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SENAR - Associativismo, cooperativismo e sindicalismo no Agronegócio Apostila do Módulo 4

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Programa minha EmPrEsa rural
AssociAtivismo, cooperAtivismo e 
sindicAlismo no Agronegócio
Quando vivenciados de forma paralela e complementar, o 
associativismo, o cooperativismo e o sindicalismo formam 
uma resistente base de sustentação para boas parcerias no 
agronegócio. Diante disto, este curso irá proporcionar um 
melhor entendimento sobre os conceitos, as similaridades e as 
diferenças desses movimentos, bem como reforçar e permitir a 
compreensão de como é possível encontrar nas ações coletivas 
e cooperativas a oportunidade de empreender e gerar bons 
negócios na propriedade rural. 
Bons estudos!
Este curso tem 
20 horas
SENAR 2015
Programa minha EmPrEsa rural
AssociAtivismo, cooperAtivismo e 
sindicAlismo no Agronegócio
2015. Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR
Informações e Contato
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO
Rua 87, nº 662, Ed. Faeg,1º Andar – Setor Sul, Goiânia/GO, CEP:74.093-
300 (62) 3412-2700 / 3412-2701 – E-mail: senar@senargo.org.br
http://www.senargo.org.br/
http://ead.senargo.org.br/ 
Programa minha EmPrEsa rural
PresIdente do Conselho admInIstratIvo
José Mário Schreiner
tItulares do Conselho admInIstratIvo
Daniel Klüppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo Moreira Guima-
rães e Tiago Freitas de Mendonça.
suPlentes do Conselho admInIstratIvo
Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Eleandro Borges da 
Silva, Bruno Heuser Higino da Costa e Tiago de Castro Raynaud de 
Faria.
suPerIntendente
Eurípedes Bassamurfo da Costa
Gestora
Rosilene Jaber Alves 
COORDENAÇÃO
Stella Miranda Menezes Corrêa
Ficha Técnica
Iea - InstItuto de estudos avançados s/s
Conteudista – Jaqueline Bernardi Ferreira 
tratamento de lInGuaGem e revIsão
IEA – INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS S/S
dIaGramação e Projeto GráfICo
IEA – INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS S/S
Módulo 4 - Cooperativismo Rural // 74
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo no Agronegócio
Cooperativismo rural
Você sabia que o cooperativismo está correlacionado ao associativis-
mo? Ele é muito presente no meio rural e, muitas vezes, fundamental 
para que os produtores tenham força e garantam a sustentabilidade de 
seus negócios rurais.
Uma característica fundamental é o espírito de colaboração dos pro-
dutores rurais. Havendo solidariedade entre eles, mais facilmente será 
atingida a preparação técnica e profissional, que, muitas vezes, faz 
falta para suas atividades.
Módulo 4
Módulo 4 - Cooperativismo Rural // 75
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo no Agronegócio
Fonte: Shutterstock
Neste módulo, você estudará mais de perto as particularidades e as 
características do cooperativismo rural. Para isso, ele está dividido em 
três aulas:
• Aula 1: Diferenças entre associativismo e cooperativismo
• Aula 2: Aspectos históricos e conceituais do cooperativismo
• Aula 3: Cooperativismo e o negócio rural
Ao fi nal deste módulo, você será capaz de identifi car as diferenças 
entre associativismo e cooperativismo, reconhecer os princípios e as 
particularidades do cooperativismo no Brasil, identifi car os ramos do 
cooperativismo, analisar a dinâmica de funcionamento de organiza-
ções cooperativistas rurais, identifi car as políticas para expansão do 
cooperativismo rural e avaliar os benefícios e as adversidades das or-
ganizações cooperativistas.
Siga em frente e bom estudo!
Módulo 4 - Cooperativismo Rural // 76
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo no Agronegócio
AulA 1
Diferenças entre o assoCiativismo e o Cooperativismo
Nesta aula, você terá a oportunidade de entender as diferenças entre 
o associativismo e o cooperativismo, bem como as propostas deles. 
Antes de aprofundarmos no assunto, é importante que você tenha uma 
noção básica das diferenças entre eles. Para isso, analise abaixo os 
conceitos de associativismo e cooperativismo.
Associativismo Coperativismo
O conceito de associativismo 
está relacionado à adoção de 
métodos de trabalho que es-
timulem a confiança, a ajuda 
mútua, o fortalecimento do 
capital humano, entre outros 
fatores.
Já o cooperativismo está ligado 
à união de pessoas para o 
atendimento de aspirações 
e necessidades econômicas, 
sociais e culturais comuns, 
por meio de uma empresa de 
sociedade coletiva.
O associativismo e o cooperativismo são conceitos que apresentam 
correlação às definições dos capitais: humano, social e empresarial 
– fatores estes fundamentais para a promoção do desenvolvimento 
territorial. 
Se por um lado o associativismo tem como proposta reunir um grupo 
de pessoas ou de entidades em busca de interesses comuns, sendo 
Módulo 4 - Cooperativismo Rural // 77
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo no Agronegócio
eles econômicos, sociais, fi lantrópicos, científi cos, políticos ou cultu-
rais. Por outro lado, o cooperativismo está relacionado ao conceito de 
capital empresarial ou cultura empreendedora, caracterizando-se es-
sencialmente por ser uma alternativa de produção e distribuição de ri-
quezas embasada em interesse pelas pessoas, democracia, igualdade 
e justiça.
O cooperativismo herdou muitas características do associativismo, 
como por exemplo: 
A realização, no máximo a cada quatro 
anos, das eleições para o conselho de 
administração, ocasião em que é 
analisado o desempenho dos dirigentes e 
em que eles são eleitos pela comunidade 
envolvida.
O duplo papel dos associados: o de 
proprietário e o de beneficiário do 
objetivo social da cooperativa. Sendo 
assim, as pessoas que dirigirem as 
cooperativas de crédito são escolhidas 
entre os associados e prestam contas 
diretamente a eles.
A realização anual de assembleias 
ordinárias para obter a aprovação das 
contas do exercício administrativo do ano 
anterior e a renovação de dois terços do 
conselho fiscal.
Os mecanismos de sensibilização das 
pessoas em prol do empreendimento 
cooperativo.
O modelo de governança corporativa, que 
acontece a partir da eleição democrática 
de dirigentes.
Módulo 4 - Cooperativismo Rural // 78
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo no AgronegócioA realização, no máximo a cada quatro 
anos, das eleições para o conselho de 
administração, ocasião em que é 
analisado o desempenho dos dirigentes e 
em que eles são eleitos pela comunidade 
envolvida.
O duplo papel dos associados: o de 
proprietário e o de beneficiário do 
objetivo social da cooperativa. Sendo 
assim, as pessoas que dirigirem as 
cooperativas de crédito são escolhidas 
entre os associados e prestam contas 
diretamente a eles.
A realização anual de assembleias 
ordinárias para obter a aprovação das 
contas do exercício administrativo do ano 
anterior e a renovação de dois terços do 
conselho fiscal.
Os mecanismos de sensibilização das 
pessoas em prol do empreendimento 
cooperativo.
O modelo de governança corporativa, que 
acontece a partir da eleição democrática 
de dirigentes.
Da noção do associativismo, talvez, vem à ideia de que a cooperativa é 
uma organização de pessoas e não de capital e, portanto, dada a sua 
natureza social, não tem fi ns lucrativos.
O sucesso das cooperativas passa pela manutenção de bons meca-
nismos de mobilização de seus associados, de seleção de dirigentes e 
de prestação de contas. A experiência tem mostrado que quanto maior 
a participação dos sócios em suas cooperativas, sobretudo nas as-
sembleias, mais estável tende a ser o funcionamento delas.
O associado, além de benefi ciário da infraestrutura e dos preços prati-
cados pela cooperativa, participa da distribuição dos resultados gera-
dos ao fi nal de cada exercício social.
Agora que você já conhece melhor o associativismo e o cooperativis-
mo, analise o quadro-resumo contendo as diferenças entre uma asso-
ciação e uma cooperativa.Módulo 4 - Cooperativismo Rural // 79
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo no Agronegócio
Associação Cooperativa
Definição Sociedade civil sem fins 
lucrativos.
Sociedade civil/comercial sem 
fins lucrativos.
Objetivos
• Promover a implemen-
tação e a defesa dos 
interesses de seus 
associados.
• Incentivar a melhoria 
técnica, profissional e 
cultural de seus asso-
ciados.
• Viabilizar e desenvolver 
a atividade produtiva de 
seus cooperados.
• Transformar bens, atuando 
no mercado.
• Armazenar e comercializar.
• Dar assistência técnica 
e educacional aos seus 
membros.
Amparo 
legal • Constituição Federal 
(Art. 5º).
• Código Civil.
• Constituição Federal (Art. 
5º).
• Código Civil.
• Lei 5.764/71.
Agora que você já entendeu sobre as diferenças e as similaridades en-
tre o associativismo e o cooperativismo, vamos aprofundar os estudos 
sobre os conceitos históricos e características do cooperativismo.
Módulo 4 - Cooperativismo Rural // 80
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo no Agronegócio
AulA 2
aspeCtos HistóriCos e ConCeituais Do Cooperativismo
Você sabia que o cooperativismo surgiu em 1844, na Inglaterra, a partir 
de um grupo de menos de 30 tecelões que buscavam uma alternativa 
econômica para atuarem no mercado, sem sofrerem tantas pressões 
do capitalismo?
Essa foi a forma desse grupo de tecelões reagirem ao sistema capi-
talista da época, que submetia os trabalhadores a preços abusivos, 
exploração da jornada de trabalho de mulheres e crianças e do desem-
prego provocado pela revolução industrial.
Fonte: Shutterstock
Talvez os tecelões não tivessem noção da dimensão de suas ações, 
mas eles estavam, naquele momento, mudando os padrões econômi-
cos da época e dando origem ao movimento cooperativista. No início, 
Módulo 4 - Cooperativismo Rural // 81
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo no Agronegócio
foram alvo de muitas críticas e ironias por parte dos comerciantes lo-
cais. No entanto, logo no primeiro ano de funcionamento da sociedade, 
o seu capital aumentou significativamente e cerca de dez anos mais 
tarde a cooperativa já contava com 1.400 cooperados.
O cooperativismo acabou evoluindo e conquistando um espaço pró-
prio, definido por uma nova forma de pensar o homem, o trabalho e 
o desenvolvimento social. Por sua forma igualitária e social, o coope-
rativismo é aceito por todos os governos e reconhecido como fórmula 
democrática para a solução de problemas socioeconômicos. Abaixo, 
confira os marcos históricos e acompanhe a evolução do cooperativis-
mo no Brasil.
EVOLUÇÃO DO COOPERATIVISMO NO BRASIL
Surge no Brasil a construção de um estado 
cooperativo com a fundação das primeiras 
reduções jesuíticas. Por mais de 150 anos, esse 
modelo deu exemplo de sociedade solidária, 
fundamentada no trabalho coletivo, onde o bem-
estar do indivíduo e da família se sobrepunha ao 
interesse econômico da produção.
Criação da primeira cooperativa de consumo 
de que se tem registro no Brasil, em Ouro Preto 
(MG), no ano de 1889, denominada Sociedade 
Cooperativa Econômica dos Funcionários 
Públicos de Ouro Preto. Depois, expandiu-se 
para Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio 
Grande do Sul, além de se espalhar em Minas 
Gerais.
A história registra o início do movimento 
cooperativista no Brasil. Foi quando o médico 
francês Jean Maurice Faivre, adepto das ideias 
reformadoras de Charles Fourier, fundou nos 
sertões do Paraná, juntamente com um grupo de 
europeus, a colônia Tereza Cristina, organizada 
em bases cooperativas. Apesar de sua breve 
existência, essa organização contribuiu na 
memória coletiva como elemento formador do 
florescente cooperativismo brasileiro.
Módulo 4 - Cooperativismo Rural // 82
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo no Agronegócio
Nasceram e se desenvolveram as cooperativas 
no meio rural, idealizadas por produtores 
agropecuários. Muitos deles de origem alemã 
e italiana. Os imigrantes trouxeram de seus 
países de origem a bagagem cultural, o trabalho 
associativo e a experiência de atividades 
familiares comunitárias, que os motivaram a se 
organizar em cooperativas.
O cooperativismo brasileiro ganhou o 
reconhecimento internacional. Roberto 
Rodrigues, ex-presidente da Organização das 
Cooperativas Brasileiras, foi eleito o primeiro 
não europeu para a presidência da Aliança 
Cooperativista Internacional (ACI). Este fato 
contribuiu também para o desenvolvimento das 
cooperativas brasileiras.
Surgiram as cooperativas de crédito no Rio 
Grande do Sul, por iniciativa do padre suíço 
Theodor Amstadt.
Foi criada a Organização das Cooperativas 
Brasileiras (OCB) e no ano seguinte, a entidade 
foi registrada em cartório. Nascia formalmente 
aquela que é a única representante e defensora 
dos interesses do cooperativismo nacional. 
Sociedade civil e sem fins lucrativos, com 
neutralidade política e religiosa.
Nascia o Serviço Nacional de Aprendizagem do 
Cooperativismo (Sescoop). É responsável pelo 
ensino, formação profissional, organização e 
promoção social dos trabalhadores, associados e 
funcionários das cooperativas brasileiras.
O cooperativismo de todos os ramos no Brasil 
vem concentrando esforços e investindo cada 
vez mais em profissionalização, em consequência 
disso, vem conquistando mais espaço e respeito 
nas relações comerciais.
Módulo 4 - Cooperativismo Rural // 83
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo no Agronegócio
Agora que você já conhece a história do cooperativismo, vamos enten-
der um pouco de seus conceitos e características de atuação nosso 
país.
O cooperativismo é um sistema econômico e social que tem como 
base as cooperativas. É uma forma de se organizar por meio da união 
de pessoas, com objetivo de unir forças para atingir desenvolvimento 
fi nanceiro, econômico e social. 
Dessa forma, o cooperativismo nasce da união de 
pelo menos vinte pessoas que, juntas, buscam atingir 
objetivos econômicos e sociais, que tem a fi nalidade 
de conseguir benefícios para seus cooperados por 
meio de ações coletivas e da gestão democrática e 
participativa.
O principal objetivo de uma cooperativa é comercializar a produção dos 
seus membros, permitindo que seus cooperados possam gerar renda 
e reinvestir parte desses benefícios para o bem comum do grupo. As-
sim, todos os membros das cooperativas são também donos delas.
Conforme já estudamos em aulas anteriores, o cooperativismo herdou 
diversos fatores do associativismo, então os princípios do cooperativis-
mo são os mesmos do associativismo. Confi ra a seguir os princípios e 
valores do cooperativismo.
Módulo 4 - Cooperativismo Rural // 84
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo no Agronegócio
O cooperativismo tem em seus conceitos valores bastante humanitá-
rios, por isso podemos dizer que os objetivos ao se criar uma coopera-
tiva devem estar baseados em:
• constituir uma sociedade justa e livre, por meio de uma organiza-
ção social e econômica da comunidade em bases democráticas;
• atender as necessidades reais dos cooperados, ou seja, prestar 
serviços a seus associados;
• obter um desempenho econômico eficiente, por meio da produ-
ção de bens e serviços com qualidade e da confiabilidade trans-
mitida a seus próprios associados e clientes.
Reflexão
A partir do conteúdo estudado até o momento, reflita sobre o seguinte:
Em sua opinião, quais os principais deveres de um cooperado?
Se preferir, utilize o espaço abaixo para anotar suas reflexões.
Módulo 4 - Cooperativismo Rural // 85
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo no Agronegócio
Olá, tudo bem?
Como participo de uma cooperativa há 
muitos anos, posso garantir que os bene-
fícios de se constituir e participar de uma 
são inúmeros. Porém, por se tratar deuma 
sociedade onde todos os cooperados são 
também donos do negócio, é importante 
compreendermos que precisamos cumprir 
alguns deveres.
O primeiro desses deveres é que todos de-
vem contribuir igualmente para a formação 
do capital da cooperativa. Se a cooperativa 
for bem administrada e obtiver uma receita 
maior que as despesas, esses rendimentos 
serão divididos entre os sócios.
Também precisamos operar com a coopera-
tiva, observar o estatuto social dela, cumprir 
fi elmente com os compromissos em rela-
ção à cooperativa, respeitar as decisões da 
Assembleia Geral e do Conselho Diretor e 
participar das atividades desenvolvidas pela 
cooperativa.
E nossos deveres não param por aí! Tam-
bém precisamos zelar pelo interesse 
comum e pela autonomia da sociedade, 
pagar nossa parte, caso ocorram
Módulo 4 - Cooperativismo Rural // 86
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo no Agronegócio
prejuízos financeiros, estimular a integração 
da cooperativa com o movimento cooperati-
vista e buscar capacitação profissional 
para o desempenho das atividades de coo-
perados.
Ao cumprir nossos deveres, contribuímos 
para o fortalecimento da cooperativa e, con-
sequentemente, de nossos negócios rurais.
Até logo e bom estudo,
Paulo.
Ramos do coopeRativismo no BRasil
Neste tópico, você conhecerá quantos, quais são e qual a atividade de 
um dos ramos do cooperativismo no nosso país.
No ano de 1993, a Organização das Cooperativas Brasileiras, a OCB, 
a fim de acompanhar a dinâmica social do país, reformulou as nomen-
claturas dos ramos cooperativos, inserindo-se dentro das exigências 
atuais, de acordo com as características de trabalho de cada uma. 
A seguir, confira quais são os ramos definidos e descritos pela OCB.
Módulo 4 - Cooperativismo Rural // 87
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo no Agronegócio
Ramo 
agropecuário
Reunindo produtores rurais, agropastoris e de pesca, este 
ramo foi por muitas décadas sinônimo de cooperativismo no 
país, tamanha sua importância e força na economia. As coo-
perativas se caracterizavam pelos serviços prestados aos as-
sociados, como recebimento ou comercialização da produção 
conjunta, armazenamento e industrialização, além da assis-
tência técnica, educacional e até social. Ainda é o ramo de 
maior expressão econômica no cooperativismo, com significa-
tiva participação na economia nacional, inclusive na balança 
comercial.
Ramo consumo
Inicialmente formado por cooperativas fechadas (exclusivas 
para atender a funcionários de empresas), chegou a ter cen-
tenas, em meados do século XX. Hoje, o ramo busca fortaleci-
mento e competitividade, modernizando sua administração e 
investindo em capacitação e treinamento de funcionários. 
Ramo de crédito
Um dos primeiros ramos a se organizar no país e que atua no 
crédito rural e urbano. Hoje, este ramo está consolidado e é 
um dos que mais crescem no país. Possui três sistemas - Si-
credi, Sicoob e Unicred - e dois bancos cooperativos - Bansi-
credi e Bancoob.
Ramo educacional
O objetivo das cooperativas educacionais é unir ensino de boa 
qualidade e preço justo. Assim, pais de alunos ou professores 
formam e administram as escolas cooperativas, promovendo 
a educação com base na democracia e na cooperação, sem 
estimular a competição. 
Módulo 4 - Cooperativismo Rural // 88
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo no Agronegócio
Ramo especial
Fundamentado pela Lei 9.867/99, este ramo se constitui de 
cooperativas formadas por pessoas em situação de desvanta-
gem. As cooperativas atuam visando a inserção no mercado 
de trabalho dessas pessoas, geração de renda e conquista da 
cidadania. 
Ramo habitacional
As cooperativas habitacionais têm como objetivo viabilizar 
moradia aos associados. 
Ramo de infraestrutura formado hoje por cooperativas de ele-
trificação rural, que existe desde 1941 e atende principalmen-
te às pequenas e médias propriedades rurais. 
Ramo mineral
Previsto na Constituição Federal de 1988, este ramo atua 
na pesquisa, extração, lavra, industrialização, comércio, im-
portação e exportação de produtos minerais. De grande al-
cance social, está presente principalmente nas pequenas e 
médias jazidas, que não despertam interesse das grandes 
mineradoras. 
Ramo de produção
Estimula o empreendedorismo em que um grupo de profissio-
nais com objetivos comuns na exploração de diversas ativida-
des produtivas se reúne para produzir bens e produtos como 
donos do seu próprio negócio. A ênfase maior deste ramo está 
nos setores da agropecuária e industrial. 
Ramo saúde
Reúne profissionais especializados na promoção da saúde 
humana, como médicos, dentistas, psicólogos e outros profis-
sionais. Um dos maiores operadores de planos de saúde do 
país é um sistema cooperativo (Unimed).
Módulo 4 - Cooperativismo Rural // 89
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo no Agronegócio
Ramo trabalho
Associação de profissionais de atividades afins para a presta-
ção de serviços. Tem muito espaço para se fortalecer com o 
cenário de enxugamento de vagas no mercado formal de tra-
balho e forte expansão da construção civil do país nos últimos 
anos.
Ramo transporte
Composto por cooperativas de transporte de carga e passa-
geiros - táxis e vans inclusos - é outro desmembramento do 
ramo trabalho. Mais novo dos ramos, foi criado em 2002. 
Ramo turismo e 
lazer
Visa a prestação de serviços turísticos, artísticos, entreteni-
mento, esportes e hotelaria por profissionais dessas áreas.
Ramo de 
infraestrutura
Formado hoje por cooperativas de eletrificação rural, este 
ramo existe desde 1941 e atende, principalmente, às peque-
nas e médias propriedades rurais. As cooperativas preenchem 
uma lacuna das concessionárias de energia nas regiões de 
baixo consumo. Além da construção de redes, as cooperativas 
são responsáveis pela produção, geração, manutenção, ope-
ração e distribuição da energia elétrica.
Como você já entendeu o que é e como funciona o cooperativismo, 
vamos agora relacionar a dinâmica do cooperativismo com o nosso 
meio rural?
Módulo 4 - Cooperativismo Rural // 90
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo no Agronegócio
AulA 3
Cooperativismo e negóCio rural
No meio rural, o cooperativismo surge das necessidades dos produto-
res rurais em unir-se em busca de um objetivo em comum. Uma forma 
de introduzir seus produtos no mercado é formando uma cooperativa, 
assim, além de almejar e desenvolver ações por benefícios para as co-
munidades, conseguem também financiamento por meio de políticas 
públicas destinadas à produção agrícola.
Em organização coletiva, os produtores rurais conseguem promover seu 
nome e fixar uma marca atravessando barreiras, resultando em uma re-
presentatividade maior perante o mercado consumidor. O principal obje-
tivo, neste caso, é buscar melhores condições de trabalho e negociação, 
tanto na questão material, como tratores, sementes, colheitadeira entre 
outros, quanto também na questão do crédito. Fortalecidos pela união 
os cooperados podem se colocar como uma classe que possui um lugar 
representativo em meio aos grandes produtores rurais.
A cooperativa é ainda um meio de tornar o trabalho do 
pequeno agricultor reconhecido e ampliar seu espaço 
no mercado consumidor.
A constituição de uma cooperativa está acompanhada de uma pers-
pectiva de ganho global, por isso é necessário observar os detalhes 
fundamentais para seu funcionamento, como:
• o estabelecimento de uma sede;
Módulo 4 - Cooperativismo Rural // 91
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo no Agronegócio
• a criação de um espaço para desenvolvimento de suas ativida-
des burocráticas;
• a eleição da diretoria executiva, que deve praticar comunicação 
com seus associados, informando de seus diretos e deveres.Reflexão
A partir do conteúdo estudado até o momento, reflita sobre o seguinte:
Como você tem percebido a ação de cooperativas na sua região? Elas 
contribuem de forma significativa para alavancar os negócios de seus 
cooperados?
Se preferir, utilize o espaço abaixo para anotar suas reflexões.
Módulo 4 - Cooperativismo Rural // 92
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo no Agronegócio
Olá, tudo bem?
Uma coisa que você, enquanto cooperado, 
precisa estar atento é aos benefícios em 
relação ao seu investimento de capital e de 
trabalho, identifi cando assim a legitimidade 
da cooperativa que só ocorre quando legiti-
ma benefícios aos seus cooperados.
Você sabia que no Brasil a maioria das coo-
perativas está relacionada ao meio rural, 
vinculadas à agricultura, pesca e 
artesanato?
Já no meio urbano e empresarial, as princi-
pais cooperativas são de crédito/fi nanceiras 
e as formadas por trabalhadores que se 
unem para assumir empresas que passa-
ram por problemas fi nanceiros e legais, e 
são chamadas de empresas recuperadas.
Um dos fatores que vem contribuindo para 
o crescimento do número de cooperativas 
no Brasil, é o estímulo ao empreendedoris-
mo. Com isso, as pessoas passaram a ter 
mais informações sobre as iniciativas eco-
nômicas solidárias.
Até logo e bom estudo,
Paulo.
Módulo 4 - Cooperativismo Rural // 93
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo no Agronegócio
As cooperativas agropecuárias no cenário nacional ocupam um espa-
ço de grande importância para os produtores rurais e o agronegócio. 
São elas que intermediam a compra de insumos, máquinas e a produ-
ção fi nal, ajudando o cooperado na difícil tarefa de comprar e vender 
bem. Grande parte da produção nacional de commodities e produtos 
agroindustriais passa pelas cooperativas, sendo mais expressivos nos 
estados com forte atuação agropecuária.
A cooperativa agropecuária pode reunir como associados, produtores 
autônomos que compram e vendem em conjunto, por meio da coope-
rativa ou produtores que formam unidades produtivas comuns, explo-
radas por trabalhadores familiares. Seja qual for o tipo de cooperativa, 
o cooperativismo é um modelo de economia solidária que procura ma-
ximizar o predomínio do fator trabalho sobre o fator capital.
Fonte: Shutterstock
Isso signifi ca que o cooperativismo é uma associação socioeconômica 
de pessoas (e, em certos casos, de pequenas empresas, conforme es-
tudamos em aulas anteriores) que produz bens e serviços. A redução 
Módulo 4 - Cooperativismo Rural // 94
Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo no Agronegócio
de custos em relação às receitas e a conquista de mercados privilegia-
dos, como resultado da eficiência gerencial da cooperativa, resultarão, 
portanto, em benefício dos produtores, isto é, em eficácia da empresa. 
Reside aí, na agricultura familiar, a principal razão da conveniência 
cooperativa em relação a empresas não cooperativas, o fortalecimento 
da estrutura de mercado.
A união de milhares de produtores rurais familiares em cooperativas 
permite gerar economia de escala a nível local e global e condições de 
concorrência com os setores oligopolizados do complexo rural. A união 
cooperativa pode acontecer:
• localmente, unindo produtores;
• a níveis mais amplos, unindo cooperativas em centrais e federa-
ções cooperativas;
• unindo cooperativas como acionistas exclusivos ou majoritários 
de empresas não cooperativas.
A cooperativa trabalha baseada em seus custos, não gerando lucro, 
com o fortalecimento de uma eficiente estrutura de mercado, e trans-
fere aos produtores rurais associados este menor custo sob forma de 
melhor preço e mais capital.
A grande estrutura cooperativa beneficia também os 
produtores e consumidores em geral, porque substitui 
uma estrutura de mercado por outra mais eficaz.
A nova geração de cooperativas, na atual conjuntura mundial, está pro-
movendo algumas mudanças na agricultura. Uma delas são os baixos 
preços das commodities, que forçam os produtores rurais a agregarem 
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Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo no Agronegócio
valor aos seus produtos. Para isso, precisam da ajuda das cooperati-
vas para que façam o processamento agroindustrial dos produtos. 
coopeRativas de cRédito
O número de cooperativas de crédito ou cooperativas financeiras, 
como passaram a ser chamadas recentemente, aumentou em função 
da redução do crédito rural e das dificuldades enfrentadas para o seu 
acesso pelos produtores rurais familiares em bancos. Em virtude da 
escassez de recursos, os bancos ampliaram a adoção de critérios mais 
rígidos na concessão de empréstimos, exigindo um grande número de 
garantias, o que levou a uma forte seleção da clientela.
As cooperativas de crédito têm grande importância no desenvolvimen-
to socioeconômico do país, enfatizando sempre a solidariedade e vi-
sando uma sociedade mais justa, livre e fraterna. A participação dos 
associados é indispensável nessa organização, pois sem eles a coo-
perativa não existe.
Lembre-se que uma cooperativa é formada por pessoas 
e não por capital, sua adesão é voluntária e envolve 
uma educação cooperativa voltada especialmente 
para conscientização política e social. 
As cooperativas de crédito se diferenciam dos bancos comerciais por 
apresentarem baixa tributação, ou seja, são entidades sem fins lucra-
tivos. Seu objetivo é a captação e a administração de poupanças, em-
préstimos e prestação de serviços aos associados.
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Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo no Agronegócio
Sendo assim, apresentam uma 
prestação de serviços fi nanceiros 
mais vantajosa aos seus associa-
dos, como, por exemplo, emprésti-
mos com menores taxas, remune-
rações de aplicações com maiores 
taxas, além de cobrarem menos ta-
rifas e com menores exigências que 
um banco comercial. O modelo de 
cooperativismo pode ser aplicado 
em qualquer área.
O aumento do número de cooperados, operações fi nanceiras como 
empréstimos depósitos e outros no cooperativismo fi nanceiro mostra 
que cada vez mais as pessoas estão em busca de uma empresa coo-
perativa para fazer suas movimentações fi nanceiras. No caso do agro-
negócio, isto é ainda mais evidente, pois temos diversos casos no Bra-
sil de cooperativas que foram constituídas a partir das necessidades 
e difi culdades de grupos de agricultores em buscar recursos junto aos 
bancos para fi nanciar seus investimentos. Atualmente as cooperativas 
de crédito estão alocadas em nosso país por diversos sistemas, porém 
podemos considerar como principais atuantes nesta área Sicoob, Si-
credi, Unicred e Cressol.
O cooperativismo se tornou um sistema de grande expansão de seg-
mentos e, consequentemente, foram surgindo os descaminhos de sua 
verdadeira essência. Poucas cooperativas em todos os ramos enfa-
tizam claramente a doutrina cooperativista, o que vem ocasionando 
sérios problemas para as cooperativas e para o próprio sistema coo-
perativista.
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Associativismo, Cooperativismo e Sindicalismo no Agronegócio
Este fato pode ser considerado uma das maiores barreiras ao cresci-
mento e correto desenvolvimento do sistema cooperativo. Por isso, é 
de extrema importância a abordagem apresentada sobre os controles 
internos, sendo eles os guias das cooperativas para seguir as leis e 
normas que as regem, de forma ética e transparente.
Nesta aula, você teve a oportunidade de aprender um pouco sobre as 
formas de cooperativismo rural, políticas de expansão, benefícios e ad-
versidades do cooperativismo no meio rural. Então, no próximo módulo, 
vamos estudar sobre o planejamento empresarial nas cooperativas. 
Siga em frente e bom estudo!

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