na pós-
menopausa. 
 
MACROSCOPIA 
- Massas firmes branco-acinzentadas, arredondadas e 
nitidamente circunscritas, com superfície de corte em 
espiral. 
- O padrão espiralado característicos dos feixes de músculo 
liso ao corte geralmente torna estas lesões facilmente 
identificáveis pela macroscopia. 
- Podem ocorrer isoladamente, mas mais frequentemente 
múltiplos tumores são disseminados dentro do útero, 
variando desde pequenos nódulos até tumores grandes 
que podem diminuir o útero. 
- Apenas raramente envolvem os ligamentos uterinos, o 
segmento uterino inferior ou colo uterino. 
- Alguns se inserem dentro do miométrio (intramurais), 
enquanto outros podem estar diretamente abaixo do 
endométrio (submucosos) ou diretamente abaixo da serosa 
(subserosos). 
- Nos tumores subserosos, eles podem estender-se para 
fora em pedúnculos atenuados e até mesmo tornar-se 
ligados aos órgãos circundantes, de onde podem 
desenvolver um suprimento de sangue (LEIOMIOMAS 
PARASITAS). 
 
MICROSCOPIA 
- Feixes espiralados de células musculares lisas que imitam a 
aparência do miométrio normal. 
- Geralmente, as células musculares individuais têm tamanho 
e forma homogêneos, possuem o núcleo oval característico e 
processos citoplasmáticos bipolares longos e finos. 
- As mitoses são escassas. 
- Variantes benignas de leiomioma incluem tumores atípicos 
ou bizarros (simplásticos) com atipia nuclear e células 
gigantes, e leiomiomas celulares. Ambos apresentam um 
baixo índice mitótico. 
- Uma variante extremamente rara, o leiomioma 
metastatizante benigno, consiste em umtumor uterino que 
se estende para os vasos e migra para outros locais, mais 
comumente o pulmão. 
Outra variante, a leiomiomatose peritoneal disseminada, é 
manifestada como pequenos nódulos múltiplos no peritônio. 
Ambas são consideradas benignas apesar de seu 
comportamento incomum. 
- Focos de fibrose, calcificação e amolecimento degenerativo 
podem estar presentes. 
- Tumores grandes podem desenvolver áreas de 
amolecimento amarelo-acastanhadas a vermelhas 
(degeneração avermelhada). 
- No leiomioma, a celularidade (quantidade de núcleos por 
unidade de área) é um pouco maior e o arranjo em feixes mais 
nítido (os feixes se cruzam às vezes em ângulo reto) que no 
miométrio normal. A boa delimitação do tumor e a ausência 
de invasão dos tecidos vizinhos sugerem benignidade. 
Também não há atipias, mitoses ou necrose. 
 
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ASPECTOS CLÍNICOS 
- Geralmente são assintomáticos, sendo descobertos 
incidentalmente no exame ginecológico de rotina. 
- O sinal presente mais comum é a MENORRAGIA ou 
HIPERMENORREIA, com ou sem METRORRAGIA. 
- Os sintomas mais importantes são sangramento anormal, 
compressão da bexiga (frequência urinária), dor súbita se 
ocorrer interrupção do fluxo sanguíneo e prejuízo da 
fertilidade. 
- Leiomiomas grandes podem ser palpados pela mulher 
acometida ou produzir sensação de arrasto. 
- A transformação de leiomioma em leiomiossarcoma é 
extremamente rara. 
- A presença de lesões múltiplas não aumenta o risco de 
malignidade. 
- Miomas em gestantes aumentam a frequência de abortos 
espontâneos, má apresentação fetal, inércia uterina e 
hemorragia pós-parto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ADENOMIOSE 
 
- Crescimento da camada basal do endométrio para dentro do 
miométrio. 
- Ninhos de estromas endometrial, glândulas ou ambos são 
encontrados profundamente no miométrio interpostos entre 
os feixes musculares. 
- A presença aberrante de tecido endometrial induz 
hipertrofia reativa do miométrio, resultando em útero 
globular alargado, muitas vezes com parede uterina 
espessada. 
- Ninhos endometriais funcionais no interior do miométrio 
produzindo cistos hemorrágicos na parede uterina. 
- Como as glândulas na adenomiose derivam da camada 
basal do endométrio, elas não passam por sangramento 
cíclico. 
- No entanto, adenomiose acentuada pode produzir 
menorragia, dismenorreia e dor pélvica antes do início da 
menstruação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PÓLIPO ENDOMETRIAL 
 
- Lesões sésseis, geralmente hemisféricas, variam de 0,5-
3cm de diâmetro. 
- Geralmente são grandes e pedunculados 
- Massas exofíticas de tamanho variável que projetam para a 
cavidade endometrial. 
- Pólipos maiores podem se projetar da mucosa do 
endométrio para dentro da cavidade uterina. 
- Assintomáticos ou causar sangramento anormal 
(intramenstrual, menometrorragia ou na pós-menopausa) se 
sofrerem ulceração ou necrose. 
 
MICROSCOPIA 
- Pólipos com endométrio semelhante ao basal, muitas vezes 
com pequenas artérias musculares. 
- Algumas glândulas têm arquitetura normal do endométrio, 
mas mais frequentemente são cisticamente dilatadas. 
- Geralmente as glândulas e no interior dos pólipos são 
hiperplásicas ou atróficas, mas ocasionalmente podem 
apresentar alterações secretoras (pólipos funcionais). 
- Pólipos hiperplásicos podem se desenvolver em associação 
à hiperplasia endometrial generalizada e são sensíveis ao 
efeito do crescimento do estrógeno, mas exibem pouca ou 
nenhuma resposta à progesterona. 
- Pólipos atróficos, que em grande parte ocorrem nas 
mulheres em pós-menopausa, mais provavelmente 
representam atrofia de um pólipo hiperplásico. 
- Raramente, adenocarcinomas surgem no interior de pólipos 
endometriais. 
- As células do estroma são MONOCLONAIS, geralmente 
com um rearranjo da região cromossômica 6p21, 
envolvendo o GENE HMGIY, e constituem, assim, o 
COMPONENTE NEOPLÁSICO DO PÓLIPO. 
- Embora os pólipos endometriais possam ocorrer em 
qualquer idade, eles são mais comumente detectados em 
torno da época da menopausa. 
- Importância clínica  sangramento uterino anormal e, 
mais importante, o risco (porém raro) de originar um câncer. 
 
 
 
 
 
 
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PÓLIPOS ATRÓFICOS 
 
 
 
PÓLIPOS HIPERPLÁSICOS 
 
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HIPERPLASIA ENDOMETRIAL 
 
Importante causa de sangramento anormal 
Aumento da proliferação de glândulas endometriais em 
relação ao estroma 
PATOGÊNESE: inativação do gene supressor de 
tumor PTEN  gera mais síntese proteica e 
proliferação celular 
É potencialmente maligno  Tem relação com 
carcinoma endometrial 
Está associado a estimulação estrogênica prolongada 
CAUSAS: obesidade, menopausa, doença ovariana 
policística, terapia de reposição estrogênica, dentre 
outras. 
Sua patogenia está relacionada também à do 
adenocarcinoma: 
+ de 20% das hiperplasias endometriais apresentam 
alteração no gene PTEN 
30-80% dos adenocarcinomas apresentam alteração 
no mesmo gene 
MACROSCOPIA: O endométrio encontra-se 
difusamente espessado, frequentemente com 
crescimento polipoide, às vezes contendo cistos. 
 
MORFOLOGIA: 4 tipos; Típica, autolimitada e com 
pouca relação com o câncer do endométrio; Atípica, 
considerada precursora 
do adenocarcinoma endometrial. Ambas são divididas 
em simples e complexas. 
Hiperplasia simples sem atipia 
♥ Discreto aumento na razão glândulas para estroma; 
glândulas de vários tamanhos e formas irregulares com 
dilatações císticas. Só Estroma abundante. 1% 
progride para adenocarcinoma 
Hiperplasia simples com atipia 
♥ É rara, tem aspecto simples, porem ocorre atipia 
citológica no interior das células epiteliais glandulares. 
A célula perde a polaridade, núcleo vesicular e 
nucléolos proeminentes. 8% evolui para 
adenocarcinoma 
Hiperplasia complexa sem atipia 
♥ ↑ número e ↑ tamanho das glândulas. Ocorre 
acentuada aglomeração glandular e ramificação das 
glândulas 
♥ As células epiteliais permanecem citologicamente 
normais. 
♥ 3% evolui para adenocarcinoma 
Hiperplasia complexa com atipia 
♥ A distinção de um câncer de endométrio pode não ser 
possível sem uma histerectomia. 
♥ 23-48% das mulheres que tem esse diagnostico, 
apresentam carcinoma quando realizada a biopsia. 
 
A- Hiperplasia simples sem atipia 
 
 
B- Hiperplasia complexa sem atipia 
 
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C- Hiperplasia complexa com atipia 
 
D- Ampliação da complexa com atipia 
 
 
Transformação cística glandular 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ADENOCARCINOMA ENDOMETRIAL 
 
Câncer invasivo mais comum do trato genital feminino 
Principalmente mulheres na pós-menopausa (55-65 
anos) 
PATOGÊNESE:Classificado em Tipo I e Tipo II 
 
Tipo I 
Tipo mais comum (80%) 
Consiste em glândulas endometriais proliferativas bem 
diferenciadas e miméticas  Carcinoma endometrioide 
Surge no contexto de hiperplasia endometrial e também 
está associada a DM, HAS e infertilidade 
Causado por várias alterações genéticas moleculares 
(PTEN, PIK3CA, KRAS, Instabilidade de Microssatélite, 
β-catenina e p53) 
 
MORFOLOGIA: 
Macroscopia 
Pode ser um tumor polipoide localizado ou um tumor 
difuso envolvendo a superfície endometrial 
Disseminação: há invasão direta do miométrio e pode 
haver extensão para estruturas periuterinas por 
continuidade direta e para linfonodos regionais nos 
estágios tardios 
Metástase: pulmões, fígado, ossos e outros órgãos 
 
Microscopia 
Podem ser classificados em três etapas 
 GRAU 1: Bem diferenciado, crescimento sólido 
(<5%) 
 GRAU 2: Moderadamente diferenciado, crescimento 
parcialmente sólido (<50%) 
 GRAU 3: Pouco diferenciado, crescimento 
parcialmente sólido (>50%) 
 
A – Adenocarcinoma endometrial de apresentação 
como massa ulcerada no fundo uterino 
 
B – Adenocarcinoma endometrioide grau 1 
(diferente de Hiperplasia devido a ausência de 
estroma interposto) 
 
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C – Adenocarcinoma endometrioide grau 2 
 
D – Adenocarcinoma endometrioide grau 3 
 
PATOGÊNESE: 
Tipo II 
Ocorre uma década mais tarde que o tipo I 
Surgem no contexto de atrofia endometrial 
Pouco diferenciados, representam 15% dos 
carcinomas endometriais 
Subtipo + comum: adenocarcinoma seroso 
(relacionado à mutação do gene p53) 
Supostamente começa como uma neoplasia epitelial 
superficial que se estende para estruturas glandulares 
adjacentes (EIC) e, mais tarde, invade o estroma 
endometrial 
Frequentemente já se apresentam com metástase no 
momento do diagnóstico 
 
MORFOLOGIA: 
Úteros pequenos e atróficos 
Tumores grandes e volumosos ou profundamente 
invasivos para o miométrio 
Apresenta invasão identificável do estroma 
Lesões invasivas podem apresentar-se de 2 formas: 
 Padrão de crescimento papilar: células com atipia 
citológica acentuada (elevada razão núcleo/citoplasma, 
figuras mitóticas atípicas, heterocromasia e nucléolos 
proeminentes) 
 Padrão de crescimento predominantemente 
glandular: distingue-se do carcinoma não-
endometrioide pela acentuada atipia citológica 
 
C – Carcinoma seroso do endométrio, com 
formação de papilas e marcada atipia citológica 
 
Renata Valadão Bittar – Medicina Unit / P6 
 
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A - Carcinoma intraepitelial endometrial, exibindo 
células malignas (seta) 
B- Expressão intensa e difusa de p53, detectada por 
imuno-histoquímica, no carcinoma intraepitelial 
endometrial 
C-Carcinoma seroso do endométrio com padrão de 
crescimento papilar, c/ células malignas com acentuada 
atipia 
D- Como na lesão anterior, existe um acúmulo de 
proteína p53 no núcleo. 
 
CLÍNICA: 
Tipo I e II 
Pode permanecer assintomático por um tempo, mas 
costuma cursar com sangramento vaginal irregular ou 
na pós-menopausa com leucorréia excessiva 
Aumento do útero: pode ser ausente no início 
Diagnóstico estabelecido por biópsia ou curetagem e 
exame histológico do tecido 
Prognóstico dependente do estágio clínico, sendo o 
prognóstico do tipo I muito melhor que o do tipo II

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